3. Os nutrientes fornecidos pela ingestão
adequada de alimentos são os materiais de
construção do qual é feito o corpo. Eles são
essenciais ao crescimento, regeneração
tissular e funcionamento normal das células
do organismo.
4. Se a dieta do individuo esta carente em
alguns dos nutrientes essenciais, o organismo
pode ser incapaz de crescer, manter-se ou
regenerar-se. Quando a nutrição total do
organismo está totalmente inadequada, a
própria vida está em risco.
5. Ingestão
Ingestão é o processo de trazer o alimento e
fluidos para dentro do trato digestivo.
6. A digestão é o processo de desdobramento
que transforma pedaços grandes de comida
em estruturas muito menores, que podem
então ser absorvidas através do intestino até
o sangue ou linfa.
7. A absorção é a mudança do alimento digerido
do trato gastrintestinal para o sangue ou linfa
para transporte às células do organismo. A
absorção ocorre primariamente nos 5,20m de
intestino delgado.
8. Um Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Paralisias
Anorexia Nervosa
Lesões, ferimentos e cânceres de face e esôfago
Própria doença e processo de hospitalização
9. Os seguintes dados estão associados com um
individuo apropriadamente nutrido.
Cabelos brilhantes que não se desprende
facilmente do couro cabeludo, quando penteado
ou escovado.
Cor da pele consistente sobre o rosto, sem
nenhuma evidencia de edema facial.
Olhos claros, brilhantes com esclera branca,
interior das pálpebras róseas e úmidas, e pele
intacta ao redor dos olhos.
10. Lábios lisos e rosados, sem nenhuma
evidencia de edema.
Língua rosada com textura mossa, devido às
papilas gustativas elevadas, sem nenhum
edema.
Dentes adequados para morder e mastigar,
poucas cáries dentarias, tecido gengival
intacto, cor do esmalte dentário consistente.
11. Pele lisa, intacta com distribuição de cor
comum ao grupo racial e idade do individuo
sobre todo corpo.
As unhas dos pés e das mãos são retas e lisas,
capacidade de ter unhas longas crescidas.
Os ruídos intestinais ouvidos sobre o
abdome; ausculta dos ruídos intestinais com
um estetoscópio resulta em ruídos sobre
várias áreas do abdome.
Bom tônus muscular com reflexos normais.
12. Cabelo quebradiço, seco, sem brilho que se
desprende durante o pentear ou escovar; perda
da coloração normal em áreas do cabelo.
Áreas de pele mais claras na face ou outras
partes do corpo; pele seca, escamosa no rosto
ou corpo; edema facial, abdominal, ou
generalizado.
Pontos coloridos não habituais nas escleras dos
olhos; perda do brilho da cor normal dos olhos;
amolecimento da córnea; rachadura da pele ao
redor dos olhos.
13. Lábios rachados e edemaciados.
Língua excessivamente avermelhada ou pálida;
aparência lisa da língua por atrofia das papilas
gustativas.
Dentes inadequados para mastigação; dentes
cariados; gengivas que sangram facilmente;
sensibilidade.
Áreas abertas na pele; áreas secas, aspereza
excessiva.
Unhas finas, quebradiças; unhas em forma de
colher.
14. Abdome edematoso, grande com
extremidades finas, especialmente em
crianças.
Ruídos intestinais ausentes ou diminuídos,
especialmente com distensão abdominal.
Vômitos persistentes.
Contusões ou petéquias na pele.
Taquicardia, coração aumentado
(cardiomegalia), arritmia.
15. Irritável, confuso, letárgico.
Crescimento retardado para a idade.
Fezes muito endurecidas eliminadas com
muita dificuldade, diarréia, alteração nos
hábitos intestinais.
Dentaduras mal-ajustadas.
Baixa renda.
16. Fígado aumentado (hepatomegalia)
Amolecimento dos ossos do crânio nas
crianças ou insuficiência no fechamento da
fontanela anterior em torno dos dois anos de
idade.
Pernas arqueadas para fora nos joelhos em
crianças.
Valores laboratoriais anormais.
17. Considerações Gerais
Entende-se por terapia nutricional um conjunto
de procedimentos terapêuticos empregados
para manutenção ou recuperação do estado
nutricional, por meio da nutrição enteral ou
parenteral.
A via de escolha de acesso depende das
condições do paciente e da possibilidade ou não
do uso do trato gastrintestinal.
19. A nutrição enteral (NE) é considerada a
preferida da terapia nutricional, pois
apresenta várias vantagens fisiológicas,
metabólicas, de segurança e de
custo/beneficio em relação à nutrição
parenteral.
20. Garantir nutrição adequada.
Suprir demanda metabólica decorrente de
diversas patologias e situações de estresse.
Corrigir desnutrição aguda ou crônica e
hipoproteinemia.
Promover apoio nutricional mais seguro,
fisiológico e econômico.
21. Deve-se primeiramente, estimar o tempo de terapia
nutricional para a escolha da melhor via de acesso.
Sonda Nasogástrica
Indicada nos primeiros dias de terapia nutricional,
apenas para adaptação da dieta, não devendo
exceder o prazo de 7 dias desde que seja de pequeno
calibre ou utilizada apenas para drenagem gástrica
(neste caso de maior calibre).
Pode causar ulcerações de mucosa, refluxo gastro-
esofágico, aumento do risco de aspiração e
complicações.
22. Sonda Nasoenteral
Em posição pré ou pós pilórica (gástrica,
duodenal ou jejunal), em geral, para terapia
nutricional de curto prazo. Embora não seja
consensual, seis semanas parece ser um
período estimado para diferenciar nutrição
enteral de curto e longo prazos.
23. A sonda nasoenteral por períodos
prolongados pode também levar a
complicações tardias como migração da
sonda (especialmente para o esôfago),
aspiração pulmonar das soluções infundidas,
lesão de mucosa do trato gastrintestinal pela
ponta da sonda, infecção de vias aéreas e
trato respiratório superior, estenose
esofágica e paralisia das cordas vocais.
24. Gastrostomias ou jejunostomias, estão
indicadas na terapia nutricional de longo
prazo, realizadas cirúrgica ou
endoscopicamente. Reduzem risco de
infecções.
25. Objetivo
Facilitar o acesso a cavidade gástrica, permitindo
tratamentos como administração de alimentos,
medicamentos, etc., em pacientes incapacitados,
comatosos, debilitados.
Drenagem de conteúdo gástrico – sangue, secreção
gástrica, gases (alterações metabólicas),
medicamentos, etc.
Em caso de obstrução intestinal ou pós cirúrgica (íleo
paralitico), prevenindo ou aliviando náuseas, vômitos
ou distensão.
Finalidade diagnóstica, pela analise do conteúdo
gástrico nas intoxicações exógenas, tuberculose, etc.
26. Atresia e estenose de esôfago
Varizes esofagianas sem sangramento (a
sonda pode ferir as varizes ou deslocar
coágulos tamponantes)
Pós-operatório de cirurgia realizada via
transnasal.
Disjunção craniofacial (Lefort) pela
possibilidade de invasão cerebral com a
sonda.
27. Sonda nasogástrica (mulher 14 a 16, homem 16 a 18)
Vaselina ou anestésico gel a 2% (Xilocaína gel)
Luvas de procedimento
Esparadrapo ou micropore
Seringa de 10 ou 20ml
Estetoscópio
Gazes
Cuba rim
Benzina ou éter
Água em um copo (se paciente lúcido)
Tolha/compressa
Biombo s/n
28. Preparo psicológico do paciente quando possível
Lavar as mãos reunir o material e levar para a beira do
leito do paciente
Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º)
com a cabeceira inclinada para frente ou decúbito
dorsal horizontal com cabeça lateralizada
Proteger o tórax com a toalha
Limpar narina e testa do paciente com benzina ou
éter para retirar a oleosidade e facilitar a fixação.
Preparar pedaços de esparadrapos para fixação da
sonda
29. Calçar as luvas
Medir a sonda da ponta do nariz ao lobo da
orelha e dela até a base do apêndice xifóide
Marcar com esparadrapo
Lubrificar a sonda com lidocaína
Introduzir a sonda em uma das narinas
pedindo ao paciente que degluta, introduzir
até a marca do adesivo
Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse
Para verificar se a sonda está no local:
30. Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar com
estetoscópio, na base do apêndice xifóide, para
ouvir ruídos hidroaéreos
Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a
seringa de 20ml
Colocar a ponta da sonda no copo com água se
tiver borbulhamento está na traquéia. Deve ser
retirada.
31. Fixar a sonda não tracionando a narina
Fechá-la ou conectá-la ao coletor conforme
prescrição médica
Deixar o paciente em posição confortável
Recolher o material e fazer anotações de
enfermagem pertinente
33. Lavar a sonda de 4/4 horas conforme
prescrição médica, com soro fisiológico ou
água destilada para evitar obstrução da
mesma.
Observar durante a lavagem, a quantidade de
liquido introduzido e a quantidade aspirada.
Colocar o recipiente para drenagem abaixo
do nível do paciente para facilitar a saída de
líquido (sifonagem)
34. Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente,
quando da fixação da sonda, para evitar
traumatismos (necrose).
Fixar a sonda utilizando-se apenas de fitas
adesivas.
Varia posição de fixação da sonda diariamente.
Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7
dias, ou quando necessário.
Trocar sonda quando para drenagens de 5/5
dias, ou quando necessário.
35. Elevar cabeceira (45 a 90 graus) para veiculação de
dieta enteral, medicação ou lavagem da sonda.
Após infusão da dieta lavar a sonda com 20 a 50 ml de
água (em adultos) e mantê-la fechada se não houver
vomito ou regurgitação.
Caso o paciente apresente vomito, distensão
abdominal, ou situação de reanimação cardio-
pulmonar, abrir a sonda gástrica; se necessário aspirar
com uma seringa.
Ao retirar a sonda gástrica, puxá-la continuadamente;
fechar a sonda durante a retirada evitando o
escoamento do conteúdo gástrico (pelos orifícios da
sonda) no trato digestivo alto, fato que provoca
irritação das mucosas.
36. Material
Sonda enteral – Dubbhoff – com fio guia
Toalha de rosto
Copo com água
Luvas de procedimentos
Estetoscópio
Xilocaína gel 2%
Seringa de 20ml
Fita adesiva (esparadrapo ou micropore)
Biombo s/n
37. Explicar o procedimento ao paciente
Lavar as mãos e reunir o material
Elevar a cabeceira da cama, deixando o paciente
com a cabeça levemente inclinada para frente
ou em decúbito dorsal horizontal com a cabeça
lateralizada e inclinada para frente.
Proteger o tórax com a toalha de rosto e realizar
a limpeza das narinas e testa do paciente
Calçar luvas de procedimento
Medir a sonda do nariz ao lóbulo da orelha,
descer até o apêndice xifóide e acrescentar mais
10cm; marcar essa medida com fita adesiva.
38. Injetar água na sonda sem retirar o fio guia.
Lubrificar a sonda com o anestésico
Iniciar a sondagem por uma das narinas do
paciente e orientá-lo a respirar pela boca e
deglutir para facilitar a introdução da sonda
demarcada.
Observar sinais de cianose ou desconforto
respiratório; neste caso retirar a sonda;
Colocar o paciente em decúbito lateral D, para
que a peristalse gástrica empurre a ponta da
sonda através do piloro ate o duodeno.
Retirar o fio guia.
39. Verificar se a sonda esta no estomago:
Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar com
estetoscópio, na base do apêndice xifóide, para
ouvir ruídos hidroaéreos
Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a
seringa de 20ml
Colocar a ponta da sonda no copo com água, se
tiver borbulhamento está na traquéia. Deve ser
retirada.
40. Fechar a sonda.
Fixar a sonda firmemente no nariz com fita
adesiva
Aguardar a migração da sonda para o
duodeno (24h); tirar raio-x simples de
abdome para verificar o seu posicionamento
antes de iniciar a dieta.
Deixar o paciente em posição confortável
Recolher o material e fazer anotações de
enfermagem pertinente
42. Material
Seringa de 20ml (adultos)
Cuba rim
Cuba redonda
Compressa de gaze
Recipiente com dieta liquefeita ou
medicação, recipiente com água estéril ou
soro fisiológico
43. Explicar o procedimento ao paciente
Lavar as mãos reunir o material e dieta ou
medicamento prescrito pelo medico ou
nutricionista.
Proteger o tórax do paciente com uma toalha
Elevar a cabeceira do leito para a posição
sentado ou semi-sentado.
Verificar temperatura (no caso de dieta)
Utilizar pinça para abrir e fechar a sonda.
Proteger com gaze a conexão seringa-sonda.
44. Aspirar na seringa o material a ser injetado na
sonda e injetar lentamente na sonda
(despinçada) com seringa em posição vertical
e mais alta que a cabeça do paciente.
Injetar quantas vezes for necessário para
infundir o volume prescrito lavar a sonda ao
termino da infusão com água destilada ou
soro fisiológico para evitar entupimento (20 a
50ml)
45. Nos pacientes em que a prescrição medica
preconiza manter a sonda em sifonagem
(aberta) após certos procedimentos, fechá-la
por 30 minutos e abri-la ao termino deste
período, colocando o frasco coletor abaixo do
nível do corpo.
Deixar o paciente em posição confortável
Recolher o material e fazer anotações de
enfermagem pertinente
47. Nutrição Parenteral Total (NPT) consiste na
administração de todos os nutrientes
necessários para cobrir a demanda
metabólica de determinado paciente por via
central ou periférica, e em situações em que a
via oral, enteral ou ambas, não suprirem
100% das necessidades ou não são possíveis
de serem administradas devido às condições
do paciente.
48. Nutrição Parenteral Central: administrada
por meio de uma veia de grande diâmetro,
geralmente subclávia ou jugular interna, que
chegam diretamente no coração.
Nutrição Parental Periférica: administrada
por meio de uma veia menor, geralmente na
mão ou no antebraço.
49. Garantir o adequado aporte de macro e micro
nutrientes
Corrigir desnutrição
Suprir as necessidades metabólicas
decorrente de certas patologias
Fornecer suporte coadjuvante na terapia
nutricional enteral ou oral quando estas
forem insuficientes
52. Distúrbios gastrintestinais: vômitos crônicos
e doença intestinal infecciosa.
Doença inflamatória intestinal: colite
ulcerativa e doença de Crohn.
Condições pediátricas: pré-termos, má
formação congênita do trato gastrintestinal,
gastroquise, onfalocele, e diarréia crônica
intesa.
54. Cuidados com o cateter e troca de curativo
conforme protocolo de Acesso Venoso
Central.
Gotejamento preciso da solução e do
restante do plano parenteral conforme
prescrição médica – a infusão rápida pode
trazer efeitos colaterais como hiperglicemia,
diurese abundante, alterações metabólicas.
55. Controle rigoroso de diurese, vômitos, diarréia
ou outras perdas.
Glicosúria de 4/4 horas ou 2/2 horas, quando
necessário e a critério medico.
Peso diário, sempre que possível.
A presença de hipertermia e choque pirogênico
requer suspensão da infusão, troca do equipo de
infusão, envio de amostra da solução para
cultura bem como ponta do cateter (quando
houver a retirada do mesmo).