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Auto da Barca do Inferno
Questões de Diálogos 9, Porto Editora
Cena 9 e 10 (Corregedor e Procurador) – p. 129 – 134
Educação literária e Leitura
1. Resposta possível: A vara poderá sugerir a aplicação do castigo.
Observação:
Poderá ser oportuno perceber algumasdas aceções de vara: pau comprido; bordão, cajado; insígnia
de juízes, vereadores e dos irmãos de certas confrarias; circunscrição judicial; vergasta; chibata; fig.
poder; autoridade; fig. Jurisdição
in Infopédia [Consult. 20-12-2012]
2.1. Asduaspersonagensestãoligadasàjustiça.Aliás,quandooProcuradorentraemcena,aprimeirapessoa
que se lhe dirige é precisamente o Corregedor e ambas revelam conhecer-se:
COR. “Ó senhor Procurador!
PRO. “Beijo-vo-las mãos, Juiz.” (vv.686-687)
Nos dois casos, os símbolos com que se apresentam em cena relacionam-se com a justiça: processos
judiciais(“carregadodefeitos”) e umavara,nocaso doCorregedor;“carregado delivros”,oProcurador.
3.1. O Diabo acusa o Corregedor de ter aceitado roubos (“rapina”), de ter julgado com malícia (v. 659), de
permitirque asuamulhertivesserecebidopresentes(“peitas”,vv.662-663) dos judeuse de ter“sugado
o sangue” dos lavradores ignorantes, ingénuos (vv. 670-673). Em resumo, o Procura- dor é acusado de
ter exercidooseutrabalhoa troco de subornose extorsõese de terprejudicadoosmaisdesfavorecidos
com as suas decisões parciais.
3.2. O Corregedorculpaa mulher(vv.664-667 “Isso eu não no tomava,/eramlá percalçosseus./ Non sunt
peccatus meus, / peccavit uxore mea.”), afirmando ter sempre procedido com justiça e imparcialidade
(cf. vv. 660--661).
4.1. O Anjo acusa-os de terem sido “pera as almas odiosos!” (v. 721).
4.2. O Parvo é tambémacusador: culpa-osporteremroubadona vidaterrenae por desrespeitaremaIgreja
(cf. vv. 726-729).
Nota: Em ambos os casos está, mais uma vez, presente a crítica a uma falsa prática religiosa, que se
limita ao cumprimento dos atos externos do culto.
5. Trata-se do cómico de linguagem presente no latim macarrónico usado pelo Parvo e pelo Diabo, e pelo
despropósito que constitui ousodestalíngua peloCorregedore peloProcuradorfora do âmbitoda sua
profissão.
6. O uso desta língua, sem ser no exercício da profissão, poderá ser considerado uma forma de mostrar
sabedoria, erudição, revelando presunção. Pode também funcionar como estratégia de supremacia em
relação aos interlocutores (desconhecedores da língua).
7.1. a. – 4.; b. – 6.; c. – 1.; d. – 5.; e. – 2.; f. – 3.
Curiosidades:
 o facto de um dos subornos mais generalizados da época ser a oferta de perdizes (cf. nota 3. do
texto);
 as expressões do exercício 7.1.

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