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UNIVERSIDADE DE LISBOA 
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO 
Ensaio Final de Avaliação I: 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias 
Patrícia Valério 
Avaliação I 
2014
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 2 
“A visão é o tacto do espírito” 
Fernando Pessoa in Aforismos e Afins 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 3 
Ensaio Final de Avaliação I: porque a 
avaliação é mais do que o que vem escrito nas 
notícias 
Patrícia A.F. Fernandes Valério1 
Resumo 
A avaliação é um assunto sério, um domínio do conhecimento e uma construção social, que 
tem propósitos, sendo o mais importante discernir qualidade. A verdade é que os media levam 
à sociedade uma imagem deturpada, depreciativa e com pouco rigor osa da avaliação. A 
verdade é que esta imagem gera representações que criam obstáculos à avaliação de 
qualidade, legítima, que acima de tudo, visa contribuir para a melhoria da qualidade das 
pessoas, tendo por isso ao longo de gerações, passado por transformações ontológicas, 
epistemológicas e metodológicas. Este ensaio descreve, problematiza estas questões de uma 
forma reflexiva, tomando como base uma notícia publicada no Jornal de Notícias com o título 
“Avaliação passa a ser critério prioritário nos despedimentos”. 
1 Aluna do 1.º ano da Licenciatura em Ciências da Educação, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 4 
No dia-a-dia somos bombardeados com notícias através dos diferentes meios de 
comunicação. Seja na imprensa escrita, on-line ou na televisão, num momento de crise à 
escala global, são várias as notícias sobre tomadas de decisão que são suportadas em 
avaliações. Sejam estudos da DECO, avaliações de professores, exames nacionais do ensino 
secundário, avaliação de serviços de saúde, vários são os domínios da sociedade que servem e 
se servem da avaliação sustentando a sua transdisciplinaridade. Com um ens aio sobre 
avaliação para escrever, e deparando-me eu com uma notícia sobre avaliação que 
desencadeou em mim uma série de reflexões e pareceu-me interessante partir da notícia para 
explorar as várias gerações de avaliação, os seus conceitos básicos, sua natureza e propósitos, 
sem deixar de abordar outras questões essenciais da sua aplicação prática, como sejam 
métodos e procedimentos. O resultado aqui apresentado é a súmula de um semestre de 
trabalho á volta do tema. 
Comecemos pela notícia com o cabeçalho “Avaliação passa a ser critério prioritário 
nos despedimentos” que me causou desagrado. Não gostei. A avaliação é um assunto sério e 
interfere com a vida das pessoas. Reduzi- la a um critério que vai decidir o despedimento de 
uma pessoa torna ainda mais difícil a sua compreensão e aceitação por parte dos cidadãos. A 
avaliação sai diabolizada e não pode, nem deve sê- lo. Sendo complexa e um conceito 
polissémico, a sua definição mais global e consensual, segundo Fernandes (2008) traz-nos 
uma apreciação do valor e do mérito de um determinado objeto, com base num processo 
deliberado e sistemático de recolha de dados, com níveis diferenciados de participação, 
interação, negociação e contextualização. Estamos perante uma ferramenta que pode (e deve) 
ser extraordinariamente útil, na medida em que pode contribuir para fazer cumprir princípios 
democráticos, de equidade, de cidadania, exultados pela Modernidade. Fiquei a pensar na 
forma como “esta gente” está a fazer uso da avaliação, neste caso a avaliação do desempenho, 
para legitimar despedimentos, usando o seu bom nome, rigor e cientificidade, sem fazer uso 
do contributo que esta pode ter para melhorar a qualidade de vida das pessoas, a qualidade das 
empresas, das instituições. Em vez de cumprir o seu maior propósito, discernir qualidade, está 
a ser prescrita, usada como uma ciência exata, como se fosse uma solução mágica para os 
problemas da falta de emprego e falta de liquidez das empresas (Fernandes, 2009). 
Não discordo que se recorra à avaliação para apoiar a tomada de decisões, servir a 
prestação de contas e melhorar práticas e procedimentos, pois estão explícitos alguns dos seus 
propósitos, mas sem esquecer o discernimento da qualidade. Estamos perante uma exigente 
prática social e, por isso, destaco o papel dos media neste momento como meio de (in) 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 5 
formação. É necessário que seja feita uma distinção entre uma definição tácita de avaliação e 
as avaliações que exigem rigor, sistematização, independência e imparcialidade (Fernandes, 
2013), o que não significa forçosamente ignorar a importância de ambas, muito pelo 
contrário. O propósito da notícia deverá in(formar), distinguir um trabalho formal, sério, 
rigoroso e objetivo sem deixar de o aproximar do senso comum, mantendo o cuidado de não o 
deturpar. Neste caso, a notícia pretende dar conta da decisão de eleger como critério 
preferencial na extinção ou manutenção de um posto de trabalho, a avaliação de desempenho, 
mas o seu cabeçalho dá conta de que a avaliação é critério prioritário nos despedimentos. Está 
a evocar-se um assunto sério em vão, e mal. 
Sabemos que é difícil (des)escrever, interpretar e analisar realidades complexas, 
subjetivas, mas isso não significa que o não façamos com rigor e objetividade. Por ser um 
domínio subjetivo, a avaliação não deixa de procurar o rigor. Esta notícia não é objetiva nem 
retrata o carater subjetivo da avaliação, muito menos o seu rigor. Mas voltemos ao cabeçalho 
que refere o despedimento, ora este assunto é sério e vai afetar a vida de uma pessoa. 
Qualquer processo de avaliação de desempenho deverá enfocar-se neste aspeto, no 
desempenho do funcionário. Até aqui concordo que este seja o critério prioritário no 
enquadramento da trajetória profissional. O problema revela-se no que é revelado a seguir e é 
importante refletir sobre isso. Para apoiar o despedimento por extinção do posto de trabalho 
há agora seis critérios e segundo Stake (2006) critério é um atributo ou característica de um 
dado objeto. O objeto em questão é o trabalhador e o seu posto de trabalho. Esta lógica 
criterial, onde são os critérios que caracterizam o mérito e o valor do trabalhador e do seu 
posto, como defende Sriven (1991) centra-se no resultado, despedir ou não despedir, manter 
ou não manter o posto de trabalho. A minha reação é imediata: a avaliação de desempenho, 
um trabalhador e o seu posto de trabalho, significam bem mais do que isto. Ao avaliar o 
desempenho de um trabalhador, quem avalia, deve deixar recomendações claras, consolidar 
aspetos positivos e referir aspetos a melhorar, enfocar-se no processo e não apenas nos 
resultados. Pois este é apenas o resultado de um processo que pressupõe uma adequada 
formulação de questões, que se enquadram numa quadro conceptual, teórico e metodológico, 
que exige um rigoroso e tão exaustivo quanto possível processo de recolha de dados, 
triangulando avaliadores, espaços, tempos, metodologias, técnicas e instrumentos. Digo eu, do 
meu humilde posto de estudante do 1.º ano de Licenciatura onde uma rookie nesta matéria, 
será que sou eu que vou ensinar a “estes senhores” o que é a avaliação, e o que é a avaliação 
de qualidade? Vem-me à lembrança a afirmação em aula de Fernandes (2014) de que cada um 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 6 
de nós teria a possibilidade de ser uma das 138 pessoas que saberia falar de avaliação neste 
país. Deixando de parte a hipérbole, se o referencial for a imprensa, onde a notícia sobre a 
qual tenho vindo a refletir foi publicada, realmente, com a devida modéstia, revelo saber mais 
de avaliação, pelo menos procuro e desenvolvo trabalho nesse sentido. 
É difícil colocar a avaliação de programas, projetos, aprendizagens e competências em 
prática, quando os media contribuem para a criação de uma representação social da avaliação 
tão negativa e redutora. Esta mediatização à partida condiciona os propósitos de qualquer 
avaliação, mesmo a que é de qualidade e se rege por todos os princípios de rigor, ética e 
transferibilidade. Como podem assim os professores aceitar e compreender a importância e a 
utilidade da sua avaliação; os cidadãos compreender a importância da avaliação dos serviços 
públicos com vista à sua melhoria e rentabilidade; como podem os trabalhadores compreender 
a sua avaliação de desempenho e sobretudo assumir a importância de uma avaliação 
formativa, que recorre ao feedback permanente, com vista em melhorar o processo, a 
performance de uma empresa ou instituição e o seu próprio desenvolvimento pessoal e 
profissional dos seus trabalhadores ao longo do seu trajeto de participação ao longo da vida 
(César, 2013). Estas questões associadas ao mercado de trabalho remetem de imediato á 
avaliação que é feita nas escolas, à construção da cultura avaliativa e à construção feita pelas 
crianças e jovens que irá dar forma à sua aprendizagem e desenvolvimento. Segundo 
Vygotsky (1934/1987/2007) a aprendizagem antecede o desenvolvimento e por conseguinte o 
que aprendermos vai desenvolver-nos. Para terem voz, inclusive no domínio da avaliação, 
para poderem avaliar e ser avaliados, crianças e jovens devem sentir-se empowered2 pelo 
processo e a imagem dada pelas notícias sobre avaliação, o tipo de avaliação apenas sumativa 
que muitos professores utilizam, faz com que os alunos criem uma representação negativa de 
avaliação, como um mecanismo de disempowerment, assente numa interação aluno-professor, 
muito vertical, mais centrada no professor. Estas questões irão desempenhar um papel 
importante na vida social e profissional dos jovens, nas suas trajetórias de participação (César, 
2013). Fala-se das questões da participação, do envolvimento dos stakeholders, de todos os 
que de alguma forma terão interesse no processo de avaliação, e da escola ao mercado de 
trabalho, se continuarmos com uma abordagem vertical, com uma representação negativa da 
avaliação, esta não terá os níveis desejados de participação e numa será vista como útil, 
2 Opto pela utilização dos termos empowerment e disempowerment por considerar que a tradução para português 
não reflete o verdadeiro sentido dado à expressão “dar poder” 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 7 
poderosa, como uma ferramenta que pode, como já foi repetido, discernir qualidade e 
melhorar a qualidade de vida das pessoas. 
A avaliação é uma transdisciplina, abrange uma série de disciplinas e construi-se 
suportada em muitas outras disciplinas. Tem sido construída pela influência de várias ciências 
e formas de conhecimento, por questões ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Ao ler 
a notícia, imediatamente a associei à primeira geração de avaliação, quando deveríamos estar 
numa quarta avaliação de avaliação, após um corte epistemológico com as três gerações 
anteriores (Guba & Lincoln, 1989). Esta primeira geração que evoco, fortemente influenciada 
pelo Taylorismo e pela produção em série, influenciou a educação e levou a eficiência das 
fábricas, com preocupação com a produção, com a medida, com os resultados, com a 
produtividade, para as escolas, para a mão dos educadores. Ainda hoje a podemos encontrar 
fortemente disseminada na cultura empresarial e escolar. As gerações seguintes, introduziram 
primeiro a descrição e depois o juízo de valor, primeiro introduzindo a definição de objetivos, 
ausente na primeira geração e posteriormente introduzindo desenvolvimento, regulação e 
melhoria. O conceito de avaliação formativa e a distinção entre avaliação formativa e 
sumativa são trazidos por Scriven (1967), e feita a distinção entre a quantificação, prestação 
de contas, certificação e seleção e o que deve ser a avaliação formativa. Ora, esta notícia 
remete para tudo, menos para uma avaliação formativa, no ponto de vista que defendo e na 
reflexão que faço. Mas ainda estamos na terceira geração de avaliação. Guba e Lincoln (1989) 
trazem a quarta geração de avaliação e rompem epistemologicamente com as três gerações 
anteriores, tendo proposto ultrapassar as suas limitações, assumindo a humildade de que 
muito tem de ser feito e constantemente revisto, pois ao ser uma construção social, a 
avaliação vai-se construindo com a sociedade e com a evolução da sua realidade, dos seus 
intervenientes, dos seus contextos, por isso obriga a uma flexibilidade metodológica e 
epistemológica, sustentando-se num paradigma interpretativo, na subjetividade, sem deixar de 
procurar a objetividade e o rigor. Deveríamos (e queríamos) estar nesta geração, e este notícia 
inquieta por isso mesmo. Estas avaliações de desempenho à lupa de Guba e Lincoln, muitas 
vezes apenas refletem os pontos de vista de quem encomenda ou financia a avaliação e 
deixam muitas vezes de lado responsabilidades das estruturas, sejam elas empresas ou 
instituições, sejam elas escolas ou empresas. Assim parece fácil atribuir os problemas ao 
excesso de funcionários, à falta de produtividade dos trabalhadores, do que aos erros ou 
modelos de gestão inadequados. Em segundo lugar as avaliações dificilmente conseguem 
abarcar os valores e culturas que coexistem na sociedade, ignorando a coexistências de 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 8 
gerações diferentes, instruídas e educadas em contextos diferentes. Por último as avaliações 
acabam por seguir uma lógica positivista, ignorando estes contextos, enfocando-se na medida 
e numa irredutibilidade (Fernandes, 2008). 
A quarta geração de avaliação é um desafio e tem o desafio de lutar contra notícias 
deste cariz que funcionam como mecanismos de disempowerment. Como negociação e 
construção, uma avaliação responsive (Fernandes, 2008), deve equacionar todos os 
participantes no processo de avaliação e os stakeholders, numa perspectiva de construção, que 
assume as suas vantagens e limitações e toda a sua complexidade, mas não se distancia dos 
seus principais propósitos, distinguindo o maior de todos, o d iscernimento de qualidade. 
Começar na escola é um bom princípio, investindo na representação social da avaliação, 
assumindo a sua importância da avaliação na trajetória de participação de cada cidadão, que 
começa nas crianças e nos jovens. Utilizar a avaliação formativa, a avaliação responsive como 
mecanismos de empowerment não apenas de professores, mas principalmente dos alunos, não 
apenas das instituições e empresas, dos gestores e avaliadores, mas dos trabalhadores. 
Contribuir para disseminação de representações positivas da avaliação nos media é um passo 
importante, para que a sociedade sinta o empowerment da avaliação e não o disempowerment 
que sentem quando vêm um processo de avaliação como o responsável por perderem o 
emprego, pelos seus filhos não entrarem no ensino superior, pelo encerramento do centro 
saúde ou da valência hospitalar da sua localidade. 
A própria avaliação como ciência não se deve encerrar dentro de si mesma, e 
aburguesar-se. Deve como transdisciplina assumir a sua importância, sobretudo como uma 
ciência ao serviço das outras. Como partimos de uma notícia, também os media deveriam ser 
avaliados em função da qualidade de notícias que levam às massas. Eles tornam-se 
responsáveis por colocar a avaliação como um mecanismo de empowerment nas mãos de uns 
e um mecanismo de desempowerment nas mãos de outros. Numa sociedade onde o poder da 
informação é tremendo, numa era dominada pelas tecnologias, é um desafio que se coloca à 
própria avaliação, caso queria fazer cumprir as ideias da quarta geração. Um cabeçalho de 
notícia “A avaliação passa a ser critério prioritário nos despedimentos” e a notícia que 
ilumina, não refletem a importância que a avaliação de desempenho pode ter para um 
trabalhador e para a sua instituição. Mesmo visando uma utopia, ainda que conscientes da 
impossibilidade da sua concretização, só a avaliação, como mecanismo de empowerment de 
todos, pode contribuir para a melhoria global da sociedade, e quem sabe para o ultrapassar de 
uma crise global que afeta a humanidade neste início do séc. XXI. 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 9 
Obras Citadas 
César, M. (2013). Collaborative Work, Dialogical Self and Inter-/Intra-Empowerment 
Mechanisms - (Re) constructing Life Trajectories of Participation. In M. B. Ligorio, & 
M. César, Interplays Between Dialogical Learning and Dialogical Self (pp. 151-192). 
Charlotte, NC, United States of America: Information Age Publishing, Inc. 
César, M. (2013). Cultural diversity and regulatory dynamics of participation between schools 
and families. In G. Marsico, K. Komatsu, & A. Iannaccone, Crossing Bounderies - 
Intercontextual dynamics between family and school (Vol. Advances in Cultural 
Psychology, pp. 35-81). Charlotte, NC, United States of America: Information Age 
Publishing, Inc. 
Fernandes, D. (2008). Avaliação das Aprendizagens: Desafios às Teorias, Práticas e 
Políticas. Cacém: Texto Editores. 
Fernandes, D. (2009). Avaliação de Programas e de Projetos Pedagógicos. Anais do VIII 
Congresso Internacional de Educação (pp. 36-40). Recife, PE: Sapiens - Centro de 
Formação e Pesquisa.Retirado de: http://hdl.handle.net/10451/5885. 
Fernandes, D. (2013). Avaliação em educação: uma discussão de algumas questões críticas e 
desafios a enfrentar nos próximos anos. Revista Ensaio: Avaliação e políticas públicas 
em educação, n.º 78, vol.21, pp. 11-34. 
Guba, E., & Lincoln, Y. (1989). Fourth Generation Evaluation. London: Sage. 
Scriven, M. (1967). The Methodology of Evaluation (AERA Monograph Series on curriculum 
evaluation, N.º1). Chicago, IL: Rand McNally. 
Stake, R. E. (2010). Program Evaluation Particularly Responsive Evaluation. Journal Of 
MultiDisciplinary Evaluation, 7(15), pp. 108-201. 
Vygotsky, L. (1934/1987/2007). Pensamento e Linguagem. Lisboa: Relógio D'Água. 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 10 
Anexo I – Notícia no Diário de Notícias on-line 
Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério

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Ensaio final de Avalição

  • 1. UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO Ensaio Final de Avaliação I: Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias Patrícia Valério Avaliação I 2014
  • 2. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 2 “A visão é o tacto do espírito” Fernando Pessoa in Aforismos e Afins Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 3. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 3 Ensaio Final de Avaliação I: porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias Patrícia A.F. Fernandes Valério1 Resumo A avaliação é um assunto sério, um domínio do conhecimento e uma construção social, que tem propósitos, sendo o mais importante discernir qualidade. A verdade é que os media levam à sociedade uma imagem deturpada, depreciativa e com pouco rigor osa da avaliação. A verdade é que esta imagem gera representações que criam obstáculos à avaliação de qualidade, legítima, que acima de tudo, visa contribuir para a melhoria da qualidade das pessoas, tendo por isso ao longo de gerações, passado por transformações ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Este ensaio descreve, problematiza estas questões de uma forma reflexiva, tomando como base uma notícia publicada no Jornal de Notícias com o título “Avaliação passa a ser critério prioritário nos despedimentos”. 1 Aluna do 1.º ano da Licenciatura em Ciências da Educação, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 4. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 4 No dia-a-dia somos bombardeados com notícias através dos diferentes meios de comunicação. Seja na imprensa escrita, on-line ou na televisão, num momento de crise à escala global, são várias as notícias sobre tomadas de decisão que são suportadas em avaliações. Sejam estudos da DECO, avaliações de professores, exames nacionais do ensino secundário, avaliação de serviços de saúde, vários são os domínios da sociedade que servem e se servem da avaliação sustentando a sua transdisciplinaridade. Com um ens aio sobre avaliação para escrever, e deparando-me eu com uma notícia sobre avaliação que desencadeou em mim uma série de reflexões e pareceu-me interessante partir da notícia para explorar as várias gerações de avaliação, os seus conceitos básicos, sua natureza e propósitos, sem deixar de abordar outras questões essenciais da sua aplicação prática, como sejam métodos e procedimentos. O resultado aqui apresentado é a súmula de um semestre de trabalho á volta do tema. Comecemos pela notícia com o cabeçalho “Avaliação passa a ser critério prioritário nos despedimentos” que me causou desagrado. Não gostei. A avaliação é um assunto sério e interfere com a vida das pessoas. Reduzi- la a um critério que vai decidir o despedimento de uma pessoa torna ainda mais difícil a sua compreensão e aceitação por parte dos cidadãos. A avaliação sai diabolizada e não pode, nem deve sê- lo. Sendo complexa e um conceito polissémico, a sua definição mais global e consensual, segundo Fernandes (2008) traz-nos uma apreciação do valor e do mérito de um determinado objeto, com base num processo deliberado e sistemático de recolha de dados, com níveis diferenciados de participação, interação, negociação e contextualização. Estamos perante uma ferramenta que pode (e deve) ser extraordinariamente útil, na medida em que pode contribuir para fazer cumprir princípios democráticos, de equidade, de cidadania, exultados pela Modernidade. Fiquei a pensar na forma como “esta gente” está a fazer uso da avaliação, neste caso a avaliação do desempenho, para legitimar despedimentos, usando o seu bom nome, rigor e cientificidade, sem fazer uso do contributo que esta pode ter para melhorar a qualidade de vida das pessoas, a qualidade das empresas, das instituições. Em vez de cumprir o seu maior propósito, discernir qualidade, está a ser prescrita, usada como uma ciência exata, como se fosse uma solução mágica para os problemas da falta de emprego e falta de liquidez das empresas (Fernandes, 2009). Não discordo que se recorra à avaliação para apoiar a tomada de decisões, servir a prestação de contas e melhorar práticas e procedimentos, pois estão explícitos alguns dos seus propósitos, mas sem esquecer o discernimento da qualidade. Estamos perante uma exigente prática social e, por isso, destaco o papel dos media neste momento como meio de (in) Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 5. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 5 formação. É necessário que seja feita uma distinção entre uma definição tácita de avaliação e as avaliações que exigem rigor, sistematização, independência e imparcialidade (Fernandes, 2013), o que não significa forçosamente ignorar a importância de ambas, muito pelo contrário. O propósito da notícia deverá in(formar), distinguir um trabalho formal, sério, rigoroso e objetivo sem deixar de o aproximar do senso comum, mantendo o cuidado de não o deturpar. Neste caso, a notícia pretende dar conta da decisão de eleger como critério preferencial na extinção ou manutenção de um posto de trabalho, a avaliação de desempenho, mas o seu cabeçalho dá conta de que a avaliação é critério prioritário nos despedimentos. Está a evocar-se um assunto sério em vão, e mal. Sabemos que é difícil (des)escrever, interpretar e analisar realidades complexas, subjetivas, mas isso não significa que o não façamos com rigor e objetividade. Por ser um domínio subjetivo, a avaliação não deixa de procurar o rigor. Esta notícia não é objetiva nem retrata o carater subjetivo da avaliação, muito menos o seu rigor. Mas voltemos ao cabeçalho que refere o despedimento, ora este assunto é sério e vai afetar a vida de uma pessoa. Qualquer processo de avaliação de desempenho deverá enfocar-se neste aspeto, no desempenho do funcionário. Até aqui concordo que este seja o critério prioritário no enquadramento da trajetória profissional. O problema revela-se no que é revelado a seguir e é importante refletir sobre isso. Para apoiar o despedimento por extinção do posto de trabalho há agora seis critérios e segundo Stake (2006) critério é um atributo ou característica de um dado objeto. O objeto em questão é o trabalhador e o seu posto de trabalho. Esta lógica criterial, onde são os critérios que caracterizam o mérito e o valor do trabalhador e do seu posto, como defende Sriven (1991) centra-se no resultado, despedir ou não despedir, manter ou não manter o posto de trabalho. A minha reação é imediata: a avaliação de desempenho, um trabalhador e o seu posto de trabalho, significam bem mais do que isto. Ao avaliar o desempenho de um trabalhador, quem avalia, deve deixar recomendações claras, consolidar aspetos positivos e referir aspetos a melhorar, enfocar-se no processo e não apenas nos resultados. Pois este é apenas o resultado de um processo que pressupõe uma adequada formulação de questões, que se enquadram numa quadro conceptual, teórico e metodológico, que exige um rigoroso e tão exaustivo quanto possível processo de recolha de dados, triangulando avaliadores, espaços, tempos, metodologias, técnicas e instrumentos. Digo eu, do meu humilde posto de estudante do 1.º ano de Licenciatura onde uma rookie nesta matéria, será que sou eu que vou ensinar a “estes senhores” o que é a avaliação, e o que é a avaliação de qualidade? Vem-me à lembrança a afirmação em aula de Fernandes (2014) de que cada um Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 6. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 6 de nós teria a possibilidade de ser uma das 138 pessoas que saberia falar de avaliação neste país. Deixando de parte a hipérbole, se o referencial for a imprensa, onde a notícia sobre a qual tenho vindo a refletir foi publicada, realmente, com a devida modéstia, revelo saber mais de avaliação, pelo menos procuro e desenvolvo trabalho nesse sentido. É difícil colocar a avaliação de programas, projetos, aprendizagens e competências em prática, quando os media contribuem para a criação de uma representação social da avaliação tão negativa e redutora. Esta mediatização à partida condiciona os propósitos de qualquer avaliação, mesmo a que é de qualidade e se rege por todos os princípios de rigor, ética e transferibilidade. Como podem assim os professores aceitar e compreender a importância e a utilidade da sua avaliação; os cidadãos compreender a importância da avaliação dos serviços públicos com vista à sua melhoria e rentabilidade; como podem os trabalhadores compreender a sua avaliação de desempenho e sobretudo assumir a importância de uma avaliação formativa, que recorre ao feedback permanente, com vista em melhorar o processo, a performance de uma empresa ou instituição e o seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional dos seus trabalhadores ao longo do seu trajeto de participação ao longo da vida (César, 2013). Estas questões associadas ao mercado de trabalho remetem de imediato á avaliação que é feita nas escolas, à construção da cultura avaliativa e à construção feita pelas crianças e jovens que irá dar forma à sua aprendizagem e desenvolvimento. Segundo Vygotsky (1934/1987/2007) a aprendizagem antecede o desenvolvimento e por conseguinte o que aprendermos vai desenvolver-nos. Para terem voz, inclusive no domínio da avaliação, para poderem avaliar e ser avaliados, crianças e jovens devem sentir-se empowered2 pelo processo e a imagem dada pelas notícias sobre avaliação, o tipo de avaliação apenas sumativa que muitos professores utilizam, faz com que os alunos criem uma representação negativa de avaliação, como um mecanismo de disempowerment, assente numa interação aluno-professor, muito vertical, mais centrada no professor. Estas questões irão desempenhar um papel importante na vida social e profissional dos jovens, nas suas trajetórias de participação (César, 2013). Fala-se das questões da participação, do envolvimento dos stakeholders, de todos os que de alguma forma terão interesse no processo de avaliação, e da escola ao mercado de trabalho, se continuarmos com uma abordagem vertical, com uma representação negativa da avaliação, esta não terá os níveis desejados de participação e numa será vista como útil, 2 Opto pela utilização dos termos empowerment e disempowerment por considerar que a tradução para português não reflete o verdadeiro sentido dado à expressão “dar poder” Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 7. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 7 poderosa, como uma ferramenta que pode, como já foi repetido, discernir qualidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A avaliação é uma transdisciplina, abrange uma série de disciplinas e construi-se suportada em muitas outras disciplinas. Tem sido construída pela influência de várias ciências e formas de conhecimento, por questões ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Ao ler a notícia, imediatamente a associei à primeira geração de avaliação, quando deveríamos estar numa quarta avaliação de avaliação, após um corte epistemológico com as três gerações anteriores (Guba & Lincoln, 1989). Esta primeira geração que evoco, fortemente influenciada pelo Taylorismo e pela produção em série, influenciou a educação e levou a eficiência das fábricas, com preocupação com a produção, com a medida, com os resultados, com a produtividade, para as escolas, para a mão dos educadores. Ainda hoje a podemos encontrar fortemente disseminada na cultura empresarial e escolar. As gerações seguintes, introduziram primeiro a descrição e depois o juízo de valor, primeiro introduzindo a definição de objetivos, ausente na primeira geração e posteriormente introduzindo desenvolvimento, regulação e melhoria. O conceito de avaliação formativa e a distinção entre avaliação formativa e sumativa são trazidos por Scriven (1967), e feita a distinção entre a quantificação, prestação de contas, certificação e seleção e o que deve ser a avaliação formativa. Ora, esta notícia remete para tudo, menos para uma avaliação formativa, no ponto de vista que defendo e na reflexão que faço. Mas ainda estamos na terceira geração de avaliação. Guba e Lincoln (1989) trazem a quarta geração de avaliação e rompem epistemologicamente com as três gerações anteriores, tendo proposto ultrapassar as suas limitações, assumindo a humildade de que muito tem de ser feito e constantemente revisto, pois ao ser uma construção social, a avaliação vai-se construindo com a sociedade e com a evolução da sua realidade, dos seus intervenientes, dos seus contextos, por isso obriga a uma flexibilidade metodológica e epistemológica, sustentando-se num paradigma interpretativo, na subjetividade, sem deixar de procurar a objetividade e o rigor. Deveríamos (e queríamos) estar nesta geração, e este notícia inquieta por isso mesmo. Estas avaliações de desempenho à lupa de Guba e Lincoln, muitas vezes apenas refletem os pontos de vista de quem encomenda ou financia a avaliação e deixam muitas vezes de lado responsabilidades das estruturas, sejam elas empresas ou instituições, sejam elas escolas ou empresas. Assim parece fácil atribuir os problemas ao excesso de funcionários, à falta de produtividade dos trabalhadores, do que aos erros ou modelos de gestão inadequados. Em segundo lugar as avaliações dificilmente conseguem abarcar os valores e culturas que coexistem na sociedade, ignorando a coexistências de Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 8. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 8 gerações diferentes, instruídas e educadas em contextos diferentes. Por último as avaliações acabam por seguir uma lógica positivista, ignorando estes contextos, enfocando-se na medida e numa irredutibilidade (Fernandes, 2008). A quarta geração de avaliação é um desafio e tem o desafio de lutar contra notícias deste cariz que funcionam como mecanismos de disempowerment. Como negociação e construção, uma avaliação responsive (Fernandes, 2008), deve equacionar todos os participantes no processo de avaliação e os stakeholders, numa perspectiva de construção, que assume as suas vantagens e limitações e toda a sua complexidade, mas não se distancia dos seus principais propósitos, distinguindo o maior de todos, o d iscernimento de qualidade. Começar na escola é um bom princípio, investindo na representação social da avaliação, assumindo a sua importância da avaliação na trajetória de participação de cada cidadão, que começa nas crianças e nos jovens. Utilizar a avaliação formativa, a avaliação responsive como mecanismos de empowerment não apenas de professores, mas principalmente dos alunos, não apenas das instituições e empresas, dos gestores e avaliadores, mas dos trabalhadores. Contribuir para disseminação de representações positivas da avaliação nos media é um passo importante, para que a sociedade sinta o empowerment da avaliação e não o disempowerment que sentem quando vêm um processo de avaliação como o responsável por perderem o emprego, pelos seus filhos não entrarem no ensino superior, pelo encerramento do centro saúde ou da valência hospitalar da sua localidade. A própria avaliação como ciência não se deve encerrar dentro de si mesma, e aburguesar-se. Deve como transdisciplina assumir a sua importância, sobretudo como uma ciência ao serviço das outras. Como partimos de uma notícia, também os media deveriam ser avaliados em função da qualidade de notícias que levam às massas. Eles tornam-se responsáveis por colocar a avaliação como um mecanismo de empowerment nas mãos de uns e um mecanismo de desempowerment nas mãos de outros. Numa sociedade onde o poder da informação é tremendo, numa era dominada pelas tecnologias, é um desafio que se coloca à própria avaliação, caso queria fazer cumprir as ideias da quarta geração. Um cabeçalho de notícia “A avaliação passa a ser critério prioritário nos despedimentos” e a notícia que ilumina, não refletem a importância que a avaliação de desempenho pode ter para um trabalhador e para a sua instituição. Mesmo visando uma utopia, ainda que conscientes da impossibilidade da sua concretização, só a avaliação, como mecanismo de empowerment de todos, pode contribuir para a melhoria global da sociedade, e quem sabe para o ultrapassar de uma crise global que afeta a humanidade neste início do séc. XXI. Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 9. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 9 Obras Citadas César, M. (2013). Collaborative Work, Dialogical Self and Inter-/Intra-Empowerment Mechanisms - (Re) constructing Life Trajectories of Participation. In M. B. Ligorio, & M. César, Interplays Between Dialogical Learning and Dialogical Self (pp. 151-192). Charlotte, NC, United States of America: Information Age Publishing, Inc. César, M. (2013). Cultural diversity and regulatory dynamics of participation between schools and families. In G. Marsico, K. Komatsu, & A. Iannaccone, Crossing Bounderies - Intercontextual dynamics between family and school (Vol. Advances in Cultural Psychology, pp. 35-81). Charlotte, NC, United States of America: Information Age Publishing, Inc. Fernandes, D. (2008). Avaliação das Aprendizagens: Desafios às Teorias, Práticas e Políticas. Cacém: Texto Editores. Fernandes, D. (2009). Avaliação de Programas e de Projetos Pedagógicos. Anais do VIII Congresso Internacional de Educação (pp. 36-40). Recife, PE: Sapiens - Centro de Formação e Pesquisa.Retirado de: http://hdl.handle.net/10451/5885. Fernandes, D. (2013). Avaliação em educação: uma discussão de algumas questões críticas e desafios a enfrentar nos próximos anos. Revista Ensaio: Avaliação e políticas públicas em educação, n.º 78, vol.21, pp. 11-34. Guba, E., & Lincoln, Y. (1989). Fourth Generation Evaluation. London: Sage. Scriven, M. (1967). The Methodology of Evaluation (AERA Monograph Series on curriculum evaluation, N.º1). Chicago, IL: Rand McNally. Stake, R. E. (2010). Program Evaluation Particularly Responsive Evaluation. Journal Of MultiDisciplinary Evaluation, 7(15), pp. 108-201. Vygotsky, L. (1934/1987/2007). Pensamento e Linguagem. Lisboa: Relógio D'Água. Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério
  • 10. ENSAIO FINAL DE AVALIAÇÃO I 10 Anexo I – Notícia no Diário de Notícias on-line Porque a avaliação é mais do que o que vem escrito nas notícias – Patrícia Valério