1) O documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre responsabilidade social empresarial realizada com indústrias de São Bernardo do Campo.
2) A pesquisa teve como objetivos mapear ações de responsabilidade social das empresas, avaliar perspectivas de ampliação da cultura nessa área e servir de referência para futuras parcerias.
3) A pesquisa envolveu questionários respondidos por 48 empresas e forneceu informações sobre suas visões e práticas de responsabilidade social, apesar das limitações da amostra.
2. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
REALIZAÇÃO
CIESP – SBC
Centro Universitário da FEI
BASF
PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO
Centro Universitário da FEI
Carla Andrea Soares de Araújo
Ayrton Novazzi
BASF
Vanessa Weber Leite
SESI – SBC
Vamberto Martinez
CIESP – SBC
Vitor Gonçalo Seravalli
PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO
Centro Universitário da FEI
Silvana V. Mendes Arruda
Cleonice Molina Matos
APOIO
Carbono
Mácron Indústria Gráfica
COLABORADORES
CIESP – SBC
Mauro Miaguti
Jair Altheman
César Antônio Garbus
Helena Maria Roveri
Ademir Gasparetto
Centro Universitário da FEI
Prof. Dr. Marcio Rillo
Profª Dra. Rivana Basso F. Marino
AGRADECIMENTOS
Centro Universitário da FEI
Bruno Rafael Albuquerque Silva
David Aparecido Zuffi
Fábio Massoti Menegazzo
Fernando Mônaco
Henrique Braiti de Souza
Rodolfo Rebelato de Almeida
2
3. O CIESP–SBC, como entidade mobilizadora das indústrias no munícipio, reconhece
a importância da responsabilidade social empresarial como fator de sustentabilidade das
empresas a longo prazo.
Com os resultados da Pesquisa de Responsabilidade Social das Indústrias de São
Bernardo do Campo, vislumbro alguns desafios:
• A sensibilização das empresas não participantes deste processo para o engajamento
e contribuição com as suas experiências e expectativas nesta área;
• A mobilização das empresas interessadas para a evolução da prática da
Responsabilidade Social no município;
• O engajamento das regionais do CIESP do Grande ABC neste processo.
Destaco a importância do trabalho em parceria realizado entre CIESP Centro ,
Universitário da FEI e BASF que, na soma de esforços e experiências, alcançou o resultado
contido nas próximas páginas e que sinaliza uma forma de trabalho que deverá ter
continuidade e garantir o sucesso para os próximos passos: a soma entre os diferentes,
agregando maior valor para todos.
São Bernardo do Campo, abril de 2005.
Mauro Miaguti
Diretor Titular CIESP
3
4. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Em 2003 foi realizada uma pesquisa de Responsabilidade Social nas empresas do
Estado de São Paulo, que apresentou resultados muito importantes sobre seus
posicionamentos relacionados a este assunto cada vez mais relevante, bem como sobre as
diversas informações referentes às suas ações em todas as regiões do Estado.
O nível de participação das empresas de São Bernardo do Campo naquela pesquisa
foi inexpressivo, o que nos impediu confirmar se os resultados e as principais conclusões
estavam realmente relacionados ao seu perfil social. Por este motivo, durante o ano de
2004 foi decidida a aplicação de uma nova pesquisa, incluindo algumas alterações que
levaram a uma melhor adaptação do questionário às características da municipalidade,
buscando um maior entendimento dos aspectos que pudessem orientar um trabalho de
médio e longo prazo.
Assim sendo, o objetivo desta “Pesquisa de Responsabilidade Social das Indústrias de
São Bernardo do Campo”, cujos resultados agora apresentamos, é disponibilizar uma
base consistente para elaboração de Projetos de Responsabilidade Social, que deverão ser
planejados e implementados por empresas voluntárias identificadas com as principais
áreas de oportunidade por ela evidenciadas. Durante a implementação, essas empresas
poderão aplicar todo o seu conhecimento e a sua vocação como contribuições efetivas
que agreguem valor à sociedade como um todo.
Devido às características regionais similares, vejo grande oportunidade de uma possível
extensão dos projetos a todas as cidades do Grande ABC, como também de sua integração
às ações públicas e privadas já existentes, e ainda de uma conexão às atividades de
outras Diretorias do CIESP para que a sinergia e a amplitude dos impactos sejam muito
,
maiores.
Considero esta oportunidade histórica, e tenho certeza de que o engajamento das
empresas terá um impacto positivo fundamental, para um possível efeito cascata que
poderá beneficiar toda a sociedade do Estado de São Paulo num prazo relativamente
curto de tempo.
São Bernardo do Campo, abril de 2005.
Vitor Seravalli
Diretor Adjunto CIESP
Diretor Industrial BASF
4
5. As dimensões envolvidas na gestão de uma empresa têm se mostrado mais abrangentes.
É necessário que os gestores e seus colaboradores estendam os critérios de avaliação do
desempenho da empresa para além do aspecto econômico, inserindo com vigor duas
novas dimensões: a ambiental e a social.
O conceito e o compromisso com o desenvolvimento sustentável dos negócios são
temas cada vez mais freqüentes nos discursos de gestores empresariais. Ao assumir
compromissos com a criação de valores éticos na gestão dos negócios e valores de
sustentabilidade ambiental e social, a empresa estará praticando a “Responsabilidade
Social” e, num sentido mais amplo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do
planeta.
Embora o tema “Responsabilidade Social” venha sendo constantemente discutido,
trata-se de um movimento relativamente novo, cujo grande desafio é sua disseminação e
internalização na dinâmica cotidiana do trabalho em suas diversas formas.
Nesse sentido, o estudo aqui apresentado, além de oferecer preciosos subsídios à
sociedade sambernardense, busca mapear e conhecer as empresas de São Bernardo do
Campo, sob os aspectos de responsabilidade social, a fim de promover o desenvolvimento
de práticas a ela inerentes.
Parabenizamos o CIESP–SBC pela iniciativa, aqueles que desenvolveram o trabalho
com afinco e empenho e os participantes da pesquisa.
O Centro Universitário da FEI esteve presente em todos os momentos desta pesquisa.
Seus professores e alunos tiveram atuação decisiva na tabulação, análise e interpretação
dos dados.
Como parceiro do CIESP–SBC, sentimo-nos muito honrados pela confiança em nós
depositada e, também, satisfeitos por colaborar na identificação e na evolução de uma
nova cultura empresarial, com conseqüências seguramente benéficas.
Esperamos que este trabalho frutifique, gerando, a médio e longo prazo, uma sociedade
mais justa e humana, ideal de todo homem de bem.
São Bernardo do Campo, abril de 2005
Prof. Dr. Marcio Rillo
Reitor do Centro Universitário da FEI
5
7. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE
SÃO BERNARDO DO CAMPO
“Cada um do sumo bem a idéia
apreende, que lhe suaviza a rude
inquietação e às exigências de sua
alma atende” (Dante Alighieri. A
Divina Comédia. Purgatório, canto
XVII, vv127-129)
Nos últimos anos, vêm crescendo de forma patente iniciativas e investimentos privados
preocupados com o presente e voltados para um futuro onde haja o desenvolvimento sustentável.
Questões como escassez de recursos naturais, concentração de renda, degradação ambiental,
exclusão social, desnutrição e fome, apenas para citar algumas, decorrem da dissociação entre o
desenvolvimento econômico e o desenvolvimento social e ambiental, e necessitam ser enfren-
tadas também pelas empresas. Neste caminho, corporações, empresas, tanto públicas quanto
privadas, são chamadas à Responsabilidade Social.
Filosoficamente poderia se dizer que a Responsabilidade Social é a possibilidade de afirmação,
por parte das empresas, do valor da realidade, de tudo aquilo que se relaciona com ela – empresa
– e também dela depende. Assim, na experiência de consciência de seu papel social, a responsa-
bilidade que compreende o responder, mobiliza-se, incide sobre esta realidade, responde às neces-
sidades dela, cria obras, exerce sua cidadania, responsável e participativa.
Conceitualmente, Responsabilidade Social Empresarial (RSE) “é uma forma de conduzir os
negócios que torna a empresa parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa
socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes
(acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo
e meio ambiente) e conseguir incorporá-los ao planejamento de suas atividades, buscando atender
às demandas de todos, não apenas dos acionistas ou proprietários” (ETHOS).
Concretamente, a expressão da Responsabilidade Social Empresarial vai muito além da obser-
vação de leis e regulamentos, prevê uma resposta concreta às necessidades da empresas bem
como da sociedade, expressa em ações de curto, médio e longo prazo, com objetivos claros e
avaliação dos impactos obtidos. A capacidade de responder às necessidades prementes da
realidade tende a fortalecer a imagem da empresa e promover uma relação de ganha-ganha
tanto com seus colaboradores, como fornecedores, acionistas, com a comunidade na qual se insere
e com seu consumidor. Há espaço para que todos ganhem.
Através de ações de responsabilidade social corporativa é possível implantar uma nova cultura
organizacional que traga o crescimento econômico associado à dignidade da pessoa humana, à
seu trabalho, bem como às relações sociais que permeiam o cotidiano empresarial, tanto em seu
meio interno como externo.
7
8. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
OBJETIVOS DA PESQUISA
Proposta pela CIESP - São Bernardo e executada em parceria com a BASF e o Centro Universitário
da FEI, esta pesquisa teve como objetivos:
· Obter informações sobre a visão das indústrias de São Bernardo do Campo sobre responsa-
bilidade social corporativa;
· Conhecer e mapear as ações de responsabilidade social das indústrias de São Bernardo do
Campo;
· Avaliar as perspectivas de ampliação da cultura e práticas de responsabilidade social empre-
sarial e o compartilhamento de experiências que possam trazer o crescimento e a sustentabi-
lidade do parque industrial de São Bernardo do Campo neste setor;
· Ser um referencial para a articulação de uma rede de relacionamentos estratégicos na área de
responsabilidade social neste município.
METODOLOGIA E REFERENCIAL
Como referencial para a elaboração desta pesquisa, partimos do levantamento de outras
pesquisas sobre responsabilidade social empresarial. Dentre elas, pode-se destacar a pesquisa
que a FIESP/CIESP empreendeu no ano de 2003. A partir dessas experiências, avaliamos quais
dados seriam necessários para conhecer a realidade das indústrias do município, adaptando
questões e elaborando outras.
Para as questões pertinentes ao trabalho infantil consultou-se o capítulo IV da CLT, que versa
sobre a proteção do trabalho infantil.
A aplicação prévia do questionário-teste a três empresas da região foi importante para
analisarmos as dificuldades de preenchimento. Elaborou-se também uma cartilha de instruções
para o preenchimento e devolução do questionário, bem como organizou-se uma equipe de
suporte para fornecer as informações necessárias aos responsáveis pelo preenchimento do
questionário, por telefone ou correio eletrônico.
A pesquisa envolveu 50 questões, sendo algumas fechadas de resposta única, fechadas de
múltipla escolha e abertas, através das quais foi possível avaliar qualitativamente o entendimento,
dificuldades e permitir a valorização de experiências nesta área. As questões estão distribuídas
entre os itens: perfil da empresa, público interno, atividades voluntárias dos empregados,
relacionamento com o meio ambiente, relação com fornecedores, clientes e consumidores, ações
sociais em benefício da comunidade e participação em projetos governamentais e valores e
transparência.
A pesquisa foi encaminhada a 570 indústrias de um total de 12861 presentes no município de
São Bernardo do Campo. Os dados obtidos são confidenciais e utilizados tão somente para fins
de análise desta pesquisa.
Numa primeira etapa, o questionário da pesquisa foi enviado pelo correio, acompanhado por
uma carta de esclarecimento do CIESP-SBC2 e, posteriormente, um arquivo em planilha eletrônica
para o respectivo preenchimento.
A equipe de apoio procurou contatar as empresas a fim de reiterar a importância da pesquisa
e, ao mesmo tempo, resolver eventuais dificuldades no preenchimento do questionário.
1
Dado da Fundação SEADE referente ao ano de 2002.
2
Vide anexo II (cópia da carta).
8
9. O recebimento dos questionários respondidos pelas empresas ocorreu via correio ou por meio
de retirada no endereço da empresa.
O presente estudo, baseado em amostragem não aleatória, sobre a Responsabilidade Social
Empresarial, envolveu 48 empresas de São Bernardo do Campo e permitiu apresentar algumas
evidências sobre o tema sem, porém, muita profundidade em razão das limitações decorrentes
do reduzido tamanho da amostra. Mesmo assim, os resultados destacam aspectos interessantes
e relevantes para a realidade das indústrias do município.
Considerando que a escolha das unidades amostrais não pode ser rotulada como aleatória, o
tratamento estatístico das informações coletadas restringiu-se a tabelas e gráficos, e as conclusões,
embora possam servir de referência para levantamentos futuros, não são necessariamente válidas
para todo o universo das empresas de São Bernardo do Campo.
Todavia, é fundamental ressaltar que o veto à generalização não impede a possibilidade de se
estabelecer um cenário real dos principais fatores que interferem na problemática da responsa-
bilidade social das empresas.
De fato, a implantação pelas empresas de São Bernardo do Campo de programas voltados
para a proteção do meio ambiente, inclusão social dos funcionários, capacitação para o mercado
de trabalho, educação continuada e outros programas inovadores e abrangentes está se tornando
uma necessidade e um compromisso empresarial.
Como se sabe, as áreas que compõem o cenário da RSE têm características comuns e, por isso,
as considerações aqui mencionadas são suporte para ações concretas.
SÃO BERNARDO DO CAMPO
São Bernardo do Campo pertence à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), na
sub-região conhecida como ABC paulista, possui uma área de 407,10 km2 e, segundo dados
do IBGE, o município possuía, no ano de 2004, uma população de 754.734 habitantes, sendo
742.231 em área urbana e 12.503 de população rural3.
São Bernardo do Campo, segundo o Atlas4 ocupa a 51ª posição no ranking de melhor
situação social, entre todas as cidades brasileiras, apresentando o índice de exclusão social
igual a 0,6525.
Tornou-se conhecido, principalmente a partir da década de 60, devido à forte indústria
metalúrgica que aqui se instalou para dar suporte às montadoras que também para cá
vieram.
3
Dados da Fundação SEADE para o ano de 2004.
4
Os dados são referentes ao levantamento feito em 2000, pela equipe do Atlas.
5
Quanto mais próximo de 1, menor o grau de exclusão, que aumenta quando o índice se aproxima de zero. O objetivo do índice é ajudar a monitorar a implantação e o
desenvolvimento de políticas de combate à exclusão social.
9
10. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
I - PERFIL DAS INDÚSTRIAS PESQUISADAS
48 indústrias de São Bernardo do Campo, 2/3 delas associadas ao CIESP – São Bernardo do
Campo, participaram livremente desta pesquisa. Por se tratar de um município tipicamente
industrial, julgou-se oportuno caracterizá-las segundo o ano de fundação e implantação no
município e, também de acordo com o ramo de atividade, capital que a controla, pelo tipo de
sociedade na qual se constitui, porte (número de empregados) e faturamento bruto para o ano
de 2003.
As incidências observadas deixam transparecer um fato relevante: a fundação e instalação
destas empresas são resultado do grande progresso que o município experimentou, principal-
mente a partir da instalação das grandes montadoras (Gráfico 1).
Quadro 1 – Distribuição das indústrias segundo o ano de instalação
Ano de instalação Número de indústrias %
Antes de 1970 10 20,8
1970 a 1990 22 45,9
Após 1990 16 33,3
Total 45 100,0
Gráfico 1 – Distribuição das indústrias segundo a data de instalação no
município de São Bernardo do Campo
No que diz respeito ao ramo de atividade das empresas pesquisadas, é notória a predominância
do ramo metalúrgico (37,5% ):
Quadro 2 – Distribuição das empresas segundo o ramo de atividades
Ramo de atividade Número de indústrias %
Gráfica 3 6,3
Metalúrgico 18 37,5
Químico 7 14,6
Prestador de serviço 4 8,3
Vidros 2 4,2
Montadora 2 4,2
Outros 12 25,0
Total 48 100,0
10
11. Gráfico 2 – Distribuição das indústrias
segundo ramo de atividade
No controle majoritário das organizações pesquisadas, capital nacional privado é marca maior.
A grande maioria, mais de 70%, é constituída por capital nacional privado (Gráfico 3). Destas
empresas 87,5% são sociedades limitadas.
Quadro 3 – Indústrias segundo o tipo de sociedade e de capital majoritário
Capital Majoritário Total de tipo
Sociedade
Nacional Privado Americano Asiático Outros de sociedade
Limitada 31 2 1 7 42
Anônima 3 0 0 3 6
Total 34 2 1 11 48
% de Limitada 91,2 100,0 100,0 63,6 87,5
Gráfico 3 – Distribuição das indústrias segundo a origem
do capital majoritário
11
12. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
O elemento-chave para a identificação do porte das indústrias incluídas neste levantamento
foi o número de empregados. O critério adotado é análogo ao utilizado pela FIESP em pesquisa
envolvendo o mesmo tema, ou seja:
Quadro 4 – Critério de classificação das indústrias
Número de empregados Porte
de 1 a 99 pequeno
de 100 a 499 médio
acima de 500 grande
Com base nessa classificação, foram obtidos os seguintes resultados:
Quadro 5 – Distribuição das indústrias segundo o porte
Porte Número de indústrias %
Pequeno 22 45,8
Médio 15 31,3
Grande 11 22,9
Total 48 100,0
Como se nota, a participação da pequena empresa foi mais acentuada, mas a média e a grande
também tiveram incidências expressivas.
O quadro seguinte indica a média de empregados de acordo com o porte da indústria. Por
meio dela, fica evidente que não seria fora de propósito reclassificar as pequenas empresas partici-
pantes deste estudo, como microempresas6, uma vez que a média de empregados é pouco
superior a 30.
Quadro 6 – Número médio de empregados segundo o porte das indústrias
Porte Número de indústrias Total de empregados Nº médio de empregados
Pequeno 22 715 32,5
Médio 15 3.055 203,7
Grande 11 26.325 2.393,2
Total 48 30.095 626,9
6
Considera-se como microempresa aquela que possui entre 1 e 30 funcionários.
12
13. Ainda no que se refere ao perfil das indústrias estudadas, algumas considerações sobre seu
faturamento são apropriados. O quadro seguinte fornece indicações sobre a relação entre o nível
de faturamento em 2003 e o porte da indústria:
Quadro 7 – Faturamento em 2003 e porte das indústrias
Faturamento Porte
Total
(milhões de R$) Pequeno Médio Grande
≤ 15 19 4 0 23
> 15 3 11 11 25
Total 22 15 11 48
% de ≤ 15 13,6% 73,3% 100,0% 52,1%
Como caberia esperar, quanto maior o porte, maior o faturamento da empresa. A ilustração
seguinte (Gráfico 4) fornece mais informações ligadas ao volume do faturamento:
Gráfico 4 – Distribuição das
indústrias segundo
faturamento e porte
13
14. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
II - PÚBLICO INTERNO
Neste tópico procurou-se levantar dados sobre a relação da empresa com seus funcionários,
ou seja avaliar a Responsabilidade Social Interna. Para tanto, foram coletados dados sobre os
estagiários, empregados em regime de CLT e terceirizados; a relação entre os sexos; as oportuni-
dades para aprendizes, a composição dos colaboradores por faixa etária, a presença de pessoas
com deficiência; a distribuição do poder entre os sexos.
Cerca de 96% dos funcionários das indústrias pesquisadas estão contratados em regime de
CLT, e os 4% restantes são estagiários ou terceirizados. Aqui, vale a pena observar que a pequena
empresa tem mais tendência do que a grande para admitir estagiários – a incidência de estagiários
na pequena é de 3,6% e na grande 1,4%. Outro aspecto interessante é o fato de que a empresa de
porte médio tem uma incidência substancialmente maior de terceirizados (8,6%). O quadro abaixo
destaca esses aspectos:
Quadro 8 – Regime de trabalho dos empregados
Regime de Porte
Trabalho Total
Pequeno Médio Grande
CLT 667 2.721 25.468 28.856
Estagiários 26 70 376 472
Terceirizados 22 264 481 767
Total 715 3.055 26.325 30.095
% CLT 93,3% 89,1% 96,8% 95,9%
% Estagiários 3,6% 2,3% 1,4% 1,6%
% Terceirizados 3,1% 8,6% 1,8% 2,5%
Pelos dados computados, do total de empregados em regime de CLT, cerca de 85% são
homens. Todavia, na pequena e média empresas a incidência de empregados do sexo masculino
é significativamente menor do que na grande.
Quadro 9 – Número de empregados CLT segundo sexo
Porte Total de empregados
Sexo CLT
Pequeno Médio Grande
Masculino 493 1.948 22.069 24.510
Feminino 174 773 3.399 4.346
Total 667 2.721 25.468 28.856
% de Masculino 73,9 71,6 86,6 84,9
Ainda no que diz respeito ao público interno, merecem registro algumas considerações alusivas
à contratação de funcionários pretos ou pardos7 e sua posição na hierarquia organizacional.
7
Referências segundo metodologia do IBGE
14
15. Como é evidente, em todas as empresas pesquisadas há a presença de funcionários pretos ou
pardos. O quadro seguinte indica as porcentagens de pretos e pardos (homens e mulheres)
segundo o porte da indústria:
Quadro 10 – Incidência de empregados pretos e pardos segundo o sexo e cor
Masculino Feminino
Porte Total de Total de
funcionários São pretos e % funcionárias São pretas e %
CLT pardos CLT pardas
Pequeno 493 120 24,3 174 24 13,8
Médio 1948 482 24,7 773 141 18,2
Grande 22069 1345 6,0 3399 189 5,5
Total 24510 1947 7,9 4346 354 8,1
Na grande empresa, a incidência de funcionários pretos e pardos em regime CLT é substan-
cialmente inferior que as de porte menor.
Do total de funcionários em cargos de chefia nas indústrias pesquisadas, pode-se dizer que a
indústria de porte médio possui menor percentual de mulheres em cargo de chefia (5,4%), em
relação às outras:
Quadro 11 – Incidência de chefes segundo o sexo
Masculino Feminino
Porte Total de Total de
funcionários Chefes % funcionárias Chefes %
CLT CLT
Pequeno 493 54 11,0 174 20 11,5
Médio 1948 160 8,2 773 42 5,4
Grande 22069 1114 5,0 3399 150 4,4
Total 24510 1328 5,4 4346 212 4,9
Apesar de nosso país apresentar hoje uma incidência de não-brancos maior que a de brancos,
a presença de pretos, em especial, em cargos de chefia é relativamente baixa nas indústrias pesqui-
sadas e, considerando o porte, é significativamente menor na grande indústria.
Quadro 12 – Incidência de pessoas pretas e pardas em cargo de chefia
número de Pretos e pardos em
Porte funcionários em cargo de chefia %
cargo de chefia (homens e mulheres)
Pequeno 74 5 6,8
Médio 202 16 7,9
Grande 1264 13 1,0
Total 1540 34 2,2
15
16. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Levando em conta apenas o sexo do empregado, o levantamento indicou que a existência de
mulheres em cargos de chefia varia segundo o porte da empresa – quanto maior o porte menor a
porcentagem- e, na média, não atinge 15%.
Quadro 13 – Incidência de mulheres em cargos de chefia
número de
Porte funcionários em São Mulheres %
cargo de chefia
Pequeno 74 20 27,0
Médio 202 42 20,8
Grande 1264 150 11,9
Total 1540 212 13,8
Considerando-se mais uma vez os funcionários pretos e pardos, pode-se observar que nas
empresas de porte médio a taxa de mulheres em cargo de chefia é superior às dos homens:
Quadro 14 – Incidência de pretos em cargos de chefia segundo o sexo
Masculino Feminino
Porte Pretos em Pretas em
Chefes chefia % Chefes chefia %
Pequeno 54 4 7,4 20 1 5,0
Médio 160 9 5,6 42 7 16,7
Grande 1114 13 1,2 150 0 0,0
Total 1328 26 2,0 212 8 3,8
Gráfico 5 – Homens e mulheres pretos e
pardos ocupando cargos de chefia.
16
17. Em se tratando de Responsabilidade Social Empresarial no seu âmbito interno, três aspectos
são relevantes: funcionários aprendizes8, funcionários com mais de 60 anos e pessoas com
deficiência9.
Muito embora em relação ao número total de funcionários, a incidência dos que pertencem
às categorias citadas seja baixa, 646/30095 = 2,1%, os resultados desta pesquisa conduzem às
seguintes afirmações:
· na pequena e média empresa, a proporção de funcionários com mais de 60 anos é significa-
tivamente maior que na grande empresa;
· na empresa média, a incidência de deficientes é superior às de grande e pequeno porte.
Os quadros abaixo dão suporte a essas afirmações:
Quadro 15 – Incidência de aprendizes
Porte Total de empregados Aprendizes %
Pequeno 715 1 0,1
Médio 3055 10 0,3
Grande 26325 44 0,2
Total 30095 55 0,2
Quadro 16 – Incidência de empregados com mais de 60 anos
Têm mais
Porte Total de empregados %
de 60 anos
Pequeno 715 8 1,1
Médio 3055 28 0,9
Grande 26325 72 0,3
Total 30095 108 0,4
Quadro 17 – Incidência de pessoas com deficiência
Pessoas com
Porte Total de empregados %
deficiência
Pequeno 715 7 1,0
Médio 3055 72 2,4
Grande 26325 404 1,5
Total 30095 483 1,6
8
Ministério do Trabalho e Emprego – Consolidação das Leis do Trabalho – CLT Capítulo IV – Da proteção do trabalho do menor – Art. 429. “Os estabelecimentos de qualquer
natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e
quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.
9
Este grupo engloba as pessoas com deficiência quer visual, auditiva, física ou mental.
17
18. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
A seguir, apresentam-se dados referentes à presença de funcionários estrangeiros trabalhando
na empresa, para observar sua proporção em relação à profissionais brasileiros. Além disso,
observou-se também quantos profissionais brasileiros as indústrias têm enviado ao exterior.
Quanto a presença de estrangeiros trabalhando na empresa, estes se encontram em 23% das
indústrias que participaram da pesquisa. É interessante notar que 64% dos estrangeiros estão em
indústrias de grande porte. De outro lado, 14,6% das indústrias que responderam ao questionário
afirmam ter enviado profissionais brasileiros para trabalhar no exterior, sendo a grande indústria
responsável por 71% dos profissionais nesta condição.
Quadro 18 – Incidência de funcionários estrangeiros trabalhando no Brasil e brasileiros
trabalhando no exterior
Funcionários estrangeiros Funcionários brasileiros
Total de
trabalhando no Brasil trabalhando no exterior
Porte funcionários
CLT
Estrangeiros % Brasileiros %
Pequeno 667 0 0 1 0,1
Médio 2721 5 0,2 4 0,1
Grande 25468 163 0,6 47 0,2
Total 28856 168 0,6 52 0,2
No que diz respeito à demissão de mão-de-obra, os dados da pesquisa mostram que 1,2%
funcionários deixaram as empresas pesquisadas voluntariamente em 2003, enquanto que 4,5%
funcionários deixaram estas indústrias involuntariamente. É interessante observar que quanto
menor o porte, maior é a incidência de demissões involuntárias.
Quadro 19 – Incidência de demissões nas empresas
Deixaram a empresa Deixaram a empresa
Total de
voluntariamente involuntariamente
Porte funcionários
CLT
Funcionários % Funcionários %
Pequeno 667 14 2,1 117 17,5
Médio 2721 30 1,1 230 8,4
Grande 25468 306 1,2 959 3,8
Total 28856 350 1,2 1306 4,5
Outro aspecto utilizado para avaliar a responsabilidade social empresarial interna é a concessão
de benefícios não-obrigatórios. As indústrias pesquisadas centram a maior parte de suas ações
em três setores específicos: saúde (81,2%), alimentação (68,7%) e educação continuada (68,7%)
(Gráfico 6).
18
19. Gráfico 6 –
Distribuição dos
benefícios não-
obrigatórios
Observe-se, porém, que se o item educação continuada for desmembrado em suas expressões
específicas ter-se-á como resultado: educação continuada de ensino superior como sendo um
benefício concedido por 29,2% das empresas pesquisadas, educação continuada em ensino
fundamental, 22,9%, e educação continuada em ensino médio 16,7%. Dessa forma, pode-se afirmar
que participação nos resultados é, no total geral, o terceiro benefício não-obrigatório mais
concedido pelas empresas (Quadro 20).
Dentre as pequenas indústrias 86,4% concedem algum tipo de benefício não-obrigatório,
enquanto que 100% das indústrias de médio porte e das de grande porte oferecem algum desses
benefícios10.
Quadro 20 – Concessão de benefícios não-obrigatórios segundo o porte da empresa
Pequeno Médio Grande
Benefícios não-
obrigatórios nº de nº de nº de
concede % concede % concede %
indúst. indúst. indúst.
Saúde 22 14 63,6 15 14 93,3 11 11 100,0
Alimentação 22 12 54,5 15 14 93,3 11 11 100,0
Previdência Social 22 1 4,5 15 6 40,0 11 11 100,0
Qualificação
22 2 9,1 15 6 40,0 11 11 100,0
profissional
Participação nos 22 8 36,4 15 9 60,0 11 10 90,9
resultados
Esporte/ginástica 22 2 9,1 15 8 53,3 11 7 63,6
10
Na análise da inclusão de pessoas com deficiência considerou-se a inserção destas pessoas seja como estagiários ou CLTistas.
19
20. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Na concessão de benefícios não-obrigatórios é curioso observar que para a indústria de pequeno
e médio porte, o foco maior está na saúde e alimentação, enquanto que para a indústria de grande
porte a concessão desses benefícios, excluindo esporte/ginástica, é bem ampla (Gráfico 07).
Gráfico 7 – Distribuição das indústrias segundo porte e benefícios
não-obrigatórios
No que se refere aos procedimentos de inclusão que estas indústrias vêm ou não adotando
em relação aos recursos humanos, 23% das empresas pesquisadas possui programa especial para
contratação de pessoas com deficiência, e isto se verifica tanto na indústria média (40%) como na
grande indústria (45%). A pequena indústria ainda não adota essas práticas de inclusão, de forma
expressiva.
Sobre a existência de normas que proíbem explicitamente práticas discriminatórias no ambien-
te de trabalho da empresa, o fato se repete, ou seja, 16,7% das indústrias pesquisadas dispõem
de tais normas, e destas 36,4% são empresas de grande porte.
Quanto à política preferencial para a contratação e/ou permanência de indivíduos com idade
superior a 45 anos, nota-se que é inexpressiva. Já o treinamento e capacitação de trainees têm
política estruturada em 39,6% das indústrias. Destas indústrias, como era de esperar, as de médio
(46,7%) e grande porte (72,7%) adotam formalmente tais políticas.
Apesar de não possuírem política atuante de formação de executivos, 68,8% das indústrias
pesquisadas possui política de formação de funcionários, sendo esta mais recorrente nas empresas
de grande (100%) e médio (86,7%) porte.
Quadro 21 – Indústrias com procedimentos que favorecem a responsabilidade social
Procedimentos Total das
Possuem %
indústrias
Programa de contratação de pessoas com
deficiência 48 11 22,9
Normas que proíbem práticas
discriminatórias no ambiente de trabalho 48 8 16,7
Política para contratação de indivíduos
com idade superior a 45 anos 48 1 2,1
Política para formação de executivo 48 8 16,7
Política de treinamento/capacitação
de trainee 48 19 39,6
Política de treinamento dos funcionários 48 33 68,8
20
21. Gráfico 8 – Distribuição das indústrias
segundo procedimentos que favorecem a
responsabilidade social
Por outro lado, quando o assunto é assédio sexual, pode-se dizer que a maior parte das
indústrias pesquisadas ainda não enfrentou o problema, ou procurou minimizá-lo, já que não
existe uma política formal em relação a ele. Aproximadamente 19% das empresas possui normas
ou procedimentos que procuram evitar situações de assédio sexual. Apenas 36,4% das indústrias
de grande porte possuem uma política formalizada nesta área. Tanto para a média como para a
pequena empresa estes procedimentos aparecem mais informalmente, como um conhecimento
de senso comum.
No que diz respeito à existência de normas ou procedimentos para evitar o assédio moral
(18,7%) ou mesmo em relação à existência de normas ou procedimentos que procuram evitar o
desrespeito à propriedade intelectual (22,9% das indústrias), o mesmo comportamento se repete,
o que nos leva a concluir preliminarmente que também aspectos éticos em relação ao comporta-
mento da empresa e de seus funcionários ainda precisam amadurecer. Todavia, este assunto
merece uma avaliação mais profunda, e ela será apresentada no item VII “Valores e Transparências”.
Quadro 22 – Indústrias com procedimentos que favorecem a responsabilidade social
Total das
Procedimentos Possuem %
indústrias
Programa de aprendizagem profissional na empresa
para jovens na faixa etária de 14 a 16 anos 48 19 39,6
Normas para evitar situações de assédio sexual 48 9 18,7
Normas para evitar desrespeito à propriedade intelectual 48 11 22,9
Normas para evitar situações de assédio moral 48 9 18,7
21
22. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Gráfico 9 – Indústrias segundo
procedimentos que favorecem a
responsabilidade social
Quadro 23 – Indústrias com procedimentos que favorecem a responsabilidade social segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande Total
Procedimentos
indús- indús- indús-
trias possui % possui % possui % %
trias trias
Programa de
aprendizagem pro-
fissional na empre-
sa para jovens na 22 2 9,1 15 7 46,7 11 10 90.9 39,6
faixa etária de 14 a
16 anos
Normas para
evitar situações 22 3 13,6 15 2 13,3 11 4 36,4 18,7
de assédio sexual
Normas para
evitar desrespei-
22 3 13,6 15 4 6,7 11 4 36,4 22,9
to à propriedade
intelectual
Normas para
evitar situações 22 3 13,6 15 2 13,3 11 4 36,4 18,7
de assédio moral
Quando questionadas sobre a existência de uma política de preparo ou orientação para a
aposentadoria de seus funcionários, o comprometimento das empresas reflete nitidamente o
desinteresse pelo assunto: apenas 17% têm ação formalizada neste sentido. Ainda na avaliação
de políticas de recursos humanos, questionamos se a empresa oferece algum apoio, serviço de
recolocação ou ainda de requalificação para seus funcionários demitidos: 4,2% das empresas
informaram que tais medidas existem formalmente.
Outro fator interessante de ser observado diz respeito à oportunidade de trabalho direto ou
indireto a ex-detentos, 4,2% das indústrias desenvolve algum programa de inclusão deste tipo.
22
23. Quanto à concessão de bolsa de estudo, 25% das empresas possuem programas formalizados.
As indústrias de grande porte são as que mais favorecem este acesso (45,5%). A formalização de
um plano de carreira aparece em 29,2% das indústrias pesquisadas, mas ocorre de modo mais
expressivo nas grandes indústrias (54,5%). Já a política formalizada de contratação de pessoas
desempregadas é quase inexistente – apenas em 4,2%das empresas.
Quadro 24 – Indústrias com procedimentos que favorecem a responsabilidade social
Total das
Procedimentos Possui %
indústrias
Oportunidade de trabalho para ex-detentos 48 2 4,2
Serviço de preparação para a aposentadoria 48 8 16,7
Serviço de recolocação para demitidos 48 2 4,2
Política de bolsa de estudo 48 12 25,0
Plano de desenvolvimento de carreira 48 14 29,2
Política para contratação de indivíduos desempregados 48 2 4,2
Gráfico 10 – Indústrias
segundo procedimento
que favorecem a
responsabilidade
social
23
24. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Quadro 25 – Indústrias com procedimentos que favorecem a responsabilidade social segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Procedimentos
indús- indús- indús-
possui % possui % possui %
trias trias trias
Oportunidade de
trabalho para ex- 22 1 4,5 15 0 0,0 11 1 9,1
detentos
Serviço de
preparação para 22 1 4,5 15 2 13,3 11 5 45,5
a aposentadoria
Serviço de
recolocação 22 0 0,0 15 0 0,0 11 2 18,2
para demitidos
Política de bolsa
de estudo 22 2 9,5 15 5 33,3 11 5 45,5
Plano de
desenvolvimento 22 4 18,2 15 4 26,7 11 6 54,5
de carreira
Política para
contratação de
indivíduos 22 1 4,5 15 1 6,7 11 0 0,0
desempregados
Quando questionadas se, em relação às políticas de recursos humanos, estas indústrias
gostariam de conhecer em maior profundidade como atuar em relação a elas, 70,8% assinalaram
pelo menos um item de interesse. Destaca-se o interesse em conhecer como proceder com a
contratação de portadores de deficiência (33,3%), seguido pelo plano de desenvolvimento de
carreira (20,8%), e políticas de treinamento de funcionários (18,7%).
Gráfico 11 – Áreas de maior interesse,
referente a políticas de recursos
humanos
24
25. Quadro 26 – Interesse por políticas de RH pelas indústrias
Total
Gostaria de aprofundar
Indústrias Resp. SIM %
Política de treinamento de funcionários 48 9 18,7
Plano de desenvolvimento de carreira 48 10 20,8
Programa de contratação de pessoas com deficiência 48 16 33,3
Política para formação de executivo 48 5 10,4
Ao detalhar a análise dos dados dessas áreas de interesse segundo o porte das indústrias, fica
evidente que, para a pequena empresa, os interesses se encontram na contratação de pessoas
com deficiência (36,6% das escolhas). Em seguida, aparece o treinamento de seus funcionários
(31,8%) e, por último, está o desenvolvimento de um plano de carreira para seus funcionários
(18,2%). A média empresa também traz como principal interesse atuar na contratação de pessoas
com deficiência (33,3%), seguido pelo interesse de desenvolver um plano de carreira (26,7%). A
grande indústria possui questões mais específicas a serem solucionadas, tais como, organizar
uma política para formação de seus executivos (27,3%) e depois, com igual peso (27,3%), os itens:
interesse na contratação de pessoas com deficiências, como elaborar normas e procedimentos
que proíbam explicitamente práticas discriminatórias no ambiente de trabalho da empresa, ou
mesmo, como elaborar normas e procedimentos que procurem evitar situação de assédio sexual.
Quadro 27 – Interesse por políticas de RH segundo o porte das indústrias
Porte
Gostaria de Pequeno Médio Grande
aprofundar
indús- indús- indús-
Resp. SIM % Resp. SIM % Resp. SIM %
trias trias trias
Política de
treinamento de 22 7 31,8 15 2 13,3 11 0 0,0
funcionários
Plano de
desenvolvimento 22 4 18,2 15 4 26,7 11 2 18,2
de carreira
Programa de
contratação de
22 8 36,6 15 5 33,3 11 3 27,3
pessoas com
deficiência
Política para
formação de 22 1 4,5 15 1 6,7 11 3 27,3
executivo
No quesito ambiente de trabalho procurou-se avaliar a situação atual da empresa em relação
ao clima organizacional, políticas de melhoria contínua no que diz respeito à saúde a segurança
no trabalho, certificações e programas de erradicação de trabalho infantil. Foi observado que
68,7% das indústrias pesquisadas possui, formalmente, política de melhoria contínua baseada nas
25
26. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
normas e parâmetros de saúde e segurança do trabalho, fixados pela legislação para seu ramo de
atividade. No diferencial entre as empresas, tem-se que 54,5% das pequenas empresas e mais de
80% das indústrias de médio porte e de grande portem possuem formalmente tais políticas.
A pesquisa de clima organizacional diz respeito a uma ferramenta que procura avaliar e
quantificar o grau de motivação no ambiente interno da empresa, sendo importante para levantar
as necessidades e os pontos críticos da relação empresa-funcionários11, mas pode-se afirmar que
tal conceito ainda não é bem conhecido ou mesmo valorizado entre as empresas pesquisadas:
apenas 33,3% a realizam formalmente. As indústrias de médio porte estão entre as que mais se
preocupam com o clima organizacional (40%). Mesmo assim, apenas 27,1% das indústrias têm a
preocupação de tornar público os resultados de tal pesquisa.
Quadro 28 – Comprometimento das indústrias com o ambiente de trabalho
Total
Ambiente de Trabalho
indústrias ação %
Política de melhoria contínua 48 33 68,7
Realiza pesquisa de clima organizacional 48 16 33,3
Divulga pesquisa de clima organizacional 48 13 27,1
Certificada por alguma norma de saúde e
segurança do trabalho, tais como AA1000, 48 10 20,8
BS8800, SA8000 ou equivalente
Programas que visam erradicar o trabalho 48 6 12,5
infantil na cadeia produtiva
Possui selo de "Empresa amiga da criança", da
48 6 12,5
Fundação Abrinq
Associada ou credenciada a outros selos,
48 10 20,8
entidades assistenciais
Dentre as indústrias que responderam à pesquisa, 20,8% já se encontram certificadas por
alguma norma de saúde e segurança do trabalho, tais como AA1000, BS8800, SA8000 ou
equivalente, aparecendo em 33,3% das indústrias de médio porte, seguidas por 27,3% das de
grande porte.
Em relação à participação em programas que visam a erradicar o trabalho infantil na cadeia
produtiva tendo como referência a própria empresa, 12,5% possuem programas já formalizados
institucionalmente. Ainda nesta linha, estas mesmas empresas (12,5%) possuem o selo de “Empresa
amiga da criança”12, da Fundação Abrinq, ou algo equivalente, sendo 27,2% delas de grande porte
e 13,6% empresas de pequeno porte.
A associação ou credenciamento a outros selos, entidades assistenciais e filantrópicas ou sociais,
ou mesmo culturais é afirmada por 20,8% das empresas. Entre as outras associações citadas tem-
se a Associação Desportiva Pró Esporte13; ADAE (Associação de Apoio a Estudantes) e ADERE14;
CAMP (Centro de Educação Popular); AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente); Centro
11
Por exemplo, os pontos fortes, deficiências, expectativas e aspirações que possam favorecer o bom desenvolvimento do trabalho na empresa.
12
O Programa Empresa Amiga da Criança reconhece através da concessão de um selo social, empresas que assumem 10 compromissos com a criança brasileira, no que se
refere aos temas do combate ao trabalho infantil, educação, saúde, direitos civis e investimento social na criança e no adolescente” (site da Fundação Abrinq).
13
Essa associação é responsável pelo programa “Bom de nota, bom de bola” que oferece a crianças carentes um espaço com total infra-estrutura para a prática e o aprendizado
esportivo, estimulando a disciplina, freqüência, rendimento e evolução escolar das crianças através da prática e do aprendizado esportivo.
14
ADERE – Associação para Desenvolvimento, Educação e Recuperação do Excepcional é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, com o objetivo de atender pessoas
portadoras de deficiência mental.
26
27. do Voluntariado de SBC; selo “Esta Empresa Ajuda São Paulo” do Fórum de Apoio à Cidade de São
Paulo; Instituto Ethos e GIFE.
Quadro 29 – Comprometimento das indústrias com o ambiente de trabalho, segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Ambiente de trabalho
indús- indús- indús-
trias ação % trias ação % trias ação %
Política de melhoria
22 12 54,5 15 12 80,0 11 9 81,8
contínua
Realiza pesquisa de
22 6 27,3 15 6 40,0 11 4 36,4
clima organizacional
Divulga pesquisa de
22 5 22,7 15 5 33,3 11 3 27,3
clima organizacional
Certificada por alguma
norma de saúde e
segurança do trabalho,
22 2 9,1 15 5 33,3 11 3 27,3
tais como AA1000,
BS8800, SA8000 ou
equivalente
Programas que visam a
erradicar o trabalho
infantil na cadeia 22 1 4,5 15 0 0,0 11 5 45,5
produtiva
Possui selo de "Empresa
amiga da criança" da 22 3 13,6 15 0 0,0 11 3 27,3
Fundação Abrinq
Associada ou
credenciada a outros
22 4 18,2 15 3 20,0 11 3 27,3
selos, entidades
assistenciais
Algumas empresas manifestaram sua opinião sobre a responsabilidade social das empresas
em relação aos seus funcionários, podendo-se destacar:
“A empresa já possui uma atividade de Responsabilidade Social que é a utilização de profissio-
nais portadores de deficiência mental. Atualmente temos um comitê de responsabilidade social
que estuda e planeja a implantação desta atividade de forma mais estruturada e abrangente
na empresa” (indústria de médio porte).
“Promover uma relação de trabalho clara, respeitando a legislação, oferecendo mecanismos
para que seu transporte, alimentação e saúde sejam assegurados, treinar e criar oportunidades
de evolução na empresa, propiciar remunerações justas e compatíveis com o mercado. Desta
forma, entendo que as empresas estarão respeitando seus empregados, cumprindo com sua
responsabilidade social e oferecendo a oportunidade e recursos para que ele conquiste seu
espaço na sociedade e também possa cumprir com sua responsabilidade social” (indústria de
pequeno porte).
27
28. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
“Responsabilidade Social para nossa empresa é forma estratégica de guiar os negócios com
os diversos públicos de relacionamento e o meio ambiente, com base em seus valores e princí-
pios e o código de conduta” (Indústria de grande porte).
III – ATIVIDADES VOLUNTÁRIAS
Atividades voluntárias constituem uma importante fonte de apoio para a RSE. Incentivá-las
parece ser uma formade promover valores e princípios que dêem suporte a comportamentos
solidários e éticos, no ambiente interno e externo à empresa, que promovam o diálogo e respeito
entre as diversidades presentes na sociedade. Por isso, nesta pesquisa procurou-se conhecer
melhor a presença e valorização, pela empresa, do trabalho voluntário em projetos comunitários.
Nesse sentido, 55,3% das indústrias afirmam que possuem empregados que atuam como
voluntários em ações, ou projetos sociais em benefício da comunidade, 10,6% afirma que seus
funcionários não desenvolvem tais ações, enquanto 34% não sabem. Porém, 58,3% destas
indústrias não estimulam o envolvimento dos empregados nestas ações. Como mostra o Quadro
30, as empresas de grande porte são aquelas que mais têm incentivado o envolvimento dos
funcionários em ações em benefício da comunidade (72,7%). Valorize-se, pois, que 25% das
indústrias que responderam ao questionário manifestaram sua opinião quanto à importância de
se ter um programa nesta área e que gostariam de elaborá-lo brevemente.
Quadro 30 – Indústrias segundo o estímulo do voluntariado
Porte Total de indústrias Estimulam o voluntariado %
Pequeno 22 5 22,7
Médio 15 7 46,7
Grande 11 8 72,7
Total 48 20 41,7
Gráfico 12 –Estímulo ao voluntariado
Dentre as ações que estas empresas têm desenvolvido para estimular ou mesmo apoiar o
envolvimento dos empregados em ações voluntárias, destacam-se: o estímulo a formação de
grupos de voluntários (29,2%); a divulgação de oportunidades de trabalho voluntário (20,8%) e o
reconhecimento da atuação dos voluntários (20,8%).
28
29. Quadro 31 – Estímulo ao voluntariado
Total das Apóiam
Ações desenvolvidas indústrias a ação %
Divulga oportunidades de trabalho voluntário 48 10 20,8
Permite que os funcionários utilizem horário de
trabalho para a realização de trabalho comunitário 48 9 18,8
Oferece recursos financeiros, técnicos ou materiais da
empresa para projetos onde atuam os voluntários 48 9 18,8
Estimula a formação de grupos de voluntários entre os
48 14 29,2
empregados
Estimula ex-empregados aposentados a realizarem
trabalhos comunitários 48 1 2,1
Considera a experiência em trabalho voluntário na
seleção de empregados 48 4 8,3
Reconhece a atuação dos voluntários em eventos e
48 10 20,8
informes internos
Sistematiza ou documenta a atuação dos voluntários
48 3 6,3
em pesquisas ou relatórios de Balanço Social
Vale a pena salientar que a participação dos empregados em ações voluntárias acontece,
principalmente, como mostra o quadro 32, em ações ou campanhas criadas por eles próprios
(22,9%), ou por projetos criados por entidades da comunidade (22,9%). Isto leva a considerar que,
em primeiro plano, o voluntariado está ainda mais relacionado a manifestações individuais do
que acontecendo por campanhas de incentivo.
Quadro 32 – Incidência de indústrias com empregados atuando como voluntários
Total das Apóiam
Ações desenvolvidas indústrias a ação %
Em ações criadas pela empresa e propostas aos
48 10 20,8
empregados
Em projetos criados por entidades da comunidade 48 11 22,9
Em campanhas ou ações sociais criadas ou
organizadas pelos próprios empregados 48 11 22,9
Ações compartilhadas empresas/empregados
48 9 18,8
Gráfico 13 – Envolvimento dos empregados
em ações
29
30. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
A comparação entre os tipos de atividades voluntárias reitera esta conclusão, dado que as iniciativas
mais comuns são campanhas ou ações comunitárias eventuais, tais como coleta de alimentos,
campanhas de arrecadação, apoio à realização de eventos comunitários, etc.; por outro lado, projetos
voltados ao atendimento contínuo de demandas que requerem um envolvimento mais amplo dos
voluntários no processo de planejamento e execução, tais como a implantação de programas em
áreas como educação, saúde, capacitação de entidades sociais, têm menor incidência, aparecem em
4,2% das indústrias da pesquisa (Quadro 33 e Gráfico 14).
Quadro 33 – Indústrias segundo a participação dos funcionários em atividades voluntárias
Intensidade da ação voluntária
Ações voluntárias Inexistente Menos comum Mais comum
dos funcionários
indús- respon- indús- respon- % indús- respon-
trias deram % trias deram deram %
trias
Campanhas ou
doações
48 8 16,7 48 1 2,1 48 24 50,0
comunitárias
eventuais
Projetos voltados ao
atendimento con-
tínuo de demandas
que requerem um
envolvimento mais 48 13 27,1 48 11 22,9 48 2 4,2
amplo dos
voluntários no
processo de
planejamento e
implantação
Gráfico 14 – Ações voluntárias realizadas
pelos funcionários
No que concerne à valorização do trabalho voluntário e suas possíveis implicações sobre a
vida das empresas, dois aspectos ficaram evidentes neste levantamento:
· Propiciam maior convergência: 72,9% das empresas concordam que o estímulo ao trabalho
voluntário, por parte da empresa, fomenta o exercício da cidadania e contribui para a melhoria
das condições de vida da coletividade;
· Propiciam maior polêmica: 39,6% das empresas discorda do fato de que “embora meritório
do ponto de vista social, o retorno de um programa de estímulo ao trabalho voluntário dos
empregados é incerto: pode custar mais do que aquilo que a empresa recebe em troca”, e
33,3% das empresas não opinaram sobre isso.
30
31. Quadro 34 – Opinião das indústrias sobre o trabalho voluntário
Total Concordo em Concordo Não é
Discordo termos inteiramente Não opinou prioridade
Afirmações das
indúst.
indúst. % indúst. % indúst. % indúst. % indúst. %
O estímulo ao
envolvimento
dos empregados
no trabalho
voluntário é im-
portante porque
contribui para a 48 2 4,2 11 22,9 23 47,9 11 22,9 1 2,1
melhoria da
imagem da
empresa e das
suas relações
com os clientes e
a comunidade.
A oportunidade
de atuar como
voluntário na
comunidade
melhora o
envolvimento
do funcionário
com a empresa 48 2 4,2 12 25,0 22 45,8 12 25,0 0 0,0
e contribui para
que ele
desenvolva
conhecimentos
e habilidades
que podem ser
úteis para a
empresa.
Ao estimular o
trabalho volun-
tário dos
empregados, a
empresa fomen-
ta o exercício da
cidadania e 48 1 2,1 2 4,2 35 72,9 0 20,8 0 0,0
contribui para a
melhoria das
condições de
vida da
coletividade.
Embora meri-
tório do ponto
de vista social, o
retorno de um
programa de
estímulo ao
trabalho volun- 48 19 39,6 9 18,8 4 8,3 16 33,3 0 0,0
tário dos
empregados é
incerto: pode
custar mais do
que aquilo que a
empresa recebe
em troca.
31
32. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
As opiniões manifestadas livremente sobre o valor do voluntariado vão desde o reconhe-
cimento do papel social e do ganho em termos de exercício da cidadania até a colocação de que
este tipo de ação não é possível entre empresas de pequeno porte ou que é apenas um dever do
Estado. Vale a pena salientar algumas:
“A relação e o incentivo ao voluntariado é um dos indicadores de eficiência da “atitude” de empresa
na questão responsabilidade social. Logo, exercitar esta prática internamente e apoiar as iniciativas
externas à organização é um fator- chave a ser perseguido e praticado” (Indústria de porte médio).
“Temos consciência sobre a situação do país e nossa parcela de responsabilidade. Atuamos
preferencialmente junto aos nossos funcionários. Também fazemos parte de movimentos estruturados
(OSCIP Horizontes) e de ações esporádicas junto a diversas entidades filantrópicas” (Indústria de
pequeno porte).
IV – MEIO AMBIENTE
Neste item, algumas questões foram formuladas a fim de avaliar como as empresas estão
operando em relação à preservação ambiental. Os dados mostram que 89,4% das indústrias pesqui-
sadas possuem normas e procedimentos de prevenção de riscos à saúde e à segurança dos funcio-
nários no processo produtivo, e 62,5% realiza atividades para monitorar e controlar possíveis
impactos de sua atividade sobre o meio ambiente, sendo exercido por 100% das indústrias de
grande porte, 80% das de médio porte e 32% das de pequeno porte.
Quadro 35 – Monitoramento e controle do impacto ambiental
Porte Total de indústrias Têm monitoramento %
Pequeno 22 7 31,8
Médio 15 12 80,0
Grande 11 11 100,0
Total 48 30 62,5
Dentre as indústrias que participaram da pesquisa, 42,6% afirmaram que procuram discutir
com seus fornecedores suas responsabilidades por impactos ambientais que possam ser verifica-
dos nos vários pontos da cadeia produtiva. As indústrias de grande porte estão na vanguarda
desta ação com 81,8% de participação, enquanto que dentre as empresas de pequeno porte 18,2%
já incorporam seus fornecedores nesta ação.
32
33. Quadro 36a – Comprometimento das empresas com algumas questões voltadas ao meio ambiente,
segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Questão
nº de resp. nº de resp. nº de resp.
indúst. sim % indúst. sim % indúst. sim %
Procura discutir com
fornecedores suas
responsabilidades por 22 4 18,2 15 7 46,7 11 9 81,8
impactos ambientais
que possam ser
verificados em
diferentes pontos da
cadeia produtiva
Aprofundando ainda mais o planejamento de ações em relação ao meio ambiente, 43,6% das
indústrias possuem uma política para a gestão ambiental de suas atividades, tais como metas de
minimização de impacto ambiental, planos de ação, etc., repetindo o quadro anterior, onde 81,8%
das indústrias de grande porte já planejam e acompanham suas ações, 53,3% das de médio porte,
enquanto apenas por 18,2% das pequenas indústrias.
Quadro 36b – Comprometimento das empresas com algumas questões voltadas ao meio ambiente,
segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Questão
nº de resp. nº de resp. nº de resp.
indúst. sim % indúst. sim % indúst. sim %
Possui uma política
para gestão ambiental
de suas atividades 22 4 18,2 15 8 53,3 11 9 81,8
(metas de minimização
de impacto ambiental,
plano de ação, etc).
A certificação em normas ambientais, como a ISO 14001, é um passo importante na estratégia
empresarial no que diz respeito aos insumos e sua relação com a sustentabilidade ambiental. É
interessante observar que 54,5% das empresas de grande porte já estão certificadas, 20% das de
médio porte e 9,1% das de pequeno porte (Gráfico 15).
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34. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Quadro 36c – Comprometimento das empresas com algumas questões voltadas ao meio ambiente,
segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Questão
nº de resp. nº de resp. nº de resp.
indúst. sim % indúst. sim % indúst. sim %
Está certificada de
acordo com a norma
ISO 14.001 ou outra 22 2 9,1 15 3 20,0 11 6 54,5
norma ambiental
equivalente
Gráfico 15 – Questões ambientais
Para obter a ISO 14001 muitas práticas devem ser instauradas pela empresa. Uma delas, muito
importante, diz respeito à redução do consumo de insumos (energia, água, matérias-primas,
produtos tóxicos, etc.): Segundo os resultados obtidos, esta prática é adotada em 66,7% das
indústrias (veja o quadro 36d) e sua adoção é afetada pelo porte, centrando-se fortemente na
grande indústria (90,1%). Mesmo assim, pode-se afirmar que se trata de um procedimento possível
para qualquer empresa.
Quadro 36d – Comprometimento das empresas em algumas questões de
meio ambiente
Redução de insumos Total de indústrias Situação atual %
Sim 48 32 66,7
Em fase de planejamento 48 3 6,3
Não 48 13 27,0
Gráfico 16 – Redução de insumos
34
35. Outro ponto de interesse real para a preservação do meio ambiente é a coleta seletiva do lixo.
Em relação a esse ponto, o quadro se repete: 66,7% das empresas já faz a coleta seletiva do lixo,
sendo verificada em mais de 80% da grande e média empresa.
Quadro 36e – Comprometimento das empresas com algumas questões segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Questões
nº de resp. nº de resp. nº de resp.
indúst. sim % indúst. sim % indúst. sim %
Está reduzindo o consumo
de insumos (energia, água,
matérias-primas, produtos 22 11 50,0 15 11 73,3 11 10 90,9
tóxicos)
Faz coleta seletiva de lixo 22 11 50,0 15 12 80,0 11 9 81,8
As práticas não podem ser apenas instauradas, há necessidade também de uma proposta
educativa para uma compreensão da realidade e uma mudança de comportamento consciente,
razão pela qual se questionou se a empresa possui ou apóia programas de conscientização em
relação ao nível de consumo de água e promove a racionalização de seu consumo em suas
unidades. Obteve-se como resposta que 62,5% das empresas já estão implementando tais
programas, sendo verificado em 82% das indústrias de grande porte, 66,7% das médias empresas
e 50% das pequenas empresas (Quadro 36f).
A mesma prática pode ser exercida em relação ao consumo de energia, 62,5% das indústrias
afirmou que já promove com seus colaboradores e todas as pessoas de seu círculo de influências,
programas de conscientização sobre conservação de energia e promove uso eficiente em suas
atividades. Esta prática é verificada em 81,8% das indústrias de grande porte, em 60% das de
médio porte e, destaque-se que em 54,5% das pequenas empresas.
35
36. PESQUISA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS INDÚSTRIAS DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Quadro 36f – Comprometimento das empresas com algumas questões segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Questões
nº de resp. nº de resp. nº de resp.
indúst. sim % indúst. sim % indúst. sim %
A empresa possui ou
apóia programas de
conscientização em
relação ao nível de
consumo de água e 22 11 50,0 15 10 66,7 11 9 81,8
promove a racio-
nalização deste
consumo em sua(s)
unidades(s).
A empresa promove
junto aos seus cola-
boradores e a todas
as pessoas de seu
círculo de influências,
programas de cons- 22 12 54,5 15 9 60,0 11 9 81,8
cientização sobre
conservação de
energia e promove
seu uso eficiente em
suas atividades.
A destinação adequada dos resíduos já está implementada em 75% das indústrias pesquisadas,
sendo na totalidade das indústrias de médio porte e em 50% das indústrias de pequeno porte.
Dentre as que se preocupam com a destinação dos resíduos, 16,7% já participam de alguma “Bolsa
de Resíduos”15. Programas de reutilização e ou reciclagem dos resíduos são praticados por 82%
das grandes indústrias, 73,3% das indústrias de médio porte e 36,4% das pequenas (Quadro 37).
Quadro 36g – Comprometimento das empresas com algumas questões segundo o porte
Porte
Pequeno Médio Grande
Questões
nº de resp. nº de resp. nº de resp.
indúst. sim % indúst. sim % indúst. sim %
Tem procurado
implantar processos de
destinação adequada 22 11 50,0 15 15 100,0 11 10 90,9
aos seus resíduos
Tem programa para
reutilização/reciclagem 22 8 36,4 15 11 73,3 11 9 81,8
de resíduos
Tem participado de
alguma Bolsa de 22 2 9,1 15 4 26,7 11 2 18,2
Resíduo
15
Bolsa de Resíduos é um programa que procura identificar mercados para os resíduos gerados nos processos industriais, intermediando suas negociações e estimulando o
aproveitamento econômico dos mesmos, minimizando, assim, seu impacto ambiental.
36
37. Reiterando a preocupação educativa em relação ao meio ambiente, 48% das indústrias
desenvolvem ações de educação ambiental para seus funcionários e 14,6% estendem esta
educação para as famílias de seus funcionários.
Quadro 36h – Comprometimento das empresas com algumas questões segundo o porte
Questões Total de indústrias Sim %
Desenvolve ações de educação ambiental
48 23 47,9
para seus funcionários
Desenvolve ações de educação ambiental
48 7 14,6
para as famílias de seus funcionários
Do ponto de vista prático, 48% das indústrias possuem formas de controle do impacto
ambiental de atividades externas, tais como transportes e entrada/saída de materiais, 69% apoia
programas de reciclagem e de coleta seletiva. Outro aspecto importante é o fato de 41,7% das
indústrias pesquisadas fornecer a seus clientes informações sobre possíveis danos ambientais
resultantes do uso de seus produtos ou serviços. Além disso, 44% possui uma área responsável
pelas questões de meio ambiente. Isto se reflete no fato de que 41,7% destas indústrias incluem
a questão ambiental no planejamento estratégico dos seus negócios.
Quadro 36i – Comprometimento das empresas com algumas questões segundo o porte
Questões Total de indústrias Sim %
A empresa preocupa-se com a geração de
resíduos sólidos, apoiando programas de 48 33 68,8
reciclagem e de coleta seletiva
Tem formas para controle do impacto am-
biental de atividades externas, tais como 48 23 47,9
transportes e entrada/saída de materiais
Fornece a seus clientes informações sobre
possíveis danos ambientais resultantes do 48 20 41,7
uso de seus produtos ou serviços
Possui uma área responsável pelas
48 21 43,8
questões de meio ambiente
Inclui a questão ambiental no planeja- 48 20 41,7
mento estratégico dos seus negócios
Outra ação interessante é o desenvolvimento de programas de melhoramento ambiental
relacionados à área de negócios de cada empresa, exercido por 43,8% das indústrias da amostra.
Quadro 36j – Comprometimento das empresas com algumas questões segundo o porte
Questão Total de indústrias Sim %
Desenvolve programas de melhora-
mento ambiental, relacionados à sua 48 21 43,8
área de negócios
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