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COLÉGIO MILITAR DE CAMPO GRANDE
                                DISCIPLINA DE HISTÓRIA    PROFª VANIA
                                       A CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA

  1. Localização da Arábia: a Península Arábica localiza-se na Ásia e se liga ao Continente africano pelo Istmo de
  Suez. Limita-se a Oeste com o Mar Vermelho, ao Sul com o Oceano Índico e a Leste com o Golfo Pérsico.

  Meio-físico da Arábia: apresentava duas regiões distintas.
                     Parte Oeste da Península, junto ao litoral do mar Vermelho: era uma estreita faixa de terra fértil,
  propícia ao desenvolvimento da agricultura. A população dessa região era sedentária, construíram grandes cidades, e
  dedicavam-se ao cultivo e comércio de seus produtos: cereais, incenso, especiarias e essências.
                     Parte central da Península: clima árido, com desertos arenosos ou pedregosos, abrasados por um sol
  ardente e por isso, a maior parte do território não era habitável, a não ser nos oásis, pequenas áreas úmidas onde a
  água subterrânea aflora a superfície, possibilitando a formação de jardins verdejantes no meio do deserto.
  Essa região era habitada por tribos dos chamados beduínos, que eram nômades, criadores de ovelhas, cabras, camelos
  e cavalos e dedicava-se ao comércio. Suas caravanas cortavam o deserto, carregadas de produtos a serem vendidos
  nos povoados, viviam em luta pela posse dos oásis.

3. Religião antes de Maomé: os árabes eram politeístas e cada tribo possuía sua própria divindade, contudo existia um
elemento religioso comum, a Caaba, um templo de forma cúbica, na cidade de Meca, onde ficavam muitos ídolos tribais,
em especial a Pedra Negra, que era adorada por toda a população. Segundo a crença geral, essa pedra havia sido trazida
pelo anjo Gabriel e era originalmente branca, mas tornou-se negra por causa dos pecados dos homens. As constantes
peregrinações dos árabes a Caaba transformaram Meca no principal entreposto comercial da Península. A tribo coraixita
era guardião da Caaba e controlava todas as atividades comerciais da cidade.

4. Maomé: foi um líder religioso e político, nasceu em 570 d.C, na cidade de Meca e faleceu a 8 de Junho de 632 em
Medina e segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão. Não é considerado
pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim um ser humano; contudo, ele é visto como um dos mais perfeitos entre
os seres humanos.

Pouco se sabe sobre sua infância e juventude. Sendo caravaneiro, tinha contatos freqüentes com judeus e cristãos, dos
quais recebeu influência religiosa. Casou-se com uma rica viúva, Khadija, o que lhe deu segurança e tranqüilidade.

Conta à tradição islâmica que Maomé, certo dia, teve uma visão do anjo Gabriel e este lhe deu a missão de fundar uma
nova religião monoteísta. Maomé começou a divulgar suas idéias entre os parentes e amigos e depois foi para a cidade
de Meca, em busca de novos adeptos. Essas idéias eram muito atraentes aos grupos do deserto, pois Maomé prometia,
após a morte, um paraíso de delicias, alimentos saborosos e de belas mulheres.

Sua pregação, entretanto, não agradava aos ricos comerciantes de Meca, que ganhavam muito dinheiro com a
peregrinação dos beduínos ao templo da Caaba. Por isso tentaram assassinar Maomé. Este, avisado a tempo conseguiu
fugir para Yatreb. Essa fuga, denominada hégira, ocorreu em 622 e marca o início do calendário muçulmano. A cidade
de Yatreb passou a chamar-se Medina-en-Nabi {a Cidade do Profeta}, mais conhecida como Medina.

Em Medina, Maomé começou a pregar a idéia da Guerra Santa, isto é, da luta pela expansão da religião de Alá, o que
garantiria aos guerreiros a entrada no paraíso. Em 630, Maomé e seus seguidores atacaram Meca, destruíram os ídolos
da Caaba e mataram aqueles que resistiram.
A morte do profeta o surgimento dos xiitas e sunitas: A morte do profeta provocou uma crise. Ele morreu sem deixar
descendente masculino e sem sucessor claramente designado. O califado (cargo de califa) é, pois, o mais antigo
problema que o islamismo teve de enfrentar.

                     Sunitas:designação dada ao muçulmano que obedece ao Suna livro que contém interpretação sobre
atitudes e pronunciamentos de Maomé. Pregam que o califa deve ser eleito.

5. O Islamismo: uma das quatro religiões monoteístas baseada nos ensinamentos de Maomé, chamado “O Profeta”,
contidos no livro sagrado islâmico, o Corão. A palavra islã significa submeter, e exprime a submissão à lei e à vontade
de Alá. Seus seguidores são chamados de muçulmanos, que significa aquele que se submete a Deus. Não pode ser
considerado apenas uma doutrina religiosa, pois legisla, ao mesmo tempo, sobre a vida interior, política e jurídica da
comunidade. Segundo os muçulmanos, o Corão contém a mensagem de Deus a Maomé, as quais lhe foram reveladas
entre os anos 610 a 632. Seus ensinamentos são considerados infalíveis. É dividido em 114 suras (capítulos), ordenadas
por tamanho, tendo o maior 286 versos. A segunda fonte de doutrina do Islã, a Suna, é um conjunto de preceitos
baseados nos ahadith (ditos e feitos do profeta).

Artigos de fé do Islamismo:

                    Crença em um único deus, Alá, senhor da criação.
                    Crença nos profetas, sendo os seis principais: Adão, o escolhido de Alá, Noé, o pregador de Alá,
Abraão, amigo de Alá, Moisés, o porta-voz de Alá, Jesus, a palavra de Alá e o mais importante, Maomé, o apóstolo de
Alá.
                    Islamismo crê na predestinação do bem e do mal: tudo o que acontece, seja bem ou mal, é
predestinado por Alá através de seus decretos imutáveis.
                    Crença na imortalidade da alma e no julgamento final.

Obrigações religiosas dos muçulmanos:

  Orar cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca.
  Visitar Meca uma vez na vida.
  Dar esmolas e praticar hospitalidade para com muçulmanos e estrangeiros.
  Jejuar no mês de Ramada, desde o nascer do dia até o por do sol.
  Combater em nome de Alá por meio da Guerra Santa. { Jihad}

O Corão estabelece outras normas: não comer carne de porco, não tomar bebidas alcoólicas, submissão da mulher ao
homem, permissão da poligamia e do divórcio, não representação de Deus de nenhuma forma. O Islamismo não tem
sacerdócio nem sacramentos. O Corão é a sua única norma. O crente muçulmano responde por sua vida, perante Allah,
sem intermediários.



6. Formação do Império Muçulmano: começou sua formação a partir do Islamismo, antes disso, a Arábia era
composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos e apesar de falarem a mesma língua,
possuíam diferentes estilos de vida e de crenças, como já vimos nos parágrafos acima.

     Foi após a morte do profeta, Maomé, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela
doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe. Os seguidores do alcorão, livro sagrado,
acreditavam que deveriam converter todos ao Islamismo através da Guerra Santa.
Firmes nesta crença, os árabes foram gradativamente conquistaram a Séria, o Egito, a Palestina e a Pérsia. A
conversão dos povos dominados fez com que contassem com recursos e homens para continuar as conquistas.

No século VII já tinham atingido o Norte da África e no inicio do século VIII chegaram na Península Ibérica. Ao
tentarem entrar na França foram impedidos por Carlos Martel. Nessa mesma época, no lado Oriental, alcançaram o
Turquestão, o Irã, levando as fronteiras até a Índia, onde foram detidos pelos exércitos chineses.

O Império Muçulmano organizou-se sob um regime monárquico de governo, que tinha a frente o califa. Dividia-se em
várias províncias, cada uma governada por um emir. A capital foi estabelecida primeiro em Medina, epois Damasco e
por último em Bagdá.

A partir do século XI, o império entrou em decadência e fragmentou-se, em conseqüência de vários fatores: luta Interna,
guerras contra cristãos {Guerra da Reconquista} e finalmente as invasões turcas. Porém , a maior parte de seu território
continuou ocupada por populações islamitas, o que originou os atuais paises muçulmanos.

Fatores que levaram a formação de um império tão extenso em pouco tempo:

   A guerra Santa: era considerada um passaporte para o paraíso, pois quem morresse em combate passaria para o
paraíso.
   Possibilidade de conquistar territórios férteis: essa possibilidade era muito atraente para um povo de deserto, que vivia
lutando contra o solo árido.
   Franqueza dos Impérios Persa e Bizantino: já estavam desgastados por guerras entre eles o que fragilizou os dois
impérios facilitando o domínio das regiões conquistadas por eles.
   Adesão das populações dominadas: muitas regiões preferiam o domínio dos árabes aos bizantinos e por isso
facilitaram a conquista.

7. Cultura: no campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições, a cultura árabe caracterizou-se pela
construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Destacam-se, nestas construções, os arabescos para ilustração e
decoração. A literatura também teve um grande valor, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e
uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.


O que é a civilização muçulmana:Após as conquistas, em contato com os povos vencidos, criam uma nova civilização,
denominada muçulmana, formada de elementos gregos, persas, egípcios, bizantinos, ibéricos, hindus, sírios e hebreus.
Os centros do império árabe, como Bagdá e Cairo, passam por um grande desenvolvimento cultural, que tem por base a
fusão do saber oriental com o helenismo. Os árabes impulsionam a medicina, astrono, matemática, química, técnicas
agrícolas, navegação, arquitetura e engenharia. Difundem na Europa as obras de Aristóteles e dos gregos antigos e criam
uma ciência própria que vai influir no desenvolvimento científico do Ocidente.

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  • 1. COLÉGIO MILITAR DE CAMPO GRANDE DISCIPLINA DE HISTÓRIA PROFª VANIA A CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA 1. Localização da Arábia: a Península Arábica localiza-se na Ásia e se liga ao Continente africano pelo Istmo de Suez. Limita-se a Oeste com o Mar Vermelho, ao Sul com o Oceano Índico e a Leste com o Golfo Pérsico. Meio-físico da Arábia: apresentava duas regiões distintas. Parte Oeste da Península, junto ao litoral do mar Vermelho: era uma estreita faixa de terra fértil, propícia ao desenvolvimento da agricultura. A população dessa região era sedentária, construíram grandes cidades, e dedicavam-se ao cultivo e comércio de seus produtos: cereais, incenso, especiarias e essências. Parte central da Península: clima árido, com desertos arenosos ou pedregosos, abrasados por um sol ardente e por isso, a maior parte do território não era habitável, a não ser nos oásis, pequenas áreas úmidas onde a água subterrânea aflora a superfície, possibilitando a formação de jardins verdejantes no meio do deserto. Essa região era habitada por tribos dos chamados beduínos, que eram nômades, criadores de ovelhas, cabras, camelos e cavalos e dedicava-se ao comércio. Suas caravanas cortavam o deserto, carregadas de produtos a serem vendidos nos povoados, viviam em luta pela posse dos oásis. 3. Religião antes de Maomé: os árabes eram politeístas e cada tribo possuía sua própria divindade, contudo existia um elemento religioso comum, a Caaba, um templo de forma cúbica, na cidade de Meca, onde ficavam muitos ídolos tribais, em especial a Pedra Negra, que era adorada por toda a população. Segundo a crença geral, essa pedra havia sido trazida pelo anjo Gabriel e era originalmente branca, mas tornou-se negra por causa dos pecados dos homens. As constantes peregrinações dos árabes a Caaba transformaram Meca no principal entreposto comercial da Península. A tribo coraixita era guardião da Caaba e controlava todas as atividades comerciais da cidade. 4. Maomé: foi um líder religioso e político, nasceu em 570 d.C, na cidade de Meca e faleceu a 8 de Junho de 632 em Medina e segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão. Não é considerado pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim um ser humano; contudo, ele é visto como um dos mais perfeitos entre os seres humanos. Pouco se sabe sobre sua infância e juventude. Sendo caravaneiro, tinha contatos freqüentes com judeus e cristãos, dos quais recebeu influência religiosa. Casou-se com uma rica viúva, Khadija, o que lhe deu segurança e tranqüilidade. Conta à tradição islâmica que Maomé, certo dia, teve uma visão do anjo Gabriel e este lhe deu a missão de fundar uma nova religião monoteísta. Maomé começou a divulgar suas idéias entre os parentes e amigos e depois foi para a cidade de Meca, em busca de novos adeptos. Essas idéias eram muito atraentes aos grupos do deserto, pois Maomé prometia, após a morte, um paraíso de delicias, alimentos saborosos e de belas mulheres. Sua pregação, entretanto, não agradava aos ricos comerciantes de Meca, que ganhavam muito dinheiro com a peregrinação dos beduínos ao templo da Caaba. Por isso tentaram assassinar Maomé. Este, avisado a tempo conseguiu fugir para Yatreb. Essa fuga, denominada hégira, ocorreu em 622 e marca o início do calendário muçulmano. A cidade de Yatreb passou a chamar-se Medina-en-Nabi {a Cidade do Profeta}, mais conhecida como Medina. Em Medina, Maomé começou a pregar a idéia da Guerra Santa, isto é, da luta pela expansão da religião de Alá, o que garantiria aos guerreiros a entrada no paraíso. Em 630, Maomé e seus seguidores atacaram Meca, destruíram os ídolos da Caaba e mataram aqueles que resistiram.
  • 2. A morte do profeta o surgimento dos xiitas e sunitas: A morte do profeta provocou uma crise. Ele morreu sem deixar descendente masculino e sem sucessor claramente designado. O califado (cargo de califa) é, pois, o mais antigo problema que o islamismo teve de enfrentar. Sunitas:designação dada ao muçulmano que obedece ao Suna livro que contém interpretação sobre atitudes e pronunciamentos de Maomé. Pregam que o califa deve ser eleito. 5. O Islamismo: uma das quatro religiões monoteístas baseada nos ensinamentos de Maomé, chamado “O Profeta”, contidos no livro sagrado islâmico, o Corão. A palavra islã significa submeter, e exprime a submissão à lei e à vontade de Alá. Seus seguidores são chamados de muçulmanos, que significa aquele que se submete a Deus. Não pode ser considerado apenas uma doutrina religiosa, pois legisla, ao mesmo tempo, sobre a vida interior, política e jurídica da comunidade. Segundo os muçulmanos, o Corão contém a mensagem de Deus a Maomé, as quais lhe foram reveladas entre os anos 610 a 632. Seus ensinamentos são considerados infalíveis. É dividido em 114 suras (capítulos), ordenadas por tamanho, tendo o maior 286 versos. A segunda fonte de doutrina do Islã, a Suna, é um conjunto de preceitos baseados nos ahadith (ditos e feitos do profeta). Artigos de fé do Islamismo: Crença em um único deus, Alá, senhor da criação. Crença nos profetas, sendo os seis principais: Adão, o escolhido de Alá, Noé, o pregador de Alá, Abraão, amigo de Alá, Moisés, o porta-voz de Alá, Jesus, a palavra de Alá e o mais importante, Maomé, o apóstolo de Alá. Islamismo crê na predestinação do bem e do mal: tudo o que acontece, seja bem ou mal, é predestinado por Alá através de seus decretos imutáveis. Crença na imortalidade da alma e no julgamento final. Obrigações religiosas dos muçulmanos: Orar cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca. Visitar Meca uma vez na vida. Dar esmolas e praticar hospitalidade para com muçulmanos e estrangeiros. Jejuar no mês de Ramada, desde o nascer do dia até o por do sol. Combater em nome de Alá por meio da Guerra Santa. { Jihad} O Corão estabelece outras normas: não comer carne de porco, não tomar bebidas alcoólicas, submissão da mulher ao homem, permissão da poligamia e do divórcio, não representação de Deus de nenhuma forma. O Islamismo não tem sacerdócio nem sacramentos. O Corão é a sua única norma. O crente muçulmano responde por sua vida, perante Allah, sem intermediários. 6. Formação do Império Muçulmano: começou sua formação a partir do Islamismo, antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos e apesar de falarem a mesma língua, possuíam diferentes estilos de vida e de crenças, como já vimos nos parágrafos acima. Foi após a morte do profeta, Maomé, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe. Os seguidores do alcorão, livro sagrado, acreditavam que deveriam converter todos ao Islamismo através da Guerra Santa.
  • 3. Firmes nesta crença, os árabes foram gradativamente conquistaram a Séria, o Egito, a Palestina e a Pérsia. A conversão dos povos dominados fez com que contassem com recursos e homens para continuar as conquistas. No século VII já tinham atingido o Norte da África e no inicio do século VIII chegaram na Península Ibérica. Ao tentarem entrar na França foram impedidos por Carlos Martel. Nessa mesma época, no lado Oriental, alcançaram o Turquestão, o Irã, levando as fronteiras até a Índia, onde foram detidos pelos exércitos chineses. O Império Muçulmano organizou-se sob um regime monárquico de governo, que tinha a frente o califa. Dividia-se em várias províncias, cada uma governada por um emir. A capital foi estabelecida primeiro em Medina, epois Damasco e por último em Bagdá. A partir do século XI, o império entrou em decadência e fragmentou-se, em conseqüência de vários fatores: luta Interna, guerras contra cristãos {Guerra da Reconquista} e finalmente as invasões turcas. Porém , a maior parte de seu território continuou ocupada por populações islamitas, o que originou os atuais paises muçulmanos. Fatores que levaram a formação de um império tão extenso em pouco tempo: A guerra Santa: era considerada um passaporte para o paraíso, pois quem morresse em combate passaria para o paraíso. Possibilidade de conquistar territórios férteis: essa possibilidade era muito atraente para um povo de deserto, que vivia lutando contra o solo árido. Franqueza dos Impérios Persa e Bizantino: já estavam desgastados por guerras entre eles o que fragilizou os dois impérios facilitando o domínio das regiões conquistadas por eles. Adesão das populações dominadas: muitas regiões preferiam o domínio dos árabes aos bizantinos e por isso facilitaram a conquista. 7. Cultura: no campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições, a cultura árabe caracterizou-se pela construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Destacam-se, nestas construções, os arabescos para ilustração e decoração. A literatura também teve um grande valor, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões. O que é a civilização muçulmana:Após as conquistas, em contato com os povos vencidos, criam uma nova civilização, denominada muçulmana, formada de elementos gregos, persas, egípcios, bizantinos, ibéricos, hindus, sírios e hebreus. Os centros do império árabe, como Bagdá e Cairo, passam por um grande desenvolvimento cultural, que tem por base a fusão do saber oriental com o helenismo. Os árabes impulsionam a medicina, astrono, matemática, química, técnicas agrícolas, navegação, arquitetura e engenharia. Difundem na Europa as obras de Aristóteles e dos gregos antigos e criam uma ciência própria que vai influir no desenvolvimento científico do Ocidente.