1) O documento discute a coleta seletiva e reciclagem, incluindo seus benefícios, a situação no Rio de Janeiro e aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
2) A coleta seletiva no Rio de Janeiro atualmente recolhe apenas 600 toneladas de materiais recicláveis por mês, menos de 1% do total de lixo produzido.
3) A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece diretrizes para o setor, incluindo o papel de fabricantes
1. Coleta Seletiva e Reciclagem
Um panorama geral e a situação na cidade do Rio de
Janeiro
Daniel Lobo
Pedro Torres
Ana Beatriz Campanate
Bruno Cunha
Lázaro Matheus
Bruno Freijanes
Pedro de Carvalho
2. Sumário
A coleta seletiva e a reciclagem;
A prática dos 3 R’s;
Vantagens da coleta seletiva;
Origens e economia;
Planejamento e implantação;
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos;
O Programa Pró-Catador;
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
A reciclagem no Rio de Janeiro;
O Reclica CT;
A reciclagem aplicada na Engenharia;
Conclusão;
Perguntas.
4. Coleta Seletiva: É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis:
papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte
geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. A coleta seletiva funciona,
também, como um processo de educação ambiental na medida em que sensibiliza a
comunidade sobre os problemas do desperdício de recursos naturais e da poluição
causada pelo lixo.
Reciclagem: É o processo de transformação de um material cuja primeira
utilidade terminou, em outro produto. Por exemplo: transformar o plástico da garrafa
PET em cerdas de vassoura ou fibras para moletom. A reciclagem gera economia de
matérias-primas, água e energia, é menos poluente e alivia os aterros sanitários,
cuja vida útil é aumentada, poupando espaços preciosos da cidade que poderiam
ser usados para outros fins como parques, casas, hospitais, etc.
Reciclável é diferente de reciclado: Reciclável indica que o
material pode ser transformado em outro novo material. Reciclado indica que o
material já foi transformado. Algumas vezes, o material que foi reciclado pode sofrer
o processo de reciclagem novamente. Certos materiais, embora recicláveis, não são
aproveitados devido ao custo do processo ou à falta de mercado para o produto
resultante.
Reciclar é diferente de separar: Reciclar consiste em
transformar materiais já usados em outros novos, por meio de processo industrial ou
artesanal. Separar é deixar fora do lixo tudo que pode ser reaproveitado ou
reciclado. A separação ou triagem do lixo pode ser feita em casa, na escola ou na
5. Prática dos 3R’s
Reduzir : Reutilizar : Reciclar :
Evitar a Reaproveitar o Transformar
produção de material em materiais já
resíduos. outra função. usados.
6. Vantagens da Coleta Seletiva
Contribui para a melhoria do meio ambiente, na
medida em que:
Diminui a exploração de recursos naturais;
Reduz o consumo de energia;
Diminui a poluição do solo, da água e do ar;
Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;
Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo;
Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de
recicláveis pelas indústrias;
Diminui o desperdício;
Diminui os gastos com a limpeza urbana;
Cria oportunidade de fortalecer organizações
comunitárias;
Gera emprego e renda pela comercialização dos
recicláveis.
7. Papel
• Recurso Natural : Floresta
• Matéria Prima : Madeira
Metal
• Recurso Natural : Magnetita+Ferro, Bauxita+Siderita
• Matéria Prima : Aço e Alumínio
Plástico
• Recurso Natural : Petróleo
• Matéria Prima : Nafta
Vidro
• Recurso Natural : Areia
• Matéria Prima : Sílica, calcário, barrílica e feldspato
8. Reciclagem & economia
Reciclando, você economiza recursos naturais.
O QUE É E O QUE NÃO É RECICLÁVEL
Quantidade Reciclável Não-Reciclável
1 tonelada de papel reciclado evita o corte de jornais e revistas etiquetas adesivas
15 a 20 árvores, economiza 50% de energia folhas de caderno papel carbono e celofane
elétrica e 10 mil m³ de água. formulários de computador fita crepe
caixas em geral papéis sanitários
aparas de papel papéis metalizados
fotocópias papéis parafinados
envelopes papéis plastificados
rascunhos guardanapos
cartazes velhos bitucas de cigarro
papel de fax fotografias
1 tonelada de alumínio reciclado evita a folha-de-flandres clips
extração de 5 toneladas de minério. 100 tampinha de garrafa grampos
toneladas de aço reciclado poupam 27 kWh de latas de óleo, leite em pó e conservas esponjas de aço
energia elétrica e 5 árvores usadas como latas de refrigerante, cerveja e suco tachinhas
carvão no processamento de minério de ferro. alumínio canos
embalagens metálicas de congelados
100 toneladas de plástico recilado evitam a canos e tubos cabos de panela
extração de 1 tonelada de petróleo. sacos tomadas
CDs
disquetes
embalagens de margarina e produtos de
limpeza
embalagens PET: refrigerante, suco e óleo
de cozinha
plásticos em geral
1 tonelada de vidro reciclado evita a extração recipientes em geral espelhos
de 1,3 tonelada de areia. garrafas vidros planos e cristais
copos cerâmicas e porcelanas
9. Planejamento
Sistemas de coleta seletiva podem ser implantados em uma escola, uma empresa ou
um bairro.
Não há uma fórmula universal. Cada lugar tem uma realidade e precisamos
inicialmente de um diagnóstico local:
Tem cooperativas de catadores na minha cidade? O material separado na fonte e
doado vai beneficiar um programa social? Vamos receber relatórios mensais dos pesos
destinados? Qual é o tipo, volume e freqüência de lixo gerado? O que é feito
atualmente? A cooperativa poderá fazer a coleta no local? Pra que separar em quatro
cores se a coleta será feita pelo mesmo veículo? Como podemos envolver as pessoas
na coleta seletiva? Através de Jornalzinho, Mural, Palestras?
Como podemos ver coleta seletiva é bem
mais que colocar lixeiras coloridas no local.
A Coleta seletiva deve ser encarada como
uma corrente de três elos. Se um deles
não for planejado a tendência é o programa
de coleta seletiva não perseverar.
O planejamento deve ser feito do fim para
o começo da cadeia. Ou seja: primeiro pensar
em qual será a destinação, depois (e com
coerência) a logística e por fim o programa
de comunicação ou educação ambiental.
10. Planejamento & Implantação
Existem dois outros itens igualmente importantes, nessa cadeia, que são a educação
ambiental e a destinação. Sem que cada elo desta corrente seja previsto e planejado o
sucesso da empreitada fica comprometido.
Portanto, em primeiro lugar, temos que pensar na destinação dar a esse material.
O comércio de recicláveis tem características fortes que, eventualmente, dificultam a
implantação de coleta seletiva. Este comércio tem 4 exigências determinantes:
quantidade, qualidade, freqüência e forma de pagamento.
Antes de começar a coletar precisamos mapear as possíveis destinações do material a
ser coletado.
Quanto mais perto o destino do lixo reciclável, melhor, para evitar o aumento do custo do
transporte do material. O custo do transporte é o grande vilão da coleta seletiva.
Trocas e recompensas não são recomendáveis, pois as pessoas estariam fazendo a
coisa certa pelo motivo errado. E depois, se não houver mais a troca, elas voltarão ao
modelo antigo de comportamento.
Melhor que trocas e recompensas (ou mesmo multas) é a sensibilização, pois uma
mudança profunda só acontece quando entendemos as razões pelas quais ela é tão
importante. E assim aquele comportamento é assimilado pelo individuo para sempre.
Independente do estímulo externo.
Portanto todos os esforços na educação ambiental, na comunicação e sensibilização
(mesmo que seja mais difícil e mais demorado) pois os resultados serão definitivos.
11. Manutenção
• Acompanhamento e gerenciamento da coleta, do armazenamento, venda e ou
Acompanhament doação dos materiais
o
• Levantamento das quantidades coletadas e receita gerada (caso o material tenha sido
vendido), até setorizado por tipo de material se possível.
Levantamento
• Retomar os objetivos e divulgar notas em jornais/boletins (internos), palestras,
Atividades
contínuas de reuniões, gincanas, cartazes, são estratégias que incentivam.
informação e
sensibilização
• Balanço de andamento e resultados do programa. É fundamental que sejam
divulgados
Balanço
12. A Política Nacional dos Resíduos
Sólidos
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. “Institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. ”
PNRS:
O papel do fabricante e a logística reversa;
O papel do consumidor final;
O papel do governo;
13. A Política Nacional dos Resíduos
Sólidos
Os planos de resíduos sólidos;
Inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;
Coleta seletiva,
Os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas
à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos;
Incentivo a cooperativas de catadores;
Monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;
Cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado
para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos,
processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização,
tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada
de rejeitos;
Educação ambiental.
14. Programa Pró-Catador
“DECRETO No 7.405, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2010. Institui o Programa Pró-
Catador...”
O Programa Pró-Catador tem por objetivo promover e integrar as seguintes
ações voltadas aos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis:
Capacitação, formação e assessoria técnica;
Incubação de cooperativas e de empreendimentos
sociais solidários que atuem na reciclagem;
Pesquisas e estudos para subsidiar ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo
ciclo de vida dos produtos;
15. Programa Pró-Catador
Aquisição de equipamentos, máquinas e veículos voltados para a
coleta seletiva, reutilização, beneficiamento, tratamento e reciclagem
pelas cooperativas e associações de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis;
Implantação e adaptação de infraestrutura física de cooperativas e
associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
Organização e apoio a redes de comercialização e cadeias produtivas
integradas por cooperativas e associações de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis;
Fortalecimento da participação do catador de materiais reutilizáveis e
recicláveis nas cadeias de reciclagem;
Desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à agregação de valor
ao trabalho de coleta de materiais reutilizáveis e recicláveis;
Abertura e manutenção de linhas de crédito especiais para apoiar
projetos voltados à institucionalização e fortalecimento de cooperativas
e associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
16. O plano de resíduos sólidos
Estabelece diretrizes, estratégias,
cenários e metas para o cumprimento da
Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Visto como um novo pacto entre governo
e sociedade civil, o plano prevê um
conjunto de medidas que deve resultar no
fim dos lixões, implantação da coleta
seletiva, valorização dos catadores e
incentivo ao consumo consciente.
17. Reciclagem no Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro produz cerca de 264
mil toneladas de lixo por mês (cerca de 8.800
toneladas por dia), mas os materiais recicláveis,
que vêm da coleta seletiva, somam só 600
toneladas mensais, o que não representa nem 1%
do total
A coleta seletiva ocorre em 42 bairros, onde
caminhões passam nas datas previstas para
recolher os produtos separados pela população
O material então é levado para a cooperativa mais
próxima (são 1.740 cooperativas registradas),
para a usina de compostagem do Caju (130
cooperativados) ou para a estação de
transferência com catação em Irajá (40
cooperativados).
18. Reciclagem no Rio de Janeiro
O material ofertado para a Coleta Seletiva deve ser
acondicionado em sacos plásticos transparentes
para que o Gari ou catador possa visualizar o seu
conteúdo bem como detectar a possível presença
de material orgânico, contundente e perfurante
no seu interior.
O resíduo orgânico, além de representar risco à
saúde dos catadores, contamina todo o material
potencialmente reciclável inviabilizando o seu
aproveitamento e, consequentemente, a sua
reutilização.
No Rio de Janeiro, embaixo dos viadutos, depois
de uma urbanização promovida pela COMLURB, e
em outros lugares funcionam as sedes das
19. Reciclagem no Rio de Janeiro
Problema: Os Catadores só estão autorizados
pela COMLURB a catar o lixo separado que
porventura encontrem nas calçadas, nos dias da
coleta regular, seguindo o caminhão, logo atrás,
para evitar que seja deixado lixo reciclável
diariamente nas calçadas.
Devido a isso a população tem que transportar o
seu próprio lixo até de baixo do viaduto a fim
reciclá-lo.
Atualmente a Cooperativa da Barra consegue
juntar 250 toneladas mensais. A meta é recolher
400 toneladas de lixo reciclável.
No caso de se querer reciclar o lixo em uma
grande quantidade, deve-se ligar para uma
cooperativa e solicitar recolhimento do tal.
20. Reciclagem no Rio de Janeiro
Os funcionários da empresa de limpeza recebe
m treinamentos para saber a importância
da coleta
seletiva, do descarte final ecologicamente resp
onsável e da utilização dos equipamentos de
proteção individual (EPI), conforme formulário
padrão de registro FO‐CEPI (Controle de Entreg
a de Equipamento de Proteção Individual)
21. O Recicla CT
O Recicla CT é um Programa de Coleta Seletiva Solidária
implantado no Centro de Tecnologia da UFRJ, patrocinado
pela Decania do Centro e a Petrobras
Iniciado em 2006, o projeto tem como objetivo colocar em
prática na UFRJ os conceitos de preservação do meio
ambiente estudados, pesquisados e ensinados no meio
acadêmico, ao mesmo tempo em que serve de modelo a
ser implantado em toda a UFRJ
Os resíduos são destinados aos catadores organizados em
cooperativas, atendendo tanto questões relativas ao meio
ambiente quanto à inclusão e ao desenvolvimento social
22. O Recicla CT
Para reciclar o material, será necessário que haja um processo
de descarte correto na fonte geradora, isto é, a separação do
lixo comum, papel, plástico, vidro, metal, orgânico e não
recicláveis, através do descarte seletivo
Os coletores devem ser limpos por dentro e por fora três vezes
por semana para evitar mau cheiro e presença de bichos
Os funcionários da empresa de limpeza recebem treinamentos p
ara saber a importância da coleta seletiva, do descarte fin
al ecologicamente responsável e da utilização dos equipame
ntos de proteção individual (EPI)
A empresa de limpeza, Qualitécnica, disponibilizou quatro
funcionários para trabalhar na coleta seletiva do CT, que foram
divididos em duas duplas, sendo uma das áreas internas e outra
das áreas externas
Todos os permissionários são orientados a destinar os resíduos
recicláveis para o Centro de Triagem e o resíduo orgânico para
as caçambas localizadas no Bloco A
No Centro de Triagem é feita a segunda separação dos
materiais, a pesagem e a prensagem, que prepara o material