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Secretaria de Estado do
                   Meio Ambiente


                           &

                Universidade de Sheffield




SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS GEODINÂMICOS E
     VULNERABILIDADE DE AQÜÍFEROS À
  CONTAMINAÇÃO: APLICAÇÃO A TERRENOS DA
    REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

               Relatório Técnico




             São Paulo, abril de 2003
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
                 Geraldo Alckmin


        Secretaria de Estado do Meio Ambiente
                    José Goldemberg


                  Instituto Geológico
             Sonia Aparecida Abissi Nogueira




          UNIVERSIDADE DE SHEFFIELD




                   Relatório Técnico



SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS GEODINÂMICOS E
     VULNERABILIDADE DE AQÜÍFEROS À
  CONTAMINAÇÃO: APLICAÇÃO A TERRENOS DA
    REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS




                       São Paulo
                     abril de 2003
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                        aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




                                                              EQUIPE TÉCNICA
                                                              EQUIPE TÉCNICA


                                                                 Coordenação Geral
Cláudio José Ferreira & Paulo César Fernandes da Silva (Instituto Geológico)


                                        Coordenação do Relatório Técnico
                                       Amélia João Fernandes (Instituto Geológico)


                                                                                 Execução
                                       Amélia João Fernandes (Instituto Geológico)
                                         Cláudio José Ferreira (Instituto Geológico)
                          John C. Cripps (Universidade de Sheffield, Reino Unido)
                                         Lídia Keiko Tominaga (Instituto Geológico)
                                               Mara Akie Iritani (Instituto Geológico)
                                               Maria José Brollo (Instituto Geológico)
                           Paulo César Fernandes da Silva (Instituto Geológico)
                                              Ricardo Vedovello (Instituto Geológico)


                                 i

                       INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                  aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




                                                 SUMÁRIO
                                                 SUMÁRIO




1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
   1.1. Justificativas e Histórico .............................................................................. 1
   1.2. Objetivos e Área de Estudo .......................................................................... 1
2. METODOLOGIA ................................................................................................ 3
   2.1. Abordagem metodológica ............................................................................. 3
   2.2. Etapas metodológicas .................................................................................. 4
       2.2.1. Compartimentação fisiográfica do terreno ............................................... 4
           a) Seleção do produto de sensoriamento remoto .......................................... 4
           b) Delimitação de compartimentos fisiográficos ............................................ 5
           c) Avaliação de homogeneidade e de similaridade ......................................... 5
           d) Trabalhos de campo ............................................................................... 6
           e) Finalização do mapa de Unidades Básicas de Compartimentação ................ 6
       2.2.2. Caracterização geoambiental .................................................................. 6
           a) Identificação dos fatores de análise ......................................................... 6
           b) Obtenção de dados e definição das classes dos fatores de análise .............. 6
           c) Sistematização das informações sobre as UBCs ......................................... 7
       2.2.3. Avaliação geoambiental ......................................................................... 7
           a) Definição das classes da carta final .......................................................... 7
           b) Definição das regras de classificação das UBCs ......................................... 7
           c) Avaliação das UBCs e cartografia final ...................................................... 7
3. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NAS ÁREAS PILOTO (REGIÃO METROPO-
LITANA DE CAMPINAS) ....................................................................................... 9
   3.1. Compartimentação fisiográfica do terreno ...................................................... 9
       a) Seleção do produto de sensoriamento remoto .............................................. 9
       b) Compartimentação da área de estudo .......................................................... 10
       c) Avaliação de homogeneidade e de similaridade ............................................. 12
       d) Trabalhos de campo ................................................................................... 12
       e) Finalização do mapa de Unidades Básicas de Compartimentação .................... 13
   3.2. Caracterização geoambiental ......................................................................... 18
       a) Identificação dos fatores de análise ............................................................. 18

                                                           ii

                                                 INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                        aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



        b) Obtenção de dados e definição das classes dos fatores de análise .................. 21
        c) Sistematização das informações sobre as UBCs ............................................. 28
    3.3. Cartografia temática final .............................................................................. 29
        a) Definição das classes da carta final .............................................................. 29
        b) Definição das regras de classificação das UBCs ............................................. 29
        c) Avaliação das UBCs e cartografia final .......................................................... 36
4. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 46
5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 49
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 51




ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Mapa de localização das áreas de estudo ............................................................... 2
Figura 2. Ilustração a partir de imagem TM-Landsat (bandas 3, 4, 5) e compartimentos
fisiográficos delimitados para as Áreas T3 e T4, considerando as relações texturais associadas
a elementos de drenagem .................................................................................................... 11
Figura 3. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T3 ............................................... 15
Figura 4. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T4 ............................................... 16
Figura 5. Mapa de lineamentos e domínios tectônicos da Área T3 .......................................... 23
Figura 6. Mapa de lineamentos e domínios tectônicos da Área T4 .......................................... 24
Figura 5. Mapa de vulnerabilidade à contaminação de aqüíferos da área T3 ............................ 40
Figura 6. Mapa de vulnerabilidade à contaminação de aqüíferos da área T4 ............................ 41
Figura 7. Mapa de suscetibilidade a processos geodinâmicos superficiais da área T3 ................ 43
Figura 8. Mapa de suscetibilidade a processos geodinâmicos superficiais da área T4 ................ 44


ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Exemplo de características texturais nas imagens utilizadas para a diferenciação de
UBCs na Região Metropolitana de Campinas ........................................................................... 13
Tabela 2A. Codificação das UBCs nas áreas piloto T3 e T4 correspondente às 3 primeiras letras
do código de identificação ..................................................................................................... 17
Tabela 2B. Exemplos de códigos atribuídos às UBCs .............................................................. 17
Tabela 3. Variação de vulnerabilidade para diversos grupos litológicos de rochas cristalinas
(Fernandes & Hirata 2003) ................................................................................................... 19
Tabela 4. Evolução tectônica cenozóica para a região de Campinas, segundo Fernandes (1997)
e Fernandes & Amaral (2002) ............................................................................................... 25
Tabela 5. Atribuição de notas aos parâmetros utilizados para a derivação de classes de
Fraturamento ....................................................................................................................... 26


                                                                    iii

                                                         INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                       aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



Tabela 6A. Tabela de descrição completa da área T3 ............................................................ 30
Tabela 6B. Tabela de descrição completa da área T4 ............................................................. 32
Tabela 7A. Tabela síntese da área T3 ................................................................................... 34
Tabela 7B. Tabela síntese da área T4 .................................................................................. 35
Tabela 8A. Reclassificação das classes dos atributos de acordo com a sua relação com a
vulnerabilidade à contaminação de aqüíferos .......................................................................... 37
Tabela 8B. Reclassificação das classes dos atributos de acordo com a sua relação com a
suscetibilidade a processos geodinâmicos superficiais .............................................................. 38
Tabela 9. Possíveis combinações das notas A, M e B, relativas aos quatro fatores de análise, e
as classes finais de avaliação ................................................................................................. 39
Tabela 10. Vulnerabilidades parciais induzidas pelos fatores analisados e a vulnerabilidade
resultante da somatória da influência de todos os fatores (A = alta, M = média e B = baixa) ..... 39
Tabela 11. Suscetibilidades parciais induzidas pelos fatores analisados e a suscetibilidade
resultante da somatória da influência de todos os fatores (A = alta, M = média e B = baixa) ..... 42


ÍNDICE DE FOTOS
Fotos de campo. (1) a (5) ................................................................................................ 14




                                                                  iv

                                                       INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




                                                                              1.. INTRODUÇÃO
                                                                              1 INTRODUÇÃO




1..1.. JUSTIFICATIVAS E
1 1 JUSTIFICATIVAS E                                    O Instituto Geológico, da Secretaria do
                                                        Meio Ambiente do Estado de São Paulo,
HISTÓRICO
HISTÓRICO                                               tem desenvolvido projetos de zoneamento
                                                        geoambiental, desde 1993, onde terrenos
Ao longo das últimas décadas, as ativida-               têm sido avaliados quanto a potencialida-
des de engenharia e planejamento têm                    des e fragilidades. Nos últimos anos o Ins-
incorporado de forma crescente os con-                  tituto tem adotado a abordagem fisiográfica
ceitos de qualidade ambiental e de desen-               para avaliações que identificam áreas com
volvimento sustentável, na medida em que                variada adequabilidade para determinados
procuram prevenir situações adversas ou                 tipos de uso e atividades, tais como dispo-
minimizar os possíveis impactos da ação                 sição de resíduos sólidos e áreas de ex-
antrópica (Cendrero 1990; Bell 1993;                    pansão urbana.
Bennett & Doyle 1998).

O zoneamento geoambiental, que consiste
em dividir o terreno em zonas com certa
homogeneidade em relação aos elementos
                                                       1..2.. OBJETIVOS E ÁREA DE
                                                       1 2 OBJETIVOS E ÁREA DE
componentes do meio físico, pode ser útil              ESTUDO
                                                       ESTUDO
para diferentes propósitos como aqueles
aplicados ao planejamento e aos projetos                Com a finalidade de consolidar e aprimorar
de engenharia, uma vez que tais zonas                   a estratégia metodológica para a avaliação
homogêneas apresentam respostas espe-                   de terrenos, o Instituto Geológico tem bus-
cíficas às solicitações da atividade huma-              cado a integração entre diferentes áreas
na.                                                     do conhecimento, tais como Geologia,
                                                        Geotecnia e Hidrogeologia. Tal esforço
Dentre as metodologias existentes para o                institucional inclui a especialização do
zoneamento geoambiental, a abordagem                    quadro técnico através de contato com
fisiográfica baseia-se no princípio de que a            setores atuantes na gestão ambiental, e
interação dos elementos geoambientais                   intercâmbio técnico com instituições e or-
(geologia, geomorfologia, topografia, ve-               ganismos similares nacionais e internacio-
getação e clima) reflete-se no aspecto fisi-            nais. Como resultado deste esforço, o Ins-
onômico do terreno. Esta suposição per-                 tituto Geológico, em cooperação com a
mite afirmar que zonas com características              Universidade de Sheffield, e contando com
homogêneas refletem terrenos constituídos               apoio financeiro do Fundo de Projetos Am-
por elementos geoambientais semelhan-                   bientais do Ministério das Relações Exteri-
tes. Através deste raciocínio, diversos au-             ores do Reino Unido (The Foreign Com-
tores (Bell et al. 1987; Mitchell 1991; Bell            monwealth Office), promoveu um programa
1993; Vedovello 2000) sugerem que tal                   de visitas técnicas visando a identificação
abordagem oferece meios racionais de                    de interesses mútuos e a criação de um
correlacionar áreas conhecidas com                      arcabouço institucional para o desenvolvi-
aquelas desconhecidas e então, estimar,                 mento de futuros projetos com cooperação
com razoável precisão, as condições do                  internacional. Tal programa também incluiu
terreno.                                                o desenvolvimento do presente projeto,
                                                        cujos objetivos foram:


                                                   1

                                         INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                             aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



  ▪ Implementar a metodologia de com-                      considerada uma das áreas críticas do
  partimentação fisiográfica, proposta por                 Estado de São Paulo em termos de plane-
  Vedovello (1993, 2000), para a avalia-                   jamento territorial e gestão ambiental.
  ção de terrenos em contextos geológi-
  cos e geomorfológicos diversificados.                    Dentro da RMC, foram selecionadas duas
                                                           áreas, T3 e T4 (Figura 1), envolvendo
  ▪ Incorporar técnicas inferenciais para                  materiais geológicos e contextos geomor-
  identificar e mapear descontinuidades                    fológicos distintos. A Área T3 está situada
  tectônicas potencialmente ocorrentes no                  a apenas poucos quilômetros a nordeste
  terreno, utilizando modelo tectônico re-                 da cidade de Campinas, cobrindo aproxi-
  gional previamente proposto.                             madamente 80 km2. Esta área é constituí-
                                                           da por rochas pré-cambrianas gnáissico-
  ▪ Estimar a suscetibilidade a proces-                    graníticas, que sustentam uma topografia
  sos geodinâmicos superficiais e vulne-                   acidentada, na maioria representada por
  rabilidade à contaminação da água                        morros e morrotes com significativa decli-
  subterrânea, considerando, inclusive, os                 vidade. A Área T4 está localizada nas pro-
  efeitos das descontinuidades tectônicas.                 ximidades do Parque Industrial de Paulínia,
                                                           a cerca de 15 km a noroeste da cidade de
O presente projeto foi desenvolvido na                     Campinas, e abrange aproximadamente
Região Metropolitana de Campinas (RMC)                     192 km2. Esta é constituída por rochas
onde avaliações prévias do terreno têm                     fanerozóicas sedimentares e ígneas que
sido conduzidas pelo Instituto Geológico                   sustentam relevos suaves de colinas, além
desde 1993. Esta região encontra-se em                     de planícies aluviais relativamente exten-
pleno desenvolvimento econômico e é                        sas.




         BRASIL




                                                                                            T4
                                                                                            T4
                                 SÃO
                                PAULO
                                                                              REGIÃO
                                                                          METROPOLITANA              T3
                                                                                                     T3
                                                                           DE CAMPINAS




 Figura 1. Mapa de localização das áreas de estudo



                                                      2

                                            INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                           aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



                                                                            2.. METODOLOGIA
                                                                            2 METODOLOGIA




                                                         utilização deste tipo de abordagem na ava-
2..1.. ABORDAGEM
2 1 ABORDAGEM                                            liação de terrenos permite a elaboração de
METODOLÓGICA
METODOLÓGICA                                             um produto cartográfico único, onde os
                                                         elementos ambientais (acima citados) são
A utilização de informações sobre o meio                 representados e individualizados em uni-
físico é essencial para fundamentar a for-               dades que refletem limites fisiográficos
mulação e a implementação de políticas                   (não apenas limites funcionais demarcando
públicas, ações de planejamento, ativida-                variações de um determinado parâmetro
des e instrumentos de gestão ambiental.                  ou propriedade), o que facilita ações de
Tais informações apresentam grande im-                   planejamento territorial.
portância na avaliação de terrenos, uma
vez que os elementos fisiográficos (solo,                Na abordagem paramétrica, cada parâ-
rocha, relevo, vegetação) que compõem o                  metro ou informação temática é processa-
terreno interagem de forma variável, de-                 da individualmente para posterior integra-
terminando diferentes condições de com-                  ção. Dessa forma, são elaborados produ-
portamento frente às ações antrópicas.                   tos cartográficos referentes a cada parâ-
                                                         metro ou tema, os quais podem ser anali-
Analisando a literatura técnica internacio-              sados individualmente ou em combinações
nal sobre os métodos de avaliação de ter-                específicas, dependendo do tipo de aplica-
renos, Vedovello (2000) identifica duas                  ção e objetivo do estudo e, por vezes com
abordagens operacionais básicas para a                   atribuições de pesos. O procedimento para
espacialização de dados e informações                    elaboração de mapa de síntese final pode
sobre os terrenos: fisiográfica e paramé-                envolver diferentes estratégias que vão
trica.                                                   desde a simples superposição de informa-
                                                         ções (soma cartográfica) até mecanismos
 A abordagem fisiográfica, também de-                    de pontuação com base no conhecimento
nominada abordagem de paisagem, ele-                     intuitivo ou modelos estatísticos.
mentos componentes do terreno são iden-
tificados e analisados de forma integrada.               Autores como Mitchell (1991), Bennett &
Os componentes fisionômicos do terreno,                  Doyle (1997) e Vedovello (2000) conside-
são analisados principalmente através de                 ram que a prática de ambos os procedi-
fotointerpretação, com o intuito de identifi-            mentos, e suas respectivas características
car unidades de terreno com característi-                cartográficas, têm apontado para uma
cas distintivas. Estas unidades refletem                 vantagem da abordagem fisiográfica ou de
associações específicas de elementos am-                 paisagem sobre a paramétrica, em termos
bientais (geologia, relevo, solo, vegetação              de custos, de tempo de execução, e de
e clima), cuja expressão reflete padrões                 aplicabilidade.
morfo-ambientais recorrentes e distinguí-
veis tanto em imagens (de satélite e foto-               Exemplos de estudos que se beneficiam
grafias aéreas) quanto no próprio terreno.               da abordagem fisiográfica incluem: IG-
As unidades identificadas desta maneira                  SMA (1996 e 1999), Fernandes da Silva et
são então caracterizadas quanto às pro-                  al. (1997), Brollo et al. (2000 e 2002), Sou-
priedades e características geológico-                   za (2000), Brollo (2001), Fernandes da
geotécnicas e avaliadas em termos de                     Silva (2003, incluído neste CD-ROM). A
diagnósticos e prognósticos ambientais. A                estes trabalhos somam-se outros estudos

                                                    3

                                          INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



referentes a diferentes aspectos do meio                do terreno, tais como permeabilidade,
físico da Região Metropolitana de Campi-                erodibilidade e escavabilidade.
nas: IG-SMA (1993, 1995 e 2002), Yoshi-
naga-Pereira (1996) e Fernandes (1997).                 Na etapa de Avaliação Geoambiental
                                                        ocorre a análise e classificação das UBCs
                                                        segundo os objetivos da avaliação e com
                                                        base nas propriedades e características do
2..2.. ETAPAS
2 2 ETAPAS                                              terreno.
METODOLÓGICAS
METODOLÓGICAS                                           Nos sub-itens a seguir são descritos, con-
                                                        forme Vedovello (2000), os procedimentos
Em linhas gerais, a avaliação de terrenos               necessários para cada etapa metodológi-
segundo a abordagem fisiográfica inclui                 ca.
três etapas principais: (1) a compartimen-
tação do território em unidades fisiográfi-
cas; (2) a caracterização destas unidades
de compartimentação em termos de pro-                  2..2..1.. Compartiimentação fii-
priedades e características do terreno que             2 2 1 Compart mentação f -
interferem, condicionam ou são afetadas                siiográfiica do terreno
                                                       s ográf ca do terreno
pelas atividades humanas; e (3) a avalia-
ção destas unidades em termos de fragili-                 a) selleção do produto de sensorii-
                                                          a) se eção do produto de sensor -
dades (suscetibilidade a processos super-                                    amento remoto
                                                                             amento remoto
ficiais e vulnerabilidade de aqüíferos, por
exemplo), potencialidades geoambientais                 Para a seleção do produto de sensoria-
(cartas de aptidão), bem como de riscos e               mento remoto são levados em considera-
impactos geoambientais associados.                      ção:

Na etapa de Compartimentação Fisiográ-                      a) as características das imagens;
fica do Terreno efetua-se a delimitação de
zonas texturais homogêneas e distintas (de                  b) as características das áreas de estu-
áreas adjacentes) em imagens de satélite                    do (tipos de rocha e solo, tipo de relevo
ou fotografias aéreas. Em termos genéri-                    a serem potencialmente encontrados);
cos, as características texturais associam-
se a elementos de drenagem e de relevo.                     c) a escala dos produtos finais a serem
Estas zonas são denominadas de Unida-                       elaborados.
des Básicas de Compartimentação
(UBCs), e supõe-se que reflitam associa-                Além disso, devem ser analisadas outras
ções específicas de rochas, estruturas                  especificidades sobre as imagens, tais
tectônicas, materiais inconsolidados e tipos            como ângulo de elevação solar, cobertura
de relevo. Esta etapa independe do objeti-              de nuvens, azimute etc., que possam favo-
vo final da cartografia, que será considera-            recer e/ou dificultar a interpretação das
do somente na segunda e terceira fases.                 cenas. A seleção do melhor produto para a
                                                        análise, portanto, depende dos objetivos
Na etapa de Caracterização Geoambien-                   do estudo, da fisiografia da área e dos
tal são identificadas e sistematizadas as               elementos de análise e critérios que serão
características relevantes e necessárias                utilizados pelo intérprete.
para as avaliações a serem realizadas na
terceira etapa. Esta caracterização pode                A abordagem fisiográfica pode ser aplicada
ser feita com base em: (1) características              em diversas escalas e produtos de senso-
do terreno, tais como perfil e espessura                res remotos, tais como imagens de satélite
do material inconsolidado, rochas, estrutu-             ou de radar e fotografias aéreas. Em de-
ras geológicas, tipo de relevo e profundi-              corrência da escala do produto, os ele-
dade do nível d’água; e (2) propriedades                mentos texturais analisados também po-


                                                   4

                                         INSTITUTO GEOLÓGICO
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                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



dem variar. Assim, o elemento textural                  ção predominante ou ocorrência de múlti-
pode corresponder a feições naturais de                 plas direções devem determinar o caráter
drenagem e de relevo, ou simplesmente a                 isotrópico do arranjo textural.
feições tonais originadas por contraste de
sombreamento na imagem ou pelas pro-                    A assimetria dos elementos texturais diz
priedades dos próprios materiais imagea-                respeito à diferenças no arranjo espacial
dos.                                                    dos elementos texturais em relação a um
                                                        eixo ou qualquer feição que delimite duas
Para escalas regionais e semi-regionais                 porções aparentemente distintas na ima-
considera-se que os produtos do sensor                  gem em termos de atributos espaciais, e
TM-Landsat oferecem condições mais pro-                 que podem ser aferidos, por exemplo, pelo
pícias para a compartimentação fisiográfi-              comprimento de feições lineares ou pelas
ca, devido ao conjunto de características               relações direcionais e angu lares entre as
temporais, espectrais, espaciais e sinópti-             feições.
cas. Além disso, apresentam um grande
acervo de imagens disponível e com facili-              O procedimento de análise e delimitação
dade de aquisição em relação aos outros                 de compartimentos fisiográficos pressupõe
produtos (como imagens de radar, ima-                   uma correlação entre a textura da imagem
gens SPOT, fotografias aéreas, etc.).                   e as características geológicas e geomor-
                                                        fológicas do terreno, representados em
b) Delliimiitação de compartiimentos
b) De m tação de compart mentos                         diferentes níveis hierárquicos de compar-
                        fiisiiográfiicos
                        f s ográf cos                   timentação geralmente associados a por-
                                                        ções, unidades ou domínios da paisagem
O procedimento de compartimentação de                   com extensão de área progressivamente
uma área, através da análise de produtos                decrescente. Tal correlação é determinada
de sensoriamento remoto, consiste em                    pela escala do produto fotográfico analisa-
identificar na imagem divisões fisiográficas            do, de tal maneira que os níveis hierárqui-
em diferentes níveis hierárquicos de clas-              cos superiores, ou unidades maiores, são
sificação, relacionados às condições mor-               identificados pela análise da organização
fo-ambientais e morfogenéticas da região                espacial dos elementos texturais (formas e
estudada.                                               estruturas), como indicado nos parágrafos
                                                        anteriores. As unidades relativas ao nível
A identificação dos diversos compartimen-               hierárquico mais básico, para a escala do
tos fisiográficos é feita com base na análi-            produto utilizado, correspondem às Unida-
se de elementos texturais nas imagens,                  des Básicas de Compartimentação
geralmente associados a feições de relevo               (UBCs), cuja identificação é feita pela aná-
e de drenagem. Assim, identifica-se qual                lise do elemento também básico da ima-
elemento textural e quais organizações                  gem fotográfica, ou seja, o próprio ele-
deste (forma, estrutura, etc.) definem os               mento textural associado à drenagem ou
diversos níveis hierárquicos e suas res-                ao relevo. As UBCs podem ser caracteri-
pectivas unidades, traçando-se os limites               zadas e avaliadas para os mais diversos
com base na análise da homogeneidade,                   fins, mantendo, entretanto, seu significado
da anisotropia e da assimetria dos ele-                 e sua unicidade cartográfica. Constituem,
mentos analisados.                                      portanto, a base para armazenamento e
                                                        análise das informações, e conseqüente-
A anisotropia de elementos texturais asso-              mente, para definição de unidades geoam-
ciados ao relevo ou à drenagem refere-se                bientais.
à distribuição espacial desses elementos,
especialmente em termos direcionais. A                     c) avalliiação de homogeneiidade e
                                                           c) ava ação de homogene dade e
existência de uma ou mais direções prefe-                                      de siimiillariidade
                                                                               de s m ar dade
renciais determina um caráter anisotrópico
do arranjo espacial dos elementos textu-                Uma vez estabelecida a compartimentação
rais, enquanto a inexistência de uma dire-              preliminar da área estudada, a homoge-

                                                   5

                                         INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



neidade e a similaridade das unidades de                contexto fisiográfico e os respectivos níveis
compartimentação (zonas texturais delimi-               hierárquicos de compartimentação, ou
tadas na imagem) devem ser verificadas.                 mesmo, relações taxonômicas.

A verificação de homogeneidade é feita
com base na análise dos elementos textu-
rais utilizados na interpretação e extraídos                  2..2..2.. Caracteriização geo-
                                                              2 2 2 Caracter zação geo-
visual e manualmente da imagem para um                                             ambiientall
overlay. São consideradas homogêneas as                                             amb enta
áreas em que as características texturais
internamente à unidade apresentam-se                    Conforme destacado acima, as UBCs
persistentes em toda a sua extensão. A                  constituem a base para a avaliação do
ocorrência de heterogeneidades internas                 terreno. A etapa de caracterização geoam-
às unidades de compartimentação devem                   biental abrange os procedimentos descri-
determinar a sua subdivisão.                            tos a seguir.

A verificação da similaridade consiste em
                                                              a) Identiifiicação dos fatores de
                                                              a) Ident f cação dos fatores de
comparar as propriedades da forma e as                                                  análliise
                                                                                        aná se
estruturas dos elementos texturais entre os
compartimentos delineados em cada nível                 Uma vez delimitadas, as UBCs devem ser
hierárquico. Assim áreas que apresentam                 caracterizadas de acordo com os objetivos
propriedades texturais e/ou estruturais si-             do estudo e o tipo de produto de avaliação
milares, em um mesmo nível hierárquico,                 geoambiental a ser obtido. Assim, o primei-
devem ser classificadas sob a mesma de-                 ro passo consiste em identificar quais fato-
nominação.                                              res do meio físico (tipos de relevo, rochas,
                                                        estruturas tectônicas e solos, por exemplo)
               d) traballhos de campo
               d) traba hos de campo                    são determinantes de condições do terreno
                                                        necessárias à avaliação geoambiental e
Trabalhos de campo devem ser realizados                 cartografia final.
para a verificação das unidades de com-
partimentação obtidas pela análise de ima-                b) Obtenção de dados e defiiniição
                                                          b) Obtenção de dados e def n ção
gens. Tal verificação objetiva a confirma-                das cllasses dos fatores de análliise
                                                          das c asses dos fatores de aná se
ção e/ou o ajuste de limites foto-
interpretados, bem como a confirmação de                Os dados relativos aos fatores utilizados
características geoambientais e morfo-                  na classificação das diversas UBCs são
tectono-genéticas atribuídas aos diversos               obtidos através de correlação das proprie-
níveis de compartimentação das unidades.                dades texturais e tonais das imagens com
                                                        propriedades e características geoambi-
  e) fiinalliização do Mapa de Uniida-
  e) f na zação do Mapa de Un da-                       entais dos terrenos, trabalhos de campo, e
 des Básiicas de Compartiimentação
 des Bás cas de Compart mentação                        levantamento de dados prévios. A opção
                                                        por uma ou várias formas de aquisição de
Após a verificação de campo, o mapa de                  dados deve levar também em conta os
Unidades Básicas de Compartimentação                    recursos operacionais e financeiros dispo-
(UBCs) deve ser finalizado, através da                  níveis e o tempo necessário para a sua
transposição dos limites das UBCs do                    execução.
overlay para uma base topográfica compa-
tível. Esta transposição pode levar a algu-             As classes dos fatores são definidas de
mas adequações do traçado dos limites                   acordo com os tipos de avaliações a serem
com relação às curvas topográficas. O                   realizadas na terceira etapa de avaliação
mapa de UBCs apresenta todas as unida-                  geoambiental. Desta forma, os vários tipos
des identificadas e diferenciadas por uma               de rocha e solos que ocorrem em uma
sigla ou código, que geralmente reflete o               região podem ser agrupados ou divididos
                                                        em função do seu comportamento com

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                                         INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                         aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



relação a, por exemplo, suscetibilidade a               b) defiiniição das regras de cllassiifii-
                                                        b) def n ção das regras de c ass f -
processos erosivos. Tratamento similar                                       cação das UBCs
                                                                             cação das UBCs
deve ser dado aos outros fatores de análi-
se.                                                    A definição dos critérios de avaliação ou
                                                       classificação consiste em estabelecer uma
c) Siistematiização das iinformações
c) S stemat zação das nformações                       relação entre os fatores analisados e seus
                      sobre as UBCs
                      sobre as UBCs                    respectivos valores ou categorias (classes
                                                       dos fatores) e as classes que irão compor
Os dados e informações, relativos aos fato-            a carta final. Esta relação deve refletir o
res de análise, obtidos na etapa anterior              tipo de influência que cada fator geoambi-
devem ser sistematizados e organizados                 ental exerce em um dado terreno para a
em um formato adequado para as análises                aplicação considerada, e é expressa por
subseqüentes. Assim, o seu conteúdo                    uma regra de classificação.
deve ser padronizado segundo classes
pré-determinadas (item “b” desta mesma                 Existem vários tipos de regras de classifi-
etapa), considerando-se sua utilização                 cação, podendo ser citadas:
para a avaliação geoambiental das UBCs.
Tais dados e informações devem ser ar-                     (1) tabelas de classificação ou matrizes
mazenados em tabelas ou bancos de da-                      de interação que procuram correlacionar
dos que as relacionem às respectivas                       os diferentes fatores analisados com as
UBCs. Este procedimento visa facilitar cor-                classes representadas no produto car-
relações e, consequentemente, a classifi-                  tográfico final;
cação final das unidades na etapa de ava-
liação geoambiental.                                       (2) estruturas de árvore lógica, onde
                                                           cada fator é analisado de forma a ex-
                                                           cluir hipóteses ou resultados que com-
                                                           petem entre si para selecionar um ca-
2..2..3.. Avalliiação geoambiientall
2 2 3 Ava ação geoamb enta                                 minho de decisão;

   a) defiiniição das cllasses da carta                    (3) atribuição de pesos e somatório de
   a) def n ção das c asses da carta
                                                           valores para as diferentes classes dos
                                   fiinall
                                   f na                    fatores de análise;
As classes que irão compor a carta final                   (4) acumulação de evidências a favor ou
devem refletir de forma simples e objetiva                 contra um determinado fator, em geral,
os diferentes limiares que determinam                      expressa em termos numéricos.
condições de maior ou menor fragilidade
e/ou potencialidade das UBCs para a aná-               A opção pelo tipo de regra de classificação
lise pretendida.                                       das UBCs deve ser feita a partir de uma
                                                       análise cuidadosa da relação entre os fato-
Em determinados casos, limites ou inter-               res e sua influência para a avaliação con-
valos de classes são definidos por meio de             siderada.
tratamento estatístico, com o intuito de
reduzir o grau de subjetividade para a de-                c) cllassiifiicação das UBCs e carto-
                                                          c) c ass f cação das UBCs e carto-
terminação das classes da carta final.
                                                                                    grafiia fiinall
                                                                                    graf a f na
Nestes casos, as classes e mesmo os fato-
res selecionados para a análise das unida-
                                                       A cartografia final consiste em classificar
des devem ser de natureza quantitativa, ou
                                                       cada UBC através da aplicação da regra
mensuráveis em alguma escala numérica
                                                       de classificação definida anteriormente. A
absoluta ou relativa (não-nominal).
                                                       classificação das UBCS pode ser feita di-
                                                       retamente pelo executor da cartografia ou
                                                       por meio de procedimentos informatizados.
                                                       No caso do uso de procedimentos informa-

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                                        INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                       aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



tizados, é necessário que os dados este-             forma que um determinado sistema espe-
jam sistematizados e armazenados em                  cialista possa aplicar a regra de classifica-
bancos de dados associados às UBCs, de               ção.




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                                      INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




   3.. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NAS ÁREAS-PILOTO
   3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NAS ÁREAS-PILOTO
              (REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS)
              (REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS)




                                                        descontinuidades tectônicas, com especial
A metodologia descrita no Item 2 foi apli-
                                                        ênfase nas descontinuidades de natureza
cada a duas áreas piloto denominadas T3
                                                        rúptil de idade cenozóica. Estas últimas
e T4 (Figura 1), as quais foram avaliadas
                                                        tem forte influência tanto na vulnerabilida-
quanto a suscetibilidade a processos
                                                        de de aqüíferos, destacando-se os de bai-
geodinâmicos superficiais e vulnerabili-
                                                        xa permeabilidade primária, como na gera-
dade de aqüíferos à contaminação. Es-
                                                        ção de rupturas às quais podem estar inti-
tas áreas inserem-se na Região Metropo-
                                                        mamente associados processos geodinâ-
litana de Campinas (RMC), constituída por
                                                        micos, tais como erosão e escorregamen-
rochas pré-cambrianas, a leste, e rochas
                                                        tos.
da Bacia do Paraná, a oeste, inseridas nos
domínios geomorfológicos do Planalto
Atlântico e da Depressão Periférica, res-
pectivamente.
                                                       3..1.. COMPARTIMENTAÇÃO
                                                       3 1 COMPARTIMENTAÇÃO
A região já foi alvo de vários estudos,                FISIOGRÁFICA DO TERRENO
                                                       FISIOGRÁFICA DO TERRENO
muitos deles realizados pelo Instituto Ge-
ológico, os quais produziram um significati-            Como mencionado anteriormente, a com-
vo volume de dados e informações em                     partimentação fisiográfica das áreas piloto
formato digital, tais como: mapas geológi-              T3 e T4 foi derivada de IG-SMA (1999) e
cos, mapas de lineamentos, mapas geo-                   os procedimentos utilizados são descritos
morfológicos, cadastros de poços tubula-                a seguir.
res, e cadastros de afloramentos (IG-SMA
1993, 1995, 1999 e 2002; Fernandes 1997;                  a) selleção do produto de sensorii-
                                                          a) se eção do produto de sensor -
Brollo 2001; Fernandes da Silva 2003). As                                    amento remoto
                                                                             amento remoto
informações geradas por estes estudos,
junto com informações colhidas em traba-                Os produtos utilizados neste estudo foram
lhos de campo, realizados no presente                   imagens de satélite TM-Landsat, em es-
projeto, foram utilizadas para caracterizar             cala 1:100.000, no formato papel e com as
as UBCs quanto aos fatores considerados                 seguintes órbitas/pontos e quadrantes:
relevantes, descritos no Item 3.2. A com-               219/076 A; 219/076 C; 220/076 D. As ce-
partimentação fisiográfica utilizada no pre-            nas utilizadas foram obtidas em duas pas-
sente projeto para as Áreas T3 e T4, cuja               sagens      diferentes,   27/07/1994    e
metodologia é descrita abaixo no item 3.1,              20/08/1997, respectivamente com ângulo
foi derivada do projeto “Metodologia para               de elevação solar de 31o e de 38o , e azi-
Seleção de Áreas para Tratamento e Dis-                 mute de 048o e de 051o .
posição Final de Resíduos Sólidos” (IG-
SMA 1999).                                              A compartimentação fisiográfica da área de
                                                        estudo foi obtida a partir da interpretação
Destaca-se que, no presente estudo, pro-                das cenas na banda 4 e na composição
curou-se avançar metodologicamente, nas                 colorida 3B/4R/5G. A banda 4 foi mais fa-
etapas de caracterização e avaliação de                 vorável à interpretação na região onde
terrenos, ao ser incorporada a análise de               ocorrem rochas do embasamento cristali-

                                                   9

                                         INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



no, enquanto a composição colorida favo-                flete o caráter de transição entre os subs-
receu a interpretação no domínio da Bacia               tratos rochosos do embasamento cristalino
Sedimentar do Paraná. As áreas piloto                   e da bacia sedimentar. A Área T4, por sua
utilizadas no presente estudo (T3 e T4)                 vez, está contida inteiramente no domínio
estão ilustradas na Figura 2.                           da bacia sedimentar.
                                                        A relação entre as características texturais
Especificamente para as Áreas T3 e T4 foi
                                                        na imagem e as unidades litológicas das
efetuada extração de linhas de drenagem
                                                        Áreas T3 e T4 são as seguintes:
e de relevo (cristas e quebras positivas e
negativas) foi efetuada em imagem digital                   ▪ Granitos e gnaisses graníticos
através de interpretação visual em tela de                  são caracterizadas pela ocorrência de
computador, utilizando o software Erdas                     alinhamentos de relevo e drenagem que
Imagine. Para tal, foi utilizado um recorte                 refletem lineamentos estruturais de di-
(1856 X 2625 pixels) da imagem Landsat                      reção NW e N-S. Esta estruturação da
TM5 (cena completa, órbita 219/076, pas-                    textura na imagem é mais evidente
sagem de 20.08.97, correção geométrica                      nestes litotipos do que nos demais que
através de convolução cúbica) com com-                      ocorrem na área. Apresentam formas de
posição colorida 3G/4B/5R. Esta imagem                      drenagem de alta densidade (em geral
foi geo-retificada com a utilização de 75                   > 3 km/km2), caracterizadas por aniso-
pontos de controle identificados em cartas                  tropia bidirecional, evidenciada em pa-
topográficas IBGE/Brasil, na escala                         drões angulares oblíquos e retangula-
1:50.000 (em papel). A precisão média                       res.
obtida foi de 32-37 metros (aproximada-
                                                            ▪ Gnaisses bandados, gnaisses xis-
mente 1 pixel).
                                                            tosos e granada-biotita-plagioclásio
                                                            gnaisses apresentam formas de drena-
  b) compartiimentação da área de
  b) compart mentação da área de                            gem do tipo subdendrítico, paralelo,
                           estudo
                           estudo                           subparalelo a angulado em alguns ca-
                                                            sos, de densidade média a alta, tendên-
A identificação de compartimentos fisiográ-                 cia predominantemente anisotrópica bi
ficos, realizada em IG-SMA (1999), foi feita                ou tridirecional (com uma das direções
com base na identificação de diferenças                     quase sempre associada à foliação).
texturais nas imagens, expressas pela dis-
tribuição e organização espacial de ele-                    ▪ Rochas miloníticas das zonas de
mentos texturais referentes à drenagem e                    cisalhamento são caracterizadas pelo
ao relevo nas imagens (tropia e assimetria                  alinhamento de cristas (quebras positi-
de formas e estruturas). A Figura 2 ilustra                 vas) e de drenagens (quebras negati-
algumas relações entre as formas texturais                  vas) segundo a orientação NNE, com
de drenagem e os compartimentos fisio-                      variações para N-S e NNW. Este grupo
gráficos delimitados para as Áreas T3 e                     de rochas apresenta um alto grau de
T4.                                                         estruturação com formas de drenagem
                                                            em padrão geométrico ou angular (treli-
Foram identificados dois grandes domínios                   ça, retangular, paralela) de alta densi-
fisiográficos, que correspondem, de forma                   dade, caracterizadas por anisotropia
geral, à Bacia Sedimentar do Paraná (B)                     predominantemente unidirecional.
e ao Embasamento Cristalino (C). A dis-
tinção destes dois domínios na imagem foi                   ▪ Associações litológicas predomi-
feita com base na assimetria das formas                     nantemente arenosas no domínio da
de drenagem, que são predominantemente                      Bacia Sedimentar do Paraná estão as-
geométricas (angulares) para o domínio C,                   sociadas a formas de drenagem predo-
e do tipo dendrítico-arborescente para o                    minantemente dendríticas, localmente
domínio B. Na Área T3, o limite entre estes                 radiais ou angulares, de baixa a média
dois domínios fisiográficos pode ser obser-                 densidade, tropias variáveis uni-, bi-, e
vado, sendo de natureza difusa, o que re-                   tri-direcionais a isotrópicas.


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                                                             aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




                    Área T3                                                       Área T4
a                                                           b




c                                                           d




 e                                                           f




Figura 2. Ilustração a partir de imagem TM-Landsat (bandas 3, 4, 5) e compartimentos fisiográficos delimita-
dos para as Áreas T3 e T4, considerando as relações texturais associadas a elementos de drenagem. (a) e
(b) ilustram a rede de drenagem; (c) e (d) sobreposição da compartimentação fisiográfica sobre a rede de
drenagem; (e) e (f) compartimentos fisiográficos delimitados sobre as imagens de satélite



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                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



                                                            (unidirecionais, bidirecionais e isotrópi-
  ▪ Diabásios apresentam na imagem
                                                            cas) e de grau de estruturação (médio a
  de satélite alinhamento associado a
                                                            baixo), dependendo das unidades litoló-
  quebras positivas de relevo com ampli-
                                                            gicas ocorrentes.
  tude maior que as rochas sedimentares.
  Observou-se que nos locais onde a pe-
                                                            ▪ no domínio do embasamento cris-
  dogênese atuou com maior intensidade
                                                            talino, os relevos mais representativos
  sobre estas rochas, ocorrem formas de
                                                            incluem morrotes e morros, por vezes
  drenagem isotrópicas e de média densi-
                                                            em associações específicas. A diferen-
  dade.
                                                            ciação entre estes tipos de relevo foi
                                                            dada principalmente pela freqüência
  ▪ Associações litológicas predomi-
                                                            relativa de elementos texturais de relevo
  nantemente pelíticas (lamitos, argili-
                                                            (quebras positivas e negativas). Desta
  tos), incluindo siltitos, ritmitos e ocor-
                                                            forma, as referidas freqüências apre-
  rências de arenitos finos a muito finos,
                                                            sentam o seguinte comportamento: de
  situam-se em setores mais entalhados
                                                            média a alta nos morrotes e alta nos
  ou porções mais baixas do relevo, e a
                                                            morros. As densidades de drenagem
  densidade de drenagem é quase sem-
                                                            associadas são: média para os morrotes
  pre média a alta, com formas sub-
                                                            e alta para os morros.
  dendrítica a angular, anisotropias bi- ou
  tri-direcionais, com tendência isotrópica
                                                        A diferenciação entre as UBCs foi feita de
  em conteúdos mais arenosos.
                                                        acordo com a análise das propriedades da
                                                        forma dos elementos texturais (densidade,
  ▪ Aluviões são identificados por rup-
                                                        grau de estruturação, e ordem de estrutu-
  turas de declive suaves, que ocorrem
                                                        ração) (Tabela 1), às quais se relacionam
  principalmente na transição de colinas
                                                        associações específicas de: tipos rocho-
  amplas para o canal de drenagem.
                                                        sos; estruturas geológicas (fraturas, folia-
  Muitas vezes verifica-se mais de uma
                                                        ção); morfometria do relevo (declividade e
  ruptura de declive, em que a intermediá-
                                                        amplitude); perfis de alteração de solos; e
  ria relaciona-se a rampas coluvionares.
                                                        espessura de material inconsolidado.
Os tipos e as formas de relevo apresentam
                                                           c) avalliiação de homogeneiidade e
                                                           c) ava ação de homogene dade e
as seguintes relações com a textura na
imagem:                                                                        de siimiillariidade
                                                                               de s m ar dade

  ▪ no domínio da bacia sedimentar,                     Os procedimentos utilizados para a verifi-
  os principais sistemas de relevo identifi-            cação de homogeneidade e similaridade
  cados foram colinas amplas a médias e                 correspondem àqueles descritos no Item
  colinas pequenas. Em setores onde                     2.2.1.
  ocorrem colinas amplas a médias, os
  topos e as encostas convexas caracteri-                                    d) traballhos de campo
                                                                             d) traba hos de campo
  zam-se pela relativa ausência de drena-
  gem, sendo diferenciados a partir de                  Trabalhos de campo foram efetuadas nas
  rupturas de declive (elemento textural                Áreas T3 e T4, em compartimentos fisio-
  de relevo). As encostas côncavas e va-                gráficos previamente selecionados, com os
  les, além de sua identificação pelas                  seguintes objetivos:
  rupturas de declive, apresentam densi-
  dade de drenagem baixa e tropia pre-                      a) verificar a ocorrência de estruturas
  domi-nantemente unidirecional, perpen-                    tectônicas e efetuar avaliação geológi-
  dicular ao canal principal. Já os setores                 co-estrutural expedita enfocando a aná-
  de colinas pequenas apresentam média                      lise de esforços potencialmente gerado-
  densidade de drenagem e formas arbo-                      res de tais estruturas;
  rescentes. Ocorrem variações de tropia


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                                                              aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



Tabela 1. Exemplo de características texturais nas imagens utilizadas para a diferenciação de UBCs na Região
Metropolitana de Campinas.

                           PROPRIEDADES DAS FORMAS DOS ELEMENTOS TEXTURAIS
          UBC
                   Tipo de elemento                                           Grau de          Ordem de
                                    Densidade                Arranjo
                        textural                                            estruturação      estruturação

         BBP 8         Drenagem             Alta            Dendrítico           Alto                2

         COR 2         Drenagem             Alta            Dendrítico          Médio                1

         CSE 1         Drenagem          Muito alta         Retângular        Muito alto             2




   b) verificar no terreno as feições fisio-                    e) fiinalliização do Mapa de Uniida-
                                                                e) f na zação do Mapa de Un da-
   gráficas que determinaram a delimita-                       des Básiicas de Compartiimentação
                                                               des Bás cas de Compart mentação
   ção dos compartimentos na imagem,
   confirmando ou corrigindo limites foto-                   O Mapa de Compartimentação Fisiográfica
   interpretativos das UBCs;                                 das Áreas T3 e T4 (Figuras 3 e 4) contém
                                                             as Unidades Básicas de Compartimenta-
   c) aquisição de informações adicionais,                   ção (UBCs), identificadas segundo um có-
   especialmente sobre as características                    digo composto por três letras e um alga-
   geoambientais das unidades.                               rismo. Como pode ser observado na Ta-
                                                             bela 1, e mais especificamente nas Tabe-
A escolha de compartimentos a serem es-                      las 2A e 2B, a primeira letra representa o
tudados em detalhe considerou a extensão                     primeiro nível hierárquico da comparti-
em termos de área e a contigüidade dos                       mentação, correspondente ao domínio
compartimentos para fins de análise geo-                     fisiográfico regional; a segunda letra cor-
lógico-estrutural. Os trabalhos de campo                     responde à litologia predominante; e a ter-
incluíram o registro fotográfico das UBCs e                  ceira letra refere-se ao tipo de relevo pre-
respectivas feições de interesse fisiográfico                dominante.
e geotécnico verificadas em campo, como
ilustrado nas Fotos 1 a 5. As informações                    Nesta etapa, os limites resultantes da in-
obtidas foram agregadas às informações                       terpretação visual da imagem e transpos-
pré-existentes de projetos elaborados pelo                   tos para um overlay, foram compilados
Instituto Geológico na região (IG-SMA                        sobre um mapa topográfico base. Em al-
1993, 1995, 1999 e 2002).                                    guns casos, foi necessário ajustar os limi-
                                                             tes das UBCs às curvas de nível do mapa
                                                             topográfico.




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                                                              aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




         CRR2/ CRR3                              CSR3


                                                                            BAC1

                               CSA1



(A)




 (B)




 (C)




                                                                        s



                                                                        r


  (D)                                                        (E)

Fotos de campo. (1) Área T3. Vista geral a partir do Oeste mostrando o contraste entre os relevos de
colinas amplas e morrotes (compartimentos CSA1 e BAC1) e de morros a Noroeste e Leste da Área T3
(compartimentos CRR2, CRR3, e CSR3 ao fundo). (2) Área T3. Vertente leste do compartimento CRR2 com
cristas de relevo alinhadas e perfil de encosta retilíneo. (3) Área T3. Vertente oeste do compartimento CRR3
com arranjo angulado de interflúvios e perfil de encosta retilíneo. (4) Área T4. Processos erosivos no
compartimento BCP2 (martelo como escala). (5) Área T4. Perfil de solo no compartimento BGA1. Solo
superficial (s) e solo residual imaturo (r) preservando fraturas sub-verticais ENE.
                                                       14

                                             INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                          aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




                          292.000 m                                                                         302.000 m
            7.478.000 m                                                                                              7.478.000 m

                                        CSA1
                                        CSA1                                CRR5
                                                                            CRR5
                                                                                              CRR2
                                                                                              CRR2

                                                                                                    CRR3
                                                                                                    CRR3
                                                                    CLR3
                                                                    CLR3
                                                       BAC1
                                                       BAC1




                             CSA2
                             CSA2                                                     COC3
                                                                                      COC3    ATI
                                                                                              BAI
                                                                     CLT1
                                                                     CLT1                     A

                                                           CLC1
                                                           CLC1                                      CSR3
                                                                                                     CSR3
                                      RIB
                                      EIR
                                      AO
                                                                                        RIO

                                            CNC1
                                            CNC1

                                              DAS   CNC2
                                                    CNC2                                                         80
                                                      ANHUMAS
            7.470.000 m                                                                                          0      7.470.000 m
                          292.000 m                                                                         302.000 m


                                                                                               Escala
                                                                                  1           0         1      2 Km




                            Convenções temáticas                         Convenções cartográficas

                                      Unidade Básica de                               Curva de nível
                             BAC1
                             BAC1
                                      Compartimentação (UBC)                          Drenagem
                                        Área não analisada
                                        Áreanão analisada
                                        Área não analisada                            Represas e lagoas
                                                                                      Ferrovia
                                        Área com uso
                                                                                      Rodovia
                                        urbano ou industrial



Figura 3. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T3




                                                                    15

                                                            INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                                           aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas




               276.000 m                                                                                                                                              292.000 m
7.498.000 m                                                                                                                                                                                 7.498.000 m




                                                                                                                           600
                                                 60
                                                      0
                                                                                                          600
                                                                                                                                         BGA1(92)
                                                                                                                                         BGA1(92)
                                                                            BCP1
                                                                            BCP1
              600




                                                                                         BBP7
                                                                                         BBP7
                                                                                                                    600




                           BBP2
                           BBP2                    ING
                                                      UI                                           BCP2
                                                                                                   BCP2
                                               APIT
                                 RIBEIRAO
                                            PIR
                                                      BDA2
                                                      BDA2
                                                                                        BAP2
                                                                                        BAP2

                                                                                                            BAP1
                                                                                                            BAP1
                                                                        BDA1
                                                                        BDA1
                                                          BFA1
                                                          BFA1




                                                                                                                                                                 IA
                                                                                                                                                               CA
                                                                                                                                                             DU
                                                                                                                                                           AN
                                                                                               BAA1
                                                                                               BAA1




                                                                                                                                                          M
                                                                                                                                                        CA
                                                                            60
                                                                            0




                                                                                                                                                        O
                                                                                                                                                    RI
                           BBM3
                           BBM3                                                                                                                         RIO

                                                                                                                                                                      JA
                                                                                                                                                                           G
                                                                                                                                                                               U
                                                                                                                                                                                   AR
                                                                                                                                                                                        I




                                                                            600                                 BGA1(53)
                                                                                                                BGA1(53)



                                                                                                                                 0
                                                                                                                            60
                                                                                                    600
                            0
                            60




                                                                   60
                                                                        0
                                                                                                                                                  600
7.486.000 m                                                                                                                                                                                 7.486.000 m
              276.000 m                                                                                                                                           292.000 m


                                                                                                                                                Escala
                                                                                                                                     1      0                 1                    2 Km




                    Convenções temáticas                                    Convenções cartográficas

                                 Unidade Básica de                                     Curva de nível
                     BAA1
                     BAA1
                                 Compartimentação (UBC)                                Drenagem

                                 Área não analisada
                                 Área não analisada                                    Represas e lagoas
                                                                                        Ferrovia
                                 Área com uso
                                                                                        Rodovia
                                 urbano ou industrial



 Figura 4. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T4




                                                                                          16

                                                                                  INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



Tabela 2A. Codificação das UBCs nas áreas piloto T3 e T4 correspondente às 3 primeiras letras do código de
identificação. As letras L, N, O, R, e S referem-se a rochas granítico-gnáissicas Pré-Cambrianas; as letras A, B,
e C, a rochas sedimentares Paleozóicas; a letra D, a diabásios de idade Mesozóica; e as letras F e G, a rochas
sedimentares Terciárias.
   Domínio fisiográfico                                                                           Tipo de relevo
                                                Rocha predominante
        regional                                                                                  predominante
                                                     (2a letra)
        (1a letra)                                                                                   (3a letra)
                               A – Arenito médio a grosso, estratificados ou maciços
                               B – Intercalação de lamitos com seixos, ritmito e
                               arenito muito fino
                                                                                             A – Colinas amplas
                               C – Arenito fino laminado, por vezes maciço
B – Bacia Sedimentar                                                                         M – Colinas médias
                               D – Diabásio maciço de granulação fina
                                                                                             P – Colinas pequenas
                               F – Lamito e lamito arenoso maciço
                               G – Intercalação de siltito laminado, argilito e arenito
                               fino laminado
                               L – Granada–Sillimanita-Biotita Gnaisse xistosos com
                               intercalçações de gnaisses graníticos
                               N - Hornblenda-Biotita orto-gnaisse bandados onde
                                                                                             C – Colinas e morrotes
C – Embasamento Cristalino     se intercalam granitóides desde básicos a ácidos
                                                                                             R – Morros
Pré-cambriano                  O - Granada–Biotita-Plagioclásio Gnaisse bandado a
                                                                                             T – Morrotes
                               laminado e tendendo a xistoso.
                               R – Biotita Gnaisse Granítico
                               S – (Hornblenda)-Biotita Granito porfirítico



Tabela 2B. Exemplos de códigos atribuídos às UBCs.

   UBC                                          Significado dos códigos

          B (Bacia Sedimentar)

          A (Arenito: médio a grosso, predominantemente maciço, quartzoso, localmente feldspático )
  BAA1
          A (Colinas amplas, topos aplainados a convexos, declividade suave)

          1 (solo areno-argiloso variando para areno-siltoso em profundidade, espessura entre 1 e 5m, ver-
          tentes convexas, predominam arranjos uni-direcionais das linhas de drenagem e de relevo )

          C (Embasamento Cristalino)

          L (Granada–Sillimanita-Biotita Gnaisse Laminado)
  CLT1
          T (morrotes, topos estreitos e agudos, cristas alinhadas, declividade média)

          1 (solos arenosos a areno-siltosos, espessura maior que 4 m, vertentes côncavas, arranjos bi- e
          tridirecionais das linhas de drenagem e de relevo)




                                                         17

                                               INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                           aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



                                                             trutura da rocha e das descontinuidades
3..2.. CARACTERIZAÇÃO
3 2 CARACTERIZAÇÃO                                           de natureza tectônica;
GEOAMBIENTAL
GEOAMBIENTAL
                                                             ▪ Solo (perfil de alteração) caracteri-
    a) Identiifiicação dos fatores de
    a) Ident f cação dos fatores de                          zado quanto às classes texturais, coe-
                              análliise
                              aná se                         são, compacidade, estrutura e espessu-
                                                             ra;
Tendo em vista o objetivo final do projeto,
ou seja, a avaliação de suscetibilidade a                    ▪ Tipo de relevo, neste caso, adotou-
processos geodinâmicos superficiais e da                     se a declividade por se tratar de um dos
                                                             fatores mais importantes da morfologia
vulnerabilidade de aqüíferos à contamina-
                                                             e passível de quantificação.
ção, os seguintes fatores foram considera-
dos relevantes para a análise a ser efetua-
                                                         A potencial influência de cada um dos fato-
da: litologia, descontinuidades de natureza
                                                         res analisados para as avaliações realiza-
tectônica, espessura e tipo de solo, declivi-
                                                         das é considerada nos parágrafos seguin-
dade e profundidade do nível d’água.
                                                         tes.
No caso da avaliação da vulnerabilidade
de aqüíferos, o método empregado consi-                  - LITOLOGIA
dera que a vulnerabilidade é função das
                                                         Com relação à vulnerabilidade de aqüífe-
seguintes características da zona não-
                                                         ros a propriedade mais importante das
saturada:
                                                         rochas corresponde à permeabilidade pri-
                                                         mária, a qual é bastante variável para se-
   ▪ capacidade de atenuação dos con-
                                                         dimentos e rochas sedimentares. Para as
   taminantes, a qual depende da profun-
                                                         rochas cristalinas, a permeabilidade primá-
   didade do nível d’água e da natureza
                                                         ria não é significativa, no entanto é im-
   composicional e textural da zona não-
                                                         portante considerar os seus produtos de
   saturada;
                                                         alteração, como descrito em Fernandes &
   ▪ acessibilidade hidráulica à zona sa-                Hirata (2003). Os granitos, por exemplo,
   turada, que depende da permeabilidade                 geram materiais de alteração de textura
   primária (granular) e secundária (dada                arenosa e friáveis. Por outro lado, gnaisses
   por fraturas) da zona não-saturada;                   de composição básica a intermediária ou
                                                         gnaisses xistosos, geram materiais mais
   ▪ capacidade de infiltração das águas                 argilosos e portanto de menor permeabili-
   pluviais, que considera a relação entre a             dade e maior capacidade de atenuação,
   declividade do terreno e da permeabili-               por adsorção dos contaminantes. Adicio-
   dade da camada superficial da zona-                   nalmente, as heterogeneidades dos gnais-
   não saturada.                                         ses (intercalação de tipos litológicos dis-
                                                         tintos, bandamento composicional, folia-
O método utilizado no presente estudo                    ção) favorecem o processo de dispersão
assemelha-se ao proposto por Foster &                    dos contaminantes.
Hirata (1988), o qual se alicerça na análise
das duas primeiras características mencio-               Assim áreas constituídas por gnaisses são
nadas acima.                                             consideradas menos vulneráveis que as
                                                         áreas constituídas por granitos. Fernandes
Já a avaliação da suscetibilidade a proces-              & Hirata (2003), como ilustrado na Tabela
sos de movimentos de massa e de escoa-                   3, sintetizam a variação da vulnerabilidade
mento superficial é baseada na interação                 para os vários tipos de rochas cristalinas
dos seguintes fatores:                                   quando se considera duas situações: uma
                                                         onde o manto de intemperismo é espesso,
   ▪ Substrato geológico caracterizado                   e outra onde ele é inexpressivo ou ausen-
   quanto ao tipo litológico, textura e es-              te. No caso do manto ser inexpressivo, o

                                                    18

                                          INSTITUTO GEOLÓGICO
Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação:
                                                                aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas



Tabela 3. Variação de vulnerabilidade para diversos grupos litológicos de rochas cristalinas (Fernandes & Hirata
2003).

Grupos litológicos de                                                           Manto de intemperismo inexpressivo
                        Manto de intemperismo expressivo
rochas cristalinas                                                              e/ou rocha aflorante

                        Meta-calcários e meta-dolomitos                         Meta-calcários e meta-dolomitos

                        Rochas vulcânicas recentes                              Rochas vulcânicas recentes

                                                                                Rochas metassedimentares (baixo
                        Rochas graníticas e vulcânicas ácidas
                                                                                grau metamórfico)

Aumento da vulnerabi-                                                           Rochas metamórficas de alto a
                      Rochas alcalinas
lidade                                                                          médio grau

                        Gnaisses xistosos e gnaisses com predomínio de
                                                                       Rochas ígneas foliadas
                        plagioclásio (tonalitos, granodioritos)

                        Metapelitos (filitos e xistos), rochas básicas e
                        ultrabásicas ígneas ou metamórficas (basalto,           Rochas ígneas maciças
                        diabásio, gabro, anfibolito, etc.)



                                                              que apresentam estas características são
fator que condiciona a vulnerabilidade
                                                              mais propícias ao desenvolvimento de
conferida pelas diferentes litologias são as
                                                              processos de movimentos de massa (gra-
descontinuidades inerentes à origem ou
                                                              vitacionais), tais como, queda de blo-cos,
formação da rocha (foliação, bandamento
                                                              desplacamentos       e    escorregamentos
e freqüência de contatos litológicos).
                                                              translacionais.
Quando o manto é espesso, por outro lado,
o fator condicionante são os produtos de
                                                              As rochas graníticas são mais resistentes
alteração da rocha. Assim rochas ígneas
                                                              quando inalteradas. Porém, sua composi-
maciças, tais como granitos e diabásios
                                                              ção quartzo-feldspática e textura grosseira
não foliados, seriam as menos vulneráveis
                                                              propiciam produtos de alteração arenosos
quando não alteradas, por não possuírem,
                                                              e friáveis, tornando-os mais suscetíveis
teoricamente, um número significativo de
                                                              aos processos de erosão superficial.
descontinuidades. No entanto, os produtos
de intemperismo de granitos seriam relati-                    As rochas sedimentares com maior por-
vamente mais vulneráveis, por apresenta-                      centagem de areia na sua composição
rem textura arenosa.                                          são, em geral, mais frágeis frente aos pro-
                                                              cessos erosivos por escoamento superfi-
As diferentes litologias também influenciam
                                                              cial.
a suscetibilidade a processos geodinâmi-
cos em função da sua composição, da
                                                              - DESCONTINUIDADES DE NATUREZA
textura e principalmente das estruturas
                                                              TECTÔNICA
inerentes à formação da rocha, tais como
foliação, bandamento, xistosidade. Estas
                                                              As descontinuidades de natureza tectônica
estruturas constituem planos de fraqueza
                                                              têm importância fundamental para a vulne-
que tornam as rochas menos resistentes
                                                              rabilidade de aqüíferos e para a suscetibili-
às forças de cisalhamento, especialmente
                                                              dade a processos geodinâmicos superfici-
quando estão intemperizadas. As rochas
                                                              ais pois constituem caminhos de chegada

                                                         19

                                               INSTITUTO GEOLÓGICO
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Suscetibilidade e vulnerabilidade de aqüíferos em Campinas

  • 1. Secretaria de Estado do Meio Ambiente & Universidade de Sheffield SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS GEODINÂMICOS E VULNERABILIDADE DE AQÜÍFEROS À CONTAMINAÇÃO: APLICAÇÃO A TERRENOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS Relatório Técnico São Paulo, abril de 2003
  • 2. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Secretaria de Estado do Meio Ambiente José Goldemberg Instituto Geológico Sonia Aparecida Abissi Nogueira UNIVERSIDADE DE SHEFFIELD Relatório Técnico SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS GEODINÂMICOS E VULNERABILIDADE DE AQÜÍFEROS À CONTAMINAÇÃO: APLICAÇÃO A TERRENOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS São Paulo abril de 2003
  • 3. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas EQUIPE TÉCNICA EQUIPE TÉCNICA Coordenação Geral Cláudio José Ferreira & Paulo César Fernandes da Silva (Instituto Geológico) Coordenação do Relatório Técnico Amélia João Fernandes (Instituto Geológico) Execução Amélia João Fernandes (Instituto Geológico) Cláudio José Ferreira (Instituto Geológico) John C. Cripps (Universidade de Sheffield, Reino Unido) Lídia Keiko Tominaga (Instituto Geológico) Mara Akie Iritani (Instituto Geológico) Maria José Brollo (Instituto Geológico) Paulo César Fernandes da Silva (Instituto Geológico) Ricardo Vedovello (Instituto Geológico) i INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 4. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas SUMÁRIO SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1 1.1. Justificativas e Histórico .............................................................................. 1 1.2. Objetivos e Área de Estudo .......................................................................... 1 2. METODOLOGIA ................................................................................................ 3 2.1. Abordagem metodológica ............................................................................. 3 2.2. Etapas metodológicas .................................................................................. 4 2.2.1. Compartimentação fisiográfica do terreno ............................................... 4 a) Seleção do produto de sensoriamento remoto .......................................... 4 b) Delimitação de compartimentos fisiográficos ............................................ 5 c) Avaliação de homogeneidade e de similaridade ......................................... 5 d) Trabalhos de campo ............................................................................... 6 e) Finalização do mapa de Unidades Básicas de Compartimentação ................ 6 2.2.2. Caracterização geoambiental .................................................................. 6 a) Identificação dos fatores de análise ......................................................... 6 b) Obtenção de dados e definição das classes dos fatores de análise .............. 6 c) Sistematização das informações sobre as UBCs ......................................... 7 2.2.3. Avaliação geoambiental ......................................................................... 7 a) Definição das classes da carta final .......................................................... 7 b) Definição das regras de classificação das UBCs ......................................... 7 c) Avaliação das UBCs e cartografia final ...................................................... 7 3. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NAS ÁREAS PILOTO (REGIÃO METROPO- LITANA DE CAMPINAS) ....................................................................................... 9 3.1. Compartimentação fisiográfica do terreno ...................................................... 9 a) Seleção do produto de sensoriamento remoto .............................................. 9 b) Compartimentação da área de estudo .......................................................... 10 c) Avaliação de homogeneidade e de similaridade ............................................. 12 d) Trabalhos de campo ................................................................................... 12 e) Finalização do mapa de Unidades Básicas de Compartimentação .................... 13 3.2. Caracterização geoambiental ......................................................................... 18 a) Identificação dos fatores de análise ............................................................. 18 ii INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 5. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas b) Obtenção de dados e definição das classes dos fatores de análise .................. 21 c) Sistematização das informações sobre as UBCs ............................................. 28 3.3. Cartografia temática final .............................................................................. 29 a) Definição das classes da carta final .............................................................. 29 b) Definição das regras de classificação das UBCs ............................................. 29 c) Avaliação das UBCs e cartografia final .......................................................... 36 4. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 46 5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 49 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 51 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. Mapa de localização das áreas de estudo ............................................................... 2 Figura 2. Ilustração a partir de imagem TM-Landsat (bandas 3, 4, 5) e compartimentos fisiográficos delimitados para as Áreas T3 e T4, considerando as relações texturais associadas a elementos de drenagem .................................................................................................... 11 Figura 3. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T3 ............................................... 15 Figura 4. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T4 ............................................... 16 Figura 5. Mapa de lineamentos e domínios tectônicos da Área T3 .......................................... 23 Figura 6. Mapa de lineamentos e domínios tectônicos da Área T4 .......................................... 24 Figura 5. Mapa de vulnerabilidade à contaminação de aqüíferos da área T3 ............................ 40 Figura 6. Mapa de vulnerabilidade à contaminação de aqüíferos da área T4 ............................ 41 Figura 7. Mapa de suscetibilidade a processos geodinâmicos superficiais da área T3 ................ 43 Figura 8. Mapa de suscetibilidade a processos geodinâmicos superficiais da área T4 ................ 44 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1. Exemplo de características texturais nas imagens utilizadas para a diferenciação de UBCs na Região Metropolitana de Campinas ........................................................................... 13 Tabela 2A. Codificação das UBCs nas áreas piloto T3 e T4 correspondente às 3 primeiras letras do código de identificação ..................................................................................................... 17 Tabela 2B. Exemplos de códigos atribuídos às UBCs .............................................................. 17 Tabela 3. Variação de vulnerabilidade para diversos grupos litológicos de rochas cristalinas (Fernandes & Hirata 2003) ................................................................................................... 19 Tabela 4. Evolução tectônica cenozóica para a região de Campinas, segundo Fernandes (1997) e Fernandes & Amaral (2002) ............................................................................................... 25 Tabela 5. Atribuição de notas aos parâmetros utilizados para a derivação de classes de Fraturamento ....................................................................................................................... 26 iii INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 6. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas Tabela 6A. Tabela de descrição completa da área T3 ............................................................ 30 Tabela 6B. Tabela de descrição completa da área T4 ............................................................. 32 Tabela 7A. Tabela síntese da área T3 ................................................................................... 34 Tabela 7B. Tabela síntese da área T4 .................................................................................. 35 Tabela 8A. Reclassificação das classes dos atributos de acordo com a sua relação com a vulnerabilidade à contaminação de aqüíferos .......................................................................... 37 Tabela 8B. Reclassificação das classes dos atributos de acordo com a sua relação com a suscetibilidade a processos geodinâmicos superficiais .............................................................. 38 Tabela 9. Possíveis combinações das notas A, M e B, relativas aos quatro fatores de análise, e as classes finais de avaliação ................................................................................................. 39 Tabela 10. Vulnerabilidades parciais induzidas pelos fatores analisados e a vulnerabilidade resultante da somatória da influência de todos os fatores (A = alta, M = média e B = baixa) ..... 39 Tabela 11. Suscetibilidades parciais induzidas pelos fatores analisados e a suscetibilidade resultante da somatória da influência de todos os fatores (A = alta, M = média e B = baixa) ..... 42 ÍNDICE DE FOTOS Fotos de campo. (1) a (5) ................................................................................................ 14 iv INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 7. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas 1.. INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO 1..1.. JUSTIFICATIVAS E 1 1 JUSTIFICATIVAS E O Instituto Geológico, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, HISTÓRICO HISTÓRICO tem desenvolvido projetos de zoneamento geoambiental, desde 1993, onde terrenos Ao longo das últimas décadas, as ativida- têm sido avaliados quanto a potencialida- des de engenharia e planejamento têm des e fragilidades. Nos últimos anos o Ins- incorporado de forma crescente os con- tituto tem adotado a abordagem fisiográfica ceitos de qualidade ambiental e de desen- para avaliações que identificam áreas com volvimento sustentável, na medida em que variada adequabilidade para determinados procuram prevenir situações adversas ou tipos de uso e atividades, tais como dispo- minimizar os possíveis impactos da ação sição de resíduos sólidos e áreas de ex- antrópica (Cendrero 1990; Bell 1993; pansão urbana. Bennett & Doyle 1998). O zoneamento geoambiental, que consiste em dividir o terreno em zonas com certa homogeneidade em relação aos elementos 1..2.. OBJETIVOS E ÁREA DE 1 2 OBJETIVOS E ÁREA DE componentes do meio físico, pode ser útil ESTUDO ESTUDO para diferentes propósitos como aqueles aplicados ao planejamento e aos projetos Com a finalidade de consolidar e aprimorar de engenharia, uma vez que tais zonas a estratégia metodológica para a avaliação homogêneas apresentam respostas espe- de terrenos, o Instituto Geológico tem bus- cíficas às solicitações da atividade huma- cado a integração entre diferentes áreas na. do conhecimento, tais como Geologia, Geotecnia e Hidrogeologia. Tal esforço Dentre as metodologias existentes para o institucional inclui a especialização do zoneamento geoambiental, a abordagem quadro técnico através de contato com fisiográfica baseia-se no princípio de que a setores atuantes na gestão ambiental, e interação dos elementos geoambientais intercâmbio técnico com instituições e or- (geologia, geomorfologia, topografia, ve- ganismos similares nacionais e internacio- getação e clima) reflete-se no aspecto fisi- nais. Como resultado deste esforço, o Ins- onômico do terreno. Esta suposição per- tituto Geológico, em cooperação com a mite afirmar que zonas com características Universidade de Sheffield, e contando com homogêneas refletem terrenos constituídos apoio financeiro do Fundo de Projetos Am- por elementos geoambientais semelhan- bientais do Ministério das Relações Exteri- tes. Através deste raciocínio, diversos au- ores do Reino Unido (The Foreign Com- tores (Bell et al. 1987; Mitchell 1991; Bell monwealth Office), promoveu um programa 1993; Vedovello 2000) sugerem que tal de visitas técnicas visando a identificação abordagem oferece meios racionais de de interesses mútuos e a criação de um correlacionar áreas conhecidas com arcabouço institucional para o desenvolvi- aquelas desconhecidas e então, estimar, mento de futuros projetos com cooperação com razoável precisão, as condições do internacional. Tal programa também incluiu terreno. o desenvolvimento do presente projeto, cujos objetivos foram: 1 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 8. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas ▪ Implementar a metodologia de com- considerada uma das áreas críticas do partimentação fisiográfica, proposta por Estado de São Paulo em termos de plane- Vedovello (1993, 2000), para a avalia- jamento territorial e gestão ambiental. ção de terrenos em contextos geológi- cos e geomorfológicos diversificados. Dentro da RMC, foram selecionadas duas áreas, T3 e T4 (Figura 1), envolvendo ▪ Incorporar técnicas inferenciais para materiais geológicos e contextos geomor- identificar e mapear descontinuidades fológicos distintos. A Área T3 está situada tectônicas potencialmente ocorrentes no a apenas poucos quilômetros a nordeste terreno, utilizando modelo tectônico re- da cidade de Campinas, cobrindo aproxi- gional previamente proposto. madamente 80 km2. Esta área é constituí- da por rochas pré-cambrianas gnáissico- ▪ Estimar a suscetibilidade a proces- graníticas, que sustentam uma topografia sos geodinâmicos superficiais e vulne- acidentada, na maioria representada por rabilidade à contaminação da água morros e morrotes com significativa decli- subterrânea, considerando, inclusive, os vidade. A Área T4 está localizada nas pro- efeitos das descontinuidades tectônicas. ximidades do Parque Industrial de Paulínia, a cerca de 15 km a noroeste da cidade de O presente projeto foi desenvolvido na Campinas, e abrange aproximadamente Região Metropolitana de Campinas (RMC) 192 km2. Esta é constituída por rochas onde avaliações prévias do terreno têm fanerozóicas sedimentares e ígneas que sido conduzidas pelo Instituto Geológico sustentam relevos suaves de colinas, além desde 1993. Esta região encontra-se em de planícies aluviais relativamente exten- pleno desenvolvimento econômico e é sas. BRASIL T4 T4 SÃO PAULO REGIÃO METROPOLITANA T3 T3 DE CAMPINAS Figura 1. Mapa de localização das áreas de estudo 2 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 9. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas 2.. METODOLOGIA 2 METODOLOGIA utilização deste tipo de abordagem na ava- 2..1.. ABORDAGEM 2 1 ABORDAGEM liação de terrenos permite a elaboração de METODOLÓGICA METODOLÓGICA um produto cartográfico único, onde os elementos ambientais (acima citados) são A utilização de informações sobre o meio representados e individualizados em uni- físico é essencial para fundamentar a for- dades que refletem limites fisiográficos mulação e a implementação de políticas (não apenas limites funcionais demarcando públicas, ações de planejamento, ativida- variações de um determinado parâmetro des e instrumentos de gestão ambiental. ou propriedade), o que facilita ações de Tais informações apresentam grande im- planejamento territorial. portância na avaliação de terrenos, uma vez que os elementos fisiográficos (solo, Na abordagem paramétrica, cada parâ- rocha, relevo, vegetação) que compõem o metro ou informação temática é processa- terreno interagem de forma variável, de- da individualmente para posterior integra- terminando diferentes condições de com- ção. Dessa forma, são elaborados produ- portamento frente às ações antrópicas. tos cartográficos referentes a cada parâ- metro ou tema, os quais podem ser anali- Analisando a literatura técnica internacio- sados individualmente ou em combinações nal sobre os métodos de avaliação de ter- específicas, dependendo do tipo de aplica- renos, Vedovello (2000) identifica duas ção e objetivo do estudo e, por vezes com abordagens operacionais básicas para a atribuições de pesos. O procedimento para espacialização de dados e informações elaboração de mapa de síntese final pode sobre os terrenos: fisiográfica e paramé- envolver diferentes estratégias que vão trica. desde a simples superposição de informa- ções (soma cartográfica) até mecanismos A abordagem fisiográfica, também de- de pontuação com base no conhecimento nominada abordagem de paisagem, ele- intuitivo ou modelos estatísticos. mentos componentes do terreno são iden- tificados e analisados de forma integrada. Autores como Mitchell (1991), Bennett & Os componentes fisionômicos do terreno, Doyle (1997) e Vedovello (2000) conside- são analisados principalmente através de ram que a prática de ambos os procedi- fotointerpretação, com o intuito de identifi- mentos, e suas respectivas características car unidades de terreno com característi- cartográficas, têm apontado para uma cas distintivas. Estas unidades refletem vantagem da abordagem fisiográfica ou de associações específicas de elementos am- paisagem sobre a paramétrica, em termos bientais (geologia, relevo, solo, vegetação de custos, de tempo de execução, e de e clima), cuja expressão reflete padrões aplicabilidade. morfo-ambientais recorrentes e distinguí- veis tanto em imagens (de satélite e foto- Exemplos de estudos que se beneficiam grafias aéreas) quanto no próprio terreno. da abordagem fisiográfica incluem: IG- As unidades identificadas desta maneira SMA (1996 e 1999), Fernandes da Silva et são então caracterizadas quanto às pro- al. (1997), Brollo et al. (2000 e 2002), Sou- priedades e características geológico- za (2000), Brollo (2001), Fernandes da geotécnicas e avaliadas em termos de Silva (2003, incluído neste CD-ROM). A diagnósticos e prognósticos ambientais. A estes trabalhos somam-se outros estudos 3 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 10. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas referentes a diferentes aspectos do meio do terreno, tais como permeabilidade, físico da Região Metropolitana de Campi- erodibilidade e escavabilidade. nas: IG-SMA (1993, 1995 e 2002), Yoshi- naga-Pereira (1996) e Fernandes (1997). Na etapa de Avaliação Geoambiental ocorre a análise e classificação das UBCs segundo os objetivos da avaliação e com base nas propriedades e características do 2..2.. ETAPAS 2 2 ETAPAS terreno. METODOLÓGICAS METODOLÓGICAS Nos sub-itens a seguir são descritos, con- forme Vedovello (2000), os procedimentos Em linhas gerais, a avaliação de terrenos necessários para cada etapa metodológi- segundo a abordagem fisiográfica inclui ca. três etapas principais: (1) a compartimen- tação do território em unidades fisiográfi- cas; (2) a caracterização destas unidades de compartimentação em termos de pro- 2..2..1.. Compartiimentação fii- priedades e características do terreno que 2 2 1 Compart mentação f - interferem, condicionam ou são afetadas siiográfiica do terreno s ográf ca do terreno pelas atividades humanas; e (3) a avalia- ção destas unidades em termos de fragili- a) selleção do produto de sensorii- a) se eção do produto de sensor - dades (suscetibilidade a processos super- amento remoto amento remoto ficiais e vulnerabilidade de aqüíferos, por exemplo), potencialidades geoambientais Para a seleção do produto de sensoria- (cartas de aptidão), bem como de riscos e mento remoto são levados em considera- impactos geoambientais associados. ção: Na etapa de Compartimentação Fisiográ- a) as características das imagens; fica do Terreno efetua-se a delimitação de zonas texturais homogêneas e distintas (de b) as características das áreas de estu- áreas adjacentes) em imagens de satélite do (tipos de rocha e solo, tipo de relevo ou fotografias aéreas. Em termos genéri- a serem potencialmente encontrados); cos, as características texturais associam- se a elementos de drenagem e de relevo. c) a escala dos produtos finais a serem Estas zonas são denominadas de Unida- elaborados. des Básicas de Compartimentação (UBCs), e supõe-se que reflitam associa- Além disso, devem ser analisadas outras ções específicas de rochas, estruturas especificidades sobre as imagens, tais tectônicas, materiais inconsolidados e tipos como ângulo de elevação solar, cobertura de relevo. Esta etapa independe do objeti- de nuvens, azimute etc., que possam favo- vo final da cartografia, que será considera- recer e/ou dificultar a interpretação das do somente na segunda e terceira fases. cenas. A seleção do melhor produto para a análise, portanto, depende dos objetivos Na etapa de Caracterização Geoambien- do estudo, da fisiografia da área e dos tal são identificadas e sistematizadas as elementos de análise e critérios que serão características relevantes e necessárias utilizados pelo intérprete. para as avaliações a serem realizadas na terceira etapa. Esta caracterização pode A abordagem fisiográfica pode ser aplicada ser feita com base em: (1) características em diversas escalas e produtos de senso- do terreno, tais como perfil e espessura res remotos, tais como imagens de satélite do material inconsolidado, rochas, estrutu- ou de radar e fotografias aéreas. Em de- ras geológicas, tipo de relevo e profundi- corrência da escala do produto, os ele- dade do nível d’água; e (2) propriedades mentos texturais analisados também po- 4 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 11. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas dem variar. Assim, o elemento textural ção predominante ou ocorrência de múlti- pode corresponder a feições naturais de plas direções devem determinar o caráter drenagem e de relevo, ou simplesmente a isotrópico do arranjo textural. feições tonais originadas por contraste de sombreamento na imagem ou pelas pro- A assimetria dos elementos texturais diz priedades dos próprios materiais imagea- respeito à diferenças no arranjo espacial dos. dos elementos texturais em relação a um eixo ou qualquer feição que delimite duas Para escalas regionais e semi-regionais porções aparentemente distintas na ima- considera-se que os produtos do sensor gem em termos de atributos espaciais, e TM-Landsat oferecem condições mais pro- que podem ser aferidos, por exemplo, pelo pícias para a compartimentação fisiográfi- comprimento de feições lineares ou pelas ca, devido ao conjunto de características relações direcionais e angu lares entre as temporais, espectrais, espaciais e sinópti- feições. cas. Além disso, apresentam um grande acervo de imagens disponível e com facili- O procedimento de análise e delimitação dade de aquisição em relação aos outros de compartimentos fisiográficos pressupõe produtos (como imagens de radar, ima- uma correlação entre a textura da imagem gens SPOT, fotografias aéreas, etc.). e as características geológicas e geomor- fológicas do terreno, representados em b) Delliimiitação de compartiimentos b) De m tação de compart mentos diferentes níveis hierárquicos de compar- fiisiiográfiicos f s ográf cos timentação geralmente associados a por- ções, unidades ou domínios da paisagem O procedimento de compartimentação de com extensão de área progressivamente uma área, através da análise de produtos decrescente. Tal correlação é determinada de sensoriamento remoto, consiste em pela escala do produto fotográfico analisa- identificar na imagem divisões fisiográficas do, de tal maneira que os níveis hierárqui- em diferentes níveis hierárquicos de clas- cos superiores, ou unidades maiores, são sificação, relacionados às condições mor- identificados pela análise da organização fo-ambientais e morfogenéticas da região espacial dos elementos texturais (formas e estudada. estruturas), como indicado nos parágrafos anteriores. As unidades relativas ao nível A identificação dos diversos compartimen- hierárquico mais básico, para a escala do tos fisiográficos é feita com base na análi- produto utilizado, correspondem às Unida- se de elementos texturais nas imagens, des Básicas de Compartimentação geralmente associados a feições de relevo (UBCs), cuja identificação é feita pela aná- e de drenagem. Assim, identifica-se qual lise do elemento também básico da ima- elemento textural e quais organizações gem fotográfica, ou seja, o próprio ele- deste (forma, estrutura, etc.) definem os mento textural associado à drenagem ou diversos níveis hierárquicos e suas res- ao relevo. As UBCs podem ser caracteri- pectivas unidades, traçando-se os limites zadas e avaliadas para os mais diversos com base na análise da homogeneidade, fins, mantendo, entretanto, seu significado da anisotropia e da assimetria dos ele- e sua unicidade cartográfica. Constituem, mentos analisados. portanto, a base para armazenamento e análise das informações, e conseqüente- A anisotropia de elementos texturais asso- mente, para definição de unidades geoam- ciados ao relevo ou à drenagem refere-se bientais. à distribuição espacial desses elementos, especialmente em termos direcionais. A c) avalliiação de homogeneiidade e c) ava ação de homogene dade e existência de uma ou mais direções prefe- de siimiillariidade de s m ar dade renciais determina um caráter anisotrópico do arranjo espacial dos elementos textu- Uma vez estabelecida a compartimentação rais, enquanto a inexistência de uma dire- preliminar da área estudada, a homoge- 5 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 12. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas neidade e a similaridade das unidades de contexto fisiográfico e os respectivos níveis compartimentação (zonas texturais delimi- hierárquicos de compartimentação, ou tadas na imagem) devem ser verificadas. mesmo, relações taxonômicas. A verificação de homogeneidade é feita com base na análise dos elementos textu- rais utilizados na interpretação e extraídos 2..2..2.. Caracteriização geo- 2 2 2 Caracter zação geo- visual e manualmente da imagem para um ambiientall overlay. São consideradas homogêneas as amb enta áreas em que as características texturais internamente à unidade apresentam-se Conforme destacado acima, as UBCs persistentes em toda a sua extensão. A constituem a base para a avaliação do ocorrência de heterogeneidades internas terreno. A etapa de caracterização geoam- às unidades de compartimentação devem biental abrange os procedimentos descri- determinar a sua subdivisão. tos a seguir. A verificação da similaridade consiste em a) Identiifiicação dos fatores de a) Ident f cação dos fatores de comparar as propriedades da forma e as análliise aná se estruturas dos elementos texturais entre os compartimentos delineados em cada nível Uma vez delimitadas, as UBCs devem ser hierárquico. Assim áreas que apresentam caracterizadas de acordo com os objetivos propriedades texturais e/ou estruturais si- do estudo e o tipo de produto de avaliação milares, em um mesmo nível hierárquico, geoambiental a ser obtido. Assim, o primei- devem ser classificadas sob a mesma de- ro passo consiste em identificar quais fato- nominação. res do meio físico (tipos de relevo, rochas, estruturas tectônicas e solos, por exemplo) d) traballhos de campo d) traba hos de campo são determinantes de condições do terreno necessárias à avaliação geoambiental e Trabalhos de campo devem ser realizados cartografia final. para a verificação das unidades de com- partimentação obtidas pela análise de ima- b) Obtenção de dados e defiiniição b) Obtenção de dados e def n ção gens. Tal verificação objetiva a confirma- das cllasses dos fatores de análliise das c asses dos fatores de aná se ção e/ou o ajuste de limites foto- interpretados, bem como a confirmação de Os dados relativos aos fatores utilizados características geoambientais e morfo- na classificação das diversas UBCs são tectono-genéticas atribuídas aos diversos obtidos através de correlação das proprie- níveis de compartimentação das unidades. dades texturais e tonais das imagens com propriedades e características geoambi- e) fiinalliização do Mapa de Uniida- e) f na zação do Mapa de Un da- entais dos terrenos, trabalhos de campo, e des Básiicas de Compartiimentação des Bás cas de Compart mentação levantamento de dados prévios. A opção por uma ou várias formas de aquisição de Após a verificação de campo, o mapa de dados deve levar também em conta os Unidades Básicas de Compartimentação recursos operacionais e financeiros dispo- (UBCs) deve ser finalizado, através da níveis e o tempo necessário para a sua transposição dos limites das UBCs do execução. overlay para uma base topográfica compa- tível. Esta transposição pode levar a algu- As classes dos fatores são definidas de mas adequações do traçado dos limites acordo com os tipos de avaliações a serem com relação às curvas topográficas. O realizadas na terceira etapa de avaliação mapa de UBCs apresenta todas as unida- geoambiental. Desta forma, os vários tipos des identificadas e diferenciadas por uma de rocha e solos que ocorrem em uma sigla ou código, que geralmente reflete o região podem ser agrupados ou divididos em função do seu comportamento com 6 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 13. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas relação a, por exemplo, suscetibilidade a b) defiiniição das regras de cllassiifii- b) def n ção das regras de c ass f - processos erosivos. Tratamento similar cação das UBCs cação das UBCs deve ser dado aos outros fatores de análi- se. A definição dos critérios de avaliação ou classificação consiste em estabelecer uma c) Siistematiização das iinformações c) S stemat zação das nformações relação entre os fatores analisados e seus sobre as UBCs sobre as UBCs respectivos valores ou categorias (classes dos fatores) e as classes que irão compor Os dados e informações, relativos aos fato- a carta final. Esta relação deve refletir o res de análise, obtidos na etapa anterior tipo de influência que cada fator geoambi- devem ser sistematizados e organizados ental exerce em um dado terreno para a em um formato adequado para as análises aplicação considerada, e é expressa por subseqüentes. Assim, o seu conteúdo uma regra de classificação. deve ser padronizado segundo classes pré-determinadas (item “b” desta mesma Existem vários tipos de regras de classifi- etapa), considerando-se sua utilização cação, podendo ser citadas: para a avaliação geoambiental das UBCs. Tais dados e informações devem ser ar- (1) tabelas de classificação ou matrizes mazenados em tabelas ou bancos de da- de interação que procuram correlacionar dos que as relacionem às respectivas os diferentes fatores analisados com as UBCs. Este procedimento visa facilitar cor- classes representadas no produto car- relações e, consequentemente, a classifi- tográfico final; cação final das unidades na etapa de ava- liação geoambiental. (2) estruturas de árvore lógica, onde cada fator é analisado de forma a ex- cluir hipóteses ou resultados que com- petem entre si para selecionar um ca- 2..2..3.. Avalliiação geoambiientall 2 2 3 Ava ação geoamb enta minho de decisão; a) defiiniição das cllasses da carta (3) atribuição de pesos e somatório de a) def n ção das c asses da carta valores para as diferentes classes dos fiinall f na fatores de análise; As classes que irão compor a carta final (4) acumulação de evidências a favor ou devem refletir de forma simples e objetiva contra um determinado fator, em geral, os diferentes limiares que determinam expressa em termos numéricos. condições de maior ou menor fragilidade e/ou potencialidade das UBCs para a aná- A opção pelo tipo de regra de classificação lise pretendida. das UBCs deve ser feita a partir de uma análise cuidadosa da relação entre os fato- Em determinados casos, limites ou inter- res e sua influência para a avaliação con- valos de classes são definidos por meio de siderada. tratamento estatístico, com o intuito de reduzir o grau de subjetividade para a de- c) cllassiifiicação das UBCs e carto- c) c ass f cação das UBCs e carto- terminação das classes da carta final. grafiia fiinall graf a f na Nestes casos, as classes e mesmo os fato- res selecionados para a análise das unida- A cartografia final consiste em classificar des devem ser de natureza quantitativa, ou cada UBC através da aplicação da regra mensuráveis em alguma escala numérica de classificação definida anteriormente. A absoluta ou relativa (não-nominal). classificação das UBCS pode ser feita di- retamente pelo executor da cartografia ou por meio de procedimentos informatizados. No caso do uso de procedimentos informa- 7 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 14. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas tizados, é necessário que os dados este- forma que um determinado sistema espe- jam sistematizados e armazenados em cialista possa aplicar a regra de classifica- bancos de dados associados às UBCs, de ção. 8 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 15. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas 3.. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NAS ÁREAS-PILOTO 3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NAS ÁREAS-PILOTO (REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS) (REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS) descontinuidades tectônicas, com especial A metodologia descrita no Item 2 foi apli- ênfase nas descontinuidades de natureza cada a duas áreas piloto denominadas T3 rúptil de idade cenozóica. Estas últimas e T4 (Figura 1), as quais foram avaliadas tem forte influência tanto na vulnerabilida- quanto a suscetibilidade a processos de de aqüíferos, destacando-se os de bai- geodinâmicos superficiais e vulnerabili- xa permeabilidade primária, como na gera- dade de aqüíferos à contaminação. Es- ção de rupturas às quais podem estar inti- tas áreas inserem-se na Região Metropo- mamente associados processos geodinâ- litana de Campinas (RMC), constituída por micos, tais como erosão e escorregamen- rochas pré-cambrianas, a leste, e rochas tos. da Bacia do Paraná, a oeste, inseridas nos domínios geomorfológicos do Planalto Atlântico e da Depressão Periférica, res- pectivamente. 3..1.. COMPARTIMENTAÇÃO 3 1 COMPARTIMENTAÇÃO A região já foi alvo de vários estudos, FISIOGRÁFICA DO TERRENO FISIOGRÁFICA DO TERRENO muitos deles realizados pelo Instituto Ge- ológico, os quais produziram um significati- Como mencionado anteriormente, a com- vo volume de dados e informações em partimentação fisiográfica das áreas piloto formato digital, tais como: mapas geológi- T3 e T4 foi derivada de IG-SMA (1999) e cos, mapas de lineamentos, mapas geo- os procedimentos utilizados são descritos morfológicos, cadastros de poços tubula- a seguir. res, e cadastros de afloramentos (IG-SMA 1993, 1995, 1999 e 2002; Fernandes 1997; a) selleção do produto de sensorii- a) se eção do produto de sensor - Brollo 2001; Fernandes da Silva 2003). As amento remoto amento remoto informações geradas por estes estudos, junto com informações colhidas em traba- Os produtos utilizados neste estudo foram lhos de campo, realizados no presente imagens de satélite TM-Landsat, em es- projeto, foram utilizadas para caracterizar cala 1:100.000, no formato papel e com as as UBCs quanto aos fatores considerados seguintes órbitas/pontos e quadrantes: relevantes, descritos no Item 3.2. A com- 219/076 A; 219/076 C; 220/076 D. As ce- partimentação fisiográfica utilizada no pre- nas utilizadas foram obtidas em duas pas- sente projeto para as Áreas T3 e T4, cuja sagens diferentes, 27/07/1994 e metodologia é descrita abaixo no item 3.1, 20/08/1997, respectivamente com ângulo foi derivada do projeto “Metodologia para de elevação solar de 31o e de 38o , e azi- Seleção de Áreas para Tratamento e Dis- mute de 048o e de 051o . posição Final de Resíduos Sólidos” (IG- SMA 1999). A compartimentação fisiográfica da área de estudo foi obtida a partir da interpretação Destaca-se que, no presente estudo, pro- das cenas na banda 4 e na composição curou-se avançar metodologicamente, nas colorida 3B/4R/5G. A banda 4 foi mais fa- etapas de caracterização e avaliação de vorável à interpretação na região onde terrenos, ao ser incorporada a análise de ocorrem rochas do embasamento cristali- 9 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 16. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas no, enquanto a composição colorida favo- flete o caráter de transição entre os subs- receu a interpretação no domínio da Bacia tratos rochosos do embasamento cristalino Sedimentar do Paraná. As áreas piloto e da bacia sedimentar. A Área T4, por sua utilizadas no presente estudo (T3 e T4) vez, está contida inteiramente no domínio estão ilustradas na Figura 2. da bacia sedimentar. A relação entre as características texturais Especificamente para as Áreas T3 e T4 foi na imagem e as unidades litológicas das efetuada extração de linhas de drenagem Áreas T3 e T4 são as seguintes: e de relevo (cristas e quebras positivas e negativas) foi efetuada em imagem digital ▪ Granitos e gnaisses graníticos através de interpretação visual em tela de são caracterizadas pela ocorrência de computador, utilizando o software Erdas alinhamentos de relevo e drenagem que Imagine. Para tal, foi utilizado um recorte refletem lineamentos estruturais de di- (1856 X 2625 pixels) da imagem Landsat reção NW e N-S. Esta estruturação da TM5 (cena completa, órbita 219/076, pas- textura na imagem é mais evidente sagem de 20.08.97, correção geométrica nestes litotipos do que nos demais que através de convolução cúbica) com com- ocorrem na área. Apresentam formas de posição colorida 3G/4B/5R. Esta imagem drenagem de alta densidade (em geral foi geo-retificada com a utilização de 75 > 3 km/km2), caracterizadas por aniso- pontos de controle identificados em cartas tropia bidirecional, evidenciada em pa- topográficas IBGE/Brasil, na escala drões angulares oblíquos e retangula- 1:50.000 (em papel). A precisão média res. obtida foi de 32-37 metros (aproximada- ▪ Gnaisses bandados, gnaisses xis- mente 1 pixel). tosos e granada-biotita-plagioclásio gnaisses apresentam formas de drena- b) compartiimentação da área de b) compart mentação da área de gem do tipo subdendrítico, paralelo, estudo estudo subparalelo a angulado em alguns ca- sos, de densidade média a alta, tendên- A identificação de compartimentos fisiográ- cia predominantemente anisotrópica bi ficos, realizada em IG-SMA (1999), foi feita ou tridirecional (com uma das direções com base na identificação de diferenças quase sempre associada à foliação). texturais nas imagens, expressas pela dis- tribuição e organização espacial de ele- ▪ Rochas miloníticas das zonas de mentos texturais referentes à drenagem e cisalhamento são caracterizadas pelo ao relevo nas imagens (tropia e assimetria alinhamento de cristas (quebras positi- de formas e estruturas). A Figura 2 ilustra vas) e de drenagens (quebras negati- algumas relações entre as formas texturais vas) segundo a orientação NNE, com de drenagem e os compartimentos fisio- variações para N-S e NNW. Este grupo gráficos delimitados para as Áreas T3 e de rochas apresenta um alto grau de T4. estruturação com formas de drenagem em padrão geométrico ou angular (treli- Foram identificados dois grandes domínios ça, retangular, paralela) de alta densi- fisiográficos, que correspondem, de forma dade, caracterizadas por anisotropia geral, à Bacia Sedimentar do Paraná (B) predominantemente unidirecional. e ao Embasamento Cristalino (C). A dis- tinção destes dois domínios na imagem foi ▪ Associações litológicas predomi- feita com base na assimetria das formas nantemente arenosas no domínio da de drenagem, que são predominantemente Bacia Sedimentar do Paraná estão as- geométricas (angulares) para o domínio C, sociadas a formas de drenagem predo- e do tipo dendrítico-arborescente para o minantemente dendríticas, localmente domínio B. Na Área T3, o limite entre estes radiais ou angulares, de baixa a média dois domínios fisiográficos pode ser obser- densidade, tropias variáveis uni-, bi-, e vado, sendo de natureza difusa, o que re- tri-direcionais a isotrópicas. 10 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 17. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas Área T3 Área T4 a b c d e f Figura 2. Ilustração a partir de imagem TM-Landsat (bandas 3, 4, 5) e compartimentos fisiográficos delimita- dos para as Áreas T3 e T4, considerando as relações texturais associadas a elementos de drenagem. (a) e (b) ilustram a rede de drenagem; (c) e (d) sobreposição da compartimentação fisiográfica sobre a rede de drenagem; (e) e (f) compartimentos fisiográficos delimitados sobre as imagens de satélite 11 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 18. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas (unidirecionais, bidirecionais e isotrópi- ▪ Diabásios apresentam na imagem cas) e de grau de estruturação (médio a de satélite alinhamento associado a baixo), dependendo das unidades litoló- quebras positivas de relevo com ampli- gicas ocorrentes. tude maior que as rochas sedimentares. Observou-se que nos locais onde a pe- ▪ no domínio do embasamento cris- dogênese atuou com maior intensidade talino, os relevos mais representativos sobre estas rochas, ocorrem formas de incluem morrotes e morros, por vezes drenagem isotrópicas e de média densi- em associações específicas. A diferen- dade. ciação entre estes tipos de relevo foi dada principalmente pela freqüência ▪ Associações litológicas predomi- relativa de elementos texturais de relevo nantemente pelíticas (lamitos, argili- (quebras positivas e negativas). Desta tos), incluindo siltitos, ritmitos e ocor- forma, as referidas freqüências apre- rências de arenitos finos a muito finos, sentam o seguinte comportamento: de situam-se em setores mais entalhados média a alta nos morrotes e alta nos ou porções mais baixas do relevo, e a morros. As densidades de drenagem densidade de drenagem é quase sem- associadas são: média para os morrotes pre média a alta, com formas sub- e alta para os morros. dendrítica a angular, anisotropias bi- ou tri-direcionais, com tendência isotrópica A diferenciação entre as UBCs foi feita de em conteúdos mais arenosos. acordo com a análise das propriedades da forma dos elementos texturais (densidade, ▪ Aluviões são identificados por rup- grau de estruturação, e ordem de estrutu- turas de declive suaves, que ocorrem ração) (Tabela 1), às quais se relacionam principalmente na transição de colinas associações específicas de: tipos rocho- amplas para o canal de drenagem. sos; estruturas geológicas (fraturas, folia- Muitas vezes verifica-se mais de uma ção); morfometria do relevo (declividade e ruptura de declive, em que a intermediá- amplitude); perfis de alteração de solos; e ria relaciona-se a rampas coluvionares. espessura de material inconsolidado. Os tipos e as formas de relevo apresentam c) avalliiação de homogeneiidade e c) ava ação de homogene dade e as seguintes relações com a textura na imagem: de siimiillariidade de s m ar dade ▪ no domínio da bacia sedimentar, Os procedimentos utilizados para a verifi- os principais sistemas de relevo identifi- cação de homogeneidade e similaridade cados foram colinas amplas a médias e correspondem àqueles descritos no Item colinas pequenas. Em setores onde 2.2.1. ocorrem colinas amplas a médias, os topos e as encostas convexas caracteri- d) traballhos de campo d) traba hos de campo zam-se pela relativa ausência de drena- gem, sendo diferenciados a partir de Trabalhos de campo foram efetuadas nas rupturas de declive (elemento textural Áreas T3 e T4, em compartimentos fisio- de relevo). As encostas côncavas e va- gráficos previamente selecionados, com os les, além de sua identificação pelas seguintes objetivos: rupturas de declive, apresentam densi- dade de drenagem baixa e tropia pre- a) verificar a ocorrência de estruturas domi-nantemente unidirecional, perpen- tectônicas e efetuar avaliação geológi- dicular ao canal principal. Já os setores co-estrutural expedita enfocando a aná- de colinas pequenas apresentam média lise de esforços potencialmente gerado- densidade de drenagem e formas arbo- res de tais estruturas; rescentes. Ocorrem variações de tropia 12 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 19. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas Tabela 1. Exemplo de características texturais nas imagens utilizadas para a diferenciação de UBCs na Região Metropolitana de Campinas. PROPRIEDADES DAS FORMAS DOS ELEMENTOS TEXTURAIS UBC Tipo de elemento Grau de Ordem de Densidade Arranjo textural estruturação estruturação BBP 8 Drenagem Alta Dendrítico Alto 2 COR 2 Drenagem Alta Dendrítico Médio 1 CSE 1 Drenagem Muito alta Retângular Muito alto 2 b) verificar no terreno as feições fisio- e) fiinalliização do Mapa de Uniida- e) f na zação do Mapa de Un da- gráficas que determinaram a delimita- des Básiicas de Compartiimentação des Bás cas de Compart mentação ção dos compartimentos na imagem, confirmando ou corrigindo limites foto- O Mapa de Compartimentação Fisiográfica interpretativos das UBCs; das Áreas T3 e T4 (Figuras 3 e 4) contém as Unidades Básicas de Compartimenta- c) aquisição de informações adicionais, ção (UBCs), identificadas segundo um có- especialmente sobre as características digo composto por três letras e um alga- geoambientais das unidades. rismo. Como pode ser observado na Ta- bela 1, e mais especificamente nas Tabe- A escolha de compartimentos a serem es- las 2A e 2B, a primeira letra representa o tudados em detalhe considerou a extensão primeiro nível hierárquico da comparti- em termos de área e a contigüidade dos mentação, correspondente ao domínio compartimentos para fins de análise geo- fisiográfico regional; a segunda letra cor- lógico-estrutural. Os trabalhos de campo responde à litologia predominante; e a ter- incluíram o registro fotográfico das UBCs e ceira letra refere-se ao tipo de relevo pre- respectivas feições de interesse fisiográfico dominante. e geotécnico verificadas em campo, como ilustrado nas Fotos 1 a 5. As informações Nesta etapa, os limites resultantes da in- obtidas foram agregadas às informações terpretação visual da imagem e transpos- pré-existentes de projetos elaborados pelo tos para um overlay, foram compilados Instituto Geológico na região (IG-SMA sobre um mapa topográfico base. Em al- 1993, 1995, 1999 e 2002). guns casos, foi necessário ajustar os limi- tes das UBCs às curvas de nível do mapa topográfico. 13 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 20. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas CRR2/ CRR3 CSR3 BAC1 CSA1 (A) (B) (C) s r (D) (E) Fotos de campo. (1) Área T3. Vista geral a partir do Oeste mostrando o contraste entre os relevos de colinas amplas e morrotes (compartimentos CSA1 e BAC1) e de morros a Noroeste e Leste da Área T3 (compartimentos CRR2, CRR3, e CSR3 ao fundo). (2) Área T3. Vertente leste do compartimento CRR2 com cristas de relevo alinhadas e perfil de encosta retilíneo. (3) Área T3. Vertente oeste do compartimento CRR3 com arranjo angulado de interflúvios e perfil de encosta retilíneo. (4) Área T4. Processos erosivos no compartimento BCP2 (martelo como escala). (5) Área T4. Perfil de solo no compartimento BGA1. Solo superficial (s) e solo residual imaturo (r) preservando fraturas sub-verticais ENE. 14 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 21. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas 292.000 m 302.000 m 7.478.000 m 7.478.000 m CSA1 CSA1 CRR5 CRR5 CRR2 CRR2 CRR3 CRR3 CLR3 CLR3 BAC1 BAC1 CSA2 CSA2 COC3 COC3 ATI BAI CLT1 CLT1 A CLC1 CLC1 CSR3 CSR3 RIB EIR AO RIO CNC1 CNC1 DAS CNC2 CNC2 80 ANHUMAS 7.470.000 m 0 7.470.000 m 292.000 m 302.000 m Escala 1 0 1 2 Km Convenções temáticas Convenções cartográficas Unidade Básica de Curva de nível BAC1 BAC1 Compartimentação (UBC) Drenagem Área não analisada Áreanão analisada Área não analisada Represas e lagoas Ferrovia Área com uso Rodovia urbano ou industrial Figura 3. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T3 15 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 22. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas 276.000 m 292.000 m 7.498.000 m 7.498.000 m 600 60 0 600 BGA1(92) BGA1(92) BCP1 BCP1 600 BBP7 BBP7 600 BBP2 BBP2 ING UI BCP2 BCP2 APIT RIBEIRAO PIR BDA2 BDA2 BAP2 BAP2 BAP1 BAP1 BDA1 BDA1 BFA1 BFA1 IA CA DU AN BAA1 BAA1 M CA 60 0 O RI BBM3 BBM3 RIO JA G U AR I 600 BGA1(53) BGA1(53) 0 60 600 0 60 60 0 600 7.486.000 m 7.486.000 m 276.000 m 292.000 m Escala 1 0 1 2 Km Convenções temáticas Convenções cartográficas Unidade Básica de Curva de nível BAA1 BAA1 Compartimentação (UBC) Drenagem Área não analisada Área não analisada Represas e lagoas Ferrovia Área com uso Rodovia urbano ou industrial Figura 4. Mapa de Compartimentação Fisiográfica da Área T4 16 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 23. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas Tabela 2A. Codificação das UBCs nas áreas piloto T3 e T4 correspondente às 3 primeiras letras do código de identificação. As letras L, N, O, R, e S referem-se a rochas granítico-gnáissicas Pré-Cambrianas; as letras A, B, e C, a rochas sedimentares Paleozóicas; a letra D, a diabásios de idade Mesozóica; e as letras F e G, a rochas sedimentares Terciárias. Domínio fisiográfico Tipo de relevo Rocha predominante regional predominante (2a letra) (1a letra) (3a letra) A – Arenito médio a grosso, estratificados ou maciços B – Intercalação de lamitos com seixos, ritmito e arenito muito fino A – Colinas amplas C – Arenito fino laminado, por vezes maciço B – Bacia Sedimentar M – Colinas médias D – Diabásio maciço de granulação fina P – Colinas pequenas F – Lamito e lamito arenoso maciço G – Intercalação de siltito laminado, argilito e arenito fino laminado L – Granada–Sillimanita-Biotita Gnaisse xistosos com intercalçações de gnaisses graníticos N - Hornblenda-Biotita orto-gnaisse bandados onde C – Colinas e morrotes C – Embasamento Cristalino se intercalam granitóides desde básicos a ácidos R – Morros Pré-cambriano O - Granada–Biotita-Plagioclásio Gnaisse bandado a T – Morrotes laminado e tendendo a xistoso. R – Biotita Gnaisse Granítico S – (Hornblenda)-Biotita Granito porfirítico Tabela 2B. Exemplos de códigos atribuídos às UBCs. UBC Significado dos códigos B (Bacia Sedimentar) A (Arenito: médio a grosso, predominantemente maciço, quartzoso, localmente feldspático ) BAA1 A (Colinas amplas, topos aplainados a convexos, declividade suave) 1 (solo areno-argiloso variando para areno-siltoso em profundidade, espessura entre 1 e 5m, ver- tentes convexas, predominam arranjos uni-direcionais das linhas de drenagem e de relevo ) C (Embasamento Cristalino) L (Granada–Sillimanita-Biotita Gnaisse Laminado) CLT1 T (morrotes, topos estreitos e agudos, cristas alinhadas, declividade média) 1 (solos arenosos a areno-siltosos, espessura maior que 4 m, vertentes côncavas, arranjos bi- e tridirecionais das linhas de drenagem e de relevo) 17 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 24. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas trutura da rocha e das descontinuidades 3..2.. CARACTERIZAÇÃO 3 2 CARACTERIZAÇÃO de natureza tectônica; GEOAMBIENTAL GEOAMBIENTAL ▪ Solo (perfil de alteração) caracteri- a) Identiifiicação dos fatores de a) Ident f cação dos fatores de zado quanto às classes texturais, coe- análliise aná se são, compacidade, estrutura e espessu- ra; Tendo em vista o objetivo final do projeto, ou seja, a avaliação de suscetibilidade a ▪ Tipo de relevo, neste caso, adotou- processos geodinâmicos superficiais e da se a declividade por se tratar de um dos fatores mais importantes da morfologia vulnerabilidade de aqüíferos à contamina- e passível de quantificação. ção, os seguintes fatores foram considera- dos relevantes para a análise a ser efetua- A potencial influência de cada um dos fato- da: litologia, descontinuidades de natureza res analisados para as avaliações realiza- tectônica, espessura e tipo de solo, declivi- das é considerada nos parágrafos seguin- dade e profundidade do nível d’água. tes. No caso da avaliação da vulnerabilidade de aqüíferos, o método empregado consi- - LITOLOGIA dera que a vulnerabilidade é função das Com relação à vulnerabilidade de aqüífe- seguintes características da zona não- ros a propriedade mais importante das saturada: rochas corresponde à permeabilidade pri- mária, a qual é bastante variável para se- ▪ capacidade de atenuação dos con- dimentos e rochas sedimentares. Para as taminantes, a qual depende da profun- rochas cristalinas, a permeabilidade primá- didade do nível d’água e da natureza ria não é significativa, no entanto é im- composicional e textural da zona não- portante considerar os seus produtos de saturada; alteração, como descrito em Fernandes & ▪ acessibilidade hidráulica à zona sa- Hirata (2003). Os granitos, por exemplo, turada, que depende da permeabilidade geram materiais de alteração de textura primária (granular) e secundária (dada arenosa e friáveis. Por outro lado, gnaisses por fraturas) da zona não-saturada; de composição básica a intermediária ou gnaisses xistosos, geram materiais mais ▪ capacidade de infiltração das águas argilosos e portanto de menor permeabili- pluviais, que considera a relação entre a dade e maior capacidade de atenuação, declividade do terreno e da permeabili- por adsorção dos contaminantes. Adicio- dade da camada superficial da zona- nalmente, as heterogeneidades dos gnais- não saturada. ses (intercalação de tipos litológicos dis- tintos, bandamento composicional, folia- O método utilizado no presente estudo ção) favorecem o processo de dispersão assemelha-se ao proposto por Foster & dos contaminantes. Hirata (1988), o qual se alicerça na análise das duas primeiras características mencio- Assim áreas constituídas por gnaisses são nadas acima. consideradas menos vulneráveis que as áreas constituídas por granitos. Fernandes Já a avaliação da suscetibilidade a proces- & Hirata (2003), como ilustrado na Tabela sos de movimentos de massa e de escoa- 3, sintetizam a variação da vulnerabilidade mento superficial é baseada na interação para os vários tipos de rochas cristalinas dos seguintes fatores: quando se considera duas situações: uma onde o manto de intemperismo é espesso, ▪ Substrato geológico caracterizado e outra onde ele é inexpressivo ou ausen- quanto ao tipo litológico, textura e es- te. No caso do manto ser inexpressivo, o 18 INSTITUTO GEOLÓGICO
  • 25. Suscetibilidade a processos geodinâmicos e vulnerabilidade de aqüíferos à contaminação: aplicação a terrenos da Região Metropolitana de Campinas Tabela 3. Variação de vulnerabilidade para diversos grupos litológicos de rochas cristalinas (Fernandes & Hirata 2003). Grupos litológicos de Manto de intemperismo inexpressivo Manto de intemperismo expressivo rochas cristalinas e/ou rocha aflorante Meta-calcários e meta-dolomitos Meta-calcários e meta-dolomitos Rochas vulcânicas recentes Rochas vulcânicas recentes Rochas metassedimentares (baixo Rochas graníticas e vulcânicas ácidas grau metamórfico) Aumento da vulnerabi- Rochas metamórficas de alto a Rochas alcalinas lidade médio grau Gnaisses xistosos e gnaisses com predomínio de Rochas ígneas foliadas plagioclásio (tonalitos, granodioritos) Metapelitos (filitos e xistos), rochas básicas e ultrabásicas ígneas ou metamórficas (basalto, Rochas ígneas maciças diabásio, gabro, anfibolito, etc.) que apresentam estas características são fator que condiciona a vulnerabilidade mais propícias ao desenvolvimento de conferida pelas diferentes litologias são as processos de movimentos de massa (gra- descontinuidades inerentes à origem ou vitacionais), tais como, queda de blo-cos, formação da rocha (foliação, bandamento desplacamentos e escorregamentos e freqüência de contatos litológicos). translacionais. Quando o manto é espesso, por outro lado, o fator condicionante são os produtos de As rochas graníticas são mais resistentes alteração da rocha. Assim rochas ígneas quando inalteradas. Porém, sua composi- maciças, tais como granitos e diabásios ção quartzo-feldspática e textura grosseira não foliados, seriam as menos vulneráveis propiciam produtos de alteração arenosos quando não alteradas, por não possuírem, e friáveis, tornando-os mais suscetíveis teoricamente, um número significativo de aos processos de erosão superficial. descontinuidades. No entanto, os produtos de intemperismo de granitos seriam relati- As rochas sedimentares com maior por- vamente mais vulneráveis, por apresenta- centagem de areia na sua composição rem textura arenosa. são, em geral, mais frágeis frente aos pro- cessos erosivos por escoamento superfi- As diferentes litologias também influenciam cial. a suscetibilidade a processos geodinâmi- cos em função da sua composição, da - DESCONTINUIDADES DE NATUREZA textura e principalmente das estruturas TECTÔNICA inerentes à formação da rocha, tais como foliação, bandamento, xistosidade. Estas As descontinuidades de natureza tectônica estruturas constituem planos de fraqueza têm importância fundamental para a vulne- que tornam as rochas menos resistentes rabilidade de aqüíferos e para a suscetibili- às forças de cisalhamento, especialmente dade a processos geodinâmicos superfici- quando estão intemperizadas. As rochas ais pois constituem caminhos de chegada 19 INSTITUTO GEOLÓGICO