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Quando eu era pequena, amava brincar de bola, quando me
impediam lá ia eu para minha casinha , que ficava em cima de minha
árvore e chorava. Ela se chamava Laila, já tinha 30 anos e era o meu
consolo.
      O tempo se passou, minha querida árvore ia envelhecendo e eu
também. Já contava trinta anos e ela, coitada, sessenta. Nessa época
nasceram meus filhos, Brenda e Brendo, meus anjos. A maternidade
fez-me esquecer totalmente de Laila.
      Um dia cheguei à casa de minha mãe com meus anjos. Fui ao
fundo do quintal e vi a minha árvore, rodeada de lixo, a antiga
casinha caindo aos pedaços. Tive vontade de correr ao seu encontro
como fazia no passado, para que Laila me consolasse.
      Naquele momento, minha mãe já velha, seu rosto marcado pelo
cansaço do tempo, resultado de muito trabalho para colocar comida em
nossa mesa me abraçou, demonstrando todo o seu carinho, penso que
tanto afeto, como sempre, era para compensar a ausência de meu pai.
      Soltei-me dos braços de minha mãe e convidei meus filhos para
ajudar-me a salvar Laila. Que tristeza! Quando terminamos de retirar
todo aquele entulho que a envolvia já era tarde demais! Ela havia
morrido. Senti que acabara de perder aquela que durante minha vida
fizera o papel de pai. Ela se fora sem ao menos conhecer meus filhos.
      Mais tarde, plantamos outra árvore, demos-lhe então o nome de
Laila para que, um dia, ela também possa consolar meus anjos quando
se sentirem tristes.




                 Aluna: Adrielly Márcia. 7º ano vermelho - 13/06/11

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