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BARRA DA TIJUCA
Os desafios ecológicos da
• Ilha da Gigóia • ONG Reservalores
• Ciclismo • Despoluição das lagoas locais
• Brechós • Gastronomia ecológica
e muito mais!
Revista dos alunos de Jornalismo e Públicidade do IBMEC
Rio de Janeiro - Junho de 2015
3
EDITORIAL
Nesta edição
A Geraçãoi nasceu do desejo dos alunos e
professores das graduações em Comunicação
Social do Ibmec da Barra da Tijuca de entender
melhor o mundo à nossa volta e colocar em prá-
tica os conhecimentos adquiridos nos cursos.
Experiência interdisciplinar, a revista é um
esforço coletivo, que reúne os olhares de futuros
jornalistas e publicitários sobre a comunicação e
o panorama contemporâneo.
(Re)Use e abuse............................................4
Escola de ciclismo.........................................6
Em busca da praia perfeita........................8
Corrida perdida...........................................10
A vida na Gigóia...........................................13
Projeto Ilha Pura.........................................15
Culinária sustentável.................................17
Nessa edição, a sustentabilidade é o tema central.
Comportamento, meio ambiente e alternativas
para habitação, saúde e consumo são os assuntos
das matérias, que abordam a aplicação de práticas
sustentáveis no cotidiano.
Boa leitura!
Geraçãoi - Revista dos alunos de Jornalismo
e Publicidade do IBMEC - RJ
Redação
Alunos de Jornalismo 2° período
de Jornalismo: Bruna Paes, Fernando Silbert, Jorge
Guilherme Pereira, Larissa Feital, Larissa Veillard,
Luisa Marujo Rafael Loreto. Professoras Adriana
Barsotti e Fabiana Crispino.
Projeto gráfico e editoração eletrônica
Alunos de Jornalismo 2° período: Bruna Paes,
Larissa Feital, Luisa Marujo. Prof. Maurice Chalom
Publicidade
Alunos de xxxx X° período
de Publicidade: Amanda XXX, Paulo Passo, Ana
Clara, André Fellipe, Marcos Vinícius, Thais Dias,
Julia Pontes, Anna Karina, Diana XXX, Gabriella
xxx, Mariana xxx, Bruna Hoffmann, Luiza Barreto,
Carolyne xxx, Catarina Brunet, Raimundo Eduardo,
Raquel Cuppelo, Profª. Ângela Pingo
Desenvolvimento de marca
Alunos do 5° período de Publicidade: - Design de
produtos, embalagens e marcas. Amanda XXX,
Paulo Passo, Ana Clara, André Fellipe, Marcos
Vinícius, Thais Dias, Julia Pontes, Anna Karina,
Diana XXX, Gabriella xxx, Mariana xxx, Bruna
Hoffmann, Luiza Barreto, Carolyne xxx, Catarina
Brunet, Raimundo Eduardo,. Professores Giovani
Marangoni e Ricardo Campos
Foto de capa: Rafael Loreto
4
Use e Abuse!(Re)
Economizar e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente é a nova
moda. Brechós, aluguel e trocas de livros são apostas para o futuro
Comprar algo barato é sempre bom. Quando
podemos fazer isso ajudando a preservar o nosso
planeta é ainda melhor. O consumidor está mais
consciente e menos preconceituoso em relação a
itens de segunda mão.
O crescimento do mercado de produtos usados
no Brasil está ligado à questão econômica e à susten-
tabilidade. Em lugares como Estados Unidos e Europa
essa consciência já é bem forte.
Uma livraria diferente
Vitor Oliveira e Marcus Ribeiro
tomavam um chopp na Urca e tro-
cavam ideias quando pensaram
em criar uma empresa de aluguel
de livros. Mais de uma vez eles já
tinham comprado livros para fazer
apenas uma prova da faculdade,
o que consideravam um desper-
dício. O projeto foi para frente e,
após estudarem algumas soluções,
A GoBooks e os brechós Era Mais Uma Vez e
La Luna Mia são exemplos de consumo consciente.
Além de ajudar na preservação do planeta, eles ofere-
cem produtos de qualidade por um preço mais barato
e ainda ajudam outras instituições. Assim, essas em-
presas estão ganhando mais visibilidade e valor, e, ao
mesmo tempo, tornando tudo mais sustentável.
Conheça um pouco desse novo mercado que está
se expandindo na Barra da Tijuca.
fundaram a GoBooks, site de
aluguel e venda de livros usados
para estudantes.
A empresa surgiu da constata-
ção de que muitos dos livros utili-
zados nas graduações são caros e
de pouca consulta, e, após a apro-
vação nas disciplinas, as obras
ficam encostadas nas estantes
dos alunos. Para piorar, com o
tempo os títulos tornam-se ultra-
passados, pois novas edições são
lançadas. “O principal problema
que resolvemos está ligado ao
preço e ao consumo consciente.
É muito mais econômico e práti-
co alugar um livro do que com-
pra-lo”, afirma Vitor Oliveira.
Por Bruna Paes
5
O esquema funciona da se-
guinte maneira: os estudantes en-
tram no site, fazem seus pedidos,
efetuam o pagamento e recebem
os livros em até sete dias úteis.
Após o término das aulas, eles re-
tornam com os livros em caixas
de devolução instaladas dentro das
universidadesparceirasdaGoBooks.
Além das universidades, a
empresa possui convênios com
as principais editoras e distribui-
doras do Brasil. “Formalizamos
as parcerias logo após lançarmos
o primeiro piloto do site, porque
percebemos que eles ofereciam
descontos superiores aos das
livrarias.”, disse Oliveira.
Os alunos alugam os livros
por causa do preço e da prati-
cidade. A sustentabilidade ain-
da não é o principal motivo da
procura, apesar dos criadores do
serviço terem a consciência de
preservar o meio ambiente.
Pensando no desenvolvimento
sustentável, a GoBooks oferece
uma opção em que o estudante
pode doar R$1,5 ao finalizar o
pagamento, quando se dirige ao
carrinho de compras. Fazendo
esta doação, o aluno permite que
a empresa plante uma árvore em
uma das florestas nos programas
promovidos pelo IBF (Instituto
Brasileiro de Florestas), no sul
do país. “Fizemos esta parceria
porque tínhamos uma questão em
mente: Será que os estudantes irão
se ligar na preservação do plane-
ta? Testamos e, no primeiro ano,
tivemos mais de 100 árvores plan-
tadas.”, salienta Vitor, acrescen-
tando que hoje já foram plantadas
300 árvores.
Para quem se interessar,
o endereço do site é:
www.gobooks.com.br.
Brechó é um barato
Os brechós Era Mais Uma Vez
e La Luna Mia, localizados no
shopping Millennium, na Barra
da Tijuca, estão fazendo o maior
sucesso. O primeiro, direcionado
ao público infantil, foi criado por
Mônica Araripe. Depois de voltar
dos Estados Unidos, ela percebeu
que os brechós são muito valori-
zados lá e que, no Brasil não ha-
via quase nenhum, especialmen-
te para crianças. “Aqui no nosso
país só existiam brechós com
vários produtos misturados, em-
poeirados, então eu quis fazer um
brechó infantil com cara de loja,
onde as pessoas se sentissem bem
pra comprar para os filhos.”, conta
Mônica.
A maioria dos produtos é for-
necido por pessoas que moram na
Barra e que viajam e trazem itens
do exterior. Não há doação de
mercadorias, é um processo con-
signado, ou seja, a pessoa deixa o
item no estabelecimento e quan-
do ele é vendido, metade do valor
arrecadado vai para ela e a outra
metade, para a loja. O processo de
seleção desses produtos é muito
rígido: Araripe não aceita nada
que esteja manchado ou quebrado
e os brinquedos são testados e as
roupas, provadas.
Mônica afirma que a maioria
dos clientes procura a loja pelo
menor preço dos produtos, mas
que existem pessoas que acredi-
tam na ideia da sustentabilidade,
já que os itens para crianças têm
uma durabilidade pequena e po-
dem ser reaproveitados.
La Luna Mia é um brechó
fundado há três anos pela atriz
Danielle Winits e duas amigas,
Fabiana Misse e Renata Ciraudo.
A ideia surgiu através de conversas
sobre os presentes em excesso que
a atriz e as amigas famosas rece-
biam e pela quantidade de roupas
e acessórios que elas possuíam.
O esquema é de consignação
como no outro brechó. A gerente
da loja, Joyce Brito, diz que como
30% da renda arrecadada são
doados para o INCA (Instituto
Nacional de Câncer) as pessoas fi-
cam comovidas e querem ajudar.
A gerente do La Luna Mia
acredita que os clientes não com-
pram em brechós pela parte da
sustentabilidade, e sim pelo preço.
Para ela, as pessoas ainda estão
no processo de compreender que
o estabelecimento vai muito além
dos produtos serem mais baratos
e aposta que no futuro será dife-
rente: “As pessoas têm que enten-
der que às vezes elas compram um
produto sem necessidade. Nós
temos que repassar as coisas que
podem ser reutilizadas.”, diz.
A sustentbabilidade ainda é
um assunto para ser tratado mais
a fundo e com um olhar diferente.
É a partir de iniciativas como as
vistas acima que o mundo vai me-
lhorando em questões ambientais.
Vitor e Marcus com livros
Foto:Divulgação
6
Por Fernando Silbert
Nova escola de ciclismo
no Rio de Janeiro prepara
futuros atletas profissionais
Professor da escolhinha, Eduardo da Silva
ressalta a importância do esporte para
a saúde e comenta a onda de violência
contra ciclistas na cidade
A Federação de Ciclismo
do Estado do Rio de Janeiro
(FECIERJ), em conjunto com
a Associação de Ciclismo Elite
BikeRioeaFundaçãoCidadedas
Artes, fez uma parceria criando
uma escolinha de ciclismo de
estrada, na Barra da Tijuca,
Zona Oeste do Rio.
As atividades da escola come-
çaram em 24 de fevereiro, no esta-
cionamento da Cidade das Artes,
antigo Cebolão da Barra. Os alu-
nos entre 12 e 18 anos da escoli-
nha são isentos de taxas, matrí-
culas ou mensalidades. As aulas
da escolinha na Cidade das Artes
são das 7h às 8h30, de terça a sexta
feira. As bicicletas pertencem ao
projeto da escola de incentivo a
futuros atletas profissionais e que
são apoiados pelo Governo do
Estado do Rio de Janeiro.
O ciclismo surgiu em 1890,
na França, mas foi a partir de
1900 que nasceram as grandes
provas, que ao longo dos anos
se tornaram as clássicas corridas
de hoje e também viraram um
esporte olímpico. É uma ativida-
de muito indicada por médicos
como exercício para queimar
gordura corporal e desenvolver
a resistência de força das pernas.
Professor da escola de ciclismo,
Eduardo da Silva ressaltou a im-
portância do esporte para a saúde:
“Podemos dizer que a bici-
cleta, hoje, é utilizada tanto para
lazer, como transporte (um meio
barato e ecologicamente correto)
e esporte. Independentemente do
fim, ela traz inúmeros benefícios,
principalmente para os espor-
tistas. O ciclismo contribui para
a redução de peso, proporciona
fortalecimento muscular, redução
de colesterol e de pressão arterial,
além de aperfeiçoar o controle
glicêmico da pessoa com diabe-
tes, pois aumenta o consumo de
glicose e a sensibilização da in-
sulina, melhora o perfil lipídico,
reduz os triglicerídeos e a massa
total de gordura”.
Após a onda de violência no
Rio de Janeiro contra ciclistas,
principalmente depois do caso da
morte do médico Jaime Gold, na
Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona
Sul da cidade, muitos que fazem o
esporte têm ficado com medo de
sair pra praticar.
7
no último dia 3 de maio. O local
é constantemente palco desse tipo
de violência, assaltos, sequestros,
e até mesmo estupros”.
A Federação de Ciclismo
do Estado do Rio de Janeiro e a
Associação de Ciclismo Elite Bike
Rio foram procuradas pela nossa
equipe para comentar sobre os
assuntos, mas não responderam.
O professor explicou o por-
quê dessa onda de violência
contra ciclistas:
“Hoje, há um mercado negro
na internet ligado a esta modali-
dade, e isso motiva a prática do
crime. São vendidas peças caras
por preços bem baixos, uma faci-
lidade na venda destes produtos
por criminosos. Isso acontece pela
certeza da impunidade. Eles estão
agindo livremente, vendendo bici-
cletas roubadas”.
Aluno da escola e futuro ciclista
profissional, Rodrigo Fernandes,
de 18 anos, comentou sobre a sen-
sação de insegurança por parte
dos ciclistas em toda a cidade:
“Para nós, ciclistas, essas notí-
cias de assaltos seguidas de mortes
são apavorantes. O mais triste é que
o poder público não faz nada para
nos ajudar. Existe uma Comis-
são de Segurança no Ciclismo da
Cidade do Rio de Janeiro (CSCRJ),
mas ações concretas para coibir a
violência contra os ciclistas não
são feitas. Soube que até um gru-
po de cinco ciclistas foi feito de
refém ao treinar na Vista Chinesa
Aula na Cidade das Artes, Zona
Oeste do Rio de Janeiro.
8
Foto:LuisaMarujo
Em busca da praia perfeita
Projeto que busca a limpeza e a preservação das
praias luta para conscientizar os banhistas
BiólogomarinhoefundadordaONGReservalores,
Eduardo Macedo de Lima Filho trabalha nas praias
do Recreio dos Bandeirantes e da Barra da Tijuca,
conscientizando os banhistas e os quiosqueiros para
a preservação da Reserva Ecológica Marapendi que
cerca a região.
A ideia do projeto surgiu em 2012. Enquanto fazia
um mergulho para coletar o lixo no mar, Lima Filho
viu um peixe comendo uma guimba de cigarro. Então
percebeu que a compreensão de manter a Reserva
limpa tinha que vir de todos os usuários da praia.
Depois de fazer uma pesquisa para levantar os
problemas da região, o biólogo planejou as ações
que seu projeto realizaria. Como resultado, mutirões
de voluntários são formados todos os meses para
retirar das praias os resíduos pequenos, conhecidos
como microlixos – guimbas de cigarro, plásticos,
tampinhas de garrafa – que passam despercebidos
por muitas pessoas.
Média de microlixos coletados
em 100 metros de areia:
150 guimbas de cigarro
500 embalagens
500 pedaços de plástico
100 pedaços de isopor
16 garrafas de vidro
120 tampas de garrafa
Por Luisa Marujo
9
Além da coleta de microlixo, a ONG se preocupa
também com a pesca irregular e o nascimento dos
peixes. Por isso, planeja localizar e mapear os locais
que servem como berçários para a vida marinha na
praia da Reserva.
A opinião dos “praieiros”
O surfista, Gabriel Samamba, 24 anos, conhece os
trabalhos do projeto. Samamba, que mora no Recreio
há mais de 15 anos, apoia e ajuda na formulação do
ideal de limpeza: “a conscientização precisa estar em
foco sempre. Os banhistas esquecem que tampinhas
de garrafa ou guimbas de cigarro acabam indo parar
no mar”, afirma.
Porém, para o surfista, muitos donos de quiosques
não se preocupam com seus próprios lixos: “Tento
ajudar, mas a maioria dos quiosques daqui não cuida
dos seus dejetos, nem tentam conscientizar seus
frequentadores”, disse ele.
Sandra Regina Ornellas, 56 anos, sócia-proprietária
do quiosque Cavalo Marinho, na Praia da Reserva,
conta que após notar que seus clientes não coletavam
o lixo na areia, resolveu disponibilizar nas barracas
sacos plástico para facilitar a limpeza da praia:
“Deixo a sacola plástica sempre presa no interior do
guarda-sol, quando o cliente sai, meu funcionário
vai lá e recolhe. Tento ajudar no que posso, mas não
é fácil, nem todos tem a consciência de manter a
praia limpa”, argumenta ela.
Acriaçãodeprojetoseainiciativadosquiosquesem
mobilizar as pessoas na limpeza das praias pretendem
deixar um legado para as próximas gerações, e assim,
preservar a Reserva Ecológica Marapendi.
Resíduos recolhidos durante um dos mutirões
O sucesso da Reservalores chamou a atenção da
mídia: a ONG foi o tema de um episódio exclusivo do
programa Coletivo OFF, exibido em Abril de 2015.
O programa mostra o lado ecológico de pequenas
iniciativas por todo o Brasil. No episódio, Lima
Filho explica como o projeto foi idealizado, quais as
próximas metas e o que acontece com o microlixo
que vai parar no mar.
Guimbas de cigarro podem ser engolidas por animais
Eduardo e os volutários da Reservalores
Foto:Arquivo
O
N
G
Foto:Arquivo
O
NG
10
CORRIDA PERDIDA
Faltando um ano para os Jogos Olímpicos,
o projeto de despoluição das lagoas
da Barra não sairá do papel a tempo.
Agora, o Governo corre contra o relógio
para amenizar a situação.
Por Rafael Loreto/ Fotos Luisa Marujo
11
Lixo flutuante, despejo de esgoto, cheiro forte
e ilhas de lodo. O cenário do complexo lagunar da
Barra da Tijuca não está nem perto do prometido ao
Comitê Olímpico Internacional (COI) com lagoas
despoluídas, águas azuis, e transporte sobre balsas.
Com as obras atrasadas em mais de dois anos, o Go-
verno do Rio de Janeiro tem se esforçado agora para
limpar, pelo menos, a Lagoa de Jacarepaguá, vizinha
à Vila dos atletas e do Parque Olímpico.
Quando o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar
as Olimpíadas de 2016, em dois de outubro de 2009,
os moradores da região da Barra comemoraram o
fato de estar nos encargos das Olimpíadas a despo-
luição do sistema lagunar. Mas faltando somente um
ano para os Jogos, a situação não mudou muito e as
promessas mal saíram do papel. O projeto básico do
programa de despoluição só foi apresentado em 2012.
Com a demora de um ano na concessão da licença
ambiental e mais um ano para avaliação do projeto
pelo Ministério Publico Federal, a movimentação de
funcionários só começou em janeiro deste ano. Com
um prazo de conclusão estimado entre 24 e 30 meses,
não há mais tempo para despoluir.
Segundo o engenheiro aposentado da CEDAE
José Carlos Scassa, autor do projeto de saneamento
da Barra e Jacarepaguá, o governo estadual nunca in-
vestiu o necessário para executar o plano na íntegra:
- O projeto de esgoto da região da Baixada de Jaca-
repaguá foi feito no final da década de 70, mas o estado
nunca investiu o necessário. A situação da região só
começou a ficar “menos pior” com a construção do
emissário e da estação de esgoto. Antes disso, todo o
esgoto era jogado diretamente nas lagoas.
Ele também ressalta que a ocupação ilegal das
margens das lagoas também contribui para a degra-
dação das lagoas.
- A favelização no entorno das lagoas também é
preocupante. As favelas do Rio das Pedras e da Cidade
de Deus não foram previstas no projeto de saneamen-
to, e não possuem qualquer tipo de coleta ou trata-
mento, despejando esgoto diretamente nos rios que
correm para as lagoas. A CEDAE construiu unidades
de tratamento em alguns deles, mas é uma medida
paliativa que não acaba com o problema principal –
completou Scassa.
Poluídas e assoreadas
	 A situação das quatro lagoas é preocupan-
te. Todas se encontram muito poluídas e assoreadas.
A situação da Lagoa da Tijuca é a pior, com quase
70% de assoreamento. Sua profundidade média é de
apenas 30 centímetros. Em alguns pontos já surgem
ilhas de lodo usadas por garças, e em outros é possível
até caminhar.
A Lagoa de Camorim quase desaparece sob o ta-
pete de gigogas. Recebendo o esgoto das comunida-
des de Rio das Pedras e Cidade de Deus, essa lagoa é a
que mais sofre diretamente com o despejo in natura
de esgoto. Já a Lagoa da Tijuca, próxima ao Parque
Olímpico e à vila dos atletas, por ser a mais afastada,
sofre com a pouca troca de água, e apresenta cheiro
forte de esgoto em dias de pouca chuva.
A lagoa que está em melhores condições é a de
Marapendi. Apesar de receber uma atenção maior
dos condomínios da Barra, ainda recebe esgoto de
comunidades do Recreio dos Bandeirantes, como o
Terreirão, e de condomínios não conectados à rede
de esgoto. O esgoto jogado no Canal das Taxas corre
em direção à lagoa e transforma seu fundo em esgoto
a céu aberto.
12
Corrida contra o tempo
A Secretária estadual do Meio Ambiente afirma
que, apesar de não totalmente despoluídas, as lagoas
da Barra estarão em condições melhores do que as
atuais durante os Jogos, e garante que a despoluição
será um legado para a cidade.
O projeto de recuperação ambiental posto em
vigor visa dragar e recuperar ambientalmente as
lagoas da região – Marapendi, Tijuca, Camorim
e Jacarepaguá –, além dos canais da Joatinga e de
Marapendi, totalizando um perímetro de 15 km de
extensão. Com investimentos de R$ 673.milhões,
oriundos de empréstimo do Banco do Brasil e do
Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam).
A dragagem de aproximadamente 5,7 milhões de
metros cúbicos de sedimentos poluídos do fundo das
lagoas daria para encher o equivalente a sete estádios
do Maracanã. E a técnica de acondicionamento de
material lodoso em geobags – compartimentos plás-
ticos que filtram a água do lodo - é a mesma empre-
gada na dragagem e recuperação ambiental do Canal
do Fundão.
Um estudo feito pela Secretaria estadual do
Ambiente identificou que a média de profundidade
das lagoas da Baixada de Jacarepaguá varia de zero a
50 centímetros. Com a dragagem que deve começar
até novembro, oscilará entre 1,5m e 3,5m.
Para o engenheiro ambiental David Zee, mora-
dor da Barra que luta há 40 anos pela preservação
ambiental das Lagoas da Barra, a dragagem é funda-
mental, ainda que não vá solucionar todo o problema:
- O assoreamento das lagoas impede a chegada
do mar. Por isso, a dragagem dos canais, por mais
que não resolva o problema, é importante. Assim
se consegue reativar a troca de água das lagoas.
O prolongamento do quebra-mar é outra medida
necessária. Pois assim haverá uma troca de água em
profundidades maiores.
A Cedae, em comunicado, afirma que já foram
investidos R$ 600 milhões do Fundo Estadual de
Conservação Ambiental (Fecam), em uma Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE), em 15 elevatórias, e no
emissário submarino de 5 km de extensão, que lança
esgoto tratado em alto mar. O órgão afirma ainda que
estão assegurados outros R$ 600 milhões, também
do Fecam, para as obras de saneamento da região.
Essas intervenções abrangem, entre outras iniciativas,
a continuação da implantação de redes de esgota-
mento sanitário e de troncos coletores e a construção
de novas elevatórias de recalque de esgoto.
13
Sistemas elétrico, de internet e TV a cabo também estão disponíveis
na Gigóia, mas nem todos os moradores conseguem pagar por esses ser-
viços, recorrendo aos “gatos”. Um fato interessante é a falta de policia-
mento no local, e de acordo com os moradores nunca houve necessidade
da intervenção policial.
Apesar disso, o compromisso do governo com a Gigóia não é notável:
nem todas as ruas são pavimentadas, não há espaços de lazer e os mora-
dores convivem com racionamento de água, além da falta de saneamento
básico. O último está prejudicando a vida de seres marinhos da lagoa,
que serve como escoamento de esgoto tanto dos moradores da ilha como
dos condomínios ao redor.
Como vivem os moradores e quais ações
sustentáveis são praticadas na pacata
ilha situada na Barra da Tijuca
Desconhecida pela maioria dos
moradores da cidade do Rio, a Ilha
da Gigóia está localizada na Lagoa
de Marapendi, na Barra da Tijuca.
Seu ambiente calmo, simplório e
com residências de até três an-
dares, contrasta com a correria,
mordernização e os arranha-céus
do restante do bairro. O comércio
é composto por um mercadinho,
um hortifruti e bares.
O local também abriga resquí-
cio do ecossistema de manguezais,
com presença de garças brancas e
cinzas, caranguejos, martim-pes-
cadores, dentre outros animais.
A ilha conta com a limpeza e
coleta de lixo feitas pela Comlurb
três vezes por semana. Porém,
como não há latões de lixo por
todo o território, nos dias entre as
coletas, as vielas ficam com pilhas
de sacos de lixo no chão.
A VIDA NA GIGÓIA
A travessia até a Gigóia é feita por pequenas balsas
e a passagem custa R$1,00;
Composta por vielas, o único meio de transporte
na Ilha é a bicicleta;
Possui aproximadamente 5000 mil moradores
(a maioria de baixa renda) e 1500 residências
(dentre elas, 6 pousadas);
A ilha atrai jovens mochileiros do mundo todo.
CURIOSIDADES
Por Larissa Feital/ Fotos Luisa Marujo
14
Asdificuldadesecológicasefaltademobilizaçãodosmoradores
Em entrevista para Revista IBMEC (ainda sem nome), Lacerda falou
sobre as dificuldades de desenvolver ações na ilha. “Implantamos o sis-
tema de coleta seletiva duas vezes na semana, mas o projeto era patroci-
nado e, quando o dinheiro acabou, não conseguimos continuar com ele.
A falta de iniciativa dos moradores prejudica a performance dos projetos.”
Questionado sobre a falta de saneamento básico, o coordenador do
Instituto disse que está correndo atrás de soluções, porém a Cedae ainda
não apresentou propostas concretas. “A expansão da rede de esgoto não
acompanhou a expansão populacional. Somente as casas mais antigas
possuem saneamento básico”, disse Marcos Lacerda.
Moradores reclamam da falta de água constante, mas quando ques-
tionado sobre o assunto, Lacerda disse: “Estamos vivendo numa situa-
ção complicada quando o assunto é abastecimento de água. Não é um
problema particular da ilha e sim do Rio de Janeiro.”
Apesar de todos os obstáculos, os moradores da Gigóia são apaixo-
nados por onde moram e torcem por um futuro melhor. Contudo, ele
só acontecerá se a sociedade local trabalhar lado a lado com o instituto
Terra Azul e a Amagic para desenvolver ações e cobrar do governo que
cumpra com suas obrigações.
As vozes da Ilha
Com o crescimento popula-
cional intenso, os moradores sen-
tiram a necessidade da criação de
uma associação que servisse como
porta voz tanto da Gigóia quanto
das ilhas ao redor. Assim surgiu a
Amaigc (Associação de Moradores
da Gigóia e Co-Irmãs), coordenada
por Eduardo Dias. Além de pre-
sidente da Amaigc, Tico (como é
conhecido por todos no local) criou
também o Projeto Arte e Liberdade,
em 2007, visando educar crianças e
jovens carentes, através do esporte,
do teatro e da música.
O projeto surgiu da vontade
de passar seus conhecimentos
para outras crianças: “Eu sempre
fui do meio artístico e esportivo.
Até que eu senti a necessidade de
passar meu conhecimento para
outras crianças. Eu acredito que
a arte é livre. Temos a liberdade
de fazer arte quando quisermos e
onde quisermos. O brasileiro já é
artista por natureza.”
Perguntado sobre a ajuda de
patrocinadores, Tico disse que esse
não é o objetivo do Arte e Liberda-
de: “Não quero ajuda de patrocina-
dores. Não quero receber o dinheiro
por um tempo e montar vários pro-
jetos e depois, quando a ajuda aca-
bar, ter de interromper o que cons-
truí. Meu objetivo é ajudar crianças
e jovens com aquilo que eu tenho e
os meus conhecimentos”, afirmou.
Em paralelo ao Arte e Liber-
dade, foi implantado na Gigóia o
Instituto Terra Azul. A organização
social sem fins lucrativos coordena-
da por Marcos Sant’Anna Lacerda,
busca a sustentabilidade ambien-
tal, cultural, social e econômica da
região e trabalha lado a lado com a
Amagic para tornar os projetos reais.
Sacos de lixo jogados no canto da calçada
15
Rio de Janeiro: Caminhando para
um futuro sustentável?
Surge um projeto inovador, empenhado em levar
verde ao cinza da cidade: A Ilha Pura
O Rio de Janeiro, segundo a OMS (Organização
Mundial de Saúde) já é 23° cidade mais poluída do
mundo, a 7ª da América do Sul, com um nível de
poluição duas vezes maior que o suportável pelos
seres humanos sem que sofram danos a saúde. Diante
disso, a capital vive uma batalha para se tornar uma
cidade mais limpa e saudável, buscando novas solu-
ções para resolver este problema que tem piorado nos
últimos anos.
A Barra da Tijuca, com cerca 330 mil moradores e
quase 600 mil pessoas transitando todos os dias, vive
desde 2012 a expectativa de estrear uma alternativa
ecológica aos poluentes grandes condomínios.
A iniciativa, chamada de Ilha Pura, tem mais de
800 mil metros quadrados, e foi projetada pelas cons-
trutoras Carvalho Hosken e Odebrecht para conter
mais de 3600 apartamentos e ser um bairro sustentável
em meio à poluição da Zona Oeste.
O projeto recebeu do GBC (Green Building
Council), o certificado LEED for Neighborhood De-
velopment (LEED para Desenvolvimento de Bairros),
que integra princípios de crescimento planejado e in-
teligente, urbanismo sustentável e edificações verdes.
O LEED valoriza também a utilização de transporte pú-
blico, eficiente e alternativo e criação de áreas de lazer,
tais como parques e espaços públicos de alta qualidade.
Por Jorge Guilherme Pereira
Ilha Pura obras em processo de finalização
Foto:AncelmoGois
16
Como surgiu a ideia de fazer um bairro
sustentável, dentro de uma Como surgiu
a ideia de fazer um bairro sustentável,
dentro de uma das maiores e mais ricas
regiões do Rio de Janeiro?
Não sei precisar como nem quando
surgiu a ideia. A verdade é que a
Odebrecht sempre procurou inovar
em suas construções. Quando surgiu a
oportunidade junto a Carvalho Hosken,
apesar dos riscos, com as garantias do
governo, sabíamos da nossa capacidade
de fazer algo grande, com o cenário a
nosso favor.
Como funciona essa parceria?
A Carvalho Hosken entrou com o terreno,
toda a área já pertencia a eles. A Odebrecht
com a construção dos prédios, condo-
mínios, áreas internas, etc. Por último
mas não menos necessário, o Governo da
Cidade se prontificou a levar água, esgoto,
luz e o BRT até o novo bairro.
A sustentabilidade foi pensada até na
fase de construção?
Mas é claro! Toda a obra foi planejada
para causar os menores impactos possí-
veis ao meio ambiente.
Mas desmatar uma área tão grande
como a da Ilha Pura não vai na direção
oposta da sustentabilidade?
Nós temos que lidar com a realidade,
o mundo está crescendo, a população
aumentando, precisamos de mais espaço
para moradias. Todo o processo de cons-
trução da Ilha Pura foi planejado para re-
duzir ao máximo o impacto ambiental e
nós conseguimos obedecer esse objetivo!
Como você imagina o mundo daqui a
100 anos, em relação à sustentabilidade?
Imagino-o completamente diferente do
que é hoje, totalmente fora dos padrões
que conhecemos. Construções, mercado,
pessoas e organizações, todos se adap-
tando as condições de fazer um mundo
melhor e mais saudável.
Em entrevista, Otávio Andrade, gerente de projetos
da Odebrecht, explica mais sobre o projeto:
Qual a importância do projeto para o
futuro e as próximas gerações?
O mundo que em que nossos filhos vive-
rão é o que nós estamos fazendo agora.
Tudo depende do que a gente vai deixar
para eles, entende? É importante não
deixar somente boas intenções, mas obras
concretas, pra que eles possam saber que é
possível e necessário trabalhar para que o
mundo sobreviva. O homem foi o grande
vilão do meio ambiente nos dois últimos
séculos, está na hora de virar essa página.
Você acha que um projeto com essa
intenção e com esses padrões de sus-
tentabilidade irá influenciar outros no
futuro, inclusive de outras empresas?
Sem dúvida. Nossa ideia é fazer escola,
mudar a mentalidade da construção,
mostrar que é possível sim, planejar
um mega empreendimento imobiliário
reduzindo os impactos ao meio ambiente,
tanto com a construção quanto com a
habitação, a curto e longo prazo.
Especialista enxerga projeto com desconfiança
Porém, nem tudo é certo. Marília Couto de Souza,
arquiteta e urbanista especializada em sustentabili-
dade do DAU-PUC (Departamento de Arquitetura e
Urbanismo da PUC-RIO), enxerga com ceticismo o
projeto. Para ela, tudo pode não passar de uma joga-
da de marketing que pouco terá compromisso com a
sustentabilidade: “Sem perceber que o que precisa é
plantar florestas, conservar rios, córregos e manan-
ciais, reduzir consumo e aproveitar todos os resíduos,
não haverá reversão do quadro de poluição. E quando
falo em reduzir o consumo, me refiro também a morar-
mos em moradias mais modestas e menos poluentes”.
Herzog completa, sem acreditar muito na proposta:
“Não adianta continuar desmatando, aterrando áreas
úmidas, cortando morros pra construir vias e estradas
para veículos movidos a combustível fóssil e se valer de
um discurso descolado de realidade, enquanto o povo
desconhece tudo que acontece. A natureza age forte, há
de se ter uma preocupação com os impactos ambientais”.
A Ilha Pura será entregue em dezembro de 2015,
para ser usada pelo Comitê Olímpico como hospe-
dagem dos atletas que disputarão os jogos de 2016.
Restando apenas alguns meses até a data final,
a expectativa para o futuro é grande tanto sobre o
cumprimento de uma meta verdadeiramente susten-
tável quanto se o projeto irá continuar funcionando
de forma sustentável no longo prazo.
Poluição na Barra.
Foto: UOL
17
Por causa da preocupação atual com o futuro das
próximas gerações e com a saúde, muitos estão pro-
curando suprir as necessidades sem agredir o meio
ambiente.Essaéaideiaquefezsurgirosrestaurantes
sustentáveis, empreendimentos que buscam usar os
recursos naturais, de forma que se mantenham no
futuro e incentivar a produção e consumo de
alimentos orgânicos.
Para abastecer as cozinhas, os ingredientes orgâ-
nicos são sazonais e cultivados nas proximidades dos
restaurantes, evitando produtos exportados. Além
disso, para não desperdiçar, os pratos fazem o apro-
veitamento integral dos alimentos.
Em seus sites, além de venderem pratos, os
restaurantes sustentáveis vendem também um estilo
de vida. A maioria deles destaca em sua missão a sus-
tentabilidade e o respeito ao planeta a partir da esco-
lha de ingredientes nacionais frescos e saudáveis.
“Acho que é uma tendência
no mundo todo...”
Os empreendimentos da Barra da Tijuca costu-
mam ter bastante movimento e clientes com uma
crescente preocupação ambiental: “Procuro uma
culinária mais saudável, tanto para o nosso cor-
po, como para o meio ambiente”, afirmou Rafaela
Fernandes, que costuma frequentar estes restau-
rantes. Leonardo Rego, dono do Quadrifoglio, do
Village Mall, acredita que a sociedade brasileira
quer ficar mais saudável “Acho que é uma ten-
dência no mundo todo, pois a informação quan-
to aos efeitos nocivos de determinados produtos
está mais difundida e é natural que os indivíduos
tenham preferência por eles”, disse ele.
Uma Culinária Sustentável
Com restaurantes e feiras orgânicas, o morador da Barra da Tijuca
agora tem condições de manter uma vida mais sustentável.
Por Larissa Veillard Reis
Foto:RestauranteOrgBistrô
Mesa café da manhã. Além de usarem ingredientes
frescos, os produtos não contém glúten, pois o
restaurante não trabalha com itens alergênicos.
Foto:RestauranteQuadrifoglioFoto:RestaurantePomarOrgânico
Pratos do cardápio Stuzzichini. Ingredientes são frescos e
sua produção de massas, pães e sobremesas
são feitas artesanalmente todos os dias.
Prato da Tati. O cardápio é alterado diariamente,
de acordo com os produtos que recebe.
18
Festival Gastronômico
na Barra da Tijuca
Em 2014, o Rio de Janeiro recebeu pela pri-
meira vez uma edição do Menu Sustentável, evento
que ocorreu de 20 de outubro a 02 de novembro, na
Barra. A intenção do evento, pensado pelos mesmos
organizadores do Restaurant Week, foi divulgar a
gastronomia orgânica.
Para isso, foram reunidos grandes restaurantes,
responsáveis pela elaboração de pratos com preocu-
pação socioambiental. Eles preparavam um menu
composto por entrada, prato principal e sobreme-
sa com valores entre R$ 29,90 e R$ 49,90, mais R$
1,00 de doação para ação social. Os valores para ação
social foram destinados ao Instituto Maniva (OSCIP),
que atua no fortalecimento da agricultura familiar
agroecológica e orgânica.
Tati Lund, dona do Org Bistrô, na Olegário Maciel,
disse que seu restaurante costuma ser chamado para
eventos gastronômicos, e que participaria novamente
Para serem considerados orgânicos, os alimentos devem ser
cultivados em solos equilibrados e ricos em nutrientes, sem o uso
de adubos sintéticos e agrotóxicos. Quando vendido, o produto
deve apresentar um selo brasileiro determinado pela Lei dos
Orgânicos ou pela declaração do produtor orgânico familiar.
do Menu Sustentável. Já Leonardo Rego a falta de
visibilidade da primeira edição do evento: “Partici-
pamos porque achamos que estava em conformida-
de com a nossa proposta e seria uma oportunidade
de difundirmos a nossa identificação com o con-
ceito. Tivemos alguma aparição na mídia espontâ-
nea como benefício da nossa participação. Mas não
achei que o evento teve muita visibilidade”, afirmou
o dono do Quadrifoglio.
Na Barra da Tijuca, é possível também levar a
sustentabilidade para casa, pois o bairro oferece
feiras orgânicas. Há uma no Itanhangá e outra
na Rua Professor Millward, na Barrinha. As fei-
ras ocorrem uma vez na semana e nelas é possível
encontrar legumes, verduras, frutas, ovos e produ-
tos processados com certificação.
Para a estudante de nutrição Isabella Bittencourt,
iniciativas como as feiras orgânicas são prova de que
a sociedade brasileira está mudando sua forma de se
alimentar: “aos poucos, as pessoas estão se preocu-
pando com sua alimentação, mesmo que ainda não
sejam a maioria”.
Foto: Restaurante Quadrifoglio
io
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  • 1. BARRA DA TIJUCA Os desafios ecológicos da • Ilha da Gigóia • ONG Reservalores • Ciclismo • Despoluição das lagoas locais • Brechós • Gastronomia ecológica e muito mais! Revista dos alunos de Jornalismo e Públicidade do IBMEC Rio de Janeiro - Junho de 2015
  • 2.
  • 3. 3 EDITORIAL Nesta edição A Geraçãoi nasceu do desejo dos alunos e professores das graduações em Comunicação Social do Ibmec da Barra da Tijuca de entender melhor o mundo à nossa volta e colocar em prá- tica os conhecimentos adquiridos nos cursos. Experiência interdisciplinar, a revista é um esforço coletivo, que reúne os olhares de futuros jornalistas e publicitários sobre a comunicação e o panorama contemporâneo. (Re)Use e abuse............................................4 Escola de ciclismo.........................................6 Em busca da praia perfeita........................8 Corrida perdida...........................................10 A vida na Gigóia...........................................13 Projeto Ilha Pura.........................................15 Culinária sustentável.................................17 Nessa edição, a sustentabilidade é o tema central. Comportamento, meio ambiente e alternativas para habitação, saúde e consumo são os assuntos das matérias, que abordam a aplicação de práticas sustentáveis no cotidiano. Boa leitura! Geraçãoi - Revista dos alunos de Jornalismo e Publicidade do IBMEC - RJ Redação Alunos de Jornalismo 2° período de Jornalismo: Bruna Paes, Fernando Silbert, Jorge Guilherme Pereira, Larissa Feital, Larissa Veillard, Luisa Marujo Rafael Loreto. Professoras Adriana Barsotti e Fabiana Crispino. Projeto gráfico e editoração eletrônica Alunos de Jornalismo 2° período: Bruna Paes, Larissa Feital, Luisa Marujo. Prof. Maurice Chalom Publicidade Alunos de xxxx X° período de Publicidade: Amanda XXX, Paulo Passo, Ana Clara, André Fellipe, Marcos Vinícius, Thais Dias, Julia Pontes, Anna Karina, Diana XXX, Gabriella xxx, Mariana xxx, Bruna Hoffmann, Luiza Barreto, Carolyne xxx, Catarina Brunet, Raimundo Eduardo, Raquel Cuppelo, Profª. Ângela Pingo Desenvolvimento de marca Alunos do 5° período de Publicidade: - Design de produtos, embalagens e marcas. Amanda XXX, Paulo Passo, Ana Clara, André Fellipe, Marcos Vinícius, Thais Dias, Julia Pontes, Anna Karina, Diana XXX, Gabriella xxx, Mariana xxx, Bruna Hoffmann, Luiza Barreto, Carolyne xxx, Catarina Brunet, Raimundo Eduardo,. Professores Giovani Marangoni e Ricardo Campos Foto de capa: Rafael Loreto
  • 4. 4 Use e Abuse!(Re) Economizar e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente é a nova moda. Brechós, aluguel e trocas de livros são apostas para o futuro Comprar algo barato é sempre bom. Quando podemos fazer isso ajudando a preservar o nosso planeta é ainda melhor. O consumidor está mais consciente e menos preconceituoso em relação a itens de segunda mão. O crescimento do mercado de produtos usados no Brasil está ligado à questão econômica e à susten- tabilidade. Em lugares como Estados Unidos e Europa essa consciência já é bem forte. Uma livraria diferente Vitor Oliveira e Marcus Ribeiro tomavam um chopp na Urca e tro- cavam ideias quando pensaram em criar uma empresa de aluguel de livros. Mais de uma vez eles já tinham comprado livros para fazer apenas uma prova da faculdade, o que consideravam um desper- dício. O projeto foi para frente e, após estudarem algumas soluções, A GoBooks e os brechós Era Mais Uma Vez e La Luna Mia são exemplos de consumo consciente. Além de ajudar na preservação do planeta, eles ofere- cem produtos de qualidade por um preço mais barato e ainda ajudam outras instituições. Assim, essas em- presas estão ganhando mais visibilidade e valor, e, ao mesmo tempo, tornando tudo mais sustentável. Conheça um pouco desse novo mercado que está se expandindo na Barra da Tijuca. fundaram a GoBooks, site de aluguel e venda de livros usados para estudantes. A empresa surgiu da constata- ção de que muitos dos livros utili- zados nas graduações são caros e de pouca consulta, e, após a apro- vação nas disciplinas, as obras ficam encostadas nas estantes dos alunos. Para piorar, com o tempo os títulos tornam-se ultra- passados, pois novas edições são lançadas. “O principal problema que resolvemos está ligado ao preço e ao consumo consciente. É muito mais econômico e práti- co alugar um livro do que com- pra-lo”, afirma Vitor Oliveira. Por Bruna Paes
  • 5. 5 O esquema funciona da se- guinte maneira: os estudantes en- tram no site, fazem seus pedidos, efetuam o pagamento e recebem os livros em até sete dias úteis. Após o término das aulas, eles re- tornam com os livros em caixas de devolução instaladas dentro das universidadesparceirasdaGoBooks. Além das universidades, a empresa possui convênios com as principais editoras e distribui- doras do Brasil. “Formalizamos as parcerias logo após lançarmos o primeiro piloto do site, porque percebemos que eles ofereciam descontos superiores aos das livrarias.”, disse Oliveira. Os alunos alugam os livros por causa do preço e da prati- cidade. A sustentabilidade ain- da não é o principal motivo da procura, apesar dos criadores do serviço terem a consciência de preservar o meio ambiente. Pensando no desenvolvimento sustentável, a GoBooks oferece uma opção em que o estudante pode doar R$1,5 ao finalizar o pagamento, quando se dirige ao carrinho de compras. Fazendo esta doação, o aluno permite que a empresa plante uma árvore em uma das florestas nos programas promovidos pelo IBF (Instituto Brasileiro de Florestas), no sul do país. “Fizemos esta parceria porque tínhamos uma questão em mente: Será que os estudantes irão se ligar na preservação do plane- ta? Testamos e, no primeiro ano, tivemos mais de 100 árvores plan- tadas.”, salienta Vitor, acrescen- tando que hoje já foram plantadas 300 árvores. Para quem se interessar, o endereço do site é: www.gobooks.com.br. Brechó é um barato Os brechós Era Mais Uma Vez e La Luna Mia, localizados no shopping Millennium, na Barra da Tijuca, estão fazendo o maior sucesso. O primeiro, direcionado ao público infantil, foi criado por Mônica Araripe. Depois de voltar dos Estados Unidos, ela percebeu que os brechós são muito valori- zados lá e que, no Brasil não ha- via quase nenhum, especialmen- te para crianças. “Aqui no nosso país só existiam brechós com vários produtos misturados, em- poeirados, então eu quis fazer um brechó infantil com cara de loja, onde as pessoas se sentissem bem pra comprar para os filhos.”, conta Mônica. A maioria dos produtos é for- necido por pessoas que moram na Barra e que viajam e trazem itens do exterior. Não há doação de mercadorias, é um processo con- signado, ou seja, a pessoa deixa o item no estabelecimento e quan- do ele é vendido, metade do valor arrecadado vai para ela e a outra metade, para a loja. O processo de seleção desses produtos é muito rígido: Araripe não aceita nada que esteja manchado ou quebrado e os brinquedos são testados e as roupas, provadas. Mônica afirma que a maioria dos clientes procura a loja pelo menor preço dos produtos, mas que existem pessoas que acredi- tam na ideia da sustentabilidade, já que os itens para crianças têm uma durabilidade pequena e po- dem ser reaproveitados. La Luna Mia é um brechó fundado há três anos pela atriz Danielle Winits e duas amigas, Fabiana Misse e Renata Ciraudo. A ideia surgiu através de conversas sobre os presentes em excesso que a atriz e as amigas famosas rece- biam e pela quantidade de roupas e acessórios que elas possuíam. O esquema é de consignação como no outro brechó. A gerente da loja, Joyce Brito, diz que como 30% da renda arrecadada são doados para o INCA (Instituto Nacional de Câncer) as pessoas fi- cam comovidas e querem ajudar. A gerente do La Luna Mia acredita que os clientes não com- pram em brechós pela parte da sustentabilidade, e sim pelo preço. Para ela, as pessoas ainda estão no processo de compreender que o estabelecimento vai muito além dos produtos serem mais baratos e aposta que no futuro será dife- rente: “As pessoas têm que enten- der que às vezes elas compram um produto sem necessidade. Nós temos que repassar as coisas que podem ser reutilizadas.”, diz. A sustentbabilidade ainda é um assunto para ser tratado mais a fundo e com um olhar diferente. É a partir de iniciativas como as vistas acima que o mundo vai me- lhorando em questões ambientais. Vitor e Marcus com livros Foto:Divulgação
  • 6. 6 Por Fernando Silbert Nova escola de ciclismo no Rio de Janeiro prepara futuros atletas profissionais Professor da escolhinha, Eduardo da Silva ressalta a importância do esporte para a saúde e comenta a onda de violência contra ciclistas na cidade A Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (FECIERJ), em conjunto com a Associação de Ciclismo Elite BikeRioeaFundaçãoCidadedas Artes, fez uma parceria criando uma escolinha de ciclismo de estrada, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. As atividades da escola come- çaram em 24 de fevereiro, no esta- cionamento da Cidade das Artes, antigo Cebolão da Barra. Os alu- nos entre 12 e 18 anos da escoli- nha são isentos de taxas, matrí- culas ou mensalidades. As aulas da escolinha na Cidade das Artes são das 7h às 8h30, de terça a sexta feira. As bicicletas pertencem ao projeto da escola de incentivo a futuros atletas profissionais e que são apoiados pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. O ciclismo surgiu em 1890, na França, mas foi a partir de 1900 que nasceram as grandes provas, que ao longo dos anos se tornaram as clássicas corridas de hoje e também viraram um esporte olímpico. É uma ativida- de muito indicada por médicos como exercício para queimar gordura corporal e desenvolver a resistência de força das pernas. Professor da escola de ciclismo, Eduardo da Silva ressaltou a im- portância do esporte para a saúde: “Podemos dizer que a bici- cleta, hoje, é utilizada tanto para lazer, como transporte (um meio barato e ecologicamente correto) e esporte. Independentemente do fim, ela traz inúmeros benefícios, principalmente para os espor- tistas. O ciclismo contribui para a redução de peso, proporciona fortalecimento muscular, redução de colesterol e de pressão arterial, além de aperfeiçoar o controle glicêmico da pessoa com diabe- tes, pois aumenta o consumo de glicose e a sensibilização da in- sulina, melhora o perfil lipídico, reduz os triglicerídeos e a massa total de gordura”. Após a onda de violência no Rio de Janeiro contra ciclistas, principalmente depois do caso da morte do médico Jaime Gold, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul da cidade, muitos que fazem o esporte têm ficado com medo de sair pra praticar.
  • 7. 7 no último dia 3 de maio. O local é constantemente palco desse tipo de violência, assaltos, sequestros, e até mesmo estupros”. A Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro e a Associação de Ciclismo Elite Bike Rio foram procuradas pela nossa equipe para comentar sobre os assuntos, mas não responderam. O professor explicou o por- quê dessa onda de violência contra ciclistas: “Hoje, há um mercado negro na internet ligado a esta modali- dade, e isso motiva a prática do crime. São vendidas peças caras por preços bem baixos, uma faci- lidade na venda destes produtos por criminosos. Isso acontece pela certeza da impunidade. Eles estão agindo livremente, vendendo bici- cletas roubadas”. Aluno da escola e futuro ciclista profissional, Rodrigo Fernandes, de 18 anos, comentou sobre a sen- sação de insegurança por parte dos ciclistas em toda a cidade: “Para nós, ciclistas, essas notí- cias de assaltos seguidas de mortes são apavorantes. O mais triste é que o poder público não faz nada para nos ajudar. Existe uma Comis- são de Segurança no Ciclismo da Cidade do Rio de Janeiro (CSCRJ), mas ações concretas para coibir a violência contra os ciclistas não são feitas. Soube que até um gru- po de cinco ciclistas foi feito de refém ao treinar na Vista Chinesa Aula na Cidade das Artes, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
  • 8. 8 Foto:LuisaMarujo Em busca da praia perfeita Projeto que busca a limpeza e a preservação das praias luta para conscientizar os banhistas BiólogomarinhoefundadordaONGReservalores, Eduardo Macedo de Lima Filho trabalha nas praias do Recreio dos Bandeirantes e da Barra da Tijuca, conscientizando os banhistas e os quiosqueiros para a preservação da Reserva Ecológica Marapendi que cerca a região. A ideia do projeto surgiu em 2012. Enquanto fazia um mergulho para coletar o lixo no mar, Lima Filho viu um peixe comendo uma guimba de cigarro. Então percebeu que a compreensão de manter a Reserva limpa tinha que vir de todos os usuários da praia. Depois de fazer uma pesquisa para levantar os problemas da região, o biólogo planejou as ações que seu projeto realizaria. Como resultado, mutirões de voluntários são formados todos os meses para retirar das praias os resíduos pequenos, conhecidos como microlixos – guimbas de cigarro, plásticos, tampinhas de garrafa – que passam despercebidos por muitas pessoas. Média de microlixos coletados em 100 metros de areia: 150 guimbas de cigarro 500 embalagens 500 pedaços de plástico 100 pedaços de isopor 16 garrafas de vidro 120 tampas de garrafa Por Luisa Marujo
  • 9. 9 Além da coleta de microlixo, a ONG se preocupa também com a pesca irregular e o nascimento dos peixes. Por isso, planeja localizar e mapear os locais que servem como berçários para a vida marinha na praia da Reserva. A opinião dos “praieiros” O surfista, Gabriel Samamba, 24 anos, conhece os trabalhos do projeto. Samamba, que mora no Recreio há mais de 15 anos, apoia e ajuda na formulação do ideal de limpeza: “a conscientização precisa estar em foco sempre. Os banhistas esquecem que tampinhas de garrafa ou guimbas de cigarro acabam indo parar no mar”, afirma. Porém, para o surfista, muitos donos de quiosques não se preocupam com seus próprios lixos: “Tento ajudar, mas a maioria dos quiosques daqui não cuida dos seus dejetos, nem tentam conscientizar seus frequentadores”, disse ele. Sandra Regina Ornellas, 56 anos, sócia-proprietária do quiosque Cavalo Marinho, na Praia da Reserva, conta que após notar que seus clientes não coletavam o lixo na areia, resolveu disponibilizar nas barracas sacos plástico para facilitar a limpeza da praia: “Deixo a sacola plástica sempre presa no interior do guarda-sol, quando o cliente sai, meu funcionário vai lá e recolhe. Tento ajudar no que posso, mas não é fácil, nem todos tem a consciência de manter a praia limpa”, argumenta ela. Acriaçãodeprojetoseainiciativadosquiosquesem mobilizar as pessoas na limpeza das praias pretendem deixar um legado para as próximas gerações, e assim, preservar a Reserva Ecológica Marapendi. Resíduos recolhidos durante um dos mutirões O sucesso da Reservalores chamou a atenção da mídia: a ONG foi o tema de um episódio exclusivo do programa Coletivo OFF, exibido em Abril de 2015. O programa mostra o lado ecológico de pequenas iniciativas por todo o Brasil. No episódio, Lima Filho explica como o projeto foi idealizado, quais as próximas metas e o que acontece com o microlixo que vai parar no mar. Guimbas de cigarro podem ser engolidas por animais Eduardo e os volutários da Reservalores Foto:Arquivo O N G Foto:Arquivo O NG
  • 10. 10 CORRIDA PERDIDA Faltando um ano para os Jogos Olímpicos, o projeto de despoluição das lagoas da Barra não sairá do papel a tempo. Agora, o Governo corre contra o relógio para amenizar a situação. Por Rafael Loreto/ Fotos Luisa Marujo
  • 11. 11 Lixo flutuante, despejo de esgoto, cheiro forte e ilhas de lodo. O cenário do complexo lagunar da Barra da Tijuca não está nem perto do prometido ao Comitê Olímpico Internacional (COI) com lagoas despoluídas, águas azuis, e transporte sobre balsas. Com as obras atrasadas em mais de dois anos, o Go- verno do Rio de Janeiro tem se esforçado agora para limpar, pelo menos, a Lagoa de Jacarepaguá, vizinha à Vila dos atletas e do Parque Olímpico. Quando o Rio de Janeiro foi escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016, em dois de outubro de 2009, os moradores da região da Barra comemoraram o fato de estar nos encargos das Olimpíadas a despo- luição do sistema lagunar. Mas faltando somente um ano para os Jogos, a situação não mudou muito e as promessas mal saíram do papel. O projeto básico do programa de despoluição só foi apresentado em 2012. Com a demora de um ano na concessão da licença ambiental e mais um ano para avaliação do projeto pelo Ministério Publico Federal, a movimentação de funcionários só começou em janeiro deste ano. Com um prazo de conclusão estimado entre 24 e 30 meses, não há mais tempo para despoluir. Segundo o engenheiro aposentado da CEDAE José Carlos Scassa, autor do projeto de saneamento da Barra e Jacarepaguá, o governo estadual nunca in- vestiu o necessário para executar o plano na íntegra: - O projeto de esgoto da região da Baixada de Jaca- repaguá foi feito no final da década de 70, mas o estado nunca investiu o necessário. A situação da região só começou a ficar “menos pior” com a construção do emissário e da estação de esgoto. Antes disso, todo o esgoto era jogado diretamente nas lagoas. Ele também ressalta que a ocupação ilegal das margens das lagoas também contribui para a degra- dação das lagoas. - A favelização no entorno das lagoas também é preocupante. As favelas do Rio das Pedras e da Cidade de Deus não foram previstas no projeto de saneamen- to, e não possuem qualquer tipo de coleta ou trata- mento, despejando esgoto diretamente nos rios que correm para as lagoas. A CEDAE construiu unidades de tratamento em alguns deles, mas é uma medida paliativa que não acaba com o problema principal – completou Scassa. Poluídas e assoreadas A situação das quatro lagoas é preocupan- te. Todas se encontram muito poluídas e assoreadas. A situação da Lagoa da Tijuca é a pior, com quase 70% de assoreamento. Sua profundidade média é de apenas 30 centímetros. Em alguns pontos já surgem ilhas de lodo usadas por garças, e em outros é possível até caminhar. A Lagoa de Camorim quase desaparece sob o ta- pete de gigogas. Recebendo o esgoto das comunida- des de Rio das Pedras e Cidade de Deus, essa lagoa é a que mais sofre diretamente com o despejo in natura de esgoto. Já a Lagoa da Tijuca, próxima ao Parque Olímpico e à vila dos atletas, por ser a mais afastada, sofre com a pouca troca de água, e apresenta cheiro forte de esgoto em dias de pouca chuva. A lagoa que está em melhores condições é a de Marapendi. Apesar de receber uma atenção maior dos condomínios da Barra, ainda recebe esgoto de comunidades do Recreio dos Bandeirantes, como o Terreirão, e de condomínios não conectados à rede de esgoto. O esgoto jogado no Canal das Taxas corre em direção à lagoa e transforma seu fundo em esgoto a céu aberto.
  • 12. 12 Corrida contra o tempo A Secretária estadual do Meio Ambiente afirma que, apesar de não totalmente despoluídas, as lagoas da Barra estarão em condições melhores do que as atuais durante os Jogos, e garante que a despoluição será um legado para a cidade. O projeto de recuperação ambiental posto em vigor visa dragar e recuperar ambientalmente as lagoas da região – Marapendi, Tijuca, Camorim e Jacarepaguá –, além dos canais da Joatinga e de Marapendi, totalizando um perímetro de 15 km de extensão. Com investimentos de R$ 673.milhões, oriundos de empréstimo do Banco do Brasil e do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam). A dragagem de aproximadamente 5,7 milhões de metros cúbicos de sedimentos poluídos do fundo das lagoas daria para encher o equivalente a sete estádios do Maracanã. E a técnica de acondicionamento de material lodoso em geobags – compartimentos plás- ticos que filtram a água do lodo - é a mesma empre- gada na dragagem e recuperação ambiental do Canal do Fundão. Um estudo feito pela Secretaria estadual do Ambiente identificou que a média de profundidade das lagoas da Baixada de Jacarepaguá varia de zero a 50 centímetros. Com a dragagem que deve começar até novembro, oscilará entre 1,5m e 3,5m. Para o engenheiro ambiental David Zee, mora- dor da Barra que luta há 40 anos pela preservação ambiental das Lagoas da Barra, a dragagem é funda- mental, ainda que não vá solucionar todo o problema: - O assoreamento das lagoas impede a chegada do mar. Por isso, a dragagem dos canais, por mais que não resolva o problema, é importante. Assim se consegue reativar a troca de água das lagoas. O prolongamento do quebra-mar é outra medida necessária. Pois assim haverá uma troca de água em profundidades maiores. A Cedae, em comunicado, afirma que já foram investidos R$ 600 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam), em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), em 15 elevatórias, e no emissário submarino de 5 km de extensão, que lança esgoto tratado em alto mar. O órgão afirma ainda que estão assegurados outros R$ 600 milhões, também do Fecam, para as obras de saneamento da região. Essas intervenções abrangem, entre outras iniciativas, a continuação da implantação de redes de esgota- mento sanitário e de troncos coletores e a construção de novas elevatórias de recalque de esgoto.
  • 13. 13 Sistemas elétrico, de internet e TV a cabo também estão disponíveis na Gigóia, mas nem todos os moradores conseguem pagar por esses ser- viços, recorrendo aos “gatos”. Um fato interessante é a falta de policia- mento no local, e de acordo com os moradores nunca houve necessidade da intervenção policial. Apesar disso, o compromisso do governo com a Gigóia não é notável: nem todas as ruas são pavimentadas, não há espaços de lazer e os mora- dores convivem com racionamento de água, além da falta de saneamento básico. O último está prejudicando a vida de seres marinhos da lagoa, que serve como escoamento de esgoto tanto dos moradores da ilha como dos condomínios ao redor. Como vivem os moradores e quais ações sustentáveis são praticadas na pacata ilha situada na Barra da Tijuca Desconhecida pela maioria dos moradores da cidade do Rio, a Ilha da Gigóia está localizada na Lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca. Seu ambiente calmo, simplório e com residências de até três an- dares, contrasta com a correria, mordernização e os arranha-céus do restante do bairro. O comércio é composto por um mercadinho, um hortifruti e bares. O local também abriga resquí- cio do ecossistema de manguezais, com presença de garças brancas e cinzas, caranguejos, martim-pes- cadores, dentre outros animais. A ilha conta com a limpeza e coleta de lixo feitas pela Comlurb três vezes por semana. Porém, como não há latões de lixo por todo o território, nos dias entre as coletas, as vielas ficam com pilhas de sacos de lixo no chão. A VIDA NA GIGÓIA A travessia até a Gigóia é feita por pequenas balsas e a passagem custa R$1,00; Composta por vielas, o único meio de transporte na Ilha é a bicicleta; Possui aproximadamente 5000 mil moradores (a maioria de baixa renda) e 1500 residências (dentre elas, 6 pousadas); A ilha atrai jovens mochileiros do mundo todo. CURIOSIDADES Por Larissa Feital/ Fotos Luisa Marujo
  • 14. 14 Asdificuldadesecológicasefaltademobilizaçãodosmoradores Em entrevista para Revista IBMEC (ainda sem nome), Lacerda falou sobre as dificuldades de desenvolver ações na ilha. “Implantamos o sis- tema de coleta seletiva duas vezes na semana, mas o projeto era patroci- nado e, quando o dinheiro acabou, não conseguimos continuar com ele. A falta de iniciativa dos moradores prejudica a performance dos projetos.” Questionado sobre a falta de saneamento básico, o coordenador do Instituto disse que está correndo atrás de soluções, porém a Cedae ainda não apresentou propostas concretas. “A expansão da rede de esgoto não acompanhou a expansão populacional. Somente as casas mais antigas possuem saneamento básico”, disse Marcos Lacerda. Moradores reclamam da falta de água constante, mas quando ques- tionado sobre o assunto, Lacerda disse: “Estamos vivendo numa situa- ção complicada quando o assunto é abastecimento de água. Não é um problema particular da ilha e sim do Rio de Janeiro.” Apesar de todos os obstáculos, os moradores da Gigóia são apaixo- nados por onde moram e torcem por um futuro melhor. Contudo, ele só acontecerá se a sociedade local trabalhar lado a lado com o instituto Terra Azul e a Amagic para desenvolver ações e cobrar do governo que cumpra com suas obrigações. As vozes da Ilha Com o crescimento popula- cional intenso, os moradores sen- tiram a necessidade da criação de uma associação que servisse como porta voz tanto da Gigóia quanto das ilhas ao redor. Assim surgiu a Amaigc (Associação de Moradores da Gigóia e Co-Irmãs), coordenada por Eduardo Dias. Além de pre- sidente da Amaigc, Tico (como é conhecido por todos no local) criou também o Projeto Arte e Liberdade, em 2007, visando educar crianças e jovens carentes, através do esporte, do teatro e da música. O projeto surgiu da vontade de passar seus conhecimentos para outras crianças: “Eu sempre fui do meio artístico e esportivo. Até que eu senti a necessidade de passar meu conhecimento para outras crianças. Eu acredito que a arte é livre. Temos a liberdade de fazer arte quando quisermos e onde quisermos. O brasileiro já é artista por natureza.” Perguntado sobre a ajuda de patrocinadores, Tico disse que esse não é o objetivo do Arte e Liberda- de: “Não quero ajuda de patrocina- dores. Não quero receber o dinheiro por um tempo e montar vários pro- jetos e depois, quando a ajuda aca- bar, ter de interromper o que cons- truí. Meu objetivo é ajudar crianças e jovens com aquilo que eu tenho e os meus conhecimentos”, afirmou. Em paralelo ao Arte e Liber- dade, foi implantado na Gigóia o Instituto Terra Azul. A organização social sem fins lucrativos coordena- da por Marcos Sant’Anna Lacerda, busca a sustentabilidade ambien- tal, cultural, social e econômica da região e trabalha lado a lado com a Amagic para tornar os projetos reais. Sacos de lixo jogados no canto da calçada
  • 15. 15 Rio de Janeiro: Caminhando para um futuro sustentável? Surge um projeto inovador, empenhado em levar verde ao cinza da cidade: A Ilha Pura O Rio de Janeiro, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) já é 23° cidade mais poluída do mundo, a 7ª da América do Sul, com um nível de poluição duas vezes maior que o suportável pelos seres humanos sem que sofram danos a saúde. Diante disso, a capital vive uma batalha para se tornar uma cidade mais limpa e saudável, buscando novas solu- ções para resolver este problema que tem piorado nos últimos anos. A Barra da Tijuca, com cerca 330 mil moradores e quase 600 mil pessoas transitando todos os dias, vive desde 2012 a expectativa de estrear uma alternativa ecológica aos poluentes grandes condomínios. A iniciativa, chamada de Ilha Pura, tem mais de 800 mil metros quadrados, e foi projetada pelas cons- trutoras Carvalho Hosken e Odebrecht para conter mais de 3600 apartamentos e ser um bairro sustentável em meio à poluição da Zona Oeste. O projeto recebeu do GBC (Green Building Council), o certificado LEED for Neighborhood De- velopment (LEED para Desenvolvimento de Bairros), que integra princípios de crescimento planejado e in- teligente, urbanismo sustentável e edificações verdes. O LEED valoriza também a utilização de transporte pú- blico, eficiente e alternativo e criação de áreas de lazer, tais como parques e espaços públicos de alta qualidade. Por Jorge Guilherme Pereira Ilha Pura obras em processo de finalização Foto:AncelmoGois
  • 16. 16 Como surgiu a ideia de fazer um bairro sustentável, dentro de uma Como surgiu a ideia de fazer um bairro sustentável, dentro de uma das maiores e mais ricas regiões do Rio de Janeiro? Não sei precisar como nem quando surgiu a ideia. A verdade é que a Odebrecht sempre procurou inovar em suas construções. Quando surgiu a oportunidade junto a Carvalho Hosken, apesar dos riscos, com as garantias do governo, sabíamos da nossa capacidade de fazer algo grande, com o cenário a nosso favor. Como funciona essa parceria? A Carvalho Hosken entrou com o terreno, toda a área já pertencia a eles. A Odebrecht com a construção dos prédios, condo- mínios, áreas internas, etc. Por último mas não menos necessário, o Governo da Cidade se prontificou a levar água, esgoto, luz e o BRT até o novo bairro. A sustentabilidade foi pensada até na fase de construção? Mas é claro! Toda a obra foi planejada para causar os menores impactos possí- veis ao meio ambiente. Mas desmatar uma área tão grande como a da Ilha Pura não vai na direção oposta da sustentabilidade? Nós temos que lidar com a realidade, o mundo está crescendo, a população aumentando, precisamos de mais espaço para moradias. Todo o processo de cons- trução da Ilha Pura foi planejado para re- duzir ao máximo o impacto ambiental e nós conseguimos obedecer esse objetivo! Como você imagina o mundo daqui a 100 anos, em relação à sustentabilidade? Imagino-o completamente diferente do que é hoje, totalmente fora dos padrões que conhecemos. Construções, mercado, pessoas e organizações, todos se adap- tando as condições de fazer um mundo melhor e mais saudável. Em entrevista, Otávio Andrade, gerente de projetos da Odebrecht, explica mais sobre o projeto: Qual a importância do projeto para o futuro e as próximas gerações? O mundo que em que nossos filhos vive- rão é o que nós estamos fazendo agora. Tudo depende do que a gente vai deixar para eles, entende? É importante não deixar somente boas intenções, mas obras concretas, pra que eles possam saber que é possível e necessário trabalhar para que o mundo sobreviva. O homem foi o grande vilão do meio ambiente nos dois últimos séculos, está na hora de virar essa página. Você acha que um projeto com essa intenção e com esses padrões de sus- tentabilidade irá influenciar outros no futuro, inclusive de outras empresas? Sem dúvida. Nossa ideia é fazer escola, mudar a mentalidade da construção, mostrar que é possível sim, planejar um mega empreendimento imobiliário reduzindo os impactos ao meio ambiente, tanto com a construção quanto com a habitação, a curto e longo prazo. Especialista enxerga projeto com desconfiança Porém, nem tudo é certo. Marília Couto de Souza, arquiteta e urbanista especializada em sustentabili- dade do DAU-PUC (Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-RIO), enxerga com ceticismo o projeto. Para ela, tudo pode não passar de uma joga- da de marketing que pouco terá compromisso com a sustentabilidade: “Sem perceber que o que precisa é plantar florestas, conservar rios, córregos e manan- ciais, reduzir consumo e aproveitar todos os resíduos, não haverá reversão do quadro de poluição. E quando falo em reduzir o consumo, me refiro também a morar- mos em moradias mais modestas e menos poluentes”. Herzog completa, sem acreditar muito na proposta: “Não adianta continuar desmatando, aterrando áreas úmidas, cortando morros pra construir vias e estradas para veículos movidos a combustível fóssil e se valer de um discurso descolado de realidade, enquanto o povo desconhece tudo que acontece. A natureza age forte, há de se ter uma preocupação com os impactos ambientais”. A Ilha Pura será entregue em dezembro de 2015, para ser usada pelo Comitê Olímpico como hospe- dagem dos atletas que disputarão os jogos de 2016. Restando apenas alguns meses até a data final, a expectativa para o futuro é grande tanto sobre o cumprimento de uma meta verdadeiramente susten- tável quanto se o projeto irá continuar funcionando de forma sustentável no longo prazo. Poluição na Barra. Foto: UOL
  • 17. 17 Por causa da preocupação atual com o futuro das próximas gerações e com a saúde, muitos estão pro- curando suprir as necessidades sem agredir o meio ambiente.Essaéaideiaquefezsurgirosrestaurantes sustentáveis, empreendimentos que buscam usar os recursos naturais, de forma que se mantenham no futuro e incentivar a produção e consumo de alimentos orgânicos. Para abastecer as cozinhas, os ingredientes orgâ- nicos são sazonais e cultivados nas proximidades dos restaurantes, evitando produtos exportados. Além disso, para não desperdiçar, os pratos fazem o apro- veitamento integral dos alimentos. Em seus sites, além de venderem pratos, os restaurantes sustentáveis vendem também um estilo de vida. A maioria deles destaca em sua missão a sus- tentabilidade e o respeito ao planeta a partir da esco- lha de ingredientes nacionais frescos e saudáveis. “Acho que é uma tendência no mundo todo...” Os empreendimentos da Barra da Tijuca costu- mam ter bastante movimento e clientes com uma crescente preocupação ambiental: “Procuro uma culinária mais saudável, tanto para o nosso cor- po, como para o meio ambiente”, afirmou Rafaela Fernandes, que costuma frequentar estes restau- rantes. Leonardo Rego, dono do Quadrifoglio, do Village Mall, acredita que a sociedade brasileira quer ficar mais saudável “Acho que é uma ten- dência no mundo todo, pois a informação quan- to aos efeitos nocivos de determinados produtos está mais difundida e é natural que os indivíduos tenham preferência por eles”, disse ele. Uma Culinária Sustentável Com restaurantes e feiras orgânicas, o morador da Barra da Tijuca agora tem condições de manter uma vida mais sustentável. Por Larissa Veillard Reis Foto:RestauranteOrgBistrô Mesa café da manhã. Além de usarem ingredientes frescos, os produtos não contém glúten, pois o restaurante não trabalha com itens alergênicos. Foto:RestauranteQuadrifoglioFoto:RestaurantePomarOrgânico Pratos do cardápio Stuzzichini. Ingredientes são frescos e sua produção de massas, pães e sobremesas são feitas artesanalmente todos os dias. Prato da Tati. O cardápio é alterado diariamente, de acordo com os produtos que recebe.
  • 18. 18 Festival Gastronômico na Barra da Tijuca Em 2014, o Rio de Janeiro recebeu pela pri- meira vez uma edição do Menu Sustentável, evento que ocorreu de 20 de outubro a 02 de novembro, na Barra. A intenção do evento, pensado pelos mesmos organizadores do Restaurant Week, foi divulgar a gastronomia orgânica. Para isso, foram reunidos grandes restaurantes, responsáveis pela elaboração de pratos com preocu- pação socioambiental. Eles preparavam um menu composto por entrada, prato principal e sobreme- sa com valores entre R$ 29,90 e R$ 49,90, mais R$ 1,00 de doação para ação social. Os valores para ação social foram destinados ao Instituto Maniva (OSCIP), que atua no fortalecimento da agricultura familiar agroecológica e orgânica. Tati Lund, dona do Org Bistrô, na Olegário Maciel, disse que seu restaurante costuma ser chamado para eventos gastronômicos, e que participaria novamente Para serem considerados orgânicos, os alimentos devem ser cultivados em solos equilibrados e ricos em nutrientes, sem o uso de adubos sintéticos e agrotóxicos. Quando vendido, o produto deve apresentar um selo brasileiro determinado pela Lei dos Orgânicos ou pela declaração do produtor orgânico familiar. do Menu Sustentável. Já Leonardo Rego a falta de visibilidade da primeira edição do evento: “Partici- pamos porque achamos que estava em conformida- de com a nossa proposta e seria uma oportunidade de difundirmos a nossa identificação com o con- ceito. Tivemos alguma aparição na mídia espontâ- nea como benefício da nossa participação. Mas não achei que o evento teve muita visibilidade”, afirmou o dono do Quadrifoglio. Na Barra da Tijuca, é possível também levar a sustentabilidade para casa, pois o bairro oferece feiras orgânicas. Há uma no Itanhangá e outra na Rua Professor Millward, na Barrinha. As fei- ras ocorrem uma vez na semana e nelas é possível encontrar legumes, verduras, frutas, ovos e produ- tos processados com certificação. Para a estudante de nutrição Isabella Bittencourt, iniciativas como as feiras orgânicas são prova de que a sociedade brasileira está mudando sua forma de se alimentar: “aos poucos, as pessoas estão se preocu- pando com sua alimentação, mesmo que ainda não sejam a maioria”. Foto: Restaurante Quadrifoglio
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