Seminário apresentado durante a disciplina de Introdução à Metodologia da Pesquisa Científica com a Professora Doutora Luciana de Souza Gracioso na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar.
2. Definição A Bibliometriapode ser definidacomo um conjunto de leis e princípiosaplicados a métodosestatísticos e matemáticosquevisam o mapeamentodaprodutividadecientífica de periódicos, autores e representaçãodainformação.
3. O termoBibliometriafoicriadopor Paul Otlet em 1934, no TratadodaDocumentação, sendo antes estaciênciaconhecidacomobibliografiaestatística, termocunhadoporHulmeem 1923. Todavia, o termoconsolidou-se apenasem 1969, após a publicação do artigo de Pritchard, sob o título “BibliografiaestatísticaouBibliometria?” (Vanti, 2002). O conceitomaisutilizado de bibliometria, definidopor Pritchard (1969), como “todososestudosquetentamquantificarosprocessos de comunicaçãoescrita” Início
4. A bibliometriafoiinicialmentevoltadapara a medida de livros (quantidade de edições e exemplares, quantidade de palavrascontidasnoslivros, espaçoocupadopeloslivrosnasbibliotecas, estatísticasrelativas à indústria do livro), aospoucosfoi se voltandopara o estudo de outrosformatos de produçãobibliográfica, taiscomoartigos de periódicos e outrostipos de documentos, paradepoisocupar-se, também, daprodutividade de autores e do estudo de citações. (Araújo, 2006, p. 12-13)
6. Princípios As três leis citadaslidam com distribuições e recenseamentos de documentoscientíficosquepossuempropriedadessimilares. Estasdistribuiçõessãointerpretadas sob a luz de doisconceitosprincipais: o núcleo e a dispersão. Segundo Rostaing (1996, 26): Núcleo: representa o grupo de elementosqueaparecemmais freqüentementeem um conjunto de referênciasbibliográficasestudadas. Porexemplo, no casoda lei de Lotka, o núcleosimbolizaosautoresmais produtivosemdeterminadaárea do conhecimento. Dispersão: representa o número de elementos de baixafreqüência no conjunto de referênciasbibliográficasestudadas. No casoda lei de Lotka, a dispersãocorresponde a umagrandediversidade de autores quepublicarampouconessamesmaárea do conhecimento.
7. Lei de Bradford A Lei de Bradford objetivaconhecer o núcleo de periódicosproduzidoemdeterminadotema. Bradford realizaumasérie de estudosqueculminam, em 1934, com a formulaçãoda lei dadispersão. O autorpercebeque, numacoleção de periódicossobre geofísica, existesempre um núcleomenor de periódicosrelacionados de maneira próximaaoassunto e um núcleomaior de periódicosrelacionados de maneira estreita, sendoque o número de periódicosemcadazonaaumenta, enquanto a produtividadediminui. Analisando326 periódicos, eledescobriuque: 9 periódicoscontinham 429 artigos, 59 continham 499 e 258 continham 404 artigos.
8. Em termos simples, a "lei" diz que não adianta aumentar excessivamente a quantidade de periódicos, porque a soma dos artigos publicados nos periódicos mais importantes (mais consultados) não vai passar de uma quantidade que se estabilizará ou que tenderá a crescer muito pouco, segundo o comportamento de uma função semilogarítmica. Lei de Bradford
9. Lei de Lotka Y é a frequênciarelativa de autores com X publicações C constantequedependedaárea X é o número de publicações A Lei de Lotka visa definir as maiorescontribuições de pesquisadoresemdeterminadasáreas do conhecimento. Lotkadescobriuqueumalarga proporçãodaliteraturacientífica é produzidapor um pequenonúmero de autores, e um grandenúmero de pequenosprodutores se iguala, emprodução, aoreduzidonúmero de grandesprodutores.
10. Lei de Lotka De 100 autoresqueescreveram 1 artigopelomenosem um períodoespecífico, nósassumimosqueC=1 and n=2:
11. Lei de Zipf A partirdaíZipfformulou o princípio do menoresforço: existeuma economia do uso de palavras, e se a tendência é usar o mínimosignificaque elasnãovão se dispersar, pelocontrário, umamesmapalavravai ser usada muitasvezes; as palavrasmaisusadasindicam o assunto do documento. A Lei de Zipfpontua a freqüência com quecertaspalavrasaparecemnostextoscientíficos de maneira a definirsuarepresentatividadenestecontexto.
12. Meadows (1999) diz que as palavras mais citadas são também as mais curtas, sendo as mais longas difíceis de absorver. O autor utiliza o exemplo do termo DNA, amplamente empregado em textos científicos, contra o termo ácido desoxirribonucléico. Lei de Zipf
13. Problemas O problemacomum de todasestastécnicasgiraemtornodapadronizaçãonadescrição dos documentos, tantofisicamente (dados de produção,nomes de autores e filiações), quanto do próprioconteúdo, principalmente de citações. Padrõesde organizaçãodainformaçãosãoessenciaispara a identificaçãocorreta das variáveisanalisadasempesquisasbibliométricas. No entanto, nãobastaqueesses padrõesestejamdefinidosparaatingirosobjetivos de recuperaçãodainformação e de geração de indicadores de comunicaçãocientífica. Elesnecessitam ser efetivamente empregadosnasfontes de informação. Para tanto, faz-se necessáriaatuaçãofirme de editorescientíficos e administradores de bases de dados e a colaboração e sensibilização dos autoresparaaplicaçãocorreta dos padrões de descrição bibliográfica. (CAFÉ, 2008)
14. A Webometria Graçasaosgrandesavançostecnológicosquetêmdemocratizadoostrabalhos de catalogação e classificação, muitosavançossãonotadosnaárea. Doispesquisadores no campo Almind & Ingwersen*, afirmamqueestánascendodentrodabilbiometriaumaderivação dos serviçosbibliométricosvoltadaexclusivamenteparaweb, a webometrics (VANTI, 2002), ouwebometria, comoposteriormenteficouconhecida. Algunsautoresutilizam-se também do termocybermetrics. Entre as mediçõesrealizadasnessaárea, umaque se podedestacar é a que dizrespeito à frequência de distribuição de páginas no cyberespaço. Estamedição mediçãoapontapara o estudoouanálise comparativadapresença dos diversospaísesnarede, das proporções de páginaspessoais, comerciais e institucionais. (VANTI, 2002) Os estudoswebométricos tem se desenvolvidoprincipalmenteatravés dos motores de busca, quepossibilitamtrabalhar com grandes volumes de informação.
15. l A cienciometria (tambémdenominadacientometria) é um ramodasociologia das ciências e das ciênciasdainformaçãoqueprocuraestudaraspectosquantativosdaciência e daproduçãocientífica, quercomoumadisciplina, quercomoumaatividadeeconômica. Um dos principaispensadores a desenvolver a questãodacienciometriafoi Derek de Solla Prince. A Cienciometria
16. As principaisferramentasdacienciometriasãoderivadasdablibliometria, através de medidasrelacionadas à publicação de trabalhoscientíficos. Tem sidoamplamenteempregadanaavaliaçãodaqualidade de periódicos, instituições e cientistas; o que tem levantadoumasérie de críticas e questionamentossobre a validade de taluso e osmétodosempregados A Cienciometria
17. A Cienciometria A cienciometriaestudapormeio de indicadoresqualitativos e essesindicadoressãoutilizadosdentro de umaárea do conhecimento, digamosquemedianteanalise de publicações e tambémtentamedirosincrementos de produção e produtividade de umadisciplina, de um grupo de pesquisadores de umaárea, a fim de delinear o crescimento de determinadoramo do conhecimento. É o estudo dos aspectosquantitativosdaciênciaenquantoumadisciplinaouatividadeeconômica. Podeser entendidacomo um segmentodasociologiadaciência, sendoaplicada no desenvolvimento de políticascientíficas. Envolveestudosquantitativos das atividadescientíficas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria.
18. O Fator de Impacto, abreviado como FI, é uma medida que reflete o número médio de citações de artigos científicos publicados em determinado periódico. É empregado frequentemente para avaliar a importância de um dado periódico em sua área, sendo que aqueles com um maior FI são considerados mais importantes do que aqueles com um menor FI. Fator de Impacto (FI)
21. Conclusão Enfim, comotodo o método de avaliação, possuisuasvantagens e desvantagens e porissonãopossuiunanimidadenasuaaprovação. Apesardisso, bibliometria é indiscutivelmenteumaferramentaimportantepara o conhecimento de determinadascomunidadescientíficas, identificacomportamentos e também a qualidade das publicações. Poroutrolado, a bibliometriavem se consolidandocomo método de estudodentro de umapreocupação com leiturasmaisricasda realidade, maisatentasàsreivindicaçõescontemporâneas do pensamentocomplexo. (ARAÚJO, 2006)
22. Referências ARAÚJO, C. A. Bibliometria: evolução história e questões atuais. Em Questão, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 11-32, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://revistas.univerciencia.org/index.php/revistaemquestao/article/viewFile/3707/3495>BEUREN, I. M.; SOUZA, J. C. Em busca de um delineamento de proposta para classificação dos periódicos internacionais de contabilidade para o Qualis CAPES. Rev. contab. finanç., São Paulo, v. 19, n. 46, Apr. 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-70772008000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 Out. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772008000100005. FERREIRA, A. C. Bibliometria na avaliação de periódicos científicos. Revista de Ciência da Informação - v.11 n.3 jun. 2010. Disponível em:<http://www.dgz.org.br/jun10/Art_05.htm> Acesso em: 13 out. 2011.FONSECA, Edson Nery da (Org). Bibliometria: teoria e prática. São Paulo: Cultrix, Ed. da USP, 1986.GUEDES, V.L.S.; BORSCHIVE S. BIBLIOMETRIA: Uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. Disponível em:<http://dici.ibict.br/archive/00000508/01/VaniaLSGuedes.pdf>VANT, N. A. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v31n2/12918.pdf>. Acesso em: 12 out. 2011.Revista inglesa pergunta: Os periódicos científicos ameaçam o avanço do conhecimento e a comunicação entre pesquisadores? Disponível em:<http://www.inovacao.unicamp.br/noticia.php?id=622>. Acesso em: 13 Out. 2011.