O documento discute inclusão educacional, processos de aprendizagem e causas do não-aprendizado. Aborda a importância da família, adaptações escolares e formação de professores para promover inclusão. Também analisa aprendizagem sob diferentes perspectivas psicopedagógicas, enfatizando a interação de fatores internos e externos do aluno.
2. - Inclusão é um tema bastante amplo,
pois ela não se restringe as pessoas com
necessidades especiais.
- A inclusão se faz hoje uma realidade
presente na maioria das escolas e,
preparados ou não, os professores estão
recebendo os alunos especiais.
- A inclusão só é inclusão porque faz uma
série de adaptações, de grande e pequeno
porte, para melhor receber o aluno e
promover a aprendizagem.
3. Consideramos um aluno de fato
incluído quando ele está
experimentando situações de
aprendizagem, além da
socialização.
4. Para promover a inclusão, é necessário,
ainda, trabalhar junto à escola, à família e
ao próprio sujeito.
A família funciona como co-autora da
inclusão, pois poderá ser um elemento
reforçador das aprendizagens realizadas
na escola, além de prestar informações
importantíssimas para os profissionais
que cuidam e atendem seu filho.
5. A formação dos profissionais da
educação é tarefa, sem dúvida,
essencial para a melhoria do
processo de ensino e para o
enfrentamento das diferentes
situações que implicam a tarefa de
educar.
6. Aprendizagem: o que é e como se
processa na visão psicopedagógica
Para Alícia Fernandez, todo sujeito tem a
sua modalidade de aprendizagem e os
seus meios para construir o próprio
conhecimento, e isso significa uma
maneira muito pessoal para se dirigir e
construir o saber.
7. Para a autora, esse processo inicia-se
desde o nascimento e constitui-se em
molde ou esquema, sendo fruto do
nosso inconsciente simbólico.
O desejo de aprender reside no
inconsciente (Bossa, 2000) e, é claro,
é fruto da história de cada sujeito e
das relações que ele consegue
estabelecer com o conhecimento ao
longo da vida.
8. Para Sara Pain, a aprendizagem é
resultado da articulação de fatores
internos e externos do próprio
sujeito, do organismo (substrato
biológico), do desejo de aprender, das
estruturas cognitivas e do
comportamento em geral.
Estes aspectos convergem para o
mesmo objetivo que é o ato de
aprender.
9. Alunos que não aprendem são um
desafio.
Não conseguir acompanhar o seu
grupo destrói a auto-estima e deixa o
aluno à margem de um processo que
deveria ser plenamente integrador.
As causas do não-aprender podem ser
diversas.
10. Para Lúcia Weiss, deve-se considerar o
sujeito como um ser global, composto
pelos aspectos orgânico, cognitivo,
afetivo, social e pedagógico.
O aspecto orgânico diz respeito à
construção biológica do sujeito; portanto,
a dificuldade de aprender de causa
orgânica estaria relacionada ao corpo.
11. O aspecto cognitivo está relacionado
ao funcionamento das estruturas
cognitivas (estruturas do pensamento
do sujeito).
O aspecto afetivo diz respeito à
afetividade do sujeito e de sua
relação com o aprender, com o
desejo, pois o indivíduo pode não
conseguir estabelecer um vínculo
positivo com a aprendizagem.
12. O aspecto social refere-se à relação do
sujeito com a família, com a sociedade,
seu contexto social e cultural.
Um aluno pode não aprender por sofrer
privação cultural em relação ao contexto
escolar.
O aspecto pedagógico relacionado à
forma como a escola organiza o seu
trabalho, o método, a avaliação, os
conteúdos, a forma de ministrar aulas.
13. Para a autora a aprendizagem é a
constante interação com o meio.
Podemos dizer também que é a
constante interação de todos os
aspectos apresentados.
A dificuldade de aprendizagem é o
não-funcionamento ou
funcionamento insatisfatório de um
dos aspectos apresentados.
14. Para Jorge Visca, a aprendizagem
representa uma construção intrapsíquica,
considerando os componentes genéticos e
as diferenças nascidas da evolução da
espécie, resultantes das pré-condições
biológicas, das condições energético-
estruturais (condições afetivas) e das
circunstâncias do meio.
15. Para Fonseca (1995), a aprendizagem
é o comportamento mais importante
dos animais superiores e significa
uma resposta modificada, estável,
durável, interiorizada e consolidada
no cérebro do indivíduo.
Aprendizagem - Memória
16. Na escola tradicional:
- Memorização sinônimo de
aprendizagem.
- O uso do conhecimento era pouco
importante.
- Não considerava se o aluno tinha
adquirido uma noção espacial real e visão
crítica: por ex da utilização do meio
ambiente.
17. Educação: para a abordagem
sociocultural, a recomendada pela
educação da contemporaneidade, o
indivíduo se constitui sujeito à
medida que toma consciência de sua
história e se apropria da realidade,
sendo um agente transformador da
sua realidade, da sociedade e dele
mesmo.
18. Consideramos importante uma
leitura social das dificuldades
para que não se cristalize a idéia
de que o problema do
não-aprender está localizado
somente no aluno, professor ou
no método.
19. É importante que o professor, ao
analisar a dificuldade de seus
alunos, faça de maneira
consciente, pois, no senso comum,
encontramos profissionais da área
de educação classificando crianças
como disléxicas, DI, TDAH entre
outros,
20. quando na verdade, há um forte
hiato social e econômico entre o
mundo do professor e o universo
do aluno.
21. Para Refletir:
No cotidiano escolar, em que
momentos você consegue
perceber a integração dos
aspectos cognitivos, afetivos e
sociais de seus alunos?