1) O documento discute o fluxo de caixa, que complementa as demonstrações contábeis ao esclarecer a situação financeira da empresa.
2) A lei societária não exige a demonstração de fluxo de caixa, mas ela é recomendada pela CVM e exigida pela lei de falências.
3) A aula explica a evolução do fluxo de caixa, desde as primeiras demonstrações até o conceito atual definido pelas normas internacionais, abordando sua estrutura, conceitos e métodos.
Direito constitucional provas receita federal - 130 ques
Fluxo de Caixa Contabilidade Avançada
1. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia
AULA 02
FLUXO DOS CAIXAS
Esta aula consta no item 14 do Edital para AFRFB e acreditamos que pelo
menos 1 questão sobre o assunto será cobrada na prova.
1. INTRODUÇÃO
A Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976 (Lei 6.404/76) estabelece, no art. 176,
que as demonstrações contábeis obrigatórias são: balanço patrimonial; demonstração
dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do exercício; e
demonstração das origens e aplicações de recursos. No § 4º do mesmo dispositivo nos
é informado que as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
Percebe-se que a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) não é obrigatória,
mas encontra amparo no § 4º do art. 176 da Lei 6.404/76, quando ela estabelece que
as demonstrações são complementadas por outros quadros ou demonstrações
contábeis necessários para o esclarecimento da situação patrimonial. De fato, a DFC
complementa e esclarece a situação patrimonial no concernente ao aspecto financeiro
do patrimônio, servindo de apoio ao processo decisório na gestão empresarial.
Em que pese não haver disposição expressa na lei societária sobre a DFC, a nova
lei de falências, Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, no art. 105, inciso I, alínea
“d”, dispõe que:
Art. 105 - O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender
aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo
sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da
atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais
e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com
estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório do fluxo de caixa;
Além desse dispositivo legal, a CVM, por meio do OFÍCIO-
CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, de 25 de fevereiro de 2005, orientando os
Diretores de Relações com Investidores e Auditores Independentes sobre a elaboração
de Informações Contábeis pelas Companhias Abertas, estabeleceu no item 4 as
seguintes recomendações acerca da Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC):
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1
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4. Demonstração dos Fluxos de Caixa
4.1 Evolução da Demonstração de Fluxos de Caixa
As origens da atual demonstração de fluxos de caixa estão nas demonstrações
preparadas décadas atrás pelas companhias que apresentavam as fontes e
aplicações de fundos obtidos em essência dos aumentos e diminuições dos
itens do balanço patrimonial. A diferença entre esses itens foi chamada de
posição financeira, denominação que permanece até hoje em vários países.
Esse formato evoluiu de uma informação suplementar e voluntária para uma
demonstração obrigatória ainda sob o conceito da posição financeira como a
variação do capital circulante, ou capital de giro líquido.
Na forma prevista pelo artigo 188 da Lei nº 6.404/76, a Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos – DOAR – tem como objetivo indicar as
modificações na posição financeira da companhia, ou seja, as variações de
itens dos ativos e passivos organizados de forma tal que demonstre a
variação no capital circulante líquido do período. No texto desse artigo, essa
demonstração deve discriminar:
I – as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e
ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passível exigível a longo
prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado;
II – as aplicações de recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo
diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
IV – os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o
montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o
exercício.
A elaboração da demonstração de origens e aplicações de recursos evoluiu ao
longo do tempo e os seguintes pontos foram adotados na pratica contábil: (i)
quando os recursos das operações da empresa apresentarem-se negativos,
eles devem ser demonstrados como uma aplicação de recursos e não como
uma redução na origem de recursos, (ii) os empréstimos dedicados ao
financiamento do imobilizado podem ser apresentados como origens e
aplicações, respectivamente, (iii) a reavaliação deve ser excluída das
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 2
3. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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demonstrações das origens e aplicações por não representar fluxo de
recursos.
O conceito de "fundos" e "posição financeira" originário das primeiras
demonstrações, foi então estreitado para uma definição de caixa ou
equivalente de caixa, conforme estabelecido no pronunciamento americano
SFAS 95 e no pronunciamento internacional IAS 7, ambos com o título de
Statement of Cash Flow. A DOAR está, portanto, baseada nos conceitos de
capital circulante líquido e no regime de competência, o que significa
apresentar a disponibilidade dentro do chamado ciclo financeiro da empresa e
na geração de recursos operacionais a partir do resultado elaborado segundo
o regime de competência. A demonstração dos fluxos de caixa, por outro
lado, baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, demonstrado segundo
o regime de caixa.
4.2 A Demonstração dos Fluxos de Caixa segundo a norma internacional IAS
7
A seguir estão resumidos e comentados os principais pontos da norma sobre a
demonstração de fluxo de caixa no IAS 7:
Objetivos
A informação dos fluxos de caixa fornece uma base para avaliação da
capacidade de geração e utilização desses fluxos de forma estruturada por
natureza de atividades. Os usuários da empresa estão interessados em saber
como a empresa gera caixa e equivalentes de caixa, e este interesse
independe da natureza da empresa.
Estrutura
Os seguintes tópicos principais devem ser usados em todos os fluxos de
caixa: (i) atividades operacionais, (ii) de investimento e (iii) de financiamento.
Essa classificação permite avaliar o efeito das atividades sobre o montante de
caixa e equivalentes de caixa.
Conceitos
Caixa e equivalentes de caixa: o caixa compreende numerário em mãos e
depósitos bancários disponíveis; Equivalentes de caixa são investimentos de
curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em valores de
caixa e que estão sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor.
Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da
entidade, além de outras atividades diferentes das de investimento e
financiamento; Esses fluxos são basicamente derivados de transações
geradoras de receita da entidade e, portanto, geralmente resultam das
transações e outros eventos que entram na apuração do resultado. Exemplos
são os recebimentos em dinheiro pela venda de bens e serviços e o
pagamento em dinheiro a fornecedores, a empregados, a seguradores por
prêmios e de impostos.
Atividades de investimento: são aquisição e venda de ativos de longo prazo e
outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas
futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa.
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 3
4. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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Exemplos são os desembolsos para aquisição de ativo imobilizado, intangível
e outros ativos de longo prazo, recebimentos pela venda de ativo imobilizado,
aquisição ou venda de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades.
Atividades de financiamento: são atividades que resultam em mudanças no
tamanho e na composição do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da
entidade, que representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa
pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos são o numerário
proveniente da emissão de ações ou instrumentos de capital, pagamento a
investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, numerário
proveniente da emissão de debêntures, tomada de empréstimo a curto e
longo prazo, amortização de empréstimos e, pagamento de arrendamento
(lease).
Métodos para apresentação
A entidade pode usar o método direto ou indireto para reportar o fluxo de
caixa das atividades operacionais, sendo encorajado o método direto. No
método direto as principais classes de recebimentos e desembolsos são
divulgados e, no método indireto, o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais é determinado ajustando-se o resultado (lucro ou prejuízo): (i)
pelos efeitos das transações que não afetam o caixa, como depreciação,
diferimentos e provisões, lucros ou prejuízos cambiais não realizados, lucros
não distribuídos de investidas e interesses minoritários, (ii) variações
ocorridas no período nos estoques e nas contas a receber e a pagar e, (iii)
todos os outros itens de receita e despesa relativos a fluxos de caixa de
atividades de investimento e financiamento, (iii) todos os outros itens de
receita e despesa relativos a fluxos de caixa de atividades de investimento e
financiamento.
Aspectos de classificação e divulgação
a) A entidade deve destacar as principais classes de recebimento e
pagamentos decorrentes das atividades de investimento e financiamento pelo
valor bruto;
b) Os fluxos de caixa de transações em moeda estrangeira devem ser
registrados na moeda em que estão expressas as demonstrações contábeis da
entidade, convertendo-se o montante em moeda estrangeira à taxa cambial
na data do fluxo de caixa;
c) Quando um contrato é contabilizado como proteção (hedge) de uma
posição identificável, os fluxos de caixa do contrato são classificados do
mesmo modo como os fluxos de caixa da posição que está sendo protegida.
d) os fluxos de caixa referentes a itens extraordinários devem ser
classificados como resultantes de atividades operacionais, de investimento ou
de financiamento, conforme o caso, e separadamente divulgados;
e) os fluxos de caixa referentes aos juros, dividendos e impostos de renda
devem ser divulgados separadamente e de maneira uniforme no grupo em
que melhor represente a essência da transação; o pronunciamento IAS 7 não
especifica como devem ser classificados estes fluxos de caixa, e requer da
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 4
5. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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empresa que estabeleça a sua política contábil para esses itens da forma mais
adequada;
A diferença de tratamento dos juros e dividendos entre os pronunciamento
americano FASB Statement 95 e o pronunciamento internacional IAS 7
A classificação dos juros e dividendos, que no pronunciamento internacional
IAS 7 permite tratamentos alternativos, recebe uma diretriz específica no
caso do pronunciamento americano. O pronunciamento IAS 7 permite uma
empresa não financeira classificar de forma consistente entre os períodos: (a)
juros (despesas financeiras) e dividendos pagos ou recebidos no tópico
"operacional" ou (b) juros e dividendos pagos como "financiamento", ou seja,
custo da obtenção dos recursos financeiros, e juros (receitas financeiras) e
dividendos recebidos como "investimento", ou seja, retornos sobre
investimento. O pronunciamento SFAS 95, por outro lado: (i) requer que os
juros pagos e os juros e dividendos recebidos devem ser classificados como
fluxo de caixa operacional, (ii) classifica os dividendos pagos como um fluxo
de caixa de "financiamentos", porque são considerados um custo para obter
recursos. Acrescente-se que o SFAS 95 determina que a transação deve ser
classificada na atividade que representar a fonte predominante de fluxos de
caixa para o item, e esta diferença pode fazer com que a empresa
potencialmente varie a classificação para um mesmo tipo de transação.
A premissa subjacente no caso do pronunciamento americano é a
convergência entre o fluxo de caixa operacional e os itens do resultado. O IAS
7 requer divulgar, separadamente, os juros pagos e recebidos e os dividendos
pagos e recebidos e o SFAS 95 permite que os juros e dividendos recebidos
possam ser divulgados em conjunto.
Recomenda-se que a empresa brasileira, particularmente aquelas com
registro em bolsas americanas, estabeleçam e divulguem em nota explicativa
às demonstrações de fluxos de caixa uma política contábil para esses itens.
Uma forma de conciliação entre esses pronunciamentos poderia ser a
demonstração de juros pagos e juros e dividendos recebidos, como item do
fluxo de caixa operacional e os dividendos pagos como item do fluxo de caixa
de financiamento, mantendo-se cada um desses itens demonstrado em
separado.
Divulgação de notas explicativas às demonstrações de fluxo de caixa
O IAS 7 e o SFAS 95 requerem divulgações em notas explicativas sobre certos
tópicos da demonstração de fluxo de caixa:
tópico SFAS 95 IAS 7
Componentes caixa e Exige a divulgação dos critérios Exige a divulgação dos
equivalentes caixa que a empresa utiliza na componentes que a empresa
consideração dos investimentos está considerando como caixa
classificados como e equivalentes caixa e deve
equivalentes-caixa. apresentar uma conciliação
entre os valores em sua
demonstração dos fluxos de
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 5
6. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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caixa com os itens do balanço
patrimonial . Deve ser
divulgado o efeito de qualquer
mudança na política para
determinar os componentes de
caixa e equivalentes de caixa
(IAS 8).
Juros, dividendos e Os juros (líquido das quantias Os juros e dividendos, pagos e
imposto de renda capitalizadas) e imposto de recebidos, e o imposto de
renda pagos devem ser renda pago devem ser
evidenciados em destaque mostrados d forma
apenas se for utilizado o individualizada na
método indireto; dividendos demonstração de fluxo de
pagos podem ser agrupados caixa, independentemente de
com outras distribuições aos se utilizar o método direto ou
proprietários; e, juros e indireto.
dividendos recebidos podem
também constituir um único
subitem.
Itens extraordinários Não é necessário nenhum Devem ser classificados como
procedimento especial para resultantes de atividades
evidenciar os fluxos de caixa operacionais, de investimento
oriundos de itens ou de financiamento, conforme
extraordinários. o caso, separadamente
divulgados, a que os originou,
e evidenciados de acordo com
o IAS 8.
Fluxo de caixa por ação Proíbe a divulgação de Não faz referência.
qualquer índice relacionado ao
fluxo de caixa por ação.
Atividades de hedging Requer a divulgação dos Não requer a divulgação dos
critérios utilizados para critérios utilizados.
classificar os hedges de
transações identificáveis na
mesma categoria dos itens que
o originaram.
Saldos indisponíveis de Não faz referência. Deve divulgar os saldos de
caixa caixa e equivalentes de caixa
indisponíveis, juntamente com
os comentários da
administração.
Outras divulgações Não faz referência. Encoraja a divulgação, de:
. Valor de empréstimos obtidos
mas não utilizados,
. Valor dos fluxos de caixa por
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7. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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atividade em joint ventures;
. Valor dos fluxos de caixa
derivados de aumentos na
capacidade operacional
separadamente daqueles
necessários para manter a
capacidade operacional;
. Valor dos fluxos por atividade
econômica e região geográfica.
A companhia deve, também, considerar outros itens de esclarecimento para
os usuários em notas explicativas adicionais como, por exemplo: (a) a
divulgação dos juros e encargos pagos no ano, inclusive os capitalizados
oriundos de ativações em bens em construção; (b) o total do imposto de
renda e CSSL pagos no ano e, (c) eventuais transações que ou eventos que
não alteraram o caixa mas são relevantes para informar sobre o fluxo de
recursos da empresa (e que são expressamente excluídos da demonstração
do fluxo de caixa pelo IAS 7). Como política contábil a empresa também pode
determinar que qualquer fluxo de caixa das atividades de investimento e
financiamento que seja maior que 5% do valor total da atividade envolvida
seja discriminado em separado. Nesse caso, a empresa julgou que, ao abrir a
composição desses fluxos de caixa, facilitaria a avaliação do comportamento
da atividade para o investidor/analista de mercado.
4.3 Divulgação segundo as normas brasileiras e normas estrangeiras.
As companhias abertas vêm divulgando a DFC de forma suplementar às suas
demonstrações contábeis, dando uma conotação de informação de natureza
voluntária. No entanto, as companhias que divulgarem essa informação no
exterior são obrigadas a divulgá-la no Brasil para que não ocorra a divulgação
de informações de forma privilegiada e assimétrica entre os diferentes
mercados. As companhias devem atentar, também, para que a divulgação da
Demonstração dos Fluxos de Caixa divulgada no Brasil seja a mesma
divulgada no exterior, ou seja, tenha o mesmo formato e estrutura, para que
não haja prejuízo ao entendimento do investidor.
Recomenda-se que, na situação de transição atual, as demonstrações de
fluxos de caixa e de origens e aplicações de recursos sejam elaboradas de
acordo com as normas e práticas dispostas nas quais a companhia escolheu
para referenciar a elaboração desse tipo de demonstração e que estão
esclarecidas na nota explicativa sobre as políticas contábeis seguidas. Por
exemplo: a demonstração de origens e aplicações na legislação societária
brasileira, a demonstração de fluxos de caixa pelo FAS 95 ou pelo IAS 7. Isso
não impede que a companhia aperfeiçoe o modelo proposto pela regulação,
sendo recomendável o esclarecimento adicional sobre as bases da política
contábil seguida ao estabelecer essas modificações, para que não exista
prejuízo de entendimento para o usuário/investidor. Como exemplo desses
aperfeiçoamentos, podemos citar a redução do CCL como origens de recursos
e o aumento do CCL como aplicação de recursos, na DOAR e a criação de
categorias ou subitens especiais na demonstração dos fluxos de caixa.
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 7
8. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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Finalmente, ao fazer modificações sobre a estrutura e conceitos indicados na
regulação, os administradores, contadores e auditores, devem avaliar se o
que se deseja acrescentar ou modificar não altera o julgamento do
analista/investidor e se, alternativamente, deve modificar a estrutura dessa
demonstração ou constar de nota de rodapé ou ainda de nota explicativa. O
critério final de uma alteração de forma em uma demonstração deve ser,
portanto, a sua utilidade ou relevância para o usuário e, para isso, a empresa
deve referenciar-se tanto na estrutura regulatória, que pretende organizar a
informação mínima necessária a ser divulgada, quanto nos objetivos dos
usuários da informação contábil divulgada.
A divulgação da demonstração dos fluxos de caixa em português usando os
meios para a divulgação no Brasil, ou seja, divulgados através do site da
companhia, site da CVM, jornais, por exemplo, deve manter a perfeita
identidade com o fluxo de caixa divulgado em língua estrangeira segundo
normas estrangeiras. A divulgação da demonstração dos fluxos de caixa em
formatos diferentes e em dois mercados distintos, com acréscimos ou
exclusão das respectivas notas explicativas, por exemplo, não contribui para
comunicar o desempenho da empresa e traz potencialmente o risco de
confundir o leitor.
Em outra situação, a divulgação do mesmo tipo de informação contábil em um
mercado e a não divulgação em outro mercado configura a divulgação
assimétrica de informações e representa uma infração em relação ao disposto
na legislação brasileira. Recomenda-se especial atenção para esse aspecto,
para que não exista prejuízo ao investidor brasileiro e nem ao investidor
internacional.
Assim, a elaboração da DFC possui exigência legal na lei de falências e a
recomendação de sua elaboração pela CVM, em face da legislação estrangeira ou por
ato volitivo da empresa. Portanto, analisaremos a DFC nos aspectos apregoados pela
CVM.
Por se constituir numa demonstração financeira, adequada às análises de curto
prazo e à gerência financeira do dia-a-dia, a DFC vem crescendo em nosso meio, pois
são de grande valia as informações trazidas por este demonstrativo complementar.
Ademais, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), que é
um demonstrativo financeiro com grande capacidade informativa e exigida pela lei
societária, é muito complexa e de difícil compreensão, principalmente, no concernente
ao conceito abstrato de Capital Circulante Líquido. Com isso, as empresas preferem
publicar a DFC que, embora com menor capacidade informativa, é de compreensão
mais fácil por parte dos administradores e do público em geral. Portanto, estamos
diante da tendência de a DOAR ser substituída, com o passar do tempo, pela DFC.
2. CONCEITO
Embora o nome dado ao demonstrativo seja Fluxo dos Caixas ou Fluxo de Caixa,
a sua demonstração se prende a informar, basicamente, de onde vem e para onde
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9. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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vão os recursos aplicados em disponibilidades, representados pelo dinheiro em caixa,
depositado em banco e as aplicações financeiras de liquidez imediata, isto é, envolve
o conceito de equivalente de caixa.
Surge, assim, o conceito de equivalentes de caixa que são aquelas aplicações
financeiras de curtíssimo prazo de liquidez imediata.
Trata-se de um demonstrativo ou instrumento financeiro e gerencial utilizado
pelos administradores e investidores como termômetro para aferir a saúde financeira
da entidade, tanto a atual quanto a projetada.
Existem, portanto, diversos objetivos e diferentes formas de se elaborar a DFC.
De modo geral, as finalidades para as quais se elabora esta demonstração são para
evidenciar o fluxo de caixa realizado e o fluxo de caixa projetado.
Conforme o próprio nome revela, o principal objetivo do fluxo de caixa realizado
é demonstrar as movimentações das entradas e as saídas de recursos financeiros, no
disponível da entidade, realizados num determinado intervalo de tempo considerado.
A elaboração do fluxo de caixa realizado por diversos períodos sucessivos
permite a elaboração de análise horizontal ou análise de tendência. Além disso, se
elaborado criteriosamente, servirá de ponto de partida à elaboração do fluxo de caixa
projetado.
É de ressaltar, ainda, que o fluxo de caixa realizado se constitui em ferramenta
de indiscutível valor de controle do fluxo de caixa projetado, pois por meio dele é
possível constatar as causas das falhas no planejamento ou na gestão dos recursos
financeiros quando houver divergências entre os valores projetados e os realizados.
Desta forma, pelo fluxo de caixa realizado, é possível evidenciar que
determinada entidade, mesmo apresentando resultados positivos, não possui liquidez
para saldar seus compromissos assumidos em curto ou em médio prazo, visto que a
DFC apresenta as alterações sofridas no disponível da sociedade. De forma diversa, a
DOAR evidencia alterações no Capital Circulante Líquido que, geralmente, não
representa liquidez, pois traz no seu bojo todo ativo circulante, incluindo contas como
duplicatas a receber, estoques, despesas antecipadas etc.
O fluxo de caixa se constitui numa ferramenta de gerenciamento dos recursos
financeiros à disposição do administrador, aplicável tanto aos recebimentos quanto
aos pagamentos. Do ponto de vista do planejamento, o fluxo de caixa projetado está
ganhado ênfase cada vez maior, ao passo que sob a ótica do controle da execução
orçamentária o fluxo de caixa realizado ganha relevo.
Na projeção de orçamento empresarial, onde são previstas as receitas e
despesas de um determinado período, está presente o fluxo de caixa projetado. Desta
forma, a principal finalidade do fluxo de caixa projetado é gerencial, com vistas a
determinar um provável comportamento do fluxo de entradas e saídas de recursos
financeiros.
A projeção pode ser a curto ou a longo prazo. Em ambas as hipóteses é possível
identificar as insuficiências ou os excessos de recursos no período projetado. Portanto,
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 9
10. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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subsidia as decisões da administração quanto a necessidade de investimentos
externos ou na alocação de possíveis excessos.
Por meio do fluxo de caixa projetado o administrador pode planejar os seus
pagamentos e terá em suas mãos a programação financeira de determinado período.
O planejamento pode envolver as entradas e saídas de recursos financeiros a curtos e
médios prazos.
Assim, podemos dizer que a DOAR evidencia as origens e as aplicações de
recursos que alteram o Capital Circulante Líquido ao passo que a DFC evidencia as
origens e aplicações de recursos que alteram o disponível.
Ressalta-se que na DFC são demonstradas tanto as origens quanto as aplicações
dos recursos financeiros que transitaram pelo disponível de determinada entidade.
Sempre é bom lembrar que por disponível se entende: Caixa + Bancos +
Aplicações Financeiras de liquidez imediata ou Investimentos de liquidez imediata.
3. DEFINIÇÕES IMPORTANTES
Tomando por base os conceitos contidos nas recomendações da CVM, podemos
apresentar as seguintes definições:
Fluxos de caixa: são ingressos e saídas de caixa e equivalentes de caixa. É
interessante que se abandone o conceito de regime de competência, pois este
demonstrativo baseia-se, exclusivamente, no conceito de regime de caixa.
Caixa ou equivalentes de caixa: na movimentação dos recursos financeiros,
incluem-se não somente saldos de moeda em caixa ou depósitos em conta bancária
disponível, mas, também, outros tipos de contas que possuem as mesmas
características de liquidez e de disponibilidade imediata, ou seja, os valores
prontamente conversíveis em dinheiro, cujo risco de mudança de valor é
insignificante. Como equivalentes de caixa, devem ser consideradas as aplicações
financeiras com característica de liquidez imediata.
Atividades operacionais: compreendem as transações que envolvem a
consecução do objeto social da Entidade que são as principais atividades geradoras de
receita da entidade. As receitas e despesas das atividades operacionais aqui
consideradas possuem conotação diferente da dada às receitas e despesas
operacionais consideradas na apuração do resultado, entretanto, geralmente, estão
presentes naquele demonstrativo. Nestas atividades devem ser evidenciadas também
outras receitas que não se amoldem aos conceitos de atividades de investimento e
financiamento. Elas podem ser exemplificadas pelo recebimento em dinheiro
decorrente da venda de bens e serviços, pagamento aos fornecedores por compra de
materiais, pagamentos aos funcionários, pagamentos a seguradores por prêmios e
impostos etc.
Atividades de investimentos: compreendem as transações com os ativos de
longo prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 10
11. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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receitas futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa.
Portanto, caracterizam esta atividade os desembolsos efetuados ou as entradas de
recursos originadas nas aquisições ou vendas de participações em outras entidades e
de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto
social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de
ativos com o objetivo de revenda.
Atividades de financiamentos: são as atividades que interferem na
composição e no valor do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da entidade, que
representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de
capital à entidade. Incluem-se nessas atividades a captação de recursos junto aos
acionistas ou cotistas pela emissão de ações ou instrumentos de capital, pagamento a
investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, numerário proveniente da
emissão de debêntures, tomada de empréstimo a curto e longo prazo, amortização de
empréstimos e, pagamento de arrendamento.
É de ressaltar que determinados recebimentos ou pagamentos de caixa podem
ter características que se enquadrem tanto no fluxo de caixa das atividades
operacionais, como nas atividades de financiamentos ou nas atividades de
investimentos. Se for o caso, a classificação apropriada deverá levar em consideração
qual atividade é predominante na geração do fluxo de caixa. Por exemplo, as
transações envolvendo imóveis geralmente são consideradas como atividades de
investimentos. Todavia, se um imóvel é adquirido com o objetivo de revenda, o fluxo
de caixa gerado por essa transação é considerado como operacional, por possuir a
característica de estoques, como numa entidade do ramo imobiliário. Adicionalmente,
outro exemplo é a manutenção de ativos e passivos financeiros sem o objetivo
primário de auferir ganhos financeiros.
Informações sobre atividades de investimentos e de financiamentos que
resultaram em reconhecimento de um ativo ou de um passivo, mas que não
resultaram em pagamentos ou recebimentos de caixa, devem ser excluídas da
demonstração dos fluxos de caixa e serem apresentadas em local apropriado nas
demais demonstrações ou em notas explicativas. Exemplos desse tipo são as
aquisições de ativos realizadas por meio de empréstimos ou financiamentos e a
reavaliação, pois não refletem nem aumento nem diminuição de disponibilidades.
Dessa forma, apenas as transações que afetam o fluxo de caixa devem ser
apresentadas na demonstração dos fluxos de caixa.
4. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS APLICÁVEIS
A "Demonstração dos Fluxos de Caixa" refletirá as transações de caixa oriundas:
a) das atividades operacionais; b) das atividades de investimentos; e c) das
atividades de financiamentos. Também, deverá ser apresentada uma conciliação entre
o resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais visando
fornecer informações sobre os efeitos líquidos das transações operacionais e de outros
eventos que afetam o resultado.
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 11
12. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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A função primordial de uma demonstração dos fluxos de caixa é a de propiciar
informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de
uma entidade num determinado período ou exercício. As informações contidas numa
demonstração dos fluxos de caixa, quando utilizadas com os dados e informações
divulgados nas demonstrações contábeis, destinam-se a ajudar seus usuários a
avaliar a geração de fluxos de caixa para o pagamento de obrigações e lucros e
dividendos a seus acionistas ou cotistas, ou a identificar as necessidades de
financiamento, as razões para as diferenças entre o resultado e o fluxo de caixa
líquido originado das atividades operacionais e, finalmente, revelar o efeito das
transações de investimentos e financiamentos, com a utilização ou não de numerário,
sobre a posição financeira.
Desta forma, o principal objetivo da “Demonstração do Fluxo de Caixa” é a mais
ampla evidenciação da situação financeira da Entidade. Sendo este o principal
princípio contábil envolvido na DFC, ou seja, a ampla evidenciação.
A par dos demais princípios contábeis, a DFC fica adstrita ao regime de caixa,
não lhe sendo aplicável o princípio da competência e os demais princípios
fundamentais de contabilidade.
5. CONSIDERAÇÕES DE TÉCNICA CONTÁBIL
A demonstração dos fluxos de caixa para um determinado período ou exercício
deve apresentar o fluxo de caixa oriundo ou aplicado nas atividades operacionais, de
investimentos e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa,
conciliando seus saldos no início e no final do período ou exercício.
Entidades sujeitas a órgãos reguladores devem utilizar, se houver, modelos
estabelecidos pelos respectivos órgãos.
Na preparação da demonstração dos fluxos de caixa, poderá ser utilizado o
método direto ou indireto.
O método direto caracteriza-se por apresentar os componentes dos fluxos por
seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e
dos pagamentos.
Neste método, devem ser apresentados, no mínimo, os seguintes tipos de
recebimentos e pagamentos relacionados às operações:
Recebimento de clientes decorrentes de vendas de mercadorias, produtos
ou serviços;
Juros, lucros e dividendos recebidos;
Pagamentos a fornecedores de mercadorias e serviços;
Pagamentos a empregados e remuneração de administradores;
Pagamento de Imposto de Renda;
Outros recebimentos e pagamentos operacionais.
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 12
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O método indireto caracteriza-se por apresentar o fluxo de caixa líquido
oriundo do Lucro Líquido do Exercício (LLE), ajustado por:
Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos
fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a
receber e contas a pagar.
Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos
fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos, a
partir das disponibilidades geradas pelas atividades operacionais,
ajustadas pelas movimentações dos itens que não geram caixa, tais como:
depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente etc.
Tanto pelo método direto quanto pelo método indireto deve-se fazer a
conciliação do resultado do exercício com o fluxo de caixa líquido das atividades
operacionais. Todos os ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas
atividades operacionais devem ser claramente identificados como itens de conciliação.
EXEMPLOS
Deve-se classificar como oriundo de atividade operacional o numerário
recebido de:
Clientes por venda de mercadorias, produtos e serviços;
Subsidiárias, avaliadas pelo método de equivalência patrimonial, a título
de lucros ou dividendos;
Reembolsos de fornecedores, companhias de seguro, restituição de
impostos, etc.
Deve-se classificar como utilizado na atividade operacional o numerário pago
a:
Fornecedores por compra de material produtivo (mercadorias, matéria-
prima);
Empregados;
Processos, reembolsos a clientes etc.;
Governos, por impostos e contribuições.
Deve-se classificar como oriundo de atividades de investimentos o
numerário recebido por:
Venda de ativos permanentes.
Deve-se classificar na atividade de investimentos o numerário utilizado na
aquisição de:
ativo permanente.
Aplicação de recursos no ARLP
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 13
14. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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Deve-se classificar como oriundo de atividades de financiamentos o
numerário recebido por:
Integralização de capital;
Colocação de títulos a longo prazo (debêntures e equivalentes);
Obtenção de empréstimos externos (curto e longo prazos).
Deve-se classificar na atividade de financiamentos o numerário pago a:
Acionistas ou cotistas por lucros, dividendos, juros sobre o capital próprio
ou reembolso de capital;
Credores de obrigações por financiamentos (amortização).
Desta forma, enquanto as disposições legais mantiverem a exigibilidade de
preparação da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR,
recomenda-se que a DFC seja apresentada como informação complementar, conforme
apregoado pelo §4º do art. 176 da Lei nº 6.404/1976 e as orientações da CVM.
6. FORMAS DE ELABORAÇÃO
6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A tendência mundial, inclusive a brasileira, é a elaboração deste demonstrativo
segregando ou classificando as atividades por categorias.
O Financial Accounting Standards Board – FASB, órgão americano, orientando
sobre a forma de elaboração do fluxo de caixa naquele país, classifica as atividades
das empresas em três categorias: atividades operacionais, atividades de
investimentos e atividades de financiamentos.
Essa forma de elaboração e apresentação do fluxo de caixa, proposta por aquele
órgão americano, aumenta a capacidade informativa desta ferramenta gerencial e foi
referendada, de certa forma, pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil –
IBRACON, por meio do Pronunciamento nº 20, de 30/04/1999, publicado no D.O.U.
em 30/04 e pela CVM, por meio OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2005, de 25
de fevereiro de 2005.
6.1.1. Atividade operacionais
As Atividades Operacionais compreendem as atividades produtivas do
empreendimento, abarcando, entre outras, as seguintes operações:
valores recebidos de clientes decorrentes de vendas de mercadorias,
produtos e serviços;
valores pagos a fornecedores de mercadorias e serviços e empregados;
valores pagos de imposto de renda e contribuição social;
pagamentos e recebimentos de contingências;
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 14
15. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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aquisição de materiais e serviços gerais;
aumento de Resultados de Exercícios Futuros;
devoluções a clientes;
recebimento por reembolso de seguros;
pagamentos de encargos sociais;
recebimento de dividendos e lucros de sociedades por investimentos
realizados ;
recuperação de impostos recebidos.
Analisando a DFC, considerando este grupo, é possível perceber qual é a
atividade que mais contribui para a formação do caixa operacional, bem como é
possível perceber qual é a atividade operacional que mais absorve recursos
financeiros.
6.1.2. Atividades de investimentos
Nas Atividades de Investimentos são agrupadas as transações que envolvem
os ativos não circulantes, como por exemplo:
ampliação e reestruturação do ativo permanente;
aquisição de máquinas e equipamentos;
aquisição e venda de participações em outras sociedades;
compra de prédios e instalações;
compra e venda de ativos fixos;
venda de imobilizado.
6.1.3. Atividades de financiamentos
Por fim, as Atividades de Financiamentos, que interferem no Patrimônio
Líquido e outros valores, comportam os recursos obtidos ou alocados nas seguintes
operações:
aquisição de ações em tesouraria;
integralização de capital
obtenção de empréstimos a curto prazo;
obtenção de empréstimos a longo prazo;
pagamento de empréstimos de curto e longo prazo;
pagamento de juros sobre empréstimos;
pagamento de juros sobre o capital próprio;
pagamento de lucros ou dividendos;
reaquisição de títulos relacionados com PL;
recursos vindos dos proprietários ou acionistas;
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 15
16. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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resgate de debêntures;
subscrição de debêntures;
recebimento de doações e subvenções.
É de ressaltar que nas atividades operacionais está incluído o aumento de REF,
por representar efetivo ingresso de recursos no disponível (decorrente de vendas ou
prestações de serviços futuros), embora seja classificada em conta que não
representa circulante.
Outro aspecto interessante diz respeito às atividades de financiamento, na qual
são incluídas as operações que envolvem o capital social, quer pelo seu aumento,
quer pela destinação de resultado ou mesmo o pagamento de juros sobre o capital
próprio. É de ressaltar que o ingresso desses valores será classificado como atividade
operacional ao passo que o seu pagamento é considerado atividade de financiamento.
6.2. ELABORAÇÃO PROPRIAMENTE DITA
Existem dois métodos de se apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa: pelo
MÉTODO DIRETO ou pelo MÉTODO INDIRETO. A diferença existente entre os dois
métodos está na forma de apresentação das origens e aplicações dos recursos
gerados ou aplicados nas atividades das operações.
6.2.1. MÉTODO INDIRETO
Por este método de apresentação do Fluxo de Caixa, as disponibilidades oriundas
das atividades operacionais da empresa são demonstradas a partir do Resultado
(lucro ou prejuízo) que deverá ser ajustado pelas contas incluídas na sua apuração
que, entretanto, não afetaram as disponibilidades da entidade ou que não sejam
enquadradas nas atividades das operações.
A semelhança da apresentação deste método com a DOAR nos autoriza a dizer
que todos os valores movimentados num dado período, com exceção do disponível, ou
são origens ou são aplicações de recursos financeiros, com exceção das variações
patrimoniais que representam ingresso ou saída de disponível.
Assim, se elaborada a DOAR, serão necessários alguns ajustes a partir do Capital
Circulante Líquido (CCL), para considerar os valores circulantes que representarão
diminuições ou aumentos das disponibilidades.
Os ajustes necessários se referem aos aumentos líquidos nas contas do Passivo
Circulante e dos aumentos líquidos das contas do ativo circulante que representam,
respectivamente, origens e aplicações de recursos ou de outra forma aumento e
diminuição das disponibilidades.
Considerado dessa forma, um aumento de Duplicatas a Receber representa que
foram alocados recursos de caixa nessas operações, isto é, a empresa financiou
vendas a seus clientes o que ocasionou a aplicação de disponibilidades, ou numa
análise mais detalhada, representa recursos financeiros que deixaram de ingressar
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 16
17. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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nos cofres da entidade. Da mesma forma, o aumento das contas de Estoques,
Despesas antecipadas, Valores Mobiliários etc., representam aplicação de
disponibilidades ou a abdicação de recebê-los de imediato.
Por outro lado, as reduções de Ativo Circulante e o aumento do passivo
circulante, que não seja em disponibilidades, representam origens de recursos
financeiros ou disponibilidades.
Podemos representar, pois, estes ajustes como indicado no quadro seguinte:
Aumentos no AC e Reduções no PC = APLICAÇÕES
Reduções do AC e Aumentos no PC = ORIGENS
Até o momento, analisamos uma forma mais prática de demonstrar ou apurar o
valor das disponibilidades. Entretanto, este demonstrativo possui uma forma própria,
técnica, de ser apresentado. A estrutura mais técnica da Demonstração do Fluxo de
Caixa, por este método, considerando as atividades segmentadas em seus três
grupos, se apresenta da seguinte forma:
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Resultado Líquido do Exercício
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa como:
(+) Depreciação, amortização e exaustão
(+) Provisão para devedores duvidosos
(±) Resultado na venda do imobilizado
(±) Aumento ou diminuição do contas a receber
(±) Aumento ou diminuição de estoques
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas
(±) Aumento ou diminuição de passivos
(±) Variação no valor de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial
(±) Variação REF
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes
(=) Caixa Líquido das Atividades Operacionais
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
(+) Alienação de imobilizado
(+) Alienação de investimentos
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
(+) Empréstimos líquidos tomados
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18. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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(+) Aumento do capital social
(-) Pagamentos de lucros e dividendos
(-) Juros pagos por empréstimos tomados
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal)
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos
(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido
(+/-) Saldo de Caixa – Inicial
( = ) Saldo de Caixa – Final
Observa-se que a DFC, elaborada segundo o método indireto, parte do resultado
do exercício (lucro ou prejuízo), ajustado pelos valores que compõem este resultado,
mas que, efetivamente, não afetaram as disponibilidades ou por não serem parte das
atividades das operações.
Este resultado ajustado é obtido a partir da Demonstração do Resultado do
Exercício, com adição das despesas de depreciação, amortização, exaustão, provisão
para devedores duvidosos e ainda, pela variação dos saldos das contas Fornecedores
ou Duplicatas a Pagar, Clientes ou Duplicatas a Receber e variação da conta
representativa de investimentos avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial.
Enfim, quaisquer valores que foram considerados na DRE e que não representem
efetivos desembolsos ou ingressos de disponibilidades.
Assim, a DFC elaborada pelo método indireto se assemelha, em sua estrutura, à
DOAR, assumindo os mesmos predicados da demonstração exigida pela lei societária,
ou seja, é complexa e de difícil entendimento. A DFC elaborada pelo método direto,
por sua vez, é mais objetiva e de mais fácil entendimento e interpretação sendo, por
isso, estimulada a sua elaboração.
6.2.2. MÉTODO DIRETO
Pelo método direto da DFC, no fluxo das atividades operacionais, são
apresentados os ingressos e as saídas no disponível em lugar do resultado do
exercício ajustado que é utilizado na demonstração pelo método indireto. Isso
possibilita uma visão mais clara das movimentações de recursos financeiros, pois
apresenta, em único demonstrativo, as operações que influenciaram as
disponibilidades, facilitando a análise aos usuários, principalmente aos que não
possuem grandes conhecimentos em contabilidade.
No tocante à demonstração do fluxo de caixa das atividades de investimento e de
financiamento, o método direto é idêntico ao método indireto. Desta forma, a
diferença básica entre os dois métodos (Indireto e o Direto) reside na apresentação
ou do fluxo de caixa das atividades operacionais, pois no método indireto partirmos do
resultado do exercício, ajustando-o pelos valores operacionais considerados na DRE
que não representam, efetivamente, ingressos ou saídas de recursos financeiros. Já
no método direto, no fluxo de caixa das atividades operacionais, consideramos os
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19. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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ingressos de recursos e as saídas de recursos oriundos das operações da entidade,
desconsiderando-se a DRE. As atividades de financiamentos e investimentos serão
apresentadas exatamente da mesma forma nos dois métodos.
Assim, a estrutura de apresentação da DFC pelo método direto, por grupo de
atividades, segue, basicamente, o seguinte roteiro:
Fluxo de caixa das atividades operacionais:
( + ) Recebimentos de clientes (cobrança em carteira)
( + ) Desconto de Duplicatas
( + ) Dividendos recebidos
( + ) Juros recebidos
( + ) Aluguéis recebidos
( + ) Recebimentos por reembolso de seguros
( + ) Recebimentos de lucros de subsidiárias
( + ) Venda à vista de mercadorias e serviços
( + ) Outros recebimentos
( - ) Devoluções de vendas
( - ) Pagamento a fornecedores
( - ) Compras à vista
( - ) Pagamentos de Salários
( - ) Pagamento de encargos sociais dos empregados
( - ) Pagamento de Impostos de renda e outras despesas legais e tributárias
( - ) Juros pagos sobre atividades das operações
( - ) Pagamento de Despesas com vendas
( - ) Pagamento de Despesas administrativas
( - ) Pagamento de Despesas financeiras
( - ) Outros pagamentos
( = ) Caixa líquido das atividades operacionais
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
(+) Alienação de imobilizado
(+) Alienação de investimentos
(-) Aquisição de imobilizado
(-) Aquisição de investimentos
(=) Caixa Líquido das Atividades de Investimentos
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
(+) Empréstimos líquidos tomados
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(+) Aumento do capital social
(-) Pagamentos de lucros e dividendos
(-) Juros pagos por empréstimos tomados
(-) Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal)
(=) Caixa Líquido das atividades de financiamentos
(=) Aumento ou redução de Caixa Líquido
(+/-) Saldo de Caixa – Inicial
( = ) Saldo de Caixa – Final
Verifica-se que a demonstração do fluxo de caixa pelo método direto torna a
avaliação da solvência e da liquidez da empresa mais fáceis, pois evidencia toda a
movimentação dos recursos financeiros decorrentes das operações, demonstrando as
origens dos recursos de disponibilidades e suas respectivas aplicações.
Pelo exposto, podemos concluir que o fluxo de caixa representa uma poderosa e
imprescindível ferramenta de gestão à disposição do administrador, não só pelo
aspecto financeiro, mas, também, sob o aspecto decisório. Neste contexto, o fluxo de
caixa projetado serve de planejamento e acompanhamento dos ingressos e saídas dos
recursos financeiros, ao passo que o fluxo de caixa realizado serve, para o
administrador, como meio de controle e para o usuário externo serve para análise de
tendência e do comportamento dos ingressos e saídas de recursos do disponível.
Para finalizar e ressaltar a diferença existente entre as duas formas básicas de
elaboração e demonstração desse demonstrativo complementar, apresenta-se o
quadro seguinte contemplando, de forma simplificada, os dois métodos de elaboração:
MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO
Ingressos Operacionais Resultado do Exercício (DRE)
(-) ( +/_ )
Desembolsos Operacionais Ajustes
(=) (=)
Fluxo de Caixa Operacional Fluxo de Caixa Operacional
( +/_ )
Fluxo de Caixa das atividades de Investimentos
( +/_ )
Fluxo de Caixa das atividades de Financiamentos
(=)
Variação Líquida do Disponível
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7. EXERCÍCIO DESENVOLVIDO
No balancete de encerramento do mês de novembro, de 20X4, da empresa
BONSFLUXOS S.A, após o registro dos ajustes necessários foram levantados, entre
outros, os seguintes saldos:
Contas Saldos (R$)
1- Alienação de imobilizado à vista R$ 27.530,00
2- Aquisição de imobilizado a prazo R$ 22.400,00
3- Aumento de Resultado de Exercícios Futuros R$ 18.000,00
4- Compras líquidas a prazo R$ 127.590,00
5- Compras líquidas à vista R$ 312.000,00
6- Custo das mercadorias vendidas R$ 678.000,00
7- Custo do imobilizado vendido R$ 41.380,00
8- Desconto de Duplicatas (realizados no mês) R$ 12.000,00
9- Despesa com provisão para devedores duvidosos R$ 6.540,00
10 - Despesas com depreciação R$ 22.540,00
11 - Despesas de Juros do mês e pagas R$ 6.400,00
12 - Devoluções de vendas à vista R$ 5.200,00
13 - Dividendos recebidos R$ 6.200,00
14 - Duplicatas a receber (saldo inicial) R$ 123.650,00
15 - Mercadorias – Estoque inicial R$ 412.000,00
16 – Empréstimos líquidos tomados no mês R$ 2.400,00
17 - Ganhos pela equivalência patrimonial de controladas R$ 248.000,00
18 – ICMS sobre vendas (já pago no mês) R$ 111.300,00
19 - Integralização de capital recebida R$ 17.340,00
20 - Juros pagos R$ 6.200,00
21 - Juros recebidos de empréstimos concedidos R$ 6.940,00
22 - Despesas administrativas do mês e pagas R$ 7.800,00
23 - Despesas com vendas do mês e pagas R$ 6.200,00
24 - Despesas financeiras do mês e pagas R$ 2.720,00
25 - Pagamento de encargos sociais dos empregados R$ 21.400,00
26 - Pagamento aos fornecedores R$ 337.000,00
27 - Pagamento de Impostos de renda do mês anterior R$ 17.400,00
28 - Pagamento de seguros antecipados R$ 7.800,00
29 - Pagamentos de empréstimos/debêntures (principal) R$ 18.900,00
30 - Pagamentos de lucros e dividendos R$ 11.400,00
31 - Pagamento de salários do mês R$ 78.560,00
32 - PIS/COFINS sobre faturamento do mês (já pago) R$ 29.680,00
33 - Provisão para devedores duvidosos (saldo anterior) R$ 7.240,00
34 - Provisão para IR e CSLL R$ 22.540,00
35 - Recebimento de lucros de controladas R$ 124.000,00
36 - Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) R$ 96.800,00
37 - Receita de Aluguel recebida no mês R$ 7.400,00
38 - Receitas de Juros recebidas no mês R$ 1.800,00
39 - Saldo inicial de Disponibilidades R$ 57.420,00
40 - Venda à vista de mercadorias e serviços R$ 742.680,00
41 - Vendas de mercadorias e serviços a prazo R$ 345.250,00
Com base nestes dados, solicita-se:
1 – Demonstrar o Fluxo de Caixa pelo método direto e indireto, de acordo com as
atividades operacionais, de investimento e de financiamento;
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 21
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2 – Demonstrar o fluxo de recebimentos do mês em questão, decorrentes de
vendas de mercadorias e serviços;
SOLUÇÃO:
Comecemos a solução do exercício proposto pela DRE.
Demonstração do Resultado do Exercício
Discriminação Valor (R$)
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00
( + ) Vendas de mercadorias e serviços a prazo 345.250,00
( = ) Receita Bruta de vendas - mercadorias e serviços 1.087.930,00
( - ) Devolução de vendas (5.200,00)
( - ) ICMS sobre vendas (111.300,00)
( - ) PIS/COFINS sobre faturamento (29.680,00)
( = ) Receita Líquida de vendas - mercadorias e serviços 941.750,00
( - ) Custo da Mercadorias e Serviços Vendidos (678.000,00)
( = ) Lucro Bruto 263.750,00
( +/_ ) Outras Receitas e Despesas Operacionais
Receita de Aluguéis 7.400,00
Receita de Juros 1.800,00
Ganho EP – controladas 248.000,00
Juros recebidos de empréstimos concedidos 6.940,00
(+) Total de Outras Receitas Operacionais 264.140,00
Despesas com Vendas (6.200,00)
Despesas de salários (78.560,00)
Encargos sociais – empregados (21.400,00)
Despesas Financeiras (2.720,00)
Despesa de Juros (6.400,00)
Despesas Administrativas (7.800,00)
Despesas com Provisão DD (6.540,00)
Despesas de Depreciação (22.540,00)
Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00)
( - ) Total de Outras Despesas Operacionais (158.360,00)
( = ) Resultado Operacional Líquido 369.530,00
( + ) Venda de Imobilizado à vista 27.530,00
( - ) Custo de Imobilizado Alienado (41.380,00)
( = ) Lucro antes de IR e CSLL 355.680,00
( - ) Provisão para IR e CSLL (22.540,00)
( = ) Resultado Líquido do Exercício 333.140,00
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 22
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De posse do Resultado do Exercício é possível elaborar a Demonstração do Fluxo
de Caixa pelo Método Indireto.
Fluxo de Caixa - Método Indireto
Discriminação Valor (R$)
ORIGENS DE RECURSOS FINANCEIROS
Resultado Líquido do Exercício (DRE) 333.140,00
( + ) Depreciações 22.540,00
( + ) Despesa com Devedores Duvidosos 6.540,00
( + ) Provisão para IR e CSLL 22.540,00
( + ) Custo de Imobilizado Alienado 41.380,00
( + ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado 6.200,00
( + ) Compras a prazo e diminuição de estoques 366.000,00
( - ) Vendas a prazo (345.250,00)
( - ) Alienação de Imobilizado à vista (27.530,00)
( - ) Ganho pela Equivalência Patrimonial – Controladas (248.000,00)
( = ) Lucro Líquido Ajustado 177.560,00
( + ) Recebimento de clientes 96.800,00
( + ) Duplicatas descontadas 12.000,00
( + ) Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00
( + ) Dividendos recebidos de controladas 6.200,00
( + ) Recebimento lucros de controladas 124.000,00
( - ) Pagamento de fornecedores (337.000,00)
( - ) Impostos pagos no mês (17.400,00)
( - ) Pagamento de seguros antecipados (7.800,00)
1 - Caixa gerado pelas operações 72.360,00
( + ) Alienação de imobilizado à vista 27.530,00
( - ) Aquisição de Investimento à vista (12.200,00)
2 - Caixa gerado pelos Investimentos 15.330,00
( + ) Integralização de Capital recebida 17.340,00
( + ) Empréstimos líquidos tomados 2.400,00
( - ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00)
( - ) Pagamento de Lucros e Dividendos (11.400,00)
( - ) Pagamento de empréstimos/debêntures (18.900,00)
3 - Caixa gerado pelos Financiamentos (16.760,00)
( = ) Variação Líquida do caixa no mês ( 1 + 2 + 3) 70.930,00
( + ) Saldo inicial do Disponível 57.420,00
( = ) Saldo final do Disponível 128.350,00
Observações e esclarecimentos importantes:
1 – As despesas de depreciação e de provisão para devedores duvidosos,
consideradas no cálculo da DRE, não representam desembolsos de disponível, por isso
foram adicionadas ao Resultado do Exercício para eliminar os seus efeitos;
2 – A provisão para o IR e CSLL, que foram deduzidas para obter o resultado
líquido do exercício, não foi paga. Desta forma, ela foi adicionada ao lucro, visto não
ter havido desembolso;
3 – O custo do Ativo Permanente alienado (Imobilizado), deve ser excluído das
atividades das operações porque serão analisados nas atividades de investimentos, se
representarem efetivos desembolsos;
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 23
24. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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4 – Os juros pagos sobre empréstimo para imobilizado foram excluídos das
atividades operacionais porque devem fazer parte das atividades de financiamentos;
5 – As compras a prazo e diminuição do estoque são valores que fazem parte do
CMV e não representam saídas de disponibilidades. O valor apresentado foi
encontrado segundo o seguinte cálculo: CMV – Compras à vista;
6 – As vendas a prazo não representam ingressos, por isso foram excluídas do
resultado;
7 – A alienação do Ativo Permanente (Imobilizado à vista) será computado nas
atividades de Investimentos e a alienação a prazo não representa ingresso de
recursos, por esta razão foram eliminados das atividades das operações;
8 – O ganho pela equivalência patrimonial não representa ingresso de recursos
de disponível, logo foi excluído. Neste particular, os dividendos e lucros recebidos
representam aumento de disponibilidades. Poder-se-ia excluir apenas a variação
líquida dos investimentos, mas, com o objetivo de ampliar a evidenciação, preferiu-se
excluir todo ganho para depois adicionar os valores recebidos a título de lucros e
dividendos para adequar o procedimento aos ditames da Instrução CVM 247/96.
Desta forma, obtivemos o lucro ajustado aos efetivos ingressos e desembolsos
de disponibilidades;
9 – O recebimento de clientes, o aumento de REF, o desconto de duplicatas, o
recebimento de dividendos e lucros decorrentes da equivalência patrimonial
representam ingressos que não fazem parte do resultado do exercício, por isso são
adicionados para obter o fluxo líquido gerado pelas atividades das operações;
10 – O pagamento aos fornecedores e impostos relativos a fatos geradores de
meses anteriores não foram considerados na DRE, porém representam desembolsos,
razão pela qual foram excluídos;
11 – O pagamento de seguros antecipados, que representa um efetivo
desembolso no mês, não é despesa e não foi considerado na DRE, em função da
adoção do regime de competência, logo deve ser excluído.
Assim, obtivemos as disponibilidades geradas pelas atividades das operações no
valor de R$ 72.360,00;
12 – A alienação do imobilizado à vista representa ingresso e se constitui em
atividade de investimento, sendo somado a este grupo;
Desta forma este grupo das atividades de investimentos contribuiu na formação
do caixa líquido com o valor de R$ 15.330,00;
13 – A integralização de Capital recebida e os empréstimos líquidos tomados
representam origens de recursos financeiros das operações de financiamento, por isso
são somados a esse item;
14 – Os juros pagos sobre empréstimos para aplicação no imobilizado, o
pagamento de lucros e dividendos e o pagamento ou reembolso de
INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 24
25. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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empréstimos/debêntures representam aplicações de recursos financeiros na atividade
de financiamento.
As atividades de financiamento, desta forma, absorveram recursos financeiros no
valor de R$ 16.760,00.
Fluxo de Caixa - Método Direto
Discriminação Valor (R$)
INGRESSOS DE RECURSOS
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00
Desconto de Duplicatas (realizados no mês) 12.000,00
Dividendos recebidos (controladas) 6.200,00
Recebimento de lucros de controladas 124.000,00
Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 96.800,00
Receita de Aluguéis recebidos 7.400,00
Receitas de Juros recebidos 1.800,00
Juros Recebidos de empréstimos concedidos 6.940,00
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00
Compras líquidas à vista (312.000,00)
Despesas administrativas pagas (7.800,00)
Despesas com vendas pagas (6.200,00)
Despesas de Juros pagos (6.400,00)
Despesas financeiras pagas (2.720,00)
Devoluções de vendas (5.200,00)
ICMS sobre vendas (já pago) (111.300,00)
Pagamento de encargos sociais dos empregados (21.400,00)
Pagamento de fornecedores (337.000,00)
Pagamento de Impostos de renda do mês anterior (17.400,00)
Pagamento de seguros antecipados (7.800,00)
Pagamentos Salários (78.560,00)
PIS/COFINS sobre faturamento (já pago) (29.680,00)
1 - Caixa gerado pelas operações 72.360,00
( + ) Alienação de imobilizado à vista 27.530,00
( - ) Aquisição de Investimento à vista (12.200,00)
2 - Caixa gerado pelos Investimentos 15.330,00
( + ) Integralização de Capital recebida 17.340,00
( + ) Empréstimos líquidos tomados 2.400,00
( - ) Juros pagos sobre empréstimo para imobilizado (6.200,00)
( - ) Pagamento de Lucros e Dividendos (11.400,00)
( - ) Pagamento de empréstimos/debêntures (18.900,00)
3 - Caixa gerado pelos Financiamentos (16.760,00)
( = ) Variação Líquida do caixa no mês ( 1 + 2 + 3) 70.930,00
( + ) Saldo inicial do Disponível 57.420,00
( = ) Saldo final do Disponível 128.350,00
Analisando a Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto, percebe-se a
maneira simples com que ela é elaborada, sendo possível a qualquer pessoa, com
conhecimentos elementares em contabilidade, compreendê-la.
Constata-se que os valores finais são idênticos aos encontrados na demonstração
pelo método indireto e que a efetiva diferença existente entre esta forma de
demonstração com a forma indireta reside nas informações contidas no fluxo das
atividades das operações.
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26. Contabilidade Tópicos Avançados – Aula 02 – FLUXO DOS CAIXAS
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No método direto, no fluxo das atividades das operações, são apresentadas
todas as contas que interferiram na formação das disponibilidades, ao passo que pelo
método indireto não se possui esta informação, visto que se parte do Resultado do
Exercício ou período considerado.
Assim, está respondido o quesito 1 do nosso exercício.
Para satisfazer o quesito 2 podemos utilizar dois caminhos diferentes. Um deles,
quando dispomos de todos os valores, é adotar o método direto fazendo constar nele
os recebimentos líquidos dos clientes no período considerado. O outro modo de
obtermos o fluxo de caixa decorrente das vendas de mercadorias e serviços é partir
do saldo anterior de clientes ou duplicatas a receber.
Vejamos a demonstração, inicialmente, pelo método direto:
Fluxo de Caixa decorrente de vendas de mercadorias e serviços
Discriminação Valor (R$)
INGRESSOS DE RECURSOS
Aumento de Resultado de Exercícios Futuros 18.000,00
Desconto de Duplicatas (realizados no mês) 12.000,00
Recebimentos de clientes (cobrança em carteira) 96.800,00
Venda à vista de mercadorias e serviços 742.680,00
( - ) Devoluções de vendas (5.200,00)
( = )Recebimentos líquidos de clientes no período 864.280,00
Pelo outro modo de demonstrar o fluxo de caixa decorrente de vendas de
mercadorias e serviços, devemos tomar como referência os valores relativos a clientes
(duplicatas a receber, PDD, perdas de crédito) constantes no balanço patrimonial
atual e do período imediatamente anterior e das vendas à vista realizadas no período.
Assim, necessitamos os valores a receber de clientes no início do período e no
final do período, além dos valores a receber dos clientes é necessário que se tenha os
valores da provisão para devedores duvidosos no início do período, o aumento de
Resultados de Exercícios Futuros, o valor de duplicatas descontadas, as perdas no
recebimento de crédito de clientes que não estavam provisionados e, principalmente,
o valor das vendas totais, descontadas de vendas canceladas ou devolvidas.
Assim, se tivéssemos o balanço patrimonial dos dois períodos, isto é, no início de
novembro e no final de novembro, teríamos o seguinte segmento de balanço:
Contas
Início Final
ATIVO
Duplicatas a receber – clientes 123.650,00 364.860,00
( - ) Provisão para devedores duvidosos (7.240,00) (6.540,00)
( - ) Duplicatas descontadas ----------- (12.000,00)
PASSIVO
Resultado de Exercícios Futuros ----------- 18.000,00
O saldo final de clientes foi obtido com emprego do seguinte raciocínio:
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Saldo inicial R$ 123.650,00
( - ) PDD R$ (7.240,00)
( - ) Recebimentos no período R$ (96.800,00)
( + ) Vendas a prazo no período R$ 345.250,00
( = ) Saldo final de clientes R$ 364.860,00
Percebe-se que o valor referente a PDD do início do período foi excluído para
apurar o saldo final de clientes, isto se deve ao fato de não haver menção de reversão
dessa provisão, presumindo-se, assim, que ela foi utilizada, ou seja, a previsão ou
estimativa inicial de que certa quantia dos clientes não seria recebida foi confirmada.
Desta forma, o valor do Fluxo de caixa gerado pelos clientes pode ser
representado do seguinte modo:
FLUXO DE CAIXA GERADO PELOS CLIENTES
Vendas totais 1.087.930,00
( - ) Vendas devolvidas (5.200,00)
( = ) Vendas líquidas 1.082.730,00
( + ) Clientes (início do período) 123.650,00
( + ) Duplicatas descontadas no período 12.000,00
( + ) Aumento de REF 18.000,00
( - ) Provisão Devedores Duvidosos (início) (7.240,00)
( - ) Clientes (final do período) (364.860,00)
( = ) Ingressos líquidos de caixa de clientes 864.280,00
É interessante notar que adotamos o seguinte critério para determinar os
ingressos decorrentes de vendas (clientes):
1 – Soma dos valores que poderiam ter sido recebidos de clientes como as
vendas totais, o saldo da conta clientes no início do período, o aumento de REF e os
valores referentes a duplicatas descontadas no período.
2 – Subtração das vendas canceladas, devolvidas, clientes no final do período,
provisão para devedores duvidosos no início do período e perdas não provisionadas
com clientes.
3 – Saldo = (1) – (2).
Atenção!
Nas provas de concursos dispomos, geralmente, apenas dos
elementos para apurar os valores recebidos de clientes por
este método, ou seja, dispomos dos balanços de dois
períodos mais as receitas de vendas do período considerado.
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8. ASPECTOS LEGAIS E FISCAIS
A legislação brasileira não exige a Demonstração do Fluxo de Caixa, no entanto
prevê que as companhias e por extensão todas as empresas poderão apresentar
outros demonstrativos que tragam maior evidenciação aos demonstrativos
obrigatórios ou os complementem.
O art. 176, § 4º da Lei nº 6.404/76, estabelece esta permissibilidade:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.
...
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros
quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. (grifou-
se).
Para o fisco não há exigência desse demonstrativo. No entanto, ele pode ser útil
na análise de solicitação de parcelamentos de débitos bem como meio de verificação
para comprovar se as receitas foram efetivamente registradas. Outro aspecto que
pode gerar algum interesse para o fisco é o concernente a avaliação da CPMF. Noutro
aspecto que ele pode ser extremamente útil é na análise de viabilidade financeira da
empresa, principalmente na habilitação para operar no comércio exterior.
9. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
A fim de facilitar a vida de vocês, resolvemos apresentar a maioria dos
exercícios resolvidos desta aula, pois como se trata de assunto novo para a maioria, a
solução poderia trazer algumas dúvidas. Ao final, trazemos mais questões propostas.
Desta forma, façam bom proveito!
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Dadas as informações a seguir:
I - As Demonstrações Contábeis, de três períodos consecutivos, da CIA.
MARACANÃ, registram nas contas abaixo, os seguintes saldos:
SALDOS FINAIS 1999 2000 2001
Vendas 15.000.000 25.000.000 32.000.000
Custo das Mercadorias Vendidas 3.500.000 14.500.000 18.000.000
Despesa c/ Devedores Duvidosos 10.000 12.000 15.000
Clientes 13.000.00 22.000.000 26.000.000
Estoques 30.000 65.000 70.000
PDD 10.000 12.000 15.000
Reversão de PDD --- --- 4.000
Fornecedores 1.450.000 2.600.000 3.900.000
Despesas do Período 3.000.000 4.500.000 5.000.000
Contas a Pagar 220.000 350.000 400.000
Perdas com Clientes --- 8.000 ---
II - O Balanço Patrimonial de 1998 evidenciava como saldos finais das contas a seguir os
valores:
Estoques Fornecedores Clientes PDD Contas a Pagar
100.000 1.070.000 3.000.000 3.000 150.000
III - A empresa utilizava Contas a Pagar somente para registrar despesas a prazo.
Com base unicamente nas informações fornecidas, responda às questões de 01 a 04.
01) (AFRF-2002-Esaf) O valor das compras efetuadas pela empresa em 2001 é:
a) 18.005.000
b) 17.935.000
c) 16.705.000
d) 14.535.000
e) 13.385.000
SOLUÇÃO:
A solução deste exercício é relativamente simples, basta conhecermos a fórmula de
apuração do custo das mercadorias vendidas, senão vejamos:
Para o exercício social de 2001 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque
final do exercício social anterior, como de resto para todas as contas patrimoniais. Neste caso
temos que o estoque inicial (Ei) foi de R$ 65.000,00. O estoque final (Ef) é fornecido no
próprio balanço encerrado em 2001, cujo valor é de R$ 70.000,00. Além destes valores, foi
fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 18.000.000,00.
Assim, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras
líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo,
substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos:
18.000.000,00 = 65.000,00 + Co – 70.000,00
Co = 18.000.000,00 – 65.000,00 + 70.000,00
Co = R$ 18.005.000,00
Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”.
02) (AFRF-2002-Esaf) O valor de ingresso no Fluxo de Caixa, nos três períodos,
proveniente das Vendas é:
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1999 2000 2001
a) 15.000.000 25.000.000 32.000.000
b) 13.000.000 22.002.000 31.998.000
c) 12.997.000 22.000.000 31.992.000
d) 9.007.000 21.992.000 27.988.000
e) 4.997.000 15.982.000 27.992.000
SOLUÇÃO:
Perceba que foi solicitado o ingresso proveniente das vendas, logo a análise há de ser feita
em relação ao aumento de disponibilidades geradas pelas vendas, que não precisam ser,
necessariamente, as vendas do período considerado!
Vamos analisar o fato ano por ano:
1999:
As vendas efetuadas foram no montante de R$ 15.000.000,00, entretanto esse valor não
foi recebido integralmente, conforme se pode perceber pelo aumento da conta de clientes que
passou de R$ 3.000.000,00 (1998) para 13.000.000,00 (1999). Isto pode ser interpretado da
seguinte forma: Os clientes, devedores de 1998, efetuaram os seus pagamentos, e no ano de
1999 foram realizadas vendas a prazo pelo valor de R$ 13.000.000,00.
Somente por esse fato poderíamos dizer que houve o ingresso de R$ 5.000.000,00. Mas,
não podemos nos esquecer que dos clientes devedores de 1998 não foram recebidos R$
3.000,00 referentes a PDD.
Assim, o valor efetivamente recebido em 1999, decorrente de vendas, foi de R$
4.997.000,00, discriminados ou demonstrados da seguinte forma:
Vendas no período = R$ 15.000.000,00
(+) Clientes (1998) = R$ 3.000.000,00
(-) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00
(-) PDD (1998) = R$ 3.000,00
Total Recebido = R$ 4.997.000,00
É de se anotar, ainda, que a soma das vendas no período com valores a receber de
clientes do período anterior representa o valor passível de recebimento, considerando-se para
tanto que as vendas tivessem sido realizadas à vista e que os clientes pagariam,
integralmente, seus compromissos, ou seja, haveria a necessidade de reverter a PDD
constituída no período anterior. Porém, como não houve reversão da PDD do período anterior e
as vendas não foram todas à vista, os seus saldos devem ser deduzidos dos valores passíveis
de recebimento, cujo resultado representa o efetivo ingresso de recursos decorrentes de
vendas.
2000:
Seguiremos praticamente o mesmo raciocínio adotado para o ano anterior. No entanto
devemos atentar ao fato de que neste ano foi baixado o valor de R$ 8.000 referentes a perdas
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com clientes. Tecnicamente isto quer dizer que, além da PDD que não foi suficiente, a quantia
de R$ 8.000,00 não foi recebida dos clientes.
Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo:
Vendas no período = R$ 25.000.000,00
(+) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00
(-) Clientes (2000) = R$ 22.000.000,00
(-) PDD (1999) = R$ 10.000,00
(-) Perdas (2000) = R$ 8.000,00
Total recebido = R$ 15.982.000,00
2001:
Agora já podemos ir diretamente ao demonstrativo, pois as explicações relativas aos
exercícios sociais anteriores são também aplicadas aqui, com a ressalva de que neste exercício
houve uma reversão de provisão no valor de R$ 4.000,00, cujo valor deverá ser subtraído de
PDD do período anterior.
Vendas no período = R$ 32.000.000,00
(+) Clientes (1999) = R$ 22.000.000,00
(-) Clientes (2000) = R$ 26.000.000,00
(-) PDD (1999) = R$ 12.000,00
(+) Reversão PDD = R$ 4.000,00
Total recebido = R$ 27.992.000,00
Assim, a resposta correta está contemplada na alternativa de letra “e”.
03) (AFRF-2002-Esaf) Se 10% das Despesas do ano de 2000 representarem valores
ligados a itens provisionados, pode-se afirmar que o valor das saídas de caixa
decorrentes de pagamento de despesas é:
a) 3.700.000
b) 3.920.000
c) 4.150.000
d) 4.500.000
e) 4.720.000
SOLUÇÃO:
Conforme o saldo apresentado em despesas, para o ano de 2000, tem-se que o seu total
foi de R$ 4.500.000,00. Nos é fornecida a informação que 10% delas foram provisionados, isto
quer dizer que os valores provisionados ainda não foram pagos, logo não houve desembolso
ou diminuição das disponibilidades no valor de R$ 450.000,00.
Outra informação que merece ser analisada diz respeito a contas a pagar, visto que elas
não representam um provisionamento de despesas, mas sim o seu reconhecimento ou a sua
apropriação. Percebe-se que nesta rubrica houve um aumento de R$ 130.000,00 do ano de
1999 para o ano de 2000, logo devemos deduzir também este valor do total de despesas para
apurar o efetivo desencaixe pelo pagamento de despesas.
Assim, teremos o seguinte demonstrativo do desembolso por pagamento de despesas:
Despesas do período R$ 4.500.000,00
(-) Despesas provisionadas R$ 450.000,00
(-) Despesas a pagar R$ 130.000,00
Total desembolsado por despesas R$ 3.920.000,00
Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “b”.
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