1. Fruta de paima e mandacaru.
Dorival Caymmi - O Mar Bunecos de Vitalino,
Que são cunhecidos inté no Sul,
MÚSICA ENVIADA POR: LETRAS DE MÚSICAS De tudo que há no mundo,
Tem na Feira de Caruaru.
O mar
Quando quebra na praia A Noite é de São João
É bonito, é bonito
O mar Luíz Gonzaga
Quanta gente perdeu seus maridos, seus filhos
Nas ondas do mar É São João
O mar A noite é de São João
Pedro vivia da pesca Alegria no meu coração } bis
Saía no barco seis horas da tarde E São João
Só vinha na hora do sol raiar Ainda é São João
Todos gostavam de Pedro
Não adianta fazer confusão
E mais do que todos, Rosinha de Chica
A mais bonitinha e mais benfeitinha Porque
De todas as mocinhas lá do Arraiá
Pedro saiu no seu barco seis horas da tarde
Não ver balão no ar
Passou toda a noite e não veio na hora do sol raiar
Deram com o corpo de Pedro jogado na praia
Vejo sim
Roído de peixe, sem barco, sem nada Ver quanto foguetão
Num canto bem longe lá do Arraiá Vejo sim
Pobre Rosinha de Chica Quanta lanterna acesa
Que era bonita e agora parece que endoideceu Ver a natureza
Vive na beira da praia olhando pra ondas
Embelezar o sertão
Andando, rondando, dizendo baixinho:
"Morreu, morreu"
Vejo sim
Morreu, oh, Então pra que fazer
O mar Tamanha confusão
Quando quebra na praia Se tem fogueira acesa
É bonito, é bonito Pode ter certeza
A noite é de São João
Porque
A Feira de Caruaru
Luíz Gonzaga Alma do Sertão
A Feira de Caruaru, Luíz Gonzaga
Faz gosto a gente vê.
De tudo que há no mundo, Ai como é bonito a gente ver
Nela tem pra vendê, Em plena mata, o amanhecer} bis
Na feira de Caruaru.
Quando amanhece
Tem massa de mandioca, Até parece que o sertão
Batata assada, tem ovo cru, Com alegria
Banana, laranja, manga, Vai despedindo a escuridão
Batata, doce, queijo e caju, E a passarada
Cenoura, jabuticaba, Em renovada, tão contente
Guiné, galinha, pato e peru, Alcança o espaço
Tem bode, carneiro, porco, Num grande abraço a toda gente
Se duvidá... inté cururu.
Quando amanhece
Tem cesto, balaio, corda, O sol aparece em seu esplendor
Tamanco, gréia, tem cuêi-tatu, Secando o orvalho
Tem fumo, tem tabaqueiro, Faz da campina, imensa flor
Feito de chifre de boi zebu, Sai o caboclo
Caneco acuvitêro, Levando ao ombro, o enxadão
Penêra boa e mé de uruçú, Vai pra roça
Tem carça de arvorada, Donde ele tira o ganha pão
Que é pra matuto não andá nú.
Quando amanhece
Ao despertar de um novo dia
Tem rêde, tem balieira, A natureza
Mode minino caçá nambu, Traz para a mata a alegria
Maxixe, cebola verde, E tudo muda
Tomate, cuento, couve e chuchu, Com a chegada dessa hora
Armoço feito nas torda, Cantando todos
Pirão mixido que nem angu, Em louvor à nova aurora
Mubia de tamburête,
Feita do tronco do mulungú.
A Morte do Vaqueiro
Luíz Gonzaga
Tem loiça, tem ferro véio,
Sorvete de raspa que faz jaú, Numa tarde bem tristonha
Gelada, cardo de cana, Gado muge sem parar
2. Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar O Xote Das Meninas
Não vem mais aboiar Luíz Gonzaga
Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo, Mandacaru
tengo, lengo, tengo Quando fulora na seca
Ei, gado, oi É o siná que a chuva chega
Bom vaqueiro nordestino No sertão
Morre sem deixar tostão Toda menina que enjôa
O seu nome é esquecido Da boneca
Nas quebradas do sertão É siná que o amor
Nunca mais ouvirão Já chegou no coração...
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo, Meia comprida
tengo, lengo, tengo Não quer mais sapato baixo
Ei, gado, oi Vestido bem cintado
Sacudido numa cova Não quer mais usar jibão...
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Ela só quer
Que inda chora
Só pensa em namorar
Sua dor
Ela só quer
É demais tanta dor
Só pensa em namorar...
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo De manhã cedo já tá pintada
Tengo, lengo, tengo, lengo, Só vive suspirando
tengo, lengo, tengo Sonhando acordada
Ei, gado, oi O pai leva ao dotô
E... Ei... A filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada...
Aquarela Nordestina
Luíz Gonzaga Ela só quer
Só pensa em namorar
No Nordeste imenso, quando o sol calcina a terra, Ela só quer
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra. Só pensa em namorar...
Juriti não suspira, inhambú seu canto encerra.
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra. Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado
Acauã, bem no alto do pau-ferro, canta forte, Lhe diz logo em surdina
Como que reclamando sua falta de sorte. Que o mal é da idade
Asa branca, sedenta, vai chegando na bebida. Que prá tal menina
Não tem água a lagoa, já está ressequida. Não tem um só remédio
Em toda medicina...
E o sol vai queimando o brejo, o sertão, cariri e
agreste. Ela só quer
Ai, ai, meu Deus, tenha pena do Nordeste. Só pensa em namorar
Ela só quer
Ai, ai, ai, ai meu Deus Só pensa em namorar...
Ai, ai, ai, ai meu Deus
Mandacaru
No Nordeste imenso, quando o sol calcina a terra, Quando fulora na seca
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra. É o sinal que a chuva chega
Juriti não suspira, inhambú seu canto encerra. No sertão
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra. Toda menina que enjôa
Da boneca
É sinal que o amor
Acauã, bem no alto do pau-ferro, canta forte, Já chegou no coração...
Como que reclamando sua falta de sorte.
Asa branca, sedenta, vai chegando na bebida.
Não tem água a lagoa, já está ressequida. Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
E o sol vai queimando o brejo, o sertão, cariri e Não quer mais vestir timão...
agreste.
Ai, ai, meu Deus, tenha pena do Nordeste.
Ela só quer
Ai, ai, ai, ai meu Deus Só pensa em namorar
Ai, ai, ai, ai meu Deus Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutor
3. A filha adoentada "Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Não come, num estuda Guarda contigo meu coração
Num dorme, num quer nada...
"Intonce" eu disse, adeus Rosinha
Porque ela só quer, hum! Guarda contigo meu coração
Porque ela só quer
Só pensa em namorar... Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Mas o doutô nem examina Espero a chuva cair de novo
Chamando o pai do lado Pra mim vortar pro meu sertão
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade Espero a chuva cair de novo
E que prá tal menina Pra mim vortar pro meu sertão
Não tem um só remédio
Em toda medicina...
Quando o verde dos teus "óio"
Se "espaiar" na prantação
Porque ela só quer, oh! Eu te asseguro não chore não, viu
Mas porque ela só quer, ai! Que eu vortarei, viu
Mas porque ela só quer Meu coração
Oi, oi, oi!
Ela só quer
Só pensa em namorar Eu te asseguro não chore não, viu
Mas porque ela só quer Que eu vortarei, viu
Só pensa em namorar Meu coração
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Cidadão Sertanejo
Luíz Gonzaga
Um pilão de pau de baraúna
Um plantio verde no girau
Um a rede branca na varanda
Um terreiro e um lindo roseiral
Corredor de cerca bem batida
Levar você do lugarejo
Ao lindo rancho de amor
Deste bom cidadão sertanejo
Bom cidadão
Riso aberto, amigo certo
Alegria sincera
Na primavera
Ou qualquer estação do ano
Este seu mano
De braço abertos lhe espera
Asa Branca
Luíz Gonzaga
Quando "oiei" a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão