SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 27
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A VISITA AO DOENTE EM
FASE TERMINAL
SOBRE A MORTE E O MORRER
ELISABETH KÜBLER-ROSS
A VISITA AO DOENTEA VISITA AO DOENTE
EM FASE TERMINALEM FASE TERMINAL
RAZÕES PARA SE FUGIR DERAZÕES PARA SE FUGIR DE
ENCARAR A MORTEENCARAR A MORTE
Hoje em dia morrer é;Hoje em dia morrer é;
 TristeTriste;;
 SolitárioSolitário;;
 MecânicoMecânico;;
 DesumanoDesumano;;
 UmUm ato solitárioato solitário ee impessoalimpessoal – O paciente é– O paciente é
removido de seu ambiente familiar e levado pararemovido de seu ambiente familiar e levado para
uma sala de emergência.uma sala de emergência.
 Quando um paciente está gravemente enfermo, emQuando um paciente está gravemente enfermo, em
geral é tratado como alguémgeral é tratado como alguém sem direito a opinarsem direito a opinar ..
ATITUDES DIANTE DAATITUDES DIANTE DA
MORTE E DO MORRERMORTE E DO MORRER
 SociedadeSociedade ignoraignora ee evitaevita a morte;a morte;
 Medicina: uma nova, masMedicina: uma nova, mas despersonalizadadespersonalizada
ciência;ciência;
 Prolongar a vidaProlongar a vida / Mitigar o sofrimento/ Mitigar o sofrimento
humano;humano;
 PsicologicamentePsicologicamente negação da mortenegação da morte;;
 NãoNão concebemos (inconscientemente)concebemos (inconscientemente)
nossa própria morte;nossa própria morte;
 Acreditamos na nossaAcreditamos na nossa imortalidadeimortalidade:: “Ainda“Ainda
bem que não fui eu”;bem que não fui eu”;
ATITUDES DIANTE DAATITUDES DIANTE DA
MORTE E DO MORRERMORTE E DO MORRER
 ESTÁGIOS:ESTÁGIOS:
 Primeiro:Primeiro: Negação e IsolamentoNegação e Isolamento;;
 Segundo:Segundo: RaivaRaiva;;
 Terceiro:Terceiro: BarganhaBarganha;;
 Quarto:Quarto: DepressãoDepressão;;
 Quinto:Quinto: AceitaçãoAceitação..
NEGAÇÃO E ISOLAMENTONEGAÇÃO E ISOLAMENTO
Ao tomar conhecimento da fase terminalAo tomar conhecimento da fase terminal
de sua doença, a maioria dosde sua doença, a maioria dos
pacientes reagem com esta frase:pacientes reagem com esta frase:
““Não, eu não, não pode ser verdade!”.Não, eu não, não pode ser verdade!”.
NEGAÇÃO E ISOLAMENTONEGAÇÃO E ISOLAMENTO
Essa negação ansiosa proveniente da comunicaçãoEssa negação ansiosa proveniente da comunicação
de diagnóstico é muito comum ... A negaçãode diagnóstico é muito comum ... A negação
funciona como um pára-choque depois de notíciasfunciona como um pára-choque depois de notícias
inesperadas e chocantes, deixando que o pacienteinesperadas e chocantes, deixando que o paciente
se recupere com o tempo, mobilizando outrasse recupere com o tempo, mobilizando outras
medidas menos radicais. [...] Comumente, amedidas menos radicais. [...] Comumente, a
negação é uma defesa temporária, sendo logonegação é uma defesa temporária, sendo logo
substituída por uma aceitação parcial.substituída por uma aceitação parcial.
NEGAÇÃO E ISOLAMENTONEGAÇÃO E ISOLAMENTO
Como sabemos quando um paciente não querComo sabemos quando um paciente não quer
enfrentar a situação?enfrentar a situação?
““Ouvi-lo neste momento é comparável a ouvir umOuvi-lo neste momento é comparável a ouvir um
paciente que sofre de pequeno mal-estar, nada tãopaciente que sofre de pequeno mal-estar, nada tão
sério que ameace sua vida. Aí, tentamos entender assério que ameace sua vida. Aí, tentamos entender as
dicas e temos certeza de que é o momento em quedicas e temos certeza de que é o momento em que
ele prefere voltar-se para coisas mais atraentes eele prefere voltar-se para coisas mais atraentes e
alegres”.alegres”.
A RAIVAA RAIVA
Quando não é mais possível manter firmeQuando não é mais possível manter firme
o primeiro estágio de negação, ele éo primeiro estágio de negação, ele é
substituído por sentimentos de raiva, desubstituído por sentimentos de raiva, de
revolta, de inveja e de ressentimento.revolta, de inveja e de ressentimento.
Surge, logo, uma pergunta:Surge, logo, uma pergunta:
““Por que eu?”Por que eu?”
A RAIVAA RAIVA
 Muito difícil lidar com o estágio da raiva;Muito difícil lidar com o estágio da raiva;
 A raiva se propaga em todas as direções;A raiva se propaga em todas as direções;
 Projeta-se no ambiente - muitas vezes semProjeta-se no ambiente - muitas vezes sem
razão plausível;razão plausível;
 Os médicos não prestam ...Os médicos não prestam ...
 As enfermeiras são alvo constante ...As enfermeiras são alvo constante ...
 As visitas são recebidas com poucoAs visitas são recebidas com pouco
entusiasmo e sem expectativa;entusiasmo e sem expectativa;
 Poucos se colocam no lugar do paciente.Poucos se colocam no lugar do paciente.
A BARGANHAA BARGANHA
É o estágio menos conhecido;É o estágio menos conhecido;
Igualmente útil ao paciente - embora por um tempoIgualmente útil ao paciente - embora por um tempo
muito curto;muito curto;
Graças a experiências anteriores:Graças a experiências anteriores:
Ele sabe que existe uma leve possibilidade deEle sabe que existe uma leve possibilidade de
ser recompensado por um bom comportamento;ser recompensado por um bom comportamento;
E receber um prêmio por serviços especiais;E receber um prêmio por serviços especiais;
Quase sempre almeja um prolongamento daQuase sempre almeja um prolongamento da
vida ou deseja alguns dias sem dor ...vida ou deseja alguns dias sem dor ...
A BARGANHAA BARGANHA
É uma tentativa de adiamento;É uma tentativa de adiamento;
A maioria das barganhas são feitas comA maioria das barganhas são feitas com
Deus;Deus;
São mantidas em segredo;São mantidas em segredo;
Ditas nas entrelinhas;Ditas nas entrelinhas;
Psicologicamente:Psicologicamente:
As promessas podem estar associadas a umaAs promessas podem estar associadas a uma
culpa recôndita;culpa recôndita;
As observações feitas pelos pacientes nãoAs observações feitas pelos pacientes não
devem ser menosprezadas.devem ser menosprezadas.
DEPRESSÃODEPRESSÃO
Quando o paciente não pode mais negarQuando o paciente não pode mais negar
sua doença ...sua doença ...
Seu alheamento ou estoicismo (impassível ante a dorSeu alheamento ou estoicismo (impassível ante a dor
e a adversidade);e a adversidade);
sua revolta e raiva;sua revolta e raiva;
Cederão lugar a um sentimento de grande perda:Cederão lugar a um sentimento de grande perda:
A DEPRESSÃOA DEPRESSÃO..
DEPRESSÃODEPRESSÃO
São dois tipos deSão dois tipos de depressão:depressão:
PrimeiraPrimeira - uma- uma depressão reativadepressão reativa (perda de(perda de
sua imagem, perda financeira, etc.), ousua imagem, perda financeira, etc.), ou
seja, perdas passadas;seja, perdas passadas;
SegundaSegunda -- depressão preparatóriadepressão preparatória, ou seja,, ou seja,
perdas iminentes;perdas iminentes;
A primeira é de natureza diferente e deve serA primeira é de natureza diferente e deve ser
tratada diversamente da segunda.tratada diversamente da segunda.
DEPRESSÃODEPRESSÃO
Nossa primeira reação para com as pessoasNossa primeira reação para com as pessoas
que estão tristes é tentar animá-las; dizer queque estão tristes é tentar animá-las; dizer que
não encarem os fatos a ferro e fogo;não encarem os fatos a ferro e fogo;
AA depressãodepressão é um instrumento na preparação daé um instrumento na preparação da
perda iminente de todos os objetos amados;perda iminente de todos os objetos amados;
Para facilitar o estado de aceitação, o encorajamentoPara facilitar o estado de aceitação, o encorajamento
e a confiança não têm razão de ser;e a confiança não têm razão de ser;
Se deixarmos que exteriorize seu pesarSe deixarmos que exteriorize seu pesar
aceitará mais facilmente a situação ...aceitará mais facilmente a situação ...
DEPRESSÃODEPRESSÃO
No pesar preparatório há pouca ou nenhumaNo pesar preparatório há pouca ou nenhuma
necessidade de palavras;necessidade de palavras;
É sentimento que se exprime; traduzido emÉ sentimento que se exprime; traduzido em
geral - por um toque carinhoso de mão; umgeral - por um toque carinhoso de mão; um
afago nos cabelos; ou apenas por umafago nos cabelos; ou apenas por um
silencioso ‘sentar-se ao lado’;silencioso ‘sentar-se ao lado’;
É a hora em que o paciente pode pedir paraÉ a hora em que o paciente pode pedir para
orar; em que começa a se ocupar comorar; em que começa a se ocupar com
coisas que estão à sua frente e não com ascoisas que estão à sua frente e não com as
que ficaram para trás.que ficaram para trás.
ACEITAÇÃOACEITAÇÃO
Já posso partir! Que meus irmãos seJá posso partir! Que meus irmãos se
despeçam de mim!despeçam de mim!
Saudações para todos vocês,Saudações para todos vocês,
começo minha partida.começo minha partida.
TagoreTagore
ACEITAÇÃOACEITAÇÃO
Um paciente que tiver tido tempo necessário e tiverUm paciente que tiver tido tempo necessário e tiver
recebido alguma ajuda para superar tudo não maisrecebido alguma ajuda para superar tudo não mais
sentirá depressão, nem raiva. Terá lamentado a perdasentirá depressão, nem raiva. Terá lamentado a perda
iminente de pessoas e lugares ... Sentirá tambémiminente de pessoas e lugares ... Sentirá também
necessidade de cochilar, de dormir com freqüência enecessidade de cochilar, de dormir com freqüência e
a intervalos curtos, diferente da necessidade dea intervalos curtos, diferente da necessidade de
dormir durante a fase de depressão. Não é um sonodormir durante a fase de depressão. Não é um sono
de fuga. É uma necessidade gradual e crescente dede fuga. É uma necessidade gradual e crescente de
aumentar as horas de sono, como um recém nascido,aumentar as horas de sono, como um recém nascido,
mas em sentido inverso.mas em sentido inverso.
ACEITAÇÃOACEITAÇÃO
As conversas, então, passam de verbais aAs conversas, então, passam de verbais a
não-verbais;não-verbais;
É provável que só segure nossa mão numÉ provável que só segure nossa mão num
pedido velado - de que fiquemos empedido velado - de que fiquemos em
silêncio;silêncio;
Para quem não se perturba diante de quemPara quem não se perturba diante de quem
está prestes a morrer, estes momentos deestá prestes a morrer, estes momentos de
silêncio encerram comunicações das maissilêncio encerram comunicações das mais
significativassignificativas..
A ESPERANÇAA ESPERANÇA
““A única coisa que geralmente persiste, emA única coisa que geralmente persiste, em
todos estes estágios, é atodos estes estágios, é a esperançaesperança. O que os. O que os
sustente através dos dias, das semanas ousustente através dos dias, das semanas ou
dos meses de sofrimento é este tipo dedos meses de sofrimento é este tipo de
esperança.esperança.
É a sensação de que tudo deve terÉ a sensação de que tudo deve ter
algum sentido, que pode compensar, casoalgum sentido, que pode compensar, caso
suportem por mais algum tempo. Não importasuportem por mais algum tempo. Não importa
que nome tenha, descobrimos que todos osque nome tenha, descobrimos que todos os
pacientes conservaram essa sensação quepacientes conservaram essa sensação que
serviu de conforto em ocasiõesserviu de conforto em ocasiões
especialmente difíceis”.especialmente difíceis”.
VISITA ÀS PESSOAS QUEVISITA ÀS PESSOAS QUE
VÃO MORRERVÃO MORRER
 O doente terminal normalmente guardaO doente terminal normalmente guarda
reserva;reserva;
 Ele não está certo das suas intenções;Ele não está certo das suas intenções;
 Não pense que alguma coisa extraordináriaNão pense que alguma coisa extraordinária
vai acontecer;vai acontecer;
 Fique natural e relaxado, seja você mesmo;Fique natural e relaxado, seja você mesmo;
 Encoraje a pessoa a se sentir livre;Encoraje a pessoa a se sentir livre;
 Não interrompa, negando ou contestando oNão interrompa, negando ou contestando o
que a pessoa está dizendo.que a pessoa está dizendo.
VISITA ÀS PESSOAS QUEVISITA ÀS PESSOAS QUE
VÃO MORRERVÃO MORRER
 Aprenda a ouvir, aprenda a receber em silêncio;Aprenda a ouvir, aprenda a receber em silêncio;
 Você pode ser alvo de raiva e do desejo de pôr aVocê pode ser alvo de raiva e do desejo de pôr a
culpa em alguém (transferência);culpa em alguém (transferência);
 Não faça pregações. Ninguém deseja ser “salvo”Não faça pregações. Ninguém deseja ser “salvo”
com as crenças dos outros;com as crenças dos outros;
 Lembre-se de que a sua tarefa não é converterLembre-se de que a sua tarefa não é converter
ninguém a nada;ninguém a nada;
 Ajude a pessoa a fazer contato com a força de queAjude a pessoa a fazer contato com a força de que
ela mesma dispõe, sua confiança, sua fé, suaela mesma dispõe, sua confiança, sua fé, sua
espiritualidade;espiritualidade;
 Não espere que a sua ajuda produza resultadosNão espere que a sua ajuda produza resultados
milagrosos.milagrosos.
DAR AMORDAR AMOR
INCONDICIONALINCONDICIONAL
 Primeiro procedimento: olhe para a pessoaPrimeiro procedimento: olhe para a pessoa
e pense que ela é um ser humanoe pense que ela é um ser humano
exatamente como você (medo, solidão,exatamente como você (medo, solidão,
tristeza, etc.)tristeza, etc.)
 Segundo procedimento: colocar-se no lugarSegundo procedimento: colocar-se no lugar
do quem vai morrer e se perguntar: O quedo quem vai morrer e se perguntar: O que
mais você precisa no seu estado de morte?mais você precisa no seu estado de morte?
 Tocar nas mãos do enfermo olhando nosTocar nas mãos do enfermo olhando nos
olhos.olhos.
REFLEXÃO FINALREFLEXÃO FINAL
““Muito ajudaria se as pessoas conversassemMuito ajudaria se as pessoas conversassem
sobre a morte e o morrer, como partesobre a morte e o morrer, como parte
intrínseca da vida, do mesmo modo comointrínseca da vida, do mesmo modo como
não temem falar quando alguém espera umnão temem falar quando alguém espera um
bebê.bebê.
Se agissem assim com mais freqüência, nãoSe agissem assim com mais freqüência, não
precisaríamos nos perguntar se devemosprecisaríamos nos perguntar se devemos
tocar nestes assuntos com o paciente, outocar nestes assuntos com o paciente, ou
se deveríamos esperar pela última internação”se deveríamos esperar pela última internação”
Medidas de ajuda podemMedidas de ajuda podem
ser:ser:
 Manter o aposento tranqüilo e silencioso;Manter o aposento tranqüilo e silencioso;
 Deixar uma pequena lâmpada acesa durante àDeixar uma pequena lâmpada acesa durante à
noite;noite;
 Manter um parente a seu lado;Manter um parente a seu lado;
 Exibir uma atitude serena e confortante;Exibir uma atitude serena e confortante;
 Procurar orientá-lo indicando a data, o dia daProcurar orientá-lo indicando a data, o dia da
semana, seu nome, o lugar onde está, fotos desemana, seu nome, o lugar onde está, fotos de
familiares, etc. Deve-se vigiar para que ofamiliares, etc. Deve-se vigiar para que o
paciente não caia e não sofra lesões.paciente não caia e não sofra lesões.
Elizabeth Kübler-RossElizabeth Kübler-Ross
 ““As pessoas sempre me perguntamAs pessoas sempre me perguntam
como é a morte. Digo-lhes que écomo é a morte. Digo-lhes que é
sublime. É a coisa mais fácil que terãosublime. É a coisa mais fácil que terão
que fazer. A vida é dura. A vida é luta.que fazer. A vida é dura. A vida é luta.
Viver é como ir à escola. Dão a vocêViver é como ir à escola. Dão a você
muitas lições a estudar. Quanto maismuitas lições a estudar. Quanto mais
você aprende, mais difíceis ficam asvocê aprende, mais difíceis ficam as
lições. Quando aprendemos as lições,lições. Quando aprendemos as lições,
a dor se vai.”a dor se vai.”
Dra. Elisabeth Kübler-RossDra. Elisabeth Kübler-Ross
SOBRE A MORTESOBRE A MORTE
E OE O
MORRERMORRER

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

125185642 o enfermeiro_e_a_morte
125185642 o enfermeiro_e_a_morte125185642 o enfermeiro_e_a_morte
125185642 o enfermeiro_e_a_mortePelo Siro
 
A morte no contexto hospitalar doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar   doação de órgãosA morte no contexto hospitalar   doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar doação de órgãosPrLinaldo Junior
 
Assistencia de Enfermagem ao Cliente Terminal
Assistencia de Enfermagem ao Cliente TerminalAssistencia de Enfermagem ao Cliente Terminal
Assistencia de Enfermagem ao Cliente TerminalKarla Ntz
 
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...Mary Kay do Brasil
 
ApresentaçãO Morte
ApresentaçãO MorteApresentaçãO Morte
ApresentaçãO Morteguestb58853
 
A morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrerA morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrerEliane Santos
 
Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2Futuros Medicos
 
Finitude nossa de cada dia
Finitude nossa de cada diaFinitude nossa de cada dia
Finitude nossa de cada diaMara Suassuna
 
Estágios da Mortee
Estágios da MorteeEstágios da Mortee
Estágios da Morteeivanaferraz
 
Morte e luto
Morte e lutoMorte e luto
Morte e lutonu9000
 
Ciclos vitais finitude humana segunda aula
Ciclos vitais finitude humana segunda aulaCiclos vitais finitude humana segunda aula
Ciclos vitais finitude humana segunda aulaErasmo Ruiz
 
Luto, perda e separação na infância
Luto, perda e separação na infânciaLuto, perda e separação na infância
Luto, perda e separação na infânciaTeresa Andrade
 

La actualidad más candente (20)

125185642 o enfermeiro_e_a_morte
125185642 o enfermeiro_e_a_morte125185642 o enfermeiro_e_a_morte
125185642 o enfermeiro_e_a_morte
 
Morte e Luto
Morte e Luto Morte e Luto
Morte e Luto
 
A morte no contexto hospitalar doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar   doação de órgãosA morte no contexto hospitalar   doação de órgãos
A morte no contexto hospitalar doação de órgãos
 
As fases do luto
As fases do luto   As fases do luto
As fases do luto
 
Assistencia de Enfermagem ao Cliente Terminal
Assistencia de Enfermagem ao Cliente TerminalAssistencia de Enfermagem ao Cliente Terminal
Assistencia de Enfermagem ao Cliente Terminal
 
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
PRÁTICAS DE ACONSELHAMENTO PARA ADULTOS ENLUTADOS: A importância da relação d...
 
ApresentaçãO Morte
ApresentaçãO MorteApresentaçãO Morte
ApresentaçãO Morte
 
O Luto
O LutoO Luto
O Luto
 
A morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrerA morte e o processo de morrer
A morte e o processo de morrer
 
Luto
LutoLuto
Luto
 
Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2Aula 11 a morte e o luto2
Aula 11 a morte e o luto2
 
Luto normal
Luto normalLuto normal
Luto normal
 
Finitude nossa de cada dia
Finitude nossa de cada diaFinitude nossa de cada dia
Finitude nossa de cada dia
 
MORTE E MORRER
MORTE E MORRERMORTE E MORRER
MORTE E MORRER
 
Estágios da Mortee
Estágios da MorteeEstágios da Mortee
Estágios da Mortee
 
Psicologia e morte
Psicologia e mortePsicologia e morte
Psicologia e morte
 
Morte e luto
Morte e lutoMorte e luto
Morte e luto
 
Ciclos vitais finitude humana segunda aula
Ciclos vitais finitude humana segunda aulaCiclos vitais finitude humana segunda aula
Ciclos vitais finitude humana segunda aula
 
SOBRE A MORTE E O MORRER
SOBRE A MORTE E O MORRERSOBRE A MORTE E O MORRER
SOBRE A MORTE E O MORRER
 
Luto, perda e separação na infância
Luto, perda e separação na infânciaLuto, perda e separação na infância
Luto, perda e separação na infância
 

Similar a Psicologia da morte e do morrer

Dialogo com as sombras
Dialogo com as sombrasDialogo com as sombras
Dialogo com as sombrascarlos freire
 
Estás doente?
Estás doente?Estás doente?
Estás doente?jmeirelles
 
Estás doente2
Estás doente2Estás doente2
Estás doente2jmeirelles
 
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensávelAula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensávelErasmo Ruiz
 
Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02
Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02
Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02Ana Maria
 
0311 o adoecer - Daniela
0311 o adoecer - Daniela0311 o adoecer - Daniela
0311 o adoecer - Danielalaiscarlini
 
APRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptx
APRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptxAPRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptx
APRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptxMayaraGonzagadeSouza
 
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vida
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vidaA empatia do visitador e os cuidados no fim da vida
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vidaJean Francesco
 
Oficina de Visitadores 2014 - Damaris Morais
Oficina de Visitadores 2014 - Damaris MoraisOficina de Visitadores 2014 - Damaris Morais
Oficina de Visitadores 2014 - Damaris MoraisDamaris Morais
 
2015 a seriedade da visita hospitalar
2015    a seriedade da visita hospitalar2015    a seriedade da visita hospitalar
2015 a seriedade da visita hospitalarPrLinaldo Oliveira
 
Heimlich: Manobra que salva vidas
Heimlich: Manobra que salva vidasHeimlich: Manobra que salva vidas
Heimlich: Manobra que salva vidasNuno Cunha da Silva
 
Cura real
Cura realCura real
Cura realjmpcard
 
primeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptx
primeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptxprimeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptx
primeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptxaquilasantos6
 
Primeiros socorros Proº Gilberto de Jesus
Primeiros socorros  Proº Gilberto de JesusPrimeiros socorros  Proº Gilberto de Jesus
Primeiros socorros Proº Gilberto de JesusGilberto de Jesus
 
O stress e o turbilhão da raiva, o modelo de Lipp
O stress e o turbilhão da raiva, o modelo de LippO stress e o turbilhão da raiva, o modelo de Lipp
O stress e o turbilhão da raiva, o modelo de LippMarcelo da Rocha Carvalho
 

Similar a Psicologia da morte e do morrer (20)

Dialogo com as sombras
Dialogo com as sombrasDialogo com as sombras
Dialogo com as sombras
 
Estás doente?
Estás doente?Estás doente?
Estás doente?
 
Estás doente2
Estás doente2Estás doente2
Estás doente2
 
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensávelAula 3 tanatologia christus pensar o impensável
Aula 3 tanatologia christus pensar o impensável
 
Apoio Emocional
Apoio EmocionalApoio Emocional
Apoio Emocional
 
Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02
Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02
Somosoquepensamos 091231150244-phpapp02
 
Somos O Que Pensamos
Somos O Que PensamosSomos O Que Pensamos
Somos O Que Pensamos
 
0311 o adoecer - Daniela
0311 o adoecer - Daniela0311 o adoecer - Daniela
0311 o adoecer - Daniela
 
APRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptx
APRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptxAPRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptx
APRESENTAÇÃO ACONSELHAMENTO PASTORAL.pptx
 
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vida
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vidaA empatia do visitador e os cuidados no fim da vida
A empatia do visitador e os cuidados no fim da vida
 
Oficina de Visitadores 2014 - Damaris Morais
Oficina de Visitadores 2014 - Damaris MoraisOficina de Visitadores 2014 - Damaris Morais
Oficina de Visitadores 2014 - Damaris Morais
 
2015 a seriedade da visita hospitalar
2015    a seriedade da visita hospitalar2015    a seriedade da visita hospitalar
2015 a seriedade da visita hospitalar
 
Curso Atendimento Fraterno
Curso Atendimento Fraterno Curso Atendimento Fraterno
Curso Atendimento Fraterno
 
Heimlich: Manobra que salva vidas
Heimlich: Manobra que salva vidasHeimlich: Manobra que salva vidas
Heimlich: Manobra que salva vidas
 
Cura real
Cura realCura real
Cura real
 
Cura real
Cura realCura real
Cura real
 
00.FALTA_Psicologia_da_Morte.pdf
00.FALTA_Psicologia_da_Morte.pdf00.FALTA_Psicologia_da_Morte.pdf
00.FALTA_Psicologia_da_Morte.pdf
 
primeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptx
primeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptxprimeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptx
primeirossocorroseresgateespaoconfinado-140519011159-phpapp01 (1).pptx
 
Primeiros socorros Proº Gilberto de Jesus
Primeiros socorros  Proº Gilberto de JesusPrimeiros socorros  Proº Gilberto de Jesus
Primeiros socorros Proº Gilberto de Jesus
 
O stress e o turbilhão da raiva, o modelo de Lipp
O stress e o turbilhão da raiva, o modelo de LippO stress e o turbilhão da raiva, o modelo de Lipp
O stress e o turbilhão da raiva, o modelo de Lipp
 

Más de PrLinaldo Junior

Embargos declaratórios corrigido
Embargos declaratórios corrigidoEmbargos declaratórios corrigido
Embargos declaratórios corrigidoPrLinaldo Junior
 
Ação de consignação em pagamento
Ação de consignação em pagamentoAção de consignação em pagamento
Ação de consignação em pagamentoPrLinaldo Junior
 
Ação declaratoria de inexistência de relação juridico tributária
Ação declaratoria de inexistência de relação juridico tributáriaAção declaratoria de inexistência de relação juridico tributária
Ação declaratoria de inexistência de relação juridico tributáriaPrLinaldo Junior
 
Ação anulatória de débito fiscal
Ação anulatória de débito fiscalAção anulatória de débito fiscal
Ação anulatória de débito fiscalPrLinaldo Junior
 
Ação de repitição de indébito
Ação de repitição de indébitoAção de repitição de indébito
Ação de repitição de indébitoPrLinaldo Junior
 
Vedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscal
Vedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscalVedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscal
Vedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscalPrLinaldo Junior
 
Topicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferenciaTopicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferenciaPrLinaldo Junior
 
Topicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferenciaTopicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferenciaPrLinaldo Junior
 
Alguns aspectos da incidencia tributaria
Alguns aspectos da incidencia tributariaAlguns aspectos da incidencia tributaria
Alguns aspectos da incidencia tributariaPrLinaldo Junior
 
Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...
Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...
Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...PrLinaldo Junior
 
Versão final ciência política
Versão final ciência políticaVersão final ciência política
Versão final ciência políticaPrLinaldo Junior
 

Más de PrLinaldo Junior (20)

Embargos declaratórios corrigido
Embargos declaratórios corrigidoEmbargos declaratórios corrigido
Embargos declaratórios corrigido
 
Ação de consignação em pagamento
Ação de consignação em pagamentoAção de consignação em pagamento
Ação de consignação em pagamento
 
Ação declaratoria de inexistência de relação juridico tributária
Ação declaratoria de inexistência de relação juridico tributáriaAção declaratoria de inexistência de relação juridico tributária
Ação declaratoria de inexistência de relação juridico tributária
 
Ação anulatória de débito fiscal
Ação anulatória de débito fiscalAção anulatória de débito fiscal
Ação anulatória de débito fiscal
 
Ação de repitição de indébito
Ação de repitição de indébitoAção de repitição de indébito
Ação de repitição de indébito
 
Mandado de segurança
Mandado de segurançaMandado de segurança
Mandado de segurança
 
Revista
RevistaRevista
Revista
 
Embargos à arremataçào
Embargos à arremataçàoEmbargos à arremataçào
Embargos à arremataçào
 
Substiuição processual
Substiuição processualSubstiuição processual
Substiuição processual
 
Embargos declaratórios
Embargos declaratóriosEmbargos declaratórios
Embargos declaratórios
 
Embargos Declaratório
Embargos DeclaratórioEmbargos Declaratório
Embargos Declaratório
 
Vedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscal
Vedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscalVedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscal
Vedacao a ampla defesa e ao contra.p.administrativo fiscal
 
Topicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferenciaTopicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferencia
 
Topicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferenciaTopicos sobre preco de transferencia
Topicos sobre preco de transferencia
 
Alguns aspectos da incidencia tributaria
Alguns aspectos da incidencia tributariaAlguns aspectos da incidencia tributaria
Alguns aspectos da incidencia tributaria
 
Mandado de segurança
Mandado de segurançaMandado de segurança
Mandado de segurança
 
Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...
Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...
Aspectos políticos, históricos e legais entre as cartas constitucionais do im...
 
Mandado de segurança
Mandado de segurançaMandado de segurança
Mandado de segurança
 
Exmo janiere
Exmo janiereExmo janiere
Exmo janiere
 
Versão final ciência política
Versão final ciência políticaVersão final ciência política
Versão final ciência política
 

Psicologia da morte e do morrer

  • 1. PSICOLOGIA HOSPITALAR A VISITA AO DOENTE EM FASE TERMINAL SOBRE A MORTE E O MORRER ELISABETH KÜBLER-ROSS
  • 2. A VISITA AO DOENTEA VISITA AO DOENTE EM FASE TERMINALEM FASE TERMINAL
  • 3. RAZÕES PARA SE FUGIR DERAZÕES PARA SE FUGIR DE ENCARAR A MORTEENCARAR A MORTE Hoje em dia morrer é;Hoje em dia morrer é;  TristeTriste;;  SolitárioSolitário;;  MecânicoMecânico;;  DesumanoDesumano;;  UmUm ato solitárioato solitário ee impessoalimpessoal – O paciente é– O paciente é removido de seu ambiente familiar e levado pararemovido de seu ambiente familiar e levado para uma sala de emergência.uma sala de emergência.  Quando um paciente está gravemente enfermo, emQuando um paciente está gravemente enfermo, em geral é tratado como alguémgeral é tratado como alguém sem direito a opinarsem direito a opinar ..
  • 4. ATITUDES DIANTE DAATITUDES DIANTE DA MORTE E DO MORRERMORTE E DO MORRER  SociedadeSociedade ignoraignora ee evitaevita a morte;a morte;  Medicina: uma nova, masMedicina: uma nova, mas despersonalizadadespersonalizada ciência;ciência;  Prolongar a vidaProlongar a vida / Mitigar o sofrimento/ Mitigar o sofrimento humano;humano;  PsicologicamentePsicologicamente negação da mortenegação da morte;;  NãoNão concebemos (inconscientemente)concebemos (inconscientemente) nossa própria morte;nossa própria morte;  Acreditamos na nossaAcreditamos na nossa imortalidadeimortalidade:: “Ainda“Ainda bem que não fui eu”;bem que não fui eu”;
  • 5. ATITUDES DIANTE DAATITUDES DIANTE DA MORTE E DO MORRERMORTE E DO MORRER  ESTÁGIOS:ESTÁGIOS:  Primeiro:Primeiro: Negação e IsolamentoNegação e Isolamento;;  Segundo:Segundo: RaivaRaiva;;  Terceiro:Terceiro: BarganhaBarganha;;  Quarto:Quarto: DepressãoDepressão;;  Quinto:Quinto: AceitaçãoAceitação..
  • 6. NEGAÇÃO E ISOLAMENTONEGAÇÃO E ISOLAMENTO Ao tomar conhecimento da fase terminalAo tomar conhecimento da fase terminal de sua doença, a maioria dosde sua doença, a maioria dos pacientes reagem com esta frase:pacientes reagem com esta frase: ““Não, eu não, não pode ser verdade!”.Não, eu não, não pode ser verdade!”.
  • 7. NEGAÇÃO E ISOLAMENTONEGAÇÃO E ISOLAMENTO Essa negação ansiosa proveniente da comunicaçãoEssa negação ansiosa proveniente da comunicação de diagnóstico é muito comum ... A negaçãode diagnóstico é muito comum ... A negação funciona como um pára-choque depois de notíciasfunciona como um pára-choque depois de notícias inesperadas e chocantes, deixando que o pacienteinesperadas e chocantes, deixando que o paciente se recupere com o tempo, mobilizando outrasse recupere com o tempo, mobilizando outras medidas menos radicais. [...] Comumente, amedidas menos radicais. [...] Comumente, a negação é uma defesa temporária, sendo logonegação é uma defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial.substituída por uma aceitação parcial.
  • 8. NEGAÇÃO E ISOLAMENTONEGAÇÃO E ISOLAMENTO Como sabemos quando um paciente não querComo sabemos quando um paciente não quer enfrentar a situação?enfrentar a situação? ““Ouvi-lo neste momento é comparável a ouvir umOuvi-lo neste momento é comparável a ouvir um paciente que sofre de pequeno mal-estar, nada tãopaciente que sofre de pequeno mal-estar, nada tão sério que ameace sua vida. Aí, tentamos entender assério que ameace sua vida. Aí, tentamos entender as dicas e temos certeza de que é o momento em quedicas e temos certeza de que é o momento em que ele prefere voltar-se para coisas mais atraentes eele prefere voltar-se para coisas mais atraentes e alegres”.alegres”.
  • 9. A RAIVAA RAIVA Quando não é mais possível manter firmeQuando não é mais possível manter firme o primeiro estágio de negação, ele éo primeiro estágio de negação, ele é substituído por sentimentos de raiva, desubstituído por sentimentos de raiva, de revolta, de inveja e de ressentimento.revolta, de inveja e de ressentimento. Surge, logo, uma pergunta:Surge, logo, uma pergunta: ““Por que eu?”Por que eu?”
  • 10. A RAIVAA RAIVA  Muito difícil lidar com o estágio da raiva;Muito difícil lidar com o estágio da raiva;  A raiva se propaga em todas as direções;A raiva se propaga em todas as direções;  Projeta-se no ambiente - muitas vezes semProjeta-se no ambiente - muitas vezes sem razão plausível;razão plausível;  Os médicos não prestam ...Os médicos não prestam ...  As enfermeiras são alvo constante ...As enfermeiras são alvo constante ...  As visitas são recebidas com poucoAs visitas são recebidas com pouco entusiasmo e sem expectativa;entusiasmo e sem expectativa;  Poucos se colocam no lugar do paciente.Poucos se colocam no lugar do paciente.
  • 11. A BARGANHAA BARGANHA É o estágio menos conhecido;É o estágio menos conhecido; Igualmente útil ao paciente - embora por um tempoIgualmente útil ao paciente - embora por um tempo muito curto;muito curto; Graças a experiências anteriores:Graças a experiências anteriores: Ele sabe que existe uma leve possibilidade deEle sabe que existe uma leve possibilidade de ser recompensado por um bom comportamento;ser recompensado por um bom comportamento; E receber um prêmio por serviços especiais;E receber um prêmio por serviços especiais; Quase sempre almeja um prolongamento daQuase sempre almeja um prolongamento da vida ou deseja alguns dias sem dor ...vida ou deseja alguns dias sem dor ...
  • 12. A BARGANHAA BARGANHA É uma tentativa de adiamento;É uma tentativa de adiamento; A maioria das barganhas são feitas comA maioria das barganhas são feitas com Deus;Deus; São mantidas em segredo;São mantidas em segredo; Ditas nas entrelinhas;Ditas nas entrelinhas; Psicologicamente:Psicologicamente: As promessas podem estar associadas a umaAs promessas podem estar associadas a uma culpa recôndita;culpa recôndita; As observações feitas pelos pacientes nãoAs observações feitas pelos pacientes não devem ser menosprezadas.devem ser menosprezadas.
  • 13. DEPRESSÃODEPRESSÃO Quando o paciente não pode mais negarQuando o paciente não pode mais negar sua doença ...sua doença ... Seu alheamento ou estoicismo (impassível ante a dorSeu alheamento ou estoicismo (impassível ante a dor e a adversidade);e a adversidade); sua revolta e raiva;sua revolta e raiva; Cederão lugar a um sentimento de grande perda:Cederão lugar a um sentimento de grande perda: A DEPRESSÃOA DEPRESSÃO..
  • 14. DEPRESSÃODEPRESSÃO São dois tipos deSão dois tipos de depressão:depressão: PrimeiraPrimeira - uma- uma depressão reativadepressão reativa (perda de(perda de sua imagem, perda financeira, etc.), ousua imagem, perda financeira, etc.), ou seja, perdas passadas;seja, perdas passadas; SegundaSegunda -- depressão preparatóriadepressão preparatória, ou seja,, ou seja, perdas iminentes;perdas iminentes; A primeira é de natureza diferente e deve serA primeira é de natureza diferente e deve ser tratada diversamente da segunda.tratada diversamente da segunda.
  • 15. DEPRESSÃODEPRESSÃO Nossa primeira reação para com as pessoasNossa primeira reação para com as pessoas que estão tristes é tentar animá-las; dizer queque estão tristes é tentar animá-las; dizer que não encarem os fatos a ferro e fogo;não encarem os fatos a ferro e fogo; AA depressãodepressão é um instrumento na preparação daé um instrumento na preparação da perda iminente de todos os objetos amados;perda iminente de todos os objetos amados; Para facilitar o estado de aceitação, o encorajamentoPara facilitar o estado de aceitação, o encorajamento e a confiança não têm razão de ser;e a confiança não têm razão de ser; Se deixarmos que exteriorize seu pesarSe deixarmos que exteriorize seu pesar aceitará mais facilmente a situação ...aceitará mais facilmente a situação ...
  • 16. DEPRESSÃODEPRESSÃO No pesar preparatório há pouca ou nenhumaNo pesar preparatório há pouca ou nenhuma necessidade de palavras;necessidade de palavras; É sentimento que se exprime; traduzido emÉ sentimento que se exprime; traduzido em geral - por um toque carinhoso de mão; umgeral - por um toque carinhoso de mão; um afago nos cabelos; ou apenas por umafago nos cabelos; ou apenas por um silencioso ‘sentar-se ao lado’;silencioso ‘sentar-se ao lado’; É a hora em que o paciente pode pedir paraÉ a hora em que o paciente pode pedir para orar; em que começa a se ocupar comorar; em que começa a se ocupar com coisas que estão à sua frente e não com ascoisas que estão à sua frente e não com as que ficaram para trás.que ficaram para trás.
  • 17. ACEITAÇÃOACEITAÇÃO Já posso partir! Que meus irmãos seJá posso partir! Que meus irmãos se despeçam de mim!despeçam de mim! Saudações para todos vocês,Saudações para todos vocês, começo minha partida.começo minha partida. TagoreTagore
  • 18. ACEITAÇÃOACEITAÇÃO Um paciente que tiver tido tempo necessário e tiverUm paciente que tiver tido tempo necessário e tiver recebido alguma ajuda para superar tudo não maisrecebido alguma ajuda para superar tudo não mais sentirá depressão, nem raiva. Terá lamentado a perdasentirá depressão, nem raiva. Terá lamentado a perda iminente de pessoas e lugares ... Sentirá tambémiminente de pessoas e lugares ... Sentirá também necessidade de cochilar, de dormir com freqüência enecessidade de cochilar, de dormir com freqüência e a intervalos curtos, diferente da necessidade dea intervalos curtos, diferente da necessidade de dormir durante a fase de depressão. Não é um sonodormir durante a fase de depressão. Não é um sono de fuga. É uma necessidade gradual e crescente dede fuga. É uma necessidade gradual e crescente de aumentar as horas de sono, como um recém nascido,aumentar as horas de sono, como um recém nascido, mas em sentido inverso.mas em sentido inverso.
  • 19. ACEITAÇÃOACEITAÇÃO As conversas, então, passam de verbais aAs conversas, então, passam de verbais a não-verbais;não-verbais; É provável que só segure nossa mão numÉ provável que só segure nossa mão num pedido velado - de que fiquemos empedido velado - de que fiquemos em silêncio;silêncio; Para quem não se perturba diante de quemPara quem não se perturba diante de quem está prestes a morrer, estes momentos deestá prestes a morrer, estes momentos de silêncio encerram comunicações das maissilêncio encerram comunicações das mais significativassignificativas..
  • 20. A ESPERANÇAA ESPERANÇA ““A única coisa que geralmente persiste, emA única coisa que geralmente persiste, em todos estes estágios, é atodos estes estágios, é a esperançaesperança. O que os. O que os sustente através dos dias, das semanas ousustente através dos dias, das semanas ou dos meses de sofrimento é este tipo dedos meses de sofrimento é este tipo de esperança.esperança. É a sensação de que tudo deve terÉ a sensação de que tudo deve ter algum sentido, que pode compensar, casoalgum sentido, que pode compensar, caso suportem por mais algum tempo. Não importasuportem por mais algum tempo. Não importa que nome tenha, descobrimos que todos osque nome tenha, descobrimos que todos os pacientes conservaram essa sensação quepacientes conservaram essa sensação que serviu de conforto em ocasiõesserviu de conforto em ocasiões especialmente difíceis”.especialmente difíceis”.
  • 21. VISITA ÀS PESSOAS QUEVISITA ÀS PESSOAS QUE VÃO MORRERVÃO MORRER  O doente terminal normalmente guardaO doente terminal normalmente guarda reserva;reserva;  Ele não está certo das suas intenções;Ele não está certo das suas intenções;  Não pense que alguma coisa extraordináriaNão pense que alguma coisa extraordinária vai acontecer;vai acontecer;  Fique natural e relaxado, seja você mesmo;Fique natural e relaxado, seja você mesmo;  Encoraje a pessoa a se sentir livre;Encoraje a pessoa a se sentir livre;  Não interrompa, negando ou contestando oNão interrompa, negando ou contestando o que a pessoa está dizendo.que a pessoa está dizendo.
  • 22. VISITA ÀS PESSOAS QUEVISITA ÀS PESSOAS QUE VÃO MORRERVÃO MORRER  Aprenda a ouvir, aprenda a receber em silêncio;Aprenda a ouvir, aprenda a receber em silêncio;  Você pode ser alvo de raiva e do desejo de pôr aVocê pode ser alvo de raiva e do desejo de pôr a culpa em alguém (transferência);culpa em alguém (transferência);  Não faça pregações. Ninguém deseja ser “salvo”Não faça pregações. Ninguém deseja ser “salvo” com as crenças dos outros;com as crenças dos outros;  Lembre-se de que a sua tarefa não é converterLembre-se de que a sua tarefa não é converter ninguém a nada;ninguém a nada;  Ajude a pessoa a fazer contato com a força de queAjude a pessoa a fazer contato com a força de que ela mesma dispõe, sua confiança, sua fé, suaela mesma dispõe, sua confiança, sua fé, sua espiritualidade;espiritualidade;  Não espere que a sua ajuda produza resultadosNão espere que a sua ajuda produza resultados milagrosos.milagrosos.
  • 23. DAR AMORDAR AMOR INCONDICIONALINCONDICIONAL  Primeiro procedimento: olhe para a pessoaPrimeiro procedimento: olhe para a pessoa e pense que ela é um ser humanoe pense que ela é um ser humano exatamente como você (medo, solidão,exatamente como você (medo, solidão, tristeza, etc.)tristeza, etc.)  Segundo procedimento: colocar-se no lugarSegundo procedimento: colocar-se no lugar do quem vai morrer e se perguntar: O quedo quem vai morrer e se perguntar: O que mais você precisa no seu estado de morte?mais você precisa no seu estado de morte?  Tocar nas mãos do enfermo olhando nosTocar nas mãos do enfermo olhando nos olhos.olhos.
  • 24. REFLEXÃO FINALREFLEXÃO FINAL ““Muito ajudaria se as pessoas conversassemMuito ajudaria se as pessoas conversassem sobre a morte e o morrer, como partesobre a morte e o morrer, como parte intrínseca da vida, do mesmo modo comointrínseca da vida, do mesmo modo como não temem falar quando alguém espera umnão temem falar quando alguém espera um bebê.bebê. Se agissem assim com mais freqüência, nãoSe agissem assim com mais freqüência, não precisaríamos nos perguntar se devemosprecisaríamos nos perguntar se devemos tocar nestes assuntos com o paciente, outocar nestes assuntos com o paciente, ou se deveríamos esperar pela última internação”se deveríamos esperar pela última internação”
  • 25. Medidas de ajuda podemMedidas de ajuda podem ser:ser:  Manter o aposento tranqüilo e silencioso;Manter o aposento tranqüilo e silencioso;  Deixar uma pequena lâmpada acesa durante àDeixar uma pequena lâmpada acesa durante à noite;noite;  Manter um parente a seu lado;Manter um parente a seu lado;  Exibir uma atitude serena e confortante;Exibir uma atitude serena e confortante;  Procurar orientá-lo indicando a data, o dia daProcurar orientá-lo indicando a data, o dia da semana, seu nome, o lugar onde está, fotos desemana, seu nome, o lugar onde está, fotos de familiares, etc. Deve-se vigiar para que ofamiliares, etc. Deve-se vigiar para que o paciente não caia e não sofra lesões.paciente não caia e não sofra lesões.
  • 26. Elizabeth Kübler-RossElizabeth Kübler-Ross  ““As pessoas sempre me perguntamAs pessoas sempre me perguntam como é a morte. Digo-lhes que écomo é a morte. Digo-lhes que é sublime. É a coisa mais fácil que terãosublime. É a coisa mais fácil que terão que fazer. A vida é dura. A vida é luta.que fazer. A vida é dura. A vida é luta. Viver é como ir à escola. Dão a vocêViver é como ir à escola. Dão a você muitas lições a estudar. Quanto maismuitas lições a estudar. Quanto mais você aprende, mais difíceis ficam asvocê aprende, mais difíceis ficam as lições. Quando aprendemos as lições,lições. Quando aprendemos as lições, a dor se vai.”a dor se vai.”
  • 27. Dra. Elisabeth Kübler-RossDra. Elisabeth Kübler-Ross SOBRE A MORTESOBRE A MORTE E OE O MORRERMORRER