2. fonologia Fonema É a menor unidade de som de uma palavra, servindo como elemento distintivo vocabular. Vogal som produzido por uma corrente de ar que não encontra obstáculos na cavidade bucal base da sílaba portuguesa, isto é, cada vogal corresponde somente a uma sílaba. Consoante o som produzido por uma corrente de ar que encontra obstáculo As consoantes sempre formam sílaba com vogais. Semivogal fonema produzido como vogal, pronunciado de maneira menos intensa, não constituindo sílaba isoladamente, devendo sempre estar acompanhado por uma vogal. No português, correspondem aos sons /y/ e /w/ quando juntos a uma vogal e com esta formando sílaba.
3. fenômenos fonéticos Ditongo Encontro de semivogal com vogal na mesma sílaba, ou vice-versa. Pode ser crescente, quando formado por semivogal + vogal (qual, frequência, linguiça) ou decrescente quando composto por vogal + semivogal (pai, mau, muito); Classifica-se também em oral, quando a vogal-base é oral (pai, qual, mau), ou nasal, nos casos em que vogal- base é nasal (frequência, muito, porém). Tritongo Encontro de semivogal + vogal + semivogal na mesma sílaba (Paraguai, Uruguai, saguão). Hiato Sequência de duas vogais sem que haja uma consoante entre elas. (viúva, saúde, poeta).
4. Encontro consonantal constitui uma sequência de consoantes em uma mesma palavra, estando ou não presentes em uma mesma sílaba. Daí, classifica-se como separável (car-ta) ou inseparável (Bra-sil). Dígrafo é o emprego de duas letras que representam um único fonema. os dígrafos podem representar sons consonantais, como em QUerer, CHá, maLHa, naSCer, entre outros. ou representar sons vocálicos nasais como os que ocorrem em cAMpo, vENto, lINdo etc.
5. prosódia Oxítonas tonicidade na última sílaba. Paroxítonas tonicidade na penúltima sílaba. Proparoxítonas tonicidade na antepenúltima sílaba. As palavras monossílabas não se enquadram nesta classificação, dividindo-se simplesmente em “átonas” e “tônicas”.
6. acentuação gráfica acento gráfico é o mecanismo que, via de regra, indica a sílaba tônica não-natural de uma palavra. agudo (´) circunflexo (^) grave (`) o til (~) não é acento, mas um índice de nasalidade da vogal.
8. regras especiais Monossílabos tônicos terminados em: A(S) – pá, já, ás (subst.); E(S) – pé, fé, mês; O(S) – pó, dó, sós. Ditongos abertos éi, éu, ói nas formas oxítonas e monossilábicas: chapéu, réu, herói, constrói Não se acentuam os ditongos abertos ei e oi nas palavras paroxítonas – ideia, colmeia, jiboia. As vogais I e U quando constituírem a segunda vogal tônica de um hiato, desde que a) estejam sozinhas na sílaba ou acompanhadas de “s”; b) não estejam seguidas de “nh” Não se acentuam as vogais tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila. Levam, porém, acento agudo as vogais tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem às palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús.
9. regras especiais as terceiras pessoas de alguns verbos para lhes marcar o plural (ele) tem x (eles) têm (ele) vem x (eles) vêm (ele) contém x (eles) contêm coloca-se acento circunflexo na forma pôde (pretérito perfeito do indicativo), em oposição à sua homógrafa pode (presente do indicativo). leva acento diferencial de intensidade apenas o verbo pôr. Facultativamente pode grafar-se dêmos (presente do subjuntivo)/ demos (pretérito perfeito) e fôrma (substantivo)/ forma (substantivo ou verbo).
10. não se acentuam as vogais dobradas OO, EE, em qualquer caso enjoo, voo, veem, creem. os grupos “gue”, “gui”, “que”, “qui” quando do u tônico: argui, averigue, oblique; São aceitas as variantes coloquiais de verbos do tipo “aguar”: águo, averigúe; extingue-se o uso do trema na regra de acentuação portuguesa: frequência, unguento, tranquilo. Deve-se atentar que não há alteração na pronúncia dos vocábulos. usa-se o trema apenas em vocábulos derivados de palavras estrangeiras: mülleriano, de Müller.
11. uso do hífen Nas palavras compostas por justaposição cujos elementos constituem uma nova palavra, com sentido e forma próprios, mantendo seu acento original − ano-luz, decreto-lei, Observação: Nos compostos em que se tenha perdido a noção de composição, a grafia será feita sem hífen − girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista. Nos nomes geográficos compostos próprios (topônimos) iniciados por grã, grão, verbo ou ligados por artigo − Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Baía de Todos-os-Santos. Observação: Os outros topônimos compostos escrevem-se separados e sem hífen. − América do Sul, Belo Horizonte etc. Excetuam-se Guiné-Bissau e Timor- Leste. Nas palavras que designam espécies botânicas e zoológicas − couve-flor, bem-te-vi.
12. uso do hífen Nos compostos com os advérbios bem e mal seguidos de palavra iniciada por vogal ou h − bem-estar, bem-humorado, mal-estar, mal-humorado. Observação: o advérbio bem pode ou não se aglutinar a palavras iniciadas por consoante: bem-nascido (mas, malnascido), bem-vindo, benfeitor, benfeito. Nas palavras compostas pelos elementos além, aquém, recém e sem − além-mar, recém-nascido, sem-vergonha. Não se usa hífen nas locuções de qualquer natureza − cão de guarda, fim de semana, cor de vinho, cada um, nós mesmos, à vontade, à toa, a fim de que, visto que. Nos encadeamentos vocabulares, como divisas, combinações históricas ou ocasionais de topônimos − o lema Liberdade-Igualdade-Fraterinidade, ponte Rio-Niterói, vooTóquio-Rio de Janeiro.
14. morfologia Morfema menor unidade de significação que constitui o elemento ou os elementos integrantes de um vocábulo. morfemas são elementos significativos, sejam ligados aos conceitos, seres e coisas as quais conhecemos em nosso mundo ou noções gramaticais, entendidas internamente na língua.
15. estrutura de palavras Radical e raiz Radicalé o elemento mórfico que contém o sentido básico da palavra, seu núcleo de significação externa. Raiz é o elemento irredutível comum a todos os vocábulos de uma mesma família. Palavras cognatas São aquelas que apresentam uma mesma família etimológica, fazendo todos os vocábulos associação à mesma raiz ou a um mesmo radical primário.
16. estrutura de palavras Vogal Temática É um morfema que serve para classificar as palavras em determinados grupos. Quando acrescido ao radical, forma o tema. Vogais temáticas nominais Aparecem apenas nos nomes e são sempre átonas: -a - casa, mesa, rosa -e - mestre, padre, pobre -o - caderno, livro, novo Vogais temáticas verbais Podem ser tônicas ou átonas e configuram as três conjugações verbais: -a - cantar -e - vender -i - partir
17. estrutura de palavras Desinências São morfemas que têm por função caracterizar as flexões que nomes e verbos podem apresentar. Desinências nominais Exprimem as categorias de gênero e número -a - bela e magnífica aluna -s - magníficos alunos estudiosos Desinências verbais Conferem a noção de número/pessoa e modo/tempo -mos - cantamos, vendemos, partimos -va - cantava, amavas, sonhávamos
18. estrutura de palavras Afixos São morfemas que se juntam ao radical para dar origem a novos vocábulos e modifcam, geralmente de maneira precisa, o sentido do radical a que se agregam. De acordo com sua posição na palavra, dividem-se em prefixos (antes do radical) e sufixos (depois do radical).
19. estrutura de palavras Vogal e consoante de ligação São elementos que não possuem qualquer valor lexical ou gramatical. São empregados para tornar a pronúncia das palavras mais fácil ou agradável. Ex.: gasômetro / cafezal
20. formação de palavras Composição reunião de dois ou radicais, de tal sorte que o conjunto deles passe a formar um todo com significação nova. Existem dois tipos de composição: a justaposição e a aglutinação. Justaposição associação de dois ou mais vocábulos sem qualquer prejuízo de sua autonomia fonética. Ex.: passatempo, girassol, Segunda-feira, pé-de-vento, madrepérola, beija-flor, bem-me-quer e criado-mudo Aglutinação associação de radicais em uma única estrutura fônica, cuja fusão implica perda e/ou alteração dos radicais formadores. Ex.: aguardente, agridoce, pernalta, boquiaberto, planalto e pernilongo.
21. formação de palavras Derivação processo pelo qual de uma palavra formam-se outras por meio da adição ou subtração de certos elementos que lhe alteram o sentido – referido sempre, contudo, à significação da palavra primitiva.
22. formação de palavras derivação prefixal acréscimo de prefixos a um radical. Ex.: desleal, infeliz, antinuclear, imoral etc. derivação sufixal acréscimo de sufixos a um radical. Ex.: lealdade, felicidade, moralidade, apendicite etc. derivação prefixal e sufixal acréscimo gradativo de prefixo e sufixo ao morfema lexical. Ex.: deslealdade, infelizmente etc. derivação parassintética ou parassíntese criação de palavras com auxílio simultâneo de prefixo e sufixo. Ex.: empobrecer, subterrâneo, enforcar, entristecer etc. derivação regressiva supressão dos morfemas terminais de um vocábulo e sua substituição por uma vogal temática nominal. Ex.: janta(jantar –ar + a), embarque(embarcar – ar + e).
23. formação de palavras Derivação imprópria (conversão) mudança da classe gramatical de uma palavra sem alteração de sua forma original. Ex.: Ele esperava um sim e recebeu um não. Hibridismo união de radicais proviente de distintas línguas. Ex.: auto (grego) + móvel (português/latim), buro(“bureau”, francês) + cracia(grego) etc. Reduplicação e onomatopeia A reduplicação oconsiste na repetição de sílabas de uma palavra. A onomatopeiaconsiste em criar palavras imitativas de sons da natureza Ex.: Juju, tique-taque, zunzum, au-au, miau, bum!, pou!, zás-trás!, pimba! Etc. Abreviação Redução pura e simples da palavra original Ex.: pneu (pneumático), metrô (metropolitano) Siglas Redução de títulos às letras iniciais dos termos da expressão representada. Ex.: OTAN, INPS, AIDS