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SESSÃO CLÍNICA
 TRAUMA DUODENAL

HOSPITAL CARDOSO FONTES
SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL

 LUIZ PAULO JACOMELLI RAMOS

          13/10/2005
HISTÓRICO

Primeiros relatos: Larrey, 1811 – cirurgião do exército de
Napoleão.
Citação nacional mais antiga: Luis da Cunha Feijó, 1840
tratamento das feridas intestinais na época.
Citação americana mais antiga: Ottis, 1876 – relato de caso
na guerra civil americana.
Vários relatos nos Conflitos da I e II Grandes Guerras.
HISTÓRICO

    Mortalidade do trauma duodenal:
-   Guerra civil americana: 100%
-   I Grande Guerra: 80%
-   II Grande Guerra: 56%
-   Conflito Coreano: 41%




Guarischi AHR, Contribuição ao estudo do traumatismo do duodeno. 1978
INCIDÊNCIA
  Representam 3-5% de todas as lesões abdominais
  Trauma Penetrante: 77,7%
Arma de fogo: 74,6%
Arma branca: 19,5%
Explosivos:   5,9%

  Trauma Fechado: 22,3%
Veículos motorizados: 77,3%
Quedas: 9,6%
Agressões: 9,6%
Outros:    3,5%

Obs: Variação de acordo com os índices de violência da região.
Asensio JA, Management of duodenal injuries. Curr Probl Surg, 1993.
INCIDÊNCIA
    Locais mais acometidos:
-   2ª porção: 35%
-   3ª e 4ª porções: 15% cada
-   1ª porção: 10%
    Lesões de mais de uma porção: 9-20 %
    Lesões associadas: 30-87%
-   Pâncreas: 10-53%
-   Cava inferior: 35%
-   Fígado: 17%


Guarischi AHR, Contribuição ao estudo do traumatismo do duodeno, 1978.
Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
FISIOPATOLOGIA
   PAF – dano tissular – energia cinética
   Compressão duodenal contra a coluna vertebral e
   movimentação contrária dos órgãos.
   Fechamento simultâneo da 4ª porção e piloro criando
   mecanismo de alça fechada.




Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
FISIOPATOLOGIA
  Crianças, drogados ou alcoolizados estão mais sujeitos à
  sofrer lesão duodenal por agentes contundentes:
  relaxamento da musculatura abdominal e diminuição dos
  reflexos.
  Lucas e Ledgerwood, 1975:
Lesão duodenal por acidente automobilístico:
- 60% alcoolizados
- 11% abstinência de álcool




Guarischi AHR, Contribuição ao estudo do traumatismo do duodeno. 1978
DIAGNÓSTICO
  Exame Físico:
- Perfurações intraperitoneais: sinais de peritonite.
- Perfurações retroperitoneais: maior dificuldade no
  diagnóstico - retardo nas manifestações
  Toque retal – crepitação retroperitoneal
  Laboratório:
- Hemograma

- Amilase elevada em 53% dos pacientes

   Lavado peritoneal positivo: 35%



Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
DIAGNÓSTICO
  Radiografia simples de abdome: 30-50%
- Obliteração parcial do psoas
- Ar no retroperitôneo ao redor do duodeno e rim direito
- Escoliose da coluna para a esquerda
- Aerobilia
- Pneumoperitônio – raro
- Injeção de ar pela sonda nasogástrica ?
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
   Radiografia contrastada: 50%




Degiannis E, Duodenal Injuries. JUN/2000
DIAGNÓSTICO
    Achados a TC (contraste oral e venoso):
-   Ar adjacente ao duodeno, retroperitôneo
-   Fluido no retroperitôneo
-   Extravasamento de contraste no retroperitôneo
-   Edema da parede duodenal
-   Transecção do tecido pancreático




Mahesh V, CT of the Duodenum: An Overlooked SegmentGets Its Due. RadioGraphics 2001
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO

Laparoscopia: não acrescenta a investigação diagnóstica,
pela localização anatômica do órgão.

Laparotomia exploradora: alta suspeição sem confirmação
radiográfica.
CLASSIFICAÇÃO
      Organ Injury Scalling Committe of the American
           Association for the Surgery of Trauma
                     ESCALA DE TRAUMA DUODENAL
Grau Tipo de injúria                    Descrição da Injúria
 I       Hematoma      Envolvendo uma única porção do duodeno
         Laceração     Espessura parcial, sem perfuração
 II      Hematoma      Envolvendo mais de uma porção
         Laceração     < 50% da circunferência
III      Laceração     50 a 75% da circunferência da 2ª porção ou
         Laceração     50 a 100% da circunferência da 1ª, 3ª, 4ª porções
 IV      Laceração     > 75% da circunferência da 2ª porção ou
         Laceração     Envolvimento da ampola ou ducto biliar comum distal
 V       Laceração     Lesão maciça do complexo duodenopancreático
         Laceração     Desvascularização do duodeno
HEMATOMA INTRAMURAL
   Incidência: 0 a 8% dos traumas duodenais
   Todas as camadas
   Apresentação principal: obstrução gastrointestinal alta
   Em muitos pacientes o diagnóstico é tardio (2 – 21 dias)
   Mais comum em crianças - 1ª porção
   Adulto: 2ª e 3ª porções
   Brincadeiras ou quedas de bicicletas: 53%
    Maus tratos
   Sempre considerar deficiência da coagulação


Degiannis E, Duodenal Injuries. JUN/2000
HEMATOMA INTRAMURAL
Dilatação gástrica.
Sinal da dupla bolha – obstrução duodenal.
Segmento acometido com Aspecto de Mola em espiral ou
bico de pássaro ao raio x contrastado.
Massa com Aspecto de “salsicha” (sausage-shaped) no
arco duodenal, à TC.
HEMATOMA INTRAMURAL
Tratamento conservador
Cirurgia
Achado à laparotomia
Gastrojejunostomia?
Incidência de fístula: desconhecida.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Vautrin-Kocher
Manobra de Guivarch
Manobra de Cattell-Braasch
Manobra de Hernandez
Manobra de Clairmont
Manobra de Duboucher
Manobra de Lortat-Jacob
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Vautrin-Kocher: acesso ao segmento proximal
da 2ª porção duodenal.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Guivarch: acesso completo à 2ª porção e parte
da 3ª porção.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Cattell-Braasch: acesso à 3ª porção.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Hernandez: acesso à 3ª porção.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Clairmont: acesso a 4ª porção.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Duboucher: sagitalização duodenal.
TÁTICA CIRÚRGICA
Manobra de Lortat-Jacob: mobilização total do duodeno.
OPÇÕES CIRÚRGICAS
I. Fechamento da perfuração
Reparo primário (duodenorrafia)
Estampilha – mucosa ou serosa
Enxertos pediculados (estômago, jejuno ou íleo)
Duodenojejunostomia em Y de Roux
II. Derivação duodenal
Diverticulização
Exclusão pilórica
Reparo primário e duodenostomia com tubo
III. Ressecção
Debridamento, ressecção e anastomose primária
Duodenopancreatectomia
IV. Cirurgia estadiada (controle de dano)
Laparotomia abreviada
REPARO DA PERFURAÇÃO
  Duodenorrafia:
- Maioria das lesões
- Lesões menores que 50% da circunferência
- Diagnóstico precoce
- Sem lesões pancreáticas ou biliares associadas (Grau I ou II)
REPARO DA PERFURAÇÃO

    Patchs e enxertos:
-   Serosa jejunal, enxerto com ou sem pedículo vascular
-   Lesões pouco maiores
REPARO DA PERFURAÇÃO
    Duodenojejunostomia em Y de Roux:
-   Perfurações de 50 a 75% da circunferência duodenal (Grau III)
-   Lesões abaixo da papila
-   Anastomose T-L
DERIVAÇÃO DUODENAL

15 a 20% das lesões
Proteção da sutura
Demora no diagnóstico
Lesões extensas na parede (Grau IV)
Lesões pancreáticas associadas (Grau V)
Lesões desvascularizantes
DERIVAÇÃO DUODENAL
    Diverticulização duodenal
-   Lesões complexas (Grau IV e V)
-   Reparo primário do duodeno, antrectomia com vagotomia,
    gastrojejunostomia, duodenostomia terminal, tubo em T no
    ducto biliar e drenagem periduodenal
DERIVAÇÃO DUODENAL
    Diverticulização duodenal
-   Donovan e Hagen em 1966 – 1º relato no trauma
-   Berne et al. em 1968 a 1974 – 50 lesões duodenopancreáticas
    ou duodenais severas - 14% de fístulas e mortalidadede 16%
-   Gogbill em 1990 - sem vagotomia troncular e sem
    drenagem da via biliar:
    Mortalidade semelhante (18 %) e frequência de fístulas
    menor (3,7%)
DERIVAÇÃO DUODENAL

    Exclusão Pilórica:
-   Lesões pancreatoduodenais severas (grau IV e V) onde o
    reparo primário compromete a luz duodenal, ou quando há
    desvascularização duodenal ou lesões extensas da parede
    ou próximas a ampola.
DERIVAÇÃO DUODENAL
    Exclusão Pilórica:
-   Vaughan 1977
-   Procedimento mais simples, menor tempo, reversível e
    mais fisiológico
-   Reparo primário da lesão, gastrotomia na grande curvatura
    do antro, exclusão pilórica com sutura do canal pilórico,
    gastrojejunostomia látero-lateral pela gastrotomia
-   Reabertura do piloro espontaneamente em 2 a 3 semanas
    em 90% dos casos.
DERIVAÇÃO DUODENAL
    Exclusão Pilórica:
-   Vaughan 1977 – Bem Taub General Hospital:
-   175 pacientes
-   75 com Exclusão Pilórica
-   Óbitos: 14 (19%)
-   Complicações mais comum: infecciosas
-   Complicações associadas diretamente a exclusão pilórica:
-   2 sangramentos pela gastrojejunostomia – reoperados
-   1 obstrução da anastomose – resolução espontânea
-   Úlceras marginais: 5%


Vaughan GD, The use of pyloric exclusion in the management of severe duodenal injuries.
   Am J Surg, 1977.
DERIVAÇÃO DUODENAL
            Mortalidades e incidência de fistulização após trauma duodenal
Autor                  nº de casos               Óbitos                 Fístulas
McInnis e col               22                    3 (14%)                    2 (9%)
Donovan e Hagen             29                   4 (14%)                     3 (10%)
Lucas e Ledgerwood          36                   7 (19%)                     3 (8%)
Webb                       50                    14 (28%)                    3 (6%)
Berne                      50                     8 (16%)                    7 (14%)
Smith                      53                    15 (28%)                    3 (5%)
Stone e Garoni             70                    16 (23%)                    6 (9%)
Corley                     98                    23 (24%)                10 (10%)
Morton e Jordan            131                   28 (21%)                    8 (6%)
Série Presente
Total                      175                   24 (14%)                    4 (2%)
Exclusão pilórica           75                   14 (19%)                    4 (5%)    E
                                                                                       x
DERIVAÇÃO DUODENAL
   Exclusão Pilórica:
Martin TD - Bem Taub General Hospital – 1983
12 anos de experiência
128 procedimentos em 313 pacientes (41%)
Óbitos: 2(complicações duodenopancreáticas)
Fístula: 5,5%
Úlceras marginais: 12%




Martin TD, Severe duodenal injuries: Treatment with pyloric exclusion and
   gastrojejunostomy. Arch Surg, 1983.
DERIVAÇÃO DUODENAL

   Exclusão Pilórica:
Fang JF, 1998 – Proposta de modificação da técnica - Técnica
   de reabertura controlada da sutura
17 casos de exclusão pilórica:
grupoI – Vaughan (8)
grupo II – nova técnica(9)
Resultados: grupo I: 1 fístula e 2 úlceras marginais
            grupoII: sem complicações


Fang JF, Controlled Reopen Suture Technique for Pyloric Exclusion. Surgery of Trauma,
   1998.
DERIVAÇÃO DUODENAL
    Reparo primário e duodenostomia com tubo:
-   Laceração duodenal grau III, desvascularização e linha de
    sutura com tensão
-   Reparo primário com 2 ou 3 tubos
-   Diminuição da pressão intraluminal e da passagem de
    conteúdo gástrico
-   Popularizada no trauma por Stone e Garoni em 1966.




Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
DERIVAÇÃO DUODENAL
   Reparo primário e duodenostomia com tubo:
Stone e Fabian, 1979
                 1 óbito/237 pacientes com tubos
                                X
                 8 óbitos/44 pacientes sem tubos
Não houve sucesso nos trabalhos posteriores:
Snyder et al, 1980 – 101 pacientes – sem diferenças estatísticas
Ivatury et al, 1985 – 2 grupos – 30% fístulas nos com tubos

-   Críticas

Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
RESSECÇÕES DUODENAIS

    Ressecção com anastomose primária
    (duodenoduodenostomia) :
-   Ruptura de 50 à 100 % da 1ª, 3ª ou 4ª porção (grau III), ou
    lesão de 50 à 75% na face anterior da 2ª porção.
-   Lesão distal à ampola
-   Não há desvascularização de arco duodenal
-   Comprometimento pancreático moderado
RESSECÇÕES DUODENAIS
    Duodenopancreatectomia:
-   Lesões Associadas ao pâncreas: 10-55%

-   Mortalidade: 25-32%

-   Cirurgia de exceção: pacientes estáveis, com lesões
    pancreatoduodenais complexas, com desconexão do ducto
    pancreático ou desvascularização duodenal (grau V), ou
    lesão extensa da 2ª porção duodenal com envolvimento da
    ampola ou ducto biliar distal (grau IV).

-   Pancreatografia intraoperatória
RESSECÇÕES DUODENAIS
      Organ Injury Scalling Committe of the American
           Association for the Surgery of Trauma
                 ESCALA DE TRAUMA PANCREÁTICO

Grau Tipo de Lesão Descrição da lesão

 I       Hematoma    Contusão leve sem lesão ductal
         Laceração   Laceração superficial sem lesão ductal

 II      Hematoma    Contusão maior sem lesão ductal ou perda tecidual
         Laceração   Laceração maior sem lesão ductal ou perda tecidual

III      Laceração   Transecção distal ou lesão do parênquima com
                     lesão ductal

 IV      Laceração   Transecção proximal ou lesão parenquimatosa
                     envolvendo a ampola

 V       Laceração   Trauma maciço envolvendo a cabeça do pâncreas
RESSECÇÕES DUODENAIS
 Manejo das lesões de pâncreas associadas
Controle do dano

     Pacientes instáveis com múltiplas lesões associadas:
-   Controle da hemorragia
-   Drenagem das áreas de lesão com fístulas externas
-   Ligação do ducto biliar comum
-   Ligação do ducto pancreático
-   Fechamento das lesões gastrointestinais
-   Reoperação 24 – 48 horas após.




Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
RESUMO
  Lesões grau I ou II:
Duodenorrafias
Patchs ou enxertos*

  Lesões grau III:
Duodenojejunostomia em Y de Roux
Reparo primário e duodenostomia com tubo
Ressecção duodenal com anastomose primária

  Lesões grau IV ou V:
Diverticulização duodenal
Exclusão pilórica
Duodenopancreatectomias
COMPLICAÇÕES
  Complicações: 30-100%
  Mortalidade do trauma duodenal: 16-20%
  Fatores associados ao aumento da morbimortalidade:
- Intervalo entre a lesão e a cirurgia*
- Agente da lesão – trauma fechado
- Localização da lesão
- Lesões associadas?
Carrilo: Lesão do pâncreas aumenta morbimortalidade
Snyder: Somente lesão do ducto biliar comum aumenta
  morbimortalidade



Lucas CE, Factors influencing the outcome after blunt duodenal injury. J Trauma, 1975.
Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
Snyder WH, The surgical management of duodenal trauma. Arch Surg, 1980.
COMPLICAÇÕES
-    Fístulas duodenais : 0-17%
-    Mortalidade: 2%
-    Geralmente após o 5º DPO.
-    Conduta




Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
COMPLICAÇÕES

    Obstrução duodenal:
-   Incidência: 5-8%
-   Grandes reparos duodenais sem gastrojejunostomias.
-   Obstruções totais: conservador até 1 semana.
-   Obstruções parciais: conservador até 3-4 semanas.
-   Tratamento: gastrojejunostomias.
COMPLICAÇÕES

Abscessos: 10,9% - 18,4%
Fístulas biliares: 1,3%
Pancreatite: 2,5 – 14,9%
RELATO DE CASO
  Anamnese(23/07/2003):
ID: D.M.F., masculino, 48 anos, casado, reside em Itaguaí.
“HDA: Há dois dias ao dirigir Kombi sem cinto de segurança,
  sentiu dor de forte intensidade no abdome seguido de
  síncope e consequente colisão com poste de luz. Foi
  atendido na emergência do Hospital em Itaguaí, referindo
  dor de forte intensidade devido ao choque com o volante da
  Kombi. Transferido à emergência do HMCF ontem e
  submetido à cirurgia.
HPP: Nega HAS, DM, tabagismo ou qualquer outra
  patologia. Etilismo social.”
RELATO DE CASO

   Admissão na emergência(22/07/2003):
“Irritação peritoneal e líquido livre na cavidade”
   Exames laboratoriais:
HT: 52,9 HB:17,2
Leucócitos: 29100 com 30% de bastões.
Amilase: 744
Lipase: 653
Creatinina: 1,6
Uréia: 54
TAP: 57%
RELATO DE CASO
   Descrição cirúrgica:
Incisão mediana supra e infraumbilical e abertura por planos.
Encontramos infiltração de suco digestivo em altura de
   duodeno e mesocólon transverso. Secreção sero-
   hemorrágica espessa em pouca quantidade intraabdominal.
Realizamos:
1- Manobra de Kocher que mostrou lesão de 70% da
   circunferência duodenal. Visualizamos a papila que
   encontra-se intacta.
2- Duodenorrafia em dois planos, de alto risco, devido a
   friabilidade e edema das bordas.
3- Fechamento do piloro com Vicryl 2.0.
4- Gastroenteroanastomose em grande cuevatura, pré-cólica.
5- Êntero-ênteroanastomose em dois planos.
6- Colecistostomia.
7-Drenagem com 4 drenos de Penrose da lesão duodenal.
8-Lavagem exaustiva da cavidade e fechamento por planos.
RELATO DE CASO
  Evolução:
24/07/2003: Boa diurese, levemente taquicárdico e
  taquipneico, mantendo níveis pressóricos, com ausculta
  pulmonar diminuída em base direita.
Dreno de penrose: 25 ml
Colecistostomia: 400 ml
HT: 42,5 HB: 14,5
Creatinina: 1,1
Amilase: 182
Lipase: 131
RELATO DE CASO

  Evolução:
01/08/2003: Boa evolução pós-operatória.
Um pico febril. Moderada quantidade de secreção purulenta
  pelo Penrose. Paciente iniciou dieta de prova.
  Colecistostomia: 300 ml.
Leuco: 13900 com 10% bastões
Lipase: 704
Amilase: 183
USG: Pequena quantidade de líquido peripancreático e entre
  alças em FI direita.
RELATO DE CASO

   Evolução:
12/08/2003:
22º DIH
21º DPO
Pc em ótimo estado geral, sem queixas, afebril, abdome
   inocente, exames laboratoriais normais.
Colecistostomia: 150 ml/24h
CD: alta hospitalar.
RELATO DE CASO

  Reinternado em AGO/05 por quadro de cólica biliar.
USG: colelitíase.
EDA: normal.
Realizado colecistectomia convencional.

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Traumaduodenal

  • 1. SESSÃO CLÍNICA TRAUMA DUODENAL HOSPITAL CARDOSO FONTES SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL LUIZ PAULO JACOMELLI RAMOS 13/10/2005
  • 2. HISTÓRICO Primeiros relatos: Larrey, 1811 – cirurgião do exército de Napoleão. Citação nacional mais antiga: Luis da Cunha Feijó, 1840 tratamento das feridas intestinais na época. Citação americana mais antiga: Ottis, 1876 – relato de caso na guerra civil americana. Vários relatos nos Conflitos da I e II Grandes Guerras.
  • 3. HISTÓRICO Mortalidade do trauma duodenal: - Guerra civil americana: 100% - I Grande Guerra: 80% - II Grande Guerra: 56% - Conflito Coreano: 41% Guarischi AHR, Contribuição ao estudo do traumatismo do duodeno. 1978
  • 4. INCIDÊNCIA Representam 3-5% de todas as lesões abdominais Trauma Penetrante: 77,7% Arma de fogo: 74,6% Arma branca: 19,5% Explosivos: 5,9% Trauma Fechado: 22,3% Veículos motorizados: 77,3% Quedas: 9,6% Agressões: 9,6% Outros: 3,5% Obs: Variação de acordo com os índices de violência da região. Asensio JA, Management of duodenal injuries. Curr Probl Surg, 1993.
  • 5. INCIDÊNCIA Locais mais acometidos: - 2ª porção: 35% - 3ª e 4ª porções: 15% cada - 1ª porção: 10% Lesões de mais de uma porção: 9-20 % Lesões associadas: 30-87% - Pâncreas: 10-53% - Cava inferior: 35% - Fígado: 17% Guarischi AHR, Contribuição ao estudo do traumatismo do duodeno, 1978. Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
  • 6. FISIOPATOLOGIA PAF – dano tissular – energia cinética Compressão duodenal contra a coluna vertebral e movimentação contrária dos órgãos. Fechamento simultâneo da 4ª porção e piloro criando mecanismo de alça fechada. Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
  • 7. FISIOPATOLOGIA Crianças, drogados ou alcoolizados estão mais sujeitos à sofrer lesão duodenal por agentes contundentes: relaxamento da musculatura abdominal e diminuição dos reflexos. Lucas e Ledgerwood, 1975: Lesão duodenal por acidente automobilístico: - 60% alcoolizados - 11% abstinência de álcool Guarischi AHR, Contribuição ao estudo do traumatismo do duodeno. 1978
  • 8. DIAGNÓSTICO Exame Físico: - Perfurações intraperitoneais: sinais de peritonite. - Perfurações retroperitoneais: maior dificuldade no diagnóstico - retardo nas manifestações Toque retal – crepitação retroperitoneal Laboratório: - Hemograma - Amilase elevada em 53% dos pacientes Lavado peritoneal positivo: 35% Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
  • 9. DIAGNÓSTICO Radiografia simples de abdome: 30-50% - Obliteração parcial do psoas - Ar no retroperitôneo ao redor do duodeno e rim direito - Escoliose da coluna para a esquerda - Aerobilia - Pneumoperitônio – raro - Injeção de ar pela sonda nasogástrica ?
  • 11. DIAGNÓSTICO Radiografia contrastada: 50% Degiannis E, Duodenal Injuries. JUN/2000
  • 12. DIAGNÓSTICO Achados a TC (contraste oral e venoso): - Ar adjacente ao duodeno, retroperitôneo - Fluido no retroperitôneo - Extravasamento de contraste no retroperitôneo - Edema da parede duodenal - Transecção do tecido pancreático Mahesh V, CT of the Duodenum: An Overlooked SegmentGets Its Due. RadioGraphics 2001
  • 15. DIAGNÓSTICO Laparoscopia: não acrescenta a investigação diagnóstica, pela localização anatômica do órgão. Laparotomia exploradora: alta suspeição sem confirmação radiográfica.
  • 16. CLASSIFICAÇÃO Organ Injury Scalling Committe of the American Association for the Surgery of Trauma ESCALA DE TRAUMA DUODENAL Grau Tipo de injúria Descrição da Injúria I Hematoma Envolvendo uma única porção do duodeno Laceração Espessura parcial, sem perfuração II Hematoma Envolvendo mais de uma porção Laceração < 50% da circunferência III Laceração 50 a 75% da circunferência da 2ª porção ou Laceração 50 a 100% da circunferência da 1ª, 3ª, 4ª porções IV Laceração > 75% da circunferência da 2ª porção ou Laceração Envolvimento da ampola ou ducto biliar comum distal V Laceração Lesão maciça do complexo duodenopancreático Laceração Desvascularização do duodeno
  • 17. HEMATOMA INTRAMURAL Incidência: 0 a 8% dos traumas duodenais Todas as camadas Apresentação principal: obstrução gastrointestinal alta Em muitos pacientes o diagnóstico é tardio (2 – 21 dias) Mais comum em crianças - 1ª porção Adulto: 2ª e 3ª porções Brincadeiras ou quedas de bicicletas: 53% Maus tratos Sempre considerar deficiência da coagulação Degiannis E, Duodenal Injuries. JUN/2000
  • 18. HEMATOMA INTRAMURAL Dilatação gástrica. Sinal da dupla bolha – obstrução duodenal. Segmento acometido com Aspecto de Mola em espiral ou bico de pássaro ao raio x contrastado. Massa com Aspecto de “salsicha” (sausage-shaped) no arco duodenal, à TC.
  • 19. HEMATOMA INTRAMURAL Tratamento conservador Cirurgia Achado à laparotomia Gastrojejunostomia? Incidência de fístula: desconhecida.
  • 20. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Vautrin-Kocher Manobra de Guivarch Manobra de Cattell-Braasch Manobra de Hernandez Manobra de Clairmont Manobra de Duboucher Manobra de Lortat-Jacob
  • 21. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Vautrin-Kocher: acesso ao segmento proximal da 2ª porção duodenal.
  • 22. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Guivarch: acesso completo à 2ª porção e parte da 3ª porção.
  • 23. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Cattell-Braasch: acesso à 3ª porção.
  • 24. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Hernandez: acesso à 3ª porção.
  • 25. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Clairmont: acesso a 4ª porção.
  • 26. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Duboucher: sagitalização duodenal.
  • 27. TÁTICA CIRÚRGICA Manobra de Lortat-Jacob: mobilização total do duodeno.
  • 28. OPÇÕES CIRÚRGICAS I. Fechamento da perfuração Reparo primário (duodenorrafia) Estampilha – mucosa ou serosa Enxertos pediculados (estômago, jejuno ou íleo) Duodenojejunostomia em Y de Roux II. Derivação duodenal Diverticulização Exclusão pilórica Reparo primário e duodenostomia com tubo III. Ressecção Debridamento, ressecção e anastomose primária Duodenopancreatectomia IV. Cirurgia estadiada (controle de dano) Laparotomia abreviada
  • 29. REPARO DA PERFURAÇÃO Duodenorrafia: - Maioria das lesões - Lesões menores que 50% da circunferência - Diagnóstico precoce - Sem lesões pancreáticas ou biliares associadas (Grau I ou II)
  • 30. REPARO DA PERFURAÇÃO Patchs e enxertos: - Serosa jejunal, enxerto com ou sem pedículo vascular - Lesões pouco maiores
  • 31. REPARO DA PERFURAÇÃO Duodenojejunostomia em Y de Roux: - Perfurações de 50 a 75% da circunferência duodenal (Grau III) - Lesões abaixo da papila - Anastomose T-L
  • 32. DERIVAÇÃO DUODENAL 15 a 20% das lesões Proteção da sutura Demora no diagnóstico Lesões extensas na parede (Grau IV) Lesões pancreáticas associadas (Grau V) Lesões desvascularizantes
  • 33. DERIVAÇÃO DUODENAL Diverticulização duodenal - Lesões complexas (Grau IV e V) - Reparo primário do duodeno, antrectomia com vagotomia, gastrojejunostomia, duodenostomia terminal, tubo em T no ducto biliar e drenagem periduodenal
  • 34. DERIVAÇÃO DUODENAL Diverticulização duodenal - Donovan e Hagen em 1966 – 1º relato no trauma - Berne et al. em 1968 a 1974 – 50 lesões duodenopancreáticas ou duodenais severas - 14% de fístulas e mortalidadede 16% - Gogbill em 1990 - sem vagotomia troncular e sem drenagem da via biliar: Mortalidade semelhante (18 %) e frequência de fístulas menor (3,7%)
  • 35. DERIVAÇÃO DUODENAL Exclusão Pilórica: - Lesões pancreatoduodenais severas (grau IV e V) onde o reparo primário compromete a luz duodenal, ou quando há desvascularização duodenal ou lesões extensas da parede ou próximas a ampola.
  • 36. DERIVAÇÃO DUODENAL Exclusão Pilórica: - Vaughan 1977 - Procedimento mais simples, menor tempo, reversível e mais fisiológico - Reparo primário da lesão, gastrotomia na grande curvatura do antro, exclusão pilórica com sutura do canal pilórico, gastrojejunostomia látero-lateral pela gastrotomia - Reabertura do piloro espontaneamente em 2 a 3 semanas em 90% dos casos.
  • 37. DERIVAÇÃO DUODENAL Exclusão Pilórica: - Vaughan 1977 – Bem Taub General Hospital: - 175 pacientes - 75 com Exclusão Pilórica - Óbitos: 14 (19%) - Complicações mais comum: infecciosas - Complicações associadas diretamente a exclusão pilórica: - 2 sangramentos pela gastrojejunostomia – reoperados - 1 obstrução da anastomose – resolução espontânea - Úlceras marginais: 5% Vaughan GD, The use of pyloric exclusion in the management of severe duodenal injuries. Am J Surg, 1977.
  • 38. DERIVAÇÃO DUODENAL Mortalidades e incidência de fistulização após trauma duodenal Autor nº de casos Óbitos Fístulas McInnis e col 22 3 (14%) 2 (9%) Donovan e Hagen 29 4 (14%) 3 (10%) Lucas e Ledgerwood 36 7 (19%) 3 (8%) Webb 50 14 (28%) 3 (6%) Berne 50 8 (16%) 7 (14%) Smith 53 15 (28%) 3 (5%) Stone e Garoni 70 16 (23%) 6 (9%) Corley 98 23 (24%) 10 (10%) Morton e Jordan 131 28 (21%) 8 (6%) Série Presente Total 175 24 (14%) 4 (2%) Exclusão pilórica 75 14 (19%) 4 (5%) E x
  • 39. DERIVAÇÃO DUODENAL Exclusão Pilórica: Martin TD - Bem Taub General Hospital – 1983 12 anos de experiência 128 procedimentos em 313 pacientes (41%) Óbitos: 2(complicações duodenopancreáticas) Fístula: 5,5% Úlceras marginais: 12% Martin TD, Severe duodenal injuries: Treatment with pyloric exclusion and gastrojejunostomy. Arch Surg, 1983.
  • 40. DERIVAÇÃO DUODENAL Exclusão Pilórica: Fang JF, 1998 – Proposta de modificação da técnica - Técnica de reabertura controlada da sutura 17 casos de exclusão pilórica: grupoI – Vaughan (8) grupo II – nova técnica(9) Resultados: grupo I: 1 fístula e 2 úlceras marginais grupoII: sem complicações Fang JF, Controlled Reopen Suture Technique for Pyloric Exclusion. Surgery of Trauma, 1998.
  • 41. DERIVAÇÃO DUODENAL Reparo primário e duodenostomia com tubo: - Laceração duodenal grau III, desvascularização e linha de sutura com tensão - Reparo primário com 2 ou 3 tubos - Diminuição da pressão intraluminal e da passagem de conteúdo gástrico - Popularizada no trauma por Stone e Garoni em 1966. Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996.
  • 42. DERIVAÇÃO DUODENAL Reparo primário e duodenostomia com tubo: Stone e Fabian, 1979 1 óbito/237 pacientes com tubos X 8 óbitos/44 pacientes sem tubos Não houve sucesso nos trabalhos posteriores: Snyder et al, 1980 – 101 pacientes – sem diferenças estatísticas Ivatury et al, 1985 – 2 grupos – 30% fístulas nos com tubos - Críticas Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
  • 43. RESSECÇÕES DUODENAIS Ressecção com anastomose primária (duodenoduodenostomia) : - Ruptura de 50 à 100 % da 1ª, 3ª ou 4ª porção (grau III), ou lesão de 50 à 75% na face anterior da 2ª porção. - Lesão distal à ampola - Não há desvascularização de arco duodenal - Comprometimento pancreático moderado
  • 44. RESSECÇÕES DUODENAIS Duodenopancreatectomia: - Lesões Associadas ao pâncreas: 10-55% - Mortalidade: 25-32% - Cirurgia de exceção: pacientes estáveis, com lesões pancreatoduodenais complexas, com desconexão do ducto pancreático ou desvascularização duodenal (grau V), ou lesão extensa da 2ª porção duodenal com envolvimento da ampola ou ducto biliar distal (grau IV). - Pancreatografia intraoperatória
  • 45. RESSECÇÕES DUODENAIS Organ Injury Scalling Committe of the American Association for the Surgery of Trauma ESCALA DE TRAUMA PANCREÁTICO Grau Tipo de Lesão Descrição da lesão I Hematoma Contusão leve sem lesão ductal Laceração Laceração superficial sem lesão ductal II Hematoma Contusão maior sem lesão ductal ou perda tecidual Laceração Laceração maior sem lesão ductal ou perda tecidual III Laceração Transecção distal ou lesão do parênquima com lesão ductal IV Laceração Transecção proximal ou lesão parenquimatosa envolvendo a ampola V Laceração Trauma maciço envolvendo a cabeça do pâncreas
  • 46. RESSECÇÕES DUODENAIS Manejo das lesões de pâncreas associadas
  • 47. Controle do dano Pacientes instáveis com múltiplas lesões associadas: - Controle da hemorragia - Drenagem das áreas de lesão com fístulas externas - Ligação do ducto biliar comum - Ligação do ducto pancreático - Fechamento das lesões gastrointestinais - Reoperação 24 – 48 horas após. Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
  • 48. RESUMO Lesões grau I ou II: Duodenorrafias Patchs ou enxertos* Lesões grau III: Duodenojejunostomia em Y de Roux Reparo primário e duodenostomia com tubo Ressecção duodenal com anastomose primária Lesões grau IV ou V: Diverticulização duodenal Exclusão pilórica Duodenopancreatectomias
  • 49. COMPLICAÇÕES Complicações: 30-100% Mortalidade do trauma duodenal: 16-20% Fatores associados ao aumento da morbimortalidade: - Intervalo entre a lesão e a cirurgia* - Agente da lesão – trauma fechado - Localização da lesão - Lesões associadas? Carrilo: Lesão do pâncreas aumenta morbimortalidade Snyder: Somente lesão do ducto biliar comum aumenta morbimortalidade Lucas CE, Factors influencing the outcome after blunt duodenal injury. J Trauma, 1975. Carrilo EH, Evolution in the management of duodenal injuries. Journal of Trauma, 1996. Snyder WH, The surgical management of duodenal trauma. Arch Surg, 1980.
  • 50. COMPLICAÇÕES - Fístulas duodenais : 0-17% - Mortalidade: 2% - Geralmente após o 5º DPO. - Conduta Ivatury RR, Complex Duodenal Injuries. Surg Clin North Am, 1996.
  • 51. COMPLICAÇÕES Obstrução duodenal: - Incidência: 5-8% - Grandes reparos duodenais sem gastrojejunostomias. - Obstruções totais: conservador até 1 semana. - Obstruções parciais: conservador até 3-4 semanas. - Tratamento: gastrojejunostomias.
  • 52. COMPLICAÇÕES Abscessos: 10,9% - 18,4% Fístulas biliares: 1,3% Pancreatite: 2,5 – 14,9%
  • 53. RELATO DE CASO Anamnese(23/07/2003): ID: D.M.F., masculino, 48 anos, casado, reside em Itaguaí. “HDA: Há dois dias ao dirigir Kombi sem cinto de segurança, sentiu dor de forte intensidade no abdome seguido de síncope e consequente colisão com poste de luz. Foi atendido na emergência do Hospital em Itaguaí, referindo dor de forte intensidade devido ao choque com o volante da Kombi. Transferido à emergência do HMCF ontem e submetido à cirurgia. HPP: Nega HAS, DM, tabagismo ou qualquer outra patologia. Etilismo social.”
  • 54. RELATO DE CASO Admissão na emergência(22/07/2003): “Irritação peritoneal e líquido livre na cavidade” Exames laboratoriais: HT: 52,9 HB:17,2 Leucócitos: 29100 com 30% de bastões. Amilase: 744 Lipase: 653 Creatinina: 1,6 Uréia: 54 TAP: 57%
  • 55. RELATO DE CASO Descrição cirúrgica: Incisão mediana supra e infraumbilical e abertura por planos. Encontramos infiltração de suco digestivo em altura de duodeno e mesocólon transverso. Secreção sero- hemorrágica espessa em pouca quantidade intraabdominal. Realizamos: 1- Manobra de Kocher que mostrou lesão de 70% da circunferência duodenal. Visualizamos a papila que encontra-se intacta. 2- Duodenorrafia em dois planos, de alto risco, devido a friabilidade e edema das bordas. 3- Fechamento do piloro com Vicryl 2.0. 4- Gastroenteroanastomose em grande cuevatura, pré-cólica. 5- Êntero-ênteroanastomose em dois planos. 6- Colecistostomia. 7-Drenagem com 4 drenos de Penrose da lesão duodenal. 8-Lavagem exaustiva da cavidade e fechamento por planos.
  • 56. RELATO DE CASO Evolução: 24/07/2003: Boa diurese, levemente taquicárdico e taquipneico, mantendo níveis pressóricos, com ausculta pulmonar diminuída em base direita. Dreno de penrose: 25 ml Colecistostomia: 400 ml HT: 42,5 HB: 14,5 Creatinina: 1,1 Amilase: 182 Lipase: 131
  • 57. RELATO DE CASO Evolução: 01/08/2003: Boa evolução pós-operatória. Um pico febril. Moderada quantidade de secreção purulenta pelo Penrose. Paciente iniciou dieta de prova. Colecistostomia: 300 ml. Leuco: 13900 com 10% bastões Lipase: 704 Amilase: 183 USG: Pequena quantidade de líquido peripancreático e entre alças em FI direita.
  • 58. RELATO DE CASO Evolução: 12/08/2003: 22º DIH 21º DPO Pc em ótimo estado geral, sem queixas, afebril, abdome inocente, exames laboratoriais normais. Colecistostomia: 150 ml/24h CD: alta hospitalar.
  • 59. RELATO DE CASO Reinternado em AGO/05 por quadro de cólica biliar. USG: colelitíase. EDA: normal. Realizado colecistectomia convencional.