O documento discute conceitos relacionados à rede de drenagem de bacias hidrográficas, incluindo como rede de drenagem é obtida, densidade de drenagem, e padrões de drenagem como dendrítico, retangular, treliça e radial. Também aborda características de padrões de canal fluvial como meandrante, retilíneo, anastomosado e entrelaçado.
1. Rede de Drenagem
Éderson Dias de Oliveira
RAMOS, Catarina. Programa de Hidrogeografia, Centro de Estudos Geográficos da
Universidade de Lisboa, Lisboa, 2005
2. Rede de Drenagem
* É obtida a partir de documentos como: imagem de satélite,
fotografia aérea ou mapa topográfico, variando de acordo
com a escala de análise no levantamento da rede hidrográfica.
* Densidade de drenagem (Dd): é uma boa indicação do grau
de desenvolvimento de um sistema de drenagem. Expressa a
relação entre o comprimento total dos cursos d’água de uma
bacia e a sua área total.
* Nessa Dd = Ct / A (km/km²), em que Ct é o comprimento
total dos cursos de água da bacia (em km) e A é a área da
bacia (em km²).
* A Dd varia de acordo com a precipitação, substrato geológico
e relevo. A Dd fornece uma indicação da eficiência da
drenagem natural das bacias, sendo estas tanto mais bem
drenadas quanto maior for a Dd.
3. * Bacias com drenagem pobre Dd 0,5 km/km2
* Bacias com drenagem regular 0,5 Dd 1,5 km/km2
* Bacias com drenagem boa 1,5 Dd 2,5 km/km2
* Bacias com drenagem muito boa 2,5 Dd 3,5 km/km2
* Bacias excepcionalmente bem drenadas Dd 3,5 km/km2
a. Esparsa. b. Média. c. Densa.
4. * Em igualdade dos
restantes fatores, as
bacias com maior
densidade de drenagem
tenderão a estar mais
sujeitas a cheias do que
as bacias com menor
densidade de drenagem.
Densidade de rios (Dr):
a exemplo da Dd,
correlaciona o número de
canais (N), com a bacia
hidrográfica (A) - Dr =
N/A;
5. Padrões de Drenagem
A drenagem de uma região depende não só da pluviosidade e
topografia, mas também da cobertura vegetal, do tipo de
solo e do substrato geológico (diferenças de declive,
natureza e disposição das camadas, diferentes graus de
resistência das rochas e a tectônica);
Terrenos relativamente impermeáveis apresentam densa
rede de drenagem, enquanto que os mais permeáveis
possuem densidade menor.
Os padrões de drenagem dizem respeito à situação espacial
dos rios, a qual é em grande parte controlada pela estrutura
geológica do terreno.
Denomina-se padrão de drenagem ao arranjo, em planta, dos
rios e riachos dentro da BH (Allen, 1965).
6. Os principais padrões de drenagem são:
dendrítica treliça retangular
paralela radial anelar
7. Os tributários distribuem-se em todas as
direções, e se unem formando ângulos agudos.
Esse padrão é tipicamente desenvolvido sobre
rochas de resistência uniforme, ou em
estruturas sedimentares horizontais.
Dendrítica: também é designada como arborescente, a
corrente principal corresponde ao tronco, os tributários aos
ramos e as correntes de menor categoria as folhas.
8. Retangular: caracteriza-se pela presença de ângulos retos
tanto no curso principal como nos tributários.
Esse padrão é diretamente condicionado pelas diáclases e
falhas que se cruzam em ângulos retos.
Dessa forma há bruscas alterações de direção
quer dos cursos de água principais, quer dos
seus afluentes.
9. Treliça - caracteriza-se pela presença de tributários
principais alongados e retos e com certo paralelismo entre si e
ao curso principal, sendo que os tributários secundários
entram nos tributários principais com ângulo reto.
Sugere rochas de resistência desigual dispostas paralelamente
em dobras com estratos dobrados ou basculados e em planície
costeira dissecada;
10. Radial: caracteriza-se de drenagens que irradiam a partir de
uma área central e nem todos divergem necessariamente
entre si, podendo até haver união de rios quando, em função
de irregularidades do declive inicial, eles correm
obliquamente, um em direção ao outro.
Os cursos de água dispõem-se como os raios de uma roda,
divergindo do centro de uma área mais elevada para a
periferia - Sugere regiões com domos estruturais ou vulcões.
Extraído do livro Para Conhecer a Terra
11. Radial Centrípeto e Centrífugo: representa uma variação do
padrão radial e é característico de áreas com declives internos
de crateras e caldeiras e onde cristas topográficas bordejam,
circularmente, depressões, como no caso de domos brechados
e bacias estruturais.
A rede de drenagem converge da periferia para um ponto
central comum, localizado numa posição topográfica deprimida.
12. Anelar: Assemelha-se a anéis, são típicas das áreas dômicas
profundamente entalhadas, em estruturas com camadas duras
e frágeis.
A drenagem acomoda-se aos afloramentos das rochas menos
resistentes, originando cursos subsequentes.
13. Paralelo: caracteriza-se por uma série de cursos de água que
correm mais ou menos paralelos entre si em uma extensão
relativamente grande.
Sugere a existência de declives unidirecionais extensos e
pronunciados ou cristas lineares alongadas, constituídas por
estratos resistentes uniformemente inclinados.
14.
15.
16. Padrão de Canal
• A configuração de um rio, em planta dentro de uma visão ampla,
é denominada como padrão de um canal fluvial;
• Padrões de canais são os ajustes do canal à sua seção
transversal (forma do leito do canal). Estão relacionados a uma
série de fatores: descarga, carga de sedimentos, declive,
largura e profundidade, velocidade e rugosidade.
• A configuração de um canal é geralmente descrita como:
Retilínea - Meandrante - Entrelaçada - Anastomosada
19. Meandrante (rio Meandro,
Turquia) – Segundo Petts e
Foster (1985) o rio
meandrante clássico é
definido como aquele em
que há uma seqüência de
curvas sinuosas produzidas
pela acresção lateral de
barras de pontal.
Os canais meandrantes são
típicos de ambientes de
baixa energia, podendo
formar planícies de
inundação e vários tipos de
depósitos associados.
20. A sinuosidade do canal aumenta, em geral, de montante para
jusante, em consonância com a diminuição da declividade e
aumento da freqüência de sedimentos pelíticos na carga
sedimentar.
Quando visto em seção transversal, o canal meandrante é,
assimétrico e esta característica é mais acentuada em
trechos mais curvos e menos evidente nos segmentos mais
retilíneos.
Os canais meândricos são aqueles em que os rios descrevem
curvas sinuosas, largas, harmoniosas e semelhantes entre si;
Esse se forma através de um trabalho contínuo de escavação
na margem côncava (ponto maior da velocidade da corrente)
e de deposição na margem convexa (ponto de menor
velocidade).
21. Retilíneos – canal único, bem definido, com
margens estáveis - De acordo com Leopold e
Wolman (1957), os canais retilíneos naturais
são raros.
Esses canais são relativamente estáveis,
com taxas de migração de canal limitadada
por uma combinação de baixa
disponibilidade de energia e margens
resistentes à erosão (CHARLTON, 2007).
Este padrão geralmente ocorre em pequenas
distâncias num canal e seu padrão
deposicional se assemelha ao de canais
meandrantes, consistindo em acúmulo de
sedimentos em barras de canal e erosão em
margens com profundidades maiores,
possuindo sinuosidade insignificante
(SANTOS, G., 2008).
22. • Canais retos são aqueles em que o rio percorre um trajeto
retilíneo, sem se desviar significativamente de sua trajetória
normal em direção à foz.
• Os canais verdadeiramente retos são raros na natureza,
existindo principalmente quando o rio está controlado por
linhas tectônicas, como no caso de cursos de água
acompanhando linhas de falha.
• Sua presença exige também a existência
de um embasamento rochoso homogêneo,
pois são contrário o rio fatalmente se
desviará em sua trajetória.
23. Anastomosado – Hugget (2007) afirma que os canais
anastomosados são canais de baixo gradiente, potência de
canal muito baixa e bancos estáveis formados a partir de
sedimentos coesivos ou areia estabilizada pela vegetação
ripária.
Afirma ainda que em alguns casos, o ambiente de baixa
energia é causado por subsidência tectônica ou um aumento
no nível de base local ou regional.
24. • São formados em
condições especiais,
altamente
relacionadas com a
carga sedimentar
do leito.
• Quando o rio transporta material grosseiro em grandes
quantidades e não tem potencia suficiente para conduzi-lo até
o seu nível de base final, deposita-o no próprio leito.
• O obstáculo natural que se forma, pela rugosidade e
saliências, faz com que o rio se ramifique em múltiplos canais,
pequenos/rasos, e desordenados devido às constantes
migrações entre ilhotas.
• Os trechos anastomosados sempre se localizam ao longo do
curso fluvial, pois no ponto de início como no ponto terminal
deverá haver um único canal.
25. Entrelaçado – são canais essencialmente deposicionais que
ocorrem quando o fluxo é dividido em uma série de canais
pela presença de ilhas ou barras de sedimentos acumulados
(HUGGET, 2007).
Segundo o autor, apesar do fluxo da água estar dividido por
causa dos obstáculos (ilhas e barras), o canal entrelaçado é
considerado um canal único.
São canais que possuem grandes
variações na descarga e na
capacidade de transporte.
26. Quando a descarga é reduzida, reduz a capacidade de
transporte de sedimentos, proporcionando a formação de
barras e o surgimento de novos canais.
O canal ramificado surge quando existe um braço de rio que
volta ao leito principal, formando uma ilha. Essa junção pode
se verificar até a dezenas de quilômetros a jusante.
São excepcionalmente bem
desenvolvidos em planícies de
lavagem, leques aluviais e
deltaicos.
São caracterizados por
sucessivas divisões e reuniões
de canais, que controlam
barras arenosas de
sedimentos aluviais.
27. • As barras
formadoras dos
múltiplos canais
podem ficar
expostas durante
as estiagens e
submersas nas
enchentes.
• São típicos de rios com excesso de carga de fundo em relação
à descarga líquida.
• As seções transversais dos seus vales evidenciam canais rasos
e grosseiramente simétricos, enquanto o perfil longitudinal,
ao longo do talvegue, salienta cavidades relativamente
profundas e saliências irregulares.
28. Uma mesma
BH, assim
como um rio
pode apre-
sentar dife-
rentes
padrões de
drenagem em
diferentes
canais
fluviais, que
variam tanto
espacialmen-
te como tem-
poralmente.
29. Características do relevo da BH
O relevo de uma BH tem grande influência sobre os fatores
meteorológicos e hidrológicos, pois a velocidade do
escoamento superficial é determinada pela declividade do
terreno, enquanto que a temperatura, a precipitação e a
evaporação são funções da altitude da BH.
A altitude incrementa a precipitação e a diminuição da
temperatura, levando à maior entrada de água na bacia e,
eventualmente, à sua retenção sob a forma de neve ou gelo;
O grau de declividade interfere na velocidade do escoamento
e na infiltração (quanto maior ele for maior será a velocidade
e menor a infiltração).
Altas declividades podem ser perigosas durante as chuvas
potencializando o aumento da velocidade de progressão das
cheias.
30. O relevo de BH pode ser melhor trabalhado a partir da
análise hipsométrica com os seguintes índices:
Amplitude Altimétrica: esse índice influencia na energia
potencial da água; Aa = Hmáx - Hmín, em que: Aa é a
amplitude altimétrica (m), Hmáx é a altitude máxima e
Hmín é a altitude mínima da bacia.
32. Relação de relevo - Rr - (m/m): determina a inclinação da BH,
que influencia na velocidade do escoamento (quanto maior, mais
rápida é a chegada das águas à desembocadura da bacia).
Rr = Aa/C, em que: Aa é a amplitude altimétrica (m) e C é o
comprimento máximo da BH (km), medido paralelamente ao
curso de água principal.
Ex. Comprimento axial da BH é de 4,72 km – Amplitude
altimétrica é de 211 metros
Relação de relevo = Aa/C; Rr = 211/4,72; Rr = 44,7 m/km ou
0,044 m/m
Análise do perfil longitudinal do curso de água: pelo fato da
velocidade de escoamento de um rio depender da declividade
dos canais, conhecer a sua declividade constitui um importante
parâmetro no estudo de escoamento. Nesse podem ser
analisados rupturas de declive, trechos de maior erosão e / ou
assoreamento potencial
34. Perfil Longitudinal
•Os rios apresentam equilíbrio dinâmico entre - erosão do
canal e - deposição no canal;
•Os mesmos demarcam o desenho do vale fluvial, com base
numa combinação de fatores:
- topografia
- clima
- fluxo (descarga e velocidade)
- rocha subjacente (resistência ao intemperismo e erosão)
•Perfil – seção longitunal e côncava do rio (comum a todos rios)
•Nível de base – nível (altitude) em que o rio desaparece,
penetrando em corpo d’água (lago ou oceano)
•Rios não podem cortar abaixo do nível de base
•Perfil longitudinal é controlado pelo nível de base regional
36. Leque aluvial, cone aluvial ou cone de dejeção é um depósito
de material detrítico, mal selecionado e pouco trabalhado,
que se forma no sopé das montanhas onde os talvegues dos
vales encontram uma área plana, quase sempre coincidente
com uma planície aluvionar ou uma área lacustre.
Estes depósitos recebem esse nome devido à forma que
assumem, com os sedimentos se espraiando a partir da
desembocadura do talvegue.
Refletem o fato de que as correntes aluviais perdem energia
ao desembocar numa área plana, permitindo que sedimentos
de diversas granulometrias se depositem simultaneamente.
37. Diferença de escalas - Ex; BH do rio do Paraná 880.000 km² x BH do rio Pirapó 5 mil km²
38. 1) o sistema coletor consiste de um arranjo de vários
afluentes, em uma região de cabeceira (regiões mais altas),
coletando e afunilando água e sedimentos para o rio
principal.
2) No sistema coletor, por conta da alta inclinação do terreno,
predomina a erosão, embora haja também transporte e, em
menor proporção, deposição de sedimentos.
3) Nessas regiões, a deposição de cascalhos predomina,
havendo também deposição, em menor quantidade, de grãos
de areia.
4) Devido a alta
declividade do
terreno, são
originadas muitas
corredeiras e
cachoeiras.
39. (2) o sistema transportador é constituído pelo rio principal e
alguns afluentes. O rio principal funciona como um canal
através do qual água e sedimento se move. Como o nome
sugere, no sistema transportador predomina o transporte em
relação à deposição e à erosão. A inclinação do terreno é
menor que no sistema coletor. Quando a vazão diminui, a
velocidade da água também diminui, havendo a deposição de
areia e pequenos cascalhos no leito do rio, originando as
barras. Sedimentos mais finos, se depositam nas áreas de
inundação.
(3) o sistema dispersador é constituído de um ou mais canais
na desembocadura do rio. O mesmo pode ser constituído de
canais de estuário ou deltaicos. Os sedimentos e a água
trazidos pelo rio são dispersos nos oceanos, em um lago, ou em
uma bacia seca. Nesse sistema a deposição é predominante,
havendo pouco transporte e quase nenhuma erosão.
40.
41. Substrato Geológico
O comportamento hidrológico das BHs é influenciado pela
litologia, fácies e estrutura geológica, o que interfere na
permeabilidade;
A permeabilidade é a capacidade que as formações
geológicas têm de se deixar atravessar pela água e depende
da dimensão dos espaços vazios nelas existentes.
O grau de compactação, coesão, textura e número de
descontinuidades das formações geológicas, interferem na
permeabilidade;
O substrato geológico é constituído por formações
geológicas consolidadas (rochas) e não consolidadas
(cascalho, areia, silte, argila), que influenciam no escoamento;
Um substrato geológico de elevada permeabilidade, ao
facilitar a infiltração da água, diminui o escoamento
superficial direto e permite o aumento das reservas de água
subterrâneas da BH.
42. Solos
Os solos cobrem o substrato geológico, constituindo a
película superficial das bacias.
São compostos por materias minerais, provenientes da
alteração (química) e erosão (mecânica) das rochas, e por
matérias orgânicas, provenientes da decomposição biológica
de plantas e animais (dependem, por isso, das
características da sua rocha-mãe e do ambiente climático
em que se formaram).
Os solos ganham importância, no escoamento das BHs,
através da espessura e textura.
Quanto mais espessos forem maior será a sua capacidade de
absorção da água, chegando a funcionar como reservas de
água importantes e com influência decisiva no escoamento,
nas regiões de clima quente e húmido ou com uma estação
húmida muito extensa.
43. Vegetação
* A vegetação influencia grandemente na dinâmica hidrológica
das BHs, através do tipo de revestimento (arbóreo,
arbustivo ou herbáceo), do grau de cobertura e do tipo de
utilização pelo homem (florestal, agrícola, incultos).
* As florestas revelam-se de capital importância uma vez que
minimizam o impacto da chuva no solo (splash), reduzindo
desse modo a erosão do mesmo;
* Há também a diminuição na velocidade do escoamento
superficial, favorecendo a infiltração e contribuindo, assim,
para o aumento das reservas hídricas subterrâneas e para a
redução das pontas de cheia.
44. Os rios e seus regimes: o escoamento fluvial
• O escoamento fluvial resulta da somatório da água que é
imediatamente escoada a seguir à precipitação (ou que
resulta da fusão da H2O sólida) e da que é cedida pelas
reservas subterrâneas.
• Temos com isso os escoamentos direto e o de base.
• O escoamento direto (trata-
se da fração da precipitação
que, depois de satisfeitos os
processos de evaporação,
infiltração e retenção
superficial, chega ao rio)
constitui a componente mais
importante do escoamento
fluvial durante os períodos
chuvosos.
45. • O escoamento de base resulta da parcela da precipitação
sujeita a processos de infiltração profunda e representa a
contribuição das reservas hídricas subterrâneas da bacia
para o escoamento fluvial.
• A sua importância é diminuta durante os períodos chuvosos,
mas chega a representar a totalidade do escoamento fluvial
quando as outras componentes se esgotam.
46. Unidades de medição
O escoamento fluvial pode ser medido através das estações
hidrométricas: seção de um curso de água onde se efetua um
registo periódico de níveis, e onde se definiu uma curva de
vazão para conversão dos respectivos valores em caudais.
Noção de curva de vazão (relação entre a altura e o caudal
de um curso de água numa estação hidrométrica).
Métodos de estabelecimento das curvas de vazão:
Método “estrutural” (que utiliza estruturas hidráulicas como
descarregadores ou comportas, cuja vazão pode ser
estabelecida teoricamente ou por modelo reduzido);
Método “seção-velocidade” (determinação da vazão através
da medição da velocidade média do fluxo da água num
determinado número de pontos da seção transversal, com a
mesma profundidade e somando os produtos das velocidades
médias pelas áreas elementares resultantes).
51. Vazão
• A vazão (Q) define-se como o volume de água que passa numa
seção do curso de água por unidade de tempo, sendo expresso
em m³/s ou l/s.
• Dela depende a capacidade erosiva e de transporte de
sedimentos dos cursos de água, o abastecimento de água para as
diversas atividades humanas, a capacidade de diluição dos
produtos contaminantes a que estão sujeitos.
• A vazão permite hierarquizar os cursos de água, quanto à
quantidade de água que, em média, transportam.
• Noção de perímetro molhado (comprimento da linha de contato
entre um curso de água em movimento e o seu canal na seção
transversal;
52. Cálculo do caudal: Q = V x A, em que Q é o caudal (em m³/s),
V é a velocidade média na seção considerada (em m/s) e A é a
superfície da seção transversal do curso de água (em m²). As
linhas de igual velocidade numa seção transversal fluvial
chama-se isotáquias .
As unidades de medição, sua definição, conversões e aplicações
práticas pode ser:
caudal médio (volume de água que passa numa seção de um
curso de água por unidade de tempo, mede-se, normalmente,
em m³/s).
caudal específico (caudal por
unidade de superfície, mede-
se em l/s.km²).
Um curso de água é um fluxo
canalizado, mais ou menos
caudaloso, que se pode manter
ou não ao longo de todo o ano.
53. A designação de rio costuma reservar-se para o curso de
água principal de uma BH, no qual converge a água
transportada pela sua rede de afluentes e subafluentes.
Entretanto, há vários outros termos utilizados para cursos
d'água, vários deles característicos de determinadas
regiões do Brasil ou de Portugal, como:
Rio, ribeiro, ribeirão, sanga, água, córrego, regato, arroio,
canal, igarapé, paraná, riacho, grota, lajeado, corgo e etc.
A classificação da UNESCO (1978) definiu os cursos de
água baseada no seu caudal médio anual: grandes rios (>1000
m³/s), rios (150 a 1000 m³/s), ribeiras (5 a 150 m³/s) e
pequenas correntes de água (<5 m³/s).
Só por curiosidade, o Amazonas transporta 23% da água
drenada por todos os rios do Planeta.
54. Das grandes BHs continentais três se destacam pela sua
enorme produtividade (+ de 30 l/s.km²), uma vez que se
situam em regiões muito chuvosas: as do Amazonas e Orenoco,
na região equatorial da América do Sul, e a do Bramaputra, na
região dos Himalaias.
No extremo oposto (- de 2 l/s.km²) estão as bacias cujos rios
atravessam extensas regiões secas ou mesmo desérticas (Nilo
e Shatt-el-Arab).
A vazão do Amazonas é cerca de 60 vezes maior do que a do
rio Nilo.
A maioria das grandes cidades do mundo surgiram no entorno
de um rio, a mais notória exceção é a cidade do Rio de
Janeiro, que apesar de ter “Rio” no nome não é cortada por
nenhum grande rio.
55. Os 15 maiores rios em vazão (Q > 1000 m³/s),
com BHs de área > 500.000 km³