SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 20
Descargar para leer sin conexión
Curso Técnico Nível Médio Subsequente

Segurança do Trabalho
Ergonomia
Cyva Lima

Aula 01
Introdução a Ergonomia

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte.
Natal-RN
2010
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância

Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil.
Equipe de Elaboração
IF-RN

Projeto Gráfico
Eduardo Meneses e Fábio Brumana

Coordenação Institucional
COTED

Diagramação
Victor Almeida Schinaider

Ficha catalográfica
Apresentação e-Tec Brasil
Amigo(a) estudante!
	
O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas
para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos
caminhos encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez
e eficiência é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os
estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de
300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a
distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino.
	
Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil
(UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de
professores, em nível superior.
	
Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento
do Ensino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica
Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportunidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo
do trabalho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento
produtivo regional.
	
O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação
Profissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED)
do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e
federais.
	
O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por
parte das escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, municipais e, por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas
estaduais e municipais.
	
Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de
adequaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuseram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais.
O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades
federativas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 vagas, em 250 polos, até 2010.
	
Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface
para amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos
últimos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organização dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi.
	
O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva
e participaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação
profissional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, sustentados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos
tecnológicos disponíveis.
	
A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na
sua formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que
está matriculado(a).
Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.
Introdução a Ergonomia
Você verá por aqui...

N

esta aula você terá uma visão panorâmica da ergonomia
através dos seus conceitos, histórico, objetivos e classificação.

Objetivos
•	 Conhecer a origem, evolução e classificação da ergonomia.
•	 Compreender os objetivos básicos da ergonomia.

Para Começo de Conversa
	 “Para muitas pessoas a ergonomia é um conceito, uma idéia.
É uma maneira de olhar o mundo, de pensar sobre as pessoas e
como elas interagem com todos os aspectos do seu ambiente, seus
equipamentos e sua situação de trabalho. A Ergonomia tem como
foco central a proposição que desde que as pessoas habitaram
este mundo muito antes das máquinas (na verdade, as pessoas
inventaram as máquinas) e desde que desejamos que nossa interação com nosso ambiente seja efetiva é fundamental que nós nos
mantenhamos no total controle das operações do sistema no qual
trabalhamos. Para garantir este resultado e para assegurar ótima
interação, as “máquinas” e o ambiente de trabalho no qual elas
operam devem ser projetados para se adaptar aos pensamentos,
desejos e habilidades das pessoas”. (Oborne, 1995).
A ergonomia assume, cada vez mais, um papel de extrema importância dentro do processo de trabalho, por inter-relacionar a qualidade do produto e dos processos a um aumento de produtividade
e melhoria nas condições de trabalho. Seu campo de aplicação e
crescimento é amplo, pois a evolução técnica do trabalho tem sido
um fator decisivo no desenvolvimento desta ciência. A cada dia
que passa, a tecnologia das máquinas alcança maior perfeição e

e-Tec Brasil
Creative Commons - Edwin Dalorzo

6

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
complexidade, com menores custos e obrigando o homem a uma
adaptação rápida a esta nova situação. É importante lembrar que,
as novas condições de trabalho devem atender ao ser humano em
todos os aspectos, e proporcionarem melhores condições que as
anteriores. Essas novas tecnologias devem se adaptar ao ser humano, usuário da mesma, e não o ser humano “ser obrigado” a se
adaptar a essas novas tecnologias.

Definição
	
A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem sendo
o trabalho toda situação em que ocorre o relacionamento entre o homem
e uma atividade produtiva. Envolvendo não somente o ambiente físico, mas
também os aspectos organizacionais. (Iida, 2005).

Figura 1 – Ergonomia

	
O estudo da Ergonomia inicia-se até mesmo antes do trabalho ser
realizado, ou seja, nas atividades de planejamento e projeto, como também,
nas atividades de controle e avaliação que ocorrem durante e após esse trabalho.
	
Partindo do principio que devemos estudar as características do trabalhador para depois projetar o trabalho que ele consegue executar, preservando a sua saúde, ou seja, conhecer o homem para fazer o projeto de
trabalho ajustando-o as suas capacidades e limitações. Pois seria muito mais
difícil adaptar o homem ao trabalho que poderia resultar em condições adversas de trabalho com sacrifício do trabalhador.

Introdução da Ergonomia

7

e-Tec Brasil
Existem diversas definições de ergonomia, mas uma coisa em comum e que, todos procuram ressaltar o caráter interdisciplinar e o objetivo
do seu estudo, que é a interação homem, trabalho e ambiente.
	

A definição mais antiga é a da Ergonomic Society da Inglaterra:

	
“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu
trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia fisiologia e psicologia na solução dos problemas que
surgem desse relacionamento.”
	
No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) adota a
seguinte definição:
	
“Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas
com a tecnologia, a organização e o ambiente objetivando intervenções e
projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.”
	
Em 2000, a International Ergonomics Association aprovou uma definição, conceituando a ergonomia e suas especializações.
	
“Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina cientifica que estuda
as interações entre seus humanos e outros elementos do sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem
otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistemas.”
	
Os praticantes da ergonomia que são chamados de ergonomistas
realizam o planejamento, projeto e avaliação de tarefas, postos de trabalho,
produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Os mesmos devem analisar o
trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, sociais,
organizacionais, ambientais e outros.

e-Tec Brasil

8

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
Freqüentemente os ergonomistas abordam certas características especificas do sistema, tais como:
	

• Ergonomia Física – Ocupa-se das características da ergonomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica relacionados com atividade física. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, no
manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculosesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho,
segurança e saúde do trabalhador.

	

• Ergonomia cognitiva – Ocupa-se dos processos mentais como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as
interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. Os
tópicos relevantes incluem a carga mental, tomada de decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento.

	

• Ergonomia Organizacional – Ocupa-se da otimização dos sistemas
sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e
processos. Os tópicos relevantes incluem comunicação, projeto de
trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto participativo,
trabalho cooperativo, cultura organizacional, organização em rede,
tele trabalho e gestão da qualidade.

	
Portanto a Ergonomia estuda tanto as condições prévias como as
conseqüências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem,
máquina e o ambiente durante a realização desse trabalho. Recentemente
ampliou-se a atuação da ergonomia incluindo os fatores organizacionais,
pois muitas decisões que afetam o trabalho são tomadas a nível gerencial.

Introdução da Ergonomia

9

e-Tec Brasil
Objetivos Básicos da Ergonomia
	
A Ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho
do sistema produtivo e procura reduzir suas conseqüências nocivas sobre o
trabalhador. Assim, ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes,
proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o
seu relacionamento com esse sistema produtivo.

Consequências do
Trabalho
Fadiga, Estresse ,
Erros, Acidentes

os
ent
am

Tare
f

Posto de
Trabalho

Organização d
oT
r

as

Entrada

Matéria-prima
Energia (gasta)
Informações

quinas e Equ
Má
ip

Ambiente Físic
o

Saídas

Produtos
Energia (gerada)
Conhecimentos

o
alh
ab
Consequências do
Trabalho
Fadiga, Estresse ,
Erros, Acidentes

Saúde – A saúde do trabalhador é mantida quando as exigências do trabalho e do ambiente não ultrapassam as suas limitações energéticas e cognitivas, de modo a evitar as situações de estresse, riscos de acidente e doenças
ocupacionais.
Segurança – A segurança é conseguida com os projetos do posto de trabalho, ambiente e organização do trabalho, que esta dentro das capacidades

e-Tec Brasil

10

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
e limitações do trabalhador, de modo a reduzir os erros, acidentes, estresse
e fadiga.
Satisfação – Satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e
expectativas do trabalhador. Contudo, há muitas diferenças e culturais,uma
mesma situação pode ser considerada satisfatória para uns e insatisfatória
para outros. Os trabalhadores satisfeitos tendem a adotar comportamentos
mais seguros e são mais produtivos que aqueles insatisfeitos.
Eficiência – Eficiência é a conseqüência de um bom planejamento e organização do trabalho, que proporcione saúde, segurança e satisfação ao
trabalhador. Ela deve ser colocada dentro de certos limites, pois o aumento
indiscriminado da eficiência pode implicar em prejuízos a saúde e segurança.
	
Por exemplo, quando se aumenta a velocidade de uma máquina aumenta-se sua eficiência, mas também uma probabilidade maior de acidentes. Na produção industrial é possível aumentar a eficiência sem comprometer a segurança, mas isso exige investimentos em tecnologia, organização do
trabalho e treinamento dos trabalhadores, para eliminar os fatores de risco.

Atividade 1
	
Faça uma visita a um local de trabalho de sua escolha, observe este ambiente tentando identificar quais dos principais objetivos
da Ergonomia estão sendo alcançados neste ambiente, ou se não,
explique, na sua opinião, o porquê de cada um desses objetivos não
estão sendo alcançados.

Histórico
	
Ao contrario de muitas outras ciências cujas origens se perdem no
tempo, a Ergonomia tem data oficial de nascimento 12 de julho de 1949.
Nesse dia um grupo de cientistas e pesquisadores, se reuniram, na Inglaterra,
para discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. Em 16 de fevereiro de 1950 foi proposto o neologismo
Ergonomia que vem do grego:
	
	

Ergon – Que significa trabalho
Nomos – Que significa regras, leis naturais.

	
Entretanto esse termo já havia sido utilizado em 1857 no artigo “Ensaios de Ergonomia ou Ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da

Introdução da Ergonomia

11

e-Tec Brasil
ciência sobre a natureza”, publicado pelo polonês Wajciech Jastrzebowski.
Contudo esta só adquiriu status de disciplina no início da década de 50, com
a Fundação da Ergonomics Research Society, na Inglaterra.

	

Figura 2 – Wajciech Jastrzebowski

	
A partir daí o termo Ergonomia foi adotado nos principais países
Europeus, substituindo antigas denominações como Fisiologia do trabalho
e Psicologia do trabalho, já os EUA adotaram denominação Human Factors
(Fatores humanos), mas ergonomia já é aceita como sinônimo, naquele país.
	
A preocupação em adaptar o ambiente natural e construir objetos
artificiais para atender as suas conveniências, sempre esteve presente nos
seres humanos desde os tempos remotos.
	

	
	

e-Tec Brasil

12

Figura 3 – O Homem e suas Adaptações

As ferramentas proporcionavam poder e facilitavam as tarefas como

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
caçar, cortar e esmagar.
	
Na produção artesanal, não-mecanizada, a preocupação em adaptar as
tarefas as necessidades humanas também
esteve presente. Entretanto, a Revolução
Industrial, ocorrida a partir do século XVII,
tornou mais dramático esse problema. As
primeiras fábricas surgidas não tinham
nenhuma semelhança com uma fábrica
Figura 4 – Linha de Montagem
moderna, eram sujas, escuras, barulhentas e perigosas. As jornadas de trabalho chegavam a até 16 h diárias, sem
férias, em regime de semi-escravidão, imposta por empresários autoritários,
que aplicavam castigos corporais.
	
Os estudos mais sistemáticos sobre o trabalho começaram a ser realizados a partir do final do século XIX. Nessa época surge, nos EUA, o movimento da administração científica, que ficou conhecido como Taylorismo.

Cronologia
1900 – Na Europa começaram a surgir pesquisas na área de Fisiologia do
trabalho.
1913 – Max Ruber cria, dentro do Instituto Rei Guilherme, um centro dedicado aos estudos de fisiologia do trabalho, atualmente Instituto Max Plank
de fisiologia do trabalho, em Dortmund, Alemanha.
1914 – 1917 (I Guerra Mundial) – Criação da Comissão de Saúde dos
Trabalhadores na Indústria de Munições, com o final da Guerra a mesma foi
transformada no Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial.
1929 – O órgão acima citado transformou-se no instituto de Pesquisa sobre Saúde do Trabalhador, tendo como seu maior mérito a introdução de
trabalhos interdisciplinares, agregando novos conhecimentos de fisiologia e
psicologia ao estudo do trabalho.
1939 – 1945 (II Guerra Mundial) – com o avanço da tecnologia foram
construídos instrumentos bélicos relativamente complexos que exigiam habilidades do operador em condições desfavoráveis, em conseqüência erros e

Introdução da Ergonomia

13

e-Tec Brasil
acidentes eram freqüentes, com isso aumentaram os esforços de pesquisas
para adaptar esses instrumentos bélicos as características e capacidades do
operador, melhorando o desempenho e reduzindo a fadiga e os acidentes.
Início da década de 50 – Fundada a primeira Associação Cientifica de Ergonomia a Ergonomics Research Society, na Inglaterra.
1957 (EUA) – Criação da Human Factors Society.
1958 – Surge a terceira Associação na Alemanha.
1961 – Fundação da associação internacional de Ergonomia.
1974 – Realizado, no Rio de janeiro, o I Seminário Brasileiro de Ergonomia.
1983 – Fundada a Associação Brasileira de Ergonomia.

O Taylorismo
	
Taylorismo é uma expressão criada
para designar um conjunto de idéias e princípios de gestão criados no final do século
XIX e início do século XX pelo engenheiro
norte-americano Frederick Taylor. O Taylorismo, que também ficou conhecido como
Teoria da Gestão Cientifica ou Organização
Cientifica do Trabalho, tinha como grande
objetivo aumentar a produtividade através
de um sistema de tarefas diferenciadas e
através da aplicação de métodos científicos,
com ênfase no uso da ciência e na criação
da harmonia de grupo. A aplicação da ciência à gestão teve como instrumento básico
Figura 5 – Frederick Taylor
o estudo exaustivo dos tempos e movimentos que permitem a racionalização dos métodos de trabalho e a fixação dos
tempos padrão para execução das tarefas.
	
Taylor considerava que o trabalho deveria ser cientificamente observado de modo que, para cada tarefa, fosse estabelecido o método correto
de excutá-la, com um tempo determinado, usando as ferramentas corretas.

e-Tec Brasil

14

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
Os trabalhadores deveriam ser controlados medindo-se a produtividade de
cada um e pagando-se incentivos salariais aqueles mais produtivos. Ele se
justificava dizendo que uma simples tarefa como carregamento com uma
pá devia ser cuidadosamente estudado de modo a determinar o tamanho
adequado para cada tipo de material a ser carregado (antes se utilizava a
mesma pá para se carregar materiais de diferentes densidades, como carvão
e a cinza). Para cada tipo de tarefa deveria ser desenvolvido o melhor método de realizar o trabalho, de modo que nada fosse deixado ao livre arbítrio
do operário. Esse método era implantado como um padrão a ser seguido por
todos.

A Escola das Relações Humanas
	
Na década de 20 surgiu a Escola das Relações Humanas em conseqüência de uma famosa experiência realizada por George Elton Mayo na
empresa Western Eletric, situada em Hawthorne, EUA.

	
Figura 6 – Vista aérea da Hawthorne Works, 1925

	
Visando melhorar a produtividade dos trabalhadores Mayo alterou
os níveis de luminosidade do local de trabalho, surpreendentemente, independente das condições de trabalho, ele observou que os trabalhadores produziram sempre mais do que o usual. A conclusão a que ele chegou foi que:
A melhoria do desempenho dos trabalhadores deveu-se ao fato destes se
sentirem lisonjeados e motivados pela atenção que lhes foi dada durante o
estudo, ou seja, o fato de estarem participando de uma experiência motivouos a produzir mais. Essa conclusão ficou conhecida como Efeito Hawthorne.

Introdução da Ergonomia

15

e-Tec Brasil
Figura 7 – George Mayo

	
O Taylorismo sempre analisava o trabalhador isoladamente, associando o rendimento deles a fatores físicos e a incentivos financeiros. Porém
o Efeito Hawthorne mostrou que há “algo mais”. O ambiente social e os
relacionamentos humanos seriam tão motivadores quanto o ambiente físico
e os incentivos salariais.
	
Isso levou Mayo a propor uma “humanização” da produção, criando
incentivos morais e psicológicos. Iniciou assim a prática das Relações Humanas, com o estímulo para a criação de uma atitude positiva no trabalho
e substituição do comportamento individualista por uma atitude coletiva e
colaborativa.

A Visão Atual
	
Atualmente há um respeito maior as individualidades, necessidades
do trabalhador e normas de grupo. Na medida do possível, procura-se envolver os próprios trabalhadores nas decisões sobre seu trabalho.
	
Uma das conseqüências dessa nova postura gerencial foi a gradativa
eliminação das linhas de montagem, onde cada trabalhador realiza tarefas
simples e altamente repetitivas, definidas pela gerência. Essas linhas parecem que estão condenadas a serem substituídas por equipes menores, mas
flexíveis, chamadas de grupos autônomos.
	
No sistema produtivo autônomo cada grupo se encarrega de fazer
um produto completo. Há um movimento inverso ao Taylorismo, promovendo a apropriação de conhecimento pelo grupo. A distribuição de tarefas a
cada trabalhador é decidida pelos próprios elementos da equipe. Portanto

e-Tec Brasil

16

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
há mais liberdade para cada um escolher as suas tarefas, podendo haver
rodízios periódicos dentro da equipe para combater a monotonia e a fadiga.
As linhas de produção Taylorista,
com divisão de tarefas podem ser
substituídas, por grupos autônomos,
com tarefas mais integradas. (OIT,
1996).

	
Os controles continuam existindo, mas em vez de controlar individualmente, cada trabalhador, esses controles foram direcionados para os
aspectos mais globais da produção e qualidade. Essa mudança trouxe mais
liberdade e responsabilidade aos trabalhadores, dando-lhes maiores oportunidades para manifestação dos talentos e individualidade de cada um.

Figura 8

Introdução da Ergonomia

17

e-Tec Brasil
Atividade 2
	
Diferencie as características da Escola das Relações Humanas e do
Taylorismo e escreva a sua opinião sobre ambos.

Classificação da Ergonomia
• Ergonomia de concepção – Ocorre durante o projeto do posto de trabalho,
da máquina, ambiente ou sistema de produção. Baseia-se em situações hipotéticas, podendo ser melhorado através da busca de situações semelhantes que já existam, construção de modelos tridimensionais, em madeira ou
papelão, ou ainda simulações no computador.
• Ergonomia de Correção – Aplica-se em situações reais, já existentes na resolução de problemas que se refletem na segurança, quantidade e qualidade
da produção.
• Ergonomia de Conscientização – Capacitação dos trabalhadores para a
identificação e correção dos problemas do dia-a-dia ou emergenciais.
• Ergonomia de Participação – procura envolver o próprio usuário do sistema, na solução de problemas ergonômicos, com base na crença de que eles
possuem em conhecimento prático, cujos detalhes podem passar despercebidos ao analista ou projetista.

Figura 9

e-Tec Brasil

18

Curso Técnico Nível Médio Subsequente
Resumo
	
Vimos nesta aula que, a Ergonomia surgiu logo após a II Guerra
Mundial, como conseqüência do trabalho interdisciplinar realizado por diversos profissionais, tais como engenheiros, fisiologistas e psicólogos. Podemos
perceber que inicialmente sua atuação se dava quase que exclusivamente na
indústria e se concentrava no binômio homem-máquina. E agora seu estudo
abrange sistemas complexos, onde dezenas ou até centenas de homens,
máquinas e materiais interagem continuamente entre si, na realização do
trabalho, se expandindo para quase todos os tipos de atividades humanas,
principalmente no setor de serviços (saúde, educação, transporte, lazer e
outros) e até no estudo de trabalhos domésticos.

Introdução da Ergonomia

19

e-Tec Brasil
Referências
• Iida, I. Ergonomia: Projeto e produção 2ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2005.
• Revista Científica Eletrônica de Administração. Ano V - Nº 09 – Dezembro 2005. Em:
www.revista.inf.br.
• Couto, A. Hudson. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Belo Horizonte: Ergo Editora, Vol. I
e II, 1995.
Figura 1
Disponível em: <www.inspirars.com.br/imagem/jpg.> Acesso em: 12 mar 2010.
Figura 2
Disponível em: <www.wikimedia.org>. Acesso em: 01 jun 2010.
Figura 3
Disponível em: <www.algosobre.com.br/historia/pre-historia.> Acesso em: 30 mar 2010.
Figura 4
Disponível em: <www.percursos.net/linhamontagem.jpg.> Acesso em: 30 mar 2010.
Figura 5
Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/Frederick_
Winslow_Taylor_crop.jpg> Acesso em: 01 jun 2010.
Figura 6
Disponível em: <Western Eletric Company Photograph Album> Acesso em: 01 jun 2010.
Figura 7
Disponível
em:
<http://digital.library.adelaide.edu.au/dspace/
bitstream/2440/47923/1/1151-0348.jpg> Acesso em: 01 jun 2010.
Figura 8
Disponível em: <Iida, 2005> Acesso em: 01 jun 2010.
Figura 9
Disponível em: <www.protecao.com.br/202_ARTIGO_Ergonomia.jpg> Acesso em: 01 jun
2010.

e-Tec Brasil

20

Curso Técnico Nível Médio Subsequente

Más contenido relacionado

Destacado

Administracao administracao do_terceiro_setor
Administracao administracao do_terceiro_setorAdministracao administracao do_terceiro_setor
Administracao administracao do_terceiro_setorroaugustus2010
 
Sete razoes do vicio da porn
Sete razoes do vicio da pornSete razoes do vicio da porn
Sete razoes do vicio da pornlimaeraldo
 
Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2
Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2
Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2roaugustus2010
 
Transacoes imobiliarias economia
Transacoes imobiliarias economiaTransacoes imobiliarias economia
Transacoes imobiliarias economiaroaugustus2010
 
Transacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliario
Transacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliarioTransacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliario
Transacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliarioroaugustus2010
 
Corretor curso-de-operacoes-imobiliarias
Corretor curso-de-operacoes-imobiliariasCorretor curso-de-operacoes-imobiliarias
Corretor curso-de-operacoes-imobiliariasalexsdn
 
Contabilidade matematica financeira
Contabilidade matematica financeiraContabilidade matematica financeira
Contabilidade matematica financeiraroaugustus2010
 
Transacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciais
Transacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciaisTransacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciais
Transacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciaisroaugustus2010
 
Material ead logística - inglês (diagramado) 16092012
Material ead   logística - inglês (diagramado) 16092012Material ead   logística - inglês (diagramado) 16092012
Material ead logística - inglês (diagramado) 16092012limaeraldo
 
Analise Ergonomica do Trabalho
Analise Ergonomica do TrabalhoAnalise Ergonomica do Trabalho
Analise Ergonomica do TrabalhoTuany Caldas
 
Aula 5 análise dos postos de trabalho
Aula 5   análise dos postos de trabalhoAula 5   análise dos postos de trabalho
Aula 5 análise dos postos de trabalhoDaniel Moura
 

Destacado (20)

Aula2 -er
Aula2  -erAula2  -er
Aula2 -er
 
Administracao administracao do_terceiro_setor
Administracao administracao do_terceiro_setorAdministracao administracao do_terceiro_setor
Administracao administracao do_terceiro_setor
 
Sete razoes do vicio da porn
Sete razoes do vicio da pornSete razoes do vicio da porn
Sete razoes do vicio da porn
 
Estatistica basica i
Estatistica basica iEstatistica basica i
Estatistica basica i
 
Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2
Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2
Mecanica higiene e_seguranca_do_trabalho_parte2
 
Transacoes imobiliarias economia
Transacoes imobiliarias economiaTransacoes imobiliarias economia
Transacoes imobiliarias economia
 
Desenho arquitetonico
Desenho arquitetonicoDesenho arquitetonico
Desenho arquitetonico
 
Aula3 -er
Aula3  -erAula3  -er
Aula3 -er
 
Transacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliario
Transacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliarioTransacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliario
Transacoes imobiliarias bases_juridicas_do_comercio_imobiliario
 
Corretor curso-de-operacoes-imobiliarias
Corretor curso-de-operacoes-imobiliariasCorretor curso-de-operacoes-imobiliarias
Corretor curso-de-operacoes-imobiliarias
 
Contabilidade matematica financeira
Contabilidade matematica financeiraContabilidade matematica financeira
Contabilidade matematica financeira
 
Transacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciais
Transacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciaisTransacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciais
Transacoes imobiliarias organizacao_e_tecnicas_comerciais
 
Material ead logística - inglês (diagramado) 16092012
Material ead   logística - inglês (diagramado) 16092012Material ead   logística - inglês (diagramado) 16092012
Material ead logística - inglês (diagramado) 16092012
 
Etica
EticaEtica
Etica
 
Analise Ergonomica do Trabalho
Analise Ergonomica do TrabalhoAnalise Ergonomica do Trabalho
Analise Ergonomica do Trabalho
 
Aula 5 análise dos postos de trabalho
Aula 5   análise dos postos de trabalhoAula 5   análise dos postos de trabalho
Aula 5 análise dos postos de trabalho
 
Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!
Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!
Ergonomia no Trabalho, em Casa e na Vida!
 
Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Ergonomia e Fisiologia do Trabalho
Ergonomia e Fisiologia do TrabalhoErgonomia e Fisiologia do Trabalho
Ergonomia e Fisiologia do Trabalho
 

Similar a Aula1 -er

1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalhofabiana vitoria souto
 
1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalhoMichel Silva
 
1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalhoJanaina Leitinho
 
Fundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.ppt
Fundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.pptFundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.ppt
Fundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.pptricaMartinez10
 
04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx
04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx
04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptxcarlossilva333486
 
Administracao organizacao trabalho
Administracao organizacao trabalhoAdministracao organizacao trabalho
Administracao organizacao trabalhoarilson69
 
12 Nocoes ergonomia Construção Civil
12 Nocoes ergonomia Construção Civil12 Nocoes ergonomia Construção Civil
12 Nocoes ergonomia Construção CivilRenata Gontijo
 
16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomia16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomiaPelo Siro
 
16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomia16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomiaPelo Siro
 
11966236 ergonomia
11966236 ergonomia11966236 ergonomia
11966236 ergonomiaPelo Siro
 
119171129 1786.apresentacao1
119171129 1786.apresentacao1119171129 1786.apresentacao1
119171129 1786.apresentacao1Pelo Siro
 
Tst ergonomia aula 1
Tst   ergonomia aula 1Tst   ergonomia aula 1
Tst ergonomia aula 1Bolivar Motta
 

Similar a Aula1 -er (20)

1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho
 
1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho
 
1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho1026 ergonomia e segurança do trabalho
1026 ergonomia e segurança do trabalho
 
Fundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.ppt
Fundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.pptFundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.ppt
Fundamentos da Ergonomia, Riscos ergonomicos e principios.ppt
 
Ergonomia Cefet
Ergonomia CefetErgonomia Cefet
Ergonomia Cefet
 
Manual de ergonomia
Manual de ergonomiaManual de ergonomia
Manual de ergonomia
 
04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx
04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx
04 - Ergonomia aplicada - Segurança do Trabalho - Módulo III.pptx
 
Administracao organizacao trabalho
Administracao organizacao trabalhoAdministracao organizacao trabalho
Administracao organizacao trabalho
 
12 Nocoes ergonomia Construção Civil
12 Nocoes ergonomia Construção Civil12 Nocoes ergonomia Construção Civil
12 Nocoes ergonomia Construção Civil
 
Ergonomia definicao
Ergonomia definicaoErgonomia definicao
Ergonomia definicao
 
Ergodesign - Perspectivas
Ergodesign - PerspectivasErgodesign - Perspectivas
Ergodesign - Perspectivas
 
16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomia16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomia
 
16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomia16057022 1242681113ergonomia
16057022 1242681113ergonomia
 
Erg oaula1
Erg oaula1Erg oaula1
Erg oaula1
 
ERGONOMIA
ERGONOMIA  ERGONOMIA
ERGONOMIA
 
Artigo ergonomia
Artigo ergonomiaArtigo ergonomia
Artigo ergonomia
 
11966236 ergonomia
11966236 ergonomia11966236 ergonomia
11966236 ergonomia
 
119171129 1786.apresentacao1
119171129 1786.apresentacao1119171129 1786.apresentacao1
119171129 1786.apresentacao1
 
Ergonomia
ErgonomiaErgonomia
Ergonomia
 
Tst ergonomia aula 1
Tst   ergonomia aula 1Tst   ergonomia aula 1
Tst ergonomia aula 1
 

Aula1 -er

  • 1. Curso Técnico Nível Médio Subsequente Segurança do Trabalho Ergonomia Cyva Lima Aula 01 Introdução a Ergonomia Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Natal-RN 2010
  • 2. Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil. Equipe de Elaboração IF-RN Projeto Gráfico Eduardo Meneses e Fábio Brumana Coordenação Institucional COTED Diagramação Victor Almeida Schinaider Ficha catalográfica
  • 3. Apresentação e-Tec Brasil Amigo(a) estudante! O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos caminhos encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez e eficiência é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de 300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino. Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de professores, em nível superior. Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento do Ensino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportunidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo do trabalho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento produtivo regional. O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação Profissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED) do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por parte das escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, municipais e, por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas estaduais e municipais. Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de adequaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuseram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais.
  • 4. O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades federativas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 vagas, em 250 polos, até 2010. Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface para amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos últimos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organização dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi. O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva e participaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação profissional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, sustentados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos tecnológicos disponíveis. A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que está matriculado(a). Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008.
  • 5.
  • 6. Introdução a Ergonomia Você verá por aqui... N esta aula você terá uma visão panorâmica da ergonomia através dos seus conceitos, histórico, objetivos e classificação. Objetivos • Conhecer a origem, evolução e classificação da ergonomia. • Compreender os objetivos básicos da ergonomia. Para Começo de Conversa “Para muitas pessoas a ergonomia é um conceito, uma idéia. É uma maneira de olhar o mundo, de pensar sobre as pessoas e como elas interagem com todos os aspectos do seu ambiente, seus equipamentos e sua situação de trabalho. A Ergonomia tem como foco central a proposição que desde que as pessoas habitaram este mundo muito antes das máquinas (na verdade, as pessoas inventaram as máquinas) e desde que desejamos que nossa interação com nosso ambiente seja efetiva é fundamental que nós nos mantenhamos no total controle das operações do sistema no qual trabalhamos. Para garantir este resultado e para assegurar ótima interação, as “máquinas” e o ambiente de trabalho no qual elas operam devem ser projetados para se adaptar aos pensamentos, desejos e habilidades das pessoas”. (Oborne, 1995). A ergonomia assume, cada vez mais, um papel de extrema importância dentro do processo de trabalho, por inter-relacionar a qualidade do produto e dos processos a um aumento de produtividade e melhoria nas condições de trabalho. Seu campo de aplicação e crescimento é amplo, pois a evolução técnica do trabalho tem sido um fator decisivo no desenvolvimento desta ciência. A cada dia que passa, a tecnologia das máquinas alcança maior perfeição e e-Tec Brasil Creative Commons - Edwin Dalorzo 6 Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 7. complexidade, com menores custos e obrigando o homem a uma adaptação rápida a esta nova situação. É importante lembrar que, as novas condições de trabalho devem atender ao ser humano em todos os aspectos, e proporcionarem melhores condições que as anteriores. Essas novas tecnologias devem se adaptar ao ser humano, usuário da mesma, e não o ser humano “ser obrigado” a se adaptar a essas novas tecnologias. Definição A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem sendo o trabalho toda situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva. Envolvendo não somente o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais. (Iida, 2005). Figura 1 – Ergonomia O estudo da Ergonomia inicia-se até mesmo antes do trabalho ser realizado, ou seja, nas atividades de planejamento e projeto, como também, nas atividades de controle e avaliação que ocorrem durante e após esse trabalho. Partindo do principio que devemos estudar as características do trabalhador para depois projetar o trabalho que ele consegue executar, preservando a sua saúde, ou seja, conhecer o homem para fazer o projeto de trabalho ajustando-o as suas capacidades e limitações. Pois seria muito mais difícil adaptar o homem ao trabalho que poderia resultar em condições adversas de trabalho com sacrifício do trabalhador. Introdução da Ergonomia 7 e-Tec Brasil
  • 8. Existem diversas definições de ergonomia, mas uma coisa em comum e que, todos procuram ressaltar o caráter interdisciplinar e o objetivo do seu estudo, que é a interação homem, trabalho e ambiente. A definição mais antiga é a da Ergonomic Society da Inglaterra: “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento.” No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) adota a seguinte definição: “Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.” Em 2000, a International Ergonomics Association aprovou uma definição, conceituando a ergonomia e suas especializações. “Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina cientifica que estuda as interações entre seus humanos e outros elementos do sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistemas.” Os praticantes da ergonomia que são chamados de ergonomistas realizam o planejamento, projeto e avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Os mesmos devem analisar o trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros. e-Tec Brasil 8 Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 9. Freqüentemente os ergonomistas abordam certas características especificas do sistema, tais como: • Ergonomia Física – Ocupa-se das características da ergonomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica relacionados com atividade física. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, no manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculosesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde do trabalhador. • Ergonomia cognitiva – Ocupa-se dos processos mentais como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga mental, tomada de decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento. • Ergonomia Organizacional – Ocupa-se da otimização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicação, projeto de trabalho, programação do trabalho em grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organização em rede, tele trabalho e gestão da qualidade. Portanto a Ergonomia estuda tanto as condições prévias como as conseqüências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem, máquina e o ambiente durante a realização desse trabalho. Recentemente ampliou-se a atuação da ergonomia incluindo os fatores organizacionais, pois muitas decisões que afetam o trabalho são tomadas a nível gerencial. Introdução da Ergonomia 9 e-Tec Brasil
  • 10. Objetivos Básicos da Ergonomia A Ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir suas conseqüências nocivas sobre o trabalhador. Assim, ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com esse sistema produtivo. Consequências do Trabalho Fadiga, Estresse , Erros, Acidentes os ent am Tare f Posto de Trabalho Organização d oT r as Entrada Matéria-prima Energia (gasta) Informações quinas e Equ Má ip Ambiente Físic o Saídas Produtos Energia (gerada) Conhecimentos o alh ab Consequências do Trabalho Fadiga, Estresse , Erros, Acidentes Saúde – A saúde do trabalhador é mantida quando as exigências do trabalho e do ambiente não ultrapassam as suas limitações energéticas e cognitivas, de modo a evitar as situações de estresse, riscos de acidente e doenças ocupacionais. Segurança – A segurança é conseguida com os projetos do posto de trabalho, ambiente e organização do trabalho, que esta dentro das capacidades e-Tec Brasil 10 Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 11. e limitações do trabalhador, de modo a reduzir os erros, acidentes, estresse e fadiga. Satisfação – Satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e expectativas do trabalhador. Contudo, há muitas diferenças e culturais,uma mesma situação pode ser considerada satisfatória para uns e insatisfatória para outros. Os trabalhadores satisfeitos tendem a adotar comportamentos mais seguros e são mais produtivos que aqueles insatisfeitos. Eficiência – Eficiência é a conseqüência de um bom planejamento e organização do trabalho, que proporcione saúde, segurança e satisfação ao trabalhador. Ela deve ser colocada dentro de certos limites, pois o aumento indiscriminado da eficiência pode implicar em prejuízos a saúde e segurança. Por exemplo, quando se aumenta a velocidade de uma máquina aumenta-se sua eficiência, mas também uma probabilidade maior de acidentes. Na produção industrial é possível aumentar a eficiência sem comprometer a segurança, mas isso exige investimentos em tecnologia, organização do trabalho e treinamento dos trabalhadores, para eliminar os fatores de risco. Atividade 1 Faça uma visita a um local de trabalho de sua escolha, observe este ambiente tentando identificar quais dos principais objetivos da Ergonomia estão sendo alcançados neste ambiente, ou se não, explique, na sua opinião, o porquê de cada um desses objetivos não estão sendo alcançados. Histórico Ao contrario de muitas outras ciências cujas origens se perdem no tempo, a Ergonomia tem data oficial de nascimento 12 de julho de 1949. Nesse dia um grupo de cientistas e pesquisadores, se reuniram, na Inglaterra, para discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. Em 16 de fevereiro de 1950 foi proposto o neologismo Ergonomia que vem do grego: Ergon – Que significa trabalho Nomos – Que significa regras, leis naturais. Entretanto esse termo já havia sido utilizado em 1857 no artigo “Ensaios de Ergonomia ou Ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da Introdução da Ergonomia 11 e-Tec Brasil
  • 12. ciência sobre a natureza”, publicado pelo polonês Wajciech Jastrzebowski. Contudo esta só adquiriu status de disciplina no início da década de 50, com a Fundação da Ergonomics Research Society, na Inglaterra. Figura 2 – Wajciech Jastrzebowski A partir daí o termo Ergonomia foi adotado nos principais países Europeus, substituindo antigas denominações como Fisiologia do trabalho e Psicologia do trabalho, já os EUA adotaram denominação Human Factors (Fatores humanos), mas ergonomia já é aceita como sinônimo, naquele país. A preocupação em adaptar o ambiente natural e construir objetos artificiais para atender as suas conveniências, sempre esteve presente nos seres humanos desde os tempos remotos. e-Tec Brasil 12 Figura 3 – O Homem e suas Adaptações As ferramentas proporcionavam poder e facilitavam as tarefas como Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 13. caçar, cortar e esmagar. Na produção artesanal, não-mecanizada, a preocupação em adaptar as tarefas as necessidades humanas também esteve presente. Entretanto, a Revolução Industrial, ocorrida a partir do século XVII, tornou mais dramático esse problema. As primeiras fábricas surgidas não tinham nenhuma semelhança com uma fábrica Figura 4 – Linha de Montagem moderna, eram sujas, escuras, barulhentas e perigosas. As jornadas de trabalho chegavam a até 16 h diárias, sem férias, em regime de semi-escravidão, imposta por empresários autoritários, que aplicavam castigos corporais. Os estudos mais sistemáticos sobre o trabalho começaram a ser realizados a partir do final do século XIX. Nessa época surge, nos EUA, o movimento da administração científica, que ficou conhecido como Taylorismo. Cronologia 1900 – Na Europa começaram a surgir pesquisas na área de Fisiologia do trabalho. 1913 – Max Ruber cria, dentro do Instituto Rei Guilherme, um centro dedicado aos estudos de fisiologia do trabalho, atualmente Instituto Max Plank de fisiologia do trabalho, em Dortmund, Alemanha. 1914 – 1917 (I Guerra Mundial) – Criação da Comissão de Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, com o final da Guerra a mesma foi transformada no Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial. 1929 – O órgão acima citado transformou-se no instituto de Pesquisa sobre Saúde do Trabalhador, tendo como seu maior mérito a introdução de trabalhos interdisciplinares, agregando novos conhecimentos de fisiologia e psicologia ao estudo do trabalho. 1939 – 1945 (II Guerra Mundial) – com o avanço da tecnologia foram construídos instrumentos bélicos relativamente complexos que exigiam habilidades do operador em condições desfavoráveis, em conseqüência erros e Introdução da Ergonomia 13 e-Tec Brasil
  • 14. acidentes eram freqüentes, com isso aumentaram os esforços de pesquisas para adaptar esses instrumentos bélicos as características e capacidades do operador, melhorando o desempenho e reduzindo a fadiga e os acidentes. Início da década de 50 – Fundada a primeira Associação Cientifica de Ergonomia a Ergonomics Research Society, na Inglaterra. 1957 (EUA) – Criação da Human Factors Society. 1958 – Surge a terceira Associação na Alemanha. 1961 – Fundação da associação internacional de Ergonomia. 1974 – Realizado, no Rio de janeiro, o I Seminário Brasileiro de Ergonomia. 1983 – Fundada a Associação Brasileira de Ergonomia. O Taylorismo Taylorismo é uma expressão criada para designar um conjunto de idéias e princípios de gestão criados no final do século XIX e início do século XX pelo engenheiro norte-americano Frederick Taylor. O Taylorismo, que também ficou conhecido como Teoria da Gestão Cientifica ou Organização Cientifica do Trabalho, tinha como grande objetivo aumentar a produtividade através de um sistema de tarefas diferenciadas e através da aplicação de métodos científicos, com ênfase no uso da ciência e na criação da harmonia de grupo. A aplicação da ciência à gestão teve como instrumento básico Figura 5 – Frederick Taylor o estudo exaustivo dos tempos e movimentos que permitem a racionalização dos métodos de trabalho e a fixação dos tempos padrão para execução das tarefas. Taylor considerava que o trabalho deveria ser cientificamente observado de modo que, para cada tarefa, fosse estabelecido o método correto de excutá-la, com um tempo determinado, usando as ferramentas corretas. e-Tec Brasil 14 Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 15. Os trabalhadores deveriam ser controlados medindo-se a produtividade de cada um e pagando-se incentivos salariais aqueles mais produtivos. Ele se justificava dizendo que uma simples tarefa como carregamento com uma pá devia ser cuidadosamente estudado de modo a determinar o tamanho adequado para cada tipo de material a ser carregado (antes se utilizava a mesma pá para se carregar materiais de diferentes densidades, como carvão e a cinza). Para cada tipo de tarefa deveria ser desenvolvido o melhor método de realizar o trabalho, de modo que nada fosse deixado ao livre arbítrio do operário. Esse método era implantado como um padrão a ser seguido por todos. A Escola das Relações Humanas Na década de 20 surgiu a Escola das Relações Humanas em conseqüência de uma famosa experiência realizada por George Elton Mayo na empresa Western Eletric, situada em Hawthorne, EUA. Figura 6 – Vista aérea da Hawthorne Works, 1925 Visando melhorar a produtividade dos trabalhadores Mayo alterou os níveis de luminosidade do local de trabalho, surpreendentemente, independente das condições de trabalho, ele observou que os trabalhadores produziram sempre mais do que o usual. A conclusão a que ele chegou foi que: A melhoria do desempenho dos trabalhadores deveu-se ao fato destes se sentirem lisonjeados e motivados pela atenção que lhes foi dada durante o estudo, ou seja, o fato de estarem participando de uma experiência motivouos a produzir mais. Essa conclusão ficou conhecida como Efeito Hawthorne. Introdução da Ergonomia 15 e-Tec Brasil
  • 16. Figura 7 – George Mayo O Taylorismo sempre analisava o trabalhador isoladamente, associando o rendimento deles a fatores físicos e a incentivos financeiros. Porém o Efeito Hawthorne mostrou que há “algo mais”. O ambiente social e os relacionamentos humanos seriam tão motivadores quanto o ambiente físico e os incentivos salariais. Isso levou Mayo a propor uma “humanização” da produção, criando incentivos morais e psicológicos. Iniciou assim a prática das Relações Humanas, com o estímulo para a criação de uma atitude positiva no trabalho e substituição do comportamento individualista por uma atitude coletiva e colaborativa. A Visão Atual Atualmente há um respeito maior as individualidades, necessidades do trabalhador e normas de grupo. Na medida do possível, procura-se envolver os próprios trabalhadores nas decisões sobre seu trabalho. Uma das conseqüências dessa nova postura gerencial foi a gradativa eliminação das linhas de montagem, onde cada trabalhador realiza tarefas simples e altamente repetitivas, definidas pela gerência. Essas linhas parecem que estão condenadas a serem substituídas por equipes menores, mas flexíveis, chamadas de grupos autônomos. No sistema produtivo autônomo cada grupo se encarrega de fazer um produto completo. Há um movimento inverso ao Taylorismo, promovendo a apropriação de conhecimento pelo grupo. A distribuição de tarefas a cada trabalhador é decidida pelos próprios elementos da equipe. Portanto e-Tec Brasil 16 Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 17. há mais liberdade para cada um escolher as suas tarefas, podendo haver rodízios periódicos dentro da equipe para combater a monotonia e a fadiga. As linhas de produção Taylorista, com divisão de tarefas podem ser substituídas, por grupos autônomos, com tarefas mais integradas. (OIT, 1996). Os controles continuam existindo, mas em vez de controlar individualmente, cada trabalhador, esses controles foram direcionados para os aspectos mais globais da produção e qualidade. Essa mudança trouxe mais liberdade e responsabilidade aos trabalhadores, dando-lhes maiores oportunidades para manifestação dos talentos e individualidade de cada um. Figura 8 Introdução da Ergonomia 17 e-Tec Brasil
  • 18. Atividade 2 Diferencie as características da Escola das Relações Humanas e do Taylorismo e escreva a sua opinião sobre ambos. Classificação da Ergonomia • Ergonomia de concepção – Ocorre durante o projeto do posto de trabalho, da máquina, ambiente ou sistema de produção. Baseia-se em situações hipotéticas, podendo ser melhorado através da busca de situações semelhantes que já existam, construção de modelos tridimensionais, em madeira ou papelão, ou ainda simulações no computador. • Ergonomia de Correção – Aplica-se em situações reais, já existentes na resolução de problemas que se refletem na segurança, quantidade e qualidade da produção. • Ergonomia de Conscientização – Capacitação dos trabalhadores para a identificação e correção dos problemas do dia-a-dia ou emergenciais. • Ergonomia de Participação – procura envolver o próprio usuário do sistema, na solução de problemas ergonômicos, com base na crença de que eles possuem em conhecimento prático, cujos detalhes podem passar despercebidos ao analista ou projetista. Figura 9 e-Tec Brasil 18 Curso Técnico Nível Médio Subsequente
  • 19. Resumo Vimos nesta aula que, a Ergonomia surgiu logo após a II Guerra Mundial, como conseqüência do trabalho interdisciplinar realizado por diversos profissionais, tais como engenheiros, fisiologistas e psicólogos. Podemos perceber que inicialmente sua atuação se dava quase que exclusivamente na indústria e se concentrava no binômio homem-máquina. E agora seu estudo abrange sistemas complexos, onde dezenas ou até centenas de homens, máquinas e materiais interagem continuamente entre si, na realização do trabalho, se expandindo para quase todos os tipos de atividades humanas, principalmente no setor de serviços (saúde, educação, transporte, lazer e outros) e até no estudo de trabalhos domésticos. Introdução da Ergonomia 19 e-Tec Brasil
  • 20. Referências • Iida, I. Ergonomia: Projeto e produção 2ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2005. • Revista Científica Eletrônica de Administração. Ano V - Nº 09 – Dezembro 2005. Em: www.revista.inf.br. • Couto, A. Hudson. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Belo Horizonte: Ergo Editora, Vol. I e II, 1995. Figura 1 Disponível em: <www.inspirars.com.br/imagem/jpg.> Acesso em: 12 mar 2010. Figura 2 Disponível em: <www.wikimedia.org>. Acesso em: 01 jun 2010. Figura 3 Disponível em: <www.algosobre.com.br/historia/pre-historia.> Acesso em: 30 mar 2010. Figura 4 Disponível em: <www.percursos.net/linhamontagem.jpg.> Acesso em: 30 mar 2010. Figura 5 Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/Frederick_ Winslow_Taylor_crop.jpg> Acesso em: 01 jun 2010. Figura 6 Disponível em: <Western Eletric Company Photograph Album> Acesso em: 01 jun 2010. Figura 7 Disponível em: <http://digital.library.adelaide.edu.au/dspace/ bitstream/2440/47923/1/1151-0348.jpg> Acesso em: 01 jun 2010. Figura 8 Disponível em: <Iida, 2005> Acesso em: 01 jun 2010. Figura 9 Disponível em: <www.protecao.com.br/202_ARTIGO_Ergonomia.jpg> Acesso em: 01 jun 2010. e-Tec Brasil 20 Curso Técnico Nível Médio Subsequente