Este poema narra a história de uma criança de 3 anos que é vítima de violência física e psicológica por parte do pai. A criança sofre agressões verbais e físicas constantes, como tapas, socos e ser atirada contra a parede, que a deixam com medo e com ossos partidos. A mãe também é vítima de violência doméstica. No final, a criança pede misericórdia para que a agressão acabe.
2. Tenho 3 anos Os meus olhos estão inchados, Não consigo ver. Eu devo ser estúpida, Eu devo ser má, O que mais poderia pôr o meu pai em tal estado? Eu gostaria de ser melhor, Gostaria de ser menos feia. Então, talvez a minha mãe me viesse sempre dar miminhos. Eu não posso falar, Eu não posso fazer asneiras, Senão fico trancada todo o dia.
3. dew Quando eu acordo estou sozinha, A casa está escura, Os meus pais não estão em casa. Não faças barulho! Acabo de ouvir um carro, O meu pai chega do bar do Carlos. Quando a minha mãe chega, Eu tento ser amável, Senão talvez leve Uma chicotada à noite. Ouço-o dizer palavrões. Ele chama-me. Eu aperto-me contra o muro.
4. Tento-me esconder dos seus olhos demoníacos. Tenho tanto medo agora, Começo a chorar. Ele esbofeteia-me e bate-me, E berra comigo ainda mais, Eu liberto-me finalmente e corro até à porta. Ele encontra-me a chorar, Ele atira-me com palavras más, Ele diz que a culpa é minha, quando sofre no trabalho. Ele já a trancou. Eu enrolo-me toda em bola, Ele agarra em mim e lança-me contra o muro.
5. Eu caio no chão com os meus ossos quase partidos, E o meu dia continua com horríveis palavras... O mal e as feridas mais e mais, "Meu Deus por favor, tenha piedade! Faz com que isto acabe por favor!" E finalmente ele pára, e vai para a porta, Enquanto eu fico deitado, Imóvel no chão.