2. ÉTICA
A Escolha de Sofia (O lado difícil da Ética)
História da polonesa Sofia Zawistowska.
Presa com os filhos Jan e Eva em Auschvitz. Para salvar a sua vida e
de Jan, entregou Eva, de 8 anos, para morte na câmara de gás. Viveu
angustiada pelo resto da vida e matou-se com cianureto de potássio.
• Exemplos: Situações críticas na medicina X Ética Profissional;
Contador X pressões do Administrador (Sócio), Auditoria X Conflito
de Interesses, etc.
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3. ÉTICA
• Problemas contábeis: Wordcom, Enron,Tyco, outros.
• Necessidade de urgentes mudanças nas regras contábeis e de
auditoria.
• Discussão sobre o comportamento ético dos administradores,
contadores e auditores no exercício de suas respectivas profissões.
• A Lei Sarbanes-Oxley: maiores exigências e criou Conselhos de
Auditoria nas empresas.
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4. ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO
• Etimologia : (do grego ethikós) estudo dos juízos de apreciação que se
referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do
bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo
absoluto.
•A ética: estudo, ou reflexão científica ou filosófica, até teológica, sobre os
costumes e as ações humanas.
• Também é considerada como o estudo das ações ou dos costumes e da
própria realização de determinado tipo de comportamento.
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5. ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO
• Questões Éticas: dividas em dois campos:
a) o dos problemas gerais e fundamentais, como liberdade,
consciência, valores, leis, etc.;
b) o dos problemas específicos, referentes à ética profissional,
política, social, etc.
A evolução dos costumes: os padrões de compor-tamento adeqüam-
se à época.(caráter provisório)
• A ética defende princípios universais e atemporais, baseada em
costumes tradicionais e de países diferentes.
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6. ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO
• Sócrates: convicção pessoal, tentativa de compreender a justiça das
leis.
•Max Weber: critério da não universalidade, aponta à natureza dos
valores: um povo valorizaria o trabalho, outro valorizaria mais a
abnegação.
•Kant: validade universal :dever obriga moralmente a consciência e
compromete a vontade = dever.
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7. ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO
Conceitos :a) do utilitarismo - o bem é aquilo que traz vantagens para
muitos;
b) pragmatismo - que deixa de lado as questões teóricas, para apoiar-se
nos resultados práticos.
- vantagem particular - bom é o que ajuda o meu progresso;
- positivismo lógico - que pesquisa, apenas, a linguagem da ética moral.
• Distinção do bem e do mal: agir eticamente é agir de acordo com o
bem.
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8. ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO
Weber: racionalidade - formas comportamento humano: a ética da
responsabilidade (racionalidade funcional), o comportamento humano é
submetido às regras da organização à qual presta serviço;
• a ética do valor absoluto(ou racionalidade substancial) tem por base a
liberdade de pensamento e a inteligência do indivíduo como critérios para
seu comportamento.
•massificação; processo que não favorece a formação de uma consciência
crítica, reforçando, ao contrário, a indiferença e o sentimento de
impotência diante dos acontecimentos.
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9. Ética X Moral
• Etimologia:(do latim morale): conjunto de regras de
costumes consideradas como válidas, quer de modo
absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo
ou pessoa determinada.
• A moral representa a ação; a ética a norma.
• Como moral é a experiência vivida na prática, a ética é
o que deveria ser em teoria.
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10. Ética X Moral
• “moral o conjunto de costumes, normas e regras de conduta
estabelecidas em uma sociedade e cuja obediência é imposta a seus
membros, variando de cultura para cultura e se modifica com o tempo, no
âmbito de uma mesma sociedade.”
• Desrespeito as regras morais = desaprovação.
• Nenhum grupo ou comunidade pôde existir sem normas
constrangedoras da moral.
• Seguir regras molestam o indivíduo, porém preservam a sociedade em
que ele vive; agem como um mecanismo de autodefesa e preservação do
grupo.
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11. Ética X Moral
• MarilenaChauí (1995): ” a existência de um agente
consciente, reconhecendo a diferença entre os pares
de opostos, é condição sine qua non da conduta ética.
E a consciência moral não só reconhece essas
diferenças, como julga o valor dos atos e das
condutas à luz de seus valores,
assumindo as responsabilidades deles. Assim, se
naquela sobressai-se a consciência, nesta, a
responsabilidade”.
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12. Ética X Moral
A manifestação da consciência moral = capacidade de resolução
julgamento. o sujeito moral deve:
• reflexão e o reconhecimento, em igualdade de condições, da existência
de si e dos outros;
• o controle das tendências e impulsos permitindo a capacidade para
deliberar e decidir;
• a responsabilidade pela autoria da ação, seus efeitos e conseqüências.
“A vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade subjetiva individual
e a vontade objetiva cultural.”
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13. ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES
Qual é a ideologia política e econômica da organização?
Ideologia política = maneira de agir com o fim de obter
o que se deseja;
Ideologia econômica = conjunto de normas que
regulam sua produção e distribuição das riquezas
obtidas;
Toda ideologia comporta uma moral particular;
• A moral têm caráter exclusivamente social;
• A moral expressa relações de força entre indivíduos;
• A moral forma o núcleo da ideologia.
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14. ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES
O que é Natural e justo para uma coletividade ?
Moral do oportunismo = Normas morais oficiosas:
- Celebrada pela “esperteza” de seus procedimentos
como o jeitinho, o calote, a trapaça, a bajulice, etc.;
- Valoriza o enriquecimento rápido e o egotismo e
acredita que o proveito pessoal move o mundo;
- As ações justificam os fins, não importando os meios
Moral da Integridade = Normas morais oficiais:
- Edificante e convencional, com retórica pública;
- Difundida nas Escolas, Igrejas, Tribunais, Mídia...
- Princípios que, por definição, valem para todos.
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15. ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES
• Como disciplina teórica, a ética sempre fez parte da
filosofia e sempre definiu seu objeto de estudo como
sendo a moral, o dever fazer, a qualificação do bem e
do mal, a melhor forma de agir coletivamente.
• O importante não é saber se a empresa dispõe de
uma “essência moral” mas se as conseqüências de
suas decisões são ou não benéficas para a maioria de
suas contrapartes.
• Daí o risco para a empresa em orientar-se
exclusivamente pela idéia de maximizar os lucros,
sobretudo num sociedade em que o capitalismo social
se consolida e em que a mídia assume um papel
extremamente ativo.
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16. ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES
• No universo empresarial, nem sempre as decisões podem
ser tomadas facilmente, considerando-se interesses
individuais da entidade e sua responsabilidade social.
• Deve-se considerar que a mão invisível do mercado e sua
ação disciplinadora estará avaliando:
- o que afeta o meio ambiente;
- efeitos colaterais dos produtos nos consumidores;
- como as políticas corporativas atingem empregados
e clientes.
• Repousam aí as dificuldades dos problemas éticos
contemporâneos das empresas: Como perseguir a
maximização do lucro sem ferir os interesses dos seus
intervenientes e da sociedade em geral.
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17. ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÕES
As empresas competitivas operam num horizonte de
longo prazo e a ganância ou a sedução por vantagens
imediatas pode ser fatal:
• General Motors X Volkswagen
- Apropriação de segredos industriais pela Volks;
- Demissão do diretor mundial de compras da Volks;
- Seu indiciamento pela promotoria pública alemã;
- Indenização da Volks à GM de US$110 milhões
- Compromisso compra US$ 1 bilhão em autopeças
• Empresas Norte-Americanas X Européias
- Espionagem industrial detectadas pela Cia. calcula
perda de US$ 60 bilhões/ano para os piratas.
• Comissões, Subornos, outros pagamentos ilícitos
- Só a Exxon pagou US$ 57 milhões na década de 70
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18. ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÕES
• A natureza das empresas não é amoral, pois suas
atividades não pairam acima do bem e do mal;
• As empresas não mais desempenham apenas uma
função econômica, mas também uma função ética;
• Cada vêz mais as decisões e as ações empresariais
ficam submetidas ao crivo de uma cidadania disposta
a retaliar as empresas que abusam da confiança e da
credulidade de suas contrapartes.
• O que acontece quando produtos deixam de ser
confiáveis?
Não são mais adquiridos.
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19. ÉTICA ORGANIZAÇÕES X EMPREGADOS
• As empresas convivem com os padrões morais dos
seus contrapartes;
• Ferir esses padrões estimula a deslealdade aos
interesses da empresa;
• É preciso convencionar um código de honra que ligue
as organizações a seus empregados, considerando:
- A quem tais agentes devem lealdade;
- Como tornar compatíveis interesses dos envolvidos;
- Qual das morais deve prevalecer - a do plano
macrossocial ou a do plano microssocial;
- Definir um foco prioritário.
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20. ÉTICA ORGANIZAÇÕES X EMPREGADOS
Mercedes Benz brasileira ( meados 1980 )
Grande desvio de caminhões que saíam da fábrica sem
numeração no chassi ou qualquer identificação:
• Prejuízo estimado em US$ 10 milhões
• Demissão de dois diretores e três gerentes;
DowElanco brasileira
Furto de mercadorias, manipulação na concessão de
bonificações e de descontos para distribuidores:
• Prejuízo estimado em US$ 20 milhões;
• Demissão de déz executivos.
Autolatina ( 1993/1994 )
Uso de notas frias para adulterar o valor das compras
• Prejuízo estimado em US$ 13 milhões;
• Quadrilha formada por empregados e fornecedores
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21. ÉTICA ENTRE EMPREGADOS DA
ORGANIZAÇÃO
Entre as atitudes antiéticas relativas aos empregados,
estão a discriminação:
• na contratação;
• entre sexos ou preferências sexuais;
• com deficientes físicos;
• relativos à idade física ou ao “tempo de casa”;
• com a etnia, credo, preferências políticas e esportivas
• com a segurança, saúde e higiene no trabalho
Uma empresa somente terá um comportamento ético se
seus diretores e colaboradores assim o forem.
O único lucro moralmente aceito é obtido com ética
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22. ÉTICA ENTRE EMPREGADOS DA
ORGANIZAÇÃO
É importante que quando a empresa tiver definido seu
Código de Ética, o distribua a todos os colaboradores.
O Código de Ética deve contemplar:
• Especificidade - exemplos das ações não permitidas;
• Publicidade - disponíveis para consultas;
• Clareza - Redação objetiva e realista;
• Revisão - analisados periodicamente p/ atualização;
• Obrigatoriedade - prever punições e recompensas.
Os empregados que interagem mais freqüentemente
com o ambiente externo à empresa, devem assinar
declaração de que leram e cumprirão o código.
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23. ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÃO E
SOCIEDADE
Diante de todo evento, pergunta-se:
• Tal ação é moral para quem?
• Para a coletividade ou para um agente individual?
• Se for para a coletividade, de qual delas falamos?
Assim, avalia-se:
• Conseqüências - que deveriam promover o máximo
bem do maior número de pessoas, e/ou seus
• Propósitos - que a coletividade reputa como bons
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24. ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÃO E
SOCIEDADE
A partir da década de 80, a mídia ocidental:
• deixou de ser oligopolista e tornou-se ativa;
• vinculou-se a movimentos sociais e correlatos;
• preocupa-se em prestar serviços no contexto liberal-
democrático;
• identificou e revelou as mazelas de uma sociedade
em que prosperavam a corrupção e o proveito pessoal
Em suma, empresa capitalista só passa a agir de forma
responsável quando enfrenta a intervenção organizada
das contrapartes.
Sem contrapartes ativas, a maximização do lucro leva a
melhor.
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25. ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÃO E
SOCIEDADE
Algumas práticas julgadas imorais pela opinião pública
internacional:
• Desfalques em empresas;
• Dívidas fiscais fraudadas;
• Propinas/subornos;
• Tráfico de informações;
• Pirataria intelectual e de produtos;
• Fraude nos pesos e medidas;
• Fraude em balanços de empresas;
• Doações ilícitas a campanhas eleitorais;
• Manobras financeiras para valorizar/rebaixar ações;
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26. GOVERNANÇA CORPORATIVA
• Forma como uma empresa está sendo administrada; tem a ver com
liderança, estratégia e política empresarial.
•A CVM, define:Governança Corporativa é o conjunto de práticas que
tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao
proteger todas as partes interessadas, tais como investidores,
empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das
práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais
envolve, principalmente: transparência, eqüidade de tratamento dos
acionistas e prestação de contas.
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29. RELACIONAMENTOS (IBGC)
PROPRIEDADE
CONSELHO DE CONSELHO
ADMINISTRAÇÃO FISCAL
CEO AUDITORIA
DIRETORIA INDEPENDENTE
Escolhe /Presta Contas
PARTES Informações
INTERESSADAS Relação Ocasional
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30. A CRISE DOS EUA
• Pressão por desempenho / Resultados;
• Questão de Cultura ( não admitir fracassos);
• Normas contábeis dão necessariamente margem a
interpretações, têm grande grau de subjetividade;
• Ganância;
• Não observância aos princípios éticos e de valores
definidos pela própria empresa;
• Fraude / Crime ( insider trading);
• Problemas de natureza moral, ética ou técnica.
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