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3a
SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Volume2
GEOGRAFIA
Ciências Humanas
CADERNO DO PROFESSOR
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
GEOGRAFIA
ENSINO MÉDIO
3a
SÉRIE
VOLUME 2
Nova edição
2014-2017
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo faz escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Os materiais de apoio à implementação
do Currículo do Estado de São Paulo
são oferecidos a gestores, professores e alunos
da rede estadual de ensino desde 2008, quando
foram originalmente editados os Cadernos
do Professor. Desde então, novos materiais
foram publicados, entre os quais os Cadernos
do Aluno, elaborados pela primeira vez
em 2009.
Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do
Professor e do Aluno foram reestruturados para
atender às sugestões e demandas dos professo-
res da rede estadual de ensino paulista, de modo
a ampliar as conexões entre as orientações ofe-
recidas aos docentes e o conjunto de atividades
propostas aos estudantes. Agora organizados
em dois volumes semestrais para cada série/
ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e
série do Ensino Médio, esses materiais foram re-
vistos de modo a ampliar a autonomia docente
no planejamento do trabalho com os conteúdos
e habilidades propostos no Currículo Oficial
de São Paulo e contribuir ainda mais com as
ações em sala de aula, oferecendo novas orien-
tações para o desenvolvimento das Situações de
Aprendizagem.
Para tanto, as diversas equipes curricula-
res da Coordenadoria de Gestão da Educação
Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo reorganizaram os Cader-
nos do Professor, tendo em vista as seguintes
finalidades:
incorporar todas as atividades presentes
nos Cadernos do Aluno, considerando
também os textos e imagens, sempre que
possível na mesma ordem;
orientar possibilidades de extrapolação
dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do
Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-
vidades;
apresentar as respostas ou expectativas
de aprendizagem para cada atividade pre-
sente nos Cadernos do Aluno – gabarito
que, nas demais edições, esteve disponível
somente na internet.
Esse processo de compatibilização buscou
respeitar as características e especificidades de
cada disciplina, a fim de preservar a identidade
de cada área do saber e o movimento metodo-
lógico proposto. Assim, além de reproduzir as
atividades conforme aparecem nos Cadernos
do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-
crever a atividade e apresentar orientações mais
detalhadas para sua aplicação, como também in-
cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do
Professor (uma estratégia editorial para facilitar
a identificação da orientação de cada atividade).
A incorporação das respostas também res-
peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,
elas podem tanto ser apresentadas diretamente
após as atividades reproduzidas nos Cadernos
do Professor quanto ao final dos Cadernos, no
Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-
des, elas aparecem destacadas.
ANOVA EDIÇÃO
Leitura e análise
Lição de casa
Pesquisa em grupo
Pesquisa de
campo
Aprendendo a
aprender
Roteiro de
experimentação
Pesquisa individual
Apreciação
Você aprendeu?
O que penso
sobre arte?
Ação expressiva
!
?
Situated learning
Homework
Learn to learn
Além dessas alterações, os Cadernos do
Professor e do Aluno também foram anali-
sados pelas equipes curriculares da CGEB
com o objetivo de atualizar dados, exemplos,
situações e imagens em todas as disciplinas,
possibilitando que os conteúdos do Currículo
continuem a ser abordados de maneira próxi-
ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades
de aprendizagem colocadas pelo mundo con-
temporâneo.
Para saber mais
Para começo de
conversa
Seções e ícones
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 7
Situações de Aprendizagem 12
Situação de Aprendizagem 1 – O continente africano 12
Situação de Aprendizagem 2 – África e Europa 26
Situação de Aprendizagem 3 – África: sociedade em transformação 40
Situação de Aprendizagem 4 – África e América 53
Situação de Aprendizagem 5 – Os fluxos materiais 60
Situação de Aprendizagem 6 – Fluxos de ideias e informação 75
Situação de Aprendizagem 7 – As cidades globais 85
Situação de Aprendizagem 8 – O terror e a guerra global 93
Situação de Aprendizagem 9 – A globalização do crime 99
Propostas de Situações de Recuperação 107
Recursos para ampliar a perspectiva do
professor e do aluno para a compreensão dos temas 110
Considerações finais 113
Quadro de conteúdos do Ensino Médio 114
7
Geografia – 3a
série – Volume 2
ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME
independências, sem dúvida é suficiente para
nos colocar diante de um grande desafio como
professores de Geografia e educadores.
Cientes das particularidades do conti-
nente apontadas nas primeiras Situações
de Aprendizagem deste volume, sugerimos
percursos de aprendizagem cuja elaboração
pautou-se no esforço de estudar a África de
maneira integrada perante outros conjuntos
de países. Conforme cremos, tornar visível
sua diversidade na sala de aula em associação
com os demais continentes permite mostrar
aos alunos não apenas as relações históricas
que os interligam e que ainda ecoam, mas
também e principalmente os distanciamen-
tos e as aproximações econômicas e culturais
que permeiam esses conjuntos diferenciados.
Vamos trabalhar a África com base na regio-
nalização do continente em critérios físicos e
étnico-culturais de modo a demonstrar aos
alunos como o Saara separa o extremo norte
africano do resto do continente, funcionando
historicamente como uma barreira que, mes-
mo permeável, influenciou profundamente
a configuração das culturas e civilizações
na África.
Extrapolando o contexto do continente
africano, as Situações de Aprendizagem se-
guintes contemplam a geografia das redes
e dos fluxos mundiais. O entendimento des-
se conteúdo pelos alunos é fundamental, se
Prezado(a) professor(a),
Sabemos que a abordagem, em sala de
aula, dos temas relacionados ao continen-
te africano não é algo recente no ensino de
Geografia. Munidos da perspectiva de nossa
disciplina, há muito tempo buscamos oferecer
aos alunos relatos abrangentes sobre variados
conteúdos e temas: a formação das frontei-
ras de seus países e territórios; a herança dos
domínios coloniais europeus que grassaram
no continente e uma visão ordenada sobre as
causas de certas tragédias noticiadas nos jor-
nais, além de uma reflexão sobre a variedade
do meio físico e a diversidade socioeconômica
e cultural que ele abriga. Contudo, nos dias
atuais, existem motivos adicionais para conce-
dermos maior visibilidade para o estudo dos
problemas e impasses africanos.
Se todos aqueles temas despertam a curiosi-
dade e a imaginação dos alunos, refletirmos com
eles sobre a posição do continente africano no
mundo não é menos relevante. Com exceção dos
poucos polos de desenvolvimento estabelecidos
em virtude da exploração mineral (África do
Sul, Líbia, Nigéria e Argélia) e, em menor esca-
la, da industrialização (África do Sul e Egito),
constata-se que o continente africano desponta
como o menos desenvolvido do planeta e, sob
diversos aspectos, segue marginalizado no cená-
rio internacional. Analisar as causas da persis-
tência desse fato, após mais de meio século de
8
estivermos interessados em levá-los a com-
preender as bases essenciais do atual proces-
so de globalização. Esses conceitos-chave que
orientarão nossas propostas de trabalho per-
mitem estruturar um entendimento sobre o
espaço mundial como uma realidade dinâmi-
ca e diversificada, na qual se entrelaçam fluxos
materiais (como o comércio internacional de
mercadorias ou de drogas ilícitas) e imateriais
(como os financeiros e de bens culturais). É
importante não perder de vista que o desen-
volvimento de conteúdos e temas deste Ca-
derno busca colocá-lo diante de escolhas de
maior ou menor aprofundamento, de acordo
com o seu contexto educacional.
Mais do que pretender “congelar” cami-
nhos, guardamos a expectativa de colaborar
para o trabalho no dia a dia nas salas de aula,
contando com suas experiências e conhecimen-
tos acumulados na própria prática de ensino.
Bom trabalho!
Conhecimentos priorizados
Na Situação de Aprendizagem 1 – O con-
tinente africano, a partir da localização do
continente no globo terrestre, enfocam-se, de
maneira preliminar, alguns temas que serão
aprofundados nesta e nas demais Situações
de Aprendizagem. Propõe-se, inicialmente,
um roteiro de leitura, interpretação e compa-
ração dos mapas de clima, vegetação, relevo
e hidrografia do continente africano, como
estratégia didática para sintetizar as correla-
ções-chave sobre particularidades físicas que
o caracterizam. Na sequência, resgatando-se
a presença árabe na região, discutem-se dife-
rentes formas de regionalização do continen-
te africano, iniciando-se pela construção de
uma divisão regional pautada em estereóti-
pos para, em um segundo momento, anali-
sar o critério étnico-cultural. Nesse percurso,
são desenvolvidos conteúdos e conceitos es-
senciais sobre as diferenciações entre a Áfri-
ca do Norte e a Subsaariana.
Na Situação de Aprendizagem 2 – África e
Europa, caracterizam-se os processos de co-
lonização e descolonização do continente
africano, como também o atual concerto das
relações multilaterais entre nações africanas e
entre estas e o mundo. Na continuidade, enfo-
ca-se a questão migratória África-Europa e o
conjunto de condições estratégicas, socioeco-
nômicas e políticas responsáveis pela intensifi-
cação desse fluxo.
Na Situação de Aprendizagem 3 – África:
sociedade em transformação, a partir da aná-
lise do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) nos diferentes países africanos – e da
compreensão de seus indicadores, idealiza-
dos pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) –, encaminha-se
a interpretação da situação socioeconômica
africana na atualidade. Considera-se, tam-
bém, a aprendizagem das condições de distri-
buição populacional e urbana no continente.
Os dados anteriormente estudados compõem
o cenário-base para a compreensão do atual
quadro da economia africana.
9
Geografia – 3a
série – Volume 2
Na Situação de Aprendizagem 4 – Áfri-
ca e América, resgatam-se conteúdos básicos
sobre o tráfico de escravos e a inserção da
África nesse comércio transatlântico. Embora
para além do marco histórico indicado exis-
tam múltiplas possibilidades de abordagem
acerca das relações entre os dois continentes,
a partir dele optamos por estruturar um per-
curso de aprendizagem em torno da questão
do racismo e da luta por direitos de igualdade,
além de propor a exploração do hip-hop como
forma de expressão da cultura jovem.
Na Situação de Aprendizagem 5 – Os flu-
xos materiais, são resgatados e aprofundados
conteúdos e conceitos desenvolvidos na 1a
série
do Ensino Médio, discutindo-se os principais
fluxos da globalização (materiais e imateriais),
cujo meio geográfico é o técnico-científico-in-
formacional. Por meio do estudo do sistema
de transportes e do comércio internacional de
mercadorias são propostas análises de mapas e
textos para que os alunos extraiam informações
sobre a distribuição desses fluxos materiais, indi-
cando a atuação e distribuição dos mesmos.
No que tange à Situação de Aprendizagem
6 – Fluxos de ideias e informação, amplia-se
a abordagem dos fluxos do meio técnico-cien-
tífico-informacional. Por meio do comércio
mundial de bens culturais e da expansão das
redes sociais informacionais, modalidades
representativas dos fluxos imateriais, são pro-
postas estratégias didáticas com o intuito de
levar os alunos a identificar as assimetrias de
poder e suas implicações políticas e culturais,
com base no estudo de casos relativos à ex-
pansão do acesso remoto desencadeado pela
proliferação das lan houses e das redes televisi-
vas mundiais. Para além do conteúdo, objeti-
va-se proporcionar uma oportunidade para o
desenvolvimento de atitudes mais conscientes
por parte dos alunos quanto à obtenção de
informações para o acompanhamento e en-
tendimento das conjunturas nacionais e inter-
nacionais. Ademais, são abordados os fluxos
financeiros e é apresentada uma visualização
gráfica da noção de rede global por meio da
conectividade entre as bolsas de valores.
Na Situação de Aprendizagem 7 – As ci-
dades globais, são retomados conteúdos de-
senvolvidos na 2a
série do Ensino Médio. A
hierarquia da rede de cidades globais é trata-
da por meio das noções de rede e fluxos en-
fatizadas neste Caderno, de forma a levar os
alunos a ler e interpretar um mapa temático
e analisar os critérios que sustentam a classi-
ficação apresentada.
No tocante à Situação de Aprendizagem 8 –
O terror e a guerra global, após sugerir a leitura
e a interpretação de imagens sobre a atuação
de redes terroristas, propõe-se um roteiro de
pesquisa, leitura e elaboração de sínteses dis-
sertativas para os alunos com base em textos
disponíveis no material didático adotado e na
internet. O objetivo desse percurso de aprendi-
zagem é o de orientar os alunos a exercitar a
compreensão leitora e a escrita, adquirindo au-
tonomia e autodidatismo na análise de temas
relevantes da conjuntura internacional.
10
Na Situação de Aprendizagem 9 – A globa-
lização do crime, a estratégia didática baseia-se
na elaboração de dossiês temáticos, apresenta-
ção de seminários e análise de mapas temáticos.
Associando tal estratégia a aulas expositivas
dialogadas, propõe-se levar os alunos a cons-
truir e aplicar conceitos sobre as redes de crime
organizado, de modo a identificar suas origens
e seus padrões de atuação, como também as
razões histórico-geográficas e socioeconômicas
que explicam a ampliação da atividade dessas
redes criminosas em escala global.
Competências e habilidades
Na 3a
série do Ensino Médio espera-se
que os alunos consolidem a aprendizagem
das inúmeras habilidades apreendidas e
exercitadas no decorrer da educação bási-
ca e que também aprimorem a forma como
tais procedimentos irão compor, articu-
ladamente, a sua autonomia intelectual.
Devemos considerar a importância desse
aprimoramento, com o objetivo de conso-
lidar o desempenho cognitivo para o pleno
exercício das competências, não apenas em
função das possibilidades de continuida-
de dos estudos, mas acima de tudo no que
se refere à autonomia e ao preparo para
o mundo do trabalho. Dessa forma, pro-
pomos neste Caderno diversas formas de
articulação que levam em consideração as
habilidades a seguir.
Relacionar conceitos para aplicá-los na re-
solução de situações-problema.
Ler e interpretar mapas, tabelas e gráficos,
utilizando-os como elementos quantitativos
e qualitativos para a compreensão de fenô-
menos naturais e sociais.
Discriminar e estabelecer diferenciações
entre objetos, situações e fenômenos com
diferentes níveis de semelhança.
Interpretar o significado histórico-geográ-
fico apresentado em diferentes linguagens,
como fotografias, desenhos, mapas, textos,
descrições etc. de modo a apreender signi-
ficados e intencionalidades para utilizá-los
na solução de problemas.
Analisar, explicar e estabelecer relações
de situações de causa e efeito resultantes
de uma determinada sequência de acon-
tecimentos para proceder à sua análise e
posterior compreensão diante de novas
ocorrências histórico-geográficas.
Identificar uma descrição que correspon-
de a um conceito ou às características
típicas de objetos, da oralidade, de dife-
rentes tipos de texto etc.
Metodologia e estratégias
Apresentamos inúmeras estratégias di-
dáticas, desde aulas expositivas com a
participação dos alunos; propostas de sen-
sibilização para captar pré-requisitos com
mediação do professor; procedimentos para
organização de trabalhos escritos em grupo;
além dos procedimentos que envolvem estu-
dos dirigidos, grupos de investigação, elabo-
ração e exposição de trabalhos de pesquisa
em sala de aula.
11
Geografia – 3a
série – Volume 2
Além disso, propomos também uma varie-
dade de recursos com o intuito de trazer amplas
possibilidades de desenvolvimento de compe-
tências por meio de várias linguagens: leitura
de mapas; videodocumentários; leitura, inter-
pretação e comparação de textos; leitura e esta-
belecimento de relações entre gráficos e mapas;
apresentação e análise de imagens; pesquisa na
internet; quadros conceituais; pesquisa em ma-
teriais didáticos; e trabalho conceitual a partir
da elaboração de dissertações.
Avaliação
Para avaliar o resultado das Situações de
Aprendizagem foram propostas duas estraté-
gias. A primeira delas refere-se à participação
individual dos alunos nas aulas e discussões.
Propomos observar a participação de cada
aluno, destacando um conceito que revele os
objetivos destacados para a Situação de Apren-
dizagem. A segunda refere-se às formas de
avaliação considerando os conteúdos atitudi-
nais e de procedimentos de pesquisa, possibi-
litando avaliar o envolvimento do aluno em
diferentes habilidades.
Nesse sentido, sugerimos a atribuição de
conceitos que considerem os seguintes parâ-
metros para os exercícios individuais:
Avaliação das
Situações de
Aprendizagem
Objetivos atingidos
1. Muito bom
Atingiu plenamente os
objetivos propostos.
2. Bom
Atingiu grande parte
dos objetivos propostos.
3. Regular
Atingiu os objetivos
mínimos essenciais.
4. Insuficiente
Não atingiu os objetivos
mínimos essenciais.
Para a atribuição de conceitos nos exercícios
em grupo, de produção de textos e pesquisa, su-
gerimos dois critérios complementares:
1. Conteúdo
atitudinal
Valorizar a pontualidade
na entrega, organização e
envolvimento dos alunos e
grupos na elaboração dos
materiais solicitados.
2. Conteúdo
procedimental
de pesquisa
Considerar a presença de
elementos metodológicos
próprios de trabalhos
de pesquisa, como capa,
sumário, introdução,
desenvolvimento do texto,
conclusão e bibliografia.
12
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
Para iniciar a aproximação dos alunos com
o tema África, esta Situação de Aprendizagem
enfoca o continente africano a partir de algu-
mas particularidades físicas e populacionais.
Espera-se, dessa forma, criar condições para
o reconhecimento de aspectos relacionados
a diferentes formas de regionalização. Nesse
sentido, abordam-se características da hidro-
grafia e dos desertos, com o intuito de relacio-
nar a divisão natural representada pelo Saara
e pelo Nilo com aspectos históricos e culturais.
Em seguida, são apresentadas outras ca-
racterísticas do continente, que também per-
mitem relacionar as características físicas e
culturais e agrupar ou classificar os países do
continente africano em regiões distintas.
Desenvolvem-se, assim, vários conteúdos
e conceitos importantes para a construção
de uma visão de conjunto sobre o continente
africano.
Conteúdos: localização da África no globo terrestre (limites e fronteiras, posição em relação às linhas ima-
ginárias); clima, vegetação e hidrografia do continente africano; características físicas e culturais gerais
do continente africano; regionalização do continente africano em África do Norte e África Subsaariana.
Competências e habilidades: extrair informações sobre a distribuição espacial do continente africano;
ler, interpretar e correlacionar evidências espaciais em mapas temáticos sobre clima, vegetação e hi-
drografia do continente africano, de modo a inferir a relação entre clima e vegetação; ler, interpretar e
comparar mapas, gráficos e textos com o objetivo de compreender os fatores responsáveis pela subdivi-
são da África em dois grandes conjuntos de países (África do Norte e África Subsaariana).
Sugestão de estratégias: localização astronômica e geográfica de pontos de referência em mapa do con-
tinente africano; aula expositiva dialogada; leitura, interpretação e comparação de mapas.
Sugestão de recursos: mapas e gráficos; atlas e demais materiais didáticos adotados; texto.
Sugestão de avaliação: participação nas discussões; resolução de atividades.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
O CONTINENTE AFRICANO
Etapa prévia – Sondagem inicial e
sensibilização
Para iniciar esta Situação de Aprendiza-
gem, estimule a livre troca de ideias sobre o
que os alunos conhecem a respeito do conti-
nente africano: onde ele se localiza, quais são
suas regiões, influências culturais e possíveis
características (biomas, climas, principais ba-
cias hidrográficas, entre outros). Esta propos-
ta está disponível no Caderno do Aluno, na
seção Para começo de conversa.
13
Geografia – 3a
série – Volume 2
Esse procedimento poderá auxiliá-lo a
diagnosticar não só o que os alunos já sabem
a respeito da África, mas também eventuais
estereótipos para, nas respectivas atividades,
discuti-los em sala de aula.
Etapa 1 – Localização do continente
Após o mapeamento das ideias dos alu-
nos a respeito da África, propomos a seguin-
te sequência de atividades, também presentes
no Caderno do Aluno na seção Para começo
de conversa.
1. Observe o mapa mudo da África (reprodu-
zido no Caderno do Aluno).
a) Com o auxílio de um atlas escolar, preen-
cha, no mapa mudo, o número que corres-
ponde à localização dos seguintes itens:
citados em um mapa da África do que em um planisfério. Para
indicar os itens solicitados no mapa mudo, eles podem observar
algunspontosdereferência,porexemplo,localizaçãodepaíses,
ilhas, orientação etc. É possível que não encontrem no mapa da
África alguns itens solicitados, como a Península do Sinai. Nesse
caso, oriente os alunos que busquem informações também em
mapas de outras regiões, como a do Oriente Médio.
Após o preenchimento do mapa, sugerimos
que outros aspectos sejam observados e discuti-
dos, como os propostos nas atividades a seguir.
b) Em qual(is) hemisfério(s) se encontra a
África?
A partir da localização visual do Meridiano de Greenwich, do
Equador e dos Trópicos de Câncer e Capricórnio, os alunos
perceberão que a África é o único continente a possuir terras
nos quatro hemisférios. Ela é cortada pelo Equador, apresen-
tando territórios nos Hemisférios Norte e Sul, assim como
pelo Meridiano de Greenwich, possuindo terras nos Hemis-
férios Ocidental e Oriental.
2. Com base no esquema da Figura 1, indi-
que no mapa mudo as zonas térmicas nas
quais se encontra a África.
Neste momento, os alunos já identificaram os principais para-
lelos no mapa. Assim, possuem as referências necessárias para
indicarem a Zona Temperada Norte ao Norte do Trópico de
Câncer, a Zona Tropical, entre o Trópico de Câncer e o Trópico
de Capricórnio, e a Zona Temperada Sul ao Sul do Trópico de
Capricórnio.Apartirdaslinhasimagináriasecomoapoiodeum
esquema das zonas térmicas da Terra (Figura 1), os alunos pode-
rão identificá-las. Com este trabalho, eles chegarão à conclusão
de que a maior parte do continente africano encontra-se na
Zona Tropical, pois está ao sul do Trópico de Câncer e ao norte
do Trópico de Capricórnio. O extremo norte situa-se na Zona
Temperada Norte, e o extremo sul, na Zona Temperada Sul.
1. Meridiano de Greenwich
2. Equador
3. Trópicos de Câncer e de Capricórnio
4. Mar Mediterrâneo ao norte
5. Estreito de Gibraltar a noroeste
6. Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melila
7. Mar Vermelho a nordeste
8. Península do Sinai
9. Canal de Suez
10. Oceano Atlântico a oeste
11. Oceano Índico a leste
É essencial o uso do atlas escolar para a realização desta ativida-
de. Os alunos terão mais facilidade em encontrar os itens soli-
14
Zonas térmicas da Terra
T
T
P
P
T
Figura 1 – Zonas térmicas da Terra. Elaborado por Angela
Corrêa especialmente para o São Paulo faz escola.
3. Observe a imagem de satélite das porções
norte e central da África (Figura 2). Res-
ponda às questões a seguir, com o auxílio
do mapa político da África, disponível no
final do Caderno do Aluno.
a) Que ponto(s) pode(m) ser considerado(s)
como fronteira entre: África e Ásia, e
África e Europa?
Figura 2 – Norte e centro da África: imagem de satélite.
A fronteira entre a África e a Ásia costuma ser fixada no Istmo
de Suez, o que faz da Península do Sinai território asiático,
que, no entanto, pertence a um país do continente africa-
no, o Egito. O Mar Vermelho é a fronteira marítima entre
©ClaudioRipinskas/R2Criações
©Nasa’sEarthObservatory
os dois continentes. Já o Mar Mediterrâneo é a principal
fronteira entre a África e a Europa, sendo que o estreito
de Gibraltar estabelece a menor proximidade entre esses
dois continentes.
b) Quais são os países que fazem fronteira
entre a África e a Ásia? A que país per-
tence a região de fronteira terrestre? Qual
a importância socioeconômica e geoestra-
tégica dessa área para o país em questão?
A Península do Sinai, pertencente ao Egito, faz fronteira ter-
restre com Israel. O Sinai, considerado território asiático, é
área de grande importância econômica (jazidas de petró-
leo) para o Egito, que, finalmente, obteve a sua devolução
em 1979, após a assinatura de um acordo de paz com Israel.
Importantes cidades egípcias localizam-se na região do
Sinai, como Ismaília, Suez e Port Said, e, para alguns geógra-
fos, a fronteira israelo-egípcia deveria ser considerada como
o limite entre a Ásia e a África. O Canal de Suez, construído
na segunda metade do século XIX e inaugurado em 1869, tor-
nou-se de grande importância geoestratégica ao permitir o
encurtamento do trajeto marítimo entre a Ásia e a Europa.
O Canal de Suez esteve sob domínio inglês até 1956, quando
foi nacionalizado pelo presidente egípcio Gamal Abdel Nasser.
Etapa 2 – África: clima, vegetação,
relevo e hidrografia
Leitura e análise de mapa
Inicie esta etapa solicitando aos alunos
a leitura, interpretação e comparação entre
os mapas das Figuras 3, 4 e 5.
Com o auxílio das Figuras 3 e 4, orien-
te os alunos a perceber a forte correlação
entre os tipos climáticos e a distribuição da
15
Geografia – 3a
série – Volume 2
cobertura vegetal no continente africano.
Para auxiliar o trabalho, propomos algumas
questões, também presentes no Caderno do
Aluno, na seção Leitura e análise de mapa.
Professor, sugerimos que você chame a
atenção dos alunos sobre o não traçado
da fronteira do Sudão do Sul neste mapa e
em alguns mapas físicos, políticos e temá-
ticos contidos neste Caderno. Isso ocorre
em função de que estes foram elaborados e/
ou contém dados anteriores à proclamação
do Sudão do Sul enquanto estado indepen-
dente, em 9 de julho de 2011.
Figura 3 – África: zonas climáticas. Unep. Africa: atlas of our changing environment, 2008. p. 8. Disponível em: <http://www.unep.
org/dewa/africa/AfricaAtlas/>. Acesso em: 27 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do
território não estão representadas).
África: zonas climáticas
16
Figura 4 – África: biomas. Unep. Africa: atlas of our changing environment, 2008. p. 10. Disponível em: <http://www.unep.org/
dewa/africa/AfricaAtlas/>. Acesso em: 27 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do
território não estão representadas).
África: biomas
17
Geografia – 3a
série – Volume 2
Figura 5 – África: físico com hidrografia. UNEP. Africa: atlas of our changing environment, 2008. p. 2. Disponível em: <http://
www.unep.org/dewa/africa/AfricaAtlas/>. Acesso em: 27 nov. 2013. Base cartográfica com generalização; algumas feições do
território não estão representadas. Adaptado.
África: físico com hidrografia
TrópicodeCapricórnio
TrópicodeCâncer
Equador
Lago
Tana
Lago
Turkana
Lago
Kyoga
Lago
Vitória
Lago
Albert
Lago
Edward
Lago
Kivu
Lago
Tanganica
Lago
RukwaLago
Mweu
Lago Malauí
(Niassa)
Lago
Bagweu
Lago
Cahora Basa
Lago
Kariba
Lago Mai-Ndombe
Lago Ntomba
Lago Chade
Lago
Volta
Lago
KossouLago
Buyo
Congo
Uele
NiloBranco
NiloAzul
N
ilo
Níger
Benue
Orange
Senegal
sotlanalPsotlA
daEtiópia
BACIA DO
CONGO
Madagascar
S A A R A
Deserto do
Kalahari (Kgalagadi)
Dra
kensberg
A
t l a s
Zambeze
Delta de
Okavango
DesertodaNamíbia
Fouta
Djalon
A h a g g a r
T i b e s t i
500 m
800 m
1 300 m
2 000 m
0 m
Altitude
0 625 1 250
Quilômetros
N
UNEP/GRID
18
1. Com base nos mapas África: zonas climáti-
cas (Figura 3) e África: biomas (Figura 4),
relacione a sequência de biomas africanos
às principais zonas climáticas apresentadas
na listagem a seguir.
mático é caracterizado por uma variação sazonal de chuvas no
verão e seca no inverno, o que está relacionado à existência das
savanas. Nos trópicos situados ao norte e ao sul do continen-
te, ocorrem áreas extremamente secas, com destaque para os
Desertos do Saara (ao norte) e do Kalahari (ao sul), onde, em
algumas áreas muito localizadas e pontuais, verifica-se a presen-
ça da vegetação de oásis, resultante do afloramento do lençol
freático. A vegetação do tipo estepe faz parte das formações de
regiões semiáridas, nas margens dos desertos, sendo compos-
ta de herbáceas ressecadas e arbustos muito esparsos. Explique
que essa extensa faixa semiárida na borda do Deserto do Saara
é conhecida como Sahel. O tipo climático mediterrâneo ocor-
re nas extremidades norte e sul do continente africano, onde
aparece vegetação do tipo maquis e garrigues, caracterizada
por pequenos arbustos que se misturam às formações xerófi-
tas, às oliveiras, às videiras e às gramíneas ressecadas. Professor,
você pode ampliar a discussão estabelecendo relações com a
economia dos países mediterrâneos; ao norte do continente
africano destaca-se a produção de óleo de oliva na Tunísia e na
Argélia e, ao sul, destaca-se a produção vinícola.
3. Cite exemplos de rios que atravessam áreas
de clima tropical e equatorial na África.
Rio Nilo: nasce no Lago Vitória (localizado entre Uganda,
Tanzânia e Quênia), desloca-se para o norte e atravessa áreas
tropicais e desérticas até sua foz, no Mar Mediterrâneo, nas
proximidades de Alexandria, no extremo norte do Egito.
Rio Zambeze: nasce em Zâmbia e faz fronteira entre Bot-
suana, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, desaguando no litoral
de Moçambique, no Oceano Índico.
Rio Congo: o segundo maior em volume d’água no mun-
do, atravessa a floresta equatorial africana e deságua no Ocea-
no Atlântico.
Vale destacar também outros aspectos rela-
cionados à hidrografia africana:
Zonas climáticas
1. Mediterrânea
2. Tropical com Estação Seca
3. Equatorial
4. Saheliana
5. Desértica
6. Tropical Úmida
7. Altas altitudes
Biomas
(6) Savana Úmida
(3) Floresta Tropical
(2) Campos Temperados
(7) Montanha
(1) Mediterrâneo
(5) Deserto
(4) Semidesértico
(2) Savana Seca
2. Qual a relação existente entre a distribui-
ção dos biomas e dos tipos climáticos na
África? Justifique sua resposta.
A distribuição das precipitações na África apresenta uma varia-
ção de máxima para mínima no sentido centro-norte e cen-
tro-sul. Na faixa equatorial, encontramos a vegetação da floresta
equatorial (pluvial e tropical) em virtude das chuvas intensas e
das elevadas temperaturas. Na região dos trópicos, o tipo cli-
19
Geografia – 3a
série – Volume 2
a existência dos rios, dos desertos, da vegeta-
çãoeaproximidadecomoMarMediterrâneo
são fatores fundamentais para compreender
a distribuição da população pelo continente
como também das atividades econômicas e
da organização social da população;
nas áreas mais elevadas do continente
ocorre o clima frio de montanha;
o Rio Nilo destaca-se por atravessar áreas
desérticas em grande parte de seu curso. É
interessante informar a importância regional
do Vale do Rio Nilo ao longo da história;
o Rio Nilo, em contraste com o Saara, tor-
na os solos agricultáveis em suas margens,
além de fornecer água para irrigação das
áreas adjacentes ao vale do rio. É impor-
tante também informar que, nas margens
desse rio, ocorrem muitas das principais
aglomerações humanas como Cairo e Ale-
xandria, no Egito; e Cartum e Omdurman,
no Sudão, costa oriental da África.
Etapa 3 – A regionalização da África
Uma vez despertada a atenção dos alunos
para o conhecimento acerca da localização do
continente africano e seus desdobramentos geo-
gráficos, sugerimos que analisem as diferentes
formas de regionalização adotadas para esse
continente. Inicie essa etapa solicitando aos
alunos que localizem o Deserto do Saara na
imagem de satélite da África (Figura 6).
Discorra sobre a importância desse enorme
deserto na configuração natural, cultural e po-
lítica do continente africano. Informe-lhes que
o Saara separa o extremo norte africano do
resto do continente e, historicamente, funcio-
nou como uma barreira que, embora transpos-
ta por fluxos comerciais intensos, influenciou
profundamente a configuração das culturas e
civilizações na África. O Rio Nilo foi o primei-
ro e principal eixo comercial através do deserto,
permitindo a aproximação entre os povos que
habitavam as porções norte e sul do Saara.
Informe-lhes que, nos séculos VII e VIII, po-
vos árabes conquistaram todo o norte africano,
antes de invadirem a Península Ibérica. O domí-
nio árabe no norte da África levou à difusão do
islamismo e da língua árabe entre os povos da
porção setentrional do continente. Nesse perío-
do, o Saara também passou a ser atravessado
por rotas de caravanas árabes, que comerciali-
zavam inúmeros produtos e escravos dos reinos
ao sul do deserto. Essas relações comerciais fo-
ram responsáveis pela expansão do islamismo
também para os povos que habitavam a porção
sul do Saara. Isso explica a grande presença de
adeptos do islamismo nessa parte do continente.
Foram também essas relações – em especial
o comércio de escravos – que levaram os árabes
a tratar o sul do Saara como “terra de negros”.
Dessa forma, a influência árabe e, posteriormen-
te, a europeia, ratificaram a regionalização que
distinguia uma “África Branca” de uma “Áfri-
ca Negra”. Essa designação das porções norte e
sul do continente pela cor da pele, além de não
esclarecer em nada as características culturais
próprias de cada região, representaram o mode-
lo racista e preconceituoso que fundamentou a
colonização do continente no século XIX. É im-
portante destacar, portanto, que essa distinção
20
não existe e que os termos “África Branca” e
“África Negra” caíram em desuso.
Comofimdacolonização,essaregionalização
ratificada pelo imperialismo foi profundamente
criticada, tendo em vista o aprofundamento nos
estudos acerca da heterogeneidade das culturas
africanas. Na atualidade, os organismos interna-
cionais consolidaram a regionalização em África
do Norte e África Subsaariana.
África do Norte
Leitura e análise de imagem e mapa
Para consolidar o entendimento acerca
desta porção do continente africano, sugeri-
mos três questões que associam a leitura da
imagem de satélite (Figura 6) e dos três mapas
das Figuras 3, 4 e 5.
Figura 6 – África: imagem de satélite.
©Copyright1995,WorldsatInternationalandJ.Knighton/SPL/Latinstock
1. Observe atentamente a imagem de satélite
da África e localize o Deserto do Saara.
Com o auxílio do mapa político da África,
disponível no final do Caderno do Aluno,
e também dos mapas das Figuras 3, 4 e 5,
responda às questões a seguir.
a) Por que o Saara pode ser considerado o
marco divisório entre duas regiões afri-
canas? Identifique quais são essas duas
regiões.
O Saara, maior deserto quente do mundo, estende-se na por-
ção norte da África e é considerado um marco divisório, ao
separar o Norte da África, composto de países em que predo-
minam povos árabes, semitas e camito-semíticos, da porção
Centro-Sul do continente denominada África Subsaariana, na
qual a diversidade de etnias é grande.
b) OSaaraéconsideradoomaiordesertocon-
tínuo do mundo. Estabeleça relações entre
suas características físicas e a densidade de-
mográfica da região de sua abrangência.
O Saara localiza-se ao norte do continente africano e se es-
tende do Oceano Atlântico até o Mar Vermelho, abrangendo
vários países. Em virtude de suas grandes extensões arenosas
e baixíssima umidade, apresenta fraca densidade demográfi-
ca e possibilita poucas atividades econômicas, a maior parte
das quais praticadas por povos nômades.
2. Utilizando o mapa político da África dis-
ponível no final do Caderno do Aluno,
identifique os países listados a seguir.
Marrocos
Líbia
Tunísia
Egito
Argélia
Saara Ocidental
(sob o domínio
do Marrocos)
21
Geografia – 3a
série – Volume 2
a) Preencha o nome dos países no mapa
mudo da África (presente no Caderno
do Aluno).
Conforme será verificado pelos alunos, todos esses países lo-
calizam-se na África do Norte.
b) Apresente e explique um elemento cul-
tural de união entre esses países.
As populações desses países têm uma unidade cultural dada
pela religião islâmica, trazida pelos árabes da Península
Arábica, a partir do século VII.
3. Observe novamente a imagem de satélite da
África (Figura 6) e o mapa África: zonas cli-
máticas (Figura 3) e, com o auxílio do mapa
político da África, identifique os países que
formam a Zona Saheliana, situada ao sul
do Deserto do Saara. Além disso, responda:
Por que essa região recebe esse nome?
De acordo com o mapa da Figura 3, a Zona Saheliana é
definida como a zona semiárida e atravessa países que
se localizam na borda meridional e oriental do deserto
do Saara: Senegal, Mauritânia, Mali, Níger, Burkina Faso,
Chade, Sudão, Eritreia, Etiópia, Somália e Quênia. O nome
Sahel deriva de uma palavra árabe que significa borda, e
é usado para identificar essa região situada na “borda” do
Deserto do Saara.
Magreb e Grande Magreb
Explique, inicialmente, o significado da
expressão Magreb, salientando que, em ára-
be, a palavra designa “onde o Sol se põe”,
pois, localizada a oeste, encontra-se em opo-
sição ao “machrek”, que significa “o nas-
cente”, porção representada pela Península
Arábica. Explique que o Magreb correspon-
de à porção ocidental do norte da África,
onde se localizam o Marrocos, a Argélia e
a Tunísia, países que foram integrados ao
império colonial francês no século XIX – e
que, anteriormente, faziam parte do Impé-
rio Turco-Otomano. No entanto, notifique a
existência do Grande Magreb, região que se
estende da Mauritânia à Líbia.
Leitura e análise de mapa
Essa região é a que está mais próxima da
Europa e, por esta razão, mantém importantes
fluxos comerciais e de imigrantes com a União
Europeia. Sugerimos que apresente aos alunos o
mapa Espaços regionais africanos com vocação
econômica, setembro de 2010 (Figura 7) para que
eles visualizem as regiões africanas, formadas a
partir de critérios econômicos, de modo que, em
seguida, possam responder às questões, que tam-
bém constam no Caderno do Aluno.
1. Em qual porção do continente africano se
localiza a UMA – União do Magreb Árabe?
A UMA está localizada na porção setentrional do continente
africano e é composta por Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e
Mauritânia e também pelo Saara Ocidental.
2. Com o professor, indique:
a) Os países que compõem a África do
Norte, além daqueles que formam a
UMA – União do Magreb Árabe.
A África do Norte, ou Setentrional, possui, além dos países
que formam a UMA, o Egito.
22
Figura 7 – Espaços regionais africanos com vocação econômica, setembro de 2010. ATELIER de Cartographie de Sciences Po.
Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas; mantida a grafia).
Fontes: www.maghrebarabe.org, www.ecowas.int, www.cen-sad.org, www.uemoa.int,
www.ceeac-eccas.org, www.sadc.int, www.eac.int, www.coi-ioc.org, www.comesa.int, www.gcc-sg.org
UMA União do Magreb Árabe
CEDEAO Comunidade Econômica
dos Estados da África Ocidental
CEN-SAD Comunidade
dos Estados Sahelo-Saarianos
UEMOA União Econômica
e Monetária do Oeste Africano
CEMAC Comunidade Econômica e Monetária
da África Central
CEEAC Comunidade Econômica
dos Estados da África Central
SACU União Aduaneira da África Austral
SADC Comunidade para o Desenvolvimento
da África Austral
p
IGAD Autoridade Intergovernamental
para o Desenvolvimento
EAC Comunidade
da África Oriental
COI Comissão
do Oceano Índico
COMESA Mercado Comum da África
Oriental e Austral
África
do Sul
aBotsuanaa
Tanzânia
biqueebiqMoçambiqMMMMoç
ZâmbiabZâZ aiaibia lauíMalalMaMM lM
R.
B.BBBB
.BBB.B...T.TT.TT
eimbábueebubábmb eimZimZim
Naamíbia
AngolagolaAngA
Argélia
MMMarrocosscoaM
LíbiabiaLíbL abíbL
siasunísiaTu snínTu
MauritâniaantâituraMaM
SeSSenegagnee alaS alSenegal
GuinééninuGGGG
aSerra LeoaoeL aoaLeoa
Libériariai
MaliiaMaM NígerregNíN
ChadehadeCh ededhaChC
RepúblicablicRepúb acblbúbúpRReRRRRe a
entro-Africanaricao-Af ientro aacriAfAorotnCeeCe aae nana
marõesCCCa õem rõeCam ssC
NigériaaiaérégigNN
GabãoGG ãoGabãoG ooo
Equaaq atq tq at.G. E tEq
São Tomééé
e Príncipe
Cabo Verde
Comoressoreor
SeichelessleelcheicSS
Ilhas MauríciocioícuríMMhasIlhI
soBurkina FassFaFaninrkBuB asososBu sooaso
osta doodtasoCCCCC oCosta do
MarfimmfimfiaMMMMMM aGanaG anGG aGana
ooooo
Saaraara
Ocideental
EgitotogitE togiE
SudãoãoudãSu oãdãuSS
EtiópiapipióEt
réiaréEritréitEEE rétrEE
DjibutiDj bDjDjDjDj
omáliaomSomoS
QuêniaaniauênQuQ aiênuQuQ a
aagagUgandadaandgaUgUgUU agUg aggUg
Q
Repúblicabli aRepúbRe iblipúpRR
Democáticaicmo áticD moD tiáD
do Congoongoo Condo gCdd
MadagascararcaMaM ddagascascgada
Trópico de Câncer
Trópico do Capricórnio
Equador
Atelier de cartographie de Sciences Po, 2012
Espaços regionais africanos
com vocação econômica,
setembro de 2010
b) Os blocos econômicos localizados ao sul
do Saara e os países que os compõem.
Observando o mapa Espaços regionais africanos com vo-
cação econômica, setembro de 2010 (Figura 7), percebe-se
que foram formados diversos blocos econômicos. Dentre
eles podemos citar: UEMOA (União Econômica e Monetária
do Oeste Africano), composto por Mali, Níger, Burkina
Faso, Costa do Marfim, Senegal, Benin, Togo e Guiné-
-Bissau; SACU (União Aduaneira da África Austral), formado
por África do Sul, Botsuana, Namíbia, Lesoto e Suazilândia;
EAC (Comunidade da África Oriental), formado por Ruanda,
Burundi, Tanzânia, Uganda e Quênia.
O Saara e o Vale do Nilo
É interessante informar, considerando o
meio físico e sua ocupação pelo ser humano, que
a África do Norte ou Setentrional possui, além
do Grande Magreb, outras duas áreas mais ou
menos distintas: o Vale do Rio Nilo e o Saara.
Em relação ao Vale do Nilo, propomos, em
primeiro lugar, que você saliente a importância
desse rio para vários países africanos, e não ape-
nas para o Egito. Com o apoio do mapa Áfri-
ca: físico com hidrografia (Figura 5), peça aos
alunos que observem o percurso completo desse
rio, da nascente no Lago Vitória à foz em delta
23
Geografia – 3a
série – Volume 2
no Mar Mediterrâneo. Lembre os alunos de sua
importância na Antiguidade, quando floresceu
a civilização egípcia, e ressalte o fato de ser o
único a atravessar o Deserto do Saara no senti-
do sul-norte. Vale também ressaltar que o Nilo
poderá ser comparado ao Rio São Francisco, no
Brasil. É sempre interessante fazer essa compa-
ração considerando diversos aspectos. Assim,
você poderá utilizá-la nos processos de avaliação
da aprendizagem.
No Caderno do Aluno, na seção Desafio!,
propõe-se aos alunos tecerem a comparação
entre esses dois rios, a partir do enunciado:
Compare a hidrografia brasileira à africana
e identifique um rio africano com características
similares às do Rio São Francisco, no Brasil.
Quais são as semelhanças e diferenças entre eles?
Ambos têm traçado sul-norte; o Nilo nasce em área tropical
úmida e corre para o deserto, enquanto o São Francisco tam-
bém tem sua nascente em área tropical e corre para a região
do sertão nordestino. São utilizados para transporte, irrigação e
geração de energia. Uma das diferenças entre eles encontra-se
no tipo de foz, pois, enquanto o Nilo, nas proximidades de Ale-
xandria, tem a sua foz em forma de delta, o São Francisco, na di-
visaentreSergipeeAlagoas,temasuafozemformadeestuário.
Em continuidade, notifique que o Rio Nilo
nasce na região central da África, no Lago Vi-
tória, e corre na região central e nordeste do
continente, atravessando Uganda, Sudão e Egi-
to, desembocando em delta no Mar Mediterrâ-
neo. A represa de Assuan, no Rio Nilo, situada
a 950 quilômetros do Cairo, fornece energia
elétrica para todo o Egito e controla o volume
da vazão de água nas cheias.
Quanto ao Deserto do Saara – localizado no
norte do continente africano, estendendo-se do
Oceano Atlântico até o Mar Vermelho –, é im-
portante analisar com os alunos que os vários
países localizados na porção setentrional afri-
cana apresentam baixa densidade demográfica
pelo fato de essa região ser árida, o que dificulta
a ocupação humana e as atividades econômicas.
Além disso, retomando o mapa físico do conti-
nente (Figura 5), aproveite a ocasião para des-
tacar a notável influência do sistema da Cadeia
do Atlas na aridez do Deserto do Saara que, em
razão de suas elevadas altitudes e orientação
transversal, impede a passagem dos ventos que
chegamdonortecarregadosdaumidadedomar.
Explique que a designação de “sistema”relacio-
na-secomofatodeessacadeia,formadanoNeo-
geno, compreender três cadeias no Marrocos
(Alto Atlas, Médio Atlas e Antiatlas) e duas na
Argélia (Atlas Telianos e Atlas Saariano).
De modo complementar, localize também
os desertos do Kalahari e da Namíbia, ao sul
do continente. Ressalte que a formação desses
desertos, diferentemente do Saara, associa-se à
presença da corrente fria de Benguela. O anti-
ciclone do Atlântico Sul é um centro emissor de
massa de ar quente e úmida. No entanto, quan-
do essa massa entra em contato com a corrente
fria citada, perde suas características originais,
transformando-se em uma massa fria e seca.
África Subsaariana
Considerando a divisão imposta pelo Deser-
to do Saara, retome o mapa político do conti-
nente africano, no final do Caderno do Aluno,
24
e apresente aos alunos o conjunto de países que
formam a África Subsaariana.
Destaque inicialmente o conjunto de paí-
ses que abrange o Sahel, extensão de terras
localizada na “borda do deserto” e que, histo-
ricamente, foi habitada por pastores nômades
que, na atualidade e por influência do processo
de colonização, em parte se sedentarizaram.
Ressalte que, aliado ao pastoreio, a partir de
investimentos de inúmeros organismos inter-
nacionais associados a empreendimentos pri-
vados, essa região tem apresentado melhor uso
do solo e resultados agrícolas satisfatórios na
produção de grãos, principalmente milheto,
sorgo e arroz.
Em seu conjunto, a África Subsaariana
integra-se à economia global principalmen-
te como fornecedora de produtos primários,
agrícolas e minerais. Ainda que mais da me-
tade de sua população economicamente ativa
esteja ocupada no setor primário da econo-
mia, a produção de alimentos é insuficiente, a
segurança alimentar está longe de ser garan-
tida. As regiões com domínio de clima tro-
pical úmido, especialmente as costeiras, vêm
sendo há séculos utilizadas pela agricultura
de exportação. Os países situados na Costa da
Guiné, por exemplo, produzem cerca de 70%
do cacau que abastece o mercado global. A
produção industrial da região, por seu turno,
está fortemente concentrada na África do Sul.
É importante destacar que a região desig-
nada como África Subsaariana está longe de
ser um todo homogêneo. De maneira geral,
sobretudo nos documentos apresentados pe-
los organismos internacionais, como a ONU, o
continente africano é dividido em duas grandes
regiões: África Saariana, ou Norte da África, e
África Subsaariana. Essa forma de apresenta-
ção tende a induzir a uma leitura enviesada do
continente, sobretudo da África Subsaariana.
Esta região é bastante complexa, do ponto de
vista da cultura, dos fatores sociais e econômi-
cos de desenvolvimento, entre outros. Veja, por
exemplo, que a Nigéria figura entre os princi-
pais países fornecedores ao Brasil, segundo o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (Balança Comercial Brasi-
leira, jan-jun de 2013, disponível em: <http://
www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1380110216.
pdf>, acesso em: 5 maio 2014); a África do Sul
integra o grupo de cooperação BRICS; parte
do território africano dispõe de redes de in-
fraestrutura, ou seja, está inserido no contexto
de desenvolvimento do meio técnico-científico-
-informacional, ainda que a maior parte dessa
infraestrutura esteja concentrada nos países ex-
portadores de produtos minerais ou agrícolas.
Dessa forma, é preciso desconstruir esse este-
reótipo e ampliar a visão geral a respeito dessas
duas regiões, com a apresentação e discussão
de aspectos demográficos, socioeconômicos,
políticos e culturais, como veremos nas Situa-
ções de Aprendizagem seguintes.
Leitura e análise de mapa
Para finalizar essa Situação de Aprendiza-
gem, sugerimos uma atividade cuja proposta é
identificar os territórios africanos considerados
“úteis” pelos investidores internacionais e pelas
25
Geografia – 3a
série – Volume 2
grandes potências mundiais, por abrigarem im-
portantes recursos energéticos e minerais. Após
analisar o mapa O que as grandes potências
ambicionam (Figura 8), os alunos deverão res-
ponder às questões propostas, disponíveis tam-
bém no Caderno do Aluno.
Figura 8 – O que as grandes potências ambicionam. Cartographie, Philippe Rekacewicz, Paris. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original.
MAURITÂNIA
MALI
BURKINA
FASO
COSTA
DO MARFIM
GANA
TOGO
NĺGER
NIGÉRIA
CAMARÕES
CHADE
SUDÃO
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA
DO CONGO
CONGO
GABÃO
REPÚBLICA
CENTRO - AFRICANA
ETIÓPIA
ERITREIA
DJIBUTI
SOMÁLIA
SOMALILÂNDIA
QUÊNIA
TANZÂNIA
MOÇAMBIQUE
RUANDA
BURUNDI
MALAUÍ
ZIMBÁBUE
MADAGASCAR
ZÂMBIA
BOTSUANA
NAMÍBIA
ANGOLA
UGANDA
ÁFRICA DO SUL
EGITO
LÍBIA
TUNÍSIA
ARGÉLIA
SENEGAL
BENIN
LIBÉRIA
SERRA LEOA
GUINÉ
GUINÉ
EQUATORIAL
GUINÉ-BISSAU
GÂMBIA
MARROCOS
LESOTO
SUAZILÂNDIA
SAARA OCIDENTAL
Oceano
Atlântico
Oceano
ĺndico
Mar
Vermelho
Mar Mediterrâneo
O que as grandes potências ambicionam
0 1 000 km
Mapa original de Philippe Rekacewicz
(2000). Atualizado em 2009 com base em:
« Mineral facilities of Africa and the Middle
East », United States Geological Survey,
2006; USGS Minerals information
[http://minerals.usgs.gov/minerals]; mapas
e atlas do Monde Diplomatique, Philippe
Rekacewicz e Cécile Marin, 2000 até 2006;
Atlas de l’Afrique, editions du Jaguar, 2000;
Google Earth: couverture forestière:
Milennium Ecosystems Assessement, 2005.
Petróleo
Para a produção de petróleo e de gás
Para a produção mineral
Para a exploração florestal
Gás natural
Urânio Carvão
 Floresta tropical
Principais recursos minerais
Principais recursos energéticos
Os territórios « úteis » da África
(foco principal dos Investimentos
Diretos Estrangeiros - IDE)
Níquel
Manganês
Chumbo
Zinco
Estanho
Cobalto
Cobre
Ferro
Ouro
Prata
Diamante
Cromo  e Cromita
Outras pedras preciosas
Bauxita
Platina
26
1. Procure explicar o título desse mapa.
O título do mapa refere-se ao interesse que determinados
territórios africanos ricos em recursos naturais despertam no
mercado mundial. São esses territórios considerados “úteis”
que recebem a maior parte dos investimentos estrangeiros.
2. Como os territórios africanos considera-
dos “úteis” estão identificados no mapa?
Os territórios nos quais ocorre a produção de petróleo e gás
estão circunscritos pelas linhas azuis; aqueles nos quais ocor-
re a produção mineral, pelas linhas vermelhas; e os territórios
nos quais se pratica a exploração florestal, pela linha verde.
Para consolidar as discussões rea-
lizadas até aqui, no Caderno do
Aluno, na seção Lição de casa,
são propostas as questões a seguir.
1. Considerando as características físicas da
África, qual a importância histórica e atual
do Rio Nilo para a população africana?
Espera-se que os alunos apresentem como justificativa o fato de
o Rio Nilo atravessar mais de 2 mil quilômetros de deserto, pro-
piciando áreas mais úmidas e férteis, fornecendo água e solos
agricultáveis em suas margens. Isso explica a presença de muitas
aglomerações humanas, como ocorre no Cairo e em Alexan-
dria (Egito) e em Cartum e Omdurman (Sudão). Outro fato im-
portante a respeito do Rio Nilo é a barragem de Assuan, situada
a 950 quilômetros do Cairo, que fornece energia elétrica para
todo o Egito e controla o volume da vazão de água nas cheias.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
ÁFRICA E EUROPA
2. Quais fatores naturais influenciaram a
formação dos Desertos da Namíbia e do
Kalahari, localizados no sul da África?
A formação dos desertos da Namíbia e do Kalahari associa-
-se à presença da corrente fria de Benguela. O anticiclone
do Atlântico Sul é um centro emissor de massa de ar quente
e úmida. No entanto, quando essa massa entra em contato
com a corrente fria citada, perde suas características origi-
nais, transformando-se em uma massa fria e seca.
3. Fuvest 2002 – O continente africano é
extremamente diverso. Pesquisadores o
dividem em regiões como a do Magreb,
localizada:
a) ao sul do Saara, formada por países que
foram colônias francesas.
b) no noroeste da África, constituída por paí-
ses onde predomina a religião islâmica.
c) no extremo sul, onde se encontram os
países mais industrializados da África.
d) na África Central, onde as fronteiras
políticas estabeleceram-se antes que nas
demais regiões.
e) no nordeste da África, foco de confli-
tos tribais pela definição de fronteiras.
De maneira introdutória, aborda-se o im-
perialismo europeu e a partilha da África e
como essa colonização marcou a África da
atualidade. As condições de pobreza e de de-
pendência econômica com relação às ex-me-
trópoles são a tônica da maioria das nações
27
Geografia – 3a
série – Volume 2
africanas ainda hoje. Além disso, destacam-se
também as formas contemporâneas de orga-
nização dos países africanos, a partir da fun-
dação da União Africana (UA), em 2002.
Na sequência, aborda-se o tema das migra-
ções tanto dos imigrantes africanos em dire-
ção ao continente europeu quanto os fluxos
intra-africanos, estabelecendo relações entre a
dinâmica dessas imigrações, suas motivações
e relevância.
Por fim, propõe-se a ampliação da abor-
dagem sobre a questão africana por meio da
análise de conflitos étnicos ainda presentes no
continente e que marcam a sua história recente.
Conteúdos: o imperialismo europeu e a partilha da África; a formação das fronteiras e o processo de inde-
pendência; as relações da África com a Europa; o processo de independência dos países do continente e
a formação de organismos multilaterais na África; migrações clandestinas de imigrantes africanos em di-
reção ao continente europeu; número de pessoas refugiadas no mundo; conflitos internos da atualidade.
Competências e habilidades: analisar iconografias acerca do processo neocolonial africano; ler e interpre-
tar mapas e gráficos relativos à colonização e à descolonização africanas; explicar a formação de orga-
nismos multilaterais africanos; ler e interpretar mapas temáticos sobre a distribuição da riqueza mundial
e número de pessoas refugiadas para estabelecer relações a respeito do fluxo migratório África-Europa.
Sugestão de estratégias: leitura e interpretação de imagens, mapas e excerto de texto; pesquisa e elabo-
ração de resumo de textos; aulas expositivas dialogadas.
Sugestão de recursos: imagens (fotos, gráficos e mapas); textos; materiais didáticos disponíveis.
Sugestão de avaliação: participação geral nas discussões; realização e entrega de exercícios solicitados.
Etapa prévia – Sondagem inicial e
sensibilização
Pergunte aos alunos o que eles sabem
sobre a história dos países africanos. Peça
a eles que analisem as Figuras 9, 10 e 11.
Informe que são imagens de um jornal
francês do final do século XIX (Le Petit
Journal) e retratam a colonização e a parti-
lha da África. Discorra sobre a Revolução
Industrial europeia (séculos XVIII e XIX)
e estabeleça relações entre a necessidade
de ampliação de mercados consumidores
e de fornecimento de matérias-primas e as
causas que levaram à colonização da Áfri-
ca e da Ásia.
Para estimular a leitura crítica das figuras,
no Caderno do Aluno, na seção Para começo
de conversa, os alunos têm a seguinte pro-
posta de atividade.
Com base nas imagens a seguir, e em suas
respectivas legendas, converse com seus colegas
e o professor a respeito das diferentes formas
(explícitas ou implícitas) de dominação colo-
nial da África durante o século XIX e parte do
século XX. Ao final, registre suas conclusões.
28
©LeonarddeSelva/FineArt/Corbis/Latinstock©Interfoto/History/Alamy/Glowimages
Figura 9 – Jornal francês Le Petit
Journal, final do século XIX. O co-
lonizador europeu é representado na
imagem com armas de fogo e ban-
deira, como símbolo da supremacia
da metrópole em relação aos nativos.
Figura 10 – Jornal francês Le
Petit Journal, final do século
XIX. A imagem demonstra
a aliança entre colonizador e
lideranças tribais africanas.
29
Geografia – 3a
série – Volume 2
©PrivateCollection/Giraudon/TheBridgemanArtLibrary/Keystone
Figura 11 – Jornal francês Le
Petit Journal, final do século
XIX. A colonização europeia
é reproduzida conforme a vi-
são eurocentrista: soldados
levantam a bandeira francesa,
afirmando o domínio euro-
peu, e, ao fundo, a fumaça
sugere que a colonização não
foi pacífica.
Neste exercício, o destaque da primeira imagem é a presença
da bandeira francesa empunhada por um soldado em algu-
ma aldeia africana, e também da arma de fogo, que poderia
indicar, de certa forma, o uso da força militar. O colonizador
europeu, portanto, é representado na imagem com armas de
fogo e bandeira, símbolo da supremacia da Metrópole em re-
lação aos nativos. A segunda imagem demonstra a aliança en-
tre colonizadores e lideranças locais, que subentende a ideia
de aceitação da colonização europeia pelos povos africanos.
E, na terceira imagem, a colonização é reproduzida pela visão
eurocêntrica: soldados levantam a bandeira representativa do
domínio europeu e, ao fundo, a fumaça sugere, de forma im-
plícita, que a colonização não foi pacífica. Isso demonstra que,
apesar de um início de ocupação aparentemente pacífico,
com trocas comerciais, o que realmente ocorreu na África foi
a dominação europeia e a opressão dos povos locais.
Etapa 1 – O imperialismo europeu
na África
Para iniciar a discussão a respeito do co-
lonialismo africano, explique aos alunos que,
para justificar a colonização, o imperialismo
europeu criou uma ideologia racista, segundo
a qual os brancos eram superiores às demais
raças, cabendo a eles a “missão civilizadora”de
30
resgatar os povos colonizados de sua condição
de barbáriea
. Informe-lhes também que, duran-
te séculos, a África representou para os euro-
peus apenas uma inesgotável fonte de escravos
e, em menor escala, de ouro e de marfim. Os
traficantes e comerciantes, baseados em entre-
postos litorâneos, praticamente sintetizavam a
presença europeia no continente.
Acrescente que, entre novembro de 1884 e
fevereiro de 1885, 13 nações europeias, além
dos Estados Unidos e da Turquia, promove-
ram a Conferência de Berlim, que tinha como
objetivos principais: a) discutir normas para
tráfego e utilização comercial livres dos Rios
Níger e Congo; b) regulamentar a apropria-
ção do continente africano (cf. Hernandezb
).
Com vistas a delimitar a partilha do con-
tinente foram usados paralelos e meridianos
e o traçado dos rios como marcos divisórios
fronteiriços. Além da utilização de recursos
cartográficos na demarcação de fronteiras
artificiais, os europeus estabeleceram divisões
internas em suas colônias, tanto para garan-
tir controle militar quanto para estabelecer
domínio em áreas de mineração. A criação
dessas fronteiras provocou a separação entre
grupos étnicos que viviam pacificamente em
um mesmo território, enquanto grupos étni-
cos adversários foram obrigados a conviver na
mesma terra. Dessa forma, os colonizadores
dificultaram a formação de alianças que pu-
dessem lhes fazer oposição.
Leitura e análise de mapa
Para ampliar a leitura do mapa Colônias
africanas, 1914 (Figura 12) e considerando
o mapa político da África, ambos presentes
no Caderno do Aluno, propomos aos alunos
que preencham a tabela a seguir (Quadro 1)
relacionando alguns territórios atuais às res-
pectivas possessões coloniais.
a
É importante ressaltar a inadequação desse discurso e desses conceitos na atualidade. A crítica a essa posição
é apresentada no volume 2 da 2a
série, a partir do texto Uma abordagem conceitual das noções de raça, racis-
mo, identidade e etnia, de Kabengele Munanga (Disponível em: <https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59>.
Acesso em: 5 maio 2014).
b
HERNANDEZ, Leila L. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. 2. ed. rev. São Paulo: Selo
Negro, 2008.
31
Geografia – 3a
série – Volume 2
Possessões coloniais/País-Metrópole Países atuais
Alemãs/Alemanha Camarões, Togo, Namíbia, Tanzânia.
Belgas/Bélgica RDC.
Britânicas/Inglaterra
Nigéria, Sudão, Uganda, Quênia, Egito, Serra Leoa, Somália, Gâmbia, África do
Sul, Suazilândia, Botsuana, Maurício, Zâmbia, Zimbábue.
Espanholas/Espanha Ilhas Canárias, Guiné Equatorial.
Francesas/França Argélia, Tunísia, Marrocos, Costa do Marfim, Madagascar.
Italianas/Itália Líbia, Somália, Eritreia.
Portuguesas/Portugal Madeira, Ilhas de Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique.
Estados independentes Libéria, Etiópia.
Figura 12 – Colônias africanas, 1914.
ATELIER de Cartographie de Sciences
Po. Disponível em: <http://cartographie.
sciences-po.fr/fr/colonies-et-ind-pendances-
africaines>. Acesso em: 2 jun. 2014.
Tradução: Benjamin Potet. Mapa ori-
ginal. Para o exercício proposto, deve-
-se considerar apenas os territórios
pertencentes ao continente africano
[nota do editor].
britânicas (domínios,
colônias e protetorados)
alemãs
portuguesas
Possessões:
belgas
Estados independentes
italianas
Império Otomano
espanholas
francesas (departamento
argelino, colônias e protetorados)
AteliêdeCartografiadaSciencesPo,2012
Fontes: F. W. Putzger, Historischer Weltatlas, Berlin, Cornelsen, 1995;
J. Sellier, Atlas des peuples d’Afrique, Paris, La Découverte, 2011.
D’après Afrique contemporaine, 235, 2010.
1914
Colônias africanas, 1914
Quadro 1.
32
A definição impositiva das fronteiras foi
acompanhada da obrigatoriedade do uso da
língua e dos costumes do colonizador (edu-
cação, religião e modelo de administração),
em detrimento da cultura e da tradição dos
diversos grupos étnicos africanos, que foram
negligenciadas. Um exemplo disso foi relata-
do no livro Amkoulell, o menino fula do escri-
tor africano Amadou Hampâté Bâ, nascido
em Bandiagara, atual Mali, em 1900. Para
que os alunos explorem um trecho deste li-
vro, que trata sobre a importância da preser-
vação da memória oral, sugerimos a seguinte
atividade, presente no Caderno do Aluno.
Leitura e análise de texto
1. O escritor malinês Amadou Hampâté Bâ
afirma:
fornecer matérias-primas minerais e produtos
agrícolas tropicais – como chá, café, algodão,
entre outros – cultivados em plantations, gran-
des propriedades monocultoras com a produ-
ção voltada para a exportação. Dessa forma,
os investimentos feitos no continente foram
direcionados para melhorar as condições de es-
coamento das riquezas retiradas da África. Um
bom exemplo disso são as ferrovias implantadas
no período colonial, ligando áreas produtoras
interioranas ao litoral, de onde a produção mi-
neral e agrícola seguia para a Europa. A espolia-
ção do continente evoluía rapidamente.
Sugerimos que, durante a exploração desse
tema, peça aos alunos que se reúnam em duplas
e façam a leitura do poema de Rudyard Kipling,
de 1899, que sintetiza a visão imperialista e a
missão civilizadora dos brancos europeus.
2. Leia o trecho do poema O fardo do homem
branco, apresentado a seguir.
Na África, cada ancião que morre é uma
biblioteca que se queima.
HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. Amkoulell, o menino fula.
São Paulo: Casa das Áfricas/Palas Athena, 2003.
Qual a intenção do autor ao fazer essa
afirmação?
Ao apresentar esse exemplo aos alunos, faça-os observar como
o escritor malinês resgata a necessidade de se preservar a história
oral dos países africanos como forma de garantir a preservação
daculturaeosabergenuinamenteafricanos.Nessesentido,com
o auxílio da literatura, é possível fazer com que os jovens perce-
bam a força da oralidade para a perpetuação da história.
Em continuidade, explique que, como fru-
to da expansão colonial, a África passou a
O fardo do homem branco
Tomai o fardo do Homem Branco
Envia o melhor da tua raça
Vão, obriguem seus filhos ao exílio
Para servirem às necessidades dos seus cativos
Para esperar, com pesados arreios,
Com agitadores e selvagens
Seus recém-cativos povos entristecidos,
Metade demônio, metade criança.
[...]
KIPLING, Rudyard. The white man’s burden. Disponível
em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/ln000144.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2013.
Tradução: Eloisa Pires.
33
Geografia – 3a
série – Volume 2
Depois da leitura dos dois textos, sugeri-
mos que você promova um debate em classe
sobre a necessidade de se legitimar a ação im-
perialista sobre povos diferentes dos europeus.
Em seguida, peça aos alunos que escrevam
em uma folha avulsa um texto que contemple
os seguintes aspectos:
as características da ideologia latente nos
versos de Kipling;
o modo pelo qual os versos de Kipling pre-
tendem legitimar o imperialismo europeu;
as críticas a essa postura ideológica, consi-
derando as relações de dominação no pe-
ríodo neocolonial africano;
as críticas às diversas manifestações dessa
postura ideológica na atualidade.
O texto produzido pelos alunos deve indicar suas reflexões
sobre a institucionalização do racismo como forma de justifi-
car a dominação europeia no continente africano. Além dis-
so, é importante que a discussão chegue às formas atuais de
racismo e também como a sociedade reage a essa situação.
Etapa 2 – A descolonização africana
Para discutir o processo de descolonização
da África, utilize o mapa da colonização euro-
peia na África e mostre que Inglaterra e Fran-
ça eram as principais potências imperialistas.
Ressalte que o processo de descolonização
se deu depois da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), quando as grandes potências eu-
ropeias saíram arrasadas economicamente do
conflito, sem condições de manter seus vastos
impérios coloniais. Ao mesmo tempo, a opi-
nião pública cobrava uma postura coerente da
Inglaterra e da França, que tinham combati-
do o totalitarismo nazista alemão e o fascismo
italiano em nome da democracia e da auto-
determinação dos povos, e não davam esse
direito aos povos de suas colônias. O afrouxa-
mento das rédeas metropolitanas fez com que
muitos povos africanos negociassem sua inde-
pendência ou pegassem em armas para conse-
guir a independência. A dominação europeia
na África muitas vezes enfrentou a resistência
dos povos locais, que se insurgiam contra os
dirigentes europeus. Algumas independências
se deram com sangrentas guerras, como a da
Argélia. Os novos países mantiveram sua con-
dição de exportadores de produtos primários
e, embora independentes, continuaram muito
dependentes de suas antigas metrópoles.
Neste momento, estabeleça relações entre
a descolonização e a ideia de união de toda a
África: o pan-africanismo. Informe aos alunos
que com o processo de independência africana,
na segunda metade do século XX, o pan-afri-
canismo se fortaleceu, tendo como um de seus
líderes Kwame N’Krumah, presidente de Gana
(antiga colônia britânica da Costa do Ouro)
na década de 1960. Para ele, o fortalecimento
econômico das nações africanas e a aproxi-
mação entre elas seria o caminho para a plena
independência, uma vez que os colonizadores
europeus, mesmo tendo concedido a indepen-
dência, não abririam mão de indiretamente
manter sua influência econômica, dilapidando
as riquezas do continente.
Em1964,asnaçõesafricanasindependentes,
em reunião no Cairo, criaram a Organização
34
da Unidade Africana (OUA). Buscavam, dessa
forma, ampliar a cooperação entre os Estados
e garantir a segurança entre seus países-mem-
bros. Porém, ao manter os limites territoriais
impostos pelas nações europeias, a OUA con-
solidou a fragmentação da África. Além disso,
boa parte das elites locais ainda representa-
va maiorias étnicas remanescentes da antiga
configuração, o que pode também servir para
explicar a instabilidade das fronteiras e as su-
cessivas guerras étnicas que caracterizaram as
nações africanas – e caracterizam até a atuali-
dade –, principalmente na região subsaariana.
Em 2002, os novos líderes africanos reuni-
ram-se em Durban, na África do Sul, e puseram
fim à OUA, criando a União Africana (UA).
Essa nova organização veio ampliar o leque
de objetivos para a integração do continente.
Em sua carta de abertura, propunha a criação
de um Conselho de Paz e Segurança represen-
tado por alguns países africanos com poderes
para intervir em guerras locais e evitar atos de
extermínio em massa, como os que continuam
a ocorrer em diversos conflitos africanos. Além
disso, a UA também tem como objetivo a pro-
moção do desenvolvimento econômico e social
das nações africanas, por intermédio do com-
bate à fome e da erradicação da pobreza.
Etapa 3 – Os fluxos migratórios
africanos
Aproveite este momento para introduzir um
tema da atualidade sobre a emigração de afri-
canos para a Europa, grande parte deles ilegal.
Leitura e análise de texto
Dirija a atenção dos alunos para a imagem
da Figura 13 e para o texto Imigrantes africanos
clandestinos morrem em barco à deriva. Peça a
eles que, com o auxílio do mapa África político,
tracem no mapa mudo, disponível no Caderno
do Aluno, o itinerário dos migrantes africanos
por terra e por mar.
Imigrantes africanos clandestinos morrem em barco à deriva
Quase meia centena de imigrantes africa-
nos clandestinos morreram de sede, de fome
e de frio, ao largo da costa da África, ten-
tando chegar às Ilhas Canárias (Espanha) a
bordo de uma embarcação que andou à de-
riva no mar.
Segundo fonte das autoridades de seguran-
ça, em Nouakchott (capital da Mauritânia), Figura 13 – Imigrantes africanos clandestinos em direção
à Europa.
©PedroArmestre/AFP/GettyImages
35
Geografia – 3a
série – Volume 2
42 clandestinos, quase todos senegaleses (e também oriundos do Mali, Guiné-Bissau e Gâm-
bia), pereceram nas circunstâncias atrás referidas, na sequência de uma avaria no motor da
embarcação, ao largo da costa do Marrocos.
Após a saída do Senegal e depois de o combustível e de a comida terem acabado, os imi-
grantes começaram a morrer e a ser lançados ao mar pelos sobreviventes. Segundo os imigran-
tes, o capitão do barco morreu.
Centenas de africanos em busca de melhores condições de vida na Europa morrem todos os
anos aventurando-se em precárias embarcações nessa região da África.
Rádio Vaticano. 7 nov. 2007. Disponível em: <http://pt.radiovaticana.va/storico/2007/11/07/
imigrantes_africanos_clandestinos_morrem_em_barco_%C3%A1_deriva/por-165832>. Acesso em: 4 fev. 2014.
Os alunos podem iniciar a atividade localizando no mapa
os países citados no texto. Sugira que pintem os respecti-
vos espaços no mapa mudo presente no Caderno do Aluno.
Eles também podem identificá-los, escrevendo o nome de
cada um nos espaços pintados. Para finalizar, devem tra-
çar o itinerário dos imigrantes africanos dos demais países
até o Senegal e, na sequência, traçar o trajeto que iria do
Senegal até as Ilhas Canárias, destino dos africanos segundo
a notícia.
1. Em sua opinião, a foto é adequada para
ilustrar o conteúdo do texto? Explique.
Espera-se que os alunos percebam que a foto não ilustra
adequadamente o conteúdo da matéria, uma vez que, na
imagem, os imigrantes africanos estão sendo resgatados –
algo que, infelizmente, não aconteceu com os apontados
na notícia. Ainda assim, os alunos precisam perceber que a
embarcação identificada na imagem não permite nenhu-
ma segurança e que as condições do mar e a superlotação
colocam em risco a vida desses imigrantes clandestinos.
2. O que você acha que impele muitos afri-
canos a buscar clandestinamente a Europa
como destino migratório?
Espera-se que os alunos apontem que esses migrantes bus-
cam melhores condições de vida.
Vale organizar e registrar na lousa os resul-
tados dessas discussões.
Leitura e análise de mapa
Na sequência, apresente aos alunos o mapa
da Figura 14, que representa os fluxos migra-
tórios africanos em 2010. É importante que os
alunos distingam os fluxos intra-africanos e os
fluxos extra-africanos de forma a entender a ló-
gica de cada um deles. Analisando o mapa, os
alunos poderão perceber que uma parte impor-
tante dos fluxos africanos tem origem e destino
em países vizinhos, como acontece com 40% das
migrações internacionais. Os elevados custos
das viagens e as barreiras restritivas impostas
pelos países ricos ajudam a entender esse fenô-
meno. De acordo com a ONU, as pessoas de
países muito pobres são as que menos migram,
e o número de africanos que se mudou para Eu-
ropa, por exemplo, é inferior a 1%.
36
Ásia e
Oceania
Américas
Oriente
Médio
Europa
incluindo
a França
ÁÁfricac
do Sulo Sul
çambiqueMMMoçMMoMMMMoMMMMMoMMMoMM
niaTanzânnnnnnnnn
alauíMMaaMMMMMMMMMMM
máliamSomSSoSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Etiópiatiópi
aêniaaQuêQQQ
SudãoddddddSudddddd
Chadehadededdddddddddddd
Nigériaigéigériaéréigééééé
(5)5)(55)(5(5555)55(5555555
1 Burkina Faso
2 Benin
3 Togo
4 Gana
5 Costa do Marfim
6 Uganda
(6)(6)(66)66
)1)(11(1(1
(2)))(3)(3)(3)(3((
(44)4)44)4)(444(4(4
aMaliMaliaaaMalialiMMaMMMaaaaMaMa erNígeNNNNN
AngolaAngolggoggogg
Repúblicaicaacaepúblicbli
DemocráticaDe ticaemocrátemooocoocooocooococrátooooocoooocooooooocooo
do CongoCo nngoo Congo on
25 000
Apenas os valores superiores
a 25 000 estão representados,
ou seja, 88% das migrações intra-africanas.
100 000
500 000
1 000 000
1 309 000
intra-africana (por país)
dioOriente Méddiodddéd
(3 758 000)
Ásia
(248 000)
Europa
( )((7 747 000)
América Latina
e Caribe
(29 000)
América do Norte
(1 681 000)
Oceania
(359 000)
Número de migrantes, 2010
Migrações:
EXTRA-AFRICANAS (13 822 000)INTRA-AFRICANAS
5 506 00015 506 000 7 747 000000
2 628 000
3 58 0003 758 000
1 710 000
607 000607 0
extra-africana (por região)
AteliêdeCartografiadaSciencesPo,2013Fonte: Organização das Nações Unidas. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (2012).
Tendência do Inventario Internacional do Migrante: Migrantes por Destino e Origem (base de dados das Nações Unidas, POP/DB/MIG/Stock/Rev2012), www.un.org/esa/population
Origens e destinos
dos migrantes africanos,
situação em 2010
Figura 14 – Origens e destinos dos migrantes africanos, situação em 2010. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível
em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/origines-et-destinations-des-migrants-africains-situation-en-2010>. Acesso em: 7 abr. 2014.
Tradução: Benjamin Potet. Mapa original.
Sugerimos, no Caderno do Aluno, as ques-
tões a seguir.
1. A maior parte dos migrantes africanos se
desloca no interior do próprio continente.
Procure explicar esse fenômeno.
Os deslocamentos de grandes distâncias, para fora do con-
tinente, envolvem custos que a maior parte dos migrantes
não pode arcar. Além disso, os países ricos impõem diversas
restrições à entrada de imigrantes vindos de países pobres.
37
Geografia – 3a
série – Volume 2
2. Quais são os principais destinos dos mi-
grantes africanos que se deslocam para
fora do continente? Procure explicar esse
fenômeno.
A maior parte dos migrantes que se deslocam para fora do
continente tem como destino a Europa. Esse fenômeno
pode ser associado à colonização, que criou laços culturais
e linguísticos entre os países europeus e suas antigas posses-
sões africanas.
3. De acordo com o mapa, em qual país eu-
ropeu ocorre a maior entrada de imigran-
tes vindos da África? Procure explicar
esse fenômeno.
De acordo com o mapa, a França recebe grande parte dos
imigrantes africanos. Uma parcela desses migrantes origina-
-se de países outrora colonizados pela França.
Etapa 4 – Atividade complementar:
pesquisa em grupo
Estimule os grupos de alunos a
pesquisar sobre os principais
conflitos étnicos contemporâ-
neos no continente africano. Para tanto, você
pode orientar os grupos a selecionar um dos
conflitos apresentados no mapa da Figura 15,
como também promover a escolha livre dos
alunos a partir de uma pesquisa recente acer-
ca desses conflitos.
Conforme se verifica no mapa, há inúme-
ras possibilidades e, para que ocorra maior
contextualização, sugerimos como temas a
seguinte relação de conflitos recentes:
A situação atual da Somália e a pirataria
no Chifre da África.
A reorganização de Angola após décadas
de guerra civil.
O conflito entre hutus e tutsis em Ruanda e
Burundi (já abordado no Caderno do vo-
lume 1).
A instabilidade política na República De-
mocrática do Congo.
Os conflitos étnico-religiosos na Argélia.
Conforme consta na orientação da seção
Pesquisa em grupo do Caderno do Aluno, na
pesquisa é importante que os alunos realizem
as seguintes etapas:
Caracterizem o conflito considerando a
atual situação do(s) país(es).
Estabeleçam relações entre a atual situação
do(s) país(es) envolvido(s) e seu passado
colonial.
Estabeleçam relações entre o conflito se-
lecionado e os fluxos de refugiados que
ocorrem tanto no interior do continente
africano quanto para fora dele.
38
UNMIL
UNAMID
IGASOM
AMISOM
MAES
MUAS
FOMUC
EUPOL
MINUS UNMEE
MONUC
UNOCI
MINURSO
MINURCAT
EUFOR
República
Democrática
do Congo
Argélia
Egito
Sudão
Etiópia
Quênia
Tanzânia
Comores
Zâmbia
Angola
África
do Sul
República
Centro-Africana
Uganda
Burundi
RuandaCongo
Camarões
Chade
Gana
Mali
Guiné
Senegal
Saara
Ocidental
Mauritânia
Costa
do Marfim
Serra
Leoa
Nigéria
Níger Iêmen
Reino Unido
Estados Unidos
da América
Eritreia
Somália
Libéria
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO ÍNDICO
MAR
VERMELHO
Fontes: ACNUR, Refugiados, tendências mundiais em 2007, http://www.unhcr.org/;
ONU - Departamento de Operações de Manutenção da Paz (DPKO), http://un.org/;
Segundo Marie-Françoise Durand, Philippe Copinschi, Benoît Martin, Delphine Placidi, Atlas
da Mundialização, dossiê especial China, Paris, Presses de Sciences Po, 2008.
1 000 km
Escala no Equador
Projeção de Mercator
RobertoGIMENOeAteliêdeCartografiadaSciencesPo,julhode2008
República
Democrática
do Congo
1 317 879
Sudão
1 250 000
Uganda
1 235 992
Somália
1 000 000
Costa
do Marfim
70 905
Chade
17 892
336 000
de 90 000 à 240 000
35 000
50 000
10 000
Zonas onde a autoridade do Estado é contestada
(guerrilha, grupos armados, piratas etc.)
Principais conflitos onde a população
civil sofre diretamente violências
Operações de paz mobilizadas, junho de 2008
Fluxo de refugiados (número de pessoas, final de 2007)
Deslocados internos
(número de pessoas,
final de 2007)
Zonas de insegurança, junho de 2008
Nações Unidas
Nações Unidas
e União Africana
União Europeia
Forças africanas
(União Africana,
IGAD ou CEEAC)
Em curso Concluídas
em 2007
Zimbábue
Guiné Equatorial
Suazilândia
Togo
Tunísia
Gabão
Gâmbia
São Tomé
e Príncipe
Guiné-
Bissau
Lesoto
Líbia
Madagascar
Malauí
Marrocos
Moçambique
Namíbia
Benin
Botsuana
Burkina Faso Djibuti
Figura 15 – Conflitos, operações de paz e refugiados na África. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Tradução:
Benjamin Potet. Mapa original. Estão indicados em azul os nomes oficiais das operações de paz [nota do editor].
Conflitos, operações de paz e refugiados na África
39
Geografia – 3a
série – Volume 2
Conflitos étnicos e passado colonial
Economia fragilizada, instabilidade política e miséria social são alguns dos muitos proble-
mas atuais da África, relacionados direta ou indiretamente com o seu passado colonial. Em
especial, a manutenção de territórios nacionais artificiais, criados conforme os interesses dos
países colonizadores na Conferência de Berlim (1884-85).
Exemplo disso são os graves conflitos étnicos em alguns países africanos, que dificultam a
construção de uma consciência nacional mais homogênea. A maioria dos grupos étnicos, na
África, surgiu antes do colonialismo. Muitos destes eram nações em formação no século XIX.
Mas ao dividir o continente entre si, os colonizadores não respeitaram tal história. Assim,
grupos diferentes passaram a ocupar o mesmo território colonial, depois transformado em
nação. Por outro lado, era comum que os colonizadores promovessem tais divisões, favore-
cendo ora algumas etnias, ora outras, para manter a sua dominação. Era a famosa tática do
“dividir para dominar”. Em alguns casos, os efeitos desta política foram trágicos, pois cria-
ram populações inimigas como os tutsis e hutus, em Ruanda.
Elaborado por Muryatan Santana Barbosa especialmente para o São Paulo faz escola.
1. Com base em seus conhecimentos, identifi-
que e justifique a principal temática abor-
dada no texto.
Espera-se que os alunos identifiquem que o texto coloca em
evidência a artificialidade dos Estados nacionais africanos,
relacionando-os à obra dos colonizadores europeus. Eles po-
dem justificar com base no indicador cronológico do texto
(Conferência de Berlim, 1884-85) e abordar o fato de que as
fronteiras políticas da África impostas pelos colonizadores fo-
ram perpetuadas mesmo após as independências africanas,
ocorridas principalmente nas décadas de 1960 e 1970.
2. De acordo com o texto, qual é a relação en-
tre o passado colonial e os graves conflitos
étnicos atuais que ocorrem em alguns países
africanos?
De acordo com o texto, os conflitos étnicos são resultan-
tes da divisão do continente efetuada pelos colonizado-
res, que não respeitou a história cultural do continente e
agrupou comunidades diferentes em um mesmo território
colonial. Além disso, o colonialismo muitas vezes fomen-
tou as rivalidades, ao favorecer uma etnia em detrimento
de outra.
3. Relacione os aspectos retratados no tex-
to com a “especialização econômica” ve-
rificada na maioria dos países da África
Subsaariana.
Por fim, sugerimos na seção Lição de casa uma atividade que permitirá aos alunos
consolidar os temas estudados nessa etapa.
Leia o texto a seguir e responda às questões.
40
A expectativa é que os alunos resgatem alguns conteúdos
estudados, aplicando-os na resolução da questão. Entre
outros, poderão particularizar as características das expor-
tações da África Subsaariana, ressaltando que o porcentual
de itens manufaturados nas exportações dessa grande re-
gião continua pouco expressivo (na ordem de 25%), além
de ser constituído por um conjunto parco de produtos e
ser produzido por um número restrito de países. Além disso,
poderão considerar que os fluxos de Investimento Direto
Estrangeiro (IDE), longe de contribuir para a diversificação
das economias africanas, são aplicados principalmente na
extração das matérias-primas.
Conteúdos: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) africano; população e urbanização; economia
africana; novas relações entre África e China.
Competências e habilidades: analisar gráficos e tabelas acerca do IDH, a fim de caracterizar as condições atuais
e históricas da sociedade africana; ler e interpretar mapas sobre a distribuição da população e urbanização do
continente africano; analisar gráficos e tabelas acerca da atual situação econômica da África; diagnosticar as
atuais condições socioeconômicas da África, relacionando-as com a questão de saúde no continente.
Sugestão de estratégias: leitura, interpretação e comparação de mapas e gráficos; aula expositiva dia-
logada; leitura, síntese e articulação de informações pesquisadas em textos de diversas procedências
(material didático adotado, jornais, revistas e sites da internet).
Sugestão de recursos: imagens (mapas, gráficos, fotos); material didático adotado e outros disponí-
veis na escola.
Sugestão de avaliação: resolução de questões e interpretação de textos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
ÁFRICA: SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO
Esta Situação de Aprendizagem complementa
o esforço de construir uma visão de conjunto so-
bre o continente africano. A partir da análise do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enfo-
cam-se aspectos demográficos e socioeconômicos.
Para tanto, são propostas estratégias didáticas
para análise e interpretação de textos, mapas, ta-
belas e gráficos a respeito de temas fundamentais
relacionados à África e de sua relação com outros
países do mundo.
Etapa 1 – Análise do IDH africano
Para iniciar essa etapa da Situação de
Aprendizagem, busque retomar o que os alu-
nos sabem sobre IDH e como esse índice é
medido. Comente que o IDH é um índice
idealizado pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da
Organização das Nações Unidas (ONU), para
medir o desenvolvimento humano, consideran-
do dados sobre saúde, educação e renda per
capita. Sua escala varia de 0 a 1, sendo mais
desenvolvido quanto mais próximo de 1 estiver
o país. Segundo critérios do PNUD, os países
são classificados em quatro categorias: muito
elevado, elevado, médio e baixo.
41
Geografia – 3a
série – Volume 2
Leitura e análise de tabela e mapa
Em seguida, apresente a tabela (Quadro 2)
que traz uma série histórica do IDH de alguns
países africanos. Os dados mostram que, apesar
da persistência das condições de vida inaceitá-
veis em parte dos países africanos, durante os
últimos anos alguns deles conseguiram deslo-
camentos e deixaram a condição de IDH baixo
para atingir o médio.
Retome com os alunos que, de certa forma, a
influência dos modelos coloniais também pode
ser responsabilizada pela atual situação desses
países. Informe-os de que o alicerce dos Estados
africanos foi constituído, quase sempre, pelo
aparelho administrativo criado pela coloniza-
ção europeia. No momento das independências,
o poder político e militar transferiu-se das an-
tigas metrópoles para as elites nativas urbanas,
que instalaram regimes autoritários.
Para que os alunos reflitam sobre a atual
conjuntura socioeconômica africana, no Ca-
derno do Aluno, há uma proposta de inter-
pretação e comparação dos dados da série
histórica do IDH de alguns países africanos
com dois mapas que tratam da temática de in-
dependência, a partir da seguinte orientação:
Observe a série histórica do IDH de al-
guns países africanos ao longo das últimas
três décadas e os dois mapas (Figuras 16 e 17)
que tratam dos processos de independência
dos países africanos. Em uma folha avulsa,
elabore um texto para explicar as tendências
observadas, considerando os fatores que in-
fluenciaram essas mudanças.
Se julgar pertinente, solicite aos alunos que
ampliem a análise dos dados da tabela e dos
mapas realizando uma pesquisa mais aprofun-
dada sobre um dos países indicados na tabela.
Série histórica do IDH de alguns países africanos, 1980-2012
País
Classificação
no IDH (2012)
1980 1990 2000 2005 2007 2010 2011 2012
África do Sul Médio 0,57 0,62 0,62 0,60 0,61 0,62 0,63 0,63
Botsuana Médio 0,45 0,59 0,59 0,60 0,62 0,63 0,63 0,63
Burkina Faso Baixo 0,30 0,31 0,33 0,34 0,34
Egito Médio 0,41 0,50 0,59 0,63 0,64 0,66 0,66 0,66
Gana Médio 0,39 0,43 0,46 0,49 0,51 0,54 0,55 0,56
Marrocos Médio 0,37 0,44 0,51 0,56 0,57 0,59 0,59 0,59
Mauritânia Baixo 0,34 0,36 0,42 0,44 0,45 0,46 0,46 0,47
Namíbia Médio 0,57 0,56 0,58 0,59 0,60 0,61 0,61
Níger Baixo 0,18 0,20 0,23 0,27 0,28 0,30 0,30 0,30
Nigéria Baixo 0,43 0,45 0,46 0,47 0,47
Zimbábue Baixo 0,37 0,43 0,38 0,35 0,36 0,37 0,39 0,40
Quadro 2 – Série histórica do IDH de alguns países africanos, 1980-2012. Fonte: PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano, Tabela
02 - Tendência do Índice de Desenvolvimento Humano, 1980-2012. Disponível em: <https://data.undp.org/dataset/Table-2-Human-
Development-Index-trends/efc4-gjvq>. Acesso em: 16 jun. 2014.
42
Fontes:
F. W. Putzger, Historischer Weltatlas, Berlin, Cornelsen, 1995 ;
J. Sellier, Atlas des peuples d’Afrique, Paris, La Découverte, 2011.
D’après Afrique contemporaine, 235, 2010.
Antes de 1922
1951 - 1958
1960
1961 - 1968
1974 - 1980
1990 - 1993
2011
Tanzânia
AteliêdeCartografiadaSciencesPo,2012
Marrocos
Líbia
Tunísia
Egito
Sudão
África
do Sul
Suazilândia
Lesoto
Madagascar
Moçambique
Maurício
Uganda
Quênia
Ruanda
Burundi
Seicheles
Somália
Djibuti
Etiópia
Eritreia
Argélia
Mauritânia Mali Níger
Chade
Nigéria
Camarões
República
Centro-africana
Costa do Marfim Gabão
Gana
Togo
Benin
São Tomé e Príncipe
Guiné Equatorial
Congo
Gâmbia
Guiné-
Bissau
Guiné
Libéria
Serra Leoa
Senegal
Cabo
Verde
Saara
Ocidental*
Zâmbia
Zimbábue
Namíbia
Independências:
Países não colonizados
* Território não autônomo
RDC
Angola
Botsuana
Sudão
do Sul
Malauí
Burkina
Faso
Comores
Figura 16 – Cronologia das independências africanas. Afrique contemporaine, 2010/3 (n. 235), Agence Française de
Développement, De Boeck. Tradução: Renée Zicman. Mapa original.
Cronologia das independências africanas
43
Geografia – 3a
série – Volume 2
Etapa 2 – População e urbanização
O continente africano vive um movimento
urbanizador intenso. Entre 2000 e 2007, a po-
pulação urbana aumentou a uma taxa média de
4,2% ao ano. Em 1970, existiam apenas quatro
cidades com mais de 1 milhão de habitantes na
África; em 2010, já havia 33. Nessa seção, pro-
pomos dois mapas (Figuras 18 e 19) que repre-
sentam diferentes facetas desse processo, que
Figura 17 – Tipologia das independências africanas. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Mapa original (mantida a grafia).
Tipologia das independências africanas
44
está trazendo transformações estruturais ao
conjunto da economia e da sociedade africanas.
Leitura e análise de mapa
No Caderno do Aluno, na seção Leitura e
análise de mapa, são propostas questões que
orientam a leitura dos mapas, conforme segue.
1. Qual aspecto da urbanização africana está
representado no mapa da Figura 18?
O mapa mostra que uma grande porcentagem da população
urbana na África reside em habitações precárias, fato que reflete
a grande incidência de pobreza nas cidades. Em diversos países,
como o Mali, o Niger, o Chade, a Somália e a Etiópia, essa con-
dição atinge 90% da população urbana.
2. Qual aspecto da urbanização africana está
representado no mapa da Figura 19?
A formação de grandes áreas metropolitanas, resultantes de
um padrão urbano essencialmente concentrador. Esse fenô-
meno se verifica, por exemplo, no Golfo da Guiné.
É importante destacar que o continen-
te africano vem passando por um intenso
processo de urbanização, e as áreas com
maior densidade populacional correspondem
também aos países que apresentam taxas mais
elevadas de urbanização (60 a 80%), como
África do Sul, Botsuana, Gabão, Marrocos,
ou taxas de urbanização que estão entre 40 e
60%, como no caso do Egito, Sudão, Gana,
Costa do Marfim, Angola etc. (ver IBGE
– População Urbana, 2010. Disponível em:
<http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/
mapas_mundo/mundo_populacao_urbana.
pdf>. Acesso em: 16 jun. 2014).
NIGÉRIA
EGITO
TANZÂNIA
SUDÃO
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA
DO CONGO
ÁFRICA DO SUL
QUÊNIA
MOÇAMBIQUE
MARROCOS
GANA
ANGOLA
SENEGAL
MALI
ZÂMBIA
UGANDA
CAMARÕES
MADAGASCAR
COSTA DO
MARFIM
Fontes: “Slums of the world: The face of urban
poverty in the new millennium”, ONU-Habitat,
2003 (estimativa de 2001); base de dados
Earthtrends do World Resources Institute
(http://earthtrends.wri.org).
Considerando
apenas as
favelas com
mais de 3
milhões de
pessoas
Parte da população
urbana vivendo
em favelas
45
0
5
10
15
20
25
30
35
40
População
de favelas
Milhões
Mais de 90 %
Menos de 50 %
De 50 a 75 %
De 75 a 90 %
Dados não disponíveis
Figura 18 – Parte da população urbana vivendo em favelas.
Cartographie, Philippe Rekacewicz, Paris. Tradução: Benjamin
Potet. Mapa original.
45
Geografia – 3a
série – Volume 2
Cairo
Argel
Trípole
Casablanca
Rabat
Alexandria
Kinshasa
Luanda
Cartum
Adis
Abeba
Nairóbi
Johanesburgo
Ekurhuleni
Maputo
Antananarivo
Durban
Cidade do Cabo
Dar Es Salaam
Mbuji Mayi
Lubumbashi
Harare
Lusaka
Lagos
Acra
Kumasi
Lomé
Dacar
Bamako
Ouagadougou
Conacri
Monróvia
Campala
Ibadã
Abidjan
Cano
Duala
Iaundê
Ndjamena
Brazaville
Mogadíscio
Abuja
Kaduna
Niamei
Fontes: World Urbanisation Prospect: The 2007 Revision
Database, Divisão de População das Nações Unidas; Mike
Davis, Le Pire des mondes possibles. De l’explosion urbaine
au bidonville global, 2007; Jean-Marie Cour e Serge Snrech
(dir.), « Pour préparer l’avenir de l’Afrique de l’Ouest: une
vision à l’horizon 2020 », Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico, 1998.
Futura conurbação
do golfo da Guiné
(com estimativa de 23
milhões de habitantes
para 2015)
Mar Mediterrâneo
Mar
Vermelho
MAURITÂNIA
MALI
GUINÉ BURKINA
FASO
COSTA DO
MARFIM
GANA
TOGO
NÍGER
NIGÉRIA
CHADE
SUDÃO
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA
DO CONGO
GABÃO
CAMARÕES
CONGO
REPÚBLICA
CENTRO - AFRICANA ETIÓPIA
ERITREIA
DJIBUTI
SOMALILÂNDIA
PUNTLÂNDIA
SOMÁLIAQUÊNIA
TANZÂNIA
RUANDA
BURUNDI
MOÇAMBIQUE
MALAUÍ
ZIMBÁBUE
MADAGASCAR
ZÂMBIA
BOTSUANA
NAMÍBIA
ANGOLA
UGANDA
ÁFRICA
DO SUL
SUAZILÂNDIA
LESOTO
EGITO
LÍBIA
ARGÉLIA
TUNÍSIA
SENEGAL
GÂMBIA
GUINÉ-BISSAU
BENIN
LIBÉRIA
SERRA LEOA
MARROCOS
SAARA
OCIDENTAL
Metropolização do continente
Número de habitantes
Milhões
15
5
3
10
Estimativa
para 20252007
0 1 000 km
Figura 19 – Metropolização do continente. Cartographie, Philippe Rekacewicz, Paris. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original.
46
Figura 20 – Comércio mundial de mercadorias, 2010. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Mapa original.
Etapa 3 – Economia africana
Esta etapa tem por objetivo demonstrar os
fluxos comerciais da África com outras regiões
do mundo – destacando a União Europeia,
a Ásia e a América do Norte como principais
mercados compradores e fornecedores do con-
tinente africano. Em conjunto com as etapas
desenvolvidas, esse percurso tem por objetivo
exemplificar para os alunos como as relações as-
simétricas entre África e Europa não se restrin-
gem ao passado histórico (tráfico de escravos e
colonização), mas também são perpetuadas ain-
da hoje perante a globalização econômica que
reproduz esquemas de dependência.
Leitura e análise de mapa
Para iniciar o trabalho, apresente aos alu-
nos a Figura 20 e solicite que identifiquem e
analisem os fluxos de comércio estabelecidos
pela África.
Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014
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Caderno do professor geografia vol 02 3as séries 2014

  • 2. MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO 3a SÉRIE VOLUME 2 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo
  • 3. Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretária-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri
  • 4. Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo faz escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo
  • 5. Os materiais de apoio à implementação do Currículo do Estado de São Paulo são oferecidos a gestores, professores e alunos da rede estadual de ensino desde 2008, quando foram originalmente editados os Cadernos do Professor. Desde então, novos materiais foram publicados, entre os quais os Cadernos do Aluno, elaborados pela primeira vez em 2009. Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do Professor e do Aluno foram reestruturados para atender às sugestões e demandas dos professo- res da rede estadual de ensino paulista, de modo a ampliar as conexões entre as orientações ofe- recidas aos docentes e o conjunto de atividades propostas aos estudantes. Agora organizados em dois volumes semestrais para cada série/ ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e série do Ensino Médio, esses materiais foram re- vistos de modo a ampliar a autonomia docente no planejamento do trabalho com os conteúdos e habilidades propostos no Currículo Oficial de São Paulo e contribuir ainda mais com as ações em sala de aula, oferecendo novas orien- tações para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem. Para tanto, as diversas equipes curricula- res da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- nos do Professor, tendo em vista as seguintes finalidades: incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando também os textos e imagens, sempre que possível na mesma ordem; orientar possibilidades de extrapolação dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do Aluno, inclusive com sugestão de novas ati- vidades; apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade pre- sente nos Cadernos do Aluno – gabarito que, nas demais edições, esteve disponível somente na internet. Esse processo de compatibilização buscou respeitar as características e especificidades de cada disciplina, a fim de preservar a identidade de cada área do saber e o movimento metodo- lógico proposto. Assim, além de reproduzir as atividades conforme aparecem nos Cadernos do Aluno, algumas disciplinas optaram por des- crever a atividade e apresentar orientações mais detalhadas para sua aplicação, como também in- cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do Professor (uma estratégia editorial para facilitar a identificação da orientação de cada atividade). A incorporação das respostas também res- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso, elas podem tanto ser apresentadas diretamente após as atividades reproduzidas nos Cadernos do Professor quanto ao final dos Cadernos, no Gabarito. Quando incluídas junto das ativida- des, elas aparecem destacadas. ANOVA EDIÇÃO
  • 6. Leitura e análise Lição de casa Pesquisa em grupo Pesquisa de campo Aprendendo a aprender Roteiro de experimentação Pesquisa individual Apreciação Você aprendeu? O que penso sobre arte? Ação expressiva ! ? Situated learning Homework Learn to learn Além dessas alterações, os Cadernos do Professor e do Aluno também foram anali- sados pelas equipes curriculares da CGEB com o objetivo de atualizar dados, exemplos, situações e imagens em todas as disciplinas, possibilitando que os conteúdos do Currículo continuem a ser abordados de maneira próxi- ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades de aprendizagem colocadas pelo mundo con- temporâneo. Para saber mais Para começo de conversa Seções e ícones
  • 7. SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume 7 Situações de Aprendizagem 12 Situação de Aprendizagem 1 – O continente africano 12 Situação de Aprendizagem 2 – África e Europa 26 Situação de Aprendizagem 3 – África: sociedade em transformação 40 Situação de Aprendizagem 4 – África e América 53 Situação de Aprendizagem 5 – Os fluxos materiais 60 Situação de Aprendizagem 6 – Fluxos de ideias e informação 75 Situação de Aprendizagem 7 – As cidades globais 85 Situação de Aprendizagem 8 – O terror e a guerra global 93 Situação de Aprendizagem 9 – A globalização do crime 99 Propostas de Situações de Recuperação 107 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão dos temas 110 Considerações finais 113 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 114
  • 8. 7 Geografia – 3a série – Volume 2 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME independências, sem dúvida é suficiente para nos colocar diante de um grande desafio como professores de Geografia e educadores. Cientes das particularidades do conti- nente apontadas nas primeiras Situações de Aprendizagem deste volume, sugerimos percursos de aprendizagem cuja elaboração pautou-se no esforço de estudar a África de maneira integrada perante outros conjuntos de países. Conforme cremos, tornar visível sua diversidade na sala de aula em associação com os demais continentes permite mostrar aos alunos não apenas as relações históricas que os interligam e que ainda ecoam, mas também e principalmente os distanciamen- tos e as aproximações econômicas e culturais que permeiam esses conjuntos diferenciados. Vamos trabalhar a África com base na regio- nalização do continente em critérios físicos e étnico-culturais de modo a demonstrar aos alunos como o Saara separa o extremo norte africano do resto do continente, funcionando historicamente como uma barreira que, mes- mo permeável, influenciou profundamente a configuração das culturas e civilizações na África. Extrapolando o contexto do continente africano, as Situações de Aprendizagem se- guintes contemplam a geografia das redes e dos fluxos mundiais. O entendimento des- se conteúdo pelos alunos é fundamental, se Prezado(a) professor(a), Sabemos que a abordagem, em sala de aula, dos temas relacionados ao continen- te africano não é algo recente no ensino de Geografia. Munidos da perspectiva de nossa disciplina, há muito tempo buscamos oferecer aos alunos relatos abrangentes sobre variados conteúdos e temas: a formação das frontei- ras de seus países e territórios; a herança dos domínios coloniais europeus que grassaram no continente e uma visão ordenada sobre as causas de certas tragédias noticiadas nos jor- nais, além de uma reflexão sobre a variedade do meio físico e a diversidade socioeconômica e cultural que ele abriga. Contudo, nos dias atuais, existem motivos adicionais para conce- dermos maior visibilidade para o estudo dos problemas e impasses africanos. Se todos aqueles temas despertam a curiosi- dade e a imaginação dos alunos, refletirmos com eles sobre a posição do continente africano no mundo não é menos relevante. Com exceção dos poucos polos de desenvolvimento estabelecidos em virtude da exploração mineral (África do Sul, Líbia, Nigéria e Argélia) e, em menor esca- la, da industrialização (África do Sul e Egito), constata-se que o continente africano desponta como o menos desenvolvido do planeta e, sob diversos aspectos, segue marginalizado no cená- rio internacional. Analisar as causas da persis- tência desse fato, após mais de meio século de
  • 9. 8 estivermos interessados em levá-los a com- preender as bases essenciais do atual proces- so de globalização. Esses conceitos-chave que orientarão nossas propostas de trabalho per- mitem estruturar um entendimento sobre o espaço mundial como uma realidade dinâmi- ca e diversificada, na qual se entrelaçam fluxos materiais (como o comércio internacional de mercadorias ou de drogas ilícitas) e imateriais (como os financeiros e de bens culturais). É importante não perder de vista que o desen- volvimento de conteúdos e temas deste Ca- derno busca colocá-lo diante de escolhas de maior ou menor aprofundamento, de acordo com o seu contexto educacional. Mais do que pretender “congelar” cami- nhos, guardamos a expectativa de colaborar para o trabalho no dia a dia nas salas de aula, contando com suas experiências e conhecimen- tos acumulados na própria prática de ensino. Bom trabalho! Conhecimentos priorizados Na Situação de Aprendizagem 1 – O con- tinente africano, a partir da localização do continente no globo terrestre, enfocam-se, de maneira preliminar, alguns temas que serão aprofundados nesta e nas demais Situações de Aprendizagem. Propõe-se, inicialmente, um roteiro de leitura, interpretação e compa- ração dos mapas de clima, vegetação, relevo e hidrografia do continente africano, como estratégia didática para sintetizar as correla- ções-chave sobre particularidades físicas que o caracterizam. Na sequência, resgatando-se a presença árabe na região, discutem-se dife- rentes formas de regionalização do continen- te africano, iniciando-se pela construção de uma divisão regional pautada em estereóti- pos para, em um segundo momento, anali- sar o critério étnico-cultural. Nesse percurso, são desenvolvidos conteúdos e conceitos es- senciais sobre as diferenciações entre a Áfri- ca do Norte e a Subsaariana. Na Situação de Aprendizagem 2 – África e Europa, caracterizam-se os processos de co- lonização e descolonização do continente africano, como também o atual concerto das relações multilaterais entre nações africanas e entre estas e o mundo. Na continuidade, enfo- ca-se a questão migratória África-Europa e o conjunto de condições estratégicas, socioeco- nômicas e políticas responsáveis pela intensifi- cação desse fluxo. Na Situação de Aprendizagem 3 – África: sociedade em transformação, a partir da aná- lise do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos diferentes países africanos – e da compreensão de seus indicadores, idealiza- dos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) –, encaminha-se a interpretação da situação socioeconômica africana na atualidade. Considera-se, tam- bém, a aprendizagem das condições de distri- buição populacional e urbana no continente. Os dados anteriormente estudados compõem o cenário-base para a compreensão do atual quadro da economia africana.
  • 10. 9 Geografia – 3a série – Volume 2 Na Situação de Aprendizagem 4 – Áfri- ca e América, resgatam-se conteúdos básicos sobre o tráfico de escravos e a inserção da África nesse comércio transatlântico. Embora para além do marco histórico indicado exis- tam múltiplas possibilidades de abordagem acerca das relações entre os dois continentes, a partir dele optamos por estruturar um per- curso de aprendizagem em torno da questão do racismo e da luta por direitos de igualdade, além de propor a exploração do hip-hop como forma de expressão da cultura jovem. Na Situação de Aprendizagem 5 – Os flu- xos materiais, são resgatados e aprofundados conteúdos e conceitos desenvolvidos na 1a série do Ensino Médio, discutindo-se os principais fluxos da globalização (materiais e imateriais), cujo meio geográfico é o técnico-científico-in- formacional. Por meio do estudo do sistema de transportes e do comércio internacional de mercadorias são propostas análises de mapas e textos para que os alunos extraiam informações sobre a distribuição desses fluxos materiais, indi- cando a atuação e distribuição dos mesmos. No que tange à Situação de Aprendizagem 6 – Fluxos de ideias e informação, amplia-se a abordagem dos fluxos do meio técnico-cien- tífico-informacional. Por meio do comércio mundial de bens culturais e da expansão das redes sociais informacionais, modalidades representativas dos fluxos imateriais, são pro- postas estratégias didáticas com o intuito de levar os alunos a identificar as assimetrias de poder e suas implicações políticas e culturais, com base no estudo de casos relativos à ex- pansão do acesso remoto desencadeado pela proliferação das lan houses e das redes televisi- vas mundiais. Para além do conteúdo, objeti- va-se proporcionar uma oportunidade para o desenvolvimento de atitudes mais conscientes por parte dos alunos quanto à obtenção de informações para o acompanhamento e en- tendimento das conjunturas nacionais e inter- nacionais. Ademais, são abordados os fluxos financeiros e é apresentada uma visualização gráfica da noção de rede global por meio da conectividade entre as bolsas de valores. Na Situação de Aprendizagem 7 – As ci- dades globais, são retomados conteúdos de- senvolvidos na 2a série do Ensino Médio. A hierarquia da rede de cidades globais é trata- da por meio das noções de rede e fluxos en- fatizadas neste Caderno, de forma a levar os alunos a ler e interpretar um mapa temático e analisar os critérios que sustentam a classi- ficação apresentada. No tocante à Situação de Aprendizagem 8 – O terror e a guerra global, após sugerir a leitura e a interpretação de imagens sobre a atuação de redes terroristas, propõe-se um roteiro de pesquisa, leitura e elaboração de sínteses dis- sertativas para os alunos com base em textos disponíveis no material didático adotado e na internet. O objetivo desse percurso de aprendi- zagem é o de orientar os alunos a exercitar a compreensão leitora e a escrita, adquirindo au- tonomia e autodidatismo na análise de temas relevantes da conjuntura internacional.
  • 11. 10 Na Situação de Aprendizagem 9 – A globa- lização do crime, a estratégia didática baseia-se na elaboração de dossiês temáticos, apresenta- ção de seminários e análise de mapas temáticos. Associando tal estratégia a aulas expositivas dialogadas, propõe-se levar os alunos a cons- truir e aplicar conceitos sobre as redes de crime organizado, de modo a identificar suas origens e seus padrões de atuação, como também as razões histórico-geográficas e socioeconômicas que explicam a ampliação da atividade dessas redes criminosas em escala global. Competências e habilidades Na 3a série do Ensino Médio espera-se que os alunos consolidem a aprendizagem das inúmeras habilidades apreendidas e exercitadas no decorrer da educação bási- ca e que também aprimorem a forma como tais procedimentos irão compor, articu- ladamente, a sua autonomia intelectual. Devemos considerar a importância desse aprimoramento, com o objetivo de conso- lidar o desempenho cognitivo para o pleno exercício das competências, não apenas em função das possibilidades de continuida- de dos estudos, mas acima de tudo no que se refere à autonomia e ao preparo para o mundo do trabalho. Dessa forma, pro- pomos neste Caderno diversas formas de articulação que levam em consideração as habilidades a seguir. Relacionar conceitos para aplicá-los na re- solução de situações-problema. Ler e interpretar mapas, tabelas e gráficos, utilizando-os como elementos quantitativos e qualitativos para a compreensão de fenô- menos naturais e sociais. Discriminar e estabelecer diferenciações entre objetos, situações e fenômenos com diferentes níveis de semelhança. Interpretar o significado histórico-geográ- fico apresentado em diferentes linguagens, como fotografias, desenhos, mapas, textos, descrições etc. de modo a apreender signi- ficados e intencionalidades para utilizá-los na solução de problemas. Analisar, explicar e estabelecer relações de situações de causa e efeito resultantes de uma determinada sequência de acon- tecimentos para proceder à sua análise e posterior compreensão diante de novas ocorrências histórico-geográficas. Identificar uma descrição que correspon- de a um conceito ou às características típicas de objetos, da oralidade, de dife- rentes tipos de texto etc. Metodologia e estratégias Apresentamos inúmeras estratégias di- dáticas, desde aulas expositivas com a participação dos alunos; propostas de sen- sibilização para captar pré-requisitos com mediação do professor; procedimentos para organização de trabalhos escritos em grupo; além dos procedimentos que envolvem estu- dos dirigidos, grupos de investigação, elabo- ração e exposição de trabalhos de pesquisa em sala de aula.
  • 12. 11 Geografia – 3a série – Volume 2 Além disso, propomos também uma varie- dade de recursos com o intuito de trazer amplas possibilidades de desenvolvimento de compe- tências por meio de várias linguagens: leitura de mapas; videodocumentários; leitura, inter- pretação e comparação de textos; leitura e esta- belecimento de relações entre gráficos e mapas; apresentação e análise de imagens; pesquisa na internet; quadros conceituais; pesquisa em ma- teriais didáticos; e trabalho conceitual a partir da elaboração de dissertações. Avaliação Para avaliar o resultado das Situações de Aprendizagem foram propostas duas estraté- gias. A primeira delas refere-se à participação individual dos alunos nas aulas e discussões. Propomos observar a participação de cada aluno, destacando um conceito que revele os objetivos destacados para a Situação de Apren- dizagem. A segunda refere-se às formas de avaliação considerando os conteúdos atitudi- nais e de procedimentos de pesquisa, possibi- litando avaliar o envolvimento do aluno em diferentes habilidades. Nesse sentido, sugerimos a atribuição de conceitos que considerem os seguintes parâ- metros para os exercícios individuais: Avaliação das Situações de Aprendizagem Objetivos atingidos 1. Muito bom Atingiu plenamente os objetivos propostos. 2. Bom Atingiu grande parte dos objetivos propostos. 3. Regular Atingiu os objetivos mínimos essenciais. 4. Insuficiente Não atingiu os objetivos mínimos essenciais. Para a atribuição de conceitos nos exercícios em grupo, de produção de textos e pesquisa, su- gerimos dois critérios complementares: 1. Conteúdo atitudinal Valorizar a pontualidade na entrega, organização e envolvimento dos alunos e grupos na elaboração dos materiais solicitados. 2. Conteúdo procedimental de pesquisa Considerar a presença de elementos metodológicos próprios de trabalhos de pesquisa, como capa, sumário, introdução, desenvolvimento do texto, conclusão e bibliografia.
  • 13. 12 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM Para iniciar a aproximação dos alunos com o tema África, esta Situação de Aprendizagem enfoca o continente africano a partir de algu- mas particularidades físicas e populacionais. Espera-se, dessa forma, criar condições para o reconhecimento de aspectos relacionados a diferentes formas de regionalização. Nesse sentido, abordam-se características da hidro- grafia e dos desertos, com o intuito de relacio- nar a divisão natural representada pelo Saara e pelo Nilo com aspectos históricos e culturais. Em seguida, são apresentadas outras ca- racterísticas do continente, que também per- mitem relacionar as características físicas e culturais e agrupar ou classificar os países do continente africano em regiões distintas. Desenvolvem-se, assim, vários conteúdos e conceitos importantes para a construção de uma visão de conjunto sobre o continente africano. Conteúdos: localização da África no globo terrestre (limites e fronteiras, posição em relação às linhas ima- ginárias); clima, vegetação e hidrografia do continente africano; características físicas e culturais gerais do continente africano; regionalização do continente africano em África do Norte e África Subsaariana. Competências e habilidades: extrair informações sobre a distribuição espacial do continente africano; ler, interpretar e correlacionar evidências espaciais em mapas temáticos sobre clima, vegetação e hi- drografia do continente africano, de modo a inferir a relação entre clima e vegetação; ler, interpretar e comparar mapas, gráficos e textos com o objetivo de compreender os fatores responsáveis pela subdivi- são da África em dois grandes conjuntos de países (África do Norte e África Subsaariana). Sugestão de estratégias: localização astronômica e geográfica de pontos de referência em mapa do con- tinente africano; aula expositiva dialogada; leitura, interpretação e comparação de mapas. Sugestão de recursos: mapas e gráficos; atlas e demais materiais didáticos adotados; texto. Sugestão de avaliação: participação nas discussões; resolução de atividades. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 O CONTINENTE AFRICANO Etapa prévia – Sondagem inicial e sensibilização Para iniciar esta Situação de Aprendiza- gem, estimule a livre troca de ideias sobre o que os alunos conhecem a respeito do conti- nente africano: onde ele se localiza, quais são suas regiões, influências culturais e possíveis características (biomas, climas, principais ba- cias hidrográficas, entre outros). Esta propos- ta está disponível no Caderno do Aluno, na seção Para começo de conversa.
  • 14. 13 Geografia – 3a série – Volume 2 Esse procedimento poderá auxiliá-lo a diagnosticar não só o que os alunos já sabem a respeito da África, mas também eventuais estereótipos para, nas respectivas atividades, discuti-los em sala de aula. Etapa 1 – Localização do continente Após o mapeamento das ideias dos alu- nos a respeito da África, propomos a seguin- te sequência de atividades, também presentes no Caderno do Aluno na seção Para começo de conversa. 1. Observe o mapa mudo da África (reprodu- zido no Caderno do Aluno). a) Com o auxílio de um atlas escolar, preen- cha, no mapa mudo, o número que corres- ponde à localização dos seguintes itens: citados em um mapa da África do que em um planisfério. Para indicar os itens solicitados no mapa mudo, eles podem observar algunspontosdereferência,porexemplo,localizaçãodepaíses, ilhas, orientação etc. É possível que não encontrem no mapa da África alguns itens solicitados, como a Península do Sinai. Nesse caso, oriente os alunos que busquem informações também em mapas de outras regiões, como a do Oriente Médio. Após o preenchimento do mapa, sugerimos que outros aspectos sejam observados e discuti- dos, como os propostos nas atividades a seguir. b) Em qual(is) hemisfério(s) se encontra a África? A partir da localização visual do Meridiano de Greenwich, do Equador e dos Trópicos de Câncer e Capricórnio, os alunos perceberão que a África é o único continente a possuir terras nos quatro hemisférios. Ela é cortada pelo Equador, apresen- tando territórios nos Hemisférios Norte e Sul, assim como pelo Meridiano de Greenwich, possuindo terras nos Hemis- férios Ocidental e Oriental. 2. Com base no esquema da Figura 1, indi- que no mapa mudo as zonas térmicas nas quais se encontra a África. Neste momento, os alunos já identificaram os principais para- lelos no mapa. Assim, possuem as referências necessárias para indicarem a Zona Temperada Norte ao Norte do Trópico de Câncer, a Zona Tropical, entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio, e a Zona Temperada Sul ao Sul do Trópico de Capricórnio.Apartirdaslinhasimagináriasecomoapoiodeum esquema das zonas térmicas da Terra (Figura 1), os alunos pode- rão identificá-las. Com este trabalho, eles chegarão à conclusão de que a maior parte do continente africano encontra-se na Zona Tropical, pois está ao sul do Trópico de Câncer e ao norte do Trópico de Capricórnio. O extremo norte situa-se na Zona Temperada Norte, e o extremo sul, na Zona Temperada Sul. 1. Meridiano de Greenwich 2. Equador 3. Trópicos de Câncer e de Capricórnio 4. Mar Mediterrâneo ao norte 5. Estreito de Gibraltar a noroeste 6. Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melila 7. Mar Vermelho a nordeste 8. Península do Sinai 9. Canal de Suez 10. Oceano Atlântico a oeste 11. Oceano Índico a leste É essencial o uso do atlas escolar para a realização desta ativida- de. Os alunos terão mais facilidade em encontrar os itens soli-
  • 15. 14 Zonas térmicas da Terra T T P P T Figura 1 – Zonas térmicas da Terra. Elaborado por Angela Corrêa especialmente para o São Paulo faz escola. 3. Observe a imagem de satélite das porções norte e central da África (Figura 2). Res- ponda às questões a seguir, com o auxílio do mapa político da África, disponível no final do Caderno do Aluno. a) Que ponto(s) pode(m) ser considerado(s) como fronteira entre: África e Ásia, e África e Europa? Figura 2 – Norte e centro da África: imagem de satélite. A fronteira entre a África e a Ásia costuma ser fixada no Istmo de Suez, o que faz da Península do Sinai território asiático, que, no entanto, pertence a um país do continente africa- no, o Egito. O Mar Vermelho é a fronteira marítima entre ©ClaudioRipinskas/R2Criações ©Nasa’sEarthObservatory os dois continentes. Já o Mar Mediterrâneo é a principal fronteira entre a África e a Europa, sendo que o estreito de Gibraltar estabelece a menor proximidade entre esses dois continentes. b) Quais são os países que fazem fronteira entre a África e a Ásia? A que país per- tence a região de fronteira terrestre? Qual a importância socioeconômica e geoestra- tégica dessa área para o país em questão? A Península do Sinai, pertencente ao Egito, faz fronteira ter- restre com Israel. O Sinai, considerado território asiático, é área de grande importância econômica (jazidas de petró- leo) para o Egito, que, finalmente, obteve a sua devolução em 1979, após a assinatura de um acordo de paz com Israel. Importantes cidades egípcias localizam-se na região do Sinai, como Ismaília, Suez e Port Said, e, para alguns geógra- fos, a fronteira israelo-egípcia deveria ser considerada como o limite entre a Ásia e a África. O Canal de Suez, construído na segunda metade do século XIX e inaugurado em 1869, tor- nou-se de grande importância geoestratégica ao permitir o encurtamento do trajeto marítimo entre a Ásia e a Europa. O Canal de Suez esteve sob domínio inglês até 1956, quando foi nacionalizado pelo presidente egípcio Gamal Abdel Nasser. Etapa 2 – África: clima, vegetação, relevo e hidrografia Leitura e análise de mapa Inicie esta etapa solicitando aos alunos a leitura, interpretação e comparação entre os mapas das Figuras 3, 4 e 5. Com o auxílio das Figuras 3 e 4, orien- te os alunos a perceber a forte correlação entre os tipos climáticos e a distribuição da
  • 16. 15 Geografia – 3a série – Volume 2 cobertura vegetal no continente africano. Para auxiliar o trabalho, propomos algumas questões, também presentes no Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de mapa. Professor, sugerimos que você chame a atenção dos alunos sobre o não traçado da fronteira do Sudão do Sul neste mapa e em alguns mapas físicos, políticos e temá- ticos contidos neste Caderno. Isso ocorre em função de que estes foram elaborados e/ ou contém dados anteriores à proclamação do Sudão do Sul enquanto estado indepen- dente, em 9 de julho de 2011. Figura 3 – África: zonas climáticas. Unep. Africa: atlas of our changing environment, 2008. p. 8. Disponível em: <http://www.unep. org/dewa/africa/AfricaAtlas/>. Acesso em: 27 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas). África: zonas climáticas
  • 17. 16 Figura 4 – África: biomas. Unep. Africa: atlas of our changing environment, 2008. p. 10. Disponível em: <http://www.unep.org/ dewa/africa/AfricaAtlas/>. Acesso em: 27 nov. 2013. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas). África: biomas
  • 18. 17 Geografia – 3a série – Volume 2 Figura 5 – África: físico com hidrografia. UNEP. Africa: atlas of our changing environment, 2008. p. 2. Disponível em: <http:// www.unep.org/dewa/africa/AfricaAtlas/>. Acesso em: 27 nov. 2013. Base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas. Adaptado. África: físico com hidrografia TrópicodeCapricórnio TrópicodeCâncer Equador Lago Tana Lago Turkana Lago Kyoga Lago Vitória Lago Albert Lago Edward Lago Kivu Lago Tanganica Lago RukwaLago Mweu Lago Malauí (Niassa) Lago Bagweu Lago Cahora Basa Lago Kariba Lago Mai-Ndombe Lago Ntomba Lago Chade Lago Volta Lago KossouLago Buyo Congo Uele NiloBranco NiloAzul N ilo Níger Benue Orange Senegal sotlanalPsotlA daEtiópia BACIA DO CONGO Madagascar S A A R A Deserto do Kalahari (Kgalagadi) Dra kensberg A t l a s Zambeze Delta de Okavango DesertodaNamíbia Fouta Djalon A h a g g a r T i b e s t i 500 m 800 m 1 300 m 2 000 m 0 m Altitude 0 625 1 250 Quilômetros N UNEP/GRID
  • 19. 18 1. Com base nos mapas África: zonas climáti- cas (Figura 3) e África: biomas (Figura 4), relacione a sequência de biomas africanos às principais zonas climáticas apresentadas na listagem a seguir. mático é caracterizado por uma variação sazonal de chuvas no verão e seca no inverno, o que está relacionado à existência das savanas. Nos trópicos situados ao norte e ao sul do continen- te, ocorrem áreas extremamente secas, com destaque para os Desertos do Saara (ao norte) e do Kalahari (ao sul), onde, em algumas áreas muito localizadas e pontuais, verifica-se a presen- ça da vegetação de oásis, resultante do afloramento do lençol freático. A vegetação do tipo estepe faz parte das formações de regiões semiáridas, nas margens dos desertos, sendo compos- ta de herbáceas ressecadas e arbustos muito esparsos. Explique que essa extensa faixa semiárida na borda do Deserto do Saara é conhecida como Sahel. O tipo climático mediterrâneo ocor- re nas extremidades norte e sul do continente africano, onde aparece vegetação do tipo maquis e garrigues, caracterizada por pequenos arbustos que se misturam às formações xerófi- tas, às oliveiras, às videiras e às gramíneas ressecadas. Professor, você pode ampliar a discussão estabelecendo relações com a economia dos países mediterrâneos; ao norte do continente africano destaca-se a produção de óleo de oliva na Tunísia e na Argélia e, ao sul, destaca-se a produção vinícola. 3. Cite exemplos de rios que atravessam áreas de clima tropical e equatorial na África. Rio Nilo: nasce no Lago Vitória (localizado entre Uganda, Tanzânia e Quênia), desloca-se para o norte e atravessa áreas tropicais e desérticas até sua foz, no Mar Mediterrâneo, nas proximidades de Alexandria, no extremo norte do Egito. Rio Zambeze: nasce em Zâmbia e faz fronteira entre Bot- suana, Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, desaguando no litoral de Moçambique, no Oceano Índico. Rio Congo: o segundo maior em volume d’água no mun- do, atravessa a floresta equatorial africana e deságua no Ocea- no Atlântico. Vale destacar também outros aspectos rela- cionados à hidrografia africana: Zonas climáticas 1. Mediterrânea 2. Tropical com Estação Seca 3. Equatorial 4. Saheliana 5. Desértica 6. Tropical Úmida 7. Altas altitudes Biomas (6) Savana Úmida (3) Floresta Tropical (2) Campos Temperados (7) Montanha (1) Mediterrâneo (5) Deserto (4) Semidesértico (2) Savana Seca 2. Qual a relação existente entre a distribui- ção dos biomas e dos tipos climáticos na África? Justifique sua resposta. A distribuição das precipitações na África apresenta uma varia- ção de máxima para mínima no sentido centro-norte e cen- tro-sul. Na faixa equatorial, encontramos a vegetação da floresta equatorial (pluvial e tropical) em virtude das chuvas intensas e das elevadas temperaturas. Na região dos trópicos, o tipo cli-
  • 20. 19 Geografia – 3a série – Volume 2 a existência dos rios, dos desertos, da vegeta- çãoeaproximidadecomoMarMediterrâneo são fatores fundamentais para compreender a distribuição da população pelo continente como também das atividades econômicas e da organização social da população; nas áreas mais elevadas do continente ocorre o clima frio de montanha; o Rio Nilo destaca-se por atravessar áreas desérticas em grande parte de seu curso. É interessante informar a importância regional do Vale do Rio Nilo ao longo da história; o Rio Nilo, em contraste com o Saara, tor- na os solos agricultáveis em suas margens, além de fornecer água para irrigação das áreas adjacentes ao vale do rio. É impor- tante também informar que, nas margens desse rio, ocorrem muitas das principais aglomerações humanas como Cairo e Ale- xandria, no Egito; e Cartum e Omdurman, no Sudão, costa oriental da África. Etapa 3 – A regionalização da África Uma vez despertada a atenção dos alunos para o conhecimento acerca da localização do continente africano e seus desdobramentos geo- gráficos, sugerimos que analisem as diferentes formas de regionalização adotadas para esse continente. Inicie essa etapa solicitando aos alunos que localizem o Deserto do Saara na imagem de satélite da África (Figura 6). Discorra sobre a importância desse enorme deserto na configuração natural, cultural e po- lítica do continente africano. Informe-lhes que o Saara separa o extremo norte africano do resto do continente e, historicamente, funcio- nou como uma barreira que, embora transpos- ta por fluxos comerciais intensos, influenciou profundamente a configuração das culturas e civilizações na África. O Rio Nilo foi o primei- ro e principal eixo comercial através do deserto, permitindo a aproximação entre os povos que habitavam as porções norte e sul do Saara. Informe-lhes que, nos séculos VII e VIII, po- vos árabes conquistaram todo o norte africano, antes de invadirem a Península Ibérica. O domí- nio árabe no norte da África levou à difusão do islamismo e da língua árabe entre os povos da porção setentrional do continente. Nesse perío- do, o Saara também passou a ser atravessado por rotas de caravanas árabes, que comerciali- zavam inúmeros produtos e escravos dos reinos ao sul do deserto. Essas relações comerciais fo- ram responsáveis pela expansão do islamismo também para os povos que habitavam a porção sul do Saara. Isso explica a grande presença de adeptos do islamismo nessa parte do continente. Foram também essas relações – em especial o comércio de escravos – que levaram os árabes a tratar o sul do Saara como “terra de negros”. Dessa forma, a influência árabe e, posteriormen- te, a europeia, ratificaram a regionalização que distinguia uma “África Branca” de uma “Áfri- ca Negra”. Essa designação das porções norte e sul do continente pela cor da pele, além de não esclarecer em nada as características culturais próprias de cada região, representaram o mode- lo racista e preconceituoso que fundamentou a colonização do continente no século XIX. É im- portante destacar, portanto, que essa distinção
  • 21. 20 não existe e que os termos “África Branca” e “África Negra” caíram em desuso. Comofimdacolonização,essaregionalização ratificada pelo imperialismo foi profundamente criticada, tendo em vista o aprofundamento nos estudos acerca da heterogeneidade das culturas africanas. Na atualidade, os organismos interna- cionais consolidaram a regionalização em África do Norte e África Subsaariana. África do Norte Leitura e análise de imagem e mapa Para consolidar o entendimento acerca desta porção do continente africano, sugeri- mos três questões que associam a leitura da imagem de satélite (Figura 6) e dos três mapas das Figuras 3, 4 e 5. Figura 6 – África: imagem de satélite. ©Copyright1995,WorldsatInternationalandJ.Knighton/SPL/Latinstock 1. Observe atentamente a imagem de satélite da África e localize o Deserto do Saara. Com o auxílio do mapa político da África, disponível no final do Caderno do Aluno, e também dos mapas das Figuras 3, 4 e 5, responda às questões a seguir. a) Por que o Saara pode ser considerado o marco divisório entre duas regiões afri- canas? Identifique quais são essas duas regiões. O Saara, maior deserto quente do mundo, estende-se na por- ção norte da África e é considerado um marco divisório, ao separar o Norte da África, composto de países em que predo- minam povos árabes, semitas e camito-semíticos, da porção Centro-Sul do continente denominada África Subsaariana, na qual a diversidade de etnias é grande. b) OSaaraéconsideradoomaiordesertocon- tínuo do mundo. Estabeleça relações entre suas características físicas e a densidade de- mográfica da região de sua abrangência. O Saara localiza-se ao norte do continente africano e se es- tende do Oceano Atlântico até o Mar Vermelho, abrangendo vários países. Em virtude de suas grandes extensões arenosas e baixíssima umidade, apresenta fraca densidade demográfi- ca e possibilita poucas atividades econômicas, a maior parte das quais praticadas por povos nômades. 2. Utilizando o mapa político da África dis- ponível no final do Caderno do Aluno, identifique os países listados a seguir. Marrocos Líbia Tunísia Egito Argélia Saara Ocidental (sob o domínio do Marrocos)
  • 22. 21 Geografia – 3a série – Volume 2 a) Preencha o nome dos países no mapa mudo da África (presente no Caderno do Aluno). Conforme será verificado pelos alunos, todos esses países lo- calizam-se na África do Norte. b) Apresente e explique um elemento cul- tural de união entre esses países. As populações desses países têm uma unidade cultural dada pela religião islâmica, trazida pelos árabes da Península Arábica, a partir do século VII. 3. Observe novamente a imagem de satélite da África (Figura 6) e o mapa África: zonas cli- máticas (Figura 3) e, com o auxílio do mapa político da África, identifique os países que formam a Zona Saheliana, situada ao sul do Deserto do Saara. Além disso, responda: Por que essa região recebe esse nome? De acordo com o mapa da Figura 3, a Zona Saheliana é definida como a zona semiárida e atravessa países que se localizam na borda meridional e oriental do deserto do Saara: Senegal, Mauritânia, Mali, Níger, Burkina Faso, Chade, Sudão, Eritreia, Etiópia, Somália e Quênia. O nome Sahel deriva de uma palavra árabe que significa borda, e é usado para identificar essa região situada na “borda” do Deserto do Saara. Magreb e Grande Magreb Explique, inicialmente, o significado da expressão Magreb, salientando que, em ára- be, a palavra designa “onde o Sol se põe”, pois, localizada a oeste, encontra-se em opo- sição ao “machrek”, que significa “o nas- cente”, porção representada pela Península Arábica. Explique que o Magreb correspon- de à porção ocidental do norte da África, onde se localizam o Marrocos, a Argélia e a Tunísia, países que foram integrados ao império colonial francês no século XIX – e que, anteriormente, faziam parte do Impé- rio Turco-Otomano. No entanto, notifique a existência do Grande Magreb, região que se estende da Mauritânia à Líbia. Leitura e análise de mapa Essa região é a que está mais próxima da Europa e, por esta razão, mantém importantes fluxos comerciais e de imigrantes com a União Europeia. Sugerimos que apresente aos alunos o mapa Espaços regionais africanos com vocação econômica, setembro de 2010 (Figura 7) para que eles visualizem as regiões africanas, formadas a partir de critérios econômicos, de modo que, em seguida, possam responder às questões, que tam- bém constam no Caderno do Aluno. 1. Em qual porção do continente africano se localiza a UMA – União do Magreb Árabe? A UMA está localizada na porção setentrional do continente africano e é composta por Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e Mauritânia e também pelo Saara Ocidental. 2. Com o professor, indique: a) Os países que compõem a África do Norte, além daqueles que formam a UMA – União do Magreb Árabe. A África do Norte, ou Setentrional, possui, além dos países que formam a UMA, o Egito.
  • 23. 22 Figura 7 – Espaços regionais africanos com vocação econômica, setembro de 2010. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Mapa original (base cartográfica com generalização; algumas feições do território não estão representadas; mantida a grafia). Fontes: www.maghrebarabe.org, www.ecowas.int, www.cen-sad.org, www.uemoa.int, www.ceeac-eccas.org, www.sadc.int, www.eac.int, www.coi-ioc.org, www.comesa.int, www.gcc-sg.org UMA União do Magreb Árabe CEDEAO Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental CEN-SAD Comunidade dos Estados Sahelo-Saarianos UEMOA União Econômica e Monetária do Oeste Africano CEMAC Comunidade Econômica e Monetária da África Central CEEAC Comunidade Econômica dos Estados da África Central SACU União Aduaneira da África Austral SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral p IGAD Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento EAC Comunidade da África Oriental COI Comissão do Oceano Índico COMESA Mercado Comum da África Oriental e Austral África do Sul aBotsuanaa Tanzânia biqueebiqMoçambiqMMMMoç ZâmbiabZâZ aiaibia lauíMalalMaMM lM R. B.BBBB .BBB.B...T.TT.TT eimbábueebubábmb eimZimZim Naamíbia AngolagolaAngA Argélia MMMarrocosscoaM LíbiabiaLíbL abíbL siasunísiaTu snínTu MauritâniaantâituraMaM SeSSenegagnee alaS alSenegal GuinééninuGGGG aSerra LeoaoeL aoaLeoa Libériariai MaliiaMaM NígerregNíN ChadehadeCh ededhaChC RepúblicablicRepúb acblbúbúpRReRRRRe a entro-Africanaricao-Af ientro aacriAfAorotnCeeCe aae nana marõesCCCa õem rõeCam ssC NigériaaiaérégigNN GabãoGG ãoGabãoG ooo Equaaq atq tq at.G. E tEq São Tomééé e Príncipe Cabo Verde Comoressoreor SeichelessleelcheicSS Ilhas MauríciocioícuríMMhasIlhI soBurkina FassFaFaninrkBuB asososBu sooaso osta doodtasoCCCCC oCosta do MarfimmfimfiaMMMMMM aGanaG anGG aGana ooooo Saaraara Ocideental EgitotogitE togiE SudãoãoudãSu oãdãuSS EtiópiapipióEt réiaréEritréitEEE rétrEE DjibutiDj bDjDjDjDj omáliaomSomoS QuêniaaniauênQuQ aiênuQuQ a aagagUgandadaandgaUgUgUU agUg aggUg Q Repúblicabli aRepúbRe iblipúpRR Democáticaicmo áticD moD tiáD do Congoongoo Condo gCdd MadagascararcaMaM ddagascascgada Trópico de Câncer Trópico do Capricórnio Equador Atelier de cartographie de Sciences Po, 2012 Espaços regionais africanos com vocação econômica, setembro de 2010 b) Os blocos econômicos localizados ao sul do Saara e os países que os compõem. Observando o mapa Espaços regionais africanos com vo- cação econômica, setembro de 2010 (Figura 7), percebe-se que foram formados diversos blocos econômicos. Dentre eles podemos citar: UEMOA (União Econômica e Monetária do Oeste Africano), composto por Mali, Níger, Burkina Faso, Costa do Marfim, Senegal, Benin, Togo e Guiné- -Bissau; SACU (União Aduaneira da África Austral), formado por África do Sul, Botsuana, Namíbia, Lesoto e Suazilândia; EAC (Comunidade da África Oriental), formado por Ruanda, Burundi, Tanzânia, Uganda e Quênia. O Saara e o Vale do Nilo É interessante informar, considerando o meio físico e sua ocupação pelo ser humano, que a África do Norte ou Setentrional possui, além do Grande Magreb, outras duas áreas mais ou menos distintas: o Vale do Rio Nilo e o Saara. Em relação ao Vale do Nilo, propomos, em primeiro lugar, que você saliente a importância desse rio para vários países africanos, e não ape- nas para o Egito. Com o apoio do mapa Áfri- ca: físico com hidrografia (Figura 5), peça aos alunos que observem o percurso completo desse rio, da nascente no Lago Vitória à foz em delta
  • 24. 23 Geografia – 3a série – Volume 2 no Mar Mediterrâneo. Lembre os alunos de sua importância na Antiguidade, quando floresceu a civilização egípcia, e ressalte o fato de ser o único a atravessar o Deserto do Saara no senti- do sul-norte. Vale também ressaltar que o Nilo poderá ser comparado ao Rio São Francisco, no Brasil. É sempre interessante fazer essa compa- ração considerando diversos aspectos. Assim, você poderá utilizá-la nos processos de avaliação da aprendizagem. No Caderno do Aluno, na seção Desafio!, propõe-se aos alunos tecerem a comparação entre esses dois rios, a partir do enunciado: Compare a hidrografia brasileira à africana e identifique um rio africano com características similares às do Rio São Francisco, no Brasil. Quais são as semelhanças e diferenças entre eles? Ambos têm traçado sul-norte; o Nilo nasce em área tropical úmida e corre para o deserto, enquanto o São Francisco tam- bém tem sua nascente em área tropical e corre para a região do sertão nordestino. São utilizados para transporte, irrigação e geração de energia. Uma das diferenças entre eles encontra-se no tipo de foz, pois, enquanto o Nilo, nas proximidades de Ale- xandria, tem a sua foz em forma de delta, o São Francisco, na di- visaentreSergipeeAlagoas,temasuafozemformadeestuário. Em continuidade, notifique que o Rio Nilo nasce na região central da África, no Lago Vi- tória, e corre na região central e nordeste do continente, atravessando Uganda, Sudão e Egi- to, desembocando em delta no Mar Mediterrâ- neo. A represa de Assuan, no Rio Nilo, situada a 950 quilômetros do Cairo, fornece energia elétrica para todo o Egito e controla o volume da vazão de água nas cheias. Quanto ao Deserto do Saara – localizado no norte do continente africano, estendendo-se do Oceano Atlântico até o Mar Vermelho –, é im- portante analisar com os alunos que os vários países localizados na porção setentrional afri- cana apresentam baixa densidade demográfica pelo fato de essa região ser árida, o que dificulta a ocupação humana e as atividades econômicas. Além disso, retomando o mapa físico do conti- nente (Figura 5), aproveite a ocasião para des- tacar a notável influência do sistema da Cadeia do Atlas na aridez do Deserto do Saara que, em razão de suas elevadas altitudes e orientação transversal, impede a passagem dos ventos que chegamdonortecarregadosdaumidadedomar. Explique que a designação de “sistema”relacio- na-secomofatodeessacadeia,formadanoNeo- geno, compreender três cadeias no Marrocos (Alto Atlas, Médio Atlas e Antiatlas) e duas na Argélia (Atlas Telianos e Atlas Saariano). De modo complementar, localize também os desertos do Kalahari e da Namíbia, ao sul do continente. Ressalte que a formação desses desertos, diferentemente do Saara, associa-se à presença da corrente fria de Benguela. O anti- ciclone do Atlântico Sul é um centro emissor de massa de ar quente e úmida. No entanto, quan- do essa massa entra em contato com a corrente fria citada, perde suas características originais, transformando-se em uma massa fria e seca. África Subsaariana Considerando a divisão imposta pelo Deser- to do Saara, retome o mapa político do conti- nente africano, no final do Caderno do Aluno,
  • 25. 24 e apresente aos alunos o conjunto de países que formam a África Subsaariana. Destaque inicialmente o conjunto de paí- ses que abrange o Sahel, extensão de terras localizada na “borda do deserto” e que, histo- ricamente, foi habitada por pastores nômades que, na atualidade e por influência do processo de colonização, em parte se sedentarizaram. Ressalte que, aliado ao pastoreio, a partir de investimentos de inúmeros organismos inter- nacionais associados a empreendimentos pri- vados, essa região tem apresentado melhor uso do solo e resultados agrícolas satisfatórios na produção de grãos, principalmente milheto, sorgo e arroz. Em seu conjunto, a África Subsaariana integra-se à economia global principalmen- te como fornecedora de produtos primários, agrícolas e minerais. Ainda que mais da me- tade de sua população economicamente ativa esteja ocupada no setor primário da econo- mia, a produção de alimentos é insuficiente, a segurança alimentar está longe de ser garan- tida. As regiões com domínio de clima tro- pical úmido, especialmente as costeiras, vêm sendo há séculos utilizadas pela agricultura de exportação. Os países situados na Costa da Guiné, por exemplo, produzem cerca de 70% do cacau que abastece o mercado global. A produção industrial da região, por seu turno, está fortemente concentrada na África do Sul. É importante destacar que a região desig- nada como África Subsaariana está longe de ser um todo homogêneo. De maneira geral, sobretudo nos documentos apresentados pe- los organismos internacionais, como a ONU, o continente africano é dividido em duas grandes regiões: África Saariana, ou Norte da África, e África Subsaariana. Essa forma de apresenta- ção tende a induzir a uma leitura enviesada do continente, sobretudo da África Subsaariana. Esta região é bastante complexa, do ponto de vista da cultura, dos fatores sociais e econômi- cos de desenvolvimento, entre outros. Veja, por exemplo, que a Nigéria figura entre os princi- pais países fornecedores ao Brasil, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Balança Comercial Brasi- leira, jan-jun de 2013, disponível em: <http:// www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1380110216. pdf>, acesso em: 5 maio 2014); a África do Sul integra o grupo de cooperação BRICS; parte do território africano dispõe de redes de in- fraestrutura, ou seja, está inserido no contexto de desenvolvimento do meio técnico-científico- -informacional, ainda que a maior parte dessa infraestrutura esteja concentrada nos países ex- portadores de produtos minerais ou agrícolas. Dessa forma, é preciso desconstruir esse este- reótipo e ampliar a visão geral a respeito dessas duas regiões, com a apresentação e discussão de aspectos demográficos, socioeconômicos, políticos e culturais, como veremos nas Situa- ções de Aprendizagem seguintes. Leitura e análise de mapa Para finalizar essa Situação de Aprendiza- gem, sugerimos uma atividade cuja proposta é identificar os territórios africanos considerados “úteis” pelos investidores internacionais e pelas
  • 26. 25 Geografia – 3a série – Volume 2 grandes potências mundiais, por abrigarem im- portantes recursos energéticos e minerais. Após analisar o mapa O que as grandes potências ambicionam (Figura 8), os alunos deverão res- ponder às questões propostas, disponíveis tam- bém no Caderno do Aluno. Figura 8 – O que as grandes potências ambicionam. Cartographie, Philippe Rekacewicz, Paris. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original. MAURITÂNIA MALI BURKINA FASO COSTA DO MARFIM GANA TOGO NĺGER NIGÉRIA CAMARÕES CHADE SUDÃO REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO CONGO GABÃO REPÚBLICA CENTRO - AFRICANA ETIÓPIA ERITREIA DJIBUTI SOMÁLIA SOMALILÂNDIA QUÊNIA TANZÂNIA MOÇAMBIQUE RUANDA BURUNDI MALAUÍ ZIMBÁBUE MADAGASCAR ZÂMBIA BOTSUANA NAMÍBIA ANGOLA UGANDA ÁFRICA DO SUL EGITO LÍBIA TUNÍSIA ARGÉLIA SENEGAL BENIN LIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉ GUINÉ EQUATORIAL GUINÉ-BISSAU GÂMBIA MARROCOS LESOTO SUAZILÂNDIA SAARA OCIDENTAL Oceano Atlântico Oceano ĺndico Mar Vermelho Mar Mediterrâneo O que as grandes potências ambicionam 0 1 000 km Mapa original de Philippe Rekacewicz (2000). Atualizado em 2009 com base em: « Mineral facilities of Africa and the Middle East », United States Geological Survey, 2006; USGS Minerals information [http://minerals.usgs.gov/minerals]; mapas e atlas do Monde Diplomatique, Philippe Rekacewicz e Cécile Marin, 2000 até 2006; Atlas de l’Afrique, editions du Jaguar, 2000; Google Earth: couverture forestière: Milennium Ecosystems Assessement, 2005. Petróleo Para a produção de petróleo e de gás Para a produção mineral Para a exploração florestal Gás natural Urânio Carvão  Floresta tropical Principais recursos minerais Principais recursos energéticos Os territórios « úteis » da África (foco principal dos Investimentos Diretos Estrangeiros - IDE) Níquel Manganês Chumbo Zinco Estanho Cobalto Cobre Ferro Ouro Prata Diamante Cromo  e Cromita Outras pedras preciosas Bauxita Platina
  • 27. 26 1. Procure explicar o título desse mapa. O título do mapa refere-se ao interesse que determinados territórios africanos ricos em recursos naturais despertam no mercado mundial. São esses territórios considerados “úteis” que recebem a maior parte dos investimentos estrangeiros. 2. Como os territórios africanos considera- dos “úteis” estão identificados no mapa? Os territórios nos quais ocorre a produção de petróleo e gás estão circunscritos pelas linhas azuis; aqueles nos quais ocor- re a produção mineral, pelas linhas vermelhas; e os territórios nos quais se pratica a exploração florestal, pela linha verde. Para consolidar as discussões rea- lizadas até aqui, no Caderno do Aluno, na seção Lição de casa, são propostas as questões a seguir. 1. Considerando as características físicas da África, qual a importância histórica e atual do Rio Nilo para a população africana? Espera-se que os alunos apresentem como justificativa o fato de o Rio Nilo atravessar mais de 2 mil quilômetros de deserto, pro- piciando áreas mais úmidas e férteis, fornecendo água e solos agricultáveis em suas margens. Isso explica a presença de muitas aglomerações humanas, como ocorre no Cairo e em Alexan- dria (Egito) e em Cartum e Omdurman (Sudão). Outro fato im- portante a respeito do Rio Nilo é a barragem de Assuan, situada a 950 quilômetros do Cairo, que fornece energia elétrica para todo o Egito e controla o volume da vazão de água nas cheias. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 ÁFRICA E EUROPA 2. Quais fatores naturais influenciaram a formação dos Desertos da Namíbia e do Kalahari, localizados no sul da África? A formação dos desertos da Namíbia e do Kalahari associa- -se à presença da corrente fria de Benguela. O anticiclone do Atlântico Sul é um centro emissor de massa de ar quente e úmida. No entanto, quando essa massa entra em contato com a corrente fria citada, perde suas características origi- nais, transformando-se em uma massa fria e seca. 3. Fuvest 2002 – O continente africano é extremamente diverso. Pesquisadores o dividem em regiões como a do Magreb, localizada: a) ao sul do Saara, formada por países que foram colônias francesas. b) no noroeste da África, constituída por paí- ses onde predomina a religião islâmica. c) no extremo sul, onde se encontram os países mais industrializados da África. d) na África Central, onde as fronteiras políticas estabeleceram-se antes que nas demais regiões. e) no nordeste da África, foco de confli- tos tribais pela definição de fronteiras. De maneira introdutória, aborda-se o im- perialismo europeu e a partilha da África e como essa colonização marcou a África da atualidade. As condições de pobreza e de de- pendência econômica com relação às ex-me- trópoles são a tônica da maioria das nações
  • 28. 27 Geografia – 3a série – Volume 2 africanas ainda hoje. Além disso, destacam-se também as formas contemporâneas de orga- nização dos países africanos, a partir da fun- dação da União Africana (UA), em 2002. Na sequência, aborda-se o tema das migra- ções tanto dos imigrantes africanos em dire- ção ao continente europeu quanto os fluxos intra-africanos, estabelecendo relações entre a dinâmica dessas imigrações, suas motivações e relevância. Por fim, propõe-se a ampliação da abor- dagem sobre a questão africana por meio da análise de conflitos étnicos ainda presentes no continente e que marcam a sua história recente. Conteúdos: o imperialismo europeu e a partilha da África; a formação das fronteiras e o processo de inde- pendência; as relações da África com a Europa; o processo de independência dos países do continente e a formação de organismos multilaterais na África; migrações clandestinas de imigrantes africanos em di- reção ao continente europeu; número de pessoas refugiadas no mundo; conflitos internos da atualidade. Competências e habilidades: analisar iconografias acerca do processo neocolonial africano; ler e interpre- tar mapas e gráficos relativos à colonização e à descolonização africanas; explicar a formação de orga- nismos multilaterais africanos; ler e interpretar mapas temáticos sobre a distribuição da riqueza mundial e número de pessoas refugiadas para estabelecer relações a respeito do fluxo migratório África-Europa. Sugestão de estratégias: leitura e interpretação de imagens, mapas e excerto de texto; pesquisa e elabo- ração de resumo de textos; aulas expositivas dialogadas. Sugestão de recursos: imagens (fotos, gráficos e mapas); textos; materiais didáticos disponíveis. Sugestão de avaliação: participação geral nas discussões; realização e entrega de exercícios solicitados. Etapa prévia – Sondagem inicial e sensibilização Pergunte aos alunos o que eles sabem sobre a história dos países africanos. Peça a eles que analisem as Figuras 9, 10 e 11. Informe que são imagens de um jornal francês do final do século XIX (Le Petit Journal) e retratam a colonização e a parti- lha da África. Discorra sobre a Revolução Industrial europeia (séculos XVIII e XIX) e estabeleça relações entre a necessidade de ampliação de mercados consumidores e de fornecimento de matérias-primas e as causas que levaram à colonização da Áfri- ca e da Ásia. Para estimular a leitura crítica das figuras, no Caderno do Aluno, na seção Para começo de conversa, os alunos têm a seguinte pro- posta de atividade. Com base nas imagens a seguir, e em suas respectivas legendas, converse com seus colegas e o professor a respeito das diferentes formas (explícitas ou implícitas) de dominação colo- nial da África durante o século XIX e parte do século XX. Ao final, registre suas conclusões.
  • 29. 28 ©LeonarddeSelva/FineArt/Corbis/Latinstock©Interfoto/History/Alamy/Glowimages Figura 9 – Jornal francês Le Petit Journal, final do século XIX. O co- lonizador europeu é representado na imagem com armas de fogo e ban- deira, como símbolo da supremacia da metrópole em relação aos nativos. Figura 10 – Jornal francês Le Petit Journal, final do século XIX. A imagem demonstra a aliança entre colonizador e lideranças tribais africanas.
  • 30. 29 Geografia – 3a série – Volume 2 ©PrivateCollection/Giraudon/TheBridgemanArtLibrary/Keystone Figura 11 – Jornal francês Le Petit Journal, final do século XIX. A colonização europeia é reproduzida conforme a vi- são eurocentrista: soldados levantam a bandeira francesa, afirmando o domínio euro- peu, e, ao fundo, a fumaça sugere que a colonização não foi pacífica. Neste exercício, o destaque da primeira imagem é a presença da bandeira francesa empunhada por um soldado em algu- ma aldeia africana, e também da arma de fogo, que poderia indicar, de certa forma, o uso da força militar. O colonizador europeu, portanto, é representado na imagem com armas de fogo e bandeira, símbolo da supremacia da Metrópole em re- lação aos nativos. A segunda imagem demonstra a aliança en- tre colonizadores e lideranças locais, que subentende a ideia de aceitação da colonização europeia pelos povos africanos. E, na terceira imagem, a colonização é reproduzida pela visão eurocêntrica: soldados levantam a bandeira representativa do domínio europeu e, ao fundo, a fumaça sugere, de forma im- plícita, que a colonização não foi pacífica. Isso demonstra que, apesar de um início de ocupação aparentemente pacífico, com trocas comerciais, o que realmente ocorreu na África foi a dominação europeia e a opressão dos povos locais. Etapa 1 – O imperialismo europeu na África Para iniciar a discussão a respeito do co- lonialismo africano, explique aos alunos que, para justificar a colonização, o imperialismo europeu criou uma ideologia racista, segundo a qual os brancos eram superiores às demais raças, cabendo a eles a “missão civilizadora”de
  • 31. 30 resgatar os povos colonizados de sua condição de barbáriea . Informe-lhes também que, duran- te séculos, a África representou para os euro- peus apenas uma inesgotável fonte de escravos e, em menor escala, de ouro e de marfim. Os traficantes e comerciantes, baseados em entre- postos litorâneos, praticamente sintetizavam a presença europeia no continente. Acrescente que, entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, 13 nações europeias, além dos Estados Unidos e da Turquia, promove- ram a Conferência de Berlim, que tinha como objetivos principais: a) discutir normas para tráfego e utilização comercial livres dos Rios Níger e Congo; b) regulamentar a apropria- ção do continente africano (cf. Hernandezb ). Com vistas a delimitar a partilha do con- tinente foram usados paralelos e meridianos e o traçado dos rios como marcos divisórios fronteiriços. Além da utilização de recursos cartográficos na demarcação de fronteiras artificiais, os europeus estabeleceram divisões internas em suas colônias, tanto para garan- tir controle militar quanto para estabelecer domínio em áreas de mineração. A criação dessas fronteiras provocou a separação entre grupos étnicos que viviam pacificamente em um mesmo território, enquanto grupos étni- cos adversários foram obrigados a conviver na mesma terra. Dessa forma, os colonizadores dificultaram a formação de alianças que pu- dessem lhes fazer oposição. Leitura e análise de mapa Para ampliar a leitura do mapa Colônias africanas, 1914 (Figura 12) e considerando o mapa político da África, ambos presentes no Caderno do Aluno, propomos aos alunos que preencham a tabela a seguir (Quadro 1) relacionando alguns territórios atuais às res- pectivas possessões coloniais. a É importante ressaltar a inadequação desse discurso e desses conceitos na atualidade. A crítica a essa posição é apresentada no volume 2 da 2a série, a partir do texto Uma abordagem conceitual das noções de raça, racis- mo, identidade e etnia, de Kabengele Munanga (Disponível em: <https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59>. Acesso em: 5 maio 2014). b HERNANDEZ, Leila L. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. 2. ed. rev. São Paulo: Selo Negro, 2008.
  • 32. 31 Geografia – 3a série – Volume 2 Possessões coloniais/País-Metrópole Países atuais Alemãs/Alemanha Camarões, Togo, Namíbia, Tanzânia. Belgas/Bélgica RDC. Britânicas/Inglaterra Nigéria, Sudão, Uganda, Quênia, Egito, Serra Leoa, Somália, Gâmbia, África do Sul, Suazilândia, Botsuana, Maurício, Zâmbia, Zimbábue. Espanholas/Espanha Ilhas Canárias, Guiné Equatorial. Francesas/França Argélia, Tunísia, Marrocos, Costa do Marfim, Madagascar. Italianas/Itália Líbia, Somália, Eritreia. Portuguesas/Portugal Madeira, Ilhas de Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique. Estados independentes Libéria, Etiópia. Figura 12 – Colônias africanas, 1914. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie. sciences-po.fr/fr/colonies-et-ind-pendances- africaines>. Acesso em: 2 jun. 2014. Tradução: Benjamin Potet. Mapa ori- ginal. Para o exercício proposto, deve- -se considerar apenas os territórios pertencentes ao continente africano [nota do editor]. britânicas (domínios, colônias e protetorados) alemãs portuguesas Possessões: belgas Estados independentes italianas Império Otomano espanholas francesas (departamento argelino, colônias e protetorados) AteliêdeCartografiadaSciencesPo,2012 Fontes: F. W. Putzger, Historischer Weltatlas, Berlin, Cornelsen, 1995; J. Sellier, Atlas des peuples d’Afrique, Paris, La Découverte, 2011. D’après Afrique contemporaine, 235, 2010. 1914 Colônias africanas, 1914 Quadro 1.
  • 33. 32 A definição impositiva das fronteiras foi acompanhada da obrigatoriedade do uso da língua e dos costumes do colonizador (edu- cação, religião e modelo de administração), em detrimento da cultura e da tradição dos diversos grupos étnicos africanos, que foram negligenciadas. Um exemplo disso foi relata- do no livro Amkoulell, o menino fula do escri- tor africano Amadou Hampâté Bâ, nascido em Bandiagara, atual Mali, em 1900. Para que os alunos explorem um trecho deste li- vro, que trata sobre a importância da preser- vação da memória oral, sugerimos a seguinte atividade, presente no Caderno do Aluno. Leitura e análise de texto 1. O escritor malinês Amadou Hampâté Bâ afirma: fornecer matérias-primas minerais e produtos agrícolas tropicais – como chá, café, algodão, entre outros – cultivados em plantations, gran- des propriedades monocultoras com a produ- ção voltada para a exportação. Dessa forma, os investimentos feitos no continente foram direcionados para melhorar as condições de es- coamento das riquezas retiradas da África. Um bom exemplo disso são as ferrovias implantadas no período colonial, ligando áreas produtoras interioranas ao litoral, de onde a produção mi- neral e agrícola seguia para a Europa. A espolia- ção do continente evoluía rapidamente. Sugerimos que, durante a exploração desse tema, peça aos alunos que se reúnam em duplas e façam a leitura do poema de Rudyard Kipling, de 1899, que sintetiza a visão imperialista e a missão civilizadora dos brancos europeus. 2. Leia o trecho do poema O fardo do homem branco, apresentado a seguir. Na África, cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima. HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. Amkoulell, o menino fula. São Paulo: Casa das Áfricas/Palas Athena, 2003. Qual a intenção do autor ao fazer essa afirmação? Ao apresentar esse exemplo aos alunos, faça-os observar como o escritor malinês resgata a necessidade de se preservar a história oral dos países africanos como forma de garantir a preservação daculturaeosabergenuinamenteafricanos.Nessesentido,com o auxílio da literatura, é possível fazer com que os jovens perce- bam a força da oralidade para a perpetuação da história. Em continuidade, explique que, como fru- to da expansão colonial, a África passou a O fardo do homem branco Tomai o fardo do Homem Branco Envia o melhor da tua raça Vão, obriguem seus filhos ao exílio Para servirem às necessidades dos seus cativos Para esperar, com pesados arreios, Com agitadores e selvagens Seus recém-cativos povos entristecidos, Metade demônio, metade criança. [...] KIPLING, Rudyard. The white man’s burden. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/ln000144.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2013. Tradução: Eloisa Pires.
  • 34. 33 Geografia – 3a série – Volume 2 Depois da leitura dos dois textos, sugeri- mos que você promova um debate em classe sobre a necessidade de se legitimar a ação im- perialista sobre povos diferentes dos europeus. Em seguida, peça aos alunos que escrevam em uma folha avulsa um texto que contemple os seguintes aspectos: as características da ideologia latente nos versos de Kipling; o modo pelo qual os versos de Kipling pre- tendem legitimar o imperialismo europeu; as críticas a essa postura ideológica, consi- derando as relações de dominação no pe- ríodo neocolonial africano; as críticas às diversas manifestações dessa postura ideológica na atualidade. O texto produzido pelos alunos deve indicar suas reflexões sobre a institucionalização do racismo como forma de justifi- car a dominação europeia no continente africano. Além dis- so, é importante que a discussão chegue às formas atuais de racismo e também como a sociedade reage a essa situação. Etapa 2 – A descolonização africana Para discutir o processo de descolonização da África, utilize o mapa da colonização euro- peia na África e mostre que Inglaterra e Fran- ça eram as principais potências imperialistas. Ressalte que o processo de descolonização se deu depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando as grandes potências eu- ropeias saíram arrasadas economicamente do conflito, sem condições de manter seus vastos impérios coloniais. Ao mesmo tempo, a opi- nião pública cobrava uma postura coerente da Inglaterra e da França, que tinham combati- do o totalitarismo nazista alemão e o fascismo italiano em nome da democracia e da auto- determinação dos povos, e não davam esse direito aos povos de suas colônias. O afrouxa- mento das rédeas metropolitanas fez com que muitos povos africanos negociassem sua inde- pendência ou pegassem em armas para conse- guir a independência. A dominação europeia na África muitas vezes enfrentou a resistência dos povos locais, que se insurgiam contra os dirigentes europeus. Algumas independências se deram com sangrentas guerras, como a da Argélia. Os novos países mantiveram sua con- dição de exportadores de produtos primários e, embora independentes, continuaram muito dependentes de suas antigas metrópoles. Neste momento, estabeleça relações entre a descolonização e a ideia de união de toda a África: o pan-africanismo. Informe aos alunos que com o processo de independência africana, na segunda metade do século XX, o pan-afri- canismo se fortaleceu, tendo como um de seus líderes Kwame N’Krumah, presidente de Gana (antiga colônia britânica da Costa do Ouro) na década de 1960. Para ele, o fortalecimento econômico das nações africanas e a aproxi- mação entre elas seria o caminho para a plena independência, uma vez que os colonizadores europeus, mesmo tendo concedido a indepen- dência, não abririam mão de indiretamente manter sua influência econômica, dilapidando as riquezas do continente. Em1964,asnaçõesafricanasindependentes, em reunião no Cairo, criaram a Organização
  • 35. 34 da Unidade Africana (OUA). Buscavam, dessa forma, ampliar a cooperação entre os Estados e garantir a segurança entre seus países-mem- bros. Porém, ao manter os limites territoriais impostos pelas nações europeias, a OUA con- solidou a fragmentação da África. Além disso, boa parte das elites locais ainda representa- va maiorias étnicas remanescentes da antiga configuração, o que pode também servir para explicar a instabilidade das fronteiras e as su- cessivas guerras étnicas que caracterizaram as nações africanas – e caracterizam até a atuali- dade –, principalmente na região subsaariana. Em 2002, os novos líderes africanos reuni- ram-se em Durban, na África do Sul, e puseram fim à OUA, criando a União Africana (UA). Essa nova organização veio ampliar o leque de objetivos para a integração do continente. Em sua carta de abertura, propunha a criação de um Conselho de Paz e Segurança represen- tado por alguns países africanos com poderes para intervir em guerras locais e evitar atos de extermínio em massa, como os que continuam a ocorrer em diversos conflitos africanos. Além disso, a UA também tem como objetivo a pro- moção do desenvolvimento econômico e social das nações africanas, por intermédio do com- bate à fome e da erradicação da pobreza. Etapa 3 – Os fluxos migratórios africanos Aproveite este momento para introduzir um tema da atualidade sobre a emigração de afri- canos para a Europa, grande parte deles ilegal. Leitura e análise de texto Dirija a atenção dos alunos para a imagem da Figura 13 e para o texto Imigrantes africanos clandestinos morrem em barco à deriva. Peça a eles que, com o auxílio do mapa África político, tracem no mapa mudo, disponível no Caderno do Aluno, o itinerário dos migrantes africanos por terra e por mar. Imigrantes africanos clandestinos morrem em barco à deriva Quase meia centena de imigrantes africa- nos clandestinos morreram de sede, de fome e de frio, ao largo da costa da África, ten- tando chegar às Ilhas Canárias (Espanha) a bordo de uma embarcação que andou à de- riva no mar. Segundo fonte das autoridades de seguran- ça, em Nouakchott (capital da Mauritânia), Figura 13 – Imigrantes africanos clandestinos em direção à Europa. ©PedroArmestre/AFP/GettyImages
  • 36. 35 Geografia – 3a série – Volume 2 42 clandestinos, quase todos senegaleses (e também oriundos do Mali, Guiné-Bissau e Gâm- bia), pereceram nas circunstâncias atrás referidas, na sequência de uma avaria no motor da embarcação, ao largo da costa do Marrocos. Após a saída do Senegal e depois de o combustível e de a comida terem acabado, os imi- grantes começaram a morrer e a ser lançados ao mar pelos sobreviventes. Segundo os imigran- tes, o capitão do barco morreu. Centenas de africanos em busca de melhores condições de vida na Europa morrem todos os anos aventurando-se em precárias embarcações nessa região da África. Rádio Vaticano. 7 nov. 2007. Disponível em: <http://pt.radiovaticana.va/storico/2007/11/07/ imigrantes_africanos_clandestinos_morrem_em_barco_%C3%A1_deriva/por-165832>. Acesso em: 4 fev. 2014. Os alunos podem iniciar a atividade localizando no mapa os países citados no texto. Sugira que pintem os respecti- vos espaços no mapa mudo presente no Caderno do Aluno. Eles também podem identificá-los, escrevendo o nome de cada um nos espaços pintados. Para finalizar, devem tra- çar o itinerário dos imigrantes africanos dos demais países até o Senegal e, na sequência, traçar o trajeto que iria do Senegal até as Ilhas Canárias, destino dos africanos segundo a notícia. 1. Em sua opinião, a foto é adequada para ilustrar o conteúdo do texto? Explique. Espera-se que os alunos percebam que a foto não ilustra adequadamente o conteúdo da matéria, uma vez que, na imagem, os imigrantes africanos estão sendo resgatados – algo que, infelizmente, não aconteceu com os apontados na notícia. Ainda assim, os alunos precisam perceber que a embarcação identificada na imagem não permite nenhu- ma segurança e que as condições do mar e a superlotação colocam em risco a vida desses imigrantes clandestinos. 2. O que você acha que impele muitos afri- canos a buscar clandestinamente a Europa como destino migratório? Espera-se que os alunos apontem que esses migrantes bus- cam melhores condições de vida. Vale organizar e registrar na lousa os resul- tados dessas discussões. Leitura e análise de mapa Na sequência, apresente aos alunos o mapa da Figura 14, que representa os fluxos migra- tórios africanos em 2010. É importante que os alunos distingam os fluxos intra-africanos e os fluxos extra-africanos de forma a entender a ló- gica de cada um deles. Analisando o mapa, os alunos poderão perceber que uma parte impor- tante dos fluxos africanos tem origem e destino em países vizinhos, como acontece com 40% das migrações internacionais. Os elevados custos das viagens e as barreiras restritivas impostas pelos países ricos ajudam a entender esse fenô- meno. De acordo com a ONU, as pessoas de países muito pobres são as que menos migram, e o número de africanos que se mudou para Eu- ropa, por exemplo, é inferior a 1%.
  • 37. 36 Ásia e Oceania Américas Oriente Médio Europa incluindo a França ÁÁfricac do Sulo Sul çambiqueMMMoçMMoMMMMoMMMMMoMMMoMM niaTanzânnnnnnnnn alauíMMaaMMMMMMMMMMM máliamSomSSoSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS Etiópiatiópi aêniaaQuêQQQ SudãoddddddSudddddd Chadehadededdddddddddddd Nigériaigéigériaéréigééééé (5)5)(55)(5(5555)55(5555555 1 Burkina Faso 2 Benin 3 Togo 4 Gana 5 Costa do Marfim 6 Uganda (6)(6)(66)66 )1)(11(1(1 (2)))(3)(3)(3)(3(( (44)4)44)4)(444(4(4 aMaliMaliaaaMalialiMMaMMMaaaaMaMa erNígeNNNNN AngolaAngolggoggogg Repúblicaicaacaepúblicbli DemocráticaDe ticaemocrátemooocoocooocooococrátooooocoooocooooooocooo do CongoCo nngoo Congo on 25 000 Apenas os valores superiores a 25 000 estão representados, ou seja, 88% das migrações intra-africanas. 100 000 500 000 1 000 000 1 309 000 intra-africana (por país) dioOriente Méddiodddéd (3 758 000) Ásia (248 000) Europa ( )((7 747 000) América Latina e Caribe (29 000) América do Norte (1 681 000) Oceania (359 000) Número de migrantes, 2010 Migrações: EXTRA-AFRICANAS (13 822 000)INTRA-AFRICANAS 5 506 00015 506 000 7 747 000000 2 628 000 3 58 0003 758 000 1 710 000 607 000607 0 extra-africana (por região) AteliêdeCartografiadaSciencesPo,2013Fonte: Organização das Nações Unidas. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (2012). Tendência do Inventario Internacional do Migrante: Migrantes por Destino e Origem (base de dados das Nações Unidas, POP/DB/MIG/Stock/Rev2012), www.un.org/esa/population Origens e destinos dos migrantes africanos, situação em 2010 Figura 14 – Origens e destinos dos migrantes africanos, situação em 2010. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/fr/origines-et-destinations-des-migrants-africains-situation-en-2010>. Acesso em: 7 abr. 2014. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original. Sugerimos, no Caderno do Aluno, as ques- tões a seguir. 1. A maior parte dos migrantes africanos se desloca no interior do próprio continente. Procure explicar esse fenômeno. Os deslocamentos de grandes distâncias, para fora do con- tinente, envolvem custos que a maior parte dos migrantes não pode arcar. Além disso, os países ricos impõem diversas restrições à entrada de imigrantes vindos de países pobres.
  • 38. 37 Geografia – 3a série – Volume 2 2. Quais são os principais destinos dos mi- grantes africanos que se deslocam para fora do continente? Procure explicar esse fenômeno. A maior parte dos migrantes que se deslocam para fora do continente tem como destino a Europa. Esse fenômeno pode ser associado à colonização, que criou laços culturais e linguísticos entre os países europeus e suas antigas posses- sões africanas. 3. De acordo com o mapa, em qual país eu- ropeu ocorre a maior entrada de imigran- tes vindos da África? Procure explicar esse fenômeno. De acordo com o mapa, a França recebe grande parte dos imigrantes africanos. Uma parcela desses migrantes origina- -se de países outrora colonizados pela França. Etapa 4 – Atividade complementar: pesquisa em grupo Estimule os grupos de alunos a pesquisar sobre os principais conflitos étnicos contemporâ- neos no continente africano. Para tanto, você pode orientar os grupos a selecionar um dos conflitos apresentados no mapa da Figura 15, como também promover a escolha livre dos alunos a partir de uma pesquisa recente acer- ca desses conflitos. Conforme se verifica no mapa, há inúme- ras possibilidades e, para que ocorra maior contextualização, sugerimos como temas a seguinte relação de conflitos recentes: A situação atual da Somália e a pirataria no Chifre da África. A reorganização de Angola após décadas de guerra civil. O conflito entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi (já abordado no Caderno do vo- lume 1). A instabilidade política na República De- mocrática do Congo. Os conflitos étnico-religiosos na Argélia. Conforme consta na orientação da seção Pesquisa em grupo do Caderno do Aluno, na pesquisa é importante que os alunos realizem as seguintes etapas: Caracterizem o conflito considerando a atual situação do(s) país(es). Estabeleçam relações entre a atual situação do(s) país(es) envolvido(s) e seu passado colonial. Estabeleçam relações entre o conflito se- lecionado e os fluxos de refugiados que ocorrem tanto no interior do continente africano quanto para fora dele.
  • 39. 38 UNMIL UNAMID IGASOM AMISOM MAES MUAS FOMUC EUPOL MINUS UNMEE MONUC UNOCI MINURSO MINURCAT EUFOR República Democrática do Congo Argélia Egito Sudão Etiópia Quênia Tanzânia Comores Zâmbia Angola África do Sul República Centro-Africana Uganda Burundi RuandaCongo Camarões Chade Gana Mali Guiné Senegal Saara Ocidental Mauritânia Costa do Marfim Serra Leoa Nigéria Níger Iêmen Reino Unido Estados Unidos da América Eritreia Somália Libéria OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO MAR VERMELHO Fontes: ACNUR, Refugiados, tendências mundiais em 2007, http://www.unhcr.org/; ONU - Departamento de Operações de Manutenção da Paz (DPKO), http://un.org/; Segundo Marie-Françoise Durand, Philippe Copinschi, Benoît Martin, Delphine Placidi, Atlas da Mundialização, dossiê especial China, Paris, Presses de Sciences Po, 2008. 1 000 km Escala no Equador Projeção de Mercator RobertoGIMENOeAteliêdeCartografiadaSciencesPo,julhode2008 República Democrática do Congo 1 317 879 Sudão 1 250 000 Uganda 1 235 992 Somália 1 000 000 Costa do Marfim 70 905 Chade 17 892 336 000 de 90 000 à 240 000 35 000 50 000 10 000 Zonas onde a autoridade do Estado é contestada (guerrilha, grupos armados, piratas etc.) Principais conflitos onde a população civil sofre diretamente violências Operações de paz mobilizadas, junho de 2008 Fluxo de refugiados (número de pessoas, final de 2007) Deslocados internos (número de pessoas, final de 2007) Zonas de insegurança, junho de 2008 Nações Unidas Nações Unidas e União Africana União Europeia Forças africanas (União Africana, IGAD ou CEEAC) Em curso Concluídas em 2007 Zimbábue Guiné Equatorial Suazilândia Togo Tunísia Gabão Gâmbia São Tomé e Príncipe Guiné- Bissau Lesoto Líbia Madagascar Malauí Marrocos Moçambique Namíbia Benin Botsuana Burkina Faso Djibuti Figura 15 – Conflitos, operações de paz e refugiados na África. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original. Estão indicados em azul os nomes oficiais das operações de paz [nota do editor]. Conflitos, operações de paz e refugiados na África
  • 40. 39 Geografia – 3a série – Volume 2 Conflitos étnicos e passado colonial Economia fragilizada, instabilidade política e miséria social são alguns dos muitos proble- mas atuais da África, relacionados direta ou indiretamente com o seu passado colonial. Em especial, a manutenção de territórios nacionais artificiais, criados conforme os interesses dos países colonizadores na Conferência de Berlim (1884-85). Exemplo disso são os graves conflitos étnicos em alguns países africanos, que dificultam a construção de uma consciência nacional mais homogênea. A maioria dos grupos étnicos, na África, surgiu antes do colonialismo. Muitos destes eram nações em formação no século XIX. Mas ao dividir o continente entre si, os colonizadores não respeitaram tal história. Assim, grupos diferentes passaram a ocupar o mesmo território colonial, depois transformado em nação. Por outro lado, era comum que os colonizadores promovessem tais divisões, favore- cendo ora algumas etnias, ora outras, para manter a sua dominação. Era a famosa tática do “dividir para dominar”. Em alguns casos, os efeitos desta política foram trágicos, pois cria- ram populações inimigas como os tutsis e hutus, em Ruanda. Elaborado por Muryatan Santana Barbosa especialmente para o São Paulo faz escola. 1. Com base em seus conhecimentos, identifi- que e justifique a principal temática abor- dada no texto. Espera-se que os alunos identifiquem que o texto coloca em evidência a artificialidade dos Estados nacionais africanos, relacionando-os à obra dos colonizadores europeus. Eles po- dem justificar com base no indicador cronológico do texto (Conferência de Berlim, 1884-85) e abordar o fato de que as fronteiras políticas da África impostas pelos colonizadores fo- ram perpetuadas mesmo após as independências africanas, ocorridas principalmente nas décadas de 1960 e 1970. 2. De acordo com o texto, qual é a relação en- tre o passado colonial e os graves conflitos étnicos atuais que ocorrem em alguns países africanos? De acordo com o texto, os conflitos étnicos são resultan- tes da divisão do continente efetuada pelos colonizado- res, que não respeitou a história cultural do continente e agrupou comunidades diferentes em um mesmo território colonial. Além disso, o colonialismo muitas vezes fomen- tou as rivalidades, ao favorecer uma etnia em detrimento de outra. 3. Relacione os aspectos retratados no tex- to com a “especialização econômica” ve- rificada na maioria dos países da África Subsaariana. Por fim, sugerimos na seção Lição de casa uma atividade que permitirá aos alunos consolidar os temas estudados nessa etapa. Leia o texto a seguir e responda às questões.
  • 41. 40 A expectativa é que os alunos resgatem alguns conteúdos estudados, aplicando-os na resolução da questão. Entre outros, poderão particularizar as características das expor- tações da África Subsaariana, ressaltando que o porcentual de itens manufaturados nas exportações dessa grande re- gião continua pouco expressivo (na ordem de 25%), além de ser constituído por um conjunto parco de produtos e ser produzido por um número restrito de países. Além disso, poderão considerar que os fluxos de Investimento Direto Estrangeiro (IDE), longe de contribuir para a diversificação das economias africanas, são aplicados principalmente na extração das matérias-primas. Conteúdos: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) africano; população e urbanização; economia africana; novas relações entre África e China. Competências e habilidades: analisar gráficos e tabelas acerca do IDH, a fim de caracterizar as condições atuais e históricas da sociedade africana; ler e interpretar mapas sobre a distribuição da população e urbanização do continente africano; analisar gráficos e tabelas acerca da atual situação econômica da África; diagnosticar as atuais condições socioeconômicas da África, relacionando-as com a questão de saúde no continente. Sugestão de estratégias: leitura, interpretação e comparação de mapas e gráficos; aula expositiva dia- logada; leitura, síntese e articulação de informações pesquisadas em textos de diversas procedências (material didático adotado, jornais, revistas e sites da internet). Sugestão de recursos: imagens (mapas, gráficos, fotos); material didático adotado e outros disponí- veis na escola. Sugestão de avaliação: resolução de questões e interpretação de textos. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 ÁFRICA: SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO Esta Situação de Aprendizagem complementa o esforço de construir uma visão de conjunto so- bre o continente africano. A partir da análise do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), enfo- cam-se aspectos demográficos e socioeconômicos. Para tanto, são propostas estratégias didáticas para análise e interpretação de textos, mapas, ta- belas e gráficos a respeito de temas fundamentais relacionados à África e de sua relação com outros países do mundo. Etapa 1 – Análise do IDH africano Para iniciar essa etapa da Situação de Aprendizagem, busque retomar o que os alu- nos sabem sobre IDH e como esse índice é medido. Comente que o IDH é um índice idealizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), para medir o desenvolvimento humano, consideran- do dados sobre saúde, educação e renda per capita. Sua escala varia de 0 a 1, sendo mais desenvolvido quanto mais próximo de 1 estiver o país. Segundo critérios do PNUD, os países são classificados em quatro categorias: muito elevado, elevado, médio e baixo.
  • 42. 41 Geografia – 3a série – Volume 2 Leitura e análise de tabela e mapa Em seguida, apresente a tabela (Quadro 2) que traz uma série histórica do IDH de alguns países africanos. Os dados mostram que, apesar da persistência das condições de vida inaceitá- veis em parte dos países africanos, durante os últimos anos alguns deles conseguiram deslo- camentos e deixaram a condição de IDH baixo para atingir o médio. Retome com os alunos que, de certa forma, a influência dos modelos coloniais também pode ser responsabilizada pela atual situação desses países. Informe-os de que o alicerce dos Estados africanos foi constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela coloniza- ção europeia. No momento das independências, o poder político e militar transferiu-se das an- tigas metrópoles para as elites nativas urbanas, que instalaram regimes autoritários. Para que os alunos reflitam sobre a atual conjuntura socioeconômica africana, no Ca- derno do Aluno, há uma proposta de inter- pretação e comparação dos dados da série histórica do IDH de alguns países africanos com dois mapas que tratam da temática de in- dependência, a partir da seguinte orientação: Observe a série histórica do IDH de al- guns países africanos ao longo das últimas três décadas e os dois mapas (Figuras 16 e 17) que tratam dos processos de independência dos países africanos. Em uma folha avulsa, elabore um texto para explicar as tendências observadas, considerando os fatores que in- fluenciaram essas mudanças. Se julgar pertinente, solicite aos alunos que ampliem a análise dos dados da tabela e dos mapas realizando uma pesquisa mais aprofun- dada sobre um dos países indicados na tabela. Série histórica do IDH de alguns países africanos, 1980-2012 País Classificação no IDH (2012) 1980 1990 2000 2005 2007 2010 2011 2012 África do Sul Médio 0,57 0,62 0,62 0,60 0,61 0,62 0,63 0,63 Botsuana Médio 0,45 0,59 0,59 0,60 0,62 0,63 0,63 0,63 Burkina Faso Baixo 0,30 0,31 0,33 0,34 0,34 Egito Médio 0,41 0,50 0,59 0,63 0,64 0,66 0,66 0,66 Gana Médio 0,39 0,43 0,46 0,49 0,51 0,54 0,55 0,56 Marrocos Médio 0,37 0,44 0,51 0,56 0,57 0,59 0,59 0,59 Mauritânia Baixo 0,34 0,36 0,42 0,44 0,45 0,46 0,46 0,47 Namíbia Médio 0,57 0,56 0,58 0,59 0,60 0,61 0,61 Níger Baixo 0,18 0,20 0,23 0,27 0,28 0,30 0,30 0,30 Nigéria Baixo 0,43 0,45 0,46 0,47 0,47 Zimbábue Baixo 0,37 0,43 0,38 0,35 0,36 0,37 0,39 0,40 Quadro 2 – Série histórica do IDH de alguns países africanos, 1980-2012. Fonte: PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano, Tabela 02 - Tendência do Índice de Desenvolvimento Humano, 1980-2012. Disponível em: <https://data.undp.org/dataset/Table-2-Human- Development-Index-trends/efc4-gjvq>. Acesso em: 16 jun. 2014.
  • 43. 42 Fontes: F. W. Putzger, Historischer Weltatlas, Berlin, Cornelsen, 1995 ; J. Sellier, Atlas des peuples d’Afrique, Paris, La Découverte, 2011. D’après Afrique contemporaine, 235, 2010. Antes de 1922 1951 - 1958 1960 1961 - 1968 1974 - 1980 1990 - 1993 2011 Tanzânia AteliêdeCartografiadaSciencesPo,2012 Marrocos Líbia Tunísia Egito Sudão África do Sul Suazilândia Lesoto Madagascar Moçambique Maurício Uganda Quênia Ruanda Burundi Seicheles Somália Djibuti Etiópia Eritreia Argélia Mauritânia Mali Níger Chade Nigéria Camarões República Centro-africana Costa do Marfim Gabão Gana Togo Benin São Tomé e Príncipe Guiné Equatorial Congo Gâmbia Guiné- Bissau Guiné Libéria Serra Leoa Senegal Cabo Verde Saara Ocidental* Zâmbia Zimbábue Namíbia Independências: Países não colonizados * Território não autônomo RDC Angola Botsuana Sudão do Sul Malauí Burkina Faso Comores Figura 16 – Cronologia das independências africanas. Afrique contemporaine, 2010/3 (n. 235), Agence Française de Développement, De Boeck. Tradução: Renée Zicman. Mapa original. Cronologia das independências africanas
  • 44. 43 Geografia – 3a série – Volume 2 Etapa 2 – População e urbanização O continente africano vive um movimento urbanizador intenso. Entre 2000 e 2007, a po- pulação urbana aumentou a uma taxa média de 4,2% ao ano. Em 1970, existiam apenas quatro cidades com mais de 1 milhão de habitantes na África; em 2010, já havia 33. Nessa seção, pro- pomos dois mapas (Figuras 18 e 19) que repre- sentam diferentes facetas desse processo, que Figura 17 – Tipologia das independências africanas. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Mapa original (mantida a grafia). Tipologia das independências africanas
  • 45. 44 está trazendo transformações estruturais ao conjunto da economia e da sociedade africanas. Leitura e análise de mapa No Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de mapa, são propostas questões que orientam a leitura dos mapas, conforme segue. 1. Qual aspecto da urbanização africana está representado no mapa da Figura 18? O mapa mostra que uma grande porcentagem da população urbana na África reside em habitações precárias, fato que reflete a grande incidência de pobreza nas cidades. Em diversos países, como o Mali, o Niger, o Chade, a Somália e a Etiópia, essa con- dição atinge 90% da população urbana. 2. Qual aspecto da urbanização africana está representado no mapa da Figura 19? A formação de grandes áreas metropolitanas, resultantes de um padrão urbano essencialmente concentrador. Esse fenô- meno se verifica, por exemplo, no Golfo da Guiné. É importante destacar que o continen- te africano vem passando por um intenso processo de urbanização, e as áreas com maior densidade populacional correspondem também aos países que apresentam taxas mais elevadas de urbanização (60 a 80%), como África do Sul, Botsuana, Gabão, Marrocos, ou taxas de urbanização que estão entre 40 e 60%, como no caso do Egito, Sudão, Gana, Costa do Marfim, Angola etc. (ver IBGE – População Urbana, 2010. Disponível em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/ mapas_mundo/mundo_populacao_urbana. pdf>. Acesso em: 16 jun. 2014). NIGÉRIA EGITO TANZÂNIA SUDÃO REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO ÁFRICA DO SUL QUÊNIA MOÇAMBIQUE MARROCOS GANA ANGOLA SENEGAL MALI ZÂMBIA UGANDA CAMARÕES MADAGASCAR COSTA DO MARFIM Fontes: “Slums of the world: The face of urban poverty in the new millennium”, ONU-Habitat, 2003 (estimativa de 2001); base de dados Earthtrends do World Resources Institute (http://earthtrends.wri.org). Considerando apenas as favelas com mais de 3 milhões de pessoas Parte da população urbana vivendo em favelas 45 0 5 10 15 20 25 30 35 40 População de favelas Milhões Mais de 90 % Menos de 50 % De 50 a 75 % De 75 a 90 % Dados não disponíveis Figura 18 – Parte da população urbana vivendo em favelas. Cartographie, Philippe Rekacewicz, Paris. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original.
  • 46. 45 Geografia – 3a série – Volume 2 Cairo Argel Trípole Casablanca Rabat Alexandria Kinshasa Luanda Cartum Adis Abeba Nairóbi Johanesburgo Ekurhuleni Maputo Antananarivo Durban Cidade do Cabo Dar Es Salaam Mbuji Mayi Lubumbashi Harare Lusaka Lagos Acra Kumasi Lomé Dacar Bamako Ouagadougou Conacri Monróvia Campala Ibadã Abidjan Cano Duala Iaundê Ndjamena Brazaville Mogadíscio Abuja Kaduna Niamei Fontes: World Urbanisation Prospect: The 2007 Revision Database, Divisão de População das Nações Unidas; Mike Davis, Le Pire des mondes possibles. De l’explosion urbaine au bidonville global, 2007; Jean-Marie Cour e Serge Snrech (dir.), « Pour préparer l’avenir de l’Afrique de l’Ouest: une vision à l’horizon 2020 », Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 1998. Futura conurbação do golfo da Guiné (com estimativa de 23 milhões de habitantes para 2015) Mar Mediterrâneo Mar Vermelho MAURITÂNIA MALI GUINÉ BURKINA FASO COSTA DO MARFIM GANA TOGO NÍGER NIGÉRIA CHADE SUDÃO REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO GABÃO CAMARÕES CONGO REPÚBLICA CENTRO - AFRICANA ETIÓPIA ERITREIA DJIBUTI SOMALILÂNDIA PUNTLÂNDIA SOMÁLIAQUÊNIA TANZÂNIA RUANDA BURUNDI MOÇAMBIQUE MALAUÍ ZIMBÁBUE MADAGASCAR ZÂMBIA BOTSUANA NAMÍBIA ANGOLA UGANDA ÁFRICA DO SUL SUAZILÂNDIA LESOTO EGITO LÍBIA ARGÉLIA TUNÍSIA SENEGAL GÂMBIA GUINÉ-BISSAU BENIN LIBÉRIA SERRA LEOA MARROCOS SAARA OCIDENTAL Metropolização do continente Número de habitantes Milhões 15 5 3 10 Estimativa para 20252007 0 1 000 km Figura 19 – Metropolização do continente. Cartographie, Philippe Rekacewicz, Paris. Tradução: Benjamin Potet. Mapa original.
  • 47. 46 Figura 20 – Comércio mundial de mercadorias, 2010. ATELIER de Cartographie de Sciences Po. Mapa original. Etapa 3 – Economia africana Esta etapa tem por objetivo demonstrar os fluxos comerciais da África com outras regiões do mundo – destacando a União Europeia, a Ásia e a América do Norte como principais mercados compradores e fornecedores do con- tinente africano. Em conjunto com as etapas desenvolvidas, esse percurso tem por objetivo exemplificar para os alunos como as relações as- simétricas entre África e Europa não se restrin- gem ao passado histórico (tráfico de escravos e colonização), mas também são perpetuadas ain- da hoje perante a globalização econômica que reproduz esquemas de dependência. Leitura e análise de mapa Para iniciar o trabalho, apresente aos alu- nos a Figura 20 e solicite que identifiquem e analisem os fluxos de comércio estabelecidos pela África.