O documento discute os gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa, definindo gêneros textuais como diferentes espécies de textos escritos ou falados que circulam na sociedade. Aborda a diferença entre gêneros e tipos textuais, e como os gêneros textuais devem ser trabalhados funcionalmente na sala de aula para que os alunos aprendam a lê-los e escrevê-los de acordo com seu contexto social. Também discute os domínios discursivos e suportes
Direitos de aprendizagem de língua portuguesa 1º ao 3º ano
Trabalho com gêneros textuais no ensino de Língua Portuguesa
1. O trabalho com os
gêneros textuais no
ensino de Língua
Portuguesa
2. Atividade
• Responda de acordo com o que você pensa, sem
recorrer a fontes externas:
• O que são gêneros textuais?
• Existe diferença entre gêneros e tipos textuais? Se
existe, qual é?
• O que os gêneros textuais podem ter a ver com o
contexto social de circulação dos textos?
• O que é domínio discursivo ?
• Qual seria a relação entre o gênero e as “condições
de produção” de um texto?
3. Gêneros, tipos e contexto sociais
de circulação
• Leiam os textos a seguir e
apontem a que gênero textual
pertencem.
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8. Que fatores levaram ao
conhecimento de cada gênero?
• Características formais (composicionais)?
• O estilo da linguagem?
• O suporte?
• O contexto (ou esfera social) de
circulação?
• A função e os objetivos?
9. Porque não confundimos uma bula com uma carta, uma
notícia de jornal com uma oração, um poema com uma
entrevista?
• Porque reconhecemos as características dessas
“espécies” de texto, aprendidas na convivência social ou na
escola. Sabemos também como cada uma delas funciona
socialmente.
•Não entramos no consultório e esperamos que o médico
nos passe uma receita de bolo
10. Cada espécie de texto circula em um
determinado portador ou suporte, tem
seu formato próprio, usa um estilo de
linguagem específico e “funciona” em
um dado contexto social.
Essas “espécies” de texto são o que
chamamos gêneros textuais.
11. Gêneros de texto
são as mais diferentes espécies de textos, escritos
ou falados, que circulam na sociedade e que são
reconhecidos com facilidade pelas pessoas. Por
exemplo: carta, bilhete, poema, sermão, noticia de
jornal, receita culinária, conversa ao telefone,
piada, romance, etc.
12. Como é que surge um gênero
textual?
Um gênero vai-se constituindo no uso
coletivo da linguagem – oral e escrita. Os
membros de uma comunidade lingüística
vão estabelecendo, no correr de sua
história, modos específicos de se dirigirem
a determinado público, para alcançarem
determinados objetivos ou funções.
13. Tipos textuais
• Os textos em geral, qualquer que seja seu gênero, são
constituídos por segmentos de natureza e
características diferentes.
• Exemplos: segmentos de exposição de idéias, de
narração, de descrição, de argumentação, de
orientação para a realização de uma ação.
• Esses segmentos, que podem ser reconhecidos pelas
regularidades no emprego dos recursos lingüísticos, é
que têm sido chamados de tipos textuais ou
tipos de discurso.
14. Qual a diferença entre tipos e gêneros?
Os gêneros
são categorias, padrões, modelos de texto que,
digamos, “têm vida própria”, isto é, circulam de
fato na vida social. São muito numerosos,
porque atendem as necessidades
comunicativas e organizacionais de muitas
áreas da atividade humana, e porque se
renovam, ao longo do tempo, em razão de
novas necessidades, novas tecnologias, novos
suportes.
15. Os tipos
não são textos concretos, não “têm vida
própria”, são atitudes enunciativas que
acarretam modos característicos de
emprego dos linguísticos presentes em um
texto ou em sequências de texto. São
componentes dos textos e podem aparecer
em diferentes gêneros, com exclusividade
ou articulados entre si.
16. Os tipos, em geral, se marcam pelo
uso característico dos recursos linguísticos.
O tipo narrativo traz os verbos, predominante, no
tempo passado e principalmente articuladores
(também chamados “organizadores textuais”) que
expressam relações de tempo.
O tipo expositivo se organiza basicamente em torno
do presente verbal e usa sobretudo articuladores que
indicam relações lógicas (causa, conseqüência,
condição, etc.).
17. O tipo argumentativo se dá pelo predomínio de
sequências contrastivas explícitas. OS textos
apresentam uma tese a ser discutida e os
argumentos utilizados para concordar ou
discordar dela.
O tipo descritivo tem uma estrutura simples com o
verbo no presente ou no imperfeito, um
complemento e uma indicação circunstancial de
lugar. Predominam as sequências de
localização.
No tipo instrucional ou injuntivo, prevalece o
modo imperativo, já que se trata de um tipo que
organiza textos cujo objetivo é oferecer ao
leitor orientação para realizar alguma
ação.
18. Os gêneros em sala de aula
• O trabalho com os gêneros não deve ser reduzido aos
aspectos formais;
• Eles devem ser trabalhados na sala de aula de
maneira funcional. Isso significa trabalhar com o
objetivo de que os alunos aprendam a usá-los, ou
seja:
→ ler os gêneros presentes na vida social, compreendendo sua
função (sua utilidade, seus objetivos) e seu alcance (o contexto
social em que circula, que implicações pode ter na vida dos
usuários, a que estrutura de poder se vincula).
→ Escrever textos em gêneros diversos, o que envolve escolher o
gênero adequado à situação social e à ação de
linguagem e produzir um texto pertinente a
esse gênero – quanto ao conteúdo, à forma e ao
estilo de linguagem .
Costa Val, Maria da Graça-Produção escrita: trabalhando com gêneros textuais
19. Os suportes textuais
Além do contato com os mais diversos gêneros
que circulam na sociedade, o aprendiz precisa
conhecer, também os suportes da escrita (cartazes,
out-door, faixas, livros, revistas, jornais, folhetos
publicitários, folhetos religiosos, murais escolares,
livros didáticos, etc). Tais suportes, na maioria dos
casos, podem ser trazidos para sala de aula, a fim de
serem manuseados pelos aprendizes, reconhecidos e
classificados por eles, em função do seu formato e sua
função comunicativa.
20. O manuseio de livros é de extrema
importância, para que os alfabetizandos se
familiarizem com a sua perigrafia: capa,
autor, editora, data da publicação, forma de
localização de informações, maneiras de se
consultar o índice e ou sumário. Além dos
livros, é importante também o contato com
jornais, revistas, quadrinhos, etc.
23. • GÊNEROS TEXTUAIS SÃO
USUALMENTE TRABALHADOS NA
SALA DE AULA POR MEIO DE
“SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS”.
24. • A SEQUÊNCIA DIDÁTICA
POSSIBILITA O TRABALHO COM
DESAFIOS EM GRAUS
DIFERENTES DE COMPLEXIDADE,
DE FORMA GRADUAL, PASSO A
PASSO, SEGUINDO UMA
SEQUENCIA LÓGICA QUE
FAVORECE A CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO PELO ALUNO
25. • AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS DEVEM SER
PLANEJADAS E ORIENTADAS COM O
OBJETIVO DE OFERECER UMA
APRENDIZAGEM ESPECÍFICA E DEFINIDA.
• NA SEQUÊNCIA DIDÁTICA, A LEITURA, A
ESCRITA, A ORALIDADE E OS ASPECTOS
GRAMATICAIS SÃO TRABALHADOS EM
CONJUNTO, O QUE FAZ MAIS SENTIDO
PARA QUEM APRENDE.
26. A SEQUENCIA DIDATICA DEVE SER:
-APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE
ESCRITA E DA SITUAÇÃO DE
PRODUÇÃO
-DIAGNOSTICO INICIAL
-LEITURA DE TEXTOS
-ESTUDO DAS CARACTERISTICAS DO
GENERO
-PESQUISA SOBRE O TEMA
-PRODUÇAO COLETIVA DO TEXTO
-PRODUÇAO INDIVIDUAL
-APRIMORAMENTO E REESCRITA DO
TEXTO
-PUBLICAÇAO DO TEXTO PRODUZIDO
27. Referências bibliográficas:
• Marcuschi, in: Dionísio, Machado e Bezerra.
Gêneros Textuais e Ensino. Rio: Ed. Lucerna, 2002,
p. 23.
• SANTOS, M. Francisca Oliveira et al. Gêneros
textuais na educação de jovens e adultos. 2 ed.
Maceió: FAPEAL, 2004.
• SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim; et al.
Gêneros orais e escritos na escola. Campinas:
Mercado de Letras, 2004.