SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 21
Descargar para leer sin conexión
NEGRO MOSTRA A TUA FACE 2009 - ATIVIDADES

MÁSCARAS AFRICANAS




   Máscara do século XVI, Nigéria, Edo, Corte de Benin, marfim,
                  Metropolitan Museum of Art.


                        O USO DAS MÁSCARAS

A utilização de máscaras em cerimoniais é prática comum há milhares de
anos. As máscaras são de fundamental importância nos rituais, sejam de
iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. As
máscaras apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica,
expondo características particulares de cada grupo. Assim, existe uma
enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e
aplicações. Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados
nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações,
como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de
máscaras associado a objetos de cunho animatista, como amuletos.
A MÁSCARA NA ÁFRICA NEGRA

Na África, o artífice, antes de começar a esculpir uma máscara, passa por
um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças
divinas.
 Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara
durante o processo de manufatura.
Se no passado era prática generalizada, o uso de máscaras rituais teve um
enorme declínio nas últimas décadas.
Entretanto, a manufatura e o emprego destes objetos continuam sendo um
aspecto fundamental na identidade de vários grupos étnicos africanos.
Por isso, já existem pessoas que trabalham pela preservação deste hábito
milenar.
As máscaras são empregadas, basicamente, em eventos sociais e religiosos.
Além de representarem os espíritos ancestrais, em alguns casos objetivam o
controle de forças espirituais das comunidades para um determinado fim,
sejam estas forças benéficas ou malignas.
A matéria prima utilizada na elaboração das máscaras é diversificada.
Entretanto, é a madeira a matéria prima mais comum.
Isso porque os artífices acreditam que as árvores possuem uma alma, um
espírito.
A madeira seria interpretada como um receptáculo espiritual, sendo que
parte dessa essência animista é transferida para a máscara, conferindo ao
seu portador alguma espécie de poder.
 Na visão de muitos antropólogos, se trataria de um conjunto de forças
invisíveis que atuam diretamente no controle social.
                    (Por Rodrigo Aguiar)
O SIMBOLISMO SAGRADO DAS MÁSCARAS AFRICANAS
O significado das máscaras é muito difícil de ser compreendido pelos não-
africanos, justamente porque nelas residem muitas fantasias, misticismo e
magia que exprimem o modo de pensar de muitas sociedades tribais
africanas.
Esses significados variam de um grupo étnico para outro, onde uma só
máscara pode ter significados variados.
A máscara simboliza uma transformação mística; quem a veste incorpora o
ser que ela representa.
Na região oeste da África, elas têm importantíssima função, por exemplo,
nas festas de iniciação, aparições públicas de sociedades secretas, nos
rituais de casamento, nascimento, morte e feitiçaria e nas celebrações das
colheitas.
Elas podem purificar, proteger ou assombrar, transmitindo mensagens dos
espíritos para as pessoas e acompanham os homens na guerra, na caça e nos
trabalhos no campo.
A função das máscaras juntamente com os trajes sagrados é fixar a atenção
de todos na energia de um espírito.
As máscaras sempre foram protagonistas indiscutíveis da arte africana.
As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana.
Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo
em expressões da vontade criadora do africano.

Para saber mais: Mello, Luiz Gonzaga de. “Antropologia Cultural:
iniciação, teoria e temas”. Harris, Marvin. “Antropologia Cultural”. Espina
Barrio, Angel B. “Manual de Antropologia Cultural”.
MACULELÊ




O Maculelê é uma dança de origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos
negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura
dos índios que aqui já viviam.
Os africanos diziam que esta dança era mais uma forma de luta contra os
horrores da escravidão e do cativeiro.
Enquanto os negros dançavam com os cepos de cana no meio do canavial,
cantavam músicas que evidenciavam o ódio.
Porém, eles as cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os
feitores não entendessem o sentido das palavras.
Assim como a "brincadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos
movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de
esconder os perigos das porretadas desta dança.
Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes se defendiam
com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam
principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar
e levantar do negro com os porretes em punho.
Além desta defesa, os negros pulavam de um lado pro outro dificultando o
assédio do feitor.
Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite
nos terreiros das senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras,
trazendo ainda mais perigo para o agressor.
O maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas,
alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições"
retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto
com os dançarinos.
O maculelê é portanto, um bailado guerreiro que foi desenvolvido por
homens negros, compreendendo dançadores e cantadores, todos
comandados por um mestre, denominado “macota”.
Os participantes usam um bastão de madeira com cerca de 60 cm de
comprimento, exceto o macota, que tem um mais longo.
Os bastões são batidos uns nos outros, em ritmo forte e compassado. Estas
pancadas presidem toda a dança, funcionando como marcadoras do pulso
musical.
A banda que anima os dançarinos é composta por atabaques, pandeiros e às
vezes violas de doze cordas.
As cantigas são puxadas pelo macota e respondidas pelo coro.
Há músicas tradicionais e outras circunstanciais, dependendo da destreza
do chefe.
Quando se apresentam em alguma casa ou estabelecimento de eventos,
iniciam com uma saudação ao dono do lugar, seguem-se várias cantigas a
gosto do mestre, concluindo com Despedida e Agradecimento.
Na rua executam a Marcha de Angola, que contém letra com termos
africanos adaptados. A área de maior incidência do Maculelê á a região de
Santo Amaro (BA).
Maculelê nos faz reencontrar com a alma perdida do negro, que muito
ajudou a construir esse nosso país.
A população afro-brasileira ao mesmo tempo que conservou elementos
fundamentais da tradição africana, criou e recriou símbolos, mitos,
costumes e danças.
ABAYOMIS




No Brasil, Abayomis designa bonecas de pano artesanais, muito simples,
confeccionadas a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com
nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas,
sempre negras, possibilitam o trabalho com a identidade afro-brasileira de
negros e descendentes, buscando superar as desigualdades de gênero,
integrando a memória cultural brasileira.
A palavra abayomi tem origem incerta, iorubá, significando aquele que
trás, felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso:
abay=encontro e omi=precioso) O nome é comum na África do Sul.




Conta-nos a história Africana que os negros confeccionavam Abayomis
como amuleto de proteção.
Em viagens para o Brasil em direção a escravidão, as mulheres rasgavam a
barra da saia e faziam Abayomis para as crianças brincarem....
E já aqui como escravos, reuniam-se todos os dias na senzala e
confeccionavam as Abayomis pedindo saúde e Prosperidade
O trabalho com as ABAYOMIS valoriza a cultura afro contribuindo para o
reconhecimento da identidade afro-brasileira estimulando a expressão
criativa além de reaproveitar retalhos de tecidos.
ARTE AFRICANA/ADINKRA




            Autor desconhecido          (Dreamstime.com)

A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas.
O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas
pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana
identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos.
A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas
africanos usando-se o ouro, bronze e marfim como matéria prima.
Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a
possibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm um
significado místico e importante na arte africana sendo usadas nos
rituais e funerais.
As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o
material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a
ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva.
Visitando os museus da Europa Ocidental é possível conhecer o maior
acervo da arte antiga africana no mundo.
A Arte Africana tem inúmeras faces hoje vamos explorar a Simbologia
Adinkra
SIMBOLOGIA ADINKRA

Entre as manifestações culturais da nação Ashanti, destaca-se o estampado
adinkra. Encontra-se também no povo Gyaman, da Costa do Marfim.
Adinkra são símbolos que representam provérbios e aforismos.

É uma linguagem de ideogramas impressos, em padrões repetidos, sobre
um tecido de algodão.




Considerado como um objeto de arte, o adinkra (adeus, em twi) constitui
um código do conhecimento referente às crenças e à historia deste povo.

A escrita de símbolos adinkra reflete um sistema de valores humanos
universais: Família, integridade, tolerância, harmonia e determinação, entre
outros.

Existem centenas de símbolos e a maioria deles é de origem ancestral,
sendo transmitidos de geração em geração. Muitos representam virtudes,
sagas populares, provérbios ou eventos históricos. Os ganeses geralmente
escolhem suas roupas para usar segundo o significado das cores e dos
símbolos estampados nelas.

A estampa e a cor expressam sentimentos de ocasiões específicas como
festas de funerais, festivais tradicionais, ritos de iniciação como o da
puberdade, casamentos, durbars etc.

Alegria está relacionada a cores alegres e ao branco, enquanto que para
funerais e luto predominam as cores como azul e vermelho escuro, marrom
ou preto. Quando as pessoas vestem vermelho escuro ou marrom, isso
significa que recém perderam um parente próximo.

A cor preta ou azul escuro demonstra a dor prolongada pela perda de uma
pessoa amada como os pais, filhos ou companheiro.

Adinkra significa adeus
Originalmente esses símbolos eram usados para enfeitar o vestuário
destinado às cerimônias fúnebres.

Os desenhos eram feitos recortando-se os simbolos em cacos de cabaça,
para usá-los como carimbos sobre os tecidos. Posteriormente, os tecidos
Adinkra passaram a ser usados por líderes espirituais em cerimônias e
rituais. Evitava-se usá-los no dia a dia, também pelo fato de que a tinta
desbotava ao lavar. No séc 17 foi introduzida no Imperio Ashanti (Akan) e
diziam que um homem Ota Kraban foi a Gyman,reino vizinho e trouxe o
primeiro tear.

A partir de então designou-se como tarefa maculina a urdidura e a
estamparia (hoje isso mudou,a estamparia também é feita por mulheres,
mas o tear continua sendo masculino)
A tinta empregada para tingir era extraida da árvore kuntunkuni e a clara de
ovo auxiliava no brilho.

Esses símbolos além de serem usados em estamparias de roupas e tear eram
entalhados nos banquinhos dos imperadores Ashantis.

Ainda que hoje em dia diferentes símbolos sejam empregados em roupas
podendo representar sentimentos particulares à escolha de quem usa, cabe
ao imperador uma estampa exclusiva. Atualmente, os tecidos Adinkra são
usados pelos ganenses em diversas ocasiões, tais como casamentos,
batismos e rituais de iniciação.

Além de serem usados sobre tecidos, também se aplicam nas paredes, na
cerâmica e nos logotipos.
Vamos conhecer alguns símbolos Adinkras e seus significados:




                                      Verdade




                                 Sinceridade




                                  Sabedoria
Paz




                Olho do amor




Esperança                  Entendimento




  Duas cabeças pensam melhor do que uma




                          Dois bons Amigos
Confiança em Deus                   Esperança




                     Deus zela por todos




Dinamismo/Versatilidade                    União nas relações




                 Democracia e Unidade                    Amor




        Seguro                    Humanidade Forte
Adaptabilidade                     Harmonia




                 Compreensão




          Paciência e Tolerância



                  Prudência
NIOBE XANDÓ

Podemos observar em algumas obras de Niobe Xandó traços da cultura
AFRO
Reconhecida como artista de peculiar originalidade nos seus mais de 50
anos de contínua e intensa atividade, Niobe Xandó tem experimentado uma
justa e merecida visibilidade.
Seu trabalho resultou numa obra sólida e múltipla, de evidente atualidade,
baseada em experiências pessoais únicas, com uma sensibilidade muito
própria.




Usou os mais inusitados materiais e técnicas: bambu, crânios de macacos,
dentes de animais, sementes, pintou toalhas de crochê e, bem antes da
moda ecologista, materiais reciclados.

E mais interessante ainda: jamais se auto-integrou ao movimento Dado, que
pouco ou nada lhe despertava interesse.

E é por essa mesma razão que se pode ter a relativa tranqüilidade de incluir
Niobe Xandó como uma legítima representante dada, porque, como uma
criança livre e feliz, negou quase tudo que fosse previamente estabelecido e
só se agarrou, com unhas e dentes, ao seu cavalo de pau: sua imaginação e
seu talento.

(Disponívem em http://miobe.wordpress.com/)




                                                       Gostou?

                     Então vamos fazer uma viagem pelas obras dela!

                        Clique no link abaixo, vá até obras e explore:

                                   http://www.niobexando.com.br/


Fonte: http://negromostraatuaface-atividades.blogspot.com/2009/09/aula-2-arte-africanaadinkra.html

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Culinária afro brasileira
Culinária afro brasileiraCulinária afro brasileira
Culinária afro brasileirapratesclaudio
 
Programa do acampamento mensageiros
Programa do acampamento mensageirosPrograma do acampamento mensageiros
Programa do acampamento mensageirosGeovani Mendes
 
Bncc ensino religioso
Bncc ensino religiosoBncc ensino religioso
Bncc ensino religiosowellenss
 
Apresentação currículo Ensino Religioso
Apresentação currículo   Ensino ReligiosoApresentação currículo   Ensino Religioso
Apresentação currículo Ensino ReligiosoKarin Willms
 
Palavras com a letra A
Palavras com a letra APalavras com a letra A
Palavras com a letra AJosé Martins
 
Dinâmica: Discutindo sobre a Honestidade
Dinâmica: Discutindo sobre a HonestidadeDinâmica: Discutindo sobre a Honestidade
Dinâmica: Discutindo sobre a HonestidadeQuenia Damata
 
CONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRA
CONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRACONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRA
CONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRAValéria Vanessa
 
projeto cultura afro brasileira
projeto cultura afro brasileiraprojeto cultura afro brasileira
projeto cultura afro brasileiraculturaafro
 
Cartilha Maria -Aula especial
Cartilha Maria -Aula especialCartilha Maria -Aula especial
Cartilha Maria -Aula especialRoberta Andrade
 
O que é folclore por simone helen drumond
O que é folclore por simone helen drumondO que é folclore por simone helen drumond
O que é folclore por simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Cultura africana 3° ano
Cultura africana 3° anoCultura africana 3° ano
Cultura africana 3° anoProfEricaVit
 
Hortas: 500 perguntas, 500 respostas
Hortas: 500 perguntas, 500 respostasHortas: 500 perguntas, 500 respostas
Hortas: 500 perguntas, 500 respostasPortal Canal Rural
 
História Divertida para trabalhar medidas não convencionais
História Divertida para trabalhar medidas não convencionaisHistória Divertida para trabalhar medidas não convencionais
História Divertida para trabalhar medidas não convencionaisaparecida_ines
 
Artigo o desenvolvimento infantil simone helen drumond
Artigo o desenvolvimento infantil simone helen drumondArtigo o desenvolvimento infantil simone helen drumond
Artigo o desenvolvimento infantil simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Gabarito+20+questões (1)
Gabarito+20+questões (1)Gabarito+20+questões (1)
Gabarito+20+questões (1)Inttermed
 

La actualidad más candente (20)

Culinária afro brasileira
Culinária afro brasileiraCulinária afro brasileira
Culinária afro brasileira
 
Programa do acampamento mensageiros
Programa do acampamento mensageirosPrograma do acampamento mensageiros
Programa do acampamento mensageiros
 
Bncc ensino religioso
Bncc ensino religiosoBncc ensino religioso
Bncc ensino religioso
 
Apresentação currículo Ensino Religioso
Apresentação currículo   Ensino ReligiosoApresentação currículo   Ensino Religioso
Apresentação currículo Ensino Religioso
 
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...
AVALIAÇÃO DE GEOGRAFIA: 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 - 1º CICLO - 4º BIMEST...
 
Ebf amor deus
Ebf amor deusEbf amor deus
Ebf amor deus
 
Palavras com a letra A
Palavras com a letra APalavras com a letra A
Palavras com a letra A
 
Dinâmica: Discutindo sobre a Honestidade
Dinâmica: Discutindo sobre a HonestidadeDinâmica: Discutindo sobre a Honestidade
Dinâmica: Discutindo sobre a Honestidade
 
Caderno p0301
Caderno p0301Caderno p0301
Caderno p0301
 
CONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRA
CONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRACONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRA
CONTRIBUIÇÃO DOS AFRICANOS PARA A CULTURA BRASILEIRA
 
projeto cultura afro brasileira
projeto cultura afro brasileiraprojeto cultura afro brasileira
projeto cultura afro brasileira
 
Cartilha Maria -Aula especial
Cartilha Maria -Aula especialCartilha Maria -Aula especial
Cartilha Maria -Aula especial
 
O que é folclore por simone helen drumond
O que é folclore por simone helen drumondO que é folclore por simone helen drumond
O que é folclore por simone helen drumond
 
Cultura africana 3° ano
Cultura africana 3° anoCultura africana 3° ano
Cultura africana 3° ano
 
Hortas: 500 perguntas, 500 respostas
Hortas: 500 perguntas, 500 respostasHortas: 500 perguntas, 500 respostas
Hortas: 500 perguntas, 500 respostas
 
História Divertida para trabalhar medidas não convencionais
História Divertida para trabalhar medidas não convencionaisHistória Divertida para trabalhar medidas não convencionais
História Divertida para trabalhar medidas não convencionais
 
Artigo o desenvolvimento infantil simone helen drumond
Artigo o desenvolvimento infantil simone helen drumondArtigo o desenvolvimento infantil simone helen drumond
Artigo o desenvolvimento infantil simone helen drumond
 
Planejamento anual 1
Planejamento anual 1Planejamento anual 1
Planejamento anual 1
 
Extracurricular
ExtracurricularExtracurricular
Extracurricular
 
Gabarito+20+questões (1)
Gabarito+20+questões (1)Gabarito+20+questões (1)
Gabarito+20+questões (1)
 

Similar a Negro Mostra A Tua Face

ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOSARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOSHenriqueLuciano2
 
arteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptx
arteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptxarteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptx
arteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptxLucimeireMellodosRei
 
História da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileira
História da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileiraHistória da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileira
História da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileiraRaphael Lanzillotte
 
Arte Indígena Brasileira
Arte Indígena BrasileiraArte Indígena Brasileira
Arte Indígena BrasileiraAndrea Dressler
 
Portfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos Gnaoua
Portfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos GnaouaPortfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos Gnaoua
Portfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos GnaouaMo Maie
 
Texto arte indigena
Texto arte indigenaTexto arte indigena
Texto arte indigenaLaís Paiva
 
Cultura Africana e suas influências no Brasil
Cultura Africana e suas influências no BrasilCultura Africana e suas influências no Brasil
Cultura Africana e suas influências no BrasilBruna Medeiros
 
/Exports/eja final/ednafinal
/Exports/eja final/ednafinal/Exports/eja final/ednafinal
/Exports/eja final/ednafinalednaalvessilva
 
África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601
África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601
África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601Tânia Regina
 
ARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdf
ARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdfARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdf
ARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdfWeslleyDias8
 

Similar a Negro Mostra A Tua Face (20)

Arte Africana
Arte Africana Arte Africana
Arte Africana
 
Arte de áfrica
Arte de áfricaArte de áfrica
Arte de áfrica
 
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOSARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
ARTE AFRICANA AFROBRASILEIRA E SEUS ASPECTOS
 
Arte Africana
Arte Africana Arte Africana
Arte Africana
 
Cultura afro brasileira máscaras
Cultura afro brasileira   máscarasCultura afro brasileira   máscaras
Cultura afro brasileira máscaras
 
arteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptx
arteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptxarteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptx
arteeculturaafricanaeafro-brasileira.pptx
 
História da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileira
História da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileiraHistória da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileira
História da Arte: Arte e cultura africana e afro brasileira
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte africana
Arte africanaArte africana
Arte africana
 
Arte africana 2013
Arte africana 2013Arte africana 2013
Arte africana 2013
 
Arte Indígena Brasileira
Arte Indígena BrasileiraArte Indígena Brasileira
Arte Indígena Brasileira
 
Portfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos Gnaoua
Portfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos GnaouaPortfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos Gnaoua
Portfolio intercambio Afrobrasil + Marrocos Gnaoua
 
Texto arte indigena
Texto arte indigenaTexto arte indigena
Texto arte indigena
 
Cultura Africana e suas influências no Brasil
Cultura Africana e suas influências no BrasilCultura Africana e suas influências no Brasil
Cultura Africana e suas influências no Brasil
 
/Exports/eja final/ednafinal
/Exports/eja final/ednafinal/Exports/eja final/ednafinal
/Exports/eja final/ednafinal
 
6 Artes ii
6   Artes ii6   Artes ii
6 Artes ii
 
África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601
África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601
África: consciência negra - Jornal Caramuru - Turma 1601
 
ARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdf
ARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdfARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdf
ARTE AFRICANA 7º ANO (1).pdf
 
Continete Africano
Continete AfricanoContinete Africano
Continete Africano
 

Más de Nádia Rabelo

F. educar as olimpíadas do Beto
F. educar   as olimpíadas do BetoF. educar   as olimpíadas do Beto
F. educar as olimpíadas do BetoNádia Rabelo
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarNádia Rabelo
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarNádia Rabelo
 
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)Nádia Rabelo
 
F. educar adivinhe o que é... folclore
F. educar   adivinhe o que é... folcloreF. educar   adivinhe o que é... folclore
F. educar adivinhe o que é... folcloreNádia Rabelo
 
Menino Nito Sonia Rosa
Menino Nito   Sonia RosaMenino Nito   Sonia Rosa
Menino Nito Sonia RosaNádia Rabelo
 
O quiproquó a turma do pererê
O quiproquó   a turma do pererêO quiproquó   a turma do pererê
O quiproquó a turma do pererêNádia Rabelo
 
O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo Nádia Rabelo
 
Ziraldo A Fábula das Três Cores
Ziraldo   A  Fábula das Três CoresZiraldo   A  Fábula das Três Cores
Ziraldo A Fábula das Três CoresNádia Rabelo
 
Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças Nádia Rabelo
 
Ziraldo o pequeno planeta perdido
Ziraldo   o pequeno planeta perdidoZiraldo   o pequeno planeta perdido
Ziraldo o pequeno planeta perdidoNádia Rabelo
 
Conto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegraConto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegraNádia Rabelo
 
Livro bichos da áfrica
Livro   bichos da áfricaLivro   bichos da áfrica
Livro bichos da áfricaNádia Rabelo
 
Fiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixaFiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixaNádia Rabelo
 
Contando saberes histórias da dona fiota 2
Contando saberes   histórias da dona fiota  2Contando saberes   histórias da dona fiota  2
Contando saberes histórias da dona fiota 2Nádia Rabelo
 

Más de Nádia Rabelo (20)

F. educar as olimpíadas do Beto
F. educar   as olimpíadas do BetoF. educar   as olimpíadas do Beto
F. educar as olimpíadas do Beto
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
 
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação EducarAS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
AS OLIMPÍADAS DO BETO - Fundação Educar
 
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
ADIVINHE O QUE É... FOLCLORE ( Fundação Educar)
 
F. educar adivinhe o que é... folclore
F. educar   adivinhe o que é... folcloreF. educar   adivinhe o que é... folclore
F. educar adivinhe o que é... folclore
 
Menino Nito Sonia Rosa
Menino Nito   Sonia RosaMenino Nito   Sonia Rosa
Menino Nito Sonia Rosa
 
O quiproquó a turma do pererê
O quiproquó   a turma do pererêO quiproquó   a turma do pererê
O quiproquó a turma do pererê
 
O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo O Segredo do U - Ziraldo
O Segredo do U - Ziraldo
 
Ziraldo A Fábula das Três Cores
Ziraldo   A  Fábula das Três CoresZiraldo   A  Fábula das Três Cores
Ziraldo A Fábula das Três Cores
 
Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças Carta da Terra para Crianças
Carta da Terra para Crianças
 
Ziraldo o pequeno planeta perdido
Ziraldo   o pequeno planeta perdidoZiraldo   o pequeno planeta perdido
Ziraldo o pequeno planeta perdido
 
Escola x dengue
Escola x dengueEscola x dengue
Escola x dengue
 
Cartilha bullyng
Cartilha bullyngCartilha bullyng
Cartilha bullyng
 
Conto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegraConto sophia noite.de.natal_txtintegra
Conto sophia noite.de.natal_txtintegra
 
Livro bichos da áfrica
Livro   bichos da áfricaLivro   bichos da áfrica
Livro bichos da áfrica
 
Bichos da África
Bichos da ÁfricaBichos da África
Bichos da África
 
Fiota cartilha5 web
Fiota cartilha5 webFiota cartilha5 web
Fiota cartilha5 web
 
Fiota cartilha4 web
Fiota cartilha4 webFiota cartilha4 web
Fiota cartilha4 web
 
Fiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixaFiota cartilha3baixa
Fiota cartilha3baixa
 
Contando saberes histórias da dona fiota 2
Contando saberes   histórias da dona fiota  2Contando saberes   histórias da dona fiota  2
Contando saberes histórias da dona fiota 2
 

Negro Mostra A Tua Face

  • 1. NEGRO MOSTRA A TUA FACE 2009 - ATIVIDADES MÁSCARAS AFRICANAS Máscara do século XVI, Nigéria, Edo, Corte de Benin, marfim, Metropolitan Museum of Art. O USO DAS MÁSCARAS A utilização de máscaras em cerimoniais é prática comum há milhares de anos. As máscaras são de fundamental importância nos rituais, sejam de iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. As máscaras apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica, expondo características particulares de cada grupo. Assim, existe uma enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e aplicações. Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações, como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de máscaras associado a objetos de cunho animatista, como amuletos.
  • 2. A MÁSCARA NA ÁFRICA NEGRA Na África, o artífice, antes de começar a esculpir uma máscara, passa por um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças divinas. Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara durante o processo de manufatura. Se no passado era prática generalizada, o uso de máscaras rituais teve um enorme declínio nas últimas décadas. Entretanto, a manufatura e o emprego destes objetos continuam sendo um aspecto fundamental na identidade de vários grupos étnicos africanos. Por isso, já existem pessoas que trabalham pela preservação deste hábito milenar. As máscaras são empregadas, basicamente, em eventos sociais e religiosos. Além de representarem os espíritos ancestrais, em alguns casos objetivam o controle de forças espirituais das comunidades para um determinado fim, sejam estas forças benéficas ou malignas. A matéria prima utilizada na elaboração das máscaras é diversificada. Entretanto, é a madeira a matéria prima mais comum. Isso porque os artífices acreditam que as árvores possuem uma alma, um espírito. A madeira seria interpretada como um receptáculo espiritual, sendo que parte dessa essência animista é transferida para a máscara, conferindo ao seu portador alguma espécie de poder. Na visão de muitos antropólogos, se trataria de um conjunto de forças invisíveis que atuam diretamente no controle social. (Por Rodrigo Aguiar)
  • 3. O SIMBOLISMO SAGRADO DAS MÁSCARAS AFRICANAS O significado das máscaras é muito difícil de ser compreendido pelos não- africanos, justamente porque nelas residem muitas fantasias, misticismo e magia que exprimem o modo de pensar de muitas sociedades tribais africanas. Esses significados variam de um grupo étnico para outro, onde uma só máscara pode ter significados variados. A máscara simboliza uma transformação mística; quem a veste incorpora o ser que ela representa. Na região oeste da África, elas têm importantíssima função, por exemplo, nas festas de iniciação, aparições públicas de sociedades secretas, nos rituais de casamento, nascimento, morte e feitiçaria e nas celebrações das colheitas. Elas podem purificar, proteger ou assombrar, transmitindo mensagens dos espíritos para as pessoas e acompanham os homens na guerra, na caça e nos trabalhos no campo. A função das máscaras juntamente com os trajes sagrados é fixar a atenção de todos na energia de um espírito.
  • 4. As máscaras sempre foram protagonistas indiscutíveis da arte africana. As "máscaras" são as formas mais conhecidas da plástica africana. Constituem síntese de elementos simbólicos mais variados se convertendo em expressões da vontade criadora do africano. Para saber mais: Mello, Luiz Gonzaga de. “Antropologia Cultural: iniciação, teoria e temas”. Harris, Marvin. “Antropologia Cultural”. Espina Barrio, Angel B. “Manual de Antropologia Cultural”.
  • 5. MACULELÊ O Maculelê é uma dança de origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura dos índios que aqui já viviam. Os africanos diziam que esta dança era mais uma forma de luta contra os horrores da escravidão e do cativeiro. Enquanto os negros dançavam com os cepos de cana no meio do canavial, cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém, eles as cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brincadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de esconder os perigos das porretadas desta dança. Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes se defendiam com largas cruzadas de pernas e fortes porretadas que atingiam principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar e levantar do negro com os porretes em punho. Além desta defesa, os negros pulavam de um lado pro outro dificultando o assédio do feitor. Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite nos terreiros das senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras, trazendo ainda mais perigo para o agressor. O maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas, alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os dançarinos.
  • 6. O maculelê é portanto, um bailado guerreiro que foi desenvolvido por homens negros, compreendendo dançadores e cantadores, todos comandados por um mestre, denominado “macota”. Os participantes usam um bastão de madeira com cerca de 60 cm de comprimento, exceto o macota, que tem um mais longo. Os bastões são batidos uns nos outros, em ritmo forte e compassado. Estas pancadas presidem toda a dança, funcionando como marcadoras do pulso musical. A banda que anima os dançarinos é composta por atabaques, pandeiros e às vezes violas de doze cordas. As cantigas são puxadas pelo macota e respondidas pelo coro. Há músicas tradicionais e outras circunstanciais, dependendo da destreza do chefe. Quando se apresentam em alguma casa ou estabelecimento de eventos, iniciam com uma saudação ao dono do lugar, seguem-se várias cantigas a gosto do mestre, concluindo com Despedida e Agradecimento. Na rua executam a Marcha de Angola, que contém letra com termos africanos adaptados. A área de maior incidência do Maculelê á a região de Santo Amaro (BA). Maculelê nos faz reencontrar com a alma perdida do negro, que muito ajudou a construir esse nosso país. A população afro-brasileira ao mesmo tempo que conservou elementos fundamentais da tradição africana, criou e recriou símbolos, mitos, costumes e danças.
  • 7. ABAYOMIS No Brasil, Abayomis designa bonecas de pano artesanais, muito simples, confeccionadas a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas, sempre negras, possibilitam o trabalho com a identidade afro-brasileira de negros e descendentes, buscando superar as desigualdades de gênero, integrando a memória cultural brasileira.
  • 8. A palavra abayomi tem origem incerta, iorubá, significando aquele que trás, felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso) O nome é comum na África do Sul. Conta-nos a história Africana que os negros confeccionavam Abayomis como amuleto de proteção. Em viagens para o Brasil em direção a escravidão, as mulheres rasgavam a barra da saia e faziam Abayomis para as crianças brincarem.... E já aqui como escravos, reuniam-se todos os dias na senzala e confeccionavam as Abayomis pedindo saúde e Prosperidade
  • 9. O trabalho com as ABAYOMIS valoriza a cultura afro contribuindo para o reconhecimento da identidade afro-brasileira estimulando a expressão criativa além de reaproveitar retalhos de tecidos.
  • 10. ARTE AFRICANA/ADINKRA Autor desconhecido (Dreamstime.com) A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos. A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas africanos usando-se o ouro, bronze e marfim como matéria prima. Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a possibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras têm um significado místico e importante na arte africana sendo usadas nos rituais e funerais. As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o material mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva. Visitando os museus da Europa Ocidental é possível conhecer o maior acervo da arte antiga africana no mundo. A Arte Africana tem inúmeras faces hoje vamos explorar a Simbologia Adinkra
  • 11. SIMBOLOGIA ADINKRA Entre as manifestações culturais da nação Ashanti, destaca-se o estampado adinkra. Encontra-se também no povo Gyaman, da Costa do Marfim. Adinkra são símbolos que representam provérbios e aforismos. É uma linguagem de ideogramas impressos, em padrões repetidos, sobre um tecido de algodão. Considerado como um objeto de arte, o adinkra (adeus, em twi) constitui um código do conhecimento referente às crenças e à historia deste povo. A escrita de símbolos adinkra reflete um sistema de valores humanos universais: Família, integridade, tolerância, harmonia e determinação, entre outros. Existem centenas de símbolos e a maioria deles é de origem ancestral, sendo transmitidos de geração em geração. Muitos representam virtudes, sagas populares, provérbios ou eventos históricos. Os ganeses geralmente
  • 12. escolhem suas roupas para usar segundo o significado das cores e dos símbolos estampados nelas. A estampa e a cor expressam sentimentos de ocasiões específicas como festas de funerais, festivais tradicionais, ritos de iniciação como o da puberdade, casamentos, durbars etc. Alegria está relacionada a cores alegres e ao branco, enquanto que para funerais e luto predominam as cores como azul e vermelho escuro, marrom ou preto. Quando as pessoas vestem vermelho escuro ou marrom, isso significa que recém perderam um parente próximo. A cor preta ou azul escuro demonstra a dor prolongada pela perda de uma pessoa amada como os pais, filhos ou companheiro. Adinkra significa adeus
  • 13. Originalmente esses símbolos eram usados para enfeitar o vestuário destinado às cerimônias fúnebres. Os desenhos eram feitos recortando-se os simbolos em cacos de cabaça, para usá-los como carimbos sobre os tecidos. Posteriormente, os tecidos Adinkra passaram a ser usados por líderes espirituais em cerimônias e rituais. Evitava-se usá-los no dia a dia, também pelo fato de que a tinta desbotava ao lavar. No séc 17 foi introduzida no Imperio Ashanti (Akan) e diziam que um homem Ota Kraban foi a Gyman,reino vizinho e trouxe o primeiro tear. A partir de então designou-se como tarefa maculina a urdidura e a estamparia (hoje isso mudou,a estamparia também é feita por mulheres, mas o tear continua sendo masculino)
  • 14. A tinta empregada para tingir era extraida da árvore kuntunkuni e a clara de ovo auxiliava no brilho. Esses símbolos além de serem usados em estamparias de roupas e tear eram entalhados nos banquinhos dos imperadores Ashantis. Ainda que hoje em dia diferentes símbolos sejam empregados em roupas podendo representar sentimentos particulares à escolha de quem usa, cabe ao imperador uma estampa exclusiva. Atualmente, os tecidos Adinkra são usados pelos ganenses em diversas ocasiões, tais como casamentos, batismos e rituais de iniciação. Além de serem usados sobre tecidos, também se aplicam nas paredes, na cerâmica e nos logotipos.
  • 15. Vamos conhecer alguns símbolos Adinkras e seus significados: Verdade Sinceridade Sabedoria
  • 16. Paz Olho do amor Esperança Entendimento Duas cabeças pensam melhor do que uma Dois bons Amigos
  • 17. Confiança em Deus Esperança Deus zela por todos Dinamismo/Versatilidade União nas relações Democracia e Unidade Amor Seguro Humanidade Forte
  • 18. Adaptabilidade Harmonia Compreensão Paciência e Tolerância Prudência
  • 19. NIOBE XANDÓ Podemos observar em algumas obras de Niobe Xandó traços da cultura AFRO
  • 20. Reconhecida como artista de peculiar originalidade nos seus mais de 50 anos de contínua e intensa atividade, Niobe Xandó tem experimentado uma justa e merecida visibilidade. Seu trabalho resultou numa obra sólida e múltipla, de evidente atualidade, baseada em experiências pessoais únicas, com uma sensibilidade muito própria. Usou os mais inusitados materiais e técnicas: bambu, crânios de macacos, dentes de animais, sementes, pintou toalhas de crochê e, bem antes da moda ecologista, materiais reciclados. E mais interessante ainda: jamais se auto-integrou ao movimento Dado, que pouco ou nada lhe despertava interesse. E é por essa mesma razão que se pode ter a relativa tranqüilidade de incluir Niobe Xandó como uma legítima representante dada, porque, como uma
  • 21. criança livre e feliz, negou quase tudo que fosse previamente estabelecido e só se agarrou, com unhas e dentes, ao seu cavalo de pau: sua imaginação e seu talento. (Disponívem em http://miobe.wordpress.com/) Gostou? Então vamos fazer uma viagem pelas obras dela! Clique no link abaixo, vá até obras e explore: http://www.niobexando.com.br/ Fonte: http://negromostraatuaface-atividades.blogspot.com/2009/09/aula-2-arte-africanaadinkra.html