2. Objetivos:
Uma abordagem sobre o tema gestão de piscinas
A elaboração de um folheto para
tratamento da água de uma piscina.
Tema: Gestão de piscinas.
3. Piscina – O que é?
É um reservatório de água com circulação em circuito
fechado, sistema de desinfeção e equipamento de
filtração da água
4. O ato de mergulhar numa piscina proporciona bons
momentos de satisfação, mas, a ausência de
tratamento da água ou até mesmo o mau tratamento
da água podem levar a graves problemas de saúde para
os usuários.
Tanto a falta de um produto na água como a presença
desse produto em quantidades desadequadas podem
causar estes problemas.
5. Problemas tais como:
infeções nos olhos, pele, ouvidos;
Problemas gastrointestinais ( patologias que ocorrem nos
órgãos do sistema digestivo)
Conjuntivites ( inflamação da conjuntiva ocular)
Dermatoses ( doença da pele provocada por agentes e produtos
químicos ou físicos nocivos à saúde)
6. Micoses ( infeções causadas por fungos)
Otites ( inflamação do ouvido médio)
Febre tifoide (doença infectocontagiosa causada
pela bactéria Salmonella typhi)
Diarreias
Meningite ( inflamação das membranas que revestem o encéfalo e
a medula espinhal)
7. Como tratar uma piscina?
Existem dois tipos de tratamento para piscinas (físico e
químico):
Tratamento físico: Este é o primeiro tratamento a ser
efetuado e consiste em :
Filtrar a água entre 6 a 12 horas (quanto mais
tempo, maior a eficácia)
Aspirar o fundo da piscina
Remover folhas e material em suspensão
Varrer ao redor da piscina
Limpar as bordas da piscina
8. Tratamento químico:
O tratamento Químico tem por objetivo manter a água
da piscina mais saudável e bonita. Para isso acontecer
é necessário que a água da piscina se encontre em
equilíbrio químico .
9. Equilíbrio químico básico – o que é?
O equilíbrio químico básico consiste em equilibrar os
valores de alcalinidade, pH e cloro livre.
Com estes três parâmetros regulados todos os
produtos adicionados á água da piscina atuaram com
total eficácia.
10. Como chegar a esses valores?
Existem medidores e kits de análise que nos permitem
uma leitura rápida e precisa dos valores de
pH, alcalinidade e cloro livre, tais como:
Fig.1 – Medidor de pH digital utiliza um eletrodo
para fazer a medição do valor de pH. Basta colocar
o elétrodo do aparelho mergulhado na nossa
amostra de água e aguardar ate o valor de pH
estabilizar.
Vantagens: Rápido
Fácil de utilizar
Fácil de transportar
Desvantagens: São aprarelhos caros
11. Fig 2. Medidor de cloro livre e cloro total digital
permite-nos saber os valores de cloro livre e cloro total
em pouco tempo e não necessita de grandes
procedimentos para o utilizar. A diferença entre o
aparelho A e o aparelho B é que no aparelho A a
medição é feita através de um feixe de luz que passa pela
nossa amostra de água enquanto que no aparelho B a
medição é feita através de um elétrodo .
A
B
Vantagens: Rápido
Fácil de utilizar
Fácil de transportar
Desvantagens: São aprarelhos caros
12. Kits…
Existem também vários kits para a analise destes três parâmetros. Estes kits
podem fazer a leitura de apenas um destes três parâmetros , de dois destes três
parâmetros ou ate mesmo de todos os parâmetros.
Com estes kits, os valores são determinados através de um procedimento em que
se adicionam reagentes á nossa amostra de água.
Vantagens: + Barato
Desvantagens: Processo +
demorado
13. Tratamento químico…
Primeiro passo: conhecer o volume da piscina.
Porquê?
O volume da piscina tem de ser conhecido para nos ajudar a calcular a
quantidade adequada de qualquer produto químico que vai se
adicionado á água da piscina. Normalmente nos rótulos dos produtos
vem escrito qual a quantidade de produto por m3 de água.
15. Caso a piscina tenha um formato diferente dos
indicados, deve-se dividir imaginariamente a mesma
em partes que sejam proporcionais aos formatos acima
para fazer o cálculo. Não esquecendo de depois somar
todos os resultados obtidos para obter o volume total.
Exemplo:
A
B
Volume área A + Volume área B = Volume total
16. Calculando a dosagem dos
produtos…
Após calcular o volume de água da piscina em m3, é
necessário calcular a dosagem correta dos produtos em
cada tratamento. Para este cálculo, basta multiplicar o
volume da água (m3) pela quantidade de produto
indicada na embalagem.
17. Exemplo:
5g por cada 1000 litros de água
Volume da piscina = 60m3
5g 1m3
60m3
g Quantidade deste produto que tem de ser
adicionado a uma piscina com este volume.
18. Como ajustar o equilíbrio químico
básico?
Ajuste da alcalinidade: faixa ideal entre 80 ppm e 120 ppm.
Representa a capacidade que um sistema aquoso tem para neutralizar
ácidos sem perturbar de forma extrema as atividades biológicas que nele
decorrem .
Momento do ajuste: deve ser realizado antes do ajuste de pH e cloro
livre, ou seja, é o primeiro parâmetro a ser ajustado.
Problemas do não ajuste da alcalinidade são: turbidez da água,
dificuldade no ajuste de pH e até corrosão dos equipamentos da
piscina.
19. Caso o valor de alcalinidade total seja baixo (abaixo de
80ppm) deve ser utilizado um incrementador de
alcalinidade.
Se por outro lado, o valor da alcalinidade for alto (acima
de 120ppm) deve ser utilizado um redutor de pH.
Depois de serem feitos os cálculos e adicionado o
produto á água da piscina, filtrar a água durante 6 horas
(mínimo).
20. Ajuste do pH: faixa ideal entre 7,0 e 7,4
O pH significa potencial de hidrogénio, este indica-nos a
acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa. No
tratamento de piscinas, este fator assegura a ação dos produtos
químicos, proporcionando maior conforto aos banhistas e ajuda a
prevenir a ocorrência de processos corrosivos.
Momento do ajuste: o ajuste de pH só pode ser realizado após o
ajuste da alcalinidade total e deve ocorrer antes da adição de cloro.
Complicações possíveis em piscinas com o nível desajustado são:
turbidez da água, irritação dos olhos e pele, corrosão e incrustação
nos equipamentos e redução na eficácia do cloro.
21. Caso o valor de pH seja baixo (abaixo de 7,0) deve ser
adicionada a água um incrementador de pH .
Se por outro lado o valor de pH for alto (acima de 7,4)
deve ser adicionado um redutor de alcalinidade e pH.
22. Ajuste do cloro livre: faixa ideal entre 1 e 3ppm.
Cloro livre é a medida da eficácia desinfetante do cloro na água da
piscina. A presença do cloro na água elimina bactérias existentes, acaba
com os odores desagradáveis e previne a transmissão de infeções e
doenças, tais como, hepatite, otite, micoses, cólera etc.
Momento do ajuste: o ajuste do cloro livre só deve ser realizado após
os ajustes de alcalinidade total e pH.
Complicações possíveis em piscinas com o nível desajustado são:
mau cheiro e proliferação de bactérias.
23. Para este ajuste deve ser adicionado á piscina um produto
cloro granulado. O uso de hipoclorito de sódio (cloro
líquido) é desaconselhado para este tratamento, pois este
produto além de sua curta permanência na água, pode
causar danos por meio de corrosão nos equipamentos , e
principalmente na estrutura da piscina.
Após a realização deste tratamento, deve-se repetir a
medição dos níveis de equilíbrio químico básico. Caso
o nível de cloro livre ainda não esteja ideal, deve-se
repetir a aplicação do produto e filtrar a água durante 6
horas (mínimo).
24. Quando e como deve ser feita a
manutenção de uma piscina?
A manutenção de piscinas é fundamental para que se
possa usufruir de uma piscina limpa e soldável, para
isso é necessário realizar diversas funções
diárias, semanais e mensais.
25. Manutenção diária:
Verificar se existem resíduos sólidos (folhas, troncos) e
insetos que permanecem à superfície da água, em caso
de isso se verificar devem-se remover esses resíduos
com o auxilio de uma rede.
Ativar o sistema de filtração e regulá-lo de modo a que
toda a água da piscina seja filtrada pelo menos uma vez
durante o dia.
26. Verificar, e se necessário acertar o pH;
Verificar, e se necessário, corrigir a concentração de
cloro livre.
27. Manutenção semanal:
Deve-se escovar as paredes e aspirar o fundo da
piscina, retirando qualquer sujidade visível.
Juntar um produto anti-algas (algicida)
Ajustar o nível da água, (que pode ter descido, devido à
natural evaporação) e se necessário corrigir o pH e o
cloro.
28. Manutenção mensal:
Deverá proceder-se à recolha de amostras para a
análise bacteriológica da água. Esta é a única analise
que tem de ser feita por um profissional qualificado.
29. Análise bacteriológica da água da
piscina:
Consiste na colheita asséptica de duas amostras de
água (em superfície e em profundidade) para pesquisa
de organismos, entre os principais encontram-se:
30. Coliformes totais Estas bactérias não causam doenças visto que habitam o
intestino de animais mamíferos inclusive o Homem
Coliformes fecais e
E-Coli
Não representam por si só um perigo para a saúde
Estreptococos fecais
ou enterococos
Estas bactérias também não são perigosas.
Pseudomonas
aeruginosa
É um patogênico oportunista, ou seja, que raramente causa
doenças em um sistema imunológico saudável, mas explora
eventuais fraquezas do organismo para estabelecer um
quadro de infeção.
Staphylococcus
coagulase
Podem causar doenças no ser humano, sendo um dos mais
comuns patogénicos do homem.
31. Porque se fazem pesquisas a microrganismos não
causadores de doenças?
As bactérias comensais do intestino do homem e de
animais mais comuns são Escherichia coli (E.coli), e
Streptococcus faecalis, sendo excretadas em grande
número. Só por si, estas bactérias não são perigosas, mas a
sua presença indica a contaminação da água por matérias
fecais, que não foram removidas pelos processos de
tratamento a que a água foi submetida, representando o
risco de que a água esteja contaminada com espécies
intestinais patogénicas causadoras de infeções graves.
Sendo assim, a pesquisa destas bactérias não patogénicas
serve como um indicador da presença de outros
organismos causadores de problemas para a saúde.
32. Precaução no manuseamento dos
produtos químicos:
Os produtos químicos possuem características que
lhes são próprias. Essas características são:
Ácidos
Alcalinos
Explosivos
Tóxicos
Nocivos
Corrosivos
Fig. 4 – Símbolos de perigo
mais comuns em produtos
químicos.
33. Estes podem libertar muito calor ao serem misturados
com água, libertar vapores prejudiciais, quando em
contacto podem irritar os olhos, a pele, mucosas e
aparelho respiratório, e ainda contaminar solos e águas
subterrâneas.
Antes de manusear produtos químicos, deve ler-se a
ficha de segurança desse produto, deve-se seguir as
instruções do fabricante.
34. Em todo o caso deve-se proceder sempre do seguinte
modo:
Nunca misturar produtos diferentes;
Aplicar sempre um tratamento de cada vez, para evitar que esses produtos
diferentes possam reagir entre si.
Nunca juntar água a um produto, mas sim, juntar sempre o produto à água.
Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI´s) tais como luvas, óculos ou
máscara durante a preparação e aplicação dos produtos químicos.
Ter acesso, ler e compreender as instruções contidas na ficha de dados de Segurança
de cada produto.
Havendo contacto acidental com os olhos ou a pele, lavar abundantemente com
água sem esfregar e recorrer a um médico logo que possível, transportando o rótulo do
produto em causa, em alternativa, contactar o Centro de Informação Anti-Venenos.
35. Não comer, beber ou fumar durante a preparação ou aplicação de produtos
químicos.
Efetuar a preparação de produtos químicos em local arejado.
Depois da preparação, fechar bem as embalagens e guardá-las em local arejado,
limpo e seco, fora do alcance de crianças ou animais e longe de fogos ou fogueiras.
As embalagens vazias devem ser encaminhadas para destino adequado.
Nunca queimar ou enterrar embalagens de produtos químicos, evitando-se
assim a poluição atmosférica e a contaminação dos aquíferos subterrâneos.
36. Problemas comuns em piscinas:
A – Água colorida
A água colorida, ou seja, a água cuja cor não é a normal de uma água de piscina, ocorre
devido a anomalias tais como:
A1 – Água verde e transparente: Poderá dever-se à baixa “alcalinidade total”; a
alcalinidade deve situar-se entre os 80 e os 120 ppm e corrige-se usando produtos
tipo “alcalinidade + ou -”
A2 – Água verde e turva: Poderá ser provocada por baixa alcalinidade e pela
presença de algas. O tratamento é idêntico ao anterior para a alcalinidade e será
descrito adiante para as algas.
A3 – Água castanha: Deve-se provavelmente à presença do ferro, manganês e/ou
cobre corrigindo-se da seguinte forma: Ajustar o pH
Ajustar o cloro
Aplicar um produto floculante
Adicionar um produto anti calcário
37. B – Água turva
A água turva, ou seja, a água cuja transparência é pequena ou nula, ocorre
devido a uma das seguintes anomalias:
B1 – Crescimento de algas: Procedimento para o tratamento explicado no ponto C.
B2 – Filtração insuficiente: Inspecionar o filtro e fazer a sua contra lavagem.
Aumentar o numero de horas de filtração.
No caso da turvação persistir adicionar um
floculante na dose recomendada pelo fabricante.
As partículas depositadas no fundo da piscina
devem ser aspiradas
B3 – pH alto:
Verificar o pH e corrigi-
lo, neste caso por adição de
um produto “pH –”
38. C – Crescimento de algas
As algas são organismos vegetais que crescem e se multiplicam em
piscinas, principalmente com águas mornas e quentes e com alguma matéria
orgânica que permita a sua nutrição.
A manutenção de cloro na dose adequada previne o aparecimento de
algas, sendo no entanto aconselhável adicionar um produto anti-algas à água da
piscina, semanalmente.
As algas são muito difíceis de eliminar numa piscina, devendo ser combatidas
ao primeiro sinal. No crescimento das algas, detetam-se duas situações
distintas:
39. C1 - Água limpa e transparente, algas visíveis no fundo da piscina
Aplicar o anti-algas diretamente sobre a água da piscina, perto das zonas afetadas
pelo crescimento das algas.
Deixar atuar o produto durante o tempo recomendado pelo fabricante.
Escovar as paredes e o fundo da piscina.
C2 - Água turva e verde, algas visíveis nas paredes e fundo da piscina
Parar o equipamento de filtração;
Fazer uma cloração de choque;
Adicionar um produto anti-algas concentrado;
Adicionar um floculante para combater a turvação;
Deixar atuar o tempo recomendado pelo fabricante e escovar as paredes e fundo;
Ligar o sistema de filtração o tempo necessário para que a água fique limpa e
transparente
40. Conclusão:
Através deste trabalho pude concluir que a gestão de uma piscina,
tirando a pesquisa de microrganismos, pode ser feita por qualquer
pessoa, não é necessário nenhum tipo de formação específica, basta ser
responsável no manuseamento dos produtos químicos e seguir todas as
indicações presentes nos rótulos para que se evitem os acidentes.
Para a água de uma piscina estar nas melhores condições é precisa
muita atenção e dedicação por parte da pessoa responsável pelo
tratamento.
Pude apurar também que o tratamento completo de uma piscina
envolve alguns custos monetários que não estão ao alcance de todos,
custos estes que vão desde a eletricidade gasta para manter os filtros em
funcionamento, até aos produtos químicos utilizados no seu
tratamento sem contar com muitos outros fatores.
41. Cheguei a conclusão também que qualquer passo no tratamento da
água de uma piscina é fundamental e assegura a eficácia do próximo
passo, ou seja, o tratamento está todo interligado, um bom exemplo
que comprova esta afirmação é o valor de pH, se este não se encontrar
entre os valores ideais, o cloro adicionado a água da piscina já não tem
o mesmo poder de eficácia e consequentemente a água pode ficar
contaminada facilmente
Em suma posso dizer que esta atividade ajudou-me reforçar os
conhecimentos adquiridos na formação em contesto de trabalho do ano
letivo 2011/2012 que se realizou nas piscinas municipais de lagos.