3. Psicologia Pastoral
Psicologia da Religião
Definição:
Psicologia da religião é o estudo do fenômeno religioso do
ponto de vista Psicológico, ou seja, é o estudo científico e de
métodos da psicologia ao estudo científico do comportamento
religioso do homem, quer como indivíduo, quer como
membro de uma comunidade religiosa. Nessa definição o
“comportamento religioso”, refere-se a qualquer ato ou
atitude, individual ou coletiva, pública ou privativa que tenha
específica referência ao divino ou sobrenatural. Obviamente,
esse divino ou sobrenatural é definido em termos de fé pessoal
de cada indivíduo.
4. Psicologia Pastoral
História da Psicologia da Religião
Apesar do esforço de alguns de enquadrar a
Psicologia da Religião no campo geral da Psicologia
Científica, ainda existem certas barreiras que
impedem tal relação mais íntima. Na proporção
porém, em que melhores métodos de pesquisas
forem introduzidos no estudo Psicológico do
fenômeno religioso, a Psicologia da Religião
desfrutará status acadêmico mais favorável.
5. Psicologia Pastoral
O Fenômeno Religioso
Ao Psicólogo da Religião interessa não somente o
fato de que todas essas culturas se encontram formas
de comportamento religioso, mas também o fato
singular de que, apesar das grandes diferenças
quanto às crenças e práticas dos vários seguimentos
e de povos, há muitas similaridades entre elas, o que
surgere a existência de um fator comum à
experiência religiosa de todos os homens.
6. Psicologia Pastoral
Definição de Religião
Para Êmile Durkheim, Religião é um fato
essencialmente coletivo. Diz ele: “Religião é um
sistema unificado de crenças e práticas relativas a
coisas sagradas, isto é, a coisas separadas e proibidas
– crenças e práticas que unem, numa comunidade
moral, chamada Igreja, a todos aqueles que a elas
adorem”.
7. Psicologia Pastoral
Origem da Religião
Os estudos de antropologia cultural, parecem
indicar que expressões religiosas existem
praticamente em todos os níveis de civilização.
A Religião, portanto, nasceu como o próprio
homem, pode se dizer que a Religião é tão pré
histórica quanto o homem o é.
8. Psicologia Pastoral
A Experiência Religiosa
Há vários tipos de experiências Religiosas e
todas elas podem ser conceituadas como respostas a
diversos estímulos.
A Psicologia encarrega-se de determinar o
limiar da consciência de determinadas realidades, ou
seja, o ponto em que o organismo se torna sensível a
essa realidade.
9. Psicologia Pastoral
Comportamento Religioso
Comportamento Religioso é qualquer
ato ou atitude que tem referência específica ao
divino ou sobrenatural.
10. Psicologia Pastoral
Interpretação Psicológica do
Fenômeno Religioso
Várias teorias, desde então, tem surgido como
tentativas de interpretação do fenômeno religioso.
Estudaremos as que considera-se como as
mais relevantes no nosso convívio.
11. Psicologia Pastoral
Interpretação Psicológica do
Fenômeno Religioso
a) Para Freud, a religião nada mais é do que a
projeção infantil da imagem paterna. Ela é uma
ilusão, não porque seja má em si, mas porque
tende a levar o homem a fugir de sua realidade
e contingência humana.
12. Psicologia Pastoral
b) Para Jung, a experiência religiosa resulta do
inconsciente coletivo, que por sua vez, é
composto de energia dinâmicas e de símbolos
de significação universal.
A experiência religiosa é fundamental ao
funcionamento harmonioso do psiquismo e
ajuda o homem a compreender realidades do
universo que não podem ser conhecidas de
outras maneiras.
13. Psicologia Pastoral
Interpretação Psicológica do Fenômeno
Religioso
1. Para Allport, a experiência religiosa é algo
essencialmente pessoal, sujeito às leis de evolução
psicológica, e seu aspecto intelectual é mais importante
do que emocional.
A religião é fator importantíssimo na integração da
personalidade. Ele diz que religião é o esforço do homem
para unir-se à criação e ao Criador com o fim de ampliar
e completar sua própria personalidade.
14. Psicologia Pastoral
2. Para Anton Boisen, a experiência religiosa
tem basicamente a mesma dinâmica da
esquizofrenia. Diz ele, que tanto a
esquizofrenia como a experiência religiosa são
profundas tentativas à integração do “eu”.
Quando a personalidade se vê ameaçada ao
ponto de sua desintegração, equivale a busca
pela religião.
15. Psicologia Pastoral
Evolução da Experiência Religiosa
A evolução da experiência religiosa está sujeita
aos mesmos princípios gerais da evolução psicológica
do homem, visto que religião não é mero apêndice à
vida, porém parte integrante e vital da
personalidade.
Em cada fase da vida do homem, a religião tem
características típicas e cumpre determinadas
finalidades ou propósitos e proporções.
16. Psicologia Pastoral
Fé e Dúvida
O psicólogo não discute a lógica da fé,
sua ou sua veracidade.
Cabe-lhe apenas a tarefa de estudar como
se forma, como se desenvolve e que funções
desempenha na vida do indivíduo.
17. Psicologia Pastoral
Fé Religiosa
O estudo psicológico da fé religiosa é,
entretanto, extremamente complexo, porque é muito
difícil verificar se determinado indivíduo tem ou não
fé religiosa.
A maneira mais óbvia de se saber se um
indivíduo tem fé religiosa, apesar de todos os seus
defeitos como método de pesquisa, é perguntar ao
próprio indivíduo.
18. Psicologia Pastoral
A Dúvida Religiosa
Intimamente ligado ao problema da fé está o
problema da dúvida religiosa. A dúvida é parte
integral do desenvolvimento religioso do homem,
bem como de todo o processo evolutivo de sua
personalidade. A dúvida, como atitude resistente,
pode levar o homem à indiferença e ao desespero,
que constituem obstáculos a qualquer ação
construtiva e tornam impossível os
empreendimentos criadores.
19. Psicologia Pastoral
Conversão Religiosa
Estudo Psicológico da conversão religiosa é, de
fato, o marco inicial dos estudos de psicologia da
religião em sua versão moderna e contemporânea.
Há pelo menos duas razões para que assim
acontecesse. Em primeiro lugar, o início dos estudos
dos fenômenos religiosos, em bases mais empíricas,
coincide historicamente com os grandes movimentos
de avivamento religioso e a grande ênfase na
mudança de vida causada pelo poder do evangelho.
20. Psicologia Pastoral
O Processo de conversão Religiosa
O processo da conversão religiosa parece ter certas
características comuns. Não importa qual seja a religião do
homem, sua conversão é, ordinariamente, marcada por certos
estágios bem definidos. Quase todos os autores que estudam o
fenômeno da conversão religiosa, reconhecem pelo menos três
estágios fundamentais:
1. O período da inquietação;
2. A crise propriamente dita;
3. O período de paz que segue a “ solução” do problema espiritual.
Drakeford, acrescenta a esse um quarto período, isto é, a
expressão concreta dessa experiência através da vida e do
comportamento do indivíduo.
21. Psicologia Pastoral
O período de Inquietação
Nesse período o indivíduo reconhece
que algo lhe está faltando e ele mesmo toma a
iniciativa em procurar a solução para o seu
problema.
22. Psicologia Pastoral
A Crise propriamente dita
Descrevendo essa fase, Clark diz que, sem a
interferência de um estímulo exterior, de repente,
algo extraordinário acontece – uma grande
iluminação, um sentimento de que os problemas da
vida foram todos resolvidos. Por exemplo: Agostinho
lê um texto bíblico e, de repente, sente-se uma nova
criatura. Tagore, ao ouvir a interpretação de um
artigo Upanisbad, sente o bálsamo divino cair sobre
si.
23. Psicologia Pastoral
Período de Paz e Harmonia Interior
Clark diz que, na proporção em que a emoção
do momento climático se desvanece, o indivíduo
começa a experimentar alívio, paz e harmonia
interiores. As dúvidas cessam momentaneamente. O
homem nota que tem fé, sente que está unido a Deus,
que seus pecados foram perdoados, seus problemas
foram resolvidos, que está salvo.
24. Psicologia Pastoral
Maturidade Religiosa
Maturidade religiosa implica na convicção da
existência de um Ser Supremo e de ideias básicas
sobre a vida e o universo. Essa convicção dá
suficiente sentido à vida do homem e o leva a um
comportamento moral consistente com sua filosofia
de vida e suas crenças religiosas.
25. Psicologia Pastoral
Maturidade Religiosa
Finalmente, a maturidade religiosa
caracteriza-se pela capacidade de amar o próximo,
de ser humilde, de ser criativo, de ajustar-se
socialmente e de ser consagrado aos objetivos
supremos da vida como concebidos pelo indivíduo.
26. Psicologia Pastoral
Oração e Adoração
A oração é uma das experiências religiosas mais
comuns entre os homens. Heiler, afirma que a oração
é o fenômeno central da religião e a perda
fundamental de toda piedade. Ele cita Lutero,
quando diz que a fé nada mais é do que oração. A
oração é, de fato, o elemento central do
comportamento religioso. A prática da oração é,
talvez, o índice mais seguro da religiosidade de uma
pessoa.
27. Psicologia Pastoral
Oração
Heiler falando sobre o conteúdo da
oração primitiva, diz que são estes os
seus elementos constitutivos.
28. Psicologia Pastoral
Invocação
A invocação do nome do ser divino e seus
atributos pessoais é o primeiro elemento de toda
oração.
A pessoa que ora sem uma frequência, invoca
a presença de seu Deus com frases exclamativas,
como “Ouve-me!”, “Ouve-nos!”, “Ouve a nossa
voz!”, ou “Ouve a nossa súplica!” , ou ainda
outras frases que expressam apelo de respostas.
29. Psicologia Pastoral
Queixa ou Pergunta
Muitas vezes a oração primitiva é uma
espécie de protesto ou uma pergunta que
revela a insatisfação do homem com a
divindade a quem ora.
30. Psicologia Pastoral
Petição
Petição é o elemento central da oração.
O homem primitivo ora quase
exclusivamente por coisas úteis ou que contribuam
para a sua felicidade pessoal.
31. Psicologia Pastoral
Intercessão
A preocupação com o bem-estar dos demais
membros da tribo leva o homem primitivo a
interceder por eles.
Esse estágio da oração é realmente elevado e
não muito frequênte entre o chamado homem
primitivo.
32. Psicologia Pastoral
Meio de Persuasão
O homem primitivo tenta, por meio da oração,
convencer a divindade de que deve favorecê-lo.
Uma das maneiras por que tenta persuadir a
divindade é alegando a sua própria perfeição
moral. “ Tem misericórdia de mim!” é uma forma
comum de persuasão na prece.
33. Psicologia Pastoral
Ação de Graças
É o conhecimento não apenas verbal, mas
também expresso de vários modos, de que tudo
provém das mãos de Deus.
34. Psicologia Pastoral
Motivo da Oração
Seja qual for o motivo por que a pessoa ora e
sejam quais forem as reais possibilidades de uma
relação com o transcendente, através da oração, o
fato é que ela produz grandes efeitos psicológicos
sobre a pessoa que ora.
35. Psicologia Pastoral
Adoração
Adoração é a expressão, quer espontânea,
quer formal, daquilo que o homem sente e faz
quando na presença do Sagrado.
No dizer de Stolz, a essência da adoração
consiste em criar ou intensificar uma atitude de
reverência.
36. Psicologia Pastoral
Adoração
A procissão tem por objetivo a aproximação de
Deus.
A invocação tem por objetivo o reconhecimento
e estabelecimento de uma relação pessoal mais
íntima.
Não pode haver adoração sem que o homem
reconheça que o objeto a ser adorado está ao
alcance de sua voz e que com ele deseja dialogar.
37. Psicologia Pastoral
Adoração
Música religiosa é outra maneira interpessoal
no ato da adoração.
Através do hino, da poesia e dos salmos, a
alma eleva-se a Deus.
A música e a poesia prestam-se
admiravelmente bem à expressão de ação de
graças e de louvor.
38. Psicologia Pastoral
Adoração
Cada ato de adoração tem significado especial
para a pessoa que adora. Este significado, muitas
vezes, não é percebido pelo indivíduo “de fora”.
Se alguém quiser compreender um ato de
adoração, terá que tomar-se participante, pois de
outra maneira jamais poderá compreendê-lo.
39. Psicologia Pastoral
Confissão e Purificação
Através da confissão, como parte do ato de
adoração, o homem consegue a purificação de seu
espírito e a renovação de sua vida.
O rito de purificação é muito usado pelos
japoneses, egípcios, gregos, hindus e outros.
Entre os celtas, romanos e persas, o fogo era
uma energia purificadora.
O rito batismal entre os cristãos é uma forma
de purificação.
40. Psicologia Pastoral
Misticismo Religioso
A experiência mística é um dos elementos
centrais da vida religiosa.
Podemos dizer que em toda experiência
religiosa profunda há um elemento de misticismo.
Adotamos aqui a definição de misticismo
dada por Pratt, que diz: “Misticismo é a senso-
percepção de um ser de uma realidade através de
meios que são os processos cognitivos específicos
ou o uso da razão.”
41. Psicologia Pastoral
Misticismo Religioso
Há dois tipos básicos de misticismo:
1. Ativo: O homem procura, através de danças,
músicas, jejuns, drogas, etc..., atingir o infinito;
2. Responsivo: O homem simplesmente se dispõe a
receber a visitação divina.
Especificamente, o místico é uma mistura dos
dois tipos, havendo apenas a predominância de
um dos elementos.
42. Psicologia Pastoral
Vocação Religiosa
A vocação religiosa é um dos aspectos mais
pessoais da experiência espiritual do homem.
Geralmente, a maneira como o indivíduo se
dedica à vocação religiosa reflete a intensidade de
sua experiência com Deus.
Num sentido muito geral, podemos dizer que
todo indivíduo que professa uma fé pessoal tem
uma vocação religiosa, pois a fé é o modo pelo qual
o homem responde ao estímulo do transcendente.
43. Psicologia Pastoral
Religião e Saúde
A relação cada vez mais estreita entre o psiquiatra e
o ministro religioso é um atestado do reconhecimento
de que a religião desempenha importante papel no
desenvolvimento da personalidade e pode constituir-se
fator primordial no equilíbrio de suas funções
psíquicas.
O ministro de religião é hoje parte integrante da
equipe de saúde, nos grandes hospitais e clínicas,
especialmente nos Estados Unidos, onde o movimento
foi iniciado, graças ao extraordinário trabalho de
Anton Boisen.