O documento discute a importância de construir uma marca pessoal forte. Ele fornece 19 passos para começar a construir uma marca pessoal, incluindo encontrar sua especialização, definir seu posicionamento, criar conteúdo regularmente sobre o tema, e interagir com outros online. O autor argumenta que construir uma marca pessoal pode levar à realização pessoal e oportunidades profissionais, especialmente durante períodos de desemprego.
1. Marketing Pessoal: Construir uma Marca Pessoal
Artigo publicado no MKTPortugal (www.mktportugal.com) a 30/11/2010
Tenho estado atento aos números do desemprego e aos comentários que surgem de todas as
direcções a contestar esta realidade.
É evidente que ninguém está satisfeito com estes indicadores, mas, também é importante procurar
pensar um pouco “fora do quadrado” para que as coisas se possam resolver, ou pelo menos, ganhar
algum rumo.
O tempo que as pessoas estão a dispensar para criticar “o sistema”, pode ser aproveitado em seu
benefício para construírem a sua MARCA.
A importância de uma Marca Pessoal é cada vez mais evidente. É frequente vermos grandes nomes
associados a grandes sucessos empresariais.
Mesmo para as empresas, a construção de marcas pessoais por parte dos seus
colaboradores é essencial. As pessoas fazem as empresas e, certamente que uma Marca
Pessoal forte atrai novos clientes.
Desde que existimos, mesmo que inconscientemente, vamos criando a nossa Marca
Pessoal, junto da família, dos amigos, dos nossos colegas de trabalho ou dos nossos clientes. Na
conjuntura actual, onde a abundância predomina e a concorrência é cada vez mais feroz,
torna-se indispensável começarmos a reflectir sobre a nossa Marca, de uma maneira
mais profissional e rigorosa. Diria mesmo que a nossa Marca Pessoal, nos dias de hoje, é
um activo muito, mas muito valioso.
2. Não é interesse do presente artigo aprofundar os conceitos em torno da "MARCA", mas,
resumidamente, ao iniciarmos esta reflexão temos que ter presente que, apesar de querermos
que o mercado nos veja de determinada forma, isso não significa que essa seja a forma
como o mercado nos vê, como tal, temos que criar e transmitir sinais e mensagens que ajudem o
mercado a percepcionar-nos conforme desejamos.
Por exemplo; Se eu quero que o mercado me veja como um especialista de desporto
(posicionamento), posso criar um blogue pessoal com conteúdo especializado (sinais) para
garantir que o mercado me identifica conforme pretendo (imagem).
O primeiro passo é claramente fazermos uma análise sobre nós (leia o artigo sobre Análise SWOT
no Marketing Pessoal). A crise, o desemprego, ou mesmo o sucesso, não nos podem
“cegar” e, independentemente da situação económica ou da situação profissional, temos que ter
capacidade para nos conhecermos e sabermos como retirar proveito dos nossos
pontos fortes.
Não sou apologista de que todos nós podemos seguir o mesmo caminho, por isso, é importante
para mim que o leitor deste artigo reflicta sobre o que vou sugerir e crie a sua própria
metodologia e reflexão.
Considero que, desempregados, ou não, estes passos podem ser interessantes, quer para o
vosso desempenho profissional, quer, acima de tudo, para a vossa realização pessoal.
Os desempregados poderão encontrar desta forma uma fonte de rendimento, ou, uma forma
de virem a ser recrutados.
Os que não estão desempregados, para além da realização pessoal, poderão ter a oportunidade
de reforçarem a sua posição como especialistas de determinado assunto. Se o fizerem,
directa ou indirectamente, estão a ajudar as vossas empresas. Cada vez mais as marcas
"empresariais" são coerentes com fortes marcas pessoais, veja-se o caso da Google, do Facebook, da
Apple, entre muitos outros.
Passos "standard" para começar a construir a sua marca pessoal
1. Encontrem a vossa especialização, aquilo em que realmente são bons.
2. Tenham em conta que essa especialização é aquilo que realmente gostaram de fazer. Seja o
que for.
3. Definam como querem ser percepcionados pelo mercado (posicionamento). Sejam realistas
e pensem de que forma querem que o vosso "público-alvo" vos veja.
4. Criem um nome para a vossa Marca Pessoal (é importante que este nome esteja, por
exemplo, no titulo do vosso blogue). Este nome pode ser um pouco mais criativo do que
apenas o vosso nome próprio, por exemplo, “o especialista em…” ; “não me canso de falar de
…”; “quem fala assim sobre ___ não é gago”
5. Registem a vossa marca, comprem o domínio para o vosso site. É um investimento reduzido
e importante.
3. 6. Definam quem pretendem atingir com as vossas competências. Com quem querem partilhar
a vossa especialização (convém ser um tema de interesse para o público definido)
7. Pensem em 52 temas (um por semana) sobre o qual podem escrever, gravar vídeos, etc.
Sejam criativos.
8. Criem uma plataforma de comunicação (rapidamente podem criar um blogue para partilhar
conteúdo)
9. Comecem a elaborar conteúdo
10. Comecem a partilhar o conteúdo que publicam
11. Criem um espaço para que a comunidade se possa interessar pelo vosso tema, por exemplo,
uma página do Facebook.
12. Procurem onde se fala sobre o tema da vossa especialidade (blogues, redes sociais, fóruns,
etc.). Utilizem o Google pesquisem nas redes sociais por palavras-chave. Comentem e
partilhem o vosso ponto de vista.
13. Sejam pró-activos (lancem temas de conversa e preparem muito bem as respostas)
14. Sejam autênticos e transparentes (não digam o que toda a gente está farta de ler ou ouvir,
sejam vocês mesmos e acrescentem valor)
15. Procurem estar em cima de tudo o que se diz sobre o assunto (pesquisa, mais pesquisa e
mais pesquisa)
16. Lutem, diariamente, por partilhar conteúdo diferente e genuíno.
17. Relacionem-se com os vossos leitores e com os vossos pares (Networking)
18. Certifiquem-se que o vosso posicionamento (como querem ser vistos pelo mercado)
corresponde à vossa imagem (como são vistos pelo mercado)
19. Façam ajustes sempre que necessário, mas não percam a vossa identidade.
Estes 19 passos não são fórmulas mágicas nem são garantias de sucesso. Cada um de nós
é único e cada um de nós tem a sua maneira de ser e de estar, como tal, cada um de nós
deve ser capaz de criar a nossa marca em função dos nossos objectivos.
A ideia base das sugestões apresentadas é muito simples. É fazer com que se transmita
competência em determinada área. É fazer com que a nossa rede saiba quem somos e o que
sabemos, é fazer com que estejamos a partilhar algo sobre o qual gostamos realmente de
falar (vídeo) ou escrever.
Quando identificamos aquilo de que realmente gostamos, conseguimos passar
uma mensagem muito mais válida e credível, estamos a ser nós mesmos e sabemos aquilo de
que estamos a falar, seja futebol, Marketing ou ping – pong.
Se é algo que gostamos de fazer e partilhar, não nos vai custar ler e ouvir o que se diz sobre esse
assunto, vamos estar a aprender, cada vez mais, sobre aquilo que gostamos de fazer.
Se aquilo em que nós realmente somos bons for um tema que realmente se goste de abordar, vamos
criar conteúdo e mais conteúdo sem estarmos obcecados com o retorno, é como se fosse
o nosso “diário”.
4. A Internet tem um número cada vez maior de utilizadores e, por mais particular ou individualizado
que seja o vosso tema, haverá alguém disponível para ler o vosso conteúdo, não duvidem.
O “segredo” da construção de uma marca pessoal é evidente. Da mesma forma que falam e
acreditam na contestação dos indicadores de desemprego, falem daquilo que realmente gostavam de
fazer. Vejam que o tema até pode ser o desemprego, desde que isso seja um tema pelo qual desejam
dedicar o vosso tempo e pelo qual queiram ser reconhecidos e diferenciados.
Por todo o mundo tem sido evidente o surgimento de marcas pessoais de sucesso que recorreram a
plataformas digitais (youtube, facebook, twitter, linkedin, blogues, videoblogues, etc.) para se darem
a conhecer ao mundo.
Porque não há-de haver espaço para si e para o tema que gosta?
Dedique um pouco do seu tempo aquilo que realmente gosta, ou gostava de fazer e desfrute dos
resultados.
Quando atrair um número considerável de seguidores, pessoas que leêm ou ouvem o seu conteúdo,
estarão preparados para conversar/negociar com potenciais anunciantes que surgem com
naturalidade.
Se for do vosso interesse e não causar nenhum impacto negativo na vossa Marca Pessoal,
aproveitem as ofertas, caso contrário, continuem a desfrutar dos resultados indirectos que surgem
do vosso trabalho (convites para conferencias, formações, puro prazer de partilhar e falar do que
gostamos, etc.)
É importante referir que isto é um "jogo" de paciência, nem sempre temos a visibilidade que
desejamos e raramente os resultados são imediatos, mas, com o tempo, "as coisas" começam
a acontecer.
Numa altura em que existe tanta turbulência, não há nada mais seguro do que termos uma Marca
Pessoal sólida e bem trabalhada.
É verdade que não nos podemos dar ao luxo de abandonar o que fazemos, nem nos
podemos dar ao luxo de andar a publicar conteúdo sem retorno, por isso é que devem construir a
vossa marca pessoal em torno de algo que realmente gostam em que o retorno
imediato é a realização pessoal.
"Dediquem-se a transformar o vosso prazer em trabalho e o retorno será uma
consequência natural."
5. Sobre o Autor
Paulo Morais
Managing Partner na T-Evolution (soluções e consultoria em Marketing Digital)
Docente na pós graduação de Marketing Digital - IPAM
Consultor de Marketing da JRS Pharmarketing
Project Manager Marketing Portugal
Mestrando de Gestão de Marketing no IPAM
Pós Graduado em Direcção de Marketing e Vendas pelo ISCTE
Licenciado em Gestão de Marketing pelo IPAM - Matosinhos
Blogue pessoal – http://www.mktmorais.com