Ensino medio livre_edicao_2012_unidade_01_gramatica
1º gramática
1. Gramática
Sonse palavras
1
Capítulo 1Fonologia / Acentuação Gráfica / Ortografia
Conexões
1. Possibilidade de resposta: maquina (no lugar de máquina),
virgula (no lugar de vírgula), passaros (no lugar de
pássaros) etc.Há outras possibilidades como cocega (no
lugar de cócega) e ridicula (no lugar de ridícula).
2. Resposta pessoal. O importante é notar que as palavras,
caso fossem acentuadas de fato como proparoxítonas,
prejudicariam a sonoridade da letra da música. “Máquina”,
por exemplo, não rimaria com “faxina” caso fosse
acentuada corretamente (“máquina”). Existem outras
possibilidades de resposta, já que a letra também
apresenta certo efeito de humor por causa da sonoridade
inesperada das palavras. Além disso, é possível associar
a ausência de acentos à inexperiência de quem escreve
com a máquina de escrever, que é, afinal, quem participa
da história de forma direta (“Vi essa maquina”).
3. Resposta possível: súbito, ótima, príncipe, próxima, álibis.
Todas as palavras que fecham versos na letra são
proparoxítonas. Um dos motivos para o uso de
proparoxítonas no final de cada verso é a manutenção de
um ritmo marcado, que colabora para a construção da
melodia da música. É importante que se faça, também, uma
relação com a música “Construção”, citada na teoria. Já é
o segundo exemplo de letras de música cujos versos são
fechados com proparoxítonas. Deve-se perceber quanto a
sonoridade pode ajudar na construção dos efeitos de
sentido de um texto.
Exercícios complementares
6. Resposta possível:
Açúcar: a-çú-car
Disfarçado: dis-far-ça-do
Corações: co-ra-ções
Sininhos: si-ni-nhos
7. a
Basta atentar para a ortografia das palavras.
“Controversa” e “mais” existem no léxico, mas não se
adaptam ao contexto.
8. O autor emprega a repetição de sons de vogais. Isso faz
lembrar um movimento ondulante, leve e repetido
mansamente, como aquele das ondas. Caso se queira citar
o nome, há uma figura de linguagem caracterizada pela
repetição de sons vocálicos, que é a assonância.
14. A palavra é “veículo”, que tem, no primeiro quadrinho, o
sentido de “meio de transmissão” e é interpretada por
Mafalda como “automóvel”, “meio de transporte”.
Reconhecer polissemias em textos não é fácil. Uma
observação que pode facilitar é buscar a origem do
efeito de humor, que muitas vezes é causado exatamente
por palavras ou expressões polissêmicas.
2. 15. a
A forma como se usa a língua, em um texto, ajuda a
determinarmos, como leitores, qual é a finalidade a que
ele se destina.
16. e
O erro de a é que as palavras citadas não eram grafadas
com trema. Em b, o problema é que as palavras não são
proparoxítonas. Em c, umidade e ojeriza não se escrevem
com “h” e, finalmente, em d as palavras são escritas com
“s”.
Tarefa proposta
1. Dois bons exemplos são “cousa” e “vossemecê”. Há,
também, variações em relação à organização da frase,
mas o exercício é claro ao pedir “palavras”. “Cousa” passou
a “coisa” e “vossemecê” passou a “você”.
2. a
As características regionais citadas no texto de Rachel
de Queiroz são todas relativas à forma de dizer as
palavras. Assim, relacionam-se a seu som, ou seja, à
fonologia.
3. d
O ditongo está em “ém” (e˜i) e está nasalizado.
4. d
Assim como se afirmou na teoria, o fonema é a menor
unidade da língua provida de significação, que carrega a
possibilidade de alterar sentidos.
5. d
O texto apresenta uma visão da língua como algo
hermético e impenetrável, o que vai de encontro aos
modernos conceitos de que a língua pode absorver
palavras e construções, modificando-se, com o tempo, de
forma esperada e saudável.
6. b
Há aliteração do fonema “r” e onomatopeia porque há a
tentativa de se imitar o barulho das águas revoltas de
um rio.
7. c
Poderia haver confusão em relação à alternativa d, mas é
preciso considerar a variação linguística como algo
natural e enriquecedor para a língua, não como um
problema a ser combatido.
3. 2
8. c
O sufixo “-eza” escreve-se com “z”, bem como terminam em “z”
os substantivos derivados de adjetivos.
9. c
Não se pode considerar um argumento coerente, uma vez
que não se trata da simples internacionalização do
português brasileiro, mas, sim, de um processo que visa à
homogeneização da língua.
10. Não. A língua varia de acordo com a região e com os
falantes que a praticam. As variações, porém, não
significam erros ou acertos por parte de uma ou outra
população, mas, sim, modificações que fazem parte do
desenvolvimento e da flexibilidade naturais de uma
língua.
11. Não, porque em muitos casos o que ocorre são variações
semânticas, não simplesmente ortográficas. Deve-se estar
atento para o que é uma variação ortográfica e o que é
uma diferença de sentido entre palavras de uma região a
outra, de um dialeto a outro.
12. O recurso é a aliteração, a repetição do som consonantal
“t” em “tenebrosas transações”. Isso ajuda a construir o
efeito de obscuridade que reveste o contexto em que se
inserem os versos. Há outras aliterações que poderiam
ser citadas, mas essa, em “t”, é a mais marcante.
13. Soma = 15 (01 + 02 + 04 + 08)
Em 16, deveria ser usado o conectivo de causa “porque”.
14. c
O correto seria “porquê”.
15. b
É importante notar que, como não se pode saber o sentido
da migração dos povos, o ideal seria, de fato, usar
simplesmente “migração”, e não “emigração” ou “imigração”.
16. e
A questão dos porquês é importante não só para resolver
questões de múltipla escolha, mas também para
interpretar corretamente textos e escrever, de modo
adequado, redações em provas de vestibular.
17. O efeito expressivo apoia-se na homonímia entre dois
signos homófonos (ou quase) e heterógrafos: Accord
(nome do modelo) e acorde (imperativo do verbo acordar),
ambos pronunciados da mesma forma pela maioria dos
consumidores brasileiros.Importante perceber que há
outras causas de construção do efeito de sentido. No
entanto, o comando da questão facilita ao demarcá-la ao
território dos homônimos e parônimos.
18. Os parônimos tração e atração são o fundamento da
chamada do anúncio.
19. d
Poderia haver confusão em relação a e, porém não se
trata de variação fonética, visto que as palavras são
homônimas homófonas, isto é, têm o mesmo som.
20. c
4. Na primeira ocorrência, a palavra “amargo” significa “sem
açúcar”, “pouco doce”. Na segunda ocorrência, significa
“árduo”, “difícil de suportar”.
21. Não. Na primeira ocorrência significa “foco”, “ponto
principal”. Já na segunda ocorrência o sentido é de
“espírito”, “razão de existência”. É preciso levar em
consideração o fato de que uma das personagens é jovem
e muito ligada à sua profissão; a outra é mais velha e
“muito religiosa”.
22. e
Em “pôr” ocorre acento diferencial e, em “recém”, o acento
ocorre por se tratar de uma palavra oxítona terminada
em “em”.
23. e
O correto seria “auferir”.
24. a) O autor emprega o recurso dos parônimos, já que a
forma verbal “erre” e a leitura da sigla (“i-erre”) têm
sonoridade parecida. Essa aproximação de sons em
palavras com significados diferentes ajuda a causar
curiosidade no leitor em relação ao conteúdo do texto.
É possível perceber efeitos subjacentes, como o fato
de o título bem-humorado retirar parte da carga de
seriedade e da ideia de complicações que pode trazer a
necessidade de declarar o imposto de renda.
b) Como a sigla “IR” coincide com a forma de infinitivo do
verbo “ir”, o leitor, sem considerar o contexto, pode
pensar que se trata de não errar as formas do verbo
“ir”. Até porque as letras que compõem esse título são
todas maiúsculas. A leitura da matéria, porém,
esclarece a dúvida. É preciso notar que o título “Não
erre no IR” só é exatamente assim para fazer o jogo de
sons que facilita a criação de efeito do nome dado à
matéria. Caso contrário, o mais lógico seria escrever, no
lugar de “IR”, imposto de renda.
Capítulo 2 Estrutura e formação de palavras
Conexões
1. Alguns trechos que chamam a atenção são: “…
classificação aparente classe média média.”, “… não
necessariamente franceses e na verdade não importa
naturais de onde” e “… rolava arcos fugindo da estrada
reta que nosso herói, a esta altura a dificuldade já nos
pungia aflição e fazia torcer por ele, que nosso patético
herói procurava lhe impor”. Ao modificar a pontuação
5. 3
esperada — eliminando como insetos) para o mundo
vírgulas e parênteses, dos humanos. Por isso a
por exemplo —, o autor linguagem é tão voltada
traz um tom de oralidade para o campo da ciência, da
para o texto, tornando-o zoologia. Basta que se
mais próximo da nossa perceba que o que ocorreu
fala do que de textos foi a junção de “nossos” a
escritos, propriamente. O “cosmos” e que “nosso” se
texto ganha uma fluidez refere aos seres humanos,
maior, o que leva a uma cujo “cosmos” é descrito no
leitura mais conto (o ônibus apinhado, o
despreocupada e, claro, costume de ir ao cinema, a
surpreendente. Há outros forma de se relacionar). O
exemplos possíveis. O mais que o autor faz é trazer
importante é perceber para o mundo dos humanos a
quais são os efeitos da temática trabalhada no
subversão de pontuação e filme.
sintaxe que o autor 4. Em “conversou o outro”, o
escolhe para seu texto. verbo é empregado de uma
2. Uma das respostas forma diferente da mais
esperadas é que se comum, que é aquela em que
perceba como é tratado se usa a preposição “com”.
qualquer fato Isso dá uma ideia de
relacionado a pessoas aproximação entre as duas
famosas e poderosas, personagens que conversam.
como é o caso de uma O verbo “conversar” pode
princesa (pela data da ser usado com ou sem
publicação do livro, pode- preposição. Quando usado
se pensar que se trate sem preposição, como no
da morte da princesa texto, tem os sentidos de
Diana). Em casos como o da “paquerar” ou de “seduzir
morte de um membro de pela palavra”, que são
família real, até mesmo a ideias cabíveis em seu
grande tragédia da morte contexto. Há, também, as
é tratada sob a luz dos formas mais comuns:
holofotes, com certo conversar com, conversar
glamour. sobre etc. Não é necessário
3. A palavra é um conhecer os diferentes
neologismo, resultado da empregos do verbo, mas
união do pronome simplesmente perceber que
possessivo “nossos” à ele está sendo usado no
palavra “cosmos”. Quando texto de uma forma
se percebe que há outras diferenciada e que isso
palavras que também são causa surpresa.As
formadas com “cosmos”, sensações que isso provoca
como Microcosmos (que é na leitura dependerão do
o título do filme a que leitor.
foram assistir no cinema),
Exercícios complementares
entendemos o porquê de o
autor nomear as 6. d
personagens como “humano Mais uma vez, pensar em
um” e “humano dois” ou palavras semelhantes
como “representantes da ajuda a resolver a
espécie”. Na verdade, ele questão. Nesse caso,
transfere o conteúdo do “aristocracia”, “laringite”,
filme (que fala sobre a “hidrofobia” etc.
vida de pequenos seres, 7. e
6. Basta perceber que lembrar que, enquanto a
“imprudente” significa “não sigla pode ser “lida como
prudente”, “ineficaz, “não palavra independente”, o
eficaz”, e “imaculado” mesmo não acontece com a
significa “não maculado” ou abreviatura.
“não manchado”. 4. A palavra vem da mistura
8. b de “agro” (relativo ao
Todos os prefixos têm o campo) e “pecuária”
sentido de negação. (relativo à criação de
14. A palavra “novas”, que gado).
usualmente é um adjetivo, 5. e
está empregada no texto Em todas as alternativas,
como substantivo. (= com exceção de e, o prefixo
notícia, novidade) Basta tem o sentido de negação.
notar que ela poderia 6. Para poeira: pó, empoeirar,
aparecer precedida do empoeirado, poeirento; para
artigo definido “as”. passageiro: passagem,
15. d passante, passado, passar.
A flexão no diminutivo, Palavras cognatas são
nesse caso, é pejorativa aquelas que derivam do
e serve para qualificar mesmo radical. Por isso as
negativamente o emprego. palavras dadas são
16. c chamadas de cognatos.
O problema em “1” é que o Existem muitas outras
valor do prefixo não é o possibilidades de resposta.
de inclusão. 7. e
“Vidente” deriva de “ver” e
Tarefa proposta
não de “vida”, como as demais
1. Alguns exemplos são palavras.
“britânicos” e “biológicas”. 8. b
A primeira possui O radical de “alumiar” é
desinência de masculino “lume”.
(“o”), enquanto a segunda
9. e
possui desinência de
Em “dever” não há prefixo.
feminino (“a”). É preciso
notar que nem toda
palavra que possua “o” e
“a” terá desinência de
gênero. Para haver, é
necessário que exista o
gênero oposto. No caso,
há “britânicas” e
“biológicos”.
2. Alguns exemplos são
“cientistas” e “ovelhas”.
Ambas estão no plural, o
que é marcado pelo “s”
final. É preciso notar que
nem toda palavra
terminada em “s” terá
desinência de número. Para
haver, é necessário que
exista o número singular.
No caso, há “cientista” e
“ovelha”.
3. Seria, provavelmente,
DAAAR. É importante
7. 10. b
A questão é quase um jogo de lógica. Se o nome do
filho é o nome do pai sem “-hú”, o nome do pai será
o nome do filho acrescido de “-hú”.
11. a) Os adjetivos, que ajudam a formar a imagem de
uma criatura frágil e delicada, mostram também
proximidade e carinho em relação a ela, que é
descrita com muito cuidado e delicadeza.
Conhecer o contexto em que se insere o trecho
ajuda a resolver a questão, mas não é
imprescindível.
b) “Andorinha” é formada pelo radical “andorinh” +
vogal temática “a” e desinência modo-temporal
“va”. É importante reconhecer a criação de
neologismos como marca registrada de Guimarães
Rosa. “Andorinhava” é um neologismo verbal.
12. É importante deixar claro, na resposta, que
“neologismo” se refere à criação de palavras que
são novas para o léxico do idioma e que tenham
sido usadas uma primeira vez antes de serem
dicionarizadas.
13. O título refere-se ao neologismo “teadorar”. O
neologismo vem da junção da expressão “te
adorar”, formando uma paronímia: Teadoro e
Teodora.
14. Sim. A questão considera o emprego da palavra
tendo em vista o conteúdo do poema. Neste,
Bandeira retrata os estrangeirismos como uma
invasão, um “exagero” a que o povo está sujeito,
“já está entregue”.
15. Não. Em “telepizza” ocorre, simplesmente, a
anexação de um prefixo a uma palavra já
dicionarizada em língua portuguesa, que é pizza. O
que o autor critica é o uso indiscriminado de
estrangeirismos, não os usos pontuais e sem
exageros.
16. e
Em “aguardente” há alteração fônica, por isso se diz
que é aglutinação, não justaposição, como ocorre
em “pontapé”. Em “casamento” e “portuário” ocorre
a adesão de sufixos que formam, respectivamente,
substantivo e adjetivo. Em “os contras”, a
presença do artigo denuncia a derivação imprópria.
Em “submarino”, a presença do prefixo “sub”
simultaneamente acrescido do sufixo “ino” é
bastante clara, bem como é clara a colocação do
prefixo em “hipótese”.
17. e
Trata-se da única palavra que não se forma por
onomatopeia.
18. Conforme a leitora, palavras formadas com o
sufixo “-eiro” têm valores pouco nobres,
identificando pessoas e profissões sem nível ou
status social. A leitora vê, portanto, uma
conotação pejorativa relacionada ao sufixo, como
8. muitas vezes acontece com aumentativos e
diminutivos.
19. Segundo o ponto de vista da leitora, “banqueiro”,
embora possua dinheiro e status social, também
teria valor pouco nobre, porque é alguém que fica
com a parte principal dos lucros dos negócios,
alguém inescrupuloso; bancário, sem sufixo “-eiro”,
é visto como honesto, que é explorado e fica com
a parte menor dos lucros. É preciso, também,
contextualizar as palavras, reconhecendo-as em
seu uso cotidiano. A atividade de bancário, por
exemplo, é reconhecida pela maioria das pessoas.
20. Um dos aspectos que podem ser citados é o uso
de diminutivos, que ajuda a caracterizar a
linguagem infantil, criando um universo típico das
crianças. Há outros recursos que podem ser
citados, como o uso de linguagem simples e
constituída de um universo vocabular não muito
amplo.
21. e
Ambas as palavras são formadas por sufixação,
com sufixos formadores de substantivos.
22. O sufixo ajuda a formar a imagem de uma
personagem com extrema fragilidade física. A
percepção da semântica presente nos prefixos e
sufixos tem sido cada vez mais explorada nas
provas. Por isso, é muito importante que se treine
o olhar para essas ocorrências linguísticas.
23. a) Frase 1: longes (é um vocábulo comumente
usado no singular, como um advérbio); frase 2:
sozinhos (é normalmente adjetivo, usado no
singular, quando o sujeito a que se refere está
no singular); frase 3: verde, segunda ocorrência
(é normalmente adjetivo). O que ocorreu, nesses
casos, foi derivação imprópria.
b) Frase 1: longes (é substantivo); frase 2:
sozinhos (é substantivo); frase 3: verde, segunda
ocorrência (é substantivo). É interessante
perceber como a mudança de classes gramaticais
torna o texto mais lírico.
24. a) O recurso é a onomatopeia. No caso, a
palavra “vrummm” tenta reproduzir o som de um
carro em aceleração.
b) A palavra “vrummm”, no contexto do anúncio, é
capaz de concentrar muitas qualidades do carro
em apenas um vocábulo. Muitos dos adjetivos que
aparecem com letras mais claras, no fundo do
anúncio, são qualidades que se unem na
onomatopeia empregada no anúncio em questão. A
surpresa — quase estranhamento inicial —,
causada pela leitura de um vocábulo tão
diferente e exótico, pode chamar a atenção do
leitor para o carro, fazendo-o parar por um
instante para observar o restante do anúncio, o
que é, exatamente, o objetivo do emissor do
anúncio publicitário. Há, também, a relação direta
9. da palavra “vrummm” com as noções de rapidez e
potência, tão desejadas pelo comprador de um
automóvel.
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