O capítulo 4 discute a importância da interação na abordagem comunicativa e o uso de material autêntico. O capítulo 5 analisa o ensino de idiomas no século 21 e como a globalização e tecnologia impactam a aprendizagem de línguas.
1. Universidade Presbiteriana Mackenzie
Curso de Letras
Metodologia de Ensino de Língua Inglesa
Nomes: Hévila Ramos e Priscila Carvalho
Abril 2015
Resenha do Livro
HANNA, Vera L. Harabagi. Línguas estrangeiras: o ensino em
um contexto cultural. São Paulo: Editora Mackenzie. 2012.
(Coleção Conexão Inicial; v.2)
2. Introdução
O presente trabalho tem como objetivo apresentar, de forma
organizada, uma síntese dos aspectos mais relevantes dos
capítulos quatro e cinco da obra Línguas Estrangeiras: o
ensino em contexto social, assim como sua análise crítica.
O capítulo quatro trata da importância da interação no âmbito
da Abordagem Comunicativa, além de destacar a utilização de
material autêntico nas aulas. O capítulo cinco analisa o ensino
de idiomas no terceiro milênio, os novos meios de
comunicação e suas implicações no contexto educacional.
Por fim, conclui-se apresentando as considerações sobre cada
capítulo estudado.
4. A melhor maneira de se aprender a interagir
é por meio da própria interação
Em um ambiente interativo, torna-se possível a "troca
colaborativa de pensamentos, sentimentos ou opiniões" (2012,
p. 57) entre professores e alunos, com o objetivo de desenvolver,
de forma mais expressiva e produzindo linguagem verdadeira, as
habilidades básicas necessárias para a aquisição de língua
estrangeira:
5.
6. • Nesse contexto, algumas técnicas são adotadas para garantir
que haja interação genuína entre os aprendizes:
- Execução de trabalhos em pares ou grupos;
- Uso de textos produzidos em contextos do mundo real (sem a
artificialidade dos textos elaborados para fins didáticos);
- Produção e prática da linguagem (oral/escrita) de forma
significativa e espontânea, para interlocutores/leitores reais,
não imaginados.
7. - Deste modo, as aulas ministradas em um ambiente
comunicativo, são centradas no aluno;
- O professor, nesse contexto, desempenha o papel de facilitador
da aprendizagem, “iniciador da interação”(2012, p. 58);
8. • O ambiente de aprendizado interativo estimula a criatividade
e a autonomia dos estudantes, além de ser considerado um
importante fator de motivação de alunos e professores.
• A Interação proporciona o aprendizado e a prática da língua
estrangeira em contextos sociais e culturais, visto que é
necessário adquirir conhecimentos sobre variações
situacionais, hábitos e costumes dos falantes para que haja
uma comunicação efetiva na língua-alvo.
9. Material Autêntico, Autenticidade
• A Abordagem Comunicativa, tratada neste capítulo, defende
que o processo de ensino/aprendizagem de língua estrangeira
seja realizado de forma contextualizada, utilizando textos
autênticos:
“Um texto autêntico é [...] extraído da linguagem real, produzido
por um falante ou autor real para uma audiência real,
concebido para transmitir uma mensagem real” (2012, p. 59).
10. • Expor o aluno a um material autêntico dá a ele a
oportunidade de observar aspectos culturais intrínsecos à
língua, como hábitos, costumes e comportamentos que são
perceptíveis na comunicação natural e espontânea.
11. • No entanto, parte dos professores demonstra certa resistência
em utilizar textos autênticos nas aulas, pois é necessário fazer
uma seleção criteriosa do material – tarefa complexa, que
demanda tempo.
• Ainda assim, as abordagens centradas no aluno, que priorizam
a interação, têm proporcionado debates que contribuem para
transformar o papel do professor, os planos de ensino, os
materiais, sistemas de avaliação, etc.
12. • Além disso, o surgimento das modalidades virtuais de textos
acentuaram os debates em torno da utilização de textos
autênticos, posto que “a web apresenta um repertório infinito
de produtos culturais e, hoje, representa a maior fonte de
textos autênticos para professores e alunos” (2012, p. 63).
13. Os Projetos de Trabalhos
No interior da Abordagem Comunicativa, há, ainda, o ensino-
aprendizagem de línguas por meio de Projetos, que tem por
objetivo a aplicação dos múltiplos conhecimentos adquiridos
pelo aluno, de forma que este:
- Exercite a autonomia;
- Assimile a partir da própria experiência;
- Desenvolva a capacidade de trabalhar em grupo.
• Esse modelo “é transdisciplinar por natureza” (2012, p. 65).
14. • A Abordagem Comunicativa tem sido a “metodologia mais
aceita desde a de Gramática e Tradução” (2012, p. 65)
embora ainda não tenha superado esta em termos de
amplitude e prática efetiva.
15. A Era Pós-Método
• Surge a partir da necessidade de haver uma pedagogia que
compreendesse o professor como um ser autônomo,
reflexivo e capaz de se apropriar de uma abordagem de
ensino e adaptá-la conforme as suas necessidades.
Diferentemente do professor tradicional passivo, dependente
e fixado aos métodos.
16. A Era Pós-Método
“Não-existe-método-ideal”
(2012, p.67).
O sucesso de qualquer método depende do posicionamento do
professor, do contexto social e cultural em que se insere, a
quem se destina e a finalidade a que se destina.
18. Para Início de Conversa
• Por conta da Globalização, da
informatização e da tecnologia, o ensino-
aprendizado de línguas estrangeiras deve
ser repensado e reformulado com um
enfoque cultural.
• As relações pessoais promovidas por
migrações, comunicação por meio da
tecnologia e a Globalização favorecem a
mistura de culturas e a necessidade de
aprendizagem de novas línguas.
19. O Dialeto Mundial do Terceiro Milênio
O Globish
• Robert McCrum, em seu livro “Globish” (2010), trata do tema
do surgimento de uma nova língua, “o inglês como língua
franca”. Porém não o inglês tradicional, mas o Globish.
20. • Como a própria grafia sugere, é o inglês global, modificado
pelos aprendizes que o utilizam como segunda língua nas
relações de trabalho, estudos, comunicação através da
internet e outras mídias.
• “[...] desconhecer línguas, hoje, sobretudo a inglesa, significa
ser analfabeto na modernidade-mundo, o que sugeriria uma
nova fronteira de exclusão, conforme adverte Ortiz.” (HANNA,
2012)
21. Globalização, Cultura e Línguas:
Glocalização, o Global e o Local
• A criação de uma cultura global numa dimensão local.
• Tendo surgido na década de 90, a glocalização gerou
debates sobre a possibilidade de promover influências
negativas sobre as culturas de massa locais.
• A glocalização favorece a diversidade, as misturas, as
contribuições internas para culturas externas.
22. • A World Wide Web torna necessário o frequente contato
intercultural, dando lugar ao hibridismo cultural.
• Com o constante crescimento das relações de comunicação via
internet, os usuários da rede devem adquirir domínio suficiente de
uma língua estrangeira, a ponto de serem capazes de manejá-la,
desnudá-la e vesti-la.
• “Aqueles que participam ativamente desse processo poderão ser
reconhecidos como falantes interculturais ou falantes
transnacionais, mediadores entre culturas, etnógrafos da
comunicação” (HANNA; BASTOS, 2012)
23. • A sociedade globalizada da atualidade exige a ciência de
vários idiomas, tendo como natural o uso do inglês.
• A língua inglesa está passando por um processo de
modificação, tendo recebido diversas contribuições de outras
línguas e dando origem a “novos ingleses”.
24. • David Crystal afirma que aprender uma língua é ter
imediatamente direito a ela.
25. • O globish não pode ser chamado de língua. Ele corresponde à
função de ferramenta, um tipo de dialeto utilizado por não
nativos. Um inglês simplificado, com menos regras
gramaticais.
26. O Ciberespaço e o Ensino de Línguas
• Materiais autênticos integrados às tecnologias de informação,
inseridos na metodologia, auxiliam no aprendizado de línguas
estrangeiras por meio da interação.
• A interação por meio de computadores facilita a inter-relação
sociocultural mundial.
27. O Ensino de Línguas Assistido por
Computador
• No início do ensino de línguas, as aulas eram dadas com
pouco ou nenhum suporte metodológico. O único material
disponível era o quadro negro.
• Com o passar dos anos, foram sendo inseridos
retroprojetores, fitas de áudio, etc.
28. • O uso de softwares no ensino de línguas cria uma maior
exposição do aprendiz à língua que está conhecendo.
• Além do contato virtual, o aluno precisa, sobretudo, das
experiências sociais pessoalmente.
29. • O computador, por meio da internet, das grandes redes
sociais, diminui barreiras e rompe as fronteiras das
associações culturais.
• A liberdade da rede proporciona aos seus usuários a
possibilidade de conhecer outros povos e suas peculiaridades,
assim como seu idioma.
• A tecnologia continuará contribuindo para a evolução,
expansão, e transformação da língua à medida que seus
conviventes a adotarem como ferramenta de
compartilhamento de conhecimentos.
30. Conclusão
Conforme pode-se observar nestes capítulos, os estudos
linguísticos que se referem ao ensino-aprendizagem de
língua estrangeira buscam permanentemente questionar e
quebrar paradigmas da educação tradicional, procurando
alternativas que produzam resultados mais eficazes. Nesse
contexto, a Abordagem Comunicativa possibilita que os
alunos aprendam a língua e seus aspectos culturais
intrínsecos sob uma abordagem dialógica, que valoriza a
autonomia e criatividade do estudante.
31. A utilização de materiais autênticos e o Pós-Método
aumentaram a eficácia do ensino e aprendizagem de línguas,
contribuindo para a introdução de novas culturas em outras
e enriquecendo os currículos acadêmicos, juntamente com o
aumento da competência dos professores. A possibilidade
da interação virtual facilitou a diversificação linguística e
cultural, deu uma nova face à metodologia do ensino de
idiomas e alavancou ainda mais os novos dialetos, como o
Globish, Spanglish e Franglish, que foram surgindo de acordo
com as necessidades comunicacionais em nível
internacional.
32. Portanto, pode-se afirmar que a obra completa, e não
somente os poucos capítulos abordados, é de fundamental
importância nos cursos universitários, pois apresenta
concepções metodológicas alternativas e proporciona um
questionamento sobre os métodos tradicionais ainda
vigentes, inclusive, na própria universidade.