1) No início do século XX, movimentos de vanguarda surgiram na Europa industrializada para transformar a arte e a sociedade.
2) Esses movimentos propunham adequar a sensibilidade social ao ritmo do trabalho industrial e enxergar a estética nas máquinas.
3) Duas abordagens se contrapunham: uma via a arte como incentivo à produção, outra via a arte como única atividade individual em culturas de massa.
2. O Modernismo enquanto Vanguarda DEUTSCHE WERKBUND Peter BEHRENS 1909/10 – Cartaz para as Lâmpadas da AEG Se a arte da primeira década do século tem uma orientação genericamente modernista, na medida em que visa reflectir e exaltar a nova concepção de trabalho e do progresso, a partir de cerca de 1910 afirmam-se em vários países europeus em vias de industrialização, movimentos ditos de “vanguarda” que querem fazer da arte um incentivo à transformação radical da cultura e do costume social.
3. O Modernismo enquanto Vanguarda DEUTSCHE WERKBUND Peter BEHRENS 1909/10 – Lâmpadas projetadas para a fábrica AEG A arte de vanguarda propõe-se antecipar, com a transformação das próprias estruturas, a transformação da sociedade. Mais precisamente, propõe-se adequar a sensibilidade da sociedade ao ritmo do trabalho industrial, ensinando-lhe a discernir o lado estético ou criativo da dita “civilização das máquinas”.
4. O Modernismo enquanto Vanguarda DEUTSCHE WERKBUND Peter BEHRENS Fábrica de Turbinas 1908/09 – Berlim Às correntes de vanguarda contrapõem-se, todavia, correntes de sinal contrário, para as quais não é possível nenhuma relação entre as esferas da criação artística e a da produção industrial: em substância, a arte permanece como a única actividade individual numa cultura de massas ou, então, chega mesmo a negar-se a si própria e prefere suprimir-se a participar numa situação cultural considerada negativa.
5. O Modernismo enquanto Vanguarda Bruno TAUT Pavilhão Exposiação Werkbund 1914 – Colónia Delineia-se assim uma primeira distinção entre dois grupos de correntes: no primeiro incluem-se, para além do cubismo e das vanguardas históricas, a arquitectura racional, o desenho industrial, o movimento holandês De Stijl, todos os movimentos construtivistas até às recentes pesquisas programas, cinéticas e visuais;
6. O Modernismo enquanto Vanguarda Bruno TAUT Pavilhão Exposiação Werkbund 1914 – Colónia No segundo grupo encontramos a pintura metafísica, o dadaísmo, o surrealismo e as suas derivações. Existem também numerosas personalidades de artistas que, embora movendo-se em posições avançadas, não pertencem a nenhuma corrente ou passam de uma para a outra.
7. O Modernismo enquanto Vanguarda Bruno TAUT Pavilhão Exposiação Werkbund 1914 – Colónia As correntes do primeiro grupo, que implicam um juízo substancialmente positivo, sobre a actual situação do mundo, tendem a reassociar a arte à sociedade. As correntes do segundo grupo implicam um juízo negativo sobre a situação actual da sociedade e sobre o seu comportamento condicionado pelo sistema industrial.
8. O Modernismo enquanto Vanguarda Erik MENDELSOHN Torre Einstein 1917/21 – Postdam As primeiras vanguardas artísticas do séc. XX surgiram quase concomitantemente na França (Fauvismo) e na Alemanha (Expressionismo) e ficaram marcadas pelo desejo manifesto de inovar, contrariando a tradição e chocando os contemporâneos.
9. O Modernismo enquanto Vanguarda Erik MENDELSOHN Torre Einstein 1917/21 – Postdam Estes intuitos derivaram do dinamismo e euforia artísticos que então se viviam, manifestos num activo comércio de arte; mas são, sobretudo, uma reacção às novas condições de vida do início do séc. XX:
10. O Modernismo enquanto Vanguarda Erik MENDELSOHN Lojas Schoken 1928 – Berlim Industrialização e urbanização crescentes e apressadas desenraizamento das populações, desenvolvimento técnico e tecnológico, avanço das comunicações e da publicidade, rivalidades imperialistas.
11. O Modernismo enquanto Vanguarda Erik MENDELSOHN Lojas Schoken 1928 – Berlim A nível artístico traduziram-se no abandono da tradição académica pela procura da pureza dos meios de expressão e pelo desligamento da arte em relação à realidade concreta, dando livre curso aos impulsos e sentimentos individuais dos artistas.