O documento descreve o contexto histórico e estético do período Barroco no Brasil, destacando os valores católicos propagados pelos jesuítas, a produção açucareira na Bahia e a literatura dualista de autores como Gongora e Marini. Também apresenta Bento Teixeira, Gregório de Matos e Padre Antonio Vieira como principais expoentes literários do período, caracterizados por um estilo conceptista, cultista e cheio de figuras de linguagem.
1. Barroco no Brasil:
contexto de produção, estética e valores
MS. MIQUÉIAS VITORINO
2. Contexto histórico
Momento de tensão na Europa entre a reforma e
contrarreforma (catolicismo x protestantismo)
Na América Latina, os Jesuítas ibéricos investiam na
evangelização e doutrina de colonos e índios,
imprimindo , simultaneamente, valores de fé e
culturais. As pessoas, então, temiam o tribunal de
inquisição, destinado aos hereges e protestantes.
No Brasil, o modo de produção era voltado para a
cana-de-açúcar no nordeste, tornando a Bahia (hoje
Salvador) o principal centro econômico.
3. Princípios e estética barroca
O Barroco promove um eu-lírico dividido, tenso e
inconstante.
Luís de Góngora (espanhol) e Gianbattista Marini
(italiano) eram nomes fortes do barroco europeu e
que tiveram impacto sobre a produção literária da
época.
O dualismo era presente na poesia, principalmente
no jogo de palavras e ideias que tornavam a
poesia e o eu-lírico divididos por valores opostos –
igreja x mundo, homem x deus, razão x fé, pecado x
santidade.
4. Princípios e estética barroca
Conceptismo é o nome dado à tendência de utilizar
a linguagem com fins de argumentar e convencer o
outro com base na lógica.
Cultismo é a tendência a usar do jogo de
palavras e ideias além da linguagem rebuscada
(complexa) para valorizar a produção literária.
5. Autores e obras de referência
Bento Teixeira, segundo registros canônicos, é o
inaugurador da tendência barroca no Brasil. Sua
Prosopopeia é uma epopeia de louvor ao governador da
Capitania de Pernambuco, Jorge d’Albuquerque Coelho.
A obra, apesar de canônica, é considerada de baixa
qualidade e sem muita relevância por críticos literários
como Sílvio Romero, embora consiga fazer soar os ecos
do Barroco. Ver mais
Botelho de Oliveira também é incluído na lista, apesar
de sua obra (Música do Parnaso) ter herdado muitas
características e tendências renascentistas. Apresenta, no
entanto, alguns sinais de conceptismo e cultismo que
seriam acentuados em obras posteriores, como as de
Gregório de Matos.
6. Autores e obras de referência
Pe. Antonio Vieira é conhecido por seus sermões
da Sexagésima, da quinta Dominga de Quaresma e
do Bom-Ladrão, ricos em figuras de linguagem,
estilo e pensamento (antíteses, paradoxos,
hipérboles, ironias, alegorias etc). Em seus sermões,
Vieira tratava não apenas de questões religiosas, mas
também de questões seculares.
7. Autores e obras de referência
Com uma vasta produção de poemas dos mais
variados temas, sobretudo lírico-amorosos, sacros,
satíricos e pornográficos, o Gregório de Matos é
o representante-mor desse período literário no
Brasil. Tendo como pano de fundo a cidade da Bahia,
Gregório de Matos desconstruia e descrevia, com
uma linguagem única, ações, pessoas e situações
pitorescas. Dos mulatos vadios aos governantes, suas
críticas ácidas não deixavam ninguém passar em
branco. Não chegou a publicar nenhuma obra, mas
os poemas seus foram reunidos postumamente.
8. Bibliografia Básica
Enciclopédia Itaú Cultural. Barroco. Disponível em:
<http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedi
a_lit/index.cfm?fuseaction=definicoes_texto&cd_verbete=
12158&cd_item=237&cd_produto=84>. Acesso em 19 fev.
2014.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura
brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006.
CANDIDO, Antonio. O Romantismo no Brasil. São
Paulo: Humanitas, 2004.