A Petrobras divulgou informações não revisadas sobre o 3o trimestre de 2014, que incluiu uma teleconferência. O lucro operacional caiu 48% em relação ao trimestre anterior, principalmente devido a baixas contábeis de refinarias e provisões para perdas no setor elétrico. A dívida líquida aumentou, mas as disponibilidades também cresceram.
2. 2
AVISOS
Estas apresentações podem conter previsões acerca de
eventos futuros. Tais previsões refletem apenas expectativas
dos administradores da Companhia sobre condições futuras da
economia, além do setor de atuação, do desempenho e dos
resultados financeiros da Companhia, dentre outros. Os termos
“antecipa", "acredita", "espera", "prevê", "pretende", "planeja",
"projeta", "objetiva", "deverá", bem como outros termos
similares, visam a identificar tais previsões, as quais,
evidentemente, envolvem riscos e incertezas previstos ou não
pela Companhia e, consequentemente, não são garantias de
resultados futuros da Companhia. Portanto, os resultados
futuros das operações da Companhia podem diferir das atuais
expectativas, e o leitor não deve se basear exclusivamente nas
informações aqui contidas. A Companhia não se obriga a
atualizar as apresentações e previsões à luz de novas
informações ou de seus desdobramentos futuros. Os valores
informados para 2014 em diante são estimativas ou metas.
A SEC somente permite que as companhias de óleo e gás
incluam em seus relatórios arquivados reservas provadas que
a Companhia tenha comprovado por produção ou testes de
formação conclusivos que sejam viáveis econômica e
legalmente nas condições econômicas e operacionais vigentes.
Utilizamos alguns termos nesta apresentação, tais como
descobertas, que as orientações da SEC nos proíbem de usar
em nossos relatórios arquivados.
Aviso aos Investidores Norte-Americanos:
3. 3
Contexto: Operação Lava Jato e Investigações
“Operação Lava
Jato” conduzida
pela Polícia
Federal
Mar/14
Out/14
Necessidade de
postergar a
divulgação das
Demonstrações
Contábeis
Nov/14
Dez/14
“Operação Lava Jato” alcança a Petrobras em março de 2014, com a prisão do ex-diretor
de Abastecimento Paulo Roberto Costa, posteriormente acusado de lavagem de dinheiro,
organização criminosa e corrupção passiva, entre outros crimes;
Quando a empresa divulgou suas demonstrações contábeis anuais de 2013 e do 1º
semestre de 2014 não haviam evidências disponíveis que pudessem ter afetado as
conclusões da Companhia e a opinião do auditor independente;
A partir de 8/10/14, os depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa e de outros alvos
da investigação se tornaram públicos, onde foram citados “cartelização”, “preço
excedente” e “recebimento de propina”.
Em face dessas investigações, a Petrobras não teve condições de divulgar as
demonstrações revisadas do 3T14 em decorrência do tempo necessário para:
se obter maior aprofundamento nas investigações em curso na Companhia pelos
escritórios contratados;
proceder aos potenciais ajustes nas demonstrações contábeis.
4. 4
Os depoimentos aos quais a Petrobras teve acesso a título de “prova emprestada” citam
uma lista de empresas fornecedoras envolvidas nos supostos atos ilícitos e afirmam que
os pagamentos indevidos representavam, em média, 3% do valor total dos contratos;
As informações disponíveis indicam que os contratos celebrados entre 01/01/2004 e
30/04/2012 com as empresas listadas pelos depoentes são passíveis de conter valores
relacionados aos atos ilícitos;
LIMITAÇÃO: A empresa não pode precisar nem o valor nem o período em que ocorreram
os pagamentos indevidos porque os atos ilícitos envolvem pagamentos efetuados entre
contratadas e fornecedores externos, ou seja, fora dos registros contábeis da Cia.
Necessidade de Correção do Erro (IAS-8):
Valores capitalizados indevidamente nos ativos imobilizados da Cia devido à corrupção
Informações
Disponíveis
Diante desta limitação e da necessidade de corrigir o erro (valores indevidos no
imobilizado), a Cia considerou duas metodologias na tentativa de quantificá-los.
5. 5
Metodologia 1 – Percentual Médio de Pagamentos Indevidos
Estima-se o valor do erro a partir do percentual médio de propina citado nos depoimentos (“3%”)
Foram identificados todos os valores contabilizados de 2004 até o 3T14 relativos aos contratos celebrados entre
a Petrobras e as empresas citadas nos depoimentos (isoladamente ou em consórcios), entre 01/01/2004 e
30/04/2012.
Sobre esse escopo de contratos, reajustes e aditivos, foi empregada a seguinte abordagem:
i. Aplicação do percentual médio de 3%, considerando esse percentual de pagamentos indevidos que
acresceram o montante cobrado da Companhia;
ii. Utilização de valores específicos de pagamentos indevidos, quando citados nos depoimentos.
Efeito potencial desta abordagem seria uma perda estimada de R$ 4,06 bilhões.
Novas informações oriundas das investigações em curso podem resultar em:
a.) novos ajustes;
b.) ampliação do escopo dos contratos e empresas;
c.) período de análise.
6. 6
Metodologia 2 – Cálculo do Valor Justo dos Ativos (1/3)
Conceito e Abordagens
Duas abordagens: (1) abordagem de custo, com base no custo de reposição; ou (2) abordagem de
renda, com base nos fluxos de caixa descontados;
O valor justo dos ativos foi medido em uma base individual e independente (excluindo sinergias
que a Petrobras possui por sua operação integrada), a fim de determinar o valor desses ativos na
ótica de terceiros (visão de mercado).
Valor Contábil do Ativo (-) Valor Justo = Valor da Correção
7. 7
Avaliação conduzida por firmas globais, reconhecidas internacionalmente como avaliadores independentes;
Foram selecionados 52 empreendimentos que somam R$ 188 bi de imobilizado, 1/3 do total da Petrobras (R$ 600 bi);
As equipes da Petrobras avaliaram 19% do total, mantendo a consistência metodológica e de premissas com o trabalho
realizado pelos avaliadores independentes.
129,0
Contratos
para Avaliação
Outros*
120,0
9,0
Imobilizado relacionado com
as empresas citadas como
parte do cartel
Contratos firmados entre
2004 e Abr/12
R$ bilhão
Estes R$ 120 bi estão contidos nos
R$ 188,4 bi de ativos avaliados
411,7 Não Avaliado
188,4 Avaliado**
600,1
Imobilizado Consolidado
* imobilizado nos contratos na operação Lava Jato sem cobertura de avaliação econômico-financeira representa uma quantidade muito elevada
de ativos, de diversas naturezas e com valores contábeis individuais imateriais. ** considera parcela não Petrobras da Tupi BV (R$ 3,6 bi).
81%
19%
Avaliadores
Independentes
Petrobras
R$ 188,4 bilhões
52 ativos
24 ativos
R$ 152,8 bi
28 ativos
R$ 35,6 bi
R$ bilhão
Metodologia 2 – Cálculo do Valor Justo dos Ativos (2/3)
52 Ativos Selecionados
8. 8
A diferença deve ser entendida como composta de diversas parcelas de natureza diferentes, sendo impossível
quantificá-las individualmente, como exemplos:
mudanças nas projeções de preços e margens dos insumos
mudanças nas projeções de preços, margens e demanda dos produtos comercializados
mudanças nos preços de equipamentos, insumos, salários e outros custos correlatos
deficiências no planejamento do projeto (engenharia e suprimento)
contratações realizadas antes da conclusão do projeto básico
mudanças nas variáveis econômicas: câmbio, taxa de desconto, indicadores de risco e custo de capital
Valor justo dos ativos inferior ao valor contábil Valor justo dos ativos superior ao valor contábil
31 ativos
Valor estimado: - R$ 88,6 bilhões
21 ativos
Valor estimado: + R$ 27,2 bilhões
FragilidadeResultados
Metodologia 2 – Cálculo do Valor Justo dos Ativos (3/3)
Resultados e Fragilidades
cláusulas contratuais inadequadas às alterações de escopo: aditivos de prazo e valor
atrasos e ineficiência na execução da obra, inclusive por fatores ambientais
cartelização de fornecedores: corrupção e sobrepreço
9. 9
A comparação do valor justo com o valor contábil não permite isolar a parcela
relacionada à corrupção, não se mostrando, por isso, uma “proxy” adequada;
Decidimos não utilizar a metodologia da determinação do valor justo para ajustar
os ativos imobilizados da Companhia devido à corrupção, pois o ajuste seria
composto de elementos que não teriam relação direta com pagamentos indevidos;
Daremos o tratamento e o encaminhamento adequado às informações contidas
nos laudos dos avaliadores independentes (cálculo do valor justo), de tal forma a
ajustar os valores contábeis dos ativos da Companhia, se necessários;
Aprofundaremos metodologia que tome por base valores, prazos e informações
contidas nos depoimentos em conformidade com as exigências dos órgãos
reguladores (CVM e SEC), visando a emissão das demonstrações contábeis
auditadas no menor prazo possível.
Conclusões e Próximos Passos
A posição de caixa da Petrobras e sua capacidade de geração operacional não é afetada por
ajustes decorrentes da corrupção ou de qualquer outro relacionado ao valor dos seus ativos.
10. 10
4,6
8,8
-48%
2T14 3T14
R$ bilhão
Resultado 3T14
Lucro Operacional 48% inferior ao 2T14.
Lucro Operacional 3T14 x 2T14
Baixa dos valores relacionados à construção das refinarias
Premium I e Premium II (R$ 2,7 bi)
Reajuste salarial e gratificação contingente concedidos pelo
Acordo Coletivo de Trabalho 2014 (R$ 1,0 bi)
Provisão para perdas referentes a recebíveis dos Produtores
Independentes de Energia (R$ 1,3 bi)
Pagamento do acordo com a Bolívia para importação do gás
natural (R$ 0,9 bi)
Maior produção de petróleo, consequente exportação (R$ 2,4 bi)
Receita extraordinária proveniente do acordo extrajudicial das
plataformas P-19 e P-31 (R$ 0,5 bi)
Lucro Operacional
Resultado e o EBITDA foram impactados principalmente pelas baixas das refinarias Premium I e II (R$ 2,7 bi) e
pela provisão para perdas do Setor Elétrico (R$ 1,3 bi).
11. 11
3,1
5,0 4,6
8,8
-48%
-38%
2T14 3T14
R$ bilhão
Resultado 3T14
Lucro Operacional 48% inferior ao 2T14. Queda de 38% no Lucro Líquido.
Lucro Operacional
Lucro Líquido
Lucro Líquido 3T14 x 2T14
Baixa dos valores relacionados à construção das refinarias
Premium I e Premium II (R$ 2,7 bi)
Reajuste salarial e gratificação contingente concedidos pelo
Acordo Coletivo de Trabalho 2014 (R$ 1,0 bi)
Provisão para perdas referentes a recebíveis dos Produtores
Independentes de Energia (R$ 1,3 bi)
Pagamento do acordo com a Bolívia para importação do gás
natural (R$ 0,9 bi)
Maior produção de petróleo, consequente exportação (R$ 2,4 bi)
Receita extraordinária proveniente do acordo extrajudicial das
plataformas P-19 e P-31 (R$ 0,5 bi)
Atualização monetária da contingência ativa referente aos
valores de PIS e COFINS recolhidos indevidamente sobre
receitas financeiras no período de fev/99 a dez/02 (R$ 1,4 bi)
Menor IR e CSSL (R$ 1,6 bi)
Resultado e o EBITDA foram impactados principalmente pelas baixas das refinarias Premium I e II (R$ 2,7 bi) e
pela provisão para perdas do Setor Elétrico (R$ 1,3 bi).
12. 12
11,7
16,2
3,1
5,0 4,6
8,8
-48%
-38%
-28%
2T14 3T14
R$ bilhão
Resultado 3T14
Lucro Operacional 48% inferior ao 2T14. Queda de 38% no Lucro Líquido. Queda de 28% no EBITDA.
Lucro Operacional
Lucro Líquido
EBITDA
EBITDA 3T14 x 2T14
Baixa dos valores relacionados à construção das refinarias
Premium I e Premium II (R$ 2,7 bi)
Reajuste salarial e gratificação contingente concedidos pelo
Acordo Coletivo de Trabalho 2014 (R$ 1,0 bi)
Provisão para perdas referentes a recebíveis dos Produtores
Independentes de Energia (R$ 1,3 bi)
Pagamento do acordo com a Bolívia para importação do gás
natural (R$ 0,9 bi)
Maior produção de petróleo, consequente exportação (R$ 2,4 bi)
Receita extraordinária proveniente do acordo extrajudicial das
plataformas P-19 e P-31 (R$ 0,5 bi)
Resultado e o EBITDA foram impactados principalmente pelas baixas das refinarias Premium I e II (R$ 2,7 bi) e
pela provisão para perdas do Setor Elétrico (R$ 1,3 bi).
13. 13
Indicadores Financeiros - Endividamento
R$ Bilhões 31/12/13 30/09/14
Endividamento de Curto Prazo 18,8 28,2
Endividamento de Longo Prazo 249,0 303,5
Endividamento Total 267,8 331,7
(-) Disponibilidades ajustadas 46,3 70,3
= Endividamento Líquido 221,6 261,4
US$ Bilhões
Endividamento Líquido 94,6 106,7
Disponibilidades ajustadas de R$ 70,3 bilhões no 3T14
O Endividamento Total impactado pela desvalorização
do Real.
EL/EBITDA = 4,63x
ALAVANCAGEM = 43%
Covenants dos Contratos Financeiros
Covenants relativos a Balanço Anual Auditado:
Dívidas Bilaterais exigem entrega dos resultados anuais auditados até120 dias após o fim do exercício + 30
ou 60 dias de cura;
Bonds exigem entrega dos resultados anuais auditados ao agente fiduciário até 120 dias após o fim do
exercício + 60 dias de cura, a contar da data de notificação.
A divulgação das demonstrações contábeis não revisadas tem o objetivo de atender os covenants da
Companhia em contratos de dívida.
14. 14
Projeções 2015 - Meta de Produção de Petróleo: 2.125 mil bpd
Perspectivas para produção futura:
Os novos sistemas serão no pré-sal, que apresenta excelente produtividade, com média de 20 mbpd por poço,
atingindo mais de 35 mbpd em alguns casos.
Problemas de Roncador serão solucionados e não impactarão a curva no longo prazo
Avanço do ramp-up das unidades que entraram em 2013/14 garantido pela
maior frota de PLSVs (19), com destaque para os FPSOs Cid. Ilhabela e Cid.
Mangaratiba.
Interligação de 69 poços (produtores+injetores)
Declínio natural dos campos da Petrobras estável, em torno de 9%
Entrada do FPSO Cid. Itaguaí (4T15)
Impacto do atraso na entrega e baixo nível de completação das plataformas
pelos estaleiros em 2014
Atraso na instalação da P-61 em função de condições ambientais mais severas
(1T15)
Revisão do potencial de Roncador Módulos 3 (P-55) e 4 (P-62).
Déficit de injeção de água:
Intensificação da injeção, com repressurização normalizada em 12 meses
Heterogeneidade e compartimentação de reservatórios não previstas.
Descontinuidade da produção do FPSO Marlim Sul.
Produção de Petróleo
(mil bpd)
2015
Projeção
2.125
2014
2.034
4,5%
+/- 1 p.p.
15. 15
US$ 50 a 70 / bbl
Os níveis atuais do petróleo são favoráveis à Cia. no horizonte 2015
R$ 2,60 a 2,80 / dólar
Preço do Petróleo
Meta: Fluxo de Caixa Livre Positivo
Câmbio
Preço de gasolina e diesel serão mantidos. Revisão da política para os demais derivados.Política de Preço
Redução do ritmo de projetos que trazem pouca ou nenhuma contribuição ao caixa
em 2015 e 2016 nas áreas de Abastecimento, Gás e Energia e Exploração e Produção.
CAPEX para 2015: entre US$ 31 e 33 bilhões.
CAPEX
Garantias da União Federal para os recebíveis do Setor Elétrico, permitindo a negociação
desses créditos no mercado bancário.
Otimização do
Capital de Giro
Caixa Mínimo Operacional de ~US$ 8 bilhões.Caixa Mínimo
2.105 a 2.146 mbpd
(4,5%, +/-1p.p.)
Em torno de US$ 80 / bbl
Produção
de Petróleo
PMR médio
Derivados Básicos*
* Preço Médio de Realização de Diesel, Gasolina, Nafta, GLP, QAV e Óleo Combustível.
Projeções 2015 – Premissas do Fluxo de Caixa
16. 16
Fluxo de Caixa 2015 sem considerar captações
Mantendo o preço de venda e o market share, cada US$ 5/bbl de queda no preço do
Brent aumenta o fluxo de caixa em ~US$ 0,5 bilhão.
Sensibilidade ao
Preço do Petróleo
Mantendo Brent constante em Reais e manutenção do market share, cada 5% de
queda no PMR reduz o fluxo de caixa em ~US$ 3 bilhões.
Sensibilidade ao
Preço Médio de
Realização
3
25
Saldo Inicial
2015*
Investimento DesinvestimentoDividendos,
Amortizações e Juros
Geração
Operacional
Saldo Final
2015
US$ Bilhão
Variação em função dos cenários de Brent e Câmbio28 a 32 -16 a -18
-31 a -33
8 a 12
* Dados gerenciais.
17. 17
Aperfeiçoamento da Governança Corporativa
66 medidas para o aprimoramento da governança, controle e gestão de riscos: documentadas
em Padrões e Atas da Diretoria e do Conselho de Administração, estipulam os procedimentos,
métodos, competências e demais instruções que cristalizam essas ações nas práticas da
Companhia.
Criação da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade: missão de mitigar riscos nas
atividades da Petrobras, dentre eles os de fraude e corrupção, assegurando a conformidade dos
processos com aderência a leis, normas, padrões e regulamentos.
Posse do Diretor de Governança, Risco e Conformidade (DGRC), João Adalberto Elek Júnior:
processo seletivo conduzido por empresa especializada e eleito de uma lista tríplice apresentada ao
Conselho de Administração.
Criação do Comitê Especial (Reporting Line): formado pela Min. aposentada do STF Dra. Ellen
Gracie Northfleet, Dr. Andreas Pohlmann, Chief Compliance Officer da Siemens AG de 2007 a 2010
e DGRC João Elek, reportará ao Conselho de Administração as investigações internas
independentes conduzidas por TRW e Gibson Dunn.
A Companhia segue aprimorando seus controles internos.