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Esquemas
                 Estrutura de Conhecimentos
                 – Conceitos – Conjunto de Propriedades
                   – Expectativas – Resultado; Eficácia
                  – Regras/Suposições/Relações Causais


                   Dirige a busca de informações
                        (Executivo Central)


                Ambiente                  MLP

     - Interpretação/Sentido                Estratégias de Coping
 - Construção de metas e planos                 - Confrontar
- Guia de Solução de Problemas                 - Evitar/Fugir
                                                 - Render-se

 Necessidade de Consistência Cognitiva – necessidade de manter uma
     percepção estável de si e do mundo (mesmo que distorcida).
                                                     1
Esquema

         Seleção            Atenção              Memória



                                                 Percepção
                                               (Interpretação)


                   Emoção               Motivação



Padrão                                   Coping
                             -   É gerido pelo esquema, mas
                                  não faz parte do esquema


                                                    2
Esquemas Iniciais Desadaptativos (Young, 1990;
                     1999)

• Esquemas desenvolvidos a partir de experiências infantis
  em conjunto com variáveis inatas (temperamento).
   – Padrão ou tema amplo e difuso;
   – Compreende memórias, emoções, pensamentos, imagens e
     sensações corporais;
   – Engloba o conceito de si mesmo (auto-imagem) e as relações com
     o outro;
   – Elabora-se no decorrer da experiência de vida;
   – Significativamente disfuncional;
   – O comportamento desenvolve-se como resposta ao esquema (os
     comportamentos são dirigidos ao esquema).


                                                    3
Origens dos Esquemas

• Necessidades emocionais essenciais não satisfeitas:
   1 – Vinculação segura com o outro (segurança, estabilidade,
     aceitação, acalento);
   2 – Autonomia, competência e sentido de identidade;
   3 – Limites realistas e auto-controle;
   4 – Liberdade para a expressão válida (com legitimidade) de
     necessidades e emoções;
   5 – Espontaneidade e brincadeira (jogo e liberdade de ação).




                                                4
A frustração das necessidades universais pode resultar de:
A) Experiências Iniciais da Infância.
         -   Origem na família nuclear
         -   Influência de pares, escola, comunidade, cultura
         -   Esquemas mais tardios não são tão amplos e poderosos
•    Tipos de experiências que promovem a aquisição de esquemas:
         -   Frustração sistemática de necessidades importantes nas relações iniciais:
             Privação Emocional/Abandono – ausência de estabilidade, entendimento
             ou amor.
         -   Traumatização ou Vitimização: Desconfiança/Abuso,
             Vergonha/Imperfeição, Vulnerabilidade ao Dano – a criança é ofendida,
             machucada e vítima de violência física, verbal, sexual.
         -   Experiências excessivas de algo que seria saudável em moderação:
             Dependência/Incompetência, Intitulação/Grandiosidade – a criança nunca
             é frustrada; é mimada e tratada com indulgência; as necessidades de
             limites realistas e de autonomia não são satisfeitas; os pais se envolvem
             excessivamente na vida da criança, superprotegem-nas ou dão liberdade e
             autonomia sem limites.
         -   Internalização Seletiva (identificação com o outro significativo) – a
             criança seleciona e internaliza pensamentos, sentimentos e
             comportamentos de outros significativos
                                                                5
A frustração das necessidades universais pode resultar de:

B) Temperamento – Base biológica
   – Mais irritável
   – Mais tímido
   – Mais agressivo

   Dimensões de Temperamento Inatas (Kagan et all, 1988):

      Lábil            Não-reativo      Distímico          Otimista
      Ansioso          Calmo            Obsessivo          Distraído
      Passivo          Agressivo        Irritável          Animado
      Tímido           Sociável

      Temperamento: Expõe o indivíduo a diferentes circunstâncias




                                                      6
Domínios de Esquemas
•   Desconexão e Rejeição
•   Autonomia e Performance
•   Limites
•   Orientação para o Outro
•   Supervigilância e Inibição



                                 7
Desconexão e Rejeição
•   Incapacidade para formação de vínculos seguros e satisfatórios.
•   Necessidades não atendidas: estabilidade, segurança, proteção, amor,
    pertencimento.
•   Famílias de origem:
     – Instáveis (Abandono/Instabilidade): o outro não estará presente por ser
       emocionalmente imprevisível, por escolher alguém melhor, por ser errático ou
       porque morrerá.
     – Abusivas (Desconfiança/Abuso): o outro irá mentir, machucar, humilhar,
       manipular.
     – Frias (Privação Emocional): expectativa de que a necessidade de vinculação
       emocional não será atendida – ausência de afeto e cuidado, empatia (atenção e
       compreensão) e proteção (apoio).
     – Que rejeitam (Vergonha/Imperfeição): sentimento de que se é mau, errado,
       inferior, sem valor, que não se é amável. Vergonha de que se percebam os defeitos
       – falhas privadas: egoísmo, impulsos agressivos ou sexuais – falhas públicas:
       aparência, comportamento desajeitado.
     – Socialmente isoladas (Alienação/Isolamento Social): sentimento de ser diferente,
       de não pertencer a um grupo ou comunidade.


                                                                     8
Autonomia e Desempenho
              Prejudicados
•   Expectativas sobre si mesmo e sobre o mundo que interferem na habilidade de
    se diferenciar dos pais e funcionar independentemente. Dificuldade em
    estabelecer objetivos pessoais e dominar as habilidades necessárias.
•   Famílias de origem superprotetoras ou negligentes ao extremo com
    subestimação da auto-confiança e ausência de reforço do comportamento
    competente:
     – Dependência/Incompetência: Incapacidade para manejar
         responsabilidades sem a ajuda de outros (passividade e desesperança).
     – Vulnerabilidade ao Dano ou à Doença: Uma catástrofe impossível de se
         manejar ocorrerá a qualquer momento (Médica/Emocional/Externa)
     – Emaranhamento/Self subdesenvolvido: excessiva fusão com o outro
         (em geral pais) em detrimento da individuação social. Acredita-se que um
         não funciona sem o outro. Ausência de sentido de identidade. Sentimentos
         de sufocamento.
     – Fracasso: crenças de que se fracassará inevitavelmente em áreas de
         realização (escola, trabalho, esporte) e que se é inadequado em relação
         aos demais.

                                                              9
Limites Prejudicados
•   Ausência de limites internos em relação à auto-disciplina e dificuldade em
    respeitar os direitos do outro, cooperar, manter compromissos ou objetivos de
    longo prazo.
•   Famílias de origem excessivamente permissivas e indulgentes. Não se exige o
    cumprimento de regras ou o desenvolvimento do auto-controle. Não há
    restrição de impulsos ou adiamento da gratificação.
•   Às vezes a intitulação pode ser uma forma de supercompensação de outro
    esquema (ex: Privação Emocional ou Fracasso
•   Intitulação/Grandiosidade: pressuposição de que se é superior ao outro, de
    que se tem direitos especiais. Não se é dirigido pelas regras de reciprocidade
    que regulam a interação social. Insiste-se no direito de ser o que se quer. Foco
    exagerado na superioridade. Ausência de empatia e excessiva exigência e
    dominação.
•   Auto-controle Insuficiente: incapacidade ou ausência de desejo de exercer
    auto-controle ou tolerar frustração de modo a alcançar objetivos pessoais.
    Ênfase na evitação do desconforto.


                                                                 10
Orientação para o Outro
•   Ênfase na satisfação das necessidades do outro para obtenção de aprovação, manutenção
    de vínculo emocional ou evitação de retaliação.
•   Foco nas respostas do outro e ausência de consciência da própria raiva e preferências
    pessoais.
•   Família de origem baseada na aceitação condicional: a criança precisa restringir aspectos
    importantes de si mesma para obter amor e aprovação. Em muitos lares, os pais
    valorizam mais suas próprias necessidades ou a aparência social do que as necessidades
    da criança.
•   Subjugação: entrega excessiva ao controle do outro devido à coerção. Visa evitar a
    raiva, a retaliação ou o abandono. Subjugação de necessidades: supressão das próprias
    preferências e desejos; subjugação de emoções: supressão da própria emoção,
    especialmente a raiva.Obediência excessiva com ânsia de agradar. A raiva se manifesta
    por sintomas passivo-agressivos, explosões de temperamento, sintomas psicossomáticos
    e retirada do afeto).
•   Auto-sacrifício: visa poupar o desconforto do outro e evitar a culpa mantendo o vínculo
    com o outro. Pode conduzir ao ressentimento (co-dependência).
•   Busca de Aprovação/Reconhecimento: excessiva preocupação com status, dinheiro,
    aparência e sucesso com meio de ganhar reconhecimento. Decisões não autênticas.




                                                                        11
Supervigilância e Inibição
•   Supressão de sentimentos e impulsos. Manutenção de regras rígidas de desempenho às
    custas da felicidade, relaxamento, relações íntimas e saúde.
•   A família de origem é séria e repressora. O auto-controle e auto-negação predominam
    sobre a espontaneidade e o prazer. As crianças não são encorajadas a buscar prazer e
    felicidade. São ensinadas a ser hipervigilantes a eventos negativos e a encarar a vida com
    pessimismo e desamparo.
•   Pessimismo/Negativismo: foco nos aspectos negativos da vida. Expectativa exagerada
    de erros graves em várias áreas (trabalho, finanças e relações) – Preocupação,
    hipervigilância e indecisão.
•   Inibição Emocional: restrição da ação, comunicação e sentimentos espontâneos.
    Evitação da crítica pela perda de controle dos impulsos. Inibição da raiva, dos impulsos
    positivos (alegria, afeto, excitação sexual, regozijo), da expressão da vulnerabilidade.
    Ênfase na racionalidade.
•   Padrões Inflexíveis/Crítica excessiva: crença no esforço constante por alcançar padrões
    altos a fim de evitar desaprovação e vergonha. Perfeccionismo, regras rígidas e
    preocupação com tempo e eficiência.
•   Punição: convicção de que as pessoas deveriam ser severamente punidas por cometer
    erros. Raiva e intolerância. Dificuldade em considerar circunstâncias atenuantes e
    permitir a imperfeição humana.


                                                                         12
Estilos de Coping
•   Estilos de coping são desenvolvidos desde cedo numa tentativa de adaptação
    ao esquema, de modo a lidar com as emoções desencadeadas.
•   As estratégias de coping podem ser comportamentais, cognitivas e emocionais.
•   Todo organismo tem 3 respostas básicas à ameaça: lutar, fugir e congelar
     – Lutar                    Supercompensar
     – Fugir                    Evitar
     – Congelar                 Render-se
•   Diferenças individuais nos estilos de coping devido a:
     – Diferenças inatas de temperamento (medroso, ativo, expansivo ou tímido)
     – Experiências de identificação e modelação paterna/materna: abusador x vítima – a
       família pode oferecer os dois modelos
•   As estratégias de coping permanecem na vida adulta, mesmo quando não mais
    adaptativas (sobrevivência no ambiente familiar), e impedem o
    desenvolvimento: ex: abuso de álcool, rigidez excessiva, isolamento,
    embotamento emocional, comportamento de maltrato do outro ou de si mesmo
    etc.


                                                                    13
Estratégias Gerais de Coping
• Rendição: render-se/entregar-se aos
  esquemas repetindo-os sistematicamente;
• Evitação: encontrar maneiras de escapar ou
  não entrar em contacto com os esquemas;
• Supercompensação: buscar o oposto do que
  os esquemas fazem sentir.


                                  14
Estratégias de Coping Expandidas
• Rendição
   – Obediência/Dependência: confiar no outro, entregar-se, busca de
     afiliação, passividade, dependência, submissão, aderência, agradar ao
     outro, evitar conflitos.
• Evitação
   – Retraimento social/Autonomia excessiva: isolamento social, desconexão,
     retraimento; foco exagerado na independência e auto-confiança ao invés
     de envolvimento com o outro; fuga em atividades privativas como TV,
     leitura, jogos computacionais ou trabalho solitário excessivos.
   – Busca compulsiva de estimulação: busca excitação ou distração através
     da compra, sexo ou jogo compulsivos, atividades de risco, atividade física
     excessiva, busca de novidade compulsiva.
   – Auto-relaxamento adictivo: álcool, drogas, compulsão alimentar,
     masturbação excessiva etc.
   – Retraimento psicológico: dissociação, insensibilidade/torpor, negação,
     fantasia ou outras formas de fuga psicológica.

                                                             15
• Supercompensação
   – Hostilidade/Agressão: contra-ataca através do desafio, abuso, acusação,
     ataque ou crítica.
   – Dominação/Auto-afirmação excessiva: controlar o outro de modo direto
     a fim de alcançar objetivos.
   – Busca de reconhecimento/status: supercompensar através do
     impressionismo, alta realização, status, busca de atenção etc.
   – Manipulação/Exploração: satisfaz as próprias necessidades através da
     manipulação encoberta, sedução, desonestidade.
   – Rebeldia passivo-agressiva: aparentemente obediente enquanto
     encobertamente punitivo e rebelde, procrastinando, com rabugice e mau-
     humor, atrasando, com queixas e reclamações, rebeldia e recusa.
   – Organização excessiva, comportamento obsessivo: mantém organização e
     ordenação excessivas, auto-controle exagerado, busca de previsibilidade
     através da ordem e planejamento, aderência excessiva a rotinas ou rituais,
     cuidado exagerado e indevido, devoção de tempo exagerado para
     encontrar a melhor forma de realizar tarefas e evitar resultados negativos.



                                                             16
Avaliação e Mudança
•   Fase Educacional e de Avaliação
     – Identificação dos esquemas e suas origens na infância e adolescência
     – Educação sobre o modelo do esquema
     – Reconhecimento dos estilos de coping (rendição, evitação e
        supercompensação) e de como perpetuam os esquemas
     – Discussão sobre os modos primários de esquemas (modo infantil, modo de
        coping, modo parental, modo adulto saudável) e suas alternâncias
     – Busca de experiências emocionais que evidenciam os esquemas
     – Questionário de esquema
     – Entrevista de história de vida com base no questionário
     – Auto-monitoração
     – Exercícios de imaginação para deflagrar esquemas e permitir a ligação
        entre problemas atuais e experiências infantis
     – Desenvolvimento de uma conceitualização do caso e plano de tratamento
         • Estratégias cognitivas, experienciais e comportamentais
         • Relação terapêutica


                                                                     17
Intervenção e Mudança
•   Abordagem flexível sem um protocolo rígido
•   Técnicas cognitivas
     – Lista de evidências de suporte e refutação do esquema através da vida do
        paciente
     – Planejamento de estratégias de mudança do esquema
     – Fichas de argumentos e lembretes
•   Técnicas experienciais
     – Busca o combate ao esquema em um nível emocional
     – Técnicas de imaginação e diálogo para discriminação entre a história
        passada e a história atual
•   Relação terapeuta-cliente
     – Antídoto parcial para os esquemas do paciente
     – Internalização do modo adulto saudável que luta contra os esquemas e persegue
       uma vida com significado emocional saudável
     – Confrontação empática
     – Preenchimento relativo das necessidades do paciente (reparenting)


                                                                     18

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Esquema inicias desaptativos

  • 1. Esquemas Estrutura de Conhecimentos – Conceitos – Conjunto de Propriedades – Expectativas – Resultado; Eficácia – Regras/Suposições/Relações Causais Dirige a busca de informações (Executivo Central) Ambiente MLP - Interpretação/Sentido Estratégias de Coping - Construção de metas e planos - Confrontar - Guia de Solução de Problemas - Evitar/Fugir - Render-se Necessidade de Consistência Cognitiva – necessidade de manter uma percepção estável de si e do mundo (mesmo que distorcida). 1
  • 2. Esquema Seleção Atenção Memória Percepção (Interpretação) Emoção Motivação Padrão Coping - É gerido pelo esquema, mas não faz parte do esquema 2
  • 3. Esquemas Iniciais Desadaptativos (Young, 1990; 1999) • Esquemas desenvolvidos a partir de experiências infantis em conjunto com variáveis inatas (temperamento). – Padrão ou tema amplo e difuso; – Compreende memórias, emoções, pensamentos, imagens e sensações corporais; – Engloba o conceito de si mesmo (auto-imagem) e as relações com o outro; – Elabora-se no decorrer da experiência de vida; – Significativamente disfuncional; – O comportamento desenvolve-se como resposta ao esquema (os comportamentos são dirigidos ao esquema). 3
  • 4. Origens dos Esquemas • Necessidades emocionais essenciais não satisfeitas: 1 – Vinculação segura com o outro (segurança, estabilidade, aceitação, acalento); 2 – Autonomia, competência e sentido de identidade; 3 – Limites realistas e auto-controle; 4 – Liberdade para a expressão válida (com legitimidade) de necessidades e emoções; 5 – Espontaneidade e brincadeira (jogo e liberdade de ação). 4
  • 5. A frustração das necessidades universais pode resultar de: A) Experiências Iniciais da Infância. - Origem na família nuclear - Influência de pares, escola, comunidade, cultura - Esquemas mais tardios não são tão amplos e poderosos • Tipos de experiências que promovem a aquisição de esquemas: - Frustração sistemática de necessidades importantes nas relações iniciais: Privação Emocional/Abandono – ausência de estabilidade, entendimento ou amor. - Traumatização ou Vitimização: Desconfiança/Abuso, Vergonha/Imperfeição, Vulnerabilidade ao Dano – a criança é ofendida, machucada e vítima de violência física, verbal, sexual. - Experiências excessivas de algo que seria saudável em moderação: Dependência/Incompetência, Intitulação/Grandiosidade – a criança nunca é frustrada; é mimada e tratada com indulgência; as necessidades de limites realistas e de autonomia não são satisfeitas; os pais se envolvem excessivamente na vida da criança, superprotegem-nas ou dão liberdade e autonomia sem limites. - Internalização Seletiva (identificação com o outro significativo) – a criança seleciona e internaliza pensamentos, sentimentos e comportamentos de outros significativos 5
  • 6. A frustração das necessidades universais pode resultar de: B) Temperamento – Base biológica – Mais irritável – Mais tímido – Mais agressivo Dimensões de Temperamento Inatas (Kagan et all, 1988): Lábil Não-reativo Distímico Otimista Ansioso Calmo Obsessivo Distraído Passivo Agressivo Irritável Animado Tímido Sociável Temperamento: Expõe o indivíduo a diferentes circunstâncias 6
  • 7. Domínios de Esquemas • Desconexão e Rejeição • Autonomia e Performance • Limites • Orientação para o Outro • Supervigilância e Inibição 7
  • 8. Desconexão e Rejeição • Incapacidade para formação de vínculos seguros e satisfatórios. • Necessidades não atendidas: estabilidade, segurança, proteção, amor, pertencimento. • Famílias de origem: – Instáveis (Abandono/Instabilidade): o outro não estará presente por ser emocionalmente imprevisível, por escolher alguém melhor, por ser errático ou porque morrerá. – Abusivas (Desconfiança/Abuso): o outro irá mentir, machucar, humilhar, manipular. – Frias (Privação Emocional): expectativa de que a necessidade de vinculação emocional não será atendida – ausência de afeto e cuidado, empatia (atenção e compreensão) e proteção (apoio). – Que rejeitam (Vergonha/Imperfeição): sentimento de que se é mau, errado, inferior, sem valor, que não se é amável. Vergonha de que se percebam os defeitos – falhas privadas: egoísmo, impulsos agressivos ou sexuais – falhas públicas: aparência, comportamento desajeitado. – Socialmente isoladas (Alienação/Isolamento Social): sentimento de ser diferente, de não pertencer a um grupo ou comunidade. 8
  • 9. Autonomia e Desempenho Prejudicados • Expectativas sobre si mesmo e sobre o mundo que interferem na habilidade de se diferenciar dos pais e funcionar independentemente. Dificuldade em estabelecer objetivos pessoais e dominar as habilidades necessárias. • Famílias de origem superprotetoras ou negligentes ao extremo com subestimação da auto-confiança e ausência de reforço do comportamento competente: – Dependência/Incompetência: Incapacidade para manejar responsabilidades sem a ajuda de outros (passividade e desesperança). – Vulnerabilidade ao Dano ou à Doença: Uma catástrofe impossível de se manejar ocorrerá a qualquer momento (Médica/Emocional/Externa) – Emaranhamento/Self subdesenvolvido: excessiva fusão com o outro (em geral pais) em detrimento da individuação social. Acredita-se que um não funciona sem o outro. Ausência de sentido de identidade. Sentimentos de sufocamento. – Fracasso: crenças de que se fracassará inevitavelmente em áreas de realização (escola, trabalho, esporte) e que se é inadequado em relação aos demais. 9
  • 10. Limites Prejudicados • Ausência de limites internos em relação à auto-disciplina e dificuldade em respeitar os direitos do outro, cooperar, manter compromissos ou objetivos de longo prazo. • Famílias de origem excessivamente permissivas e indulgentes. Não se exige o cumprimento de regras ou o desenvolvimento do auto-controle. Não há restrição de impulsos ou adiamento da gratificação. • Às vezes a intitulação pode ser uma forma de supercompensação de outro esquema (ex: Privação Emocional ou Fracasso • Intitulação/Grandiosidade: pressuposição de que se é superior ao outro, de que se tem direitos especiais. Não se é dirigido pelas regras de reciprocidade que regulam a interação social. Insiste-se no direito de ser o que se quer. Foco exagerado na superioridade. Ausência de empatia e excessiva exigência e dominação. • Auto-controle Insuficiente: incapacidade ou ausência de desejo de exercer auto-controle ou tolerar frustração de modo a alcançar objetivos pessoais. Ênfase na evitação do desconforto. 10
  • 11. Orientação para o Outro • Ênfase na satisfação das necessidades do outro para obtenção de aprovação, manutenção de vínculo emocional ou evitação de retaliação. • Foco nas respostas do outro e ausência de consciência da própria raiva e preferências pessoais. • Família de origem baseada na aceitação condicional: a criança precisa restringir aspectos importantes de si mesma para obter amor e aprovação. Em muitos lares, os pais valorizam mais suas próprias necessidades ou a aparência social do que as necessidades da criança. • Subjugação: entrega excessiva ao controle do outro devido à coerção. Visa evitar a raiva, a retaliação ou o abandono. Subjugação de necessidades: supressão das próprias preferências e desejos; subjugação de emoções: supressão da própria emoção, especialmente a raiva.Obediência excessiva com ânsia de agradar. A raiva se manifesta por sintomas passivo-agressivos, explosões de temperamento, sintomas psicossomáticos e retirada do afeto). • Auto-sacrifício: visa poupar o desconforto do outro e evitar a culpa mantendo o vínculo com o outro. Pode conduzir ao ressentimento (co-dependência). • Busca de Aprovação/Reconhecimento: excessiva preocupação com status, dinheiro, aparência e sucesso com meio de ganhar reconhecimento. Decisões não autênticas. 11
  • 12. Supervigilância e Inibição • Supressão de sentimentos e impulsos. Manutenção de regras rígidas de desempenho às custas da felicidade, relaxamento, relações íntimas e saúde. • A família de origem é séria e repressora. O auto-controle e auto-negação predominam sobre a espontaneidade e o prazer. As crianças não são encorajadas a buscar prazer e felicidade. São ensinadas a ser hipervigilantes a eventos negativos e a encarar a vida com pessimismo e desamparo. • Pessimismo/Negativismo: foco nos aspectos negativos da vida. Expectativa exagerada de erros graves em várias áreas (trabalho, finanças e relações) – Preocupação, hipervigilância e indecisão. • Inibição Emocional: restrição da ação, comunicação e sentimentos espontâneos. Evitação da crítica pela perda de controle dos impulsos. Inibição da raiva, dos impulsos positivos (alegria, afeto, excitação sexual, regozijo), da expressão da vulnerabilidade. Ênfase na racionalidade. • Padrões Inflexíveis/Crítica excessiva: crença no esforço constante por alcançar padrões altos a fim de evitar desaprovação e vergonha. Perfeccionismo, regras rígidas e preocupação com tempo e eficiência. • Punição: convicção de que as pessoas deveriam ser severamente punidas por cometer erros. Raiva e intolerância. Dificuldade em considerar circunstâncias atenuantes e permitir a imperfeição humana. 12
  • 13. Estilos de Coping • Estilos de coping são desenvolvidos desde cedo numa tentativa de adaptação ao esquema, de modo a lidar com as emoções desencadeadas. • As estratégias de coping podem ser comportamentais, cognitivas e emocionais. • Todo organismo tem 3 respostas básicas à ameaça: lutar, fugir e congelar – Lutar Supercompensar – Fugir Evitar – Congelar Render-se • Diferenças individuais nos estilos de coping devido a: – Diferenças inatas de temperamento (medroso, ativo, expansivo ou tímido) – Experiências de identificação e modelação paterna/materna: abusador x vítima – a família pode oferecer os dois modelos • As estratégias de coping permanecem na vida adulta, mesmo quando não mais adaptativas (sobrevivência no ambiente familiar), e impedem o desenvolvimento: ex: abuso de álcool, rigidez excessiva, isolamento, embotamento emocional, comportamento de maltrato do outro ou de si mesmo etc. 13
  • 14. Estratégias Gerais de Coping • Rendição: render-se/entregar-se aos esquemas repetindo-os sistematicamente; • Evitação: encontrar maneiras de escapar ou não entrar em contacto com os esquemas; • Supercompensação: buscar o oposto do que os esquemas fazem sentir. 14
  • 15. Estratégias de Coping Expandidas • Rendição – Obediência/Dependência: confiar no outro, entregar-se, busca de afiliação, passividade, dependência, submissão, aderência, agradar ao outro, evitar conflitos. • Evitação – Retraimento social/Autonomia excessiva: isolamento social, desconexão, retraimento; foco exagerado na independência e auto-confiança ao invés de envolvimento com o outro; fuga em atividades privativas como TV, leitura, jogos computacionais ou trabalho solitário excessivos. – Busca compulsiva de estimulação: busca excitação ou distração através da compra, sexo ou jogo compulsivos, atividades de risco, atividade física excessiva, busca de novidade compulsiva. – Auto-relaxamento adictivo: álcool, drogas, compulsão alimentar, masturbação excessiva etc. – Retraimento psicológico: dissociação, insensibilidade/torpor, negação, fantasia ou outras formas de fuga psicológica. 15
  • 16. • Supercompensação – Hostilidade/Agressão: contra-ataca através do desafio, abuso, acusação, ataque ou crítica. – Dominação/Auto-afirmação excessiva: controlar o outro de modo direto a fim de alcançar objetivos. – Busca de reconhecimento/status: supercompensar através do impressionismo, alta realização, status, busca de atenção etc. – Manipulação/Exploração: satisfaz as próprias necessidades através da manipulação encoberta, sedução, desonestidade. – Rebeldia passivo-agressiva: aparentemente obediente enquanto encobertamente punitivo e rebelde, procrastinando, com rabugice e mau- humor, atrasando, com queixas e reclamações, rebeldia e recusa. – Organização excessiva, comportamento obsessivo: mantém organização e ordenação excessivas, auto-controle exagerado, busca de previsibilidade através da ordem e planejamento, aderência excessiva a rotinas ou rituais, cuidado exagerado e indevido, devoção de tempo exagerado para encontrar a melhor forma de realizar tarefas e evitar resultados negativos. 16
  • 17. Avaliação e Mudança • Fase Educacional e de Avaliação – Identificação dos esquemas e suas origens na infância e adolescência – Educação sobre o modelo do esquema – Reconhecimento dos estilos de coping (rendição, evitação e supercompensação) e de como perpetuam os esquemas – Discussão sobre os modos primários de esquemas (modo infantil, modo de coping, modo parental, modo adulto saudável) e suas alternâncias – Busca de experiências emocionais que evidenciam os esquemas – Questionário de esquema – Entrevista de história de vida com base no questionário – Auto-monitoração – Exercícios de imaginação para deflagrar esquemas e permitir a ligação entre problemas atuais e experiências infantis – Desenvolvimento de uma conceitualização do caso e plano de tratamento • Estratégias cognitivas, experienciais e comportamentais • Relação terapêutica 17
  • 18. Intervenção e Mudança • Abordagem flexível sem um protocolo rígido • Técnicas cognitivas – Lista de evidências de suporte e refutação do esquema através da vida do paciente – Planejamento de estratégias de mudança do esquema – Fichas de argumentos e lembretes • Técnicas experienciais – Busca o combate ao esquema em um nível emocional – Técnicas de imaginação e diálogo para discriminação entre a história passada e a história atual • Relação terapeuta-cliente – Antídoto parcial para os esquemas do paciente – Internalização do modo adulto saudável que luta contra os esquemas e persegue uma vida com significado emocional saudável – Confrontação empática – Preenchimento relativo das necessidades do paciente (reparenting) 18