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PREFACIO




      O objetivo deste dicionário é colocar à disposição de todos um repertório das possi-
bilidades de filosofar oferecidas pelos conceitos da linguagem filosófica, que vem se cons-
tituindo desde o tempo da Grécia antiga até nossos dias. O Dicionário mostra como algumas
dessas possibilidades foram desenvolvidas e exploradas à exaustão, ao passo que outras
foram insuficientemente elaboradas ou deixadas de lado. Ele apresenta, assim, um balanço
do trabalho filosófico do ponto de vista de sua fase atual.
      Em função desse objetivo foi estabelecida a regra fundamental a que obedeceu a
formulação dos verbetes: a de especificar as constantes de significado passíveis de serem
demonstradas ou documentadas com citações textuais, mesmo que de doutrinas aparente-
mente diferentes. Mas as constantes de significado só podem ser especificadas quando os
diferentes significados, compreendidos por um mesmo termo, são claramente reconhecidos
e distintos. Essa é a exigência da clareza, considerada fundamental numa obra como esta
e que, na verdade, é condição essencial para que a filosofia possa exercer qualquer função
de esclarecimento e orientação nos confrontos entre os seres humanos.
      Numa época em que os conceitos são freqüentemente confusos e equívocos a ponto
de se tornarem inutilizáveis, a exigência de uma definição rigorosa dos conceitos e de suas
articulações internas adquire importância vital. Espero que o Dicionário que ora apresento
ao leitor esteja à altura dessa exigência e contribua para difundi-la, restituindo aos conceitos
sua força diretiva e asseguradora.
      Vejo-me agora na grata obrigação de lembrar aqui as pessoas que me ajudaram na
realização deste trabalho.
      O professor GIULIO PRETI elaborou para mim alguns verbetes de lógica (sendo o
principal, justamente, Lógica), todos assinados com as iniciais G. P. Também me ajudou na
compilação de alguns outros, que trazem suas iniciais e as minhas.
      Todos os artigos principais do Dicionário foram discutidos, às vezes longa e minucio-
samente, com um grupo restrito de amigos: NORBERTO BOBBIO, EUGÊNIO GARIN, C. A. Viano,
Pietro Rossi, Pietro Chiodi.
      Outros amigos ajudaram-me a encontrar ou confrontar textos de mais difícil acesso.
Foram eles GRAZIELLA VESCOVINI FEDERICI, GRAZIELLA GIORDANO, SÉRGIO RUFFINO.
      Minha mulher, Marian Taylor, me prestou grande ajuda na correção das provas.
      A todas essas pessoas dirijo meu cordial agradecimento. Mas o trabalho deste Dicionário
não teria sido iniciado nem levado a termo sem a ampla ajuda da grande e benemérita casa
editora UTET, que agora a publica. A ela expresso, portanto, minha gratidão.
                                                                      NlCOLA ABBAGNANO
     Turim, 11 de outubro de 1960.
VI                                       PREFÁCIO

NOTA À SEGUNDA EDIÇÃO ITALIANA

     Esta segunda edição, inteiramente revista, contém 22 verbetes novos: Artefato; Asserção;
Autômato; Casamento; Classe, consciência de, Deus, morte de, Diacrônico, Sincrônico;
Doxologia; Ensomatose; Futurologia; Iluminismo; Ocorrência; Performativo; Poiético;
Praxiologia; Previsão-, Psicodélico; Recusa, grande, Tábuas de verdade, Teleonomia; Ler, Tra-
balho.
     Foram inteiramente refeitos os verbetes:
     Condicional; Conseqüência; Entimema; Implicação-, Matrizes, método das; Panteísmo;
Tecnocracia.


                                                                                     N.A.
     Turim, 20 de abril de 1971.
OBSERVAÇÕES



       1. — O Dicionário contém apenas termos, não nomes próprios. No entanto, contém
termos como Platonísmo, Aristotelismo, Criticismo, Idealismo, etc, que se referem à dou-
trina de um filósofo ou de uma escola, ou a aspectos ou linhas comuns a várias doutrinas.
Mas esses verbetes limitam-se a expor os pontos principais das doutrinas ou linhas em
questão com a maior brevidade possível, dado que as opiniões dos filósofos a que se
referem são amplamente citadas em todos os verbetes principais.
       2. — Foram incluídos artigos dedicados não apenas às simples disciplinas filosóficas
(Metafísica, Ontologia, Gnosiologia, Metodologia, Ética, Estética, etc), mas também a discipli-
nas científicas de caráter ou fundamento teórico (Matemática, Geometria, Economia, Física,
Psicologia, etc), em cuja abordagem os verbetes do Dicionário limitam-se a distinguir as
diversas fases conceituais pelas quais a disciplina passou ou as diversas linhas que ela oferece
como alternativas de pesquisa ou de interpretação.
       3. — Para os termos que se referem a conceitos complexos ou problemáticos, ou que
tiveram ou têm interpretações diversas, foi adotado o seguinte procedimento: A) Demos de
início, quando possível, o significado geral ou generalizado ao qual podem ser reduzidos
todos os significados encontráveis, ou a maioria deles; E) distinguimos e agrupamos em
poucas categorias estes últimos significados; O cada categoria de significado foi ilustrada
com citações de textos. Tivemos o cuidado de fazer com que os significados fundamentais
fossem distinguidos e formulados de modo que incluíssem o maior número possível de
significados encontráveis.
       4. — O Dicionário tem, como qualquer outro Dicionário lingüístico, uma base essen-
cialmente histórica: isso mostra quais foram e quais são os usos de um termo na linguagem
filosófica ocidental e também, se for o caso, relaciona-os com seu uso na linguagem comum.
As ambigüidades de significado foram cuidadosamente registradas. Quando foi possível
fazê-lo sem demasiado arbítrio, indicamos o modo de evitar tais ambigüidades.
       5. — Foram utilizadas abreviações para os títulos das obras citadas com maior freqüên-
cia (ver a lista apresentada nas páginas seguintes). Para as obras clássicas, utilizamos os
sistemas de citação adotados correntemente pelos estudiosos. Sempre que possível, indica-
mos, das obras citadas, a parte ou volume, o capítulo e o parágrafo, além da página, para
tornar a citação independente das diversas edições ou traduções existentes.
       6. — Os verbetes assinados pelas iniciais G. P. são da autoria do professor Giulio Preti,
da Universidade de Florença.
LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS



Aristóteles (384-322 a.C.)                           Boécio (c. 480-c. 526)
An.post. = Analayticaposteriora, ed. Ross, 1949-     Phil. cons. = Phüosophiae consolationís libri V, 524.
An. pr. = Analyticapriora, ed. Ross, 1949-
Cat. = Categoriae, ed. Minio-Paluello, 1949.         Campanella (1568-1639)
De cael. = De caelo, ed. Allan, 1936.                Phil. rat. = Philosophia rationalis, 1638.
Degen. an. = De generatione animalium, ed.           Cícero (106-43 a.C.)
    Bekker, 1831.                                    Acad. = Academicontm reliquiae cum Lucullo,
Depart. an. = departibusanimalum, ed. Becker,            ed. Plasberg, 1923.
    1831.                                            De divin. = De divinatione, ed. Plasberg e Ax,
El. sof. = De sohphisticis elenchis, ed. Bekker,         1965.
    1831.                                            De finibus = De finibus bonorum et malorum,
Et. eud. = Ethica eudemia, ed. Susemihl, 1879.          ed. Shiche, 1915.
Et. nic. = Ethica nicomachea, ed. Bywather 1957.     De leg. = De legibus, ed. Mueller, 1897.
Eis. = Physícorum Hhri VIII, ed. Ross, 1950.         De nat. deor. = De natura deorum, ed. Plasberg
Met. = Metaphysica, ed. Ross, 1924.                      1933.
Poet. = De arte poética, ed. Bywather, 1953.         De off. = De officis, ed. Atzert, 1932.
Pol. = Política, ed. Newman, 1887-1902.              De rep. = De republica, ed. Castiglioni, 1947.
Ret. = Rethorica, ed. Bekker, 1831.                  Top. = Tópica, ed. Klotz, 1883.
Top. = Topicorum libri VIII, ed. Bekker, 1831.       Tusc. = Tusculanae disputationes, ed. Pohlenz,
                                                         1938.
Arnauld (1612-1694)
log. = La logíque ou l'art depenser, 1662, in        Descartes (1596-1650)
    CEuvres Phüosophiques, 1893.                     Discours = Discours de Ia mêthode, 1637.
Aulo Géllio (c. 122-c. 180)                          Méd. = Méditations touchant Iapremièrephilo-
Noct. Att. = Noctes Attícae, ed. Hertz e Hosius,        sophie, 1641.
                                                     Pass. de Vârne = Passions de Vâme, 1649.
   1903.
                                                     Princ.phil. = Principia philosophiae, 1644.
Bacon (1561-1626)
Nov. Org. = Novum Organum, 1620.                     Diels (1848-1922)
Deaugtn. scient. = De augmentis scientiarum,         DIELS = Die Fragmente der Vorsokratiker, 5a
   1623.                                                ed., 1934. A letra A refere-se aos testemu-
                                                        nhos, a letra B aos fragmentos; o número
Bergson (1859-1941)                                     é sempre o que foi dado por Diels em sua
Évol. créatr. = Évolution créatrice, 1907, 8a ed.,      classificação.
   1911.
Deux sources = Deux sources de Ia morale et de       Diógenes Laércio (séc. III d.C.)
   Ia religion, 1932; trad. it. M. Vinciguerra,      DIOG. L. = Vitae etplacíta philosophorum, ed.
   Milano, 1947.                                        Cobet, 1878.
LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS


DunsScot (1265-1308)                                  Inq. Cone. Underst. = Inquiry Concerning
Rep. Par. = Reportata Parisiensía, in Opera, ed.         Human Understanding, 1748.
   Wadding, vol. Xi, 1639-                            Treatise = A Treatise of Human Nature, 1738;
Op. Ox. = Opus Oxoniense, nelle Opere, ed. de            ed. Selby-Bigge, 1888.
   L. Wadding, vol. V-X. As partes desta obra
   publicadas sob o título de Ordinatio nos           Husserl (1859-1938)
   quatro primeiros volumes da Opera omnia,           ldeen, I, II, III = Ideen zu einer reinen
   em ed. org. pela Commissione Vaticana em              Phãnomenologie u ndphãnomenologischen
   1950, foram citadas no texto seguido nesta            Philosophie, I, II, III, 1950, 1951, 1952.
   última edição.                                     Cart.Med.= Cartesianische Meditationen, 1950.
                                                      Krisis - Die Krisis der europãischen Wissens-
Fichte (1762-1814)                                        chaften unddie transzendentalePhãnome-
Wissenschaftslehre = Grundlagedergesammten                nologie, 1954.
    Wissenschaftslehre, 1794, in Werke, org. pelo
   filho I. H."Fichte, 8 vols., 1845-46.
                                                      Jaspers (1883-1969)
   Também as outras obras de Fichte são cita-
   das (salvo advertência em contrário) por essa      Phil. = Philosophie, 3 vols., 1932; 3a ed., 1956.
   edição ou pela das Machgelassene Werke,
   org. também pelo filho, 1834-35 (citadas no        Kant (1724-1804)
   texto como Werke, IX, X, XI).                      Antr. = Anthropologie inpragmatischerHinsicht,
                                                         1798.
Ficino (1433-1499)                                    Crít do JUÍZO = Kritik der Urteilskraft, 1790.
Theol. Plat. = Theologia Platônica, in Opera, 1561.   Crít. R. Prática Kritik derpraktischen Vernunft,
In Conv. Plat. de Am. Comm. = In Convivium               1787.
    PlatonisdeAmore Commentarium, íbidem.             Crít. R. Pura = Kritik der reinen Vernunft, Ia
                                                         ed., 1781; 2a ed., 1787. As citações referem-
Fílon (c. 20 a.C.-c. 50 d.C.)                            se à 2- ed., salvo indicação em contrário.
Ali. leg. =Allegoria legis, ed. Colson e Whitaker,    Met. derSitten = Metaphysik der Sitten, 1797.
     1929-62.                                         Prol. = Prolegomena zu einer jeden künftigen
                                                         Metaphysik, die ais Wissenschaft wird auf-
Hegel (1770-1831)                                        treten kónnen, 1783-
Ene. = Encyklopãdie derphilosophischen Wis-           Religion = Die Religion innerhalb der Grenzen
    senschaften im Grundrisse, 2- ed., 1827; ed.         der blossen Vernunft, 1793.
    Lasson, 1950. Nas citações desta obra tam-           Às vezes são indicadas entre colchetes as
    bém foi consultada a versão italiana de B.           páginas segundo a edição da Academia
    Croce, Bari, 1906.                                   Prussiana. Nesse caso, no que diz respeito à
Fil. do dir. = Grundlinien der Philosophie des           Crítica da Razão Pura, indica-se com A a 1 -
    Rechts, 1821.                                        edição e com B a segunda,
Phãnomen. des Geistes = Phãnomenologie des
    Geistes, 1807.                                    Kierkegaard (1813-1855)
    Quando não é dada outra indicação, as obras       Werke = Gesammelte Werke, trad. ted. E. Hirsch,
    de Hegel são citadas na edição original:             1957 ss.
    Werke, Volstãndige Ausgabe, 1832-45.
                                                      Leibniz (1646-1716)
Hobbes (1588-1679)
                                                      Disc. demét. = Discoursdemétaphysique, 1686,
Decorp. = De corpore, 1655.
De bom. = De homine, 1658                                ed. Lestienée, 1929.
Leviath. = Leviathan, 1651.                           Monad. = Monadologie, 1714.
                                                      Nouv. ess. = Nouveaux essaissur 1'entendement
Hume (1711-1776)                                         humain, 1703.
Inq. Cone. Morais = Inquiry Concerning the            Théod. = Essais de Théodicée sur Ia bonté de
   Principies ofMorais, 1752; ed. Greene Grose,          Dieu, Ia liberte de Vhomme et Vorígine du
   1879; nova ed., 1912.                                 mal, 1710.
LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS                                     XI

   As duas obras precedentes e muitos outros          Ap, = Apologia Socratis.
   escritos de Leibniz são citados de Opera           Carm. = Charmides.
   Phüosophica, ed. Erdmann, 1840. Também             Conv. = Symposium.
   são citadas as duas coletâneas: Mathematische      Crat. = Cratylus.
   Schriften, ed. Gerhardt, 7 vols., 1849-63;         Crit. = Crito.
   Philosophische Schriften, ed. Gerhardt, 7 vols.,   Critia = Critias.
   1875-90.                                           Def. = Definitiones.
                                                      Ep, = Epistulae.
Locke (1632-1704)                                     Eutid. = Euthydemus.
Saggio = An Essay conceming Human Un-                 Eed. = Phaedo.
                                                      EU. = Philebus.
   derstanding, 1690; ed. Fraser, 1894; trad. it.
                                                      Gorg. = Gorgias.
   C. Pellízzí, Bari, 1951.                           lon. = Lone.
                                                      Lach. = Laches.
Lucrécio (c. 96-c. 53 a.C.)
                                                      Leggi = Leges.
Derer. nat. =Dererum natura, ed. Bailey, 1947.        Men. = Menon.
                                                      Parm. = Parmenides.
MillJ. S. (1806-1873)                                 Pol. = Politicus.
Logic = System of Logic Ratiocinative and             Prot. = Protagoras.
   Inductive, 1843.                                   Rep. = Respublica, ed. Chambry, 1932.
                                                      Sof. = Sophista.
Nicolau de Cusa (1401-1464)                           Teet. = feaethetus.
De docta ignor. = De docta ignorantia, 1440.          Tim. = Timaeus.
                                                         Os textos são citados na edição de Burnet,
Ockham (c. 1280-c. 1349)                                  1899-1906.
In Sent. = Quaestiones in LVlibros Sententiarum,
    1495.                                             Plotino (205-270)
                                                      Enn. = Enneades, ed. Bréhier, 1924.
Orígenes (c. 185-c. 253)
Deprinc. = De principiis.                             Santo Agostinho (354-430)
Injohann. = Lnjobannem.                               De civ. Dei = De civitate Dei.
                                                      Conf. = Confessionum libri XIII.
Pascal (1623-1662)
Pensées (os números referem-se à ordem da             Santo Tomás de Aquino (1225-1274)
    ed. Brunschvicg).                                 S. Th. = Summa Theologiae, ed. Caramello,
P. G. = MIGNE, Patrologia graeca, o primeiro             Torino, 1950.
                                                      Contra Gent. = Summa contra Gentiles, Torino,
    número indica o volume.
                                                         1938.
P. L. = MIGNE, Patrologia latina, o primeiro nú-      De ver. = Quaestiones disputatae de veritate,
    mero indica o volume.                                Torino, 1931.
Pedro Hispano (Papa João XXI, c. 1220-1277)           Scheler (1874-1928)
Summ. log. = Summulae logicales, ed. Bo-              Formalismus = Formalismus in der Ethik und
   nhenski, 1947                                         die materiale Wertethik, 1913-16.
                                                      Sympatbie= Wesen undFormen der Sympathie
Peirce 1839-1914)                                        1923; trad. franc. Lefebvre, 1928.
Coll. Pap, = Collected Papers, vols. I-VI, ed.
    Hartshorne e Weiss, 1931-35; vols. VII-VIII,      Schelling (1775-1854)
   ed. Burks, 1958.                                   Werke = Sãmmtliche Werke, organizada pelo
                                                         filho K. F. A. Schelling: I série (obras já edita-
Platão (c. 427-c. 347 a.C.)                              das), 10 vols.; II série (obras inéditas), 4
Ale, I, II = Alcibiades, I, II.                          vols., 1.856 ss.
XII                           LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS


Schopenhauer (1788-1860)                           Stobeo (séc. V)
Die Welt = Die Welt ais Wille und Vorstellung,     Ed. = Eclogaephysicaeetethicae, ed. Wachsmuth
   1819; 2a ed., 1844; trad. it. P. Savi-Lopez e       e Hense, 1884-1923.
   G. De Lorenzo, Bari, 1914-30.                   Spinoza
                                                   Et. = Ethica more geométrico demonstrata, 1677,
Scotus Erigena (séc. D0                                in Opera, ed. Wachsmuth e Hense, 1884-1923.
De divis, nat. = De divisione naturae, nella P.
   L, 122.                                         Telésio (1509-1588)
                                                   De rer. nat. = De rerum natura iuxta própria
                                                      principia, I-II, 1565; III-IX, 1586; ed. Spam-
Sêneca (12 a.C-65 d.C.)                               panato, 1910-23.
Ep. = Epistulae moralesadLucilium, ed. Beltrami,
    1931; trad. it. U. Boella, Torino, 1951.       Wittgenstein (1889-1951)
                                                   Tractatus= Tractatns logicophilosophicus, 1922.
Sexto Empírico (180-220.)
Adv. math. = Adversus mathematicos, ed. Mau,       Wolff (1679-1754)
    1954.                                          Cosm. = Cosmologia generalis, 1731-
Pirr. hyp. = Pirroneion hypotyposeon libri três,   Log. = Philosophia rationalis, siveLógica, 1728.
   ed. Mutschmann, 1912.                           Ont. = Philosophia prima sive Ontologia, 1729.




      Outras abreviaturas não estão registradas acima porque ou são de uso corrente entre os
estudiosos, ou são de compreensão imediata, como Ap., para Apêndice; Fil. para Filosofia;
Phil. para Philosophie ou Philosophy; Intr. para Introdução; Schol. para scholium; etc.
A

    A. 1. Foi Aristóteles quem usou pela primei-    § 1). Durante muito tempo essa fórmula expri-
ra vez, particularmente em Analíticos, as pri-      miu o princípio de identidade e, ao mesmo
meiras letras maiúsculas do alfabeto, A, B, F,      tempo, constituiu um tipo de verdade absoluta-
para indicar os três termos de um silogismo.        mente indubitável. Diz Boutroux: "O princípio
Todavia, como na sua sintaxe o predicado é          de identidade pode ser assim expresso: A é A.
posto antes do sujeito (A vnáp%ti tco B, "A é       Não digo o Ser, mas simplesmente A, isto é,
inerente [ou pertence] a B"), em geral em Ana-      qualquer coisa, absolutamente qualquer, susce-
líticos os sujeitos são B e L. Na Lógica da Idade   tível de ser concebida, etc." (De 1'idée de loi
Moderna, com o costume de se escrever "A est        naturelle, 1895, p. 12).
B", A tornou-se normalmente o símbolo do                5. No simbolismo de Lukasiewicz a letra "A"
sujeito.                                            é usada como o símbolo da disjunção para a
    2. A partir dos tratadistas escolásticos (ao    qual se emprega mais comumente o símbolo
que parece, de Introductiones de Guilherme          "V" (cf. A. CHURCH, Introduction to Mathema-
de Shyreswood, séc. XIII), a letra A é usada na     tical Logic, nota 91).
Lógica formal "aristotélica" como símbolo da           ABALIEDADE. V. ASF.IDADE.
proposição universal afirmativa (v.), segundo
os conhecidos versos que chegaram até nós em            ABDERITISMO (ai. Abderitismus). Assim
várias redações. Nas Summulae de Pedro His-         Kant designou a concepção que considera que
pano (ed. Bochenski, 1. 21), lê-se:                 a história não está em progresso nem em re-
    A affirmat, negat E, sed universaliter          gresso, mas sempre no mesmo estado. Deste
ambae,                                              ponto de vista, a história humana não teria
    I affirmat, negat O, sed particulariter         mais significado do que a de qualquer espécie
ambae.                                              animal; seria apenas mais penosa (Se o gênero
    3. Na lógica modal tradicional, a letra A de-   humano esta em constante progresso para o
signa a proposição modal que consiste na            melhor, 1798).
afirmação do modo e na afirmação da propo-              ABDUÇÃO (gr. ànayorfí]; lat. Keductio; in.
sição. P. ex.: "É possível que p" onde p é uma      Abduction; fr. Abduction; ai. Abduction; it.
proposição afirmativa qualquer (ARNAULD, Log.,      Abduzioné). É um processo de prova indireta,
II, 8).                                             semidemonstrativa (teorizado por Aristóteles
    4. Na fórmula "A é A" ou "A=A", que come-       em Top., VIII, 5, 159 b 8, e 160 a 11 ss.; An.pr,
çou a ser usada com Leibniz como tipo das ver-      II, 25, 69 a 20 ss.), em que a premissa maior é
dades idênticas e foi adotada depois por Wolff      evidente, porém a menor é só provável ou de
e por Kant como expressão do chamado prin-          qualquer forma mais facilmente aceita pelo
cípio de identidade (v.), A significa um objeto     interlocutor do que a conclusão que se quer
ou um conceito qualquer. Fichte dizia: "Todos       demonstrar. Embora se trate de um processo
concordam que a proposição A é A (assim             mais dialético do que apodítico, já fora admiti-
como A=A porque este é o significado da có-         do por Platão (cf. Men., 86 ss.) para a matemá-
pula lógica) e, de fato, não é preciso pensar       tica, e também será sancionado como um dos
muito para reconhecê-la como plenamente cer-        métodos de demonstração matemática por
ta e indubitável" (Wissenschaftslehre, 1794,        Proclo (In Eucl, 212, 24).
ABERTO                                                                                   ABSOLUTISMO


   Peirce introduziu o termo abduction (ou              mim, salvá-la-á". Por isso nos Evangelhos, a
retroductíon) para indicar o primeiro momento            noção de abnegação não é uma noção de mo-
do processo indutivo, o da escolha de uma                ral ascética, mas exprime o ato da renovação
hipótese que possa servir para explicar determi-         cristã, pelo qual da negação do homem velho
nados fatos empíricos (Coll. Pap., 2.643).              nasce o homem novo ou espiritual.
   ABERTO (in. Open; fr. Oiwert; it. Aperto).               ABSOLUTISMO (in. Absolutisni; fr. Absolu-
Adjetivo empregado freqüentemente em sen-                tisme, ai. Absolutismus; it. Assolutismo). Termo
tido metafórico na linguagem comum e filo-              cunhado na primeira metade do séc. XVIII para
 sófica para indicar atitudes ou instituições que        indicar toda doutrina que defenda o "poder ab-
 admitem a possibilidade de participação ou co-         soluto" ou a "soberania absoluta" do Estado. No
 municação ampla ou até mesmo universal. Um             seu sentido político original, esse termo agora
 "espírito aberto" é um espírito acessível a su-         designa: le o A. utopista de Platão em Repú-
gestões, conselhos, críticas que lhe vêm dos             blica; 2- o A. papal afirmado por Gregório VII
 outros ou da própria situação e que está dis-          e por Bonifácio VIII, que reivindica para o Papa,
posto a levar em conta, isto é, sem preconcei-          como representante de Deus sobre a Terra, a
tos, tais sugestões. Uma "sociedade aberta" é           plenitudopotestatis, isto é, a soberania absoluta
uma sociedade que possibilita a correção de             sobre todos os homens, inclusive os príncipes,
suas instituições por vias pacíficas (K. POPPER,        os reis e o imperador; 3Q o A. monárquico do
The Open Society and it Enemies, Londres,               séc. XVI, cujo defensor é Hobbes; 4B o A. demo-
1945). Bergson deu o nome de sociedade aber-            crático, teorizado por Rousseau no Contrato so-
ta àquela que "abraça a humanidade inteira"             cial, por Marx e pelos escritores marxistas como
(Deux sources, 1932,1; trad. ital., p. 28). C. Morris   "ditadura do proletariado". Todas essas formas
falou de um "eu aberto" (The Open Self, 1948),          do A. defendem igualmente, embora com moti-
A. Capitini de uma "religião aberta" (Religione         vos ou fundamentos vários, a exigência de que
aperta, 1955).                                          o poder estatal seja exercido sem limitações ou
   AB ESSE AD POSSE. É uma das consequen-               restrições. A exigência oposta, própria do libe-
tiaeformales (v. CONSEQÜÊNCIA) da Lógica Esco-          ralismo (v.), é a que prescreve limites e restri-
lástica; ab esse ad posse valet (tenef) con-            ções para o poder estatal.
sequentia, ou, com maior rigor, ab Ma de inesse             No uso filosófico corrente, esse termo não
valet (tenet) Ma depossibili; isto é: de "'p' é ver-    se restringe mais a indicar determinada doutri-
dadeira" segue-se que "'p' é possível". G. P.           na política, mas estende-se à designação de
   AB INVTDIA. Assim Wolff denomina "as ra-             toda e qualquer pretensão doutrinai ou prática
zões com as quais se provoca ódio contra as             ao absoluto, em qualquer campo que seja con-
opiniões dos outros" (Log., § 1.049). É o assunto       siderado. Diz, p. ex., Reiehenbach (The Theory
preferido pelos "perseguidores", isto é, por            of Probabílíty, p. 378): "Devemos renunciar a
aqueles "que, com o pretexto de defender a              todos os resíduos do A. para compreender o
verdade, procuram levar os adversários ao pe-           significado da interpretação, em termos de fre-
rigo de perderem a fama, a fortuna ou a vida"           qüência, de uma asserção de probabilidade em
(Ibid., § 1.051).                                       torno de um caso individual. Não há lugar para
   ABISSAL, PSICOLOGIA. V. PSICOLOGIA, E.               o A. na teoria das asserções de probabilidade
   ABNEGAÇÃO (gr. à7rápvr|Oiç; lat. Abnega-             referentes à realidade física. Tais asserções são
tio-, in. Self-denial; fr. Abnégation; ai. Verleu-      usadas como regras de conduta, como regras
gnung- it. Abnegacione). É a negação de si              que determinam a conduta mais eficaz em
mesmo e a disposição de pôr-se a serviço dos            dado estágio do conhecimento. Quem quiser
outros ou de Deus, com o sacrifício dos pró-            encontrar algo a mais nessas asserções des-
prios interesses. Assim é descrita essa noção no        cobrirá no fim que perseguiu uma quimera". O A.
Evangelho (Mat., XVI, 24; Luc, IX, 23): "Se al-         filosófico não é tanto de quem fala do Absoluto
guém quer vir após mim, renuncie a si mesmo,            ou de quem lhe reconhece a existência, mas de
e tome cada dia a sua cruz". Essa negação de si         quem afirma que o próprio absoluto apoia suas
mesmo, porém, não é a perda de si mesmo,                palavras e lhes dá a garantia incondicional de ve-
mas, antes, o reencontro do verdadeiro "si              racidade. Nesse sentido, o protótipo do A.
mesmo", como se explica no versículo seguin-            doutrinai é o Idealismo romântico, segundo o
te: "pois quem quiser conservar a sua vida,             qual, na filosofia, não é o filósofo como ho-
perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por              mem que se manifesta e fala, mas o próprio
ABSOLUTO                                                                                  ABSOLUTO

Absoluto que chega à sua consciência e se ma-           A grande voga filosófica desse termo deve-
nifesta.                                            se ao Romantismo. Fichte fala de uma "dedu-
    ABSOLUTO (in. Absolute; fr. Absolu; ai.         ção A.", de "atividade A.", de "saber A.", de "re-
Absoluto; it. Assoluto). O termo latino absolutas   flexão A.", de "Eu A.", para indicar, com esta
(desligado de, destacado de, isto é, livre de       última expressão, o Eu infinito, criador do
toda relação, independente) provavelmente           mundo. E na segunda fase de sua filosofia,
corresponde ao significado do termo grego           quando procura interpretar o Eu como Deus,
kath' auto (ou por si) a propósito do qual diz      usa a palavra de modo tão abusivo que beira o
Aristóteles: "Por si mesmo e enquanto ele mes-      ridículo: "O A. é absolutamente aquilo que é,
mo ésignificam a mesma coisa; p. ex.: o ponto       repousa sobre si e em si mesmo absolutamen-
e a noção de reta pertencem à linha por si por-     te", "Ele é o que é absolutamente porque é por
que pertencem à linha enquanto linha" (An.          si mesmo... porque junto ao A. não permanece
post., I, 4, 73 b 30 ss.). Nesse sentido, essa      nada de estranho, mas esvai-se tudo o que não
palavra qualificaria uma determinação que per-      é o A." (Wissenschaftslehre, 1801, §§ 5 e 8;
tence a uma coisa pela própria substância ou         Werke, II, pp. 12, 16). A mesma exageração
essência da coisa, portanto, intrinsecamente.       dessa palavra acha-se em Schelling, que, assim
Esse é um dos dois significados da palavra dis-     como Fichte da segunda maneira, emprega,
tinguidos por Kant, o que ele considera mais        além disso, o substantivo "A." para designar o
difundido, mas menos preciso. Nesse sentido,        princípio infinito da realidade, isto é, Deus. O
"absolutamente possível" significa possível "em     mesmo uso da palavra reaparece em Hegel,
si mesmo" ou "intrinsecamente" possível. Des-       para quem, como para Fichte e Schelling, o A.
se significado Kant distingue o outro, que con-     é, ao mesmo tempo, o objeto e o sujeito da
sidera preferível, segundo o qual essa palavra      filosofia e, embora definido de várias formas,
significaria "sob qualquer relação"; nesse caso,    permanece caracterizado pela sua infinida-
"absolutamente possível" significaria possível      de positiva no sentido de estar além de to-
sob todos os aspectos ou sob todas as relações      da realidade finita e de compreender em si
(Crít. R. Pura, Dial. transe, Conceitos da razão    toda realidade finita. O princípio formulado na
pura, seç. II).                                     Fenomenologia (Pref.) de que "o A. é essen-
    Esses dois significados se mantêm ainda no      cialmente o resultado" e de que "só no fim está
uso genérico dessa palavra, mas o segundo           o que é em verdade" leva Hegel a chamar de
prevalece, talvez por ser menos dogmático e         Espírito A. os graus últimos da realidade, aque-
não fazer apelo ao misterioso em si ou à natu-      les em que ela se revela a si mesma como
reza intrínseca das coisas. P. ex., dizer "Isto é   Princípio autoconsciente infinito na religião, na
absolutamente verdadeiro" pode eqüivaler a          arte e na filosofia. O Romantismo fixou assim o
dizer "Esta proposição contém em si mesma           uso dessa palavra tanto como adjetivo quanto
uma garantia de verdade"; rna.s pode também         como substantivo. Segundo esse uso, a pala-
querer dizer "Esta proposição foi amplamente        vra significa "sem restrições", "sem limitações",
verificada e nada há ainda que possa provar         "sem condições"; e como substantivo significa
que ela é falsa"; este segundo significado é        a Realidade que é desprovida de limites ou
menos dogmático do que o primeiro. Assim,           condições, a Realidade Suprema, o "Espírito"
responder "Absolutamente não" a uma pergunta        ou "Deus". Já Leibniz dissera: "O verdadeiro in-
ou a um pedido significa simplesmente avisar        finito, a rigor, nada mais é que o A." (Nouv. ess.,
que este "não" está solidamente apoiado por         II, 17, § 1). E na realidade esse termo pode ser
boas razões e será mantido. Esses usos comuns       considerado sinônimo de "Infinito" (v.). Em vis-
do termo correspondem ao uso filosófico que,        ta da posição central que a noção de infinito
genericamente, é o de "sem limites", "sem res-      ocupa no Romantismo (v.), entende-se por que
trições", e portanto "ilimitado" ou "infinito".     esse sinônimo foi acolhido e muito utilizado no
Muito provavelmente a difusão dessa palavra,        período romântico. Na França, essa palavra foi
que tem início no séc. XVIII (embora tenha          importada por Cousin, cujos vínculos com o
sido Nicolau de Cusa que definiu Deus como o        Romantismo alemão são conhecidos. Na In-
A., De docta ignor, II, 9), é devida à lingua-      glaterra, foi introduzida por William Hamilton,
gem política e a expressões como "poder A.",        cujo primeiro livro foi um estudo sobre a Filo-
"monarquia A.", etc, nas quais a palavra signi-     sofia de Cousin (1829); e essa noção tornou-se
fica claramente "sem restrições" ou "ilimitado".    a base das discussões sobre a cognoscibilida-
ABSORÇÃO, LEI DE                                                                         ABSTRAÇÃO

de de A., iniciadas por Hamilton e Mansel e          it. Astrazionè). É a operação mediante a qual
continuadas pelo evolucionismo positivista           alguma coisa é escolhida como objeto de per-
(Spencer, etc), que, assim como esses dois           cepção, atenção, observação, consideração,
pensadores, afirmou a existência e, ao mesmo         pesquisa, estudo, etc, e isolada de outras coi-
tempo, a incognoscibilidade do Absoluto. Na          sas com que está em uma relação qualquer. A
filosofia contemporânea, essa palavra foi am-        A. tem dois aspectos: l2 isolar a coisa previa-
plamente usada pela corrente que estava mais         mente escolhida das demais com que está rela-
estreitamente ligada ao Idealismo romântico,         cionada (o abstrair de); 2- assumir como objeto
isto é, pelo Idealismo anglo-americano (Green,       específico de consideração o que foi assim iso-
Bradley, Royce) e italiano (Gentile, Croce),         lado (A. seletiva ou prescindente). Esses dois
para designar a Consciência infinita ou o Espíri-    significados já foram distinguidos por Kant
to infinito.                                         (Logik, § 6), que, porém, pretendia reduzir a A.
    Essa palavra permanece, portanto, ligada a       somente à primeira dessas formas.
uma fase determinada do pensamento filosófi-             A A. é inerente a qualquer procedimento
co, mais precisamente à concepção romântica          cognoscitivo e pode servir para descrever todo
do Infinito, que compreende e resolve em si          processo desse gênero. Com tal finalidade foi
toda realidade finita e não é, por isso, limitado    utilizada desde a Antigüidade. Aristóteles expli-
ou condicionado por nada, nada tendo fora de         ca com a A. a formação das ciências teoréticas,
si que possa limitá-lo ou condicioná-lo. No seu      isto é, da matemática, da física e da filosofia
uso comum, assim como no filosófico, esse            pura. "O matemático", diz ele, "despoja as coi-
termo continua significando o estado daquilo
                                                     sas de todas as qualidades sensíveis (peso, le-
que, a qualquer título, é desprovido de condi-
                                                     veza, dureza, etc.) e as reduz à quantidade
ções e de limites, ou (como substantivo) aquilo
que se realiza a si mesmo de modo necessário e       descontínua e contínua; o físico prescinde de
infalível.                                           todas as determinações do ser que não se redu-
                                                     zam ao movimento. Analogamente, o filósofo
    ABSORÇÃO, LEI DE (in. Law of absorption;         despoja o ser de todas as determinações parti-
fr. Loi d'absorption; it. Leggi di assorbimen-
                                                     culares (quantidade, movimento, etc.) e limita-
to). Com esse nome designam-se na Lógica
                                                     se a considerá-lo só enquanto ser" (Met., XI, 3,
contemporânea os dois teoremas da álgebra
das proposições:                                     1.061 a 28 ss.). O processo todo do conhecer
                                                     pode ser, segundo Aristóteles, descrito com a
                                                     A.: "O conhecimento sensível consiste em assu-
   prpq = p;                    p(.prq)=p,         mir as formas sensíveis sem a matéria assim
                                                     como a cera assume a marca do sinete sem o
e os dois teoremas correspondentes da álge-          ferro ou o ouro de que ele é composto" (De
bra das classes:                                     an., II, 12, 424 a 18). E o conhecimento intelec-
                                                     tual recebe as formas inteligíveis abstraindo-as
   a xab =a;                     a (arb) = a.      das formas sensíveis em que estão presentes
                                                     (ibid., III, 7, 431 ss.). S. Tomás reduz o conheci-
   A A. é, nessas expressões, a possibilidade        mento intelectual à operação de A.: abstrair a
lógica de substituir-sep porpvpq ou porp(/>r)        forma da matéria individual e assim extrair o
q) nas primeiras expressões; ou a por a r ab        universal do particular, a espécie inteligível das
ou por a(ar b) nas segundas expressões. (Cf.        imagens singulares. Assim como podemos con-
CHURCH, Intr. toMathematicalLogic, 15, 8). Fora      siderar a cor de um fruto prescindindo do fruto,
da linguagem da lógica, essa lei significa que,      sem por isso afirmar que ela existe separada-
se um conceito implica outro, ele absorve este       mente do fruto, também podemos conhecer as
outro, no sentido de que a asserção simultânea       formas ou as espécies universais do homem,
dos dois eqüivale à asserção do primeiro e           do cavalo, da pedra, etc, prescindindo dos
pode ser, portanto, substituída pela asserção        princípios individuais a que estão unidas, mas
deste toda vez que ela reapareça. Cf. TAU-           sem afirmar que existem separadamente des-
TOLOGIA.                                             tes. A A., por isso, não falsifica a realidade, mas
    ABSTRAÇÃO (gr. àípccípeaiç; lat. Abstractia,     só possibilita a consideração separada da for-
in. Abstraction; fr. Abstraction; ai. Abstraktion;   ma e, com isso, o conhecimento intelectual hu-
ABSTRAÇÃO                                                                                  ABSTRAÇÃO

mano (S. Th., I, q. 85, a. 1). Esses conceitos, ou     análises, todavia, não negam a A., mas a sua
conceitos afins, repetem-se em toda a Es-              noção psicológica em favor do seu conceito ló-
colástica. A Lógica de Port-Royal (I, 4) resumiu       gico-simbólico. A A. não é o ato pelo qual o es-
muito bem o pensamento da Escolástica e a es-          pírito pensa certas idéias separadamente de
treita conexão do processo abstrativo com a            outras; é, antes, a função simbólica de certas
natureza do homem, dizendo: "A limitação da            representações particulares. Kant, porém, su-
nossa mente faz que não possamos compreen-             blinha a importância da A. no sentido tradicio-
der as coisas compostas senão considerando-as          nal, pondo-a ao lado da atenção como um dos
nas suas partes e contemplando as faces diver-         atos ordinários do espírito e sublinhando a sua
sas com que elas se nos apresentam: isto é o           função de separar uma representação, de que
que geralmente se costuma chamar conhecer              se está consciente, das outras com que ela está
por A.".                                               ligada na consciência. Embora ele exemplifique
    Locke foi o primeiro a evidenciar a estreita       de modo curioso a importância desse ato ("Mui-
conexão entre o processo de A. e a função sim-         tos homens são infelizes porque não sabem
bólica da linguagem. "Mediante a A.", diz ele,         abstrair". "Um celibatário poderia fazer bom
"as idéias extraídas de seres particulares tor-        casamento se soubesse abstrair a partir de uma
nam-se representantes gerais de todos os obje-         verruga do rosto ou a partir da falta de um
tos da mesma espécie e os seus nomes tornam-           dente de sua amada" [Antr., § 31), é claro que o
se nomes gerais, aplicáveis a tudo o que existe        procedimento todo de Kant, que tem por fim
e está conforme com tais idéias abstratas... As-       isolar (isolieren) os elementos do conhecimento,
sim, observando-se hoje no gesso ou na neve            apriori, ou da atividade humana, em geral, é
a mesma cor que ontem foi observada no leite,          um procedimento abstrativo. Diz ele, por ex.:
considera-se só esse aspecto e faz-se com ele a        "Em uma lógica transcendental, nós isolamos o
representação de todas as outras idéias da mes-        intelecto (como acima, na Estética transcen-
ma espécie; e dando-se o nome 'brancura',              dental, a sensibilidade) e extraímos de todo o
com este som significa-se a mesma qualidade,           nosso conhecimento só a parte do pensamen-
onde quer que ela venha a ser imaginada ou             to que tem origem unicamente no intelecto"
encontrada; e assim são compostos os univer-           (Crít. R. Pura, Div. da Lóg. transcend.).
sais, quer se trate de idéias, quer se trate de            Com Hegel, assiste-se ao estranho fenômeno
termos" (Ensaio, II, 11, § 9). Baseando-se nes-        da supervalorização da A. e da desvalorização
sas observações de Locke, Berkeley chegou à            do abstrato. Hegel opõe-se à opinião de que
negação da idéia abstrata e da própria função          abstrair significa somente extrair do concreto,
da abstração. Nega, em outros termos, que o            para proveito subjetivo, esta ou aquela nota que
homem possa abstrair a idéia da cor das cores,         constitua o conceito, entre outras que todavia
a idéia do homem dos homens, etc. Não há, de           permaneceriam reais e válidas fora do conceito,
fato, a idéia de um homem que não tenha ne-            na própria realidade. "O pensamento abs-
nhuma característica particular, assim como            traente", diz ele, "não pode ser considerado
não há, na realidade, um homem desse gênero.           como pôr à parte a matéria sensível que não
As idéias gerais não são idéias desprovidas de         seria prejudicada por isso em sua realidade; é,
caráter particular (isto é, "abstratas"), mas idéias   antes, superar e reduzir essa matéria, que é sim-
particulares assumidas como signos de um gru-          ples fenômeno, ao essencial, que só se ma-
po de outras idéias particulares afins entre si. O     nifesta no conceito" (Wissensch. der Logik, III,
triângulo que um geômetra tem em mente para            Do conceito em geral, trad. it., pp. 24-25). O
demonstrar um teorema não é um triângulo               conceito a que se chega com a A. é, por isso, se-
abstrato, mas um triângulo particular, p. ex.,         gundo Hegel, a própria realidade, aliás, a subs-
isósceles; mas já que não se faz menção desse          tância da realidade. Por outro lado, todavia, o
caráter particular durante a demonstração, o           abstrato é considerado por Hegel como o que é
teorema demonstrado vale para todos os triân-          finito, imediato, não posto em relação com o
gulos indistintamente, podendo cada um deles           todo, não resolvido no devir da Idéia, e por isso
tomar o lugar do que foi considerado (Princ. of        produto de uma perspectiva provisória e falaz.
Hum. Know., Intr., § 16). Hume repetiu a análi-        "O abstrato é o finito, o concreto é a verdade, o
se negativa de Berkeley {Treatise, I, 1, 7). Tais      objeto infinito" (Phil. derReligion, II, em Werke,
ABSTRAÇÃO                                                            ABSTRATTVO, CONHECIMENTO


ed. Glockner, XVI, p. 226). "Somente o concreto        às verdadeiras e próprias entidades abstratas,
é o verdadeiro, o abstrato não é o verdadei-           como p. ex., na matemática. "O fato mais co-
ro" (Geschicbte der Phil, III, em Werke, ed.           mum da percepção, como, p. ex., 'há luz', impli-
Glockner, XIX, p. 99). Está claro, todavia, que        ca A. prescindente ou prescindência. Mas a A.
Hegel entende por abstrato aquilo que co-              hipostática, que transforma 'há luz' em 'há luz
mumente se chama concreto — as coisas, os              aqui', que é o sentido que dou comumente à
objetos particulares, as realidades singulares         palavra A. (desde que prescindência indica a A.
oferecidas ou testemunhadas pela experiência           prescindente), é um modo especialíssimo do
— enquanto chama de concreto o que o uso co-           pensamento. Consiste em tomar certo aspecto
mum e filosófico sempre chamou de abstrato,            de um objeto ou de vários objetos percebidos
isto é, o conceito; e chama-o de concreto por-         (depois que já foi 'pré-cindido' dos outros as-
que este constitui, para ele, a substância mesma       pectos de tais objetos) e em exprimi-lo de forma
da realidade (conforme o seu princípio "Tudo           proposicional com um juízo" (Coll. Pap., 4.235;
o que é racional é real e tudo o que é real é ra-      cf. 3.642; 5.304). Essa distinção que já fora ace-
cional"). De qualquer forma, essa inversão de          nada por James (Princ. ofPsychol, I. 243) e
significado permitiu que boa parte da filosofia        aceita por Dewey {Logic, cap. 23; trad. it., pp.
do séc. XIX se pronunciasse a favor do concreto        603-604) não impede que tanto a prescindência
e contra o abstrato, ainda quando o "concreto"         quanto a A. hipostática sejam especificações da
de que se tratava era, na realidade, uma simples       função geral seletiva, que tradicionalmente foi
A. filosófica. Gentile falava, p. ex., de uma "lógi-   indicada pela palavra "abstração". Paul Valéry
ca do abstrato", ou do pensamento pensado, e           insistiu poeticamente na importância da A. em
de uma "lógica do concreto", ou do pensamen-           todas as constaições humanas, logo também
to pensante (Sistema di lógica, I, 1922, pp. 119       na arte: "Estou dizendo que o homem fabrica
ss.). Croce falava da "concretitude" do conceito       por A.; ignorando e esquecendo grande parte
como imanência deste nas representações sin-           das qualidades daquilo que emprega, aplican-
gulares e da "abstrateza" das noções considera-        do-se somente a condições claras e distintas
das desligadas dos particulares ilógica, A- ed.,       que podem, via de regra, ser simultaneamente
1920, p. 28). Bergson contrapôs constantemente         satisfeitas não por uma, mas por muitas espé-
o tempo "concreto" da consciência ao tempo             cies de matérias" (Eupalinos, trad. ital., p. 134).
"abstrato" da ciência e, de modo geral, o proce-           ABSTRACIONISMO (in. Abstractionisni; fr.
dimento da ciência que se vale de conceitos ou         Abstractionnisme, ai. Abstraktionismus; it. As-
símbolos, isto é, de "idéias abstratas ou gerais",     trazionismo). Assim William James (The Mea-
ao procedimento intuitivo ou simpático da filo-        ning of Truth, 1909, cap. XIII) denominou o
sofia (cf., p. ex., Lapenséeet le mouvant, 3- ed.,     uso ilegítimo da abstração e em particular a
1934, p. 210). Esses temas polêmicos foram             tendência a considerar como reais os produtos
bastante freqüentes na filosofia dos primeiros         da abstração.
decênios do nosso século. E certamente a polê-
                                                          ABSTRATAS, CIÊNCIAS. V. CIÊNCIAS, CLASSI-
mica contra a A. foi eficaz contra a tendência de
                                                       FICAÇÃO DAS.
entificar os produtos dela, isto é, de considerar
                                                          ABSTRATAS, IDÉIAS. V. ABSTRAÇÃO.
como substâncias ou realidades, entidades que
não têm outra função senão possibilitar a des-            ABSTRATIVO, CONHECIMENTO (lat
crição, a classificação e o uso de um complexo         Cognitio abstractiva-, in. Abstractive knowledge,
de dados. Mas, por outro lado, essa mesma po-          fr. Connaissance abstractive, ai. Abstrahierende
lêmica às vezes fez esquecer a função da A. em         Erkenntniss; it. Conoscenza astrattiva). Termo
todo tipo ou forma de atividade humana, en-            que Duns Scot empregou de modo simétrico
quanto tal atividade só pode operar através de         e oposto ao de conhecimento intuitivo (cog-
seleções abstrativas. Mach insistiu nessa função       nitio intuitiva), para indicar uma das espé-
da A. nas ciências, afirmando que ela é indis-         cies fundamentais do conhecimento: a pri-
pensável para a observação dos fenômenos,              meira delas "abstrai de toda existência atual"
para a descoberta, ou para a pesquisa dos prin-        enquanto a segunda "se refere ao que existe
cípios (Erkenntniss undIrrtum, cap. VIII; trad.        ou ao que está presente em certa existência
fr., pp. 146 ss.). A esse propósito foi oportuna-      atual" (Op. Ox., II, d. 3, q. 9, n. 6). A distinção
mente distinguida por Peirce uma dupla função          foi aceita por Durand de St. Pourçain (In Sent,
da A.: a de operação seletiva e a que dá ensejo        Prol, q. 3, F) e por Ockham, que, porém, a
                                                       reinterpretou a seu modo, entendendo por co-
ABSTRATOR                                                                                   ACADEMIA


nhecimento intuitivo aquele mediante o qual se              Em sentido mais restrito e preciso, essa pa-
conhece com evidência a realidade ou a irrea-           lavra significa "impossível" (adynatori) porque
lidade de uma coisa ou de algum outro atributo          contraditório. Nesse sentido, Aristóteles falava
empírico da própria coisa; portanto, em geral,          de raciocínio por A. ou de redução ao A.: seria
"toda noção simples de um termo ou de vários            um raciocínio que assume como hipótese a
termos de uma coisa ou de várias coisas, em vir-        proposição contrária à condição que se quer
tude da qual se possa conhecer alguma verdade           demonstrar e faz ver que de tal hipótese deriva
contingente especialmente em torno do objeto            uma proposição contraditória à própria hipóte-
presente" (In Sent., Prol., q. 1, Z.). F. entendeu      se (An. pr, II, 11-14, 61 ss.). A demonstração
por conhecimento abstrativo o que prescinde da          por A., acrescenta Aristóteles (ibid., 14, 62 b
realidade ou da irrealidade do objeto e é uma           27), distingue-se da demonstração ostensiva
espécie de imagem ou cópia do conhecimento              porque assume aquilo que, com a redução ao
intuitivo. Nada se pode conhecer abstrativa-            erro reconhecido, quer destruir; a demonstra-
mente, diz ele, que não tenha sido conhecido            ção ostensiva, ao contrário, parte de premissas
intuitivamente, senão até mesmo o cego de nas-          já admitidas. Leibniz chamou de demonstração
cença poderia conhecer as cores (Ibid, I, d. 3, q.      apagógica o raciocínio por A. e considerou-o
2, K). Essa doutrina do conhecimento intuitivo é        útil ou pelo menos dificilmente eliminável, no
a primeira formulação da noção de experiência           domínio da matemática (Nouv. ess., IV, 8, § 2).
no sentido moderno do termo (V. EXPERIÊNCIA).           Kant, que emprega o mesmo nome, justifi-
    ABSTRATOR. V. OPERADOR.                             cou-o nas ciências, mas o excluiu da filosofia.
    ABSTRUSO (lat. Abstrusus [= escondido];             Justificou-o nas ciências porque nestas é im-
in. Abstruse, fr. Abstrus; ai. Abstrus; it. Astruso).   possível o modus ponens de chegar à verdade
Termo pejorativo para qualificar qualquer no-           de um conhecimento a partir da verdade das
ção insólita ou de difícil compreensão; ou,             suas conseqüências: seria necessário, de fato,
como diz Locke (Ensaio, II, 12, § 8), "distante         conhecer todas as conseqüências possíveis: o
dos sentidos e de toda operação do nosso espí-          que é impossível. Mas, se de uma proposição
rito". Esse termo é aplicado sobretudo a no-            pode ser extraída ainda que uma só conse-
ções abstratas, mas aplica-se igualmente a noções       qüência falsa, a proposição é falsa: por isso o
que se afastem, mais ou menos, do universo              modus tollens dos silogismos conclui ao mes-
comum do discurso.                                      mo tempo com rigor e com facilidade. Mas
    ABSURDO (gr. cetOTiov, aôúvaxov; lat. Ab-           esse modo de raciocinar é isento de perigos só
surdum; in. Absurd; fr. Absurde, ai. Absurd; it.        nas ciências em que não se pode trocar objeti-
Assurdó). Em geral, aquilo que não encontra             vo por subjetivo, isto é, nas ciências da nature-
lugar no sistema de crenças a que se faz refe-          za. Em filosofia, porém, essa troca é possível,
rência ou que se opõe a alguma dessas cren-             isto é, pode acontecer que seja subjetivamente
ças. Os homens — e, em especial, os filósofos           impossível o que não é objetivamente impossí-
— sempre usaram muito essa palavra para con-            vel. Portanto, o raciocínio apagógico não leva
denar, destruir ou pelo menos afastar de si cren-       a conclusões legítimas (Crít. R. Pura, Disciplina
ças (verdadeiras ou falsas) ou mesmo fatos ou           da razão pura, IV).
observações perturbadoras, incômodas ou, de               AB UMVERSALI AD PARTICULAREM. É
qualquer modo, estranhas ou opostas aos sis-            uma das consequentiaeformates (v. CONSEQÜÊN-
temas de crenças aceitos por eles. Portanto, não        CIA) da Lógica escolástica: ab universali adpar-
é de surpreender que até mesmo experiências             tícularem, sive índefinitam sive singularem
ou doutrinas que depois seriam reconhecidas             valet (tenef) consequentia; isto é: de "todo A é
como verdadeiras tenham sido por muito ou               B" valem as conseqüências "alguns A são B",
pouco tempo definidas como absurdas. P. ex.:            "A é B", "S (se S é um A) é B".
os antigos reputavam A. a crença nos antípodas              ACADEMIA (gr. 'AKaôtíu.eia; lat. Acade-
porque, não tendo a noção da relatividade das           mia; in. Academy, fr. Académie, ai. Akademie,
determinações espaciais, acreditavam que nos            it. Accademia). Propriamente a escola funda-
antípodas os homens deveriam viver de cabeça            da por Platão no ginásio que tomava o nome
para baixo. Nesse sentido, a palavra significa          do herói Academos e que depois da morte de
"irracional", isto é, contrário ou estranho àquilo      Platão foi dirigida por Espeusipo (347-339
em que se pode crer racionalmente, ou "in-              a.C), por Xenócrates (339-14 a. C.), por Pole-
conveniente", "fora de lugar", etc.                     mon (314-270 a. C.) e por Cratete (270-68 a.C).
ACADEMIA FLORENTINA                                                                               AÇÃO

Nessa fase, a Academia continuou a especula-            AÇÃO (gr. TipáÇvç; lat. Actio; in. Action; fr.
ção platônica, vinculando-a sempre mais estrei-     Action; ai. Tat, Handlung; it. Azione). 1. Termo
tamente ao pitagorismo; pertenceram a ela ma-       de significado generalíssimo que denota qual-
temáticos e astrônomos, entre os quais o mais       quer operação, considerada sob o aspecto do
famoso foi Eudoxo de Cnido. Com a morte de          termo a partir do qual a operação tem início ou
Cratete, a Academia mudou de orientação com         iniciativa. Nesse significado, a extensão do ter-
Arcesilau de Pitane (315 ou 314-241 ou 240          mo é coberta pela categoria aristotélica do fazer
a.C), encaminhando-se para um probabilismo          (Tioveív), cujo oposto é a categoria da paixão
que derivava da época em que Platão afirmara,       (v.) ou da afeição (v.). Fala-se, assim, da A. do
sobre o conhecimento das coisas naturais, que       ácido sobre os metais ou do "princípio de A. e
estas, não tendo nenhuma estabilidade e soli-       de reação" ou da A. do DDT sobre os insetos;
dez, não podem dar origem a um conhecimen-          ou então fala-se da A. livre ou voluntária ou res-
to estável e sólido, mas só a um conhecimento       ponsável, isto é, própria do homem e qualifica-
provável. De Arcesilau e de seus sucessores         da por condições determinadas. Produzir, cau-
(de que não sabemos quase nada) esse ponto          sar, agir, criar, destruir, iniciar, continuar,termi-
de vista estendeu-se a todo o conhecimen-           nar, etc. são significados que inscrevem-se nesse
to humano no período que se chamou de               significado genérico de ação.
"Academia média". A "nova Academia" começa              2. Aristóteles foi o primeiro a tentar destacar
com Caméades de Cirene (214 ou 212-129 ou           desse significado genérico um significado espe-
128 a.C); essa orientação de tendência cética e     cífico pelo qual o termo pudesse referir-se so-
probabilística foi mantida até Fílon de Larissa,    mente às operações humanas. Assim, começou
que, no século I a.C, iniciou a IV Academia, de     excluindo da extensão da palavra as operações
orientação eclética, na qual Cícero se inspirou.    que se realizam de modo necessário, isto é, de
Mas a Academia Platônica durou ainda por            um modo que não pode ser diferente do que é.
muito tempo e sua orientação também se reno-        Tais operações são objeto das ciências teo-
vou no sentido religioso-místico, que é próprio     réticas, matemática, física e filosofia pura. Essas
do Neoplatonismoiy.). Só em 529 o imperador         ciências referem-se a realidades, fatos ou even-
Justiniano proibiu o ensino da filosofia e con-     tos que não podem ser diferentes do que são.
fiscou o rico patrimônio da Academia. Da-           Fora delas está o domínio do possível, isto é, do
máscio, que a dirigia, refugiou-se na Pérsia        que pode ser de um modo ou de outro; mas
com outros companheiros, entre os quais Sim-        nem todo o domínio do possível pertence à
plício, autor de um vasto comentário a Aris-        ação. Dele é preciso, com efeito, distinguir o da
tóteles, mas logo voltaram desiludidos. Foi as-     produção, que é o domínio das artes e que tem
sim que terminou a tradição independente do         caráter próprio e finalidade nos objetos produ-
pensamento platônico.                               zidos (Et. nic, VI, 3-4, 1.149 ss.). S. Tomás
   ACADEMIA FLORENTINA. Foi fundada                 distingue A. transitiva (transiens), que passa
por iniciativa de Marsílio Ficino e de Cosimo       de quem opera sobre a matéria externa, como
de Mediei e reuniu um círculo de pessoas que        queimar, serrar, etc, e A. imanente (imma-
viam a possibilidade de renovar o homem e a         nens), que permanece no próprio agente, como
sua vida religiosa mediante um retorno às           sentir, entender, querer (S. Tb., II, I, q. 3, a 2; q.
doutrinas genuínas do platonismo antigo. Nes-       111, a. 2). Mas a chamada A. transitiva nada
sas doutrinas, os adeptos do platonismo, espe-      mais é do que o fazer ou produzir, de que fala
cialmente Ficino (1433-1499) e Cristóvão Lan-       Aristóteles (ibid., II, I, q. 57, a. 4). Nessas obser-
dino (que viveu entre 1424 e 1498), viam a          vações de S. Tomás, assim como nas de
síntese de todo o pensamento religioso da An-       Aristóteles, está presente a tendência a reconhe-
tigüidade e, portanto, também do cristianismo       cer a superioridade da A. chamada imanente,
e por isso a mais alta e verdadeira religião pos-   que se consuma no interior do sujeito operante:
sível. A esse retorno ao antigo ligou-se outro      A. que, de resto, outra coisa não é senão a ativi-
aspecto da Academia florentina, o anticuria-        dade espiritual ou o pensamento ou a vida
lismo; contra as pretensões de supremacia polí-     contemplativa. S. Tomás diz, com efeito, que só
tica do papado, a Academia sustentava um re-        a A. imanente é "a perfeição e o ato do agente",
torno à idéia imperial de Roma; por isso, De        enquanto a A. transitiva é a perfeição do termo
monarchia de Dante (V. RENASCIMENTO) era obje-      que sofre a A. {ibid., II, I, q. 3, a 2). Por outro
to freqüente de comentários e discussões.           lado, S. Tomás distingue, na A. voluntária, a A.
AÇÃO, FILOSOFIA DA                                                             AÇÃO, FILOSOFIA DA

comandada, que é a ordenada pela vontade, p.          do da razão prática, de que Kant falara, não ti-
ex., caminhar ou falar, e a A. elícita da vontade,    nha significado fora do domínio moral; mas
que é o próprio querer. O fim último da A. não        com Fichte esse primado significa que só na A.
é o ato elícito da vontade, mas o comandado: já       o homem se identifica com o Eu infinito. O
que o primeiro apetecível é o fim a que tende a       símbolo da filosofia da A. pode ser expresso
vontade, não a própria vontade iibid., II, I, q. 1,   na frase de Fausto, na obra de Goethe, que
a. 1 ad 2a). Esses conceitos permaneceram du-         propunha traduzir In principio erat Verbum
rante muito tempo inalterados e são pressupos-        do IV Evangelho por "No princípio era a A.".
tos também pela chamada filosofia da A. (v.);             Foi com esses pressupostos românticos que
esta, se tende a exaltar a A. como um caminho         a filosofia da A. se vinculou; na França, através
para entrar em comunicação mais direta com a          de OUé-Laprune (1830-99) e de Blondel (1861-
realidade ou o Absoluto, ou na posse mais se-         1949), assumiu forma religiosa: para ela a A. é
gura destes, não se preocupa muito em forne-          o núcleo essencial do homem e só uma análise
cer um esquema conceituai da A. que lhe deter-        da A. pode mostrar as necessidades e as defi-
mine as constantes. Essa tentativa, porém, foi        ciências do homem, assim como sua aspiração
feita por ciências particulares, em vista das suas    ao infinito, que, por sua vez, só pode ser satis-
exigências, especialmente pela sociologia. As-        feita pela A. gratuita e misericordiosa de Deus.
sim, p. ex., Talcott Parsons determinou o esque-      A supremacia da A. era transferida por George
ma da ação. Esta implicaria: 1Q um agente ou          Sorel (1847-1922) do domínio religioso para o
um ator; 2Q um fim ou estado futuro de coisas         social e político. Aqui a ação se desembaraçava
em relação ao qual se orienta o processo da A.;       de toda limitação factual ou racional e era re-
3U uma situação inicial que difira em um ou           conhecida como capaz de criar por si, com o
mais importantes aspectos do fim a que tende a        mito, a sua própria justificação (Réflexions sur
A.; 4e certo complexo de relações recíprocas en-      Ia violence, 1906). A crença de que a A. possa
tre os elementos precedentes. "Dentro da área         produzir por si só as condições cio seu êxito e
de controle do ator", diz Parsons, "os meios em-      por si só justificar-se de modo absoluto, consti-
pregados não podem, em geral, ser considera-          tui o ativismo (v.) próprio de algumas correntes
dos como escolhidos ao acaso ou dependentes           filosóficas e políticas contemporâneas.
exclusivamente das condições da A., mas de-               Por uma das não raras ironias da história do
vem de algum modo estar sujeitos à influência         pensamento, justamente uma das correntes que
de determinado fator seletivo independente,           pertencem à filosofia da A. deveria levar a no-
cujo conhecimento é necessário à compreensão          ção de A. até seus limites máximos e enca-
do andamento concreto da A.". Esse fator é a          minhá-la para uma nova fase interpretativa. Essa
orientação normativa que, embora possa ser            corrente é o pragmatismo (v.). Se, num pri-
diferentemente orientada, não falta em nenhum         meiro momento, William James declara que a
tipo de A. efetiva (The Structure of Social           A. é a medida da verdade do conhecer e, por-
Action, 1949, pp. 44-45). Esse esquema analíti-       tanto, considera-a capaz de justificar propo-
co proposto por Parsons sem dúvida cor-               sições morais e religiosas teoricamente in-
responde muito bem às exigências da análise           justificáveis, as análises empiristas de James e,
sociológica; mas pode ser assumido também             melhor ainda, as de Dewey deveriam eviden-
em filosofia como base para a compreensão da          ciar o condicionamento da A. por parte das cir-
A. nos vários campos de que a filosofia se ocu-       cunstâncias que a provocam, sua relação com a
pa, isto é, no campo moral, jurídico, políti-         siaiação que constitui seu estímulo e, daí, os li-
co, etc.                                              mites da sua eficiência e da sua liberdade. Mas,
   AÇÃO, FILOSOFIA DA (in. Philosophy of              desse ponto de vista, a A. deixa de estar ligada
Action; fr. Phílosophie de Vaction, it. Filosofia     unicamente ao sujeito e de encontrar unica-
delVazioné). Com esse nome indicam-se algu-           mente nele ou na atividade dele (vontade) o
mas manifestações da filosofia contemporânea,         seu princípio. Perde a possibilidade de consu-
caracterizadas pela crença de que a A. constitui      mar-se e de exaurir-se no próprio sujeito; e tor-
o caminho mais direto para conhecer o Absolu-         na-se um comportamento, cuja análise deve
to ou o modo mais seguro de possuí-lo. Trata-         prescindir da divisão das faculdades ou dos
se de uma filosofia de origem romântica: o            poderes da alma, enquanto deve ter presente a
moralismo de Fichte fundava-se na superiori-          situação ou o estado de coisas a que deve ade-
dade metafísica da A. (V. MORALISMO). O prima-        quar-se (V. AÇÃO; COMPORTAMENTO).
AÇÃO ELÍCITA e AÇÃO COMANDADA                         10                                  AÇÃO REFLEXA

   AÇÃO ELÍCITA e AÇÃO COMANDADA                           mas à escolha dos conceitos e das hipóteses
 (lat. Actus elicitus et actus imperatus). Segundo         para a descrição dos fenômenos naturais (v.
 os Escolásticos, a A. voluntária elícita é a pró-         ECONOMIA).
 pria operação da vontade, o querer, enquanto a                AÇÃO RECÍPROCA. V. RECIPROCIDADE.
A. comandada é dirigida, iniciada e controla-                  AÇÃO REFLEXA (in. Reflex action; fr. Ac-
 da pela vontade, como, p. ex., caminhar ou                 tion réflexe, ai. Reflex Bewegung; it. Azione
 falar (S. TOMÁS, S. Th., II, I, q, 1, a, 1).               riflessd). Em geral, uma resposta mecânica (in-
     AÇÃO MÍNIMA (in. Least action; fr. Moin-              voluntária), uniforme e adaptada, do orga-
 dre action; ai. Kleinsten Aktion; it. Azione míni-         nismo a um estímulo externo ou interno ao
 ma). Princípio de que "a natureza nada faz de              próprio organismo. Um reflexo é, p. ex., a con-
inútil" (natura nihilfacitfrustra) e segue o ca-           tração da pupila quando o olho é estimulado
minho mais curto e econômico. Essa máxima                   pela luz ou a salivação pelo gosto ou pela vista
encontra-se em Aristóteles (Dean., III, 12, 434 a           de um alimento. Do reflexo assim entendido
31; Decael, I, 4, 271 a 32; Depart. an., I, 5, 645          deve distinguir-se o arco reflexo, que é o dis-
a 22), é repetida por S. Tomás (In IIIAn., 14) e            positivo anatomofisiológico destinado a pôr o
retomada nos tempos modernos por Galileu,                   reflexo em ação. Tal dispositivo é formado
Fermat, Leibniz, etc. Em 1732, Maupertuis for-             pelo nervo aferente ou centrípeto que sofre o
mulava matematicamente esse princípio e o                  estímulo, pelo nervo eferente ou centrífugo
introduzia em mecânica com o nome de "lei de               que produz o movimento e por uma conexão
economia da natureza" (LexParsimoniae). Mas                entre esses dois nervos, estabelecida nas célu-
também para Maupertuis esse princípio conser-              las nervosas centrais. A importância filosófica
vava o caráter finalista que convencera Aris-              dessa noção, elaborada primeiramente pela fi-
tóteles a adotá-lo. No Ensaio de cosmologia,               siologia (séc. XVIII), depois pela psicologia,
Maupertuis escrevia: "É este o princípio, tão sá-          está no fato de ter sido assumida como esque-
bio, tão digno do Ser supremo: qualquer que                ma explicativo causai da vida psíquica; inicial-
seja a mudança que se realize na natureza, a               mente, apenas dos mecanismos involuntários
soma de A. despendida nessa mudança é a me-                (instintos, emoções, etc), depois, também das
nor possível". Todavia o princípio não tem, em             atividades superiores. Tudo o que, da vida psí-
mecânica, o significado finalista que lhe atribuía         quica, pode ser reportado à A. reflexa, pode
Maupertuis. Na reexposição que dele fez La-                ser explicado causalmente a partir do estímulo
grange (Mécanique analytique, II, 3, 6), ficou             físico que põe em movimento o arco reflexo.
claro que ele exprime a conservação não só do              Em vista de sua uniformidade, essa A. é previ-
mínimo como também do máximo de A. e que,                  sível a partir do estímulo: isso quer dizer que
além disso, tanto o mínimo quanto o máximo                 ela é causalmente determinada pelo próprio
devem ser considerados de modo relativo e não              estímulo. Desse modo, a A. reflexa não é se-
absoluto. Desse ponto de vista, Hamilton gene-             não o mecanismo pelo qual a causalidade psí-
ralizava o princípio na forma de "princípio da A.          quica se insere na causalidade da natureza, como
estacionaria": e, nessa forma, diz somente que,            parte dela.
em certas classes de fenômenos naturais, o                     Essas noções foram sendo elaboradas a par-
processo de mudança é tal que qualquer gran-               tir da metade do séc. XIX, isto é, desde que a
deza física apropriada é um extremo (isto é, um            psicologia se constituiu como ciência experi-
mínimo ou um máximo, mais freqüentemente                   mental (V. PSICOLOGIA). De acordo com a orien-
um mínimo). Mas a grandeza em questão e o                  tação atomista, própria da psicologia durante
seu mínimo ou máximo são coisas que podem                  muito tempo, ela procurou resolver os reflexos
mudar de uma ordem de considerações para                   complexos em reflexos simples, dependentes
outra.                                                     de circuitos nervosos elementares. A doutrina
    Sobre princípio da mínima ação já se falou             dos reflexos condicionados, fundada por Pav-
em psicologia, em estética e até na ética (cf.             lov em bases experimentais (a partir de 1903;
JAMES, Princ. qf PsychoL, II, pp. 188, 239 ss.;            cf. os escritos de Pavlov recolhidos no volume /
SIMMEL,  Einleitung in die Moral Wissenschaft,             riflessi condizionati, Turim, 1950), obedece à
1892,1, p. 58). Não deve ser confundido com o              mesma exigência e, aliás, contribuiu para
princípio metodológico da economia, que não                reforçá-la durante algum tempo, fazendo nas-
diz respeito à ação da natureza ou de Deus,                cer a esperança de que os comportamentos su-
AÇÃO REFLEXA                                         11                                                ACASO

periores também pudessem ser explicados pela              gado ilegítimo: e, com efeito, todos os reflexos
combinação de mecanismos reflexos simples.                observáveis são complexos e um reflexo "sim-
Um reflexo condicionado é aquele em que a                 ples", isto é, não decomponível, é uma simples
função excitadora do estímulo que habitual-               conjectura. Em terceiro lugar, as mesmas refle-
mente o produz (estímulo incondicionado) é                xões sobre os reflexos condicionados demons-
assumida por um estímulo artificial (condicio-            tram a irregularidade e a imprevisibilidade de
nado) ao qual o primeiro foi de algum modo                certas respostas: irregularidade e imprevisibili-
associado. P. ex., se se apresenta um pedaço de           dade que Pavlov explicava com a noção de ini-
carne a um cão, esse estímulo provoca nele                bição, que, porém, é somente um nome para
salivação abundante. Se a apresentação do pe-             indicar o fato de que certa reação, que se espe-
daço de carne foi muitas vezes associada com              rava, não se verificou (GOLDSTEIN, DerAufbau
outro estímulo artificial (p. ex., o som de uma           des Organismus, 1927; MERLEAU-PONTY, Struc-
campainha ou o aparecimento de uma luz),                  ture du comportement, 1949). Essas e outras or-
este segundo estímulo acabará por produzir,               dens de observação, apresentadas sobretudo
sozinho, o efeito do primeiro, isto é, a saliva-          pela psicologia da forma (cf., p. ex., KATZ,
ção do cão. É claro que a combinação e a so-              Gestaltpsychologie, cap. III), mostram que o re-
breposição dos reflexos condicionados podem               flexo não pode ser entendido como uma A. de-
explicar numerosos comportamentos que, à                  vida a um mecanismo causai. Fala-se de reflexo
primeira vista, não estão ligados a reflexos na-          sempre que se pode determinar, em face de
turais ou absolutos. Mais recentemente, viu-se            certo estímulo, um campo de reações suficien-
também no reflexo condicionado a explicação               temente uniformes para serem previstas com
do chamado comportamento simbólico do ho-
                                                          alto grau de probabilidade. As A. reflexas cons-
mem, isto é, do comportamento dirigido por
signos ou símbolos, lingüísticos ou de outra na-          tituem, desse ponto de vista, uma classe de rea-
tureza. P. ex., o viajante que encontra na estra-         ção, mais precisamente a que se caracteriza
da um cartaz advertindo que a estrada está in-            pela alta freqüência de uniformidade das pró-
terrompida adiante, reage (p. ex., voltando)              prias reações. Mas com isso a noção de reflexo
exatamente como se houvesse visto a interrup-             sai do esquema causai para entrar no esquema
ção da estrada. Aqui o símbolo (o cartaz) subs-           geral de condicionamento (V. CONDIÇÃO).
tituiu, como estímulo artificial, o estímulo natu-            ACASO (gr. aÜTÓjiaxov; lat. Casus; in. Chan-
ral (a vista da interrupção). Pavlov e muitos             ce, fr. Hasard; ai. Zufall; it. Caso). Podem-se
defensores da teoria dos reflexos condiciona-             distinguir três conceitos desse termo que se
dos mantiveram-se fiéis ao princípio de que               entrecruzaram na história da filosofia. ls o con-
todo reflexo que entra na composição de um                ceito subjetivista, que atribui a imprevisibilida-
reflexo condicionado é um mecanismo simples               de e a indeterminação do evento casual à ig-
e infalível, realizado por determinado circuito           norância ou à confusão do homem. 2a o conceito
anatômico. Por isso, a teoria do reflexo condi-           objetivista, que atribui o evento casual à mistu-
cionado, na forma exposta por Pavlov, inscre-             ra e à interseção das causas. 3e a interpretação
ve-se nos limites daquilo que hoje se costuma             moderna, segundo a qual o acaso é a insufi-
chamar "teoria clássica do ato reflexo", isto é,          ciência de probabilidades na previsão. Este úl-
da interpretação causai da A. reflexa.                    timo conceito é o mais geral e o menos me-
                                                          tafísico.
   Todavia, um respeitável complexo de obser-
vações experimentais, feitas pela fisiologia e                ls Aristóteles (Fís., II, 4, 196 b 5) já falava da
pela psicologia nos últimos decênios, a partir            opinião segundo a qual a sorte seria uma cau-
de 1920, aproximadamente, foi tornando cada               sa superior e divina, oculta para a inteligên-
vez mais difícil entender a A. reflexa segundo            cia humana. Os Estóicos equiparavam o A. ao
seu esquema clássico. Em primeiro lugar, viu-             erro ou à ilusão; julgavam que tudo acontece
se que a A. dos estímulos complexos não é                 no mundo por absoluta necessidade racional
previsível a partir da A. dos estímulos simples           (Plac. philos., I, 29). É claro que quem admite
que o compõem, ou seja, os chamados reflexos              uma necessidade desse gênero e a atribui
simples combinam-se de modos imprevisíveis.               (como achavam os Estóicos) à divindade ima-
Em segundo lugar, o próprio conceito de "re-              nente no cosmos ou à ordem mecânica do uni-
flexo elementar", isto é, do reflexo que entraria         verso não pode admitir a realidade dos eventos
na composição dos reflexos complexos, foi jul-            que costumam ser chamados de acidentais ou
ACASO                                                12                                             ACASO

fortuitos e muito menos do acaso como princí-             bito das coisas que não acontecem nem de
pio ou categoria de tais eventos; deve ver neles          modo absolutamente uniforme nem freqüente
a ação necessária da causa reconhecida em ato             e que poderiam acontecer com vistas a uma fi-
no universo, negando como ilusão ou erro o                nalidade" (ibíd., 197 a 32). Para Aristóteles, a
seu caráter casual. É esse o motivo por que               determinação da finalidade é essencial, já que
Kant, que modela as suas categorias e os seus             o A. tem ao menos o aspecto ou a aparência da
princípios a priori sobre a física newtoniana,            finalidade: como no exemplo de quem vai ao
inteiramente fundada no princípio de causali-             mercado por motivo completamente diferente
dade, nega a existência do A., e faz, aliás, dessa        e ali encontra um devedor que lhe restitui a
negação um dos princípios a priori do intelec-            soma devida. Nesse exemplo chama-se A. (ou
to: "A proposição 'nada ocorre por A. (in mun-            sorte) o evento da restituição devido ao encon-
do non datur casus)' é uma lei a priori da na-            tro que não foi deliberado ou desejado como
tureza" (Crít. R. Pura, Analítica dos princípios,         finalidade, mas que teria podido ser uma finali-
Refutação do idealismo). Hegel, que parte do              dade: enquanto, na realidade, foi o efeito aci-
princípio da perfeita racionalidade do real, atri-        dental de causas que agiam com vistas a outras
bui o A. à natureza, ou melhor, vê na natureza            finalidades. A noção de encontro, de enre-
"uma acidentalidade desregulada e desenfrea-              damento de séries causais para a explicação do
da" (Ene, § 248), mas na medida em que a natu-            A., foi retomada na Idade Moderna por filóso-
reza não está adequada à substância racional              fos, matemáticos e economistas, que reconhe-
do real e, por isso, carece ela própria de reali-         ceram a importância da noção de probabilida-
dade. De modo análogo, na filosofia contem-               de (v.) para a interpretação da realidade em
porânea, Bergson explicou o A. pela troca, me-            geral. Assim, Cournot definiu o A. como o cará-
ramente subjetiva, entre a ordem mecânica e a             ter de um acontecimento "devido à combina-
ordem vital ou espiritual: "Que a mecânica das            ção ou ao encontro de fenômenos indepen-
causas que fazem a roleta parar sobre o núme-             dentes na ordem da causalidade" (Théorie des
ro me permita vencer e, por isso, aja como um             chances et desprobabilités, 1843, cap. II), no-
gênio benéfico para quem os meus interesses               ção que se tornou predominante no positi-
tivessem grande importância; ou que a força               vismo, também porque foi aceita por Stuart Mill
mecânica do vento arranque uma telha do teto              (Logic, III, 17, § 2): "Um evento que aconteça
e a arroje sobre a minha cabeça, isto é, que aja          por A. pode ser mais bem descrito como uma
como um gênio maléfico que conspirasse con-               coincidência da qual não temos motivo para in-
tra a minha pessoa; em ambos os A. eu encon-              ferir uniformidade... Podemos dizer que dois
tro um mecanismo onde eu teria procurado e                ou mais fenômenos são reunidos ao A. ou que
onde deveria encontrar, ao que parece, uma in-            coexistem ou se sucedem por A., no sentido
tenção: é isso que se exprime quando se fala              de não serem, de modo algum, vinculados pela
de A." (Évol. créatr, 8a ed., 1911, p. 254).              causaçâo; que não são nem a causa ou o efeito
                                                          um do outro, nem efeitos da mesma causa ou
   2e Por outro lado, seguncio a interpretação            de causas entre as quais subsista uma lei de
objetivista, o A. não é um fenômeno subjetivo,            coincidência, nem efeitos da mesma colocação
mas objetivo, e consiste no entrecruzar-se de             de causas primárias". De modo semelhante,
duas ou mais ordens ou séries diversas de cau-            Ardigò (Opere, III, p. 122) relaciona o A. com a
sas. A mais antiga das interpretações desse tipo          pluralidade e o entrelaçamento de séries cau-
é a de Aristóteles. Aristóteles começa notando            sais distintas. Essa noção, todavia, é objetiva só
que o A. não se verifica nem nas coisas que               entre certos limites, ou melhor, só na aparên-
acontecem sempre do mesmo modo, nem nas                   cia. Dizer que o A. consiste no encontro de
que acontecem quase sempre do mesmo                       duas séries causais diferentes significa que ele
modo, mas entre as que ocorrem por exceção                é um acontecimento causalmente determinado
e sem qualquer uniformidade (Fís., II, 5, 196 b           como todos os outros, mas só mais difícil de
10 ss.). Desse modo, ele atribui corretamente o           ser previsto porque a sua ocorrência não de-
A. à esfera do imprevisível, isto é, do que acon-         pende do curso de uma série causai única. Se-
tece fora do necessário ("o que acontece sem-             gundo essa noção, a determinação causai do A.
pre do mesmo modo") e do uniforme ("o que                 é mais complexa, mas não menos necessitante;
acontece quase sempre do mesmo modo"). As-                a imprevisibilidade, característica fundamental
sim sendo, o A. (ou a sorte) é definido por               do A., deve-se tão-somente a tal complexidade
Aristóteles como "uma causa acidental no âm-
ACATALEPSIA                                             13                                         ACIDENTE


e não é de natureza objetiva. Para que seja de               portanto, suspende o seu assentimento, isto é,
natureza objetiva, tal imprevisibilidade deve ser            não afirma nem nega (SEXTO EMPÍRTCO, Pirr. hyp.,
realmente devida a uma indeterminação efetiva                I, 25).
inerente ao funcionamento da própria causali-                   ACCEDENTIS FALLACIA. A falácia (v.) já
dade.                                                        é identificada por Aristóteles (El. sof, 5, 166 b)
    3Q Essa última alternativa constitui um tercei-          como derivada da identificação de uma coisa
ro conceito do A., conceito que se pode fazer                com um seu acidente ou atributo acidental ("Se
remontar a Hume. Parece que Hume quer re-                    Corisco é diferente de Sócrates, e Sócrates é ho-
duzir o acaso a um fenômeno puramente sub-                   mem, Corisco é diferente de um homem"). Cf.
jetivo, pois diz: "Embora não haja no mundo al-              PEDRO HISPANO, Summ. log., 7, 40 ss.        G. P.
guma coisa como o A., a nossa ignorância da                      ACENTO (gr. rcpoouôía; lat. Accentus; in.
causa real de cada acontecimento exerce a                    Accent; fr. Accent; ai. Prosodie, it. Accento).
mesma influência sobre o intelecto e gera se-                Segundo Aristóteles (Sof. ei, 4, 166 b), seguido
melhante espécie de crença ou de opinião".                   pelos lógicos medievais (cf. PEDRO HISPANO,
Mas, na realidade, se não existe "A." como no-               Summ. log., 7, 31), da acentuação diferente das
ção ou categoria em si, tampouco existe a "cau-              palavras pode derivar, em enunciados escri-
sa" no sentido necessário e absoluto do termo;               tos, uma equivocidade que pode causar paralo-
existe somente a "probabilidade". E é na proba-              gismos.                                     G. P.
bilidade que está fundado o que chamamos A.:                     ACIDENTE (gr. cruu.pefkiKÓÇ; lat. Accidens;
"Parece evidente que, quando a mente procu-                  in. Accident; fr. Accident; ai. Accidenz; it. Ac-
ra prever para descobrir o acontecimento que                 cidentè). Podem-se distinguir três significados
pode resultar do lançamento do dado, consi-                  fundamentais desse termo, quais sejam:
dera-se o aparecimento de cada lado como igual-                  Ia uma determinação ou qualidade casual
mente provável; e essa é a verdadeira natureza               ou fortuita que pode pertencer ou não a deter-
do A.: de igualar inteiramente todos os eventos              minado sujeito, sendo completamente estranha
individuais que compreende" (Inq. Cone. Un-                  à essência necessária (ou substância) deste;
derst., VI). Essa idéia de Hume deveria revelar-                 2B uma determinação ou qualidade que, em-
se extremamente fecunda na filosofia contem-                 bora não pertencendo à essência necessária
porânea. O conceito de que o A. consiste na                  (ou substância) de determinado sujeito e estan-
equivalência de probabilidades que não dão                   do, portanto, fora de sua definição, está vincu-
acesso a uma previsão positiva em um sentido                 lada à sua essência e deriva necessariamente
ou em outro foi enfatizado por Peirce, que tam-              da sua definição;
bém viu sua implicação filosófica fundamental:                   3S uma determinação ou qualidade qualquer
a eliminação do "necessitarismo", isto é, da                 de um sujeito, que pertença ou não à sua es-
doutrina segundo a qual tudo no mundo acon-                  sência necessária.
tece por necessidade (Chance, Love and Logic,                    Os dois primeiros significados do termo fo-
II, 2; trad. it., p. 128 ss.). Desse ponto de vista,         ram elaborados por Aristóteles. "Acidente", diz
o A. torna-se um exemplo particular do juízo                 ele (Top., I, 5, 102 b 3), "não é nem a definição
de probabilidade, mais precisamente, de que a                nem o caráter nem o gênero, mas, apesar dis-
própria probabilidade não tem relevância sufi-               so, pertence ao objeto; ou também, é o que
ciente para permitir prever um evento. Nesse                 pode pertencer e não pertencer a um só e mes-
sentido, o A. foi considerado uma espécie de                 mo objeto, qualquer que seja ele." Como essa
entropia (v.) e o conceito relativo comumente                definição exprime a essência necessária de
é empregado no campo da informação e da ci-                  uma realidade, isto é, a substância (v. DEFINI-
bernética (v.).                                              ÇÃO), o acidente está fora da essência necessá-
   ACATALEPSIA (gr. âKaxa^riv|/ía; in. Aca-                  ria e, portanto, pode pertencer ou não ao ob-
talepsy, fr. Acatalepsie, ai. Akatalepsie, it. Acata-        jeto a que se refere. Todavia, o acidente pode
lessid). É a negação feita por Pirro e pelos ou-             ter uma relação mais ou menos estreita com o
tros céticos antigos da representação com-                   objeto a que se refere, conforme a causa dessa
preensiva ((pavTocaíaKaTocÀT|7rTiKri), isto é, do            relação; por isso, Aristóteles distingue dois sig-
conhecimento que permite compreender e                       nificados, ambos empregados no Organon e
apreender o objeto, que, segundo os Estóicos,                A metafísica: 1- o acidente pode ser casual na
era o verdadeiro conhecimento. A acatalepsia é               medida em que a sua causa é indeterminada:
a atitude de quem declara não compreender e,                 p. ex., um músico pode ser branco, mas como
ACIDENTE                                               14                                         ACIDENTE

isso não acontece por necessidade ou na maior               própria realidade. Talvez esse uso tenha sido
parte dos casos, ser branco, para um músico,                iniciado por Porfírio, que define o aci-
será um "acidente". Da mesma forma, para al-                dente (Isag., V, 4 a, 24): "O que pode ser gera-
guém que cave um buraco a fim de colocar                    do ou desaparecer sem que o sujeito seja
uma planta, encontrar um tesouro é acidental,               destruído". Essa definição, obviamente, refere-
já que a encontrar um tesouro não se segue ne-              se à definição aristotélica do acidente como "o
cessariamente o ato de cavar um buraco, nem                 que pode pertencer e não pertencer a um só e
acontece habitualmente em semelhante cir-                   mesmo objeto". S. Tomás anota corretamente
cunstância. Nesse significado (Mel, V, 30,1.025             (Met., V, 1.143) que, no segundo dos dois signi-
a 14), portanto, acidente é tudo o que acontece             ficados aristotélicos, o acidente se contrapõe à
por acaso, isto é, pela inter-relaçâo e o entrela-          substância. Em virtude dessa contraposição, o
çamento de várias causas, mas sem uma causa                 acidente é "o que está em outra coisa" (S. Th.,
determinada que assegure a sua ocorrência                   III, q. 77, a. 2 ad l e ), isto é, em um sujeito ou
constante ou, pelo menos, relativamente fre-                substrato sem o qual ele, no curso ordinário da
qüente. Mas há também: 2a o acidente não ca-                natureza (isto é, prescindindo da ordem da gra-
sual, ou acidente por si, isto é, aquele caráter            ça que se manifesta no sacramento do altar)
que, embora não pertença à substância, estan-               não pode subsistir (ibid., III, q. 76, a. 1 ad-).
do, pois, fora da definição, pertence ao objeto             Nesse significado, em que o acidente se contra-
em virtude daquilo que o próprio objeto é. P.               põe à substância, porquanto o seu modo de ser
ex., ter ângulos internos iguais a dois retos não           é inerir (inesse) a algum sujeito, em oposição
pertence à essência necessária do triângulo, tal            ao subsistir da substância que não tem neces-
qual é expressa pela definição; por isso, é um              sidade de apoiar-se em outra coisa para existir, o
acidente. Mas é um acidente que pertence                    termo acidente torna-se coextensivo ao de qua-
ao triângulo por acaso, isto é, por uma causa               lidade em geral, sem referência a seu caráter
indeterminável, mas por causa do próprio                    casual e gratuito, que Aristóteles tinha ilustra-
triângulo, quer dizer, por aquilo que o triângu-            do. A terminologia dos escolásticos adere habi-
lo é; e é por isso um acidente eterno (Met., V,             tualmente a este último significado, que destes
30, 1.025 a 31 ss.). Aristóteles ilustra a diferença        passa para os escritores modernos, na medida
do seguinte modo (An.post, 4, 73 b 12 ss.): "Se             em que se valem da linguagem escolástica. To-
relampeja enquanto alguém caminha, isso é                   davia, mais próxima da definição aristotélica
um acidente, já que o relâmpago não é causa-                que do uso escolástico encontra-se a definição
do pelo caminhar... Se, porém, um animal morre              de Stuart Mill, para quem os acidentes são to-
degolado, em virtude de um ferimento, dire-                 dos os atributos de uma coisa que não estão
mos que ele morreu porque foi degolado, e                   compreendidos no significado do nome e não
não que lhe ocorreu, acidentalmente, morrer                 têm vínculo necessário com os atributos
degolado". Em outros termos, o acidente por si              indivisíveis dessa mesma coisa (Logic, I, 7, § 8).
está vinculado causalmente (e não casualmen-                    Locke e os empiristas ingleses, o mais das ve-
te) às determinações necessárias da substân-                zes, usam no lugar da palavra acidente, a pa-
cia, embora não faça parte delas. E embora                  lavra qualidade (v.). Mas a sua insistência na
não haja ciência do acidente casual, porque a               inseparabilidade das qualidades em relação à
ciência é só do que é sempre ou habitualmente               substância, que sem elas se esvai no nada, influi
(Met., X, 8, 1.065 a 4) e porque ela investiga a            no uso posterior da palavra em questão: uso
causa, ao passo que a causa do acidente é in-               que tende a reduzir ou a anular a oposição en-
definida (Fís., II, 4, 196 b 28), o acidente por si         tre acidente e substância e a considerar os aci-
entra no âmbito da ciência, como é indicado                 dentes como a própria manifestação da subs-
pelo próprio exemplo geométrico de que se                   tância. Na verdade esse uso também pode ser
valeu Aristóteles em Met., V, 30, e em numero-              encontrado em Spinoza, se, porém, se admi-
sos textos dos Tópicos.                                     tir que a palavra "modo" que ele emprega é
                                                            sinônimo de acidente; essa sinonímia parece
   Com esse segundo significado aristotélico                ser sugerida pela definição que ele dá de
da palavra pode-se relacionar o terceiro signifi-           "modo" (Et., I, def. 5) como o que está em outra
cado, segundo o qual ela designa, em geral, as              coisa e é concebido por meio dessa outra coisa.
qualidades ou os caracteres de uma realidade                De qualquer forma, a mudança de significado é
(substância) que não podem ficar sem ela, por-              claramente verificável em Kant e Hegel. Kant
que o seu modo de ser é o de "inerir" (ínesse) à
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  • 3.
  • 4.
  • 5. PREFACIO O objetivo deste dicionário é colocar à disposição de todos um repertório das possi- bilidades de filosofar oferecidas pelos conceitos da linguagem filosófica, que vem se cons- tituindo desde o tempo da Grécia antiga até nossos dias. O Dicionário mostra como algumas dessas possibilidades foram desenvolvidas e exploradas à exaustão, ao passo que outras foram insuficientemente elaboradas ou deixadas de lado. Ele apresenta, assim, um balanço do trabalho filosófico do ponto de vista de sua fase atual. Em função desse objetivo foi estabelecida a regra fundamental a que obedeceu a formulação dos verbetes: a de especificar as constantes de significado passíveis de serem demonstradas ou documentadas com citações textuais, mesmo que de doutrinas aparente- mente diferentes. Mas as constantes de significado só podem ser especificadas quando os diferentes significados, compreendidos por um mesmo termo, são claramente reconhecidos e distintos. Essa é a exigência da clareza, considerada fundamental numa obra como esta e que, na verdade, é condição essencial para que a filosofia possa exercer qualquer função de esclarecimento e orientação nos confrontos entre os seres humanos. Numa época em que os conceitos são freqüentemente confusos e equívocos a ponto de se tornarem inutilizáveis, a exigência de uma definição rigorosa dos conceitos e de suas articulações internas adquire importância vital. Espero que o Dicionário que ora apresento ao leitor esteja à altura dessa exigência e contribua para difundi-la, restituindo aos conceitos sua força diretiva e asseguradora. Vejo-me agora na grata obrigação de lembrar aqui as pessoas que me ajudaram na realização deste trabalho. O professor GIULIO PRETI elaborou para mim alguns verbetes de lógica (sendo o principal, justamente, Lógica), todos assinados com as iniciais G. P. Também me ajudou na compilação de alguns outros, que trazem suas iniciais e as minhas. Todos os artigos principais do Dicionário foram discutidos, às vezes longa e minucio- samente, com um grupo restrito de amigos: NORBERTO BOBBIO, EUGÊNIO GARIN, C. A. Viano, Pietro Rossi, Pietro Chiodi. Outros amigos ajudaram-me a encontrar ou confrontar textos de mais difícil acesso. Foram eles GRAZIELLA VESCOVINI FEDERICI, GRAZIELLA GIORDANO, SÉRGIO RUFFINO. Minha mulher, Marian Taylor, me prestou grande ajuda na correção das provas. A todas essas pessoas dirijo meu cordial agradecimento. Mas o trabalho deste Dicionário não teria sido iniciado nem levado a termo sem a ampla ajuda da grande e benemérita casa editora UTET, que agora a publica. A ela expresso, portanto, minha gratidão. NlCOLA ABBAGNANO Turim, 11 de outubro de 1960.
  • 6. VI PREFÁCIO NOTA À SEGUNDA EDIÇÃO ITALIANA Esta segunda edição, inteiramente revista, contém 22 verbetes novos: Artefato; Asserção; Autômato; Casamento; Classe, consciência de, Deus, morte de, Diacrônico, Sincrônico; Doxologia; Ensomatose; Futurologia; Iluminismo; Ocorrência; Performativo; Poiético; Praxiologia; Previsão-, Psicodélico; Recusa, grande, Tábuas de verdade, Teleonomia; Ler, Tra- balho. Foram inteiramente refeitos os verbetes: Condicional; Conseqüência; Entimema; Implicação-, Matrizes, método das; Panteísmo; Tecnocracia. N.A. Turim, 20 de abril de 1971.
  • 7. OBSERVAÇÕES 1. — O Dicionário contém apenas termos, não nomes próprios. No entanto, contém termos como Platonísmo, Aristotelismo, Criticismo, Idealismo, etc, que se referem à dou- trina de um filósofo ou de uma escola, ou a aspectos ou linhas comuns a várias doutrinas. Mas esses verbetes limitam-se a expor os pontos principais das doutrinas ou linhas em questão com a maior brevidade possível, dado que as opiniões dos filósofos a que se referem são amplamente citadas em todos os verbetes principais. 2. — Foram incluídos artigos dedicados não apenas às simples disciplinas filosóficas (Metafísica, Ontologia, Gnosiologia, Metodologia, Ética, Estética, etc), mas também a discipli- nas científicas de caráter ou fundamento teórico (Matemática, Geometria, Economia, Física, Psicologia, etc), em cuja abordagem os verbetes do Dicionário limitam-se a distinguir as diversas fases conceituais pelas quais a disciplina passou ou as diversas linhas que ela oferece como alternativas de pesquisa ou de interpretação. 3. — Para os termos que se referem a conceitos complexos ou problemáticos, ou que tiveram ou têm interpretações diversas, foi adotado o seguinte procedimento: A) Demos de início, quando possível, o significado geral ou generalizado ao qual podem ser reduzidos todos os significados encontráveis, ou a maioria deles; E) distinguimos e agrupamos em poucas categorias estes últimos significados; O cada categoria de significado foi ilustrada com citações de textos. Tivemos o cuidado de fazer com que os significados fundamentais fossem distinguidos e formulados de modo que incluíssem o maior número possível de significados encontráveis. 4. — O Dicionário tem, como qualquer outro Dicionário lingüístico, uma base essen- cialmente histórica: isso mostra quais foram e quais são os usos de um termo na linguagem filosófica ocidental e também, se for o caso, relaciona-os com seu uso na linguagem comum. As ambigüidades de significado foram cuidadosamente registradas. Quando foi possível fazê-lo sem demasiado arbítrio, indicamos o modo de evitar tais ambigüidades. 5. — Foram utilizadas abreviações para os títulos das obras citadas com maior freqüên- cia (ver a lista apresentada nas páginas seguintes). Para as obras clássicas, utilizamos os sistemas de citação adotados correntemente pelos estudiosos. Sempre que possível, indica- mos, das obras citadas, a parte ou volume, o capítulo e o parágrafo, além da página, para tornar a citação independente das diversas edições ou traduções existentes. 6. — Os verbetes assinados pelas iniciais G. P. são da autoria do professor Giulio Preti, da Universidade de Florença.
  • 8. LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS Aristóteles (384-322 a.C.) Boécio (c. 480-c. 526) An.post. = Analayticaposteriora, ed. Ross, 1949- Phil. cons. = Phüosophiae consolationís libri V, 524. An. pr. = Analyticapriora, ed. Ross, 1949- Cat. = Categoriae, ed. Minio-Paluello, 1949. Campanella (1568-1639) De cael. = De caelo, ed. Allan, 1936. Phil. rat. = Philosophia rationalis, 1638. Degen. an. = De generatione animalium, ed. Cícero (106-43 a.C.) Bekker, 1831. Acad. = Academicontm reliquiae cum Lucullo, Depart. an. = departibusanimalum, ed. Becker, ed. Plasberg, 1923. 1831. De divin. = De divinatione, ed. Plasberg e Ax, El. sof. = De sohphisticis elenchis, ed. Bekker, 1965. 1831. De finibus = De finibus bonorum et malorum, Et. eud. = Ethica eudemia, ed. Susemihl, 1879. ed. Shiche, 1915. Et. nic. = Ethica nicomachea, ed. Bywather 1957. De leg. = De legibus, ed. Mueller, 1897. Eis. = Physícorum Hhri VIII, ed. Ross, 1950. De nat. deor. = De natura deorum, ed. Plasberg Met. = Metaphysica, ed. Ross, 1924. 1933. Poet. = De arte poética, ed. Bywather, 1953. De off. = De officis, ed. Atzert, 1932. Pol. = Política, ed. Newman, 1887-1902. De rep. = De republica, ed. Castiglioni, 1947. Ret. = Rethorica, ed. Bekker, 1831. Top. = Tópica, ed. Klotz, 1883. Top. = Topicorum libri VIII, ed. Bekker, 1831. Tusc. = Tusculanae disputationes, ed. Pohlenz, 1938. Arnauld (1612-1694) log. = La logíque ou l'art depenser, 1662, in Descartes (1596-1650) CEuvres Phüosophiques, 1893. Discours = Discours de Ia mêthode, 1637. Aulo Géllio (c. 122-c. 180) Méd. = Méditations touchant Iapremièrephilo- Noct. Att. = Noctes Attícae, ed. Hertz e Hosius, sophie, 1641. Pass. de Vârne = Passions de Vâme, 1649. 1903. Princ.phil. = Principia philosophiae, 1644. Bacon (1561-1626) Nov. Org. = Novum Organum, 1620. Diels (1848-1922) Deaugtn. scient. = De augmentis scientiarum, DIELS = Die Fragmente der Vorsokratiker, 5a 1623. ed., 1934. A letra A refere-se aos testemu- nhos, a letra B aos fragmentos; o número Bergson (1859-1941) é sempre o que foi dado por Diels em sua Évol. créatr. = Évolution créatrice, 1907, 8a ed., classificação. 1911. Deux sources = Deux sources de Ia morale et de Diógenes Laércio (séc. III d.C.) Ia religion, 1932; trad. it. M. Vinciguerra, DIOG. L. = Vitae etplacíta philosophorum, ed. Milano, 1947. Cobet, 1878.
  • 9. LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS DunsScot (1265-1308) Inq. Cone. Underst. = Inquiry Concerning Rep. Par. = Reportata Parisiensía, in Opera, ed. Human Understanding, 1748. Wadding, vol. Xi, 1639- Treatise = A Treatise of Human Nature, 1738; Op. Ox. = Opus Oxoniense, nelle Opere, ed. de ed. Selby-Bigge, 1888. L. Wadding, vol. V-X. As partes desta obra publicadas sob o título de Ordinatio nos Husserl (1859-1938) quatro primeiros volumes da Opera omnia, ldeen, I, II, III = Ideen zu einer reinen em ed. org. pela Commissione Vaticana em Phãnomenologie u ndphãnomenologischen 1950, foram citadas no texto seguido nesta Philosophie, I, II, III, 1950, 1951, 1952. última edição. Cart.Med.= Cartesianische Meditationen, 1950. Krisis - Die Krisis der europãischen Wissens- Fichte (1762-1814) chaften unddie transzendentalePhãnome- Wissenschaftslehre = Grundlagedergesammten nologie, 1954. Wissenschaftslehre, 1794, in Werke, org. pelo filho I. H."Fichte, 8 vols., 1845-46. Jaspers (1883-1969) Também as outras obras de Fichte são cita- das (salvo advertência em contrário) por essa Phil. = Philosophie, 3 vols., 1932; 3a ed., 1956. edição ou pela das Machgelassene Werke, org. também pelo filho, 1834-35 (citadas no Kant (1724-1804) texto como Werke, IX, X, XI). Antr. = Anthropologie inpragmatischerHinsicht, 1798. Ficino (1433-1499) Crít do JUÍZO = Kritik der Urteilskraft, 1790. Theol. Plat. = Theologia Platônica, in Opera, 1561. Crít. R. Prática Kritik derpraktischen Vernunft, In Conv. Plat. de Am. Comm. = In Convivium 1787. PlatonisdeAmore Commentarium, íbidem. Crít. R. Pura = Kritik der reinen Vernunft, Ia ed., 1781; 2a ed., 1787. As citações referem- Fílon (c. 20 a.C.-c. 50 d.C.) se à 2- ed., salvo indicação em contrário. Ali. leg. =Allegoria legis, ed. Colson e Whitaker, Met. derSitten = Metaphysik der Sitten, 1797. 1929-62. Prol. = Prolegomena zu einer jeden künftigen Metaphysik, die ais Wissenschaft wird auf- Hegel (1770-1831) treten kónnen, 1783- Ene. = Encyklopãdie derphilosophischen Wis- Religion = Die Religion innerhalb der Grenzen senschaften im Grundrisse, 2- ed., 1827; ed. der blossen Vernunft, 1793. Lasson, 1950. Nas citações desta obra tam- Às vezes são indicadas entre colchetes as bém foi consultada a versão italiana de B. páginas segundo a edição da Academia Croce, Bari, 1906. Prussiana. Nesse caso, no que diz respeito à Fil. do dir. = Grundlinien der Philosophie des Crítica da Razão Pura, indica-se com A a 1 - Rechts, 1821. edição e com B a segunda, Phãnomen. des Geistes = Phãnomenologie des Geistes, 1807. Kierkegaard (1813-1855) Quando não é dada outra indicação, as obras Werke = Gesammelte Werke, trad. ted. E. Hirsch, de Hegel são citadas na edição original: 1957 ss. Werke, Volstãndige Ausgabe, 1832-45. Leibniz (1646-1716) Hobbes (1588-1679) Disc. demét. = Discoursdemétaphysique, 1686, Decorp. = De corpore, 1655. De bom. = De homine, 1658 ed. Lestienée, 1929. Leviath. = Leviathan, 1651. Monad. = Monadologie, 1714. Nouv. ess. = Nouveaux essaissur 1'entendement Hume (1711-1776) humain, 1703. Inq. Cone. Morais = Inquiry Concerning the Théod. = Essais de Théodicée sur Ia bonté de Principies ofMorais, 1752; ed. Greene Grose, Dieu, Ia liberte de Vhomme et Vorígine du 1879; nova ed., 1912. mal, 1710.
  • 10. LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS XI As duas obras precedentes e muitos outros Ap, = Apologia Socratis. escritos de Leibniz são citados de Opera Carm. = Charmides. Phüosophica, ed. Erdmann, 1840. Também Conv. = Symposium. são citadas as duas coletâneas: Mathematische Crat. = Cratylus. Schriften, ed. Gerhardt, 7 vols., 1849-63; Crit. = Crito. Philosophische Schriften, ed. Gerhardt, 7 vols., Critia = Critias. 1875-90. Def. = Definitiones. Ep, = Epistulae. Locke (1632-1704) Eutid. = Euthydemus. Saggio = An Essay conceming Human Un- Eed. = Phaedo. EU. = Philebus. derstanding, 1690; ed. Fraser, 1894; trad. it. Gorg. = Gorgias. C. Pellízzí, Bari, 1951. lon. = Lone. Lach. = Laches. Lucrécio (c. 96-c. 53 a.C.) Leggi = Leges. Derer. nat. =Dererum natura, ed. Bailey, 1947. Men. = Menon. Parm. = Parmenides. MillJ. S. (1806-1873) Pol. = Politicus. Logic = System of Logic Ratiocinative and Prot. = Protagoras. Inductive, 1843. Rep. = Respublica, ed. Chambry, 1932. Sof. = Sophista. Nicolau de Cusa (1401-1464) Teet. = feaethetus. De docta ignor. = De docta ignorantia, 1440. Tim. = Timaeus. Os textos são citados na edição de Burnet, Ockham (c. 1280-c. 1349) 1899-1906. In Sent. = Quaestiones in LVlibros Sententiarum, 1495. Plotino (205-270) Enn. = Enneades, ed. Bréhier, 1924. Orígenes (c. 185-c. 253) Deprinc. = De principiis. Santo Agostinho (354-430) Injohann. = Lnjobannem. De civ. Dei = De civitate Dei. Conf. = Confessionum libri XIII. Pascal (1623-1662) Pensées (os números referem-se à ordem da Santo Tomás de Aquino (1225-1274) ed. Brunschvicg). S. Th. = Summa Theologiae, ed. Caramello, P. G. = MIGNE, Patrologia graeca, o primeiro Torino, 1950. Contra Gent. = Summa contra Gentiles, Torino, número indica o volume. 1938. P. L. = MIGNE, Patrologia latina, o primeiro nú- De ver. = Quaestiones disputatae de veritate, mero indica o volume. Torino, 1931. Pedro Hispano (Papa João XXI, c. 1220-1277) Scheler (1874-1928) Summ. log. = Summulae logicales, ed. Bo- Formalismus = Formalismus in der Ethik und nhenski, 1947 die materiale Wertethik, 1913-16. Sympatbie= Wesen undFormen der Sympathie Peirce 1839-1914) 1923; trad. franc. Lefebvre, 1928. Coll. Pap, = Collected Papers, vols. I-VI, ed. Hartshorne e Weiss, 1931-35; vols. VII-VIII, Schelling (1775-1854) ed. Burks, 1958. Werke = Sãmmtliche Werke, organizada pelo filho K. F. A. Schelling: I série (obras já edita- Platão (c. 427-c. 347 a.C.) das), 10 vols.; II série (obras inéditas), 4 Ale, I, II = Alcibiades, I, II. vols., 1.856 ss.
  • 11. XII LISTA DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS Schopenhauer (1788-1860) Stobeo (séc. V) Die Welt = Die Welt ais Wille und Vorstellung, Ed. = Eclogaephysicaeetethicae, ed. Wachsmuth 1819; 2a ed., 1844; trad. it. P. Savi-Lopez e e Hense, 1884-1923. G. De Lorenzo, Bari, 1914-30. Spinoza Et. = Ethica more geométrico demonstrata, 1677, Scotus Erigena (séc. D0 in Opera, ed. Wachsmuth e Hense, 1884-1923. De divis, nat. = De divisione naturae, nella P. L, 122. Telésio (1509-1588) De rer. nat. = De rerum natura iuxta própria principia, I-II, 1565; III-IX, 1586; ed. Spam- Sêneca (12 a.C-65 d.C.) panato, 1910-23. Ep. = Epistulae moralesadLucilium, ed. Beltrami, 1931; trad. it. U. Boella, Torino, 1951. Wittgenstein (1889-1951) Tractatus= Tractatns logicophilosophicus, 1922. Sexto Empírico (180-220.) Adv. math. = Adversus mathematicos, ed. Mau, Wolff (1679-1754) 1954. Cosm. = Cosmologia generalis, 1731- Pirr. hyp. = Pirroneion hypotyposeon libri três, Log. = Philosophia rationalis, siveLógica, 1728. ed. Mutschmann, 1912. Ont. = Philosophia prima sive Ontologia, 1729. Outras abreviaturas não estão registradas acima porque ou são de uso corrente entre os estudiosos, ou são de compreensão imediata, como Ap., para Apêndice; Fil. para Filosofia; Phil. para Philosophie ou Philosophy; Intr. para Introdução; Schol. para scholium; etc.
  • 12. A A. 1. Foi Aristóteles quem usou pela primei- § 1). Durante muito tempo essa fórmula expri- ra vez, particularmente em Analíticos, as pri- miu o princípio de identidade e, ao mesmo meiras letras maiúsculas do alfabeto, A, B, F, tempo, constituiu um tipo de verdade absoluta- para indicar os três termos de um silogismo. mente indubitável. Diz Boutroux: "O princípio Todavia, como na sua sintaxe o predicado é de identidade pode ser assim expresso: A é A. posto antes do sujeito (A vnáp%ti tco B, "A é Não digo o Ser, mas simplesmente A, isto é, inerente [ou pertence] a B"), em geral em Ana- qualquer coisa, absolutamente qualquer, susce- líticos os sujeitos são B e L. Na Lógica da Idade tível de ser concebida, etc." (De 1'idée de loi Moderna, com o costume de se escrever "A est naturelle, 1895, p. 12). B", A tornou-se normalmente o símbolo do 5. No simbolismo de Lukasiewicz a letra "A" sujeito. é usada como o símbolo da disjunção para a 2. A partir dos tratadistas escolásticos (ao qual se emprega mais comumente o símbolo que parece, de Introductiones de Guilherme "V" (cf. A. CHURCH, Introduction to Mathema- de Shyreswood, séc. XIII), a letra A é usada na tical Logic, nota 91). Lógica formal "aristotélica" como símbolo da ABALIEDADE. V. ASF.IDADE. proposição universal afirmativa (v.), segundo os conhecidos versos que chegaram até nós em ABDERITISMO (ai. Abderitismus). Assim várias redações. Nas Summulae de Pedro His- Kant designou a concepção que considera que pano (ed. Bochenski, 1. 21), lê-se: a história não está em progresso nem em re- A affirmat, negat E, sed universaliter gresso, mas sempre no mesmo estado. Deste ambae, ponto de vista, a história humana não teria I affirmat, negat O, sed particulariter mais significado do que a de qualquer espécie ambae. animal; seria apenas mais penosa (Se o gênero 3. Na lógica modal tradicional, a letra A de- humano esta em constante progresso para o signa a proposição modal que consiste na melhor, 1798). afirmação do modo e na afirmação da propo- ABDUÇÃO (gr. ànayorfí]; lat. Keductio; in. sição. P. ex.: "É possível que p" onde p é uma Abduction; fr. Abduction; ai. Abduction; it. proposição afirmativa qualquer (ARNAULD, Log., Abduzioné). É um processo de prova indireta, II, 8). semidemonstrativa (teorizado por Aristóteles 4. Na fórmula "A é A" ou "A=A", que come- em Top., VIII, 5, 159 b 8, e 160 a 11 ss.; An.pr, çou a ser usada com Leibniz como tipo das ver- II, 25, 69 a 20 ss.), em que a premissa maior é dades idênticas e foi adotada depois por Wolff evidente, porém a menor é só provável ou de e por Kant como expressão do chamado prin- qualquer forma mais facilmente aceita pelo cípio de identidade (v.), A significa um objeto interlocutor do que a conclusão que se quer ou um conceito qualquer. Fichte dizia: "Todos demonstrar. Embora se trate de um processo concordam que a proposição A é A (assim mais dialético do que apodítico, já fora admiti- como A=A porque este é o significado da có- do por Platão (cf. Men., 86 ss.) para a matemá- pula lógica) e, de fato, não é preciso pensar tica, e também será sancionado como um dos muito para reconhecê-la como plenamente cer- métodos de demonstração matemática por ta e indubitável" (Wissenschaftslehre, 1794, Proclo (In Eucl, 212, 24).
  • 13. ABERTO ABSOLUTISMO Peirce introduziu o termo abduction (ou mim, salvá-la-á". Por isso nos Evangelhos, a retroductíon) para indicar o primeiro momento noção de abnegação não é uma noção de mo- do processo indutivo, o da escolha de uma ral ascética, mas exprime o ato da renovação hipótese que possa servir para explicar determi- cristã, pelo qual da negação do homem velho nados fatos empíricos (Coll. Pap., 2.643). nasce o homem novo ou espiritual. ABERTO (in. Open; fr. Oiwert; it. Aperto). ABSOLUTISMO (in. Absolutisni; fr. Absolu- Adjetivo empregado freqüentemente em sen- tisme, ai. Absolutismus; it. Assolutismo). Termo tido metafórico na linguagem comum e filo- cunhado na primeira metade do séc. XVIII para sófica para indicar atitudes ou instituições que indicar toda doutrina que defenda o "poder ab- admitem a possibilidade de participação ou co- soluto" ou a "soberania absoluta" do Estado. No municação ampla ou até mesmo universal. Um seu sentido político original, esse termo agora "espírito aberto" é um espírito acessível a su- designa: le o A. utopista de Platão em Repú- gestões, conselhos, críticas que lhe vêm dos blica; 2- o A. papal afirmado por Gregório VII outros ou da própria situação e que está dis- e por Bonifácio VIII, que reivindica para o Papa, posto a levar em conta, isto é, sem preconcei- como representante de Deus sobre a Terra, a tos, tais sugestões. Uma "sociedade aberta" é plenitudopotestatis, isto é, a soberania absoluta uma sociedade que possibilita a correção de sobre todos os homens, inclusive os príncipes, suas instituições por vias pacíficas (K. POPPER, os reis e o imperador; 3Q o A. monárquico do The Open Society and it Enemies, Londres, séc. XVI, cujo defensor é Hobbes; 4B o A. demo- 1945). Bergson deu o nome de sociedade aber- crático, teorizado por Rousseau no Contrato so- ta àquela que "abraça a humanidade inteira" cial, por Marx e pelos escritores marxistas como (Deux sources, 1932,1; trad. ital., p. 28). C. Morris "ditadura do proletariado". Todas essas formas falou de um "eu aberto" (The Open Self, 1948), do A. defendem igualmente, embora com moti- A. Capitini de uma "religião aberta" (Religione vos ou fundamentos vários, a exigência de que aperta, 1955). o poder estatal seja exercido sem limitações ou AB ESSE AD POSSE. É uma das consequen- restrições. A exigência oposta, própria do libe- tiaeformales (v. CONSEQÜÊNCIA) da Lógica Esco- ralismo (v.), é a que prescreve limites e restri- lástica; ab esse ad posse valet (tenef) con- ções para o poder estatal. sequentia, ou, com maior rigor, ab Ma de inesse No uso filosófico corrente, esse termo não valet (tenet) Ma depossibili; isto é: de "'p' é ver- se restringe mais a indicar determinada doutri- dadeira" segue-se que "'p' é possível". G. P. na política, mas estende-se à designação de AB INVTDIA. Assim Wolff denomina "as ra- toda e qualquer pretensão doutrinai ou prática zões com as quais se provoca ódio contra as ao absoluto, em qualquer campo que seja con- opiniões dos outros" (Log., § 1.049). É o assunto siderado. Diz, p. ex., Reiehenbach (The Theory preferido pelos "perseguidores", isto é, por of Probabílíty, p. 378): "Devemos renunciar a aqueles "que, com o pretexto de defender a todos os resíduos do A. para compreender o verdade, procuram levar os adversários ao pe- significado da interpretação, em termos de fre- rigo de perderem a fama, a fortuna ou a vida" qüência, de uma asserção de probabilidade em (Ibid., § 1.051). torno de um caso individual. Não há lugar para ABISSAL, PSICOLOGIA. V. PSICOLOGIA, E. o A. na teoria das asserções de probabilidade ABNEGAÇÃO (gr. à7rápvr|Oiç; lat. Abnega- referentes à realidade física. Tais asserções são tio-, in. Self-denial; fr. Abnégation; ai. Verleu- usadas como regras de conduta, como regras gnung- it. Abnegacione). É a negação de si que determinam a conduta mais eficaz em mesmo e a disposição de pôr-se a serviço dos dado estágio do conhecimento. Quem quiser outros ou de Deus, com o sacrifício dos pró- encontrar algo a mais nessas asserções des- prios interesses. Assim é descrita essa noção no cobrirá no fim que perseguiu uma quimera". O A. Evangelho (Mat., XVI, 24; Luc, IX, 23): "Se al- filosófico não é tanto de quem fala do Absoluto guém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, ou de quem lhe reconhece a existência, mas de e tome cada dia a sua cruz". Essa negação de si quem afirma que o próprio absoluto apoia suas mesmo, porém, não é a perda de si mesmo, palavras e lhes dá a garantia incondicional de ve- mas, antes, o reencontro do verdadeiro "si racidade. Nesse sentido, o protótipo do A. mesmo", como se explica no versículo seguin- doutrinai é o Idealismo romântico, segundo o te: "pois quem quiser conservar a sua vida, qual, na filosofia, não é o filósofo como ho- perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por mem que se manifesta e fala, mas o próprio
  • 14. ABSOLUTO ABSOLUTO Absoluto que chega à sua consciência e se ma- A grande voga filosófica desse termo deve- nifesta. se ao Romantismo. Fichte fala de uma "dedu- ABSOLUTO (in. Absolute; fr. Absolu; ai. ção A.", de "atividade A.", de "saber A.", de "re- Absoluto; it. Assoluto). O termo latino absolutas flexão A.", de "Eu A.", para indicar, com esta (desligado de, destacado de, isto é, livre de última expressão, o Eu infinito, criador do toda relação, independente) provavelmente mundo. E na segunda fase de sua filosofia, corresponde ao significado do termo grego quando procura interpretar o Eu como Deus, kath' auto (ou por si) a propósito do qual diz usa a palavra de modo tão abusivo que beira o Aristóteles: "Por si mesmo e enquanto ele mes- ridículo: "O A. é absolutamente aquilo que é, mo ésignificam a mesma coisa; p. ex.: o ponto repousa sobre si e em si mesmo absolutamen- e a noção de reta pertencem à linha por si por- te", "Ele é o que é absolutamente porque é por que pertencem à linha enquanto linha" (An. si mesmo... porque junto ao A. não permanece post., I, 4, 73 b 30 ss.). Nesse sentido, essa nada de estranho, mas esvai-se tudo o que não palavra qualificaria uma determinação que per- é o A." (Wissenschaftslehre, 1801, §§ 5 e 8; tence a uma coisa pela própria substância ou Werke, II, pp. 12, 16). A mesma exageração essência da coisa, portanto, intrinsecamente. dessa palavra acha-se em Schelling, que, assim Esse é um dos dois significados da palavra dis- como Fichte da segunda maneira, emprega, tinguidos por Kant, o que ele considera mais além disso, o substantivo "A." para designar o difundido, mas menos preciso. Nesse sentido, princípio infinito da realidade, isto é, Deus. O "absolutamente possível" significa possível "em mesmo uso da palavra reaparece em Hegel, si mesmo" ou "intrinsecamente" possível. Des- para quem, como para Fichte e Schelling, o A. se significado Kant distingue o outro, que con- é, ao mesmo tempo, o objeto e o sujeito da sidera preferível, segundo o qual essa palavra filosofia e, embora definido de várias formas, significaria "sob qualquer relação"; nesse caso, permanece caracterizado pela sua infinida- "absolutamente possível" significaria possível de positiva no sentido de estar além de to- sob todos os aspectos ou sob todas as relações da realidade finita e de compreender em si (Crít. R. Pura, Dial. transe, Conceitos da razão toda realidade finita. O princípio formulado na pura, seç. II). Fenomenologia (Pref.) de que "o A. é essen- Esses dois significados se mantêm ainda no cialmente o resultado" e de que "só no fim está uso genérico dessa palavra, mas o segundo o que é em verdade" leva Hegel a chamar de prevalece, talvez por ser menos dogmático e Espírito A. os graus últimos da realidade, aque- não fazer apelo ao misterioso em si ou à natu- les em que ela se revela a si mesma como reza intrínseca das coisas. P. ex., dizer "Isto é Princípio autoconsciente infinito na religião, na absolutamente verdadeiro" pode eqüivaler a arte e na filosofia. O Romantismo fixou assim o dizer "Esta proposição contém em si mesma uso dessa palavra tanto como adjetivo quanto uma garantia de verdade"; rna.s pode também como substantivo. Segundo esse uso, a pala- querer dizer "Esta proposição foi amplamente vra significa "sem restrições", "sem limitações", verificada e nada há ainda que possa provar "sem condições"; e como substantivo significa que ela é falsa"; este segundo significado é a Realidade que é desprovida de limites ou menos dogmático do que o primeiro. Assim, condições, a Realidade Suprema, o "Espírito" responder "Absolutamente não" a uma pergunta ou "Deus". Já Leibniz dissera: "O verdadeiro in- ou a um pedido significa simplesmente avisar finito, a rigor, nada mais é que o A." (Nouv. ess., que este "não" está solidamente apoiado por II, 17, § 1). E na realidade esse termo pode ser boas razões e será mantido. Esses usos comuns considerado sinônimo de "Infinito" (v.). Em vis- do termo correspondem ao uso filosófico que, ta da posição central que a noção de infinito genericamente, é o de "sem limites", "sem res- ocupa no Romantismo (v.), entende-se por que trições", e portanto "ilimitado" ou "infinito". esse sinônimo foi acolhido e muito utilizado no Muito provavelmente a difusão dessa palavra, período romântico. Na França, essa palavra foi que tem início no séc. XVIII (embora tenha importada por Cousin, cujos vínculos com o sido Nicolau de Cusa que definiu Deus como o Romantismo alemão são conhecidos. Na In- A., De docta ignor, II, 9), é devida à lingua- glaterra, foi introduzida por William Hamilton, gem política e a expressões como "poder A.", cujo primeiro livro foi um estudo sobre a Filo- "monarquia A.", etc, nas quais a palavra signi- sofia de Cousin (1829); e essa noção tornou-se fica claramente "sem restrições" ou "ilimitado". a base das discussões sobre a cognoscibilida-
  • 15. ABSORÇÃO, LEI DE ABSTRAÇÃO de de A., iniciadas por Hamilton e Mansel e it. Astrazionè). É a operação mediante a qual continuadas pelo evolucionismo positivista alguma coisa é escolhida como objeto de per- (Spencer, etc), que, assim como esses dois cepção, atenção, observação, consideração, pensadores, afirmou a existência e, ao mesmo pesquisa, estudo, etc, e isolada de outras coi- tempo, a incognoscibilidade do Absoluto. Na sas com que está em uma relação qualquer. A filosofia contemporânea, essa palavra foi am- A. tem dois aspectos: l2 isolar a coisa previa- plamente usada pela corrente que estava mais mente escolhida das demais com que está rela- estreitamente ligada ao Idealismo romântico, cionada (o abstrair de); 2- assumir como objeto isto é, pelo Idealismo anglo-americano (Green, específico de consideração o que foi assim iso- Bradley, Royce) e italiano (Gentile, Croce), lado (A. seletiva ou prescindente). Esses dois para designar a Consciência infinita ou o Espíri- significados já foram distinguidos por Kant to infinito. (Logik, § 6), que, porém, pretendia reduzir a A. Essa palavra permanece, portanto, ligada a somente à primeira dessas formas. uma fase determinada do pensamento filosófi- A A. é inerente a qualquer procedimento co, mais precisamente à concepção romântica cognoscitivo e pode servir para descrever todo do Infinito, que compreende e resolve em si processo desse gênero. Com tal finalidade foi toda realidade finita e não é, por isso, limitado utilizada desde a Antigüidade. Aristóteles expli- ou condicionado por nada, nada tendo fora de ca com a A. a formação das ciências teoréticas, si que possa limitá-lo ou condicioná-lo. No seu isto é, da matemática, da física e da filosofia uso comum, assim como no filosófico, esse pura. "O matemático", diz ele, "despoja as coi- termo continua significando o estado daquilo sas de todas as qualidades sensíveis (peso, le- que, a qualquer título, é desprovido de condi- veza, dureza, etc.) e as reduz à quantidade ções e de limites, ou (como substantivo) aquilo que se realiza a si mesmo de modo necessário e descontínua e contínua; o físico prescinde de infalível. todas as determinações do ser que não se redu- zam ao movimento. Analogamente, o filósofo ABSORÇÃO, LEI DE (in. Law of absorption; despoja o ser de todas as determinações parti- fr. Loi d'absorption; it. Leggi di assorbimen- culares (quantidade, movimento, etc.) e limita- to). Com esse nome designam-se na Lógica se a considerá-lo só enquanto ser" (Met., XI, 3, contemporânea os dois teoremas da álgebra das proposições: 1.061 a 28 ss.). O processo todo do conhecer pode ser, segundo Aristóteles, descrito com a A.: "O conhecimento sensível consiste em assu- prpq = p; p(.prq)=p, mir as formas sensíveis sem a matéria assim como a cera assume a marca do sinete sem o e os dois teoremas correspondentes da álge- ferro ou o ouro de que ele é composto" (De bra das classes: an., II, 12, 424 a 18). E o conhecimento intelec- tual recebe as formas inteligíveis abstraindo-as a xab =a; a (arb) = a. das formas sensíveis em que estão presentes (ibid., III, 7, 431 ss.). S. Tomás reduz o conheci- A A. é, nessas expressões, a possibilidade mento intelectual à operação de A.: abstrair a lógica de substituir-sep porpvpq ou porp(/>r) forma da matéria individual e assim extrair o q) nas primeiras expressões; ou a por a r ab universal do particular, a espécie inteligível das ou por a(ar b) nas segundas expressões. (Cf. imagens singulares. Assim como podemos con- CHURCH, Intr. toMathematicalLogic, 15, 8). Fora siderar a cor de um fruto prescindindo do fruto, da linguagem da lógica, essa lei significa que, sem por isso afirmar que ela existe separada- se um conceito implica outro, ele absorve este mente do fruto, também podemos conhecer as outro, no sentido de que a asserção simultânea formas ou as espécies universais do homem, dos dois eqüivale à asserção do primeiro e do cavalo, da pedra, etc, prescindindo dos pode ser, portanto, substituída pela asserção princípios individuais a que estão unidas, mas deste toda vez que ela reapareça. Cf. TAU- sem afirmar que existem separadamente des- TOLOGIA. tes. A A., por isso, não falsifica a realidade, mas ABSTRAÇÃO (gr. àípccípeaiç; lat. Abstractia, só possibilita a consideração separada da for- in. Abstraction; fr. Abstraction; ai. Abstraktion; ma e, com isso, o conhecimento intelectual hu-
  • 16. ABSTRAÇÃO ABSTRAÇÃO mano (S. Th., I, q. 85, a. 1). Esses conceitos, ou análises, todavia, não negam a A., mas a sua conceitos afins, repetem-se em toda a Es- noção psicológica em favor do seu conceito ló- colástica. A Lógica de Port-Royal (I, 4) resumiu gico-simbólico. A A. não é o ato pelo qual o es- muito bem o pensamento da Escolástica e a es- pírito pensa certas idéias separadamente de treita conexão do processo abstrativo com a outras; é, antes, a função simbólica de certas natureza do homem, dizendo: "A limitação da representações particulares. Kant, porém, su- nossa mente faz que não possamos compreen- blinha a importância da A. no sentido tradicio- der as coisas compostas senão considerando-as nal, pondo-a ao lado da atenção como um dos nas suas partes e contemplando as faces diver- atos ordinários do espírito e sublinhando a sua sas com que elas se nos apresentam: isto é o função de separar uma representação, de que que geralmente se costuma chamar conhecer se está consciente, das outras com que ela está por A.". ligada na consciência. Embora ele exemplifique Locke foi o primeiro a evidenciar a estreita de modo curioso a importância desse ato ("Mui- conexão entre o processo de A. e a função sim- tos homens são infelizes porque não sabem bólica da linguagem. "Mediante a A.", diz ele, abstrair". "Um celibatário poderia fazer bom "as idéias extraídas de seres particulares tor- casamento se soubesse abstrair a partir de uma nam-se representantes gerais de todos os obje- verruga do rosto ou a partir da falta de um tos da mesma espécie e os seus nomes tornam- dente de sua amada" [Antr., § 31), é claro que o se nomes gerais, aplicáveis a tudo o que existe procedimento todo de Kant, que tem por fim e está conforme com tais idéias abstratas... As- isolar (isolieren) os elementos do conhecimento, sim, observando-se hoje no gesso ou na neve apriori, ou da atividade humana, em geral, é a mesma cor que ontem foi observada no leite, um procedimento abstrativo. Diz ele, por ex.: considera-se só esse aspecto e faz-se com ele a "Em uma lógica transcendental, nós isolamos o representação de todas as outras idéias da mes- intelecto (como acima, na Estética transcen- ma espécie; e dando-se o nome 'brancura', dental, a sensibilidade) e extraímos de todo o com este som significa-se a mesma qualidade, nosso conhecimento só a parte do pensamen- onde quer que ela venha a ser imaginada ou to que tem origem unicamente no intelecto" encontrada; e assim são compostos os univer- (Crít. R. Pura, Div. da Lóg. transcend.). sais, quer se trate de idéias, quer se trate de Com Hegel, assiste-se ao estranho fenômeno termos" (Ensaio, II, 11, § 9). Baseando-se nes- da supervalorização da A. e da desvalorização sas observações de Locke, Berkeley chegou à do abstrato. Hegel opõe-se à opinião de que negação da idéia abstrata e da própria função abstrair significa somente extrair do concreto, da abstração. Nega, em outros termos, que o para proveito subjetivo, esta ou aquela nota que homem possa abstrair a idéia da cor das cores, constitua o conceito, entre outras que todavia a idéia do homem dos homens, etc. Não há, de permaneceriam reais e válidas fora do conceito, fato, a idéia de um homem que não tenha ne- na própria realidade. "O pensamento abs- nhuma característica particular, assim como traente", diz ele, "não pode ser considerado não há, na realidade, um homem desse gênero. como pôr à parte a matéria sensível que não As idéias gerais não são idéias desprovidas de seria prejudicada por isso em sua realidade; é, caráter particular (isto é, "abstratas"), mas idéias antes, superar e reduzir essa matéria, que é sim- particulares assumidas como signos de um gru- ples fenômeno, ao essencial, que só se ma- po de outras idéias particulares afins entre si. O nifesta no conceito" (Wissensch. der Logik, III, triângulo que um geômetra tem em mente para Do conceito em geral, trad. it., pp. 24-25). O demonstrar um teorema não é um triângulo conceito a que se chega com a A. é, por isso, se- abstrato, mas um triângulo particular, p. ex., gundo Hegel, a própria realidade, aliás, a subs- isósceles; mas já que não se faz menção desse tância da realidade. Por outro lado, todavia, o caráter particular durante a demonstração, o abstrato é considerado por Hegel como o que é teorema demonstrado vale para todos os triân- finito, imediato, não posto em relação com o gulos indistintamente, podendo cada um deles todo, não resolvido no devir da Idéia, e por isso tomar o lugar do que foi considerado (Princ. of produto de uma perspectiva provisória e falaz. Hum. Know., Intr., § 16). Hume repetiu a análi- "O abstrato é o finito, o concreto é a verdade, o se negativa de Berkeley {Treatise, I, 1, 7). Tais objeto infinito" (Phil. derReligion, II, em Werke,
  • 17. ABSTRAÇÃO ABSTRATTVO, CONHECIMENTO ed. Glockner, XVI, p. 226). "Somente o concreto às verdadeiras e próprias entidades abstratas, é o verdadeiro, o abstrato não é o verdadei- como p. ex., na matemática. "O fato mais co- ro" (Geschicbte der Phil, III, em Werke, ed. mum da percepção, como, p. ex., 'há luz', impli- Glockner, XIX, p. 99). Está claro, todavia, que ca A. prescindente ou prescindência. Mas a A. Hegel entende por abstrato aquilo que co- hipostática, que transforma 'há luz' em 'há luz mumente se chama concreto — as coisas, os aqui', que é o sentido que dou comumente à objetos particulares, as realidades singulares palavra A. (desde que prescindência indica a A. oferecidas ou testemunhadas pela experiência prescindente), é um modo especialíssimo do — enquanto chama de concreto o que o uso co- pensamento. Consiste em tomar certo aspecto mum e filosófico sempre chamou de abstrato, de um objeto ou de vários objetos percebidos isto é, o conceito; e chama-o de concreto por- (depois que já foi 'pré-cindido' dos outros as- que este constitui, para ele, a substância mesma pectos de tais objetos) e em exprimi-lo de forma da realidade (conforme o seu princípio "Tudo proposicional com um juízo" (Coll. Pap., 4.235; o que é racional é real e tudo o que é real é ra- cf. 3.642; 5.304). Essa distinção que já fora ace- cional"). De qualquer forma, essa inversão de nada por James (Princ. ofPsychol, I. 243) e significado permitiu que boa parte da filosofia aceita por Dewey {Logic, cap. 23; trad. it., pp. do séc. XIX se pronunciasse a favor do concreto 603-604) não impede que tanto a prescindência e contra o abstrato, ainda quando o "concreto" quanto a A. hipostática sejam especificações da de que se tratava era, na realidade, uma simples função geral seletiva, que tradicionalmente foi A. filosófica. Gentile falava, p. ex., de uma "lógi- indicada pela palavra "abstração". Paul Valéry ca do abstrato", ou do pensamento pensado, e insistiu poeticamente na importância da A. em de uma "lógica do concreto", ou do pensamen- todas as constaições humanas, logo também to pensante (Sistema di lógica, I, 1922, pp. 119 na arte: "Estou dizendo que o homem fabrica ss.). Croce falava da "concretitude" do conceito por A.; ignorando e esquecendo grande parte como imanência deste nas representações sin- das qualidades daquilo que emprega, aplican- gulares e da "abstrateza" das noções considera- do-se somente a condições claras e distintas das desligadas dos particulares ilógica, A- ed., que podem, via de regra, ser simultaneamente 1920, p. 28). Bergson contrapôs constantemente satisfeitas não por uma, mas por muitas espé- o tempo "concreto" da consciência ao tempo cies de matérias" (Eupalinos, trad. ital., p. 134). "abstrato" da ciência e, de modo geral, o proce- ABSTRACIONISMO (in. Abstractionisni; fr. dimento da ciência que se vale de conceitos ou Abstractionnisme, ai. Abstraktionismus; it. As- símbolos, isto é, de "idéias abstratas ou gerais", trazionismo). Assim William James (The Mea- ao procedimento intuitivo ou simpático da filo- ning of Truth, 1909, cap. XIII) denominou o sofia (cf., p. ex., Lapenséeet le mouvant, 3- ed., uso ilegítimo da abstração e em particular a 1934, p. 210). Esses temas polêmicos foram tendência a considerar como reais os produtos bastante freqüentes na filosofia dos primeiros da abstração. decênios do nosso século. E certamente a polê- ABSTRATAS, CIÊNCIAS. V. CIÊNCIAS, CLASSI- mica contra a A. foi eficaz contra a tendência de FICAÇÃO DAS. entificar os produtos dela, isto é, de considerar ABSTRATAS, IDÉIAS. V. ABSTRAÇÃO. como substâncias ou realidades, entidades que não têm outra função senão possibilitar a des- ABSTRATIVO, CONHECIMENTO (lat crição, a classificação e o uso de um complexo Cognitio abstractiva-, in. Abstractive knowledge, de dados. Mas, por outro lado, essa mesma po- fr. Connaissance abstractive, ai. Abstrahierende lêmica às vezes fez esquecer a função da A. em Erkenntniss; it. Conoscenza astrattiva). Termo todo tipo ou forma de atividade humana, en- que Duns Scot empregou de modo simétrico quanto tal atividade só pode operar através de e oposto ao de conhecimento intuitivo (cog- seleções abstrativas. Mach insistiu nessa função nitio intuitiva), para indicar uma das espé- da A. nas ciências, afirmando que ela é indis- cies fundamentais do conhecimento: a pri- pensável para a observação dos fenômenos, meira delas "abstrai de toda existência atual" para a descoberta, ou para a pesquisa dos prin- enquanto a segunda "se refere ao que existe cípios (Erkenntniss undIrrtum, cap. VIII; trad. ou ao que está presente em certa existência fr., pp. 146 ss.). A esse propósito foi oportuna- atual" (Op. Ox., II, d. 3, q. 9, n. 6). A distinção mente distinguida por Peirce uma dupla função foi aceita por Durand de St. Pourçain (In Sent, da A.: a de operação seletiva e a que dá ensejo Prol, q. 3, F) e por Ockham, que, porém, a reinterpretou a seu modo, entendendo por co-
  • 18. ABSTRATOR ACADEMIA nhecimento intuitivo aquele mediante o qual se Em sentido mais restrito e preciso, essa pa- conhece com evidência a realidade ou a irrea- lavra significa "impossível" (adynatori) porque lidade de uma coisa ou de algum outro atributo contraditório. Nesse sentido, Aristóteles falava empírico da própria coisa; portanto, em geral, de raciocínio por A. ou de redução ao A.: seria "toda noção simples de um termo ou de vários um raciocínio que assume como hipótese a termos de uma coisa ou de várias coisas, em vir- proposição contrária à condição que se quer tude da qual se possa conhecer alguma verdade demonstrar e faz ver que de tal hipótese deriva contingente especialmente em torno do objeto uma proposição contraditória à própria hipóte- presente" (In Sent., Prol., q. 1, Z.). F. entendeu se (An. pr, II, 11-14, 61 ss.). A demonstração por conhecimento abstrativo o que prescinde da por A., acrescenta Aristóteles (ibid., 14, 62 b realidade ou da irrealidade do objeto e é uma 27), distingue-se da demonstração ostensiva espécie de imagem ou cópia do conhecimento porque assume aquilo que, com a redução ao intuitivo. Nada se pode conhecer abstrativa- erro reconhecido, quer destruir; a demonstra- mente, diz ele, que não tenha sido conhecido ção ostensiva, ao contrário, parte de premissas intuitivamente, senão até mesmo o cego de nas- já admitidas. Leibniz chamou de demonstração cença poderia conhecer as cores (Ibid, I, d. 3, q. apagógica o raciocínio por A. e considerou-o 2, K). Essa doutrina do conhecimento intuitivo é útil ou pelo menos dificilmente eliminável, no a primeira formulação da noção de experiência domínio da matemática (Nouv. ess., IV, 8, § 2). no sentido moderno do termo (V. EXPERIÊNCIA). Kant, que emprega o mesmo nome, justifi- ABSTRATOR. V. OPERADOR. cou-o nas ciências, mas o excluiu da filosofia. ABSTRUSO (lat. Abstrusus [= escondido]; Justificou-o nas ciências porque nestas é im- in. Abstruse, fr. Abstrus; ai. Abstrus; it. Astruso). possível o modus ponens de chegar à verdade Termo pejorativo para qualificar qualquer no- de um conhecimento a partir da verdade das ção insólita ou de difícil compreensão; ou, suas conseqüências: seria necessário, de fato, como diz Locke (Ensaio, II, 12, § 8), "distante conhecer todas as conseqüências possíveis: o dos sentidos e de toda operação do nosso espí- que é impossível. Mas, se de uma proposição rito". Esse termo é aplicado sobretudo a no- pode ser extraída ainda que uma só conse- ções abstratas, mas aplica-se igualmente a noções qüência falsa, a proposição é falsa: por isso o que se afastem, mais ou menos, do universo modus tollens dos silogismos conclui ao mes- comum do discurso. mo tempo com rigor e com facilidade. Mas ABSURDO (gr. cetOTiov, aôúvaxov; lat. Ab- esse modo de raciocinar é isento de perigos só surdum; in. Absurd; fr. Absurde, ai. Absurd; it. nas ciências em que não se pode trocar objeti- Assurdó). Em geral, aquilo que não encontra vo por subjetivo, isto é, nas ciências da nature- lugar no sistema de crenças a que se faz refe- za. Em filosofia, porém, essa troca é possível, rência ou que se opõe a alguma dessas cren- isto é, pode acontecer que seja subjetivamente ças. Os homens — e, em especial, os filósofos impossível o que não é objetivamente impossí- — sempre usaram muito essa palavra para con- vel. Portanto, o raciocínio apagógico não leva denar, destruir ou pelo menos afastar de si cren- a conclusões legítimas (Crít. R. Pura, Disciplina ças (verdadeiras ou falsas) ou mesmo fatos ou da razão pura, IV). observações perturbadoras, incômodas ou, de AB UMVERSALI AD PARTICULAREM. É qualquer modo, estranhas ou opostas aos sis- uma das consequentiaeformates (v. CONSEQÜÊN- temas de crenças aceitos por eles. Portanto, não CIA) da Lógica escolástica: ab universali adpar- é de surpreender que até mesmo experiências tícularem, sive índefinitam sive singularem ou doutrinas que depois seriam reconhecidas valet (tenef) consequentia; isto é: de "todo A é como verdadeiras tenham sido por muito ou B" valem as conseqüências "alguns A são B", pouco tempo definidas como absurdas. P. ex.: "A é B", "S (se S é um A) é B". os antigos reputavam A. a crença nos antípodas ACADEMIA (gr. 'AKaôtíu.eia; lat. Acade- porque, não tendo a noção da relatividade das mia; in. Academy, fr. Académie, ai. Akademie, determinações espaciais, acreditavam que nos it. Accademia). Propriamente a escola funda- antípodas os homens deveriam viver de cabeça da por Platão no ginásio que tomava o nome para baixo. Nesse sentido, a palavra significa do herói Academos e que depois da morte de "irracional", isto é, contrário ou estranho àquilo Platão foi dirigida por Espeusipo (347-339 em que se pode crer racionalmente, ou "in- a.C), por Xenócrates (339-14 a. C.), por Pole- conveniente", "fora de lugar", etc. mon (314-270 a. C.) e por Cratete (270-68 a.C).
  • 19. ACADEMIA FLORENTINA AÇÃO Nessa fase, a Academia continuou a especula- AÇÃO (gr. TipáÇvç; lat. Actio; in. Action; fr. ção platônica, vinculando-a sempre mais estrei- Action; ai. Tat, Handlung; it. Azione). 1. Termo tamente ao pitagorismo; pertenceram a ela ma- de significado generalíssimo que denota qual- temáticos e astrônomos, entre os quais o mais quer operação, considerada sob o aspecto do famoso foi Eudoxo de Cnido. Com a morte de termo a partir do qual a operação tem início ou Cratete, a Academia mudou de orientação com iniciativa. Nesse significado, a extensão do ter- Arcesilau de Pitane (315 ou 314-241 ou 240 mo é coberta pela categoria aristotélica do fazer a.C), encaminhando-se para um probabilismo (Tioveív), cujo oposto é a categoria da paixão que derivava da época em que Platão afirmara, (v.) ou da afeição (v.). Fala-se, assim, da A. do sobre o conhecimento das coisas naturais, que ácido sobre os metais ou do "princípio de A. e estas, não tendo nenhuma estabilidade e soli- de reação" ou da A. do DDT sobre os insetos; dez, não podem dar origem a um conhecimen- ou então fala-se da A. livre ou voluntária ou res- to estável e sólido, mas só a um conhecimento ponsável, isto é, própria do homem e qualifica- provável. De Arcesilau e de seus sucessores da por condições determinadas. Produzir, cau- (de que não sabemos quase nada) esse ponto sar, agir, criar, destruir, iniciar, continuar,termi- de vista estendeu-se a todo o conhecimen- nar, etc. são significados que inscrevem-se nesse to humano no período que se chamou de significado genérico de ação. "Academia média". A "nova Academia" começa 2. Aristóteles foi o primeiro a tentar destacar com Caméades de Cirene (214 ou 212-129 ou desse significado genérico um significado espe- 128 a.C); essa orientação de tendência cética e cífico pelo qual o termo pudesse referir-se so- probabilística foi mantida até Fílon de Larissa, mente às operações humanas. Assim, começou que, no século I a.C, iniciou a IV Academia, de excluindo da extensão da palavra as operações orientação eclética, na qual Cícero se inspirou. que se realizam de modo necessário, isto é, de Mas a Academia Platônica durou ainda por um modo que não pode ser diferente do que é. muito tempo e sua orientação também se reno- Tais operações são objeto das ciências teo- vou no sentido religioso-místico, que é próprio réticas, matemática, física e filosofia pura. Essas do Neoplatonismoiy.). Só em 529 o imperador ciências referem-se a realidades, fatos ou even- Justiniano proibiu o ensino da filosofia e con- tos que não podem ser diferentes do que são. fiscou o rico patrimônio da Academia. Da- Fora delas está o domínio do possível, isto é, do máscio, que a dirigia, refugiou-se na Pérsia que pode ser de um modo ou de outro; mas com outros companheiros, entre os quais Sim- nem todo o domínio do possível pertence à plício, autor de um vasto comentário a Aris- ação. Dele é preciso, com efeito, distinguir o da tóteles, mas logo voltaram desiludidos. Foi as- produção, que é o domínio das artes e que tem sim que terminou a tradição independente do caráter próprio e finalidade nos objetos produ- pensamento platônico. zidos (Et. nic, VI, 3-4, 1.149 ss.). S. Tomás ACADEMIA FLORENTINA. Foi fundada distingue A. transitiva (transiens), que passa por iniciativa de Marsílio Ficino e de Cosimo de quem opera sobre a matéria externa, como de Mediei e reuniu um círculo de pessoas que queimar, serrar, etc, e A. imanente (imma- viam a possibilidade de renovar o homem e a nens), que permanece no próprio agente, como sua vida religiosa mediante um retorno às sentir, entender, querer (S. Tb., II, I, q. 3, a 2; q. doutrinas genuínas do platonismo antigo. Nes- 111, a. 2). Mas a chamada A. transitiva nada sas doutrinas, os adeptos do platonismo, espe- mais é do que o fazer ou produzir, de que fala cialmente Ficino (1433-1499) e Cristóvão Lan- Aristóteles (ibid., II, I, q. 57, a. 4). Nessas obser- dino (que viveu entre 1424 e 1498), viam a vações de S. Tomás, assim como nas de síntese de todo o pensamento religioso da An- Aristóteles, está presente a tendência a reconhe- tigüidade e, portanto, também do cristianismo cer a superioridade da A. chamada imanente, e por isso a mais alta e verdadeira religião pos- que se consuma no interior do sujeito operante: sível. A esse retorno ao antigo ligou-se outro A. que, de resto, outra coisa não é senão a ativi- aspecto da Academia florentina, o anticuria- dade espiritual ou o pensamento ou a vida lismo; contra as pretensões de supremacia polí- contemplativa. S. Tomás diz, com efeito, que só tica do papado, a Academia sustentava um re- a A. imanente é "a perfeição e o ato do agente", torno à idéia imperial de Roma; por isso, De enquanto a A. transitiva é a perfeição do termo monarchia de Dante (V. RENASCIMENTO) era obje- que sofre a A. {ibid., II, I, q. 3, a 2). Por outro to freqüente de comentários e discussões. lado, S. Tomás distingue, na A. voluntária, a A.
  • 20. AÇÃO, FILOSOFIA DA AÇÃO, FILOSOFIA DA comandada, que é a ordenada pela vontade, p. do da razão prática, de que Kant falara, não ti- ex., caminhar ou falar, e a A. elícita da vontade, nha significado fora do domínio moral; mas que é o próprio querer. O fim último da A. não com Fichte esse primado significa que só na A. é o ato elícito da vontade, mas o comandado: já o homem se identifica com o Eu infinito. O que o primeiro apetecível é o fim a que tende a símbolo da filosofia da A. pode ser expresso vontade, não a própria vontade iibid., II, I, q. 1, na frase de Fausto, na obra de Goethe, que a. 1 ad 2a). Esses conceitos permaneceram du- propunha traduzir In principio erat Verbum rante muito tempo inalterados e são pressupos- do IV Evangelho por "No princípio era a A.". tos também pela chamada filosofia da A. (v.); Foi com esses pressupostos românticos que esta, se tende a exaltar a A. como um caminho a filosofia da A. se vinculou; na França, através para entrar em comunicação mais direta com a de OUé-Laprune (1830-99) e de Blondel (1861- realidade ou o Absoluto, ou na posse mais se- 1949), assumiu forma religiosa: para ela a A. é gura destes, não se preocupa muito em forne- o núcleo essencial do homem e só uma análise cer um esquema conceituai da A. que lhe deter- da A. pode mostrar as necessidades e as defi- mine as constantes. Essa tentativa, porém, foi ciências do homem, assim como sua aspiração feita por ciências particulares, em vista das suas ao infinito, que, por sua vez, só pode ser satis- exigências, especialmente pela sociologia. As- feita pela A. gratuita e misericordiosa de Deus. sim, p. ex., Talcott Parsons determinou o esque- A supremacia da A. era transferida por George ma da ação. Esta implicaria: 1Q um agente ou Sorel (1847-1922) do domínio religioso para o um ator; 2Q um fim ou estado futuro de coisas social e político. Aqui a ação se desembaraçava em relação ao qual se orienta o processo da A.; de toda limitação factual ou racional e era re- 3U uma situação inicial que difira em um ou conhecida como capaz de criar por si, com o mais importantes aspectos do fim a que tende a mito, a sua própria justificação (Réflexions sur A.; 4e certo complexo de relações recíprocas en- Ia violence, 1906). A crença de que a A. possa tre os elementos precedentes. "Dentro da área produzir por si só as condições cio seu êxito e de controle do ator", diz Parsons, "os meios em- por si só justificar-se de modo absoluto, consti- pregados não podem, em geral, ser considera- tui o ativismo (v.) próprio de algumas correntes dos como escolhidos ao acaso ou dependentes filosóficas e políticas contemporâneas. exclusivamente das condições da A., mas de- Por uma das não raras ironias da história do vem de algum modo estar sujeitos à influência pensamento, justamente uma das correntes que de determinado fator seletivo independente, pertencem à filosofia da A. deveria levar a no- cujo conhecimento é necessário à compreensão ção de A. até seus limites máximos e enca- do andamento concreto da A.". Esse fator é a minhá-la para uma nova fase interpretativa. Essa orientação normativa que, embora possa ser corrente é o pragmatismo (v.). Se, num pri- diferentemente orientada, não falta em nenhum meiro momento, William James declara que a tipo de A. efetiva (The Structure of Social A. é a medida da verdade do conhecer e, por- Action, 1949, pp. 44-45). Esse esquema analíti- tanto, considera-a capaz de justificar propo- co proposto por Parsons sem dúvida cor- sições morais e religiosas teoricamente in- responde muito bem às exigências da análise justificáveis, as análises empiristas de James e, sociológica; mas pode ser assumido também melhor ainda, as de Dewey deveriam eviden- em filosofia como base para a compreensão da ciar o condicionamento da A. por parte das cir- A. nos vários campos de que a filosofia se ocu- cunstâncias que a provocam, sua relação com a pa, isto é, no campo moral, jurídico, políti- siaiação que constitui seu estímulo e, daí, os li- co, etc. mites da sua eficiência e da sua liberdade. Mas, AÇÃO, FILOSOFIA DA (in. Philosophy of desse ponto de vista, a A. deixa de estar ligada Action; fr. Phílosophie de Vaction, it. Filosofia unicamente ao sujeito e de encontrar unica- delVazioné). Com esse nome indicam-se algu- mente nele ou na atividade dele (vontade) o mas manifestações da filosofia contemporânea, seu princípio. Perde a possibilidade de consu- caracterizadas pela crença de que a A. constitui mar-se e de exaurir-se no próprio sujeito; e tor- o caminho mais direto para conhecer o Absolu- na-se um comportamento, cuja análise deve to ou o modo mais seguro de possuí-lo. Trata- prescindir da divisão das faculdades ou dos se de uma filosofia de origem romântica: o poderes da alma, enquanto deve ter presente a moralismo de Fichte fundava-se na superiori- situação ou o estado de coisas a que deve ade- dade metafísica da A. (V. MORALISMO). O prima- quar-se (V. AÇÃO; COMPORTAMENTO).
  • 21. AÇÃO ELÍCITA e AÇÃO COMANDADA 10 AÇÃO REFLEXA AÇÃO ELÍCITA e AÇÃO COMANDADA mas à escolha dos conceitos e das hipóteses (lat. Actus elicitus et actus imperatus). Segundo para a descrição dos fenômenos naturais (v. os Escolásticos, a A. voluntária elícita é a pró- ECONOMIA). pria operação da vontade, o querer, enquanto a AÇÃO RECÍPROCA. V. RECIPROCIDADE. A. comandada é dirigida, iniciada e controla- AÇÃO REFLEXA (in. Reflex action; fr. Ac- da pela vontade, como, p. ex., caminhar ou tion réflexe, ai. Reflex Bewegung; it. Azione falar (S. TOMÁS, S. Th., II, I, q, 1, a, 1). riflessd). Em geral, uma resposta mecânica (in- AÇÃO MÍNIMA (in. Least action; fr. Moin- voluntária), uniforme e adaptada, do orga- dre action; ai. Kleinsten Aktion; it. Azione míni- nismo a um estímulo externo ou interno ao ma). Princípio de que "a natureza nada faz de próprio organismo. Um reflexo é, p. ex., a con- inútil" (natura nihilfacitfrustra) e segue o ca- tração da pupila quando o olho é estimulado minho mais curto e econômico. Essa máxima pela luz ou a salivação pelo gosto ou pela vista encontra-se em Aristóteles (Dean., III, 12, 434 a de um alimento. Do reflexo assim entendido 31; Decael, I, 4, 271 a 32; Depart. an., I, 5, 645 deve distinguir-se o arco reflexo, que é o dis- a 22), é repetida por S. Tomás (In IIIAn., 14) e positivo anatomofisiológico destinado a pôr o retomada nos tempos modernos por Galileu, reflexo em ação. Tal dispositivo é formado Fermat, Leibniz, etc. Em 1732, Maupertuis for- pelo nervo aferente ou centrípeto que sofre o mulava matematicamente esse princípio e o estímulo, pelo nervo eferente ou centrífugo introduzia em mecânica com o nome de "lei de que produz o movimento e por uma conexão economia da natureza" (LexParsimoniae). Mas entre esses dois nervos, estabelecida nas célu- também para Maupertuis esse princípio conser- las nervosas centrais. A importância filosófica vava o caráter finalista que convencera Aris- dessa noção, elaborada primeiramente pela fi- tóteles a adotá-lo. No Ensaio de cosmologia, siologia (séc. XVIII), depois pela psicologia, Maupertuis escrevia: "É este o princípio, tão sá- está no fato de ter sido assumida como esque- bio, tão digno do Ser supremo: qualquer que ma explicativo causai da vida psíquica; inicial- seja a mudança que se realize na natureza, a mente, apenas dos mecanismos involuntários soma de A. despendida nessa mudança é a me- (instintos, emoções, etc), depois, também das nor possível". Todavia o princípio não tem, em atividades superiores. Tudo o que, da vida psí- mecânica, o significado finalista que lhe atribuía quica, pode ser reportado à A. reflexa, pode Maupertuis. Na reexposição que dele fez La- ser explicado causalmente a partir do estímulo grange (Mécanique analytique, II, 3, 6), ficou físico que põe em movimento o arco reflexo. claro que ele exprime a conservação não só do Em vista de sua uniformidade, essa A. é previ- mínimo como também do máximo de A. e que, sível a partir do estímulo: isso quer dizer que além disso, tanto o mínimo quanto o máximo ela é causalmente determinada pelo próprio devem ser considerados de modo relativo e não estímulo. Desse modo, a A. reflexa não é se- absoluto. Desse ponto de vista, Hamilton gene- não o mecanismo pelo qual a causalidade psí- ralizava o princípio na forma de "princípio da A. quica se insere na causalidade da natureza, como estacionaria": e, nessa forma, diz somente que, parte dela. em certas classes de fenômenos naturais, o Essas noções foram sendo elaboradas a par- processo de mudança é tal que qualquer gran- tir da metade do séc. XIX, isto é, desde que a deza física apropriada é um extremo (isto é, um psicologia se constituiu como ciência experi- mínimo ou um máximo, mais freqüentemente mental (V. PSICOLOGIA). De acordo com a orien- um mínimo). Mas a grandeza em questão e o tação atomista, própria da psicologia durante seu mínimo ou máximo são coisas que podem muito tempo, ela procurou resolver os reflexos mudar de uma ordem de considerações para complexos em reflexos simples, dependentes outra. de circuitos nervosos elementares. A doutrina Sobre princípio da mínima ação já se falou dos reflexos condicionados, fundada por Pav- em psicologia, em estética e até na ética (cf. lov em bases experimentais (a partir de 1903; JAMES, Princ. qf PsychoL, II, pp. 188, 239 ss.; cf. os escritos de Pavlov recolhidos no volume / SIMMEL, Einleitung in die Moral Wissenschaft, riflessi condizionati, Turim, 1950), obedece à 1892,1, p. 58). Não deve ser confundido com o mesma exigência e, aliás, contribuiu para princípio metodológico da economia, que não reforçá-la durante algum tempo, fazendo nas- diz respeito à ação da natureza ou de Deus, cer a esperança de que os comportamentos su-
  • 22. AÇÃO REFLEXA 11 ACASO periores também pudessem ser explicados pela gado ilegítimo: e, com efeito, todos os reflexos combinação de mecanismos reflexos simples. observáveis são complexos e um reflexo "sim- Um reflexo condicionado é aquele em que a ples", isto é, não decomponível, é uma simples função excitadora do estímulo que habitual- conjectura. Em terceiro lugar, as mesmas refle- mente o produz (estímulo incondicionado) é xões sobre os reflexos condicionados demons- assumida por um estímulo artificial (condicio- tram a irregularidade e a imprevisibilidade de nado) ao qual o primeiro foi de algum modo certas respostas: irregularidade e imprevisibili- associado. P. ex., se se apresenta um pedaço de dade que Pavlov explicava com a noção de ini- carne a um cão, esse estímulo provoca nele bição, que, porém, é somente um nome para salivação abundante. Se a apresentação do pe- indicar o fato de que certa reação, que se espe- daço de carne foi muitas vezes associada com rava, não se verificou (GOLDSTEIN, DerAufbau outro estímulo artificial (p. ex., o som de uma des Organismus, 1927; MERLEAU-PONTY, Struc- campainha ou o aparecimento de uma luz), ture du comportement, 1949). Essas e outras or- este segundo estímulo acabará por produzir, dens de observação, apresentadas sobretudo sozinho, o efeito do primeiro, isto é, a saliva- pela psicologia da forma (cf., p. ex., KATZ, ção do cão. É claro que a combinação e a so- Gestaltpsychologie, cap. III), mostram que o re- breposição dos reflexos condicionados podem flexo não pode ser entendido como uma A. de- explicar numerosos comportamentos que, à vida a um mecanismo causai. Fala-se de reflexo primeira vista, não estão ligados a reflexos na- sempre que se pode determinar, em face de turais ou absolutos. Mais recentemente, viu-se certo estímulo, um campo de reações suficien- também no reflexo condicionado a explicação temente uniformes para serem previstas com do chamado comportamento simbólico do ho- alto grau de probabilidade. As A. reflexas cons- mem, isto é, do comportamento dirigido por signos ou símbolos, lingüísticos ou de outra na- tituem, desse ponto de vista, uma classe de rea- tureza. P. ex., o viajante que encontra na estra- ção, mais precisamente a que se caracteriza da um cartaz advertindo que a estrada está in- pela alta freqüência de uniformidade das pró- terrompida adiante, reage (p. ex., voltando) prias reações. Mas com isso a noção de reflexo exatamente como se houvesse visto a interrup- sai do esquema causai para entrar no esquema ção da estrada. Aqui o símbolo (o cartaz) subs- geral de condicionamento (V. CONDIÇÃO). tituiu, como estímulo artificial, o estímulo natu- ACASO (gr. aÜTÓjiaxov; lat. Casus; in. Chan- ral (a vista da interrupção). Pavlov e muitos ce, fr. Hasard; ai. Zufall; it. Caso). Podem-se defensores da teoria dos reflexos condiciona- distinguir três conceitos desse termo que se dos mantiveram-se fiéis ao princípio de que entrecruzaram na história da filosofia. ls o con- todo reflexo que entra na composição de um ceito subjetivista, que atribui a imprevisibilida- reflexo condicionado é um mecanismo simples de e a indeterminação do evento casual à ig- e infalível, realizado por determinado circuito norância ou à confusão do homem. 2a o conceito anatômico. Por isso, a teoria do reflexo condi- objetivista, que atribui o evento casual à mistu- cionado, na forma exposta por Pavlov, inscre- ra e à interseção das causas. 3e a interpretação ve-se nos limites daquilo que hoje se costuma moderna, segundo a qual o acaso é a insufi- chamar "teoria clássica do ato reflexo", isto é, ciência de probabilidades na previsão. Este úl- da interpretação causai da A. reflexa. timo conceito é o mais geral e o menos me- tafísico. Todavia, um respeitável complexo de obser- vações experimentais, feitas pela fisiologia e ls Aristóteles (Fís., II, 4, 196 b 5) já falava da pela psicologia nos últimos decênios, a partir opinião segundo a qual a sorte seria uma cau- de 1920, aproximadamente, foi tornando cada sa superior e divina, oculta para a inteligên- vez mais difícil entender a A. reflexa segundo cia humana. Os Estóicos equiparavam o A. ao seu esquema clássico. Em primeiro lugar, viu- erro ou à ilusão; julgavam que tudo acontece se que a A. dos estímulos complexos não é no mundo por absoluta necessidade racional previsível a partir da A. dos estímulos simples (Plac. philos., I, 29). É claro que quem admite que o compõem, ou seja, os chamados reflexos uma necessidade desse gênero e a atribui simples combinam-se de modos imprevisíveis. (como achavam os Estóicos) à divindade ima- Em segundo lugar, o próprio conceito de "re- nente no cosmos ou à ordem mecânica do uni- flexo elementar", isto é, do reflexo que entraria verso não pode admitir a realidade dos eventos na composição dos reflexos complexos, foi jul- que costumam ser chamados de acidentais ou
  • 23. ACASO 12 ACASO fortuitos e muito menos do acaso como princí- bito das coisas que não acontecem nem de pio ou categoria de tais eventos; deve ver neles modo absolutamente uniforme nem freqüente a ação necessária da causa reconhecida em ato e que poderiam acontecer com vistas a uma fi- no universo, negando como ilusão ou erro o nalidade" (ibíd., 197 a 32). Para Aristóteles, a seu caráter casual. É esse o motivo por que determinação da finalidade é essencial, já que Kant, que modela as suas categorias e os seus o A. tem ao menos o aspecto ou a aparência da princípios a priori sobre a física newtoniana, finalidade: como no exemplo de quem vai ao inteiramente fundada no princípio de causali- mercado por motivo completamente diferente dade, nega a existência do A., e faz, aliás, dessa e ali encontra um devedor que lhe restitui a negação um dos princípios a priori do intelec- soma devida. Nesse exemplo chama-se A. (ou to: "A proposição 'nada ocorre por A. (in mun- sorte) o evento da restituição devido ao encon- do non datur casus)' é uma lei a priori da na- tro que não foi deliberado ou desejado como tureza" (Crít. R. Pura, Analítica dos princípios, finalidade, mas que teria podido ser uma finali- Refutação do idealismo). Hegel, que parte do dade: enquanto, na realidade, foi o efeito aci- princípio da perfeita racionalidade do real, atri- dental de causas que agiam com vistas a outras bui o A. à natureza, ou melhor, vê na natureza finalidades. A noção de encontro, de enre- "uma acidentalidade desregulada e desenfrea- damento de séries causais para a explicação do da" (Ene, § 248), mas na medida em que a natu- A., foi retomada na Idade Moderna por filóso- reza não está adequada à substância racional fos, matemáticos e economistas, que reconhe- do real e, por isso, carece ela própria de reali- ceram a importância da noção de probabilida- dade. De modo análogo, na filosofia contem- de (v.) para a interpretação da realidade em porânea, Bergson explicou o A. pela troca, me- geral. Assim, Cournot definiu o A. como o cará- ramente subjetiva, entre a ordem mecânica e a ter de um acontecimento "devido à combina- ordem vital ou espiritual: "Que a mecânica das ção ou ao encontro de fenômenos indepen- causas que fazem a roleta parar sobre o núme- dentes na ordem da causalidade" (Théorie des ro me permita vencer e, por isso, aja como um chances et desprobabilités, 1843, cap. II), no- gênio benéfico para quem os meus interesses ção que se tornou predominante no positi- tivessem grande importância; ou que a força vismo, também porque foi aceita por Stuart Mill mecânica do vento arranque uma telha do teto (Logic, III, 17, § 2): "Um evento que aconteça e a arroje sobre a minha cabeça, isto é, que aja por A. pode ser mais bem descrito como uma como um gênio maléfico que conspirasse con- coincidência da qual não temos motivo para in- tra a minha pessoa; em ambos os A. eu encon- ferir uniformidade... Podemos dizer que dois tro um mecanismo onde eu teria procurado e ou mais fenômenos são reunidos ao A. ou que onde deveria encontrar, ao que parece, uma in- coexistem ou se sucedem por A., no sentido tenção: é isso que se exprime quando se fala de não serem, de modo algum, vinculados pela de A." (Évol. créatr, 8a ed., 1911, p. 254). causaçâo; que não são nem a causa ou o efeito um do outro, nem efeitos da mesma causa ou 2e Por outro lado, seguncio a interpretação de causas entre as quais subsista uma lei de objetivista, o A. não é um fenômeno subjetivo, coincidência, nem efeitos da mesma colocação mas objetivo, e consiste no entrecruzar-se de de causas primárias". De modo semelhante, duas ou mais ordens ou séries diversas de cau- Ardigò (Opere, III, p. 122) relaciona o A. com a sas. A mais antiga das interpretações desse tipo pluralidade e o entrelaçamento de séries cau- é a de Aristóteles. Aristóteles começa notando sais distintas. Essa noção, todavia, é objetiva só que o A. não se verifica nem nas coisas que entre certos limites, ou melhor, só na aparên- acontecem sempre do mesmo modo, nem nas cia. Dizer que o A. consiste no encontro de que acontecem quase sempre do mesmo duas séries causais diferentes significa que ele modo, mas entre as que ocorrem por exceção é um acontecimento causalmente determinado e sem qualquer uniformidade (Fís., II, 5, 196 b como todos os outros, mas só mais difícil de 10 ss.). Desse modo, ele atribui corretamente o ser previsto porque a sua ocorrência não de- A. à esfera do imprevisível, isto é, do que acon- pende do curso de uma série causai única. Se- tece fora do necessário ("o que acontece sem- gundo essa noção, a determinação causai do A. pre do mesmo modo") e do uniforme ("o que é mais complexa, mas não menos necessitante; acontece quase sempre do mesmo modo"). As- a imprevisibilidade, característica fundamental sim sendo, o A. (ou a sorte) é definido por do A., deve-se tão-somente a tal complexidade Aristóteles como "uma causa acidental no âm-
  • 24. ACATALEPSIA 13 ACIDENTE e não é de natureza objetiva. Para que seja de portanto, suspende o seu assentimento, isto é, natureza objetiva, tal imprevisibilidade deve ser não afirma nem nega (SEXTO EMPÍRTCO, Pirr. hyp., realmente devida a uma indeterminação efetiva I, 25). inerente ao funcionamento da própria causali- ACCEDENTIS FALLACIA. A falácia (v.) já dade. é identificada por Aristóteles (El. sof, 5, 166 b) 3Q Essa última alternativa constitui um tercei- como derivada da identificação de uma coisa ro conceito do A., conceito que se pode fazer com um seu acidente ou atributo acidental ("Se remontar a Hume. Parece que Hume quer re- Corisco é diferente de Sócrates, e Sócrates é ho- duzir o acaso a um fenômeno puramente sub- mem, Corisco é diferente de um homem"). Cf. jetivo, pois diz: "Embora não haja no mundo al- PEDRO HISPANO, Summ. log., 7, 40 ss. G. P. guma coisa como o A., a nossa ignorância da ACENTO (gr. rcpoouôía; lat. Accentus; in. causa real de cada acontecimento exerce a Accent; fr. Accent; ai. Prosodie, it. Accento). mesma influência sobre o intelecto e gera se- Segundo Aristóteles (Sof. ei, 4, 166 b), seguido melhante espécie de crença ou de opinião". pelos lógicos medievais (cf. PEDRO HISPANO, Mas, na realidade, se não existe "A." como no- Summ. log., 7, 31), da acentuação diferente das ção ou categoria em si, tampouco existe a "cau- palavras pode derivar, em enunciados escri- sa" no sentido necessário e absoluto do termo; tos, uma equivocidade que pode causar paralo- existe somente a "probabilidade". E é na proba- gismos. G. P. bilidade que está fundado o que chamamos A.: ACIDENTE (gr. cruu.pefkiKÓÇ; lat. Accidens; "Parece evidente que, quando a mente procu- in. Accident; fr. Accident; ai. Accidenz; it. Ac- ra prever para descobrir o acontecimento que cidentè). Podem-se distinguir três significados pode resultar do lançamento do dado, consi- fundamentais desse termo, quais sejam: dera-se o aparecimento de cada lado como igual- Ia uma determinação ou qualidade casual mente provável; e essa é a verdadeira natureza ou fortuita que pode pertencer ou não a deter- do A.: de igualar inteiramente todos os eventos minado sujeito, sendo completamente estranha individuais que compreende" (Inq. Cone. Un- à essência necessária (ou substância) deste; derst., VI). Essa idéia de Hume deveria revelar- 2B uma determinação ou qualidade que, em- se extremamente fecunda na filosofia contem- bora não pertencendo à essência necessária porânea. O conceito de que o A. consiste na (ou substância) de determinado sujeito e estan- equivalência de probabilidades que não dão do, portanto, fora de sua definição, está vincu- acesso a uma previsão positiva em um sentido lada à sua essência e deriva necessariamente ou em outro foi enfatizado por Peirce, que tam- da sua definição; bém viu sua implicação filosófica fundamental: 3S uma determinação ou qualidade qualquer a eliminação do "necessitarismo", isto é, da de um sujeito, que pertença ou não à sua es- doutrina segundo a qual tudo no mundo acon- sência necessária. tece por necessidade (Chance, Love and Logic, Os dois primeiros significados do termo fo- II, 2; trad. it., p. 128 ss.). Desse ponto de vista, ram elaborados por Aristóteles. "Acidente", diz o A. torna-se um exemplo particular do juízo ele (Top., I, 5, 102 b 3), "não é nem a definição de probabilidade, mais precisamente, de que a nem o caráter nem o gênero, mas, apesar dis- própria probabilidade não tem relevância sufi- so, pertence ao objeto; ou também, é o que ciente para permitir prever um evento. Nesse pode pertencer e não pertencer a um só e mes- sentido, o A. foi considerado uma espécie de mo objeto, qualquer que seja ele." Como essa entropia (v.) e o conceito relativo comumente definição exprime a essência necessária de é empregado no campo da informação e da ci- uma realidade, isto é, a substância (v. DEFINI- bernética (v.). ÇÃO), o acidente está fora da essência necessá- ACATALEPSIA (gr. âKaxa^riv|/ía; in. Aca- ria e, portanto, pode pertencer ou não ao ob- talepsy, fr. Acatalepsie, ai. Akatalepsie, it. Acata- jeto a que se refere. Todavia, o acidente pode lessid). É a negação feita por Pirro e pelos ou- ter uma relação mais ou menos estreita com o tros céticos antigos da representação com- objeto a que se refere, conforme a causa dessa preensiva ((pavTocaíaKaTocÀT|7rTiKri), isto é, do relação; por isso, Aristóteles distingue dois sig- conhecimento que permite compreender e nificados, ambos empregados no Organon e apreender o objeto, que, segundo os Estóicos, A metafísica: 1- o acidente pode ser casual na era o verdadeiro conhecimento. A acatalepsia é medida em que a sua causa é indeterminada: a atitude de quem declara não compreender e, p. ex., um músico pode ser branco, mas como
  • 25. ACIDENTE 14 ACIDENTE isso não acontece por necessidade ou na maior própria realidade. Talvez esse uso tenha sido parte dos casos, ser branco, para um músico, iniciado por Porfírio, que define o aci- será um "acidente". Da mesma forma, para al- dente (Isag., V, 4 a, 24): "O que pode ser gera- guém que cave um buraco a fim de colocar do ou desaparecer sem que o sujeito seja uma planta, encontrar um tesouro é acidental, destruído". Essa definição, obviamente, refere- já que a encontrar um tesouro não se segue ne- se à definição aristotélica do acidente como "o cessariamente o ato de cavar um buraco, nem que pode pertencer e não pertencer a um só e acontece habitualmente em semelhante cir- mesmo objeto". S. Tomás anota corretamente cunstância. Nesse significado (Mel, V, 30,1.025 (Met., V, 1.143) que, no segundo dos dois signi- a 14), portanto, acidente é tudo o que acontece ficados aristotélicos, o acidente se contrapõe à por acaso, isto é, pela inter-relaçâo e o entrela- substância. Em virtude dessa contraposição, o çamento de várias causas, mas sem uma causa acidente é "o que está em outra coisa" (S. Th., determinada que assegure a sua ocorrência III, q. 77, a. 2 ad l e ), isto é, em um sujeito ou constante ou, pelo menos, relativamente fre- substrato sem o qual ele, no curso ordinário da qüente. Mas há também: 2a o acidente não ca- natureza (isto é, prescindindo da ordem da gra- sual, ou acidente por si, isto é, aquele caráter ça que se manifesta no sacramento do altar) que, embora não pertença à substância, estan- não pode subsistir (ibid., III, q. 76, a. 1 ad-). do, pois, fora da definição, pertence ao objeto Nesse significado, em que o acidente se contra- em virtude daquilo que o próprio objeto é. P. põe à substância, porquanto o seu modo de ser ex., ter ângulos internos iguais a dois retos não é inerir (inesse) a algum sujeito, em oposição pertence à essência necessária do triângulo, tal ao subsistir da substância que não tem neces- qual é expressa pela definição; por isso, é um sidade de apoiar-se em outra coisa para existir, o acidente. Mas é um acidente que pertence termo acidente torna-se coextensivo ao de qua- ao triângulo por acaso, isto é, por uma causa lidade em geral, sem referência a seu caráter indeterminável, mas por causa do próprio casual e gratuito, que Aristóteles tinha ilustra- triângulo, quer dizer, por aquilo que o triângu- do. A terminologia dos escolásticos adere habi- lo é; e é por isso um acidente eterno (Met., V, tualmente a este último significado, que destes 30, 1.025 a 31 ss.). Aristóteles ilustra a diferença passa para os escritores modernos, na medida do seguinte modo (An.post, 4, 73 b 12 ss.): "Se em que se valem da linguagem escolástica. To- relampeja enquanto alguém caminha, isso é davia, mais próxima da definição aristotélica um acidente, já que o relâmpago não é causa- que do uso escolástico encontra-se a definição do pelo caminhar... Se, porém, um animal morre de Stuart Mill, para quem os acidentes são to- degolado, em virtude de um ferimento, dire- dos os atributos de uma coisa que não estão mos que ele morreu porque foi degolado, e compreendidos no significado do nome e não não que lhe ocorreu, acidentalmente, morrer têm vínculo necessário com os atributos degolado". Em outros termos, o acidente por si indivisíveis dessa mesma coisa (Logic, I, 7, § 8). está vinculado causalmente (e não casualmen- Locke e os empiristas ingleses, o mais das ve- te) às determinações necessárias da substân- zes, usam no lugar da palavra acidente, a pa- cia, embora não faça parte delas. E embora lavra qualidade (v.). Mas a sua insistência na não haja ciência do acidente casual, porque a inseparabilidade das qualidades em relação à ciência é só do que é sempre ou habitualmente substância, que sem elas se esvai no nada, influi (Met., X, 8, 1.065 a 4) e porque ela investiga a no uso posterior da palavra em questão: uso causa, ao passo que a causa do acidente é in- que tende a reduzir ou a anular a oposição en- definida (Fís., II, 4, 196 b 28), o acidente por si tre acidente e substância e a considerar os aci- entra no âmbito da ciência, como é indicado dentes como a própria manifestação da subs- pelo próprio exemplo geométrico de que se tância. Na verdade esse uso também pode ser valeu Aristóteles em Met., V, 30, e em numero- encontrado em Spinoza, se, porém, se admi- sos textos dos Tópicos. tir que a palavra "modo" que ele emprega é sinônimo de acidente; essa sinonímia parece Com esse segundo significado aristotélico ser sugerida pela definição que ele dá de da palavra pode-se relacionar o terceiro signifi- "modo" (Et., I, def. 5) como o que está em outra cado, segundo o qual ela designa, em geral, as coisa e é concebido por meio dessa outra coisa. qualidades ou os caracteres de uma realidade De qualquer forma, a mudança de significado é (substância) que não podem ficar sem ela, por- claramente verificável em Kant e Hegel. Kant que o seu modo de ser é o de "inerir" (ínesse) à