Este documento descreve o caso de um paciente de 69 anos com arritmia cardíaca que realizou uma cintilografia miocárdica com estresse farmacológico para avaliar a presença de isquemia. O paciente apresentou déficit cronotrópico no teste de esforço e foi submetido a estresse físico em protocolo de rampa, que mostrou imagem normal sem isquemia. O documento discute as indicações e contraindicações dos diferentes métodos de estresse para cintilografia miocárdica.
Caso Clínico: Uso da Cintilografia Miocárdica em Paciente com Arritmia Cardíaca
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Caso Clínico
Uso da Cintilografia Miocárdica em Paciente com Arritmia Cardíaca
Serviço de Medicina Nuclear e Imagem Molecular
Hospital Universitário Antônio Pedro
Contato: medicina.nuclear@huap.uff.br
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Autores
Aryanne Guimarães Ferreira,
Aluna de Graduação de Medicina da UFF e bolsista FAPERJ de Iniciação
Científica
Dr. Leandro Rocha Messias,
Mestre em Cardiologia pela UFF
Doutorando da Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF
Colaboradores
Dra. Sandra Marina Ribeiro Miranda
Mestre em Cardiologia pela UFF
Doutorando da Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF
Dr. Jader Cunha de Azevedo
Mestre em Cardiologia pela UFF
Doutorando da Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares da UFF
3. História Clínica
A.R.M – 69 anos, branco, aposentado, natural e residente de
Niterói.
QP: “Coração batendo fraco.
HDA: Paciente em acompanhamento de HAS e DM em
unidade básica de saúde do bairro de Caramujo relata que há
cinco anos teve diagnóstico de bradicardia assintomática. H.
Social: Ex-tabagista. Etilista social.
Solicitado por seu médico assistente teste de esforço cujo
laudo foi “déficit cronotrópico e positivo para DAC”.
Complementado, então, com cintilografia miocárdica.
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Discussão
A continuação da investigação de doença arterial
coronariana através de métodos de imagem se impõe frente
a um paciente com probabilidade intermediária de doença e
teste ergométrico positivo.
A presença de déficit cronotrópico (incapacidade de
alcançar 85% da FC máxima predita para a idade) é tida
como uma indicação para estresse farmacológico.
Entretanto a presença de bradiarritimia no ECG basal é uma
contra-indicação ao estresse com dipiridamol e com
adenosina, pelo risco de acentuação da bradiarritmia.
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Discussão
Foi optada pela realização do estresse físico em protocolo de
Rampa individualizado, com uma adequada elevação da FC e
uma imagem cintilográfica nomal, que descartou a presença
de isquemia miocárdica estresse-induzida.
A cintilografia com estresse farmacológico tem uma
capacidade diagnóstica tão boa quanto à de exercício,
entretanto deve ser sempre empregada como alternativa ao
exercício. Na tabela a seguir observamos as características
operacionais deste exame em comparação com outros testes
de imagem.
28. + Comparação entre os Testes Diagnósticos
com Estresse Farmacológico para DAC
29. +
Mecanismos de Ação e Contra-indicações aos
Agentes de Estresse Farmacológico
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Discussão
Na figura a seguir temos um algoritmo que divisa as
principais indicações para uso do estresse farmacológico.
Cabe ressaltar como indicação para estresse farmacológico:
Incapacidade de se exercitar (alcançar pelo menos 3 minutos de
exercício no protocolo de Bruce e/ou 5 METs e alcançar 85% da
FC máxima predita)
Presença de bloqueio de ramo esquerdo ou ritmo de marcapasso
(devido ao aumento de falsos-positivos no território da Artéria
Descendente Anterior com estresse físico)
Incapacidade de alcançar FC submáxima com exercício pelo uso
de medicamentos cronotrópicos negativos ou por bradiarritmias.
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Discussão
O estresse farmacológico de eleição em medicina nuclear é
o vasodilatador com adenosina ou dipiridamol.
Em pacientes que apresentam contra-indicação ao uso
destes fármacos, seja por hipotensão, broncoespasmo,
bradicardia, ou alergia, a melhor alternativa é o uso da
dobutamina.
A dobutamina tem como principal contra-indicação a
presença de taquiarritmias e de hipertensão arterial
descontrolada.
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Agradecimentos
Dra. Maria Angela Queiroz Carreira
Dr. José Antonio Caldas
Dra. Aline Ribeiro Nogueira Oliveira
Engenheiro Anderson Oliveira
Enfermeira Luana Amorim
Técnica de Medicina Nuclear Thalita Camilo Gonçalves
Técnico Alessandro Batista Barros
Física Médica Thaiana Cordeiro
Dr. Cláudio Tinoco Mesquita