2. Autoria
A. Título
• Os livros de Esdras e de Neemias eram consideradas um
só livro nos tempos antigos, conforme registro do
Talmude, de Josefo e de Jerônimo. Este fato facilitou a
limitação do número de livros canônicos para o número
de letras do alfabeto hebraico.
• A Septuaginta também os considerava um livro único.
• A Vulgata Latina dividiu-se em 2 livros, denominando
Esdras “Esdras A”, e Neemias “Esdras B”.
• A Bíblia evangélica e a hebraica moderna dividem-nos
em dois, denominando-os Esdras e Neemias em
homenagem às suas figuras humanas principais.
3. A. Autor ou compilador
• Esdras, o sacerdote, é geralmente
considerado o autor ou compilador dos 4
livros históricos desse período: 1 e 2
Crônicas, Esdras e Neemias. Quanto a
Neemias, é provável que Esdras usasse as
memórias de Neemias, porquanto
Neemias fala na 1ª pessoa de vez em
quando.
4. 1. Supondo que Esdras seja o autor-compilador,
o seguinte material foi usado:
b. As Memórias de Esdras (evidência baseada
no fato de serem usadas tanto a 1ª quanto a
3ª pessoa)
c. As Memórias de Neemias (pelo fato de ser
usada a 1ª pessoa)
d. Foram também utilizados outros
documentos e catálogos oficiais (Esdras
4.7-6.18 e 7.12-26), escritas em aramaico, a
língua oficial na época para correspondência
internacional.
5. 1. Esdras era filho de Serafas, o sumo
sacerdote assassinado por
Nabucodonosor em 586 a.C., e irmão de
Jeozadaque, o sumo sacerdote levado
cativo. Sua importância como professor
da Lei que concluiu o A.T. é com
frequencia comparada com a de Moisés,
o legislador, que começou a escrever o
A.T. Ambos eram levitas. Moisés
escreveu os primeiros 5 livros, Esdras
escreveu ou compilou os 5 últimos.
6. 1. As obrigações de Esdras para com os
hebreus que voltaram do exílio incluíam
diversas tarefas grandiosas:
• Reinstituir o devido culto no templo
reconstruído em 457 a.C.
• Escrever ou compilar 1 e 2 Crônicas, Esdras,
Neemias e Salmo 119.
• Presidir a “Grande Sinagoga” que
presumivelmente determinou e organizou o
cânon hebraico das escrituras
• Instituir sinagogas locais em Judá para o
estudo da Torá.
7. Cenário Histórico
A. DATA – 430 -425 a.C., aproximadamente
Como os ministérios de Esdras e Neemias
tiveram lugar durante o reinado de Artaxerxes
I(465-424 a.C.), é provável que os livros
tivessem sido completados perto do fim do
período depois de Malaquias, último profeta,
ter pronunciado a sentença do Senhor e feito o
devido registro.
8. Cenário Histórico
A. PERÍODO DE TEMPO
O período cobre mais de 100 anos de história.
Desde a volta de Zorobabel, construtor do
templo (537), até o último retorno de Neemias,
construtor de muros (depois de 432). Quatro
turmas voltaram do cativeiro: a de Zorobabel, a
de Esdras, a de Neemias e outra de Esdras.
9. Cenário Religioso
1. Internacionalmente, um novo clima religioso foi
introduzido pelos persas. Os decretos de Ciro e
Dario foram inspirados parcialmente por sua fé
religiosa. Era uma mistura tradicional de um
panteão de deuses, zoroastrismo, e com suas
hierarquias: do bem e do mal.
10. Cenário Religioso
1. Para muitos em Israel, o exílio na Babilônia
produziu uma grande revolução espiritual. O
estudo da Tora e dos rpofetas, Isaías, Jeremias,
Ezequiel e Daniel, feito nas sinagogas, exerceu
grande influência na inspiração dessa fé
religiosa.
11. Cenário político
1. Os livros introduzem um novo período da
história de Israel no âmbito nacional e
internacional. Na âmbito nacional foi o
princípio da era pós-exílio. No âmbito
internacional, foi o princípio da era do império
persa com manobras políticas que afetaram
Israel e o mundo.
2. Diversos judeus alcançaram altos postos no
governo persa e exerciam grande influências na
corte. Daniel, Ester e Mordecai ocuparam
lugares de influência.
12. 1. Foi esse período de muito pensamento e
convulsão religiosa e filosófica pelo mundo, o
que pode ser comprovado pelos notáveis
pensadores e pelos movimentos daquela
época:
c) Sócrates (469, aproximadamente), Platão (427) e Aristóteles
(384) muito contribuíram para o pensamento grego e helenista.
d) Zoroastro (Zaratustra, 628-551) cujas ideias se espalharam pelo
mundo persa.
e) Buda (Gautama, 563-486) desenvolveu as “4 grandes vontades”
do budismo.
f) Confúcio (551-479) ensinou na China durante uma época de
grande luta interna e rejeição de tradições religiosas.
13. Objetivo do Livro
• Objetivo unificado de Esdras e Neemias. Foram
escritos para completar a história de Israel,
registrada em Crônicas desde o começo até o
cativeiro de 586. Era necessário demonstrar ao
povo que a aliança estava sendo mantida pelo
Senhor ao cumprir-se a promessa da volta.
• Objetivo de Esdras. Era documentar a volta do
povo que vinha reconstruir o templo na
ocasião
14. Esboço de Esdras
Tema: Volta de Israel do exílio a fim de
reconstruir o templo para adoração
• Reconstrução do templo por Zorobabel ....................
1-6
• Efetuada a Volta dos Restantes ................................ 1-2
c. Ciro decreta a libertação ........................................... 1
d. Lista dos que voltaram .............................................. 2
• Principiada a reconstrução do templo ...................... 3-4
f. Alicerces são assentados com júbilo ......................... 3
g. A obra é detida pelo rancor local .............................. 4
• Terminada a reconstrução do templo ....................... 5-6
i. Exortações de Ageu e Zacarias .................................. 5
15. • Reforma moral do povo por Esdras ..... 7-10
II. Preparação e comissão de Esdras ............ 7
III. Problemas de recrutamento e viagem ..... 8
• Problema de casamentos mistos em
Judá ...........................................................
9-10
e. Oração de intercessão de Esdras .............. 9
f. Compromisso de separação do povo ...... 10
16. Esboço de Neemias
Tema: Reconstrução do muro e
renovação da aliança
• Reconstrução do muro da cidade – Neemias .... 1-7
• Interesse e volta de Neemias ........................... 1-2
c. Triste notícia e petição divina ............................. 1
d. Pedido concedido e comissão real ...................... 2
V. Construção e reparação feitas pelo povo ............ 3
f. Plano da construção ............................................ 3
g. Princípio da construção individual ....................... 3
17. • Escárnio e zombaria dos adversários ........... 4-5
b. Oposição externa enfrentada com coragem ....
4
c. Oposição externa enfrentada com sacrifício ...
5
• Conclusão e registro .................................... 6-7
e. Táticas inimigas vencidas ................................
6
f. Registro do povo ............................................ 7
• Renovação da aliança Mosaica – Esdras .....
8-10
• Leitura pública da aliança de Moisés ............. 8
• Reconsagrarão pública da aliança de
18. • Registros e reformas posteriores –
Neemias ...........................................................
...... 11-13
• Registro do povo de Jerusalém ..................... 11
• Registro dos sacerdotes de Jerusalém .......... 12
• Reconsagrarão dos muros de Jerusalém ....... 12
• Repressão a diversos abusos em Jerusalém .. 13
19. Contribuições singulares de
Esdras e Neemias
1. A história de Israel pós-exílio.
Moderadamente auxiliados pelos livros de Ageu e
de Zacarias, os livros de Esdras e Neemias narram
a volta do cativeiro. Esdras descreve como a
profecia de Jeremias 25.12; 29.10 foi cumprida de
duas maneiras:
III. Uma servidão de 70 anos desde o primeiro
cativeiro, em 606, até a libertação e volta, em 536.
IV. Uma sobreposição de 70 anos desde a destruição
do templo, em 586, até o término do novo templo,
em 516.
20. 1. Confirmações da palavra profética
A grande ênfase de Esdras recaía sobre a
“Palavra”, conforme se nota no Salmo 119
(atribuido a ele). O livro de Esdras começa com
uma afirmação do cumprimento da palavra de
Deus por intermédio de Jeremias, mas também
alude ao cumprimento de Isaías 44.28. Mais de
150 anos antes, Isaías havia citado o nome de
Ciro como aquele a quem o Senhor usaria para
subjugar nações, libertar cativos, reconstruir o
templo, e proclamar o nome de Deus (Isaías
45.1,6).
21. 1. O império Persa no plano de Deus.
A história de Esdras e Neemias começa com
Ciro, o 1º rei persa. Esse império foi o 2º dos
reinados gentios das profecias de Daniel (Dn.
2.39;7.5), os quais iriam disciplinar o povo de
Israel ao governá-lo. A política persa procurava
repatriá-los e captar-lhes a boa vontade em vez
da servidão (conforme Assíria e Babilônia
fizeram), enquadrou-se no padrão de
restauração de Deus.
22.
23. 1. Controvérsia Samaritana. (Esdras 4)
A recusa de Israel em aceitar o auxílio dos
samaritanos na reconstrução do templo parece
trivial, mas teve como resultado uma quebra
de relacionamento que se estendeu até os dias
do Novo Testamento. Os dois povos chegaram
a considerar-se inimigos a ponto de recusar
qualquer situação.
Por que foram os construtores tão
independentes, visto que Davi recebeu com
alegria o auxílio dos fenícios?
24. Provavelmente implicaria a exigência de ter
parte na instituição do culto no templo. A
formação religiosa eclética dos samaritanos
poderia comprometer o antigo fundamento do
culto de Israel e seu sistema religioso.
É interessante notar que os samaritanos
foram os 1º a se referir aos israelitas que vieram
do exílio como “judeus” (Ed. 4.12).
25. 1. Templo de Zorobabel. (Esdras 6.3-4)
Era 1/3 maior que o de Salomão, embora fosse
mais simples e menos pomposo. Tinha um
mobiliário muito mais limitado. As peças se
assemelhavam-se como as do Tabernáculo,
mas não no número de peças do templo de
Salomão.
26. Cristologia em Esdras e Neemias
As duas figuras dominantes, Zorobabel e
Josué, são consideradas nos 2 livros proféticos do
período, Ageu e Zacarias, como prenúncio de
Cristo, como o Rei-Sacerdote
(Zc 6.12-13).
Ageu retrata Zorobabel como Cristo
que recebe de Deus “um anel de selar” ou
autoridade para derrubar todos os reinos e
governar as nações para Deus. (Ag. 2.23)
Zorobabel também pertencia a linhagem
messiânica (Mt. 1.12).