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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
  SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E 
                            TECNOLOGICO­ FUNCAP.
      LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE
                FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade

ESTRATÉGIAS DE LEITURA
  •   skimmimg – leitura rápida do texto
  •   scanning – leitura  aprofundada do texto
  •   inferência
          1. ilustrações
          2. mapas
          3. gráficos
          4. fonte
          5. efeitos
          6. referências
          7. autor
          8. texto atual  informações históricas
          9. tipo de publicação ( revista, seção, etc)
  •   campo semântico ( palavras­ chaves)
  •   disposição dos paragráfos
  •   numerais
  •   cognatos( lingua estrangeira)
  •   referencia contextual ( relação entre textos)
  •   marcadores textuais ( relação entre frases)
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
     SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E 
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Gêneros de textos

Gênero   Textual  ou  Gênero   de   Texto  refere­se   às   diferentes   formas   de   expressão 
textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, 
etc.

Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por 
usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também identificar 
a carta pessoal, a conversa telefônica, o  email, e tantos outros exemplares de gêneros 
que circulam em nossa sociedade.

Sempre que nos manifestamos linguisticamente, o fazemos por meio de textos. E cada 
texto realiza sempre um gênero textual. Cada vez que nos expressamos linguisticamente 
estamos   fazendo   algo   social,   estamos   agindo,   estamos   trabalhando.   Cada   produção 
textual, oral ou escrita, realiza um gênero porque é um trabalho social e discursivo. As 
práticas   sociais   é   que   determinam   o   gênero   adequado.Mas   o   que   então   pode   ser 
classificado   como   gênero   textual?   Pode   –se   dizer   que   os   gêneros   textuais   estão 
intimamente   ligados   à   nossa   situação   cotidiana.   Eles   existem   como   mecanismo 
organização   das   atividades   sociocomunicativas   do   dia­a­dia.   Assim   caracterizam­se 
como   eventos   textuais   maleáveis   e   dinâmicos.   Vejamos:   Nas   sociedades   modernas, 
trabalho e obtenção de dinheiro estão intrinsecamente ligados. Por isso, muitas vezes 
não percebemos que algumas de nossas atividades cotidianas não remuneradas também 
são trabalho.O trabalho representa, na sociedade em que vivemos, para cada indivíduo, 
uma forma de se situar na sociedade, sendo ele remunerado ou não. Por isso trabalho é 
parte integrante da vida de cada um de nós.Nessa perspectiva, a linguagem é um dos 
nossos mais relevantes trabalhos.

 Gêneros textuais

Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários ou não­
literários.

Modalidades   discursivas   constituem   as   estruturas   e   as   funções   sociais   (narrativas, 
discursivas, argumentativas) utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa 
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites, atas, 
avisos,   programas   de   auditórios,   bulas,   cartas,   cartazes,   comédias,   contos   de   fadas, 
crônicas,   editoriais,   ensaios,   entrevistas,   contratos,   decretos,   discursos   políticos, 
histórias, instruções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias. São textos que 
circulam no mundo, que têm uma função específica, para um público específico e com 
características próprias. Aliás, essas características peculiares de um gênero discursivo 
nos permitem abordar aspectos da textualidade, tais como coerência e coesão textuais, 
impessoalidade, técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes ao gênero em 
questão.

Quanto  à forma ou estrutura das sequências  linguísticas  encontradas  em cada  texto, 
podemos  classificá­los  dentro  dos  tipos  textuais  a partir  de suas  estruturas  e  estilos 
composicionais.

 Gêneros Orais e Escritos na Escola

 Domínio
 s   sociais                  Capacidade              de 
              Aspectos                                      Exemplo   de   gêneros   orais   e 
 de                           linguagem 
              tipológicos                                   escritos
 comunic                      dominante
 ação

                                                           Conto   Maravilhoso,   Conto   de 
                                                           Fadas,   fábula,   lenda,narrativa   de 
                                                           aventura,   narrativa   de   ficção 
                              Mimeses   de   ação 
 Cultura                                                   cientifica,   narrativa   de   enigma, 
                              através   da   criação   da 
 Literária  Narrar;                                        narrativa mítica, sketch ou história 
                              intriga no domínio do 
 Ficcional                                                 engraçada,   biografia   romanceada, 
                              verossímil
                                                           romance, romance histórico, novela 
                                                           fantástica,   conto,   crônica   literária, 
                                                           adivinha, piada

                                                       Relato de experiência vivida, relato 
 Documen                                               de   viagem,   diário   íntimo, 
 tação   e                    Representação   pelo  testemunho,   anedota   ou   caso, 
 memoriz                      discurso            de  autobiografia,   curriculum   vitae, 
             Relatar
 ação   das                   experiências   vividas,  noticia, reportagem, crônica social, 
 ações                        situadas no tempo        crônica   esportiva,   histórico,   relato 
 humanas                                               histórico,   ensaio   ou   perfil 
                                                       biográfico, biografia

                                                      Textos   de   opinião,   diálogo 
                                                      argumentativo, carta de leitor, carta 
 Discussã
                                                      de   solicitação,   deliberação 
 o   de 
                              Sustentação, refutação  informal,   debate   regrado, 
 problema
              Argumentar      e   negociação   de  assembleia,   discurso   de   defesa 
 s   sociais 
                              tomadas de posição      (advocacia),   discurso   de   acusação 
 controver
                                                      (advocacia), resenha crítica, artigos 
 sos
                                                      de   opinião  ou  assinados,  editorial, 
                                                      ensaio

 Transmis Expor               Apresentação   textual  Texto   expositivo,   exposição   oral, 
 são   e                      de   diferentes   formas  seminário,                 conferência, 
 construçã                    dos saberes               comunicação   oral,   palestra, 
 o   de                                                 entrevista   de   especialista,   verbete, 
artigo   enciclopédico,   texto 
                                                 explicativo,   tomada   de   notas, 
                                                 resumo   de   textos   expositivos   e 
 saberes
                                                 explicativos,   resenha,   relatório 
                                                 científico,   relatório   oral   de 
                                                 experiência

 Instruçõe                                      Instruções   de   montagem,   receita, 
 s   e  Descrever       Regulação   mútua   de  regulamento,   regras   de   jogo, 
 prescriçõ ações        comportamentos          instruções   de   uso,   comandos 
 es                                             diversos, textos prescritivos




SARMENTO,Leila Lauar Oficina de redação: 2ª ediçã. Moderna
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FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E 
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INTERTEXTUALIDADE.
        A intertextualidade é quantas  vezes, no processo de escrita, constituímos  um 
texto recorrendo a outros textos. Veja um exemplo de intertextualidade.

ESCÂNDALO e LITERATURA
1.” Um Haicai
“ Cueca e dinheiro, o outono da ideologia do vil companheiro”.
2.Machado de Assis
 “Foi poetisa por 25 anos e 100 mil dólares na cueca.”
3.Dalton Travisan
“ PT. Cem mil. Cueca. Acabou”.
4. Concretista
“ PT
Cueca
Cu
PT
Eca
Peteca
Te
Peca
Cloaca”
5. Graciliano Ramos
“   Parecia   padecer   de   um   desconforto   moral.Eram   os   dólares   a   lhe   pressionar   os 
testículos”
6. Rimabud
“ Prendi os dólares na cueca, e vinte e cinco anos de rutilantes empulhações cegaram – 
me os olhos, mas  não o raio­x”.
7. Álvaro de Campos
“ Os dólares estão em mim, já não me sou, mesmo sendo o que estava destinado a ser, 
nunca fui senão isto: um estelionato moral na cueca das idéias vãs”.
8. Drummond
“ Tinha um raio­x no meio do caminho, e agora José?”
9. Proust
  “   Acabrunhado   com   todas   aquelas   denúncias   e   a   perspectiva   de   mais   um   dia   tão 
sombrio como os últimos, juntei os dólares e levei­os á cueca. Mas no mesmo instante 
em que aquelas cédulas tocaram a minha pele, estremeci, atento ao que se passava de 
extraordinário em mim. Invadiram­me um prazer delicioso, isolado, sem noção da sua 
causa  esse prazer logo me tornara indiferente ás vicissitudes da vida, inofensivos  seus 
desastres, ilusória sua brevidade, tal como fazem a ideologia e o poder, enchendo­me de 
uma preciosa essência.” 
10. T.S.Eliot
“Que dólares são estes que se agarraram a esta imundice pelancosa? Filhos da mãe! Não 
podem dizer! Nem mesmo estimam o mal porque conhecem não mais do que tanto de 
idéias fraturadas batidas pelo tempo. E as verdades mortas já não mais os obrigam nem 
consolam.”
11. Lispector
“Guardei os dólares na cueca e senti o prazer terrível da traição. Não a traição aos meus 
pares,   que   estávamos   juntos,   mas   a   séculos   de   uma   crença   que   eu   sempre   soube 
estúpida, embora apaixonante. Sentia­me ao mesmo tempo santo e vagabundo, mártir de 
uma causa e seu mais sujo servidor, nota a nota”.
12. Lenin
“ Não escondemos dólares na cueca, antes afrontamos os fariseus da social democracia. 
Recorrer aos métodos que a hipocrisia burguesa criminaliza não é, pois, crime, mas ato 
de resistência e fratura revoluciónária. Não há bandidos quando é a ordem burguesa que 
está   sendo   derribada.   Robespierre   não   cortava   cabeças,   mas   irrigava   futuros   com   o 
sangue da reação. Assim faremos nós; o dólar na cueca é uma arma que temos contra os 
inimigos do povo. Não usá­lo é fazer o jogo dos que querem deter a revolução. Usá­la é 
dever indeclinável de todo revolucionário’.
13. Stalin
“ Guarda a grana e passa fogo na cambada!”
14. Gilberto Gil
“ Se a cueca fosse verde como as notas, teríamos resgatado o sentido de brasilidade 
impregnado nas cores diáfanas de nosso pendão, numa sinergia caótica com o mundo 
das tecnologias e dos raios que, diferentemente dos da baianidade, não são de sol nem 
das luzes dos orixás, mas de um aparelho apenas, aleatoriamente colocado ali, naquele 
momento,conformando   uma   quase   coincidência   entre   acultura   do   levar   e   trazer 
numerário,tão nacional, tão brasileira quanto um poema de Torquato.”
15. Ferreira Gullar
“ Sujo, sujo, não como o poema mas como os homens em seus desvios.”
16.Paulino da Viola
“ Dinheiro da cueca é vendaval.”
17. Camões
“ Eis pois, a nau ancorada no porto á espreita dos que virão d’além da cobiça da distante 
terra,   trazendo seus  pertences,  embarcaram  minh’alma  se aflige  tão cedo desta vida 
descontente.”
18. Guimarães Rosa
“ Notudo. Ficado fico. Era apenas a vereda errada dentre as várias.”
19. Shakespeare
“ Meu reino por uma ceroula!!!”
20.Dráuzio Varela
“ Ao perceber na fila de embarque o cidadão á frente, notei certa obesidade na região 
central. Se tivesse me sentado ao seu lado durante o vôo, recomendaria um regime, 
vexame que me foi poupado pelos agentes da PF de plantão no aeroporto. Cuidado, 
portanto, nem toda morbidez é  obesidade”.
21.Neruda
“ Cem mil  dólares e uma cueca desesperada.”  

KOCH, Ingedore V. e Elias, Vanda Maria.Ler e compreender:Os sentidos do texto. São 
Paulo, 2008.
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LEITURA, TEXTO E SENTIDO
O   que   é   ler?   Para   que   ler?Como   ler?   Evidentemente,   as   perguntas   poderão   ser 
respondidas   de   diferentes   modos,   os   quais   revelarão   uma   concepção   de   sujeito,   de 
língua, de texto e de sentido que se adote .

A concepção de língua como  representação do pensamento corresponde á de sujeito 
psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações. Trata­se de um sujeito 
visto como um ego que constrói uma representação mental e deseja que seja “captada” 
pelo interlocutor da maneira como foi mentalizada.
Nessa   concepção   de   língua   como   representação   do   pensamento   e   de   sujeito   como 
senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o texto é visto como um produto­ 
lógico­ do pensamento ( representação mental) do autor, nada mais cabendo ao  leitor 
senão “ captar” essa representação mental, juntamente com as intenções( psicológicas) 
do produtor, exercendo, pois, um papel passivo.
A leitura assim, é entendida como atividade de captação das idéias do autor, sem se 
levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, a interação autor­texto­
leitor com propósitos construídos socio­cognitivo­ interacional. O foco de atenção é, 
pois o autor e suas intenções, e o sentido está centrado no autor, bastando tão somente 
ao leitor captar essas intenções.
Foco no texto
Por   sua   vez,   á   concepção   de   língua   como   estrutura   corresponde   a   de   sujeito 
determinado,   “assujeitado”   pelo   sistema,caracterizado   por   uma   espécie   de   “   não 
consciência,   ”.   O   princípio   explicativo   de   todo   e   qualquer   fenômeno   e   de   todo   e 
qualquer   comportamento   indivudual   repousa   sobre   a   consideração   do   sistema,   que 
lingüístico, quer social.
Nessa concepção de língua como código  ­ portanto como instrumento de comunicação 
–   e   de   sujeito   como   (pré)   determinado   pelo   sistema,   o   texto   e   visto   como   simples 
produto de codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor  ouvinte, bastando 
a este, para tanto o código utilizado.
Consequentemente, a leitura, é uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em 
sua   linearidade,   uma  vez   que  “  tudo   está  dito”.  Se,  na  concepão  anterior,  ao   leitor 
cabia,o   reconhecimento   do   sentido   das   palavras   e   estruturas   do   texto.   Em   ambas, 
porém   ,   o   leitor   é   caracterizado   por   realizar   uma   atividade   de   reconhecimento,   de 
reprodução.
Na concepção interacional( dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores 
construtores   sociais,   sujeitos   ativos   que   _   dialogicamente   –   se   constroem   e   são 
construídos no texto, considerado o próprio lugar da interação e da constituição dos 
interlocutores.
A leitura é uma atividade na qual se leva em conta experiências e os conhecimentos do 
leitor. A leitura de um texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do código 
linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da decodificação de um emissor 
a ser decodificado por um receptor passivo.
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e 
interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, 
sobre   o   autor,   de   tudo   o   que   sabe   sobre   a   linguagem   etc.   Não   se   trata   de   extrair 
informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata se de uma atividade 
que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais 
não é possível proficiência. È o uso desses procedimentos que possibilita controlar o 
que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de compreensão, avançar na busca 
de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.(PCNs)
 KOCH, Ingedore V. e Elias, Vanda Maria.Ler e compreender:Os sentidos do texto. São 
Paulo, 2008.
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
     SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E 
                                  TECNOLOGICO­ FUNCAP.
         LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE
                      FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade


Texto

Na linguística, a noção de texto é ampla e ainda aberta a uma definição mais precisa. 
Grosso modo, pode ser entendido como manifestação linguística das ideias de um autor, 
que serão interpretadas pelo leitor de acordo com seus conhecimentos linguísticos  e 
culturais. Seu tamanho é variável.

“Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte”.

“Obra escrita considerada na sua redação original e autêntica (por oposição a sumário, 
tradução, notas, comentários, etc.)”.

"Um texto é uma ocorrência lingüística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada 
de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em 
uso."

O interesse pelo texto como objeto de estudo gerou vários trabalhos  importantes  de 
teóricos   da   Lingüística   Textual,   que   percorreram   fases   diversas   cujas   características 
principais eram transpor os limites da frase descontextualizada da gramática tradicional 
e ainda incluir os relevantes papéis do autor e do leitor na construção de textos.

Um texto pode ser escrito ou oral e, em sentido lato, pode ser também não verbal.

Texto crítico é uma produção textual que parte de um processo reflexivo e analítico 
gerando um conteúdo com crítica construtiva e bem fundamentada.

Em artes gráficas, o texto é a parte verbal, lingüística, por oposição às ilustrações.

Todo   texto   tem   que   ter   alguns   aspectos   formais,   ou   seja,   tem   que   ter   estrutura, 
elementos que estabelecem relaçao entre si. Dentro dos aspectos formais temos a coesão 
e a coerência, que dão sentido e forma ao texto. "A coesão textual é a relação, a ligação, 
a   conexão   entre   as   palavras,   expressões   ou   frases   do   texto”.   A   coerência   está 
relacionada com a compreensão, a interpretação do que se diz ou escreve. Um texto 
precisa ter sentido, isto é, precisa ter coerência. Embora a coesão não seja condição 
suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que 
lhes dão maior legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes, a 
coerência depende da coesão.
 Textos Literários e não Literários

Os textos literários,são aqueles que, em geral, têm o objetivo de emocionar o leitor, e 
para isso exploram a linguagem conotativa ou poética. Em geral, ocorre o predomínio 
da função emotiva e poética.

Exemplos de textos literários: poemas, romances literários, contos, telenovelas.

Os textos não literários pretendem informar o leitor de forma direta e objetiva, a partir 
de uma linguagem denotativa. A função referencial predomina nos textos não­literários.

Exemplos de textos não­literários:  notícias  e  reportagens  jornalísticas, textos de livros 
didáticos   de  História,  Geografia,  Ciências,   textos  científicos  em   geral,  receitas 
culinárias, bulas de remédio.

Bibliografia

   •   AURÉLIO.   Veja­se   FERREIRA,   Aurélio   Buarque   de   Holanda.  Dicionário 
       Aurélio eletrônico – Século XXI.
   •   COSTA   VAL,   M.   da   Graça.  Redação   e   textualidade.   São   Paulo,   Martins 
       Fontes, 1991.
   •   CAMARGO, Ana Maria de Almeida;  BELLOTTO,  Heloísa Liberalli  (orgs.). 
       Dicionário   de   terminologia   arquivística.  São   Paulo:   Associação   dos 
       Arquivistas Brasileiros – Núcleo de São Paulo / Secretaria de Estado da Cultura 
       – Departamento de Museus e Arquivos, 1996.
   •   FERREIRA,   Aurélio   Buarque   de   Holanda.  Dicionário   Aurélio   eletrônico   – 
       Século XXI. Versão 3.0. São Paulo: Lexikon, 1999.
   •   KOCH,   Ingedore   Grunfeld   Villaça;   TRAVAGLIA,   Luis   Carlos.  Texto   e 
       coerência. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2002.
   •   PLATÃO  &  FIORIN.  Para entender  o texto: leitura  e redação. 3.ed. São 
       Paulo: Ática, 1996.
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
     SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR
FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E 
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                   FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade



Tipologia textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: 
descrição, narração, dissertação, exposição, injunção, diálogo e entrevista. É importante 
que não se confunda tipo textual com gênero textual. 

 Explicação

O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, não se faz a 
defesa de uma idéia. Exemplos de textos explicativos são os encontrados em manuais de 
instruções.

 Informativo

Texto informativo, tem a função de informar o leitor a respeito de algo ou alguém, é o 
texto de uma notícia de jornal, de revista, folhetos informativos, propagandas. Uso da 
função referencial da linguagem, 3ª pessoa do singular.

 Descrição

Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou 
um  objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o  adjetivo, pela sua 
função  caracterizadora.   Numa   abordagem   mais   abstrata,   pode­se   até   descrever 
sensações ou  sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa 
"criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do 
objeto ou da personagem a que o texto se refere.

 Narração

Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado 
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere­se a objetos do mundo real. Há 
uma   relação   de   anterioridade   e   posterioridade.   O   tempo   verbal   predominante   é   o 
passado.  Estamos  cercados  de narrações  desde as que nos contam histórias  infantis, 
como   o  Chapeuzinho   Vermelho   ou   a  Bela   Adormecida,   até   as   picantes   piadas   do 
cotidiano.

 Dissertação
Dissertar   é   o   mesmo   que   desenvolver   ou   explicar   um   assunto,   discorrer   sobre   ele. 
Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o 
texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em 
princípio,   o   texto   dissertativo   não   está   preocupado   com   a   persuasão   e   sim,   com   a 
transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.

 Argumentativo

Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor 
sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, 
também   persuade   o   interlocutor   e   modifica   seu   comportamento,   temos   um   texto 
dissertativo­argumentativo.

Exemplos: texto de opinião, carta do leitor, carta de solicitação, deliberação informal, 
discurso   de   defesa   e   acusação   (advocacia),   resenha   crítica,   artigos   de   opinião   ou 
assinados, editorial

 Exposição

Apresenta informações  sobre assuntos, expõe ideias; explica,  avalia,  reflete.  (analisa 
ideias).

    Estrutura básica:

    •   ideia principal;
    •   desenvolvimento;
    •   conclusão.

Uso de linguagem clara. Ex: ensaios, artigos científicos, exposições,etc.

 Injunção

Indica  como realizar  uma  ação. É também  utilizado  para predizer  acontecimentos  e 
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, 
empregados no modo imperativo. Há também o uso do futuro do presente. Ex: Receita 
de um bolo e manuais.

 Diálogo

Diálogo   é   uma   conversação   estabelecida   entre   duas   ou   mais   pessoas.   Pode   conter 
marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas.

 Entrevista

Entrevista   é   uma   conversação   entre   duas   ou   mais   pessoas   (o   entrevistador   e   o 
entrevistado), na qual perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do 
entrevistado.   Os   repórteres   entrevistam   as   suas   fontes   para   obter   declarações   que 
validem as informações  apuradas  ou que relatem  situações vividas  por personagens. 
Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações  que o 
ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser 
trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter 
costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e 
sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que 
levem o entrevistado a fornecer informações  novas e relevantes. O repórter também 
deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas 
respostas, fato que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema. 
Por exemplo, quando o repórter vai entrevistar o presidente de uma instituição pública 
sobre um problema que está a afetar o fornecimento de serviços à população, ele tende a 
evitar   as   perguntas   e   a  querer   reverter   a   resposta   para   o   que   considera   positivo   na 
instituição. É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar 
a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá­lo, nem ser por ele dominado. Caso 
contrário, acabará induzindo as respostas ou perdendo a objetividade.

As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de pontuação como o ponto de 
interrogação, o travessão, aspas, reticências, parêntese e as vezes colchetes, que servem 
para  dar  ao leitor  maior  informações  que ele  supostamente  desconhece.  O  título  da 
entrevista é um enunciado curto que chama a atenção do leitor e resume a ideia básica 
da entrevista. Pode estar todo em letra maiúscula e recebe maior destaque da página. Na 
maioria   dos   casos,  apenas  as  preposições   ficam   com  a   letra   minúscula.   O   subtítulo 
introduz o objetivo principal da entrevista e não vem seguido de ponto final. É um 
pequeno   texto   e   vem   em   destaque   também.   A   fotografia   do   entrevistado   aparece 
normalmente na primeira página da entrevista e pode estar acompanhada por uma frase 
dita por ele. As frases importantes ditas pelo entrevistado e que aparecem em destaque 
nas outras páginas da entrevista são chamadas de "olho".

SARMENTO,Leila Lauar Oficina de redação: 2ª ediçã. Moderna.

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5º gênero e tipologia textual
 

Estratégias de leitura e gêneros textuais

  • 1. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E  TECNOLOGICO­ FUNCAP. LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade ESTRATÉGIAS DE LEITURA • skimmimg – leitura rápida do texto • scanning – leitura  aprofundada do texto • inferência 1. ilustrações 2. mapas 3. gráficos 4. fonte 5. efeitos 6. referências 7. autor 8. texto atual  informações históricas 9. tipo de publicação ( revista, seção, etc) • campo semântico ( palavras­ chaves) • disposição dos paragráfos • numerais • cognatos( lingua estrangeira) • referencia contextual ( relação entre textos) • marcadores textuais ( relação entre frases)
  • 2. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E  TECNOLOGICO­ FUNCAP. LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade Gêneros de textos Gênero   Textual  ou  Gênero   de   Texto  refere­se   às   diferentes   formas   de   expressão  textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa,  etc. Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por  usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também identificar  a carta pessoal, a conversa telefônica, o  email, e tantos outros exemplares de gêneros  que circulam em nossa sociedade. Sempre que nos manifestamos linguisticamente, o fazemos por meio de textos. E cada  texto realiza sempre um gênero textual. Cada vez que nos expressamos linguisticamente  estamos   fazendo   algo   social,   estamos   agindo,   estamos   trabalhando.   Cada   produção  textual, oral ou escrita, realiza um gênero porque é um trabalho social e discursivo. As  práticas   sociais   é   que   determinam   o   gênero   adequado.Mas   o   que   então   pode   ser  classificado   como   gênero   textual?   Pode   –se   dizer   que   os   gêneros   textuais   estão  intimamente   ligados   à   nossa   situação   cotidiana.   Eles   existem   como   mecanismo  organização   das   atividades   sociocomunicativas   do   dia­a­dia.   Assim   caracterizam­se  como   eventos   textuais   maleáveis   e   dinâmicos.   Vejamos:   Nas   sociedades   modernas,  trabalho e obtenção de dinheiro estão intrinsecamente ligados. Por isso, muitas vezes  não percebemos que algumas de nossas atividades cotidianas não remuneradas também  são trabalho.O trabalho representa, na sociedade em que vivemos, para cada indivíduo,  uma forma de se situar na sociedade, sendo ele remunerado ou não. Por isso trabalho é  parte integrante da vida de cada um de nós.Nessa perspectiva, a linguagem é um dos  nossos mais relevantes trabalhos.  Gêneros textuais Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários ou não­ literários. Modalidades   discursivas   constituem   as   estruturas   e   as   funções   sociais   (narrativas,  discursivas, argumentativas) utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa  forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites, atas,  avisos,   programas   de   auditórios,   bulas,   cartas,   cartazes,   comédias,   contos   de   fadas,  crônicas,   editoriais,   ensaios,   entrevistas,   contratos,   decretos,   discursos   políticos,  histórias, instruções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias. São textos que 
  • 3. circulam no mundo, que têm uma função específica, para um público específico e com  características próprias. Aliás, essas características peculiares de um gênero discursivo  nos permitem abordar aspectos da textualidade, tais como coerência e coesão textuais,  impessoalidade, técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes ao gênero em  questão. Quanto  à forma ou estrutura das sequências  linguísticas  encontradas  em cada  texto,  podemos  classificá­los  dentro  dos  tipos  textuais  a partir  de suas  estruturas  e  estilos  composicionais.  Gêneros Orais e Escritos na Escola Domínio s   sociais  Capacidade   de  Aspectos  Exemplo   de   gêneros   orais   e  de  linguagem  tipológicos escritos comunic dominante ação Conto   Maravilhoso,   Conto   de  Fadas,   fábula,   lenda,narrativa   de  aventura,   narrativa   de   ficção  Mimeses   de   ação  Cultura  cientifica,   narrativa   de   enigma,  através   da   criação   da  Literária  Narrar; narrativa mítica, sketch ou história  intriga no domínio do  Ficcional engraçada,   biografia   romanceada,  verossímil romance, romance histórico, novela  fantástica,   conto,   crônica   literária,  adivinha, piada Relato de experiência vivida, relato  Documen de   viagem,   diário   íntimo,  tação   e  Representação   pelo  testemunho,   anedota   ou   caso,  memoriz discurso   de  autobiografia,   curriculum   vitae,  Relatar ação   das  experiências   vividas,  noticia, reportagem, crônica social,  ações  situadas no tempo crônica   esportiva,   histórico,   relato  humanas histórico,   ensaio   ou   perfil  biográfico, biografia Textos   de   opinião,   diálogo  argumentativo, carta de leitor, carta  Discussã de   solicitação,   deliberação  o   de  Sustentação, refutação  informal,   debate   regrado,  problema Argumentar e   negociação   de  assembleia,   discurso   de   defesa  s   sociais  tomadas de posição (advocacia),   discurso   de   acusação  controver (advocacia), resenha crítica, artigos  sos de   opinião  ou  assinados,  editorial,  ensaio Transmis Expor Apresentação   textual  Texto   expositivo,   exposição   oral,  são   e  de   diferentes   formas  seminário,   conferência,  construçã dos saberes comunicação   oral,   palestra,  o   de  entrevista   de   especialista,   verbete, 
  • 4. artigo   enciclopédico,   texto  explicativo,   tomada   de   notas,  resumo   de   textos   expositivos   e  saberes explicativos,   resenha,   relatório  científico,   relatório   oral   de  experiência Instruçõe Instruções   de   montagem,   receita,  s   e  Descrever  Regulação   mútua   de  regulamento,   regras   de   jogo,  prescriçõ ações comportamentos instruções   de   uso,   comandos  es diversos, textos prescritivos SARMENTO,Leila Lauar Oficina de redação: 2ª ediçã. Moderna
  • 5. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E  TECNOLOGICO­ FUNCAP. LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade INTERTEXTUALIDADE. A intertextualidade é quantas  vezes, no processo de escrita, constituímos  um  texto recorrendo a outros textos. Veja um exemplo de intertextualidade. ESCÂNDALO e LITERATURA 1.” Um Haicai “ Cueca e dinheiro, o outono da ideologia do vil companheiro”. 2.Machado de Assis  “Foi poetisa por 25 anos e 100 mil dólares na cueca.” 3.Dalton Travisan “ PT. Cem mil. Cueca. Acabou”. 4. Concretista “ PT Cueca Cu PT Eca Peteca Te Peca Cloaca” 5. Graciliano Ramos “   Parecia   padecer   de   um   desconforto   moral.Eram   os   dólares   a   lhe   pressionar   os  testículos” 6. Rimabud “ Prendi os dólares na cueca, e vinte e cinco anos de rutilantes empulhações cegaram –  me os olhos, mas  não o raio­x”. 7. Álvaro de Campos “ Os dólares estão em mim, já não me sou, mesmo sendo o que estava destinado a ser,  nunca fui senão isto: um estelionato moral na cueca das idéias vãs”. 8. Drummond “ Tinha um raio­x no meio do caminho, e agora José?” 9. Proust   “   Acabrunhado   com   todas   aquelas   denúncias   e   a   perspectiva   de   mais   um   dia   tão  sombrio como os últimos, juntei os dólares e levei­os á cueca. Mas no mesmo instante  em que aquelas cédulas tocaram a minha pele, estremeci, atento ao que se passava de  extraordinário em mim. Invadiram­me um prazer delicioso, isolado, sem noção da sua  causa  esse prazer logo me tornara indiferente ás vicissitudes da vida, inofensivos  seus  desastres, ilusória sua brevidade, tal como fazem a ideologia e o poder, enchendo­me de  uma preciosa essência.” 
  • 6. 10. T.S.Eliot “Que dólares são estes que se agarraram a esta imundice pelancosa? Filhos da mãe! Não  podem dizer! Nem mesmo estimam o mal porque conhecem não mais do que tanto de  idéias fraturadas batidas pelo tempo. E as verdades mortas já não mais os obrigam nem  consolam.” 11. Lispector “Guardei os dólares na cueca e senti o prazer terrível da traição. Não a traição aos meus  pares,   que   estávamos   juntos,   mas   a   séculos   de   uma   crença   que   eu   sempre   soube  estúpida, embora apaixonante. Sentia­me ao mesmo tempo santo e vagabundo, mártir de  uma causa e seu mais sujo servidor, nota a nota”. 12. Lenin “ Não escondemos dólares na cueca, antes afrontamos os fariseus da social democracia.  Recorrer aos métodos que a hipocrisia burguesa criminaliza não é, pois, crime, mas ato  de resistência e fratura revoluciónária. Não há bandidos quando é a ordem burguesa que  está   sendo   derribada.   Robespierre   não   cortava   cabeças,   mas   irrigava   futuros   com   o  sangue da reação. Assim faremos nós; o dólar na cueca é uma arma que temos contra os  inimigos do povo. Não usá­lo é fazer o jogo dos que querem deter a revolução. Usá­la é  dever indeclinável de todo revolucionário’. 13. Stalin “ Guarda a grana e passa fogo na cambada!” 14. Gilberto Gil “ Se a cueca fosse verde como as notas, teríamos resgatado o sentido de brasilidade  impregnado nas cores diáfanas de nosso pendão, numa sinergia caótica com o mundo  das tecnologias e dos raios que, diferentemente dos da baianidade, não são de sol nem  das luzes dos orixás, mas de um aparelho apenas, aleatoriamente colocado ali, naquele  momento,conformando   uma   quase   coincidência   entre   acultura   do   levar   e   trazer  numerário,tão nacional, tão brasileira quanto um poema de Torquato.” 15. Ferreira Gullar “ Sujo, sujo, não como o poema mas como os homens em seus desvios.” 16.Paulino da Viola “ Dinheiro da cueca é vendaval.” 17. Camões “ Eis pois, a nau ancorada no porto á espreita dos que virão d’além da cobiça da distante  terra,   trazendo seus  pertences,  embarcaram  minh’alma  se aflige  tão cedo desta vida  descontente.” 18. Guimarães Rosa “ Notudo. Ficado fico. Era apenas a vereda errada dentre as várias.” 19. Shakespeare “ Meu reino por uma ceroula!!!” 20.Dráuzio Varela “ Ao perceber na fila de embarque o cidadão á frente, notei certa obesidade na região  central. Se tivesse me sentado ao seu lado durante o vôo, recomendaria um regime,  vexame que me foi poupado pelos agentes da PF de plantão no aeroporto. Cuidado,  portanto, nem toda morbidez é  obesidade”. 21.Neruda “ Cem mil  dólares e uma cueca desesperada.”   KOCH, Ingedore V. e Elias, Vanda Maria.Ler e compreender:Os sentidos do texto. São  Paulo, 2008.
  • 7. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E  TECNOLOGICO­ FUNCAP. LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade LEITURA, TEXTO E SENTIDO O   que   é   ler?   Para   que   ler?Como   ler?   Evidentemente,   as   perguntas   poderão   ser  respondidas   de   diferentes   modos,   os   quais   revelarão   uma   concepção   de   sujeito,   de  língua, de texto e de sentido que se adote . A concepção de língua como  representação do pensamento corresponde á de sujeito  psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações. Trata­se de um sujeito  visto como um ego que constrói uma representação mental e deseja que seja “captada”  pelo interlocutor da maneira como foi mentalizada. Nessa   concepção   de   língua   como   representação   do   pensamento   e   de   sujeito   como  senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o texto é visto como um produto­  lógico­ do pensamento ( representação mental) do autor, nada mais cabendo ao  leitor  senão “ captar” essa representação mental, juntamente com as intenções( psicológicas)  do produtor, exercendo, pois, um papel passivo. A leitura assim, é entendida como atividade de captação das idéias do autor, sem se  levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, a interação autor­texto­ leitor com propósitos construídos socio­cognitivo­ interacional. O foco de atenção é,  pois o autor e suas intenções, e o sentido está centrado no autor, bastando tão somente  ao leitor captar essas intenções. Foco no texto Por   sua   vez,   á   concepção   de   língua   como   estrutura   corresponde   a   de   sujeito  determinado,   “assujeitado”   pelo   sistema,caracterizado   por   uma   espécie   de   “   não  consciência,   ”.   O   princípio   explicativo   de   todo   e   qualquer   fenômeno   e   de   todo   e  qualquer   comportamento   indivudual   repousa   sobre   a   consideração   do   sistema,   que  lingüístico, quer social. Nessa concepção de língua como código  ­ portanto como instrumento de comunicação  –   e   de   sujeito   como   (pré)   determinado   pelo   sistema,   o   texto   e   visto   como   simples  produto de codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor  ouvinte, bastando  a este, para tanto o código utilizado. Consequentemente, a leitura, é uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em  sua   linearidade,   uma  vez   que  “  tudo   está  dito”.  Se,  na  concepão  anterior,  ao   leitor  cabia,o   reconhecimento   do   sentido   das   palavras   e   estruturas   do   texto.   Em   ambas,  porém   ,   o   leitor   é   caracterizado   por   realizar   uma   atividade   de   reconhecimento,   de  reprodução. Na concepção interacional( dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores  construtores   sociais,   sujeitos   ativos   que   _   dialogicamente   –   se   constroem   e   são  construídos no texto, considerado o próprio lugar da interação e da constituição dos  interlocutores.
  • 8. A leitura é uma atividade na qual se leva em conta experiências e os conhecimentos do  leitor. A leitura de um texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do código  linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da decodificação de um emissor  a ser decodificado por um receptor passivo. A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e  interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto,  sobre   o   autor,   de   tudo   o   que   sabe   sobre   a   linguagem   etc.   Não   se   trata   de   extrair  informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata se de uma atividade  que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais  não é possível proficiência. È o uso desses procedimentos que possibilita controlar o  que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de compreensão, avançar na busca  de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.(PCNs)  KOCH, Ingedore V. e Elias, Vanda Maria.Ler e compreender:Os sentidos do texto. São  Paulo, 2008.
  • 9. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E  TECNOLOGICO­ FUNCAP. LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade Texto Na linguística, a noção de texto é ampla e ainda aberta a uma definição mais precisa.  Grosso modo, pode ser entendido como manifestação linguística das ideias de um autor,  que serão interpretadas pelo leitor de acordo com seus conhecimentos linguísticos  e  culturais. Seu tamanho é variável. “Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte”. “Obra escrita considerada na sua redação original e autêntica (por oposição a sumário,  tradução, notas, comentários, etc.)”. "Um texto é uma ocorrência lingüística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada  de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em  uso." O interesse pelo texto como objeto de estudo gerou vários trabalhos  importantes  de  teóricos   da   Lingüística   Textual,   que   percorreram   fases   diversas   cujas   características  principais eram transpor os limites da frase descontextualizada da gramática tradicional  e ainda incluir os relevantes papéis do autor e do leitor na construção de textos. Um texto pode ser escrito ou oral e, em sentido lato, pode ser também não verbal. Texto crítico é uma produção textual que parte de um processo reflexivo e analítico  gerando um conteúdo com crítica construtiva e bem fundamentada. Em artes gráficas, o texto é a parte verbal, lingüística, por oposição às ilustrações. Todo   texto   tem   que   ter   alguns   aspectos   formais,   ou   seja,   tem   que   ter   estrutura,  elementos que estabelecem relaçao entre si. Dentro dos aspectos formais temos a coesão  e a coerência, que dão sentido e forma ao texto. "A coesão textual é a relação, a ligação,  a   conexão   entre   as   palavras,   expressões   ou   frases   do   texto”.   A   coerência   está  relacionada com a compreensão, a interpretação do que se diz ou escreve. Um texto  precisa ter sentido, isto é, precisa ter coerência. Embora a coesão não seja condição  suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que  lhes dão maior legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes, a  coerência depende da coesão.
  • 10.  Textos Literários e não Literários Os textos literários,são aqueles que, em geral, têm o objetivo de emocionar o leitor, e  para isso exploram a linguagem conotativa ou poética. Em geral, ocorre o predomínio  da função emotiva e poética. Exemplos de textos literários: poemas, romances literários, contos, telenovelas. Os textos não literários pretendem informar o leitor de forma direta e objetiva, a partir  de uma linguagem denotativa. A função referencial predomina nos textos não­literários. Exemplos de textos não­literários:  notícias  e  reportagens  jornalísticas, textos de livros  didáticos   de  História,  Geografia,  Ciências,   textos  científicos  em   geral,  receitas  culinárias, bulas de remédio. Bibliografia • AURÉLIO.   Veja­se   FERREIRA,   Aurélio   Buarque   de   Holanda.  Dicionário  Aurélio eletrônico – Século XXI. • COSTA   VAL,   M.   da   Graça.  Redação   e   textualidade.   São   Paulo,   Martins  Fontes, 1991. • CAMARGO, Ana Maria de Almeida;  BELLOTTO,  Heloísa Liberalli  (orgs.).  Dicionário   de   terminologia   arquivística.  São   Paulo:   Associação   dos  Arquivistas Brasileiros – Núcleo de São Paulo / Secretaria de Estado da Cultura  – Departamento de Museus e Arquivos, 1996. • FERREIRA,   Aurélio   Buarque   de   Holanda.  Dicionário   Aurélio   eletrônico   –  Século XXI. Versão 3.0. São Paulo: Lexikon, 1999. • KOCH,   Ingedore   Grunfeld   Villaça;   TRAVAGLIA,   Luis   Carlos.  Texto   e  coerência. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2002. • PLATÃO  &  FIORIN.  Para entender  o texto: leitura  e redação. 3.ed. São  Paulo: Ática, 1996.
  • 11. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO CEARENSE DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E  TECNOLOGICO­ FUNCAP. LICEU DEP. FRANCISCO ALVES SOBRINHO –ACOPIARA –CE FORMADORA: Maria Sonia Taveira de Andrade Tipologia textual é a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são:  descrição, narração, dissertação, exposição, injunção, diálogo e entrevista. É importante  que não se confunda tipo textual com gênero textual.   Explicação O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual, não se faz a  defesa de uma idéia. Exemplos de textos explicativos são os encontrados em manuais de  instruções.  Informativo Texto informativo, tem a função de informar o leitor a respeito de algo ou alguém, é o  texto de uma notícia de jornal, de revista, folhetos informativos, propagandas. Uso da  função referencial da linguagem, 3ª pessoa do singular.  Descrição Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou  um  objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o  adjetivo, pela sua  função  caracterizadora.   Numa   abordagem   mais   abstrata,   pode­se   até   descrever  sensações ou  sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa  "criar" com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do  objeto ou da personagem a que o texto se refere.  Narração Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado  tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere­se a objetos do mundo real. Há  uma   relação   de   anterioridade   e   posterioridade.   O   tempo   verbal   predominante   é   o  passado.  Estamos  cercados  de narrações  desde as que nos contam histórias  infantis,  como   o  Chapeuzinho   Vermelho   ou   a  Bela   Adormecida,   até   as   picantes   piadas   do  cotidiano.  Dissertação
  • 12. Dissertar   é   o   mesmo   que   desenvolver   ou   explicar   um   assunto,   discorrer   sobre   ele.  Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o  texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em  princípio,   o   texto   dissertativo   não   está   preocupado   com   a   persuasão   e   sim,   com   a  transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.  Argumentativo Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor  sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar,  também   persuade   o   interlocutor   e   modifica   seu   comportamento,   temos   um   texto  dissertativo­argumentativo. Exemplos: texto de opinião, carta do leitor, carta de solicitação, deliberação informal,  discurso   de   defesa   e   acusação   (advocacia),   resenha   crítica,   artigos   de   opinião   ou  assinados, editorial  Exposição Apresenta informações  sobre assuntos, expõe ideias; explica,  avalia,  reflete.  (analisa  ideias). Estrutura básica: • ideia principal; • desenvolvimento; • conclusão. Uso de linguagem clara. Ex: ensaios, artigos científicos, exposições,etc.  Injunção Indica  como realizar  uma  ação. É também  utilizado  para predizer  acontecimentos  e  comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,  empregados no modo imperativo. Há também o uso do futuro do presente. Ex: Receita  de um bolo e manuais.  Diálogo Diálogo   é   uma   conversação   estabelecida   entre   duas   ou   mais   pessoas.   Pode   conter  marcas da linguagem oral, como pausas e retomadas.  Entrevista Entrevista   é   uma   conversação   entre   duas   ou   mais   pessoas   (o   entrevistador   e   o  entrevistado), na qual perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do  entrevistado.   Os   repórteres   entrevistam   as   suas   fontes   para   obter   declarações   que  validem as informações  apuradas  ou que relatem  situações vividas  por personagens.  Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações  que o 
  • 13. ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser  trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter  costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e  sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que  levem o entrevistado a fornecer informações  novas e relevantes. O repórter também  deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas  respostas, fato que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema.  Por exemplo, quando o repórter vai entrevistar o presidente de uma instituição pública  sobre um problema que está a afetar o fornecimento de serviços à população, ele tende a  evitar   as   perguntas   e   a  querer   reverter   a   resposta   para   o   que   considera   positivo   na  instituição. É importante que o repórter seja insistente. O entrevistador deve conquistar  a confiança do entrevistado, mas não tentar dominá­lo, nem ser por ele dominado. Caso  contrário, acabará induzindo as respostas ou perdendo a objetividade. As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de pontuação como o ponto de  interrogação, o travessão, aspas, reticências, parêntese e as vezes colchetes, que servem  para  dar  ao leitor  maior  informações  que ele  supostamente  desconhece.  O  título  da  entrevista é um enunciado curto que chama a atenção do leitor e resume a ideia básica  da entrevista. Pode estar todo em letra maiúscula e recebe maior destaque da página. Na  maioria   dos   casos,  apenas  as  preposições   ficam   com  a   letra   minúscula.   O   subtítulo  introduz o objetivo principal da entrevista e não vem seguido de ponto final. É um  pequeno   texto   e   vem   em   destaque   também.   A   fotografia   do   entrevistado   aparece  normalmente na primeira página da entrevista e pode estar acompanhada por uma frase  dita por ele. As frases importantes ditas pelo entrevistado e que aparecem em destaque  nas outras páginas da entrevista são chamadas de "olho". SARMENTO,Leila Lauar Oficina de redação: 2ª ediçã. Moderna.