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FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA
TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO:
o mundo tecnológico a serviço do ensino
superior.
ANGELICA MAXIMO PEREIRA
GABRIEL AUGUSTO DA SILVA LEONEL
JEAN RICARDO RIBEIRO
SÃO PAULO
2009
1
FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA
TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO:
o mundo tecnológico a serviço do ensino
superior.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Administração
de empresas com ênfase em Tecnologia
da Informação da Faculdade Impacta
Tecnologia, pelo orientador Prof. Ricardo
Infantozzi.
SÃO PAULO
2009
2
FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA
TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO:
o mundo tecnológico a serviço do ensino superior.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Administração
de empresas com ênfase em Tecnologia
da Informação da Faculdade Impacta
Tecnologia, pelo orientador Prof. Ricardo
Infantozzi.
Aprovado em __________de________.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Valdéres Fernandes Pinheiro
_____________________________________________________________
Profa. Michelle Comar
______________________________________________________________
Prof. Ricardo Infantozzi
SÃO PAULO
2009
3
AGRADECIMENTO
Ao Prof. Ricardo Infantozzi, nosso orientador, pela paciência, colaboração e
sugestões durante o desenvolvimento deste trabalho.
A Prof.Dr. Alberto Medeiros, a Profa. Michele Comar e ao Prof. Mestre Claudio
Dalmolim, pelo apoio e orientação nos momentos de indecisão, sempre com
diretrizes seguras.
Aos colegas de jornada, pelo apoio e auxilio durante estes anos de curso, e em
especial durante o período de desenvolvimento deste trabalho.
4
RESUMO
Este trabalho, e fruto de 1 ano de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil, e tem
como objetivo norteador apresentar os resultados obtidos não só nos levantamentos
bibliográficos, mas principalmente com a pesquisa realizada com os alunos de
diversas instituições de ensino superior.
O trabalho apresenta as principais tecnologias e ferramentas disponíveis e utilizadas
pelas instituições de ensino superior no Brasil, bem como as expectativas dos
alunos em relação a novas tecnologias e recursos, que auxiliarão no processo de
ensino-aprendizado.
Palavras-chave: ensino superior; tecnologia; ensino-aprendizagem.
5
ABSTRACT
This work and the fruit of 1 year of research on higher education in Brazil and aims at
present the results not only in literature surveys, but above everything all the
research conducted with students of various institutions of higher education.
This paper presents key technologies and tools available and used by higher
education institutions in Brazil, as well as the expectations of students in relation to
new technologies and features that will assist in the teaching-learning.
Key-words: higher education; technology; teaching-learning.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................10
CAPITULO 1 HISTORIA DA EDUCAÇÃO E ENSINO SUPERIOR .........................16
1.1 A História da Educação .................................................................................16
1.1.1 Definições de Educação............................................................................16
1.1.2 Educação Sistemática e Assistemática.....................................................18
1.1.3 Princípios Básicos para Educação............................................................18
1.1.4 Educação Pública......................................................................................19
1.1.5 Criação da Primeira Instituição do Ensino Superior no Brasil. ..................20
1.1.6 Os Fins da Educação................................................................................21
1.2 A introdução da Tecnologia na Educação...................................................23
1.2.1 A tecnologia na educação no Brasil. .........................................................23
1.2.2 O Crescimento na Procura pelo Ensino Superior......................................26
1.2.3 Perspectivas para o ensino superior. ........................................................29
CAPITULO 2 A EVOLUÇÃO DO ENSINO A DISTANCIA .......................................30
2.1 Educação a Distância (EAD) .........................................................................30
2.1.1 O Que é, Afinal, EAD? ..............................................................................31
2.1.2 Como era estudar a Distância antes da Internet? .....................................31
2.1.3 Instituto Monitor e Instituto Universal Brasileiro ........................................32
2.2 O avanço Tecnológico e a Evolução da EAD ..............................................33
2.2.1 Primeiro, o CPD – Centro de Processamento de Dados...........................33
2.2.2 Depois, o CBT – Softwares de Treinamento baseado em Computador....34
2.2.3 O Boom da Indústria do Treinamento .......................................................34
2.2.4 Veio então o SCORM................................................................................34
2.2.5 Todos Passaram a falar a mesma Língua.................................................35
2.2.6 Enfim, a Internet........................................................................................35
CAPITULO 3 CENÁRIO ATUAL ..............................................................................36
3.1 A Internet e as pessoas .................................................................................36
3.1.1 E por que a Educação?.............................................................................37
7
3.1.2 Porque o Brasil é Digital!...........................................................................37
3.1.3 Os Motivos para não ingressar numa Faculdade são vários:....................38
3.1.4 Novas tecnologias a favor da educação....................................................38
3.2 Second Life – Ilha Vestibular Brasil .............................................................39
3.2.1 Brasil tem maior concentração de IES no Second Life .............................39
3.2.2 Ambiente Virtual........................................................................................40
3.2.3 IES já confirmadas na Ilha Vestibular Brasil..............................................42
3.3 Novas Ferramentas........................................................................................42
3.3.1 Era Digital..................................................................................................43
3.3.2 Biblioteca Digital Mundial ..........................................................................44
3.3.3 Jogos educativos aplicados ao e-Learning ...............................................44
CAPITULO 4 TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR ........................................45
4.1 Tecnologias no Ensino Superior ..................................................................45
4.1.1 – Identificação de perfil do respondente....................................................46
CONCLUSÃO ...........................................................................................................54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................55
8
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Evolução das IES (1991 a 2007) ............................................................27
Gráfico 2 - Crescimento do Curso Ensino Superior................................................. 27
Gráfico 3 - Projeção do Número de Matrículas no Ensino Superior Brasileiro .........29
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Respondido X Enviados...................................................................................... 47
Figura 2 - Perfil dos alunos pesquisados............................................................................ 47
Figura 3 - Recursos tecnológicos que os alunos possuem.................................................. 48
Figura 4 - Utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento................ 49
Figura 5 - Freqüência de utilização dos recursos tecnológicos para estudo e
aperfeiçoamento ................................................................................................................. 50
Figura 6 - Principais recursos tecnológicos e ferramentas disponíveis nas faculdades...... 51
Figura 7 - Forma de disponibilização dos recursos tecnológicos e ferramentas . ................ 52
Figura 8 - Características de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos ................ 52
Figura 9 - Importância de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos ...................... 53
Figura 10 - Recursos multimídia e tecnológicos que ainda não estão disponíveis .......... .. 54
Figura 11 - Satisfação dos alunos com os recursos multimídia e tecnológicos disponíveis. 55
10
INTRODUÇÃO
Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), falaremos sobre a
Tecnologia aplicada à Educação, no âmbito do ensino superior no Brasil. Iniciaremos
sobre a história da Educação do nosso país, o crescimento pela procura do ensino
superior bem como a evolução tecnológica, cenário atual da TI (Tecnologia da
Informação) para o mundo acadêmico que é o foco principal da nossa pesquisa.
Mas o que é tecnologia? De acordo com o Wikipedia, Tecnologia (do grego
τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento
técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a
partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser:
As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;
As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas, e
processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a
solução dos mesmos;
Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia
de manufatura, a tecnologia de infra-estrutura ou a tecnologia espacial);
A aplicação de recursos para a resolução de problemas;
Assim como tecnologia, educação também tem várias definições e não
poderia ser diferente, ainda mais por ser um assunto complexo, mas segundo nossa
percepção a que resume melhor o que acreditamos é a definição de um estudioso
chamado George Kneller apud Cotrim e Parisi (1979) que diz ― A educação é
qualquer ato ou experiência que tenha um efeito formativo sobre a mente, caráter ou
a capacidade física de um indivíduo”. Acrescentando que
Num sentindo mais técnico, a educação é um processo pelo qual, a
sociedade por intermédio de escolas, ginásios, colégios, universidades e
outras instituições, deliberadamente transmite sua herança cultural, seus
conhecimentos, valores e dotes acumulados de uma geração a outra.
11
Assim entendemos que a tecnologia complementa a Educação e vice e
versa, além do nosso interesse em comum na carreira acadêmica e nosso curso ter
foco em TI, surgiu a idéia de se pesquisar sobre o assunto. Como se não bastasse,
ao lermos o texto abaixo nos fez meditar muito e só fortaleceu a nossa vontade de
mergulhar no tema.
Há três métodos principais através dos quais podemos procurar resolver os
problemas do mundo. O primeiro é a revolução. Isso significa revolta
violenta. O exemplo da Revolução Francesa e as experiências de Lênine
Stalin nos fazem recear que essa violência possa criar apenas outra tirania.
O revolucionário tem, com demasiada freqüência, uma perspectiva
maquiavélica e justifica qualquer método para atingir seu objetivo.No fim,
pode estabelecer um Governo de opressão que tão retrógrado quanto o
regime anterior. Os grandes educadores do passado, como Sócrates,
Erasmo e Tolstói, observaram que a mudança tem de vir de dentro e tem
de basear-se em princípios éticos.
O segundo meio, pelo qual podemos buscar uma solução para os
problemas do mundo, é a guerra. Heráclito, na Grécia, observava que a
guerra é a mãe de todas as coisas e que cria as sementes do progresso.
Hegel observou que a guerra decide o destino do mundo. Nietzsche disse
certa vez que a guerra é a essência da civilização. Hoje, porém, sabemos
que um conflito maior significaria o fim da civilização. Depois de milhões de
seres humanos haverem sido mortos no século XX, nossos dilemas são
exatamente tão agudos quanto o eram no século XIX. Uma guerra atômica
seria um pesadelo ímpar para a humanidade.
Nossa terceira alternativa é a educação. Opera lentamente, de modo
evolucionário. Não cria utopias repentinas. Não oferece remédios mágicos.
Não faz promessas categóricas. Exige esforço e disciplina. Desperta o
homem para suas próprias potencialidades criativas – para aquilo que
William James chamou de ―wider self‖ (o ―eu mais amplo‖). A educação,
considerada corretamente, é o instrumento de sobrevivência mais
formidável que o homem possui (MAYER, Frederick. 1976, p28).
Tendo em vista essa talvez utópica, mas verdadeira visão e o fato de
estarmos realizando nosso curso em uma Instituição pioneira na utilização de
recursos tecnológicos no ensino superior, facilitando e estimulando o nosso acesso
ao conhecimento e despertando a nossa curiosidade em conhecer quais tecnologias
são utilizadas na educação no ensino superior.
Acreditamos que este assunto é de grande relevância, uma vez que hoje
tudo está relacionado de alguma forma com a Tecnologia e esta por sua vez cresce
e toma proporções cada vez maiores e em todas as áreas de nossas vidas, seja na
vida particular, na vida estudantil, na vida profissional, enfim onde olhamos
conseguimos com certeza ver a tecnologia acoplada a tudo. No que diz respeito
12
particularmente à Educação, é impossível não tomar conhecimento disso, uma vez
que ela já se instalou no mundo acadêmico conforme Moraes (1996, p. 64):
[...] destacamos a importância de perceber que a missão da escola mudou.
Em vez de atender a uma massa amorfa de alunos, despersonalizados, é
preciso focalizar o indivíduo, aquele sujeito original, singular, diferente e
único, específico em seu capital genético e em toda a espécie humana. Um
indivíduo dotado de inteligências múltiplas, possuidor de diferentes estilos
de aprendizagem e, consequentemente, de diferentes habilidades de
resolver problemas. Mas um "sujeito coletivo", inserido numa ecologia
cognitiva da qual fazem parte outros humanos, cujo pensamento é
influenciado pelos demais integrantes do ambiente, a partir de uma relação
contínua existente entre o pensamento e o ambiente em geral, entre o
indivíduo e os instrumentos da cultura, aspectos estes inseparáveis de um
único processo, cuja análise em partes distintas já não faz mais sentido.
Assim sendo, temos como objetivo avaliar e identificar as tecnologias que
estão sendo funcionais para facilitar o entendimento, o acesso, a disseminação do
conhecimento e o desenvolvimento da educação superior para os estudantes. Para
alcançar este objetivo questionamos em que aspectos a tecnologia pode melhorar a
qualidade do ensino superior no Brasil, quais as tendências tecnológicas (desejadas
pelos alunos) no ensino superior, e qual a avaliação dos alunos em relação às
tecnologias disponíveis nas universidades brasileiras.
Entretanto é bem provável que a classe menos favorecida continuará a ficar
de fora do acesso a essas tecnologias uma vez que sabemos que muitos não têem
nem sequer um microcomputador em sua residência. Essa hipótese de estudo bem
como: em um futuro não muito distante não existirá mais aula totalmente presencial,
é apenas um palpite ou intuição decorrente da observação de experiência com o
objeto de estudo.
A seguir descreveremos a metodologia utilizada.
Método, entre outras coisas, significa caminho para chegar a um fim ou pelo
qual se atinge um objetivo, segundo Alberto Mesquita Filho (2006).
Para o desenvolvimento e melhor conhecimento sobre o assunto escolhido,
foi realizada uma pesquisa exploratória com propósito de familiarizar-se e identificar
os conceitos iniciais sobre os tópicos (Pinsonneault & Kraemer (1993). A principais
fontes de coleta de dados foram:
13
1. Levantamento Bibliográfico que tem como base material já
publicado;
2. Leitura de revistas especializadas no assunto, bem como artigos de
especialistas;
3. Pesquisa exploratória com propósito de levantar informações
relativas a percepção dos alunos em relação as tecnologias
disponíveis nas instituições de ensino.
Para se buscar responder os questionamentos levantados neste trabalho de
pesquisa, a metodologia de pesquisa utilizada, foi baseada conforme proposto por
Yan (1989:84), de buscar múltiplas fontes de evidências.
A estratégia principal da pesquisa será exploratória e descritiva. Exploratória,
pois como já foi descrito anteriormente, tem o propósito de familiarizar-se com o
assunto ou identificar os conceitos iniciais sobre um tópico, dar ênfase na
determinação de quais conceitos e como devem ser medidos, buscar descobrir
novas possibilidades e dimensões da população de interesse e descritiva no sentido
de buscar identificar quais situações, eventos, atitudes ou opiniões estão manifestos
em uma população; descreve a distribuição de algum fenômeno na população ou
entre os subgrupos da população e verificar se a percepção dos fatos está ou não
de acordo com a realidade, de acordo com a classificação de Pinsonneault &
Kraemer (1993).
O método principal utilizado foi a survey, que pode ser definida como a
obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de
determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população
alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário Tanur
(apud PINSONNEAULT; KRAEMER, 1993), de caráter qualitativo. Esse tipo de
método não é possível controlar as variáveis, sendo o ambiente natural o melhor
para se estudar o fenômeno de interesse.
As técnicas utilizadas foram levantamento bibliográfico, análise de pesquisa
documental (artigos) publicados por especialistas, além de pesquisa de campo que
aprofunda uma realidade específica e capta interpretações e explicações, utilizando
um processo de amostragem composto pela definição da população-alvo, pelo
14
contexto de amostragem, pela unidade de amostragem, pelo método de
amostragem, pelo tamanho da amostra e pela seleção da amostra ou pela execução
do processo de amostragem e não probabilísticas obtida a partir de algum tipo de
critério, e nem todos os elementos da população têm a mesma chance de ser
selecionados, o que torna os resultados não generalizáveis explica Perrien, Chéron
& Zins (1984). Para (Henry apud Bickman & Rog, 1997) existem seis tipos de
amostras não probabilísticas, porém nos limitamos a utilizar apenas duas:
por quotas: (quota) onde os participantes são escolhidos
proporcionalmente a determinado critério; a amostra é composta
por subgrupos;
casos críticos: (critical cases) – os participantes são escolhidos em
virtude de representarem casos essenciais ou chave para o foco da
pesquisa;
Assim sendo, foram aplicados questionários aos alunos de diversas IES
(Instituição de Ensino Superior) tais como: Anhanguera, Centro Universitário Unifieo,
Estácio Uniradial, Faculdade Fundetec Fatef, FATEC, FIAP, FIPEN, Faculdade
Impacta Tecnologia, FMU, Mackenzie, Metodista, São Marcos, Uninove, UNIP,
Uniscul, Universidade São Judas Tadeu. De acordo com Fink (1995), em seu livro
How to sample in surveys, afirma que o tamanho da amostra se refere ao número de
respondentes necessário para que os resultados obtidos sejam precisos e confiáveis
e que o aumento do tamanho da amostra diminui o erro, desta forma tentaremos
seguir esse conceito, mas não se esquecendo que essa tendência tem limites, pois
a partir de certa quantidade não se tem mais uma forte contribuição agregada por
coletar-se maior número de questionários completa Fink (1995).
O ponto de tempo a ser utilizado será o longitudinal - a coleta dos dados
ocorre ao longo do tempo em períodos ou pontos especificados, buscando estudar a
evolução ou as mudanças de determinadas variáveis ou, ainda, as relações entre
elas. (SAMPIERI et al., 1991).
15
Realizamos um pré-teste do instrumento visando refiná-lo e garantir de que
ele mediu aquilo que realmente se propõe, devendo observar se as questões foram
respondidas corretamente e se as respostas não indicam dificuldades no
entendimento da questão. Gil (1991) complementa que devem ser considerados no
pré-teste os seguintes aspectos: clareza e precisão dos termos, quantidade de
perguntas, forma das perguntas, ordem das perguntas e introdução.
E por fim, realizar a análise dos dados visando obter informações mais
aprofundadas e conclusivas a fim de responder nossos questionamentos e assim
contribuir e servir de referencial de modo a possibilitar o conhecimento sobre as
tecnologias e suas possíveis utilizações no meio acadêmico.
16
CAPITULO 1 HISTORIA DA EDUCAÇÃO E ENSINO SUPERIOR
1.1 A História da Educação
Não poderíamos desenvolver esse trabalho sem ao menos fazer uma breve
passagem sobre a história da educação e alguns assuntos relacionados que
enxergamos ser relevante para o entendimento e até mesmo para conhecimento ou
curiosidade.
Passaremos por tópicos como desde o surgimento ou reconhecimento da
educação no Brasil, como também abordaremos algumas definições, fins da
educação, princípios básicos da educação bem como surgiu a primeira universidade
no Brasil entre outros.
1.1.1 Definições de Educação
Os insetos e homens possuem instintos, mas o que diferencia um do outro é
a capacidade do homem de aprendizado e assim determina o seu comportamento.
Com esta capacidade ele pôde adquirir uma série de conhecimentos que não é
possível tê-los simplesmente por sua hereditariedade. Sendo assim, temos duas
fontes pelo qual se adquire o conhecimento, sendo:
A experiência individual - que conduz a uma descoberta
independente;
A transferência de conhecimento de indivíduo para indivíduo.
Segundo Roberto Cotrim e Mário Parisi (1979), destas duas fontes pode-se
dizer sem dúvida nenhuma, que a segunda é a que faz a diferença para o homem na
luta pela sobrevivência, ou seja, conservação da vida. Pois assim o homem pôde
aproveitar as experiências alheias sem ter que passar por estas novamente. Sem
17
dúvida um benefício valioso, mas impossível de se desfrutar se não fosse o
desenvolvimento da linguagem e por meio dela é que se conseguiu transmitir a
herança cultural humana para os indivíduos e sociedade.
São inúmeras as definições de educação apresentadas no decorrer do
tempo, porém Cotrim e Parisi (1979) define a educação como a capacidade do
homem de aprender por meio das experiências possibilitando ele agir segundo um
comportamento adquirido e essas experiências podem atuar em sua mente e até
sobre seu físico. Vejamos abaixo algumas dessas definições apresentadas por
estudiosos no assunto citadas por Cotrim e Parisi:
Platão afirmava que boa educação consistia em dar ao corpo e alma toda
beleza e perfeição de que são capazes.
Herbert Spencer defendia que educação era um processo cujo objetivo é a
formação do caráter;
John Dewey expunha que educação é um processo de contínua
reconstrução da experiência, com o propósito de ampliar e aprofundar o
seu conteúdo social, enquanto ao mesmo tempo, o indivíduo ganha
controle dos métodos envolvidos.
Lourenço Luzuriaga entende que educação é a influência intencional e
sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolve-
lo. Mas significa também, a ação genérica, ampla de uma sociedade sobre
as gerações jovens, com o fim de conservar e transmitir a existência
coletiva.
George Kneller considera a educação como ―qualquer ato ou experiência
quer tenha um efeito formativo sobre a mente, o caráter ou a capacidade
física de um indivíduo‖. Acrescentando que, num sentido mais técnico, a
educação é um processo pelo qual ―a sociedade, por intermédio de
escolas, colégios, ginásios, universidades e outras instituições,
deliberadamente transmite sua herança cultural, seus conhecimentos,
valores e dotes acumulados – de uma geração para outra.
Enfim, podemos acoplar todas essas definições mais o significado de educar
(ex-ducere) ―conduzir para fora‖, porém entendemos que o trazer para fora é muito
mais do que simplesmente trazer para fora o conhecimento de cada indivíduo para
compartilhar com o grupo, mas sim conduzir as pessoas a saírem dos seus
―mundinhos‖, como no Mito da Caverna de Platão (no Livro VII de A República, um
18
diálogo escrito entre 380-370 a.C.), em que a pessoas saem da escuridão, da
ignorância para um mundo de oportunidades, de novos conhecimentos e por que
não dizer para uma nova vida.
1.1.2 Educação Sistemática e Assistemática
Como apresentado anteriormente a educação é a aquisição de experiências
que atua sobre a mente e o corpo, sendo que essas experiências podem ser
adquiridas através de um processo educacional sistemático ou assistemático.
Educação Sistemática é aquela que permite aquisição de
experiências de forma ordenada, previamente definido, preparado
dentro de algum método de ensino, como temos hoje, dentro das
escolas, universidades além das igrejas, do lar ou outras
instituições com a intenção final de se educar;
Educação Assistemática é o inverso, a aquisição de experiências
sem uma ordenação, sem um método pré-definido para esse fim
tais como os meios de comunicação como cinema, teatro, rádio, TV
é um exemplo de educação assistemática, pois se educa sem tal
intenção.
1.1.3 Princípios Básicos para Educação
O maior educador do século XVII foi Jean Amos Comênico, nascido em
1592 e falecido em 1670, que apesar de sua formação religiosa, valorizava muito o
aprendizado científico na época, pois acreditava na preparação do indivíduo não
apenas para a vida profissional, mas também para que suas qualidades morais
fossem aprimoradas.
19
Veremos a seguir alguns princípios básicos da educação que Comênico
relata em uma de suas obras Didática Geral, citadas por Cotrim e Parisi:
 A aprendizagem deve ser feita no tempo adequado;
 Os exemplos devem preceder as regras;
 A mente do estudante deve ser preparada para o aprendizado;
 A aprendizagem deve avanças gradativamente, ensinando-se uma
coisa de cada vez;
 Primeiro deve compreender para depois memorizar;
 O ensino deve partir do Universal para o parcial;
 Devem-se evitar os saltos na aprendizagem;
 Boas condições das escolas e da educação;
 O objetivo da aprendizagem é apontar os caminhos e não labirintos.
Podemos perceber que esses princípios estão presentes até hoje na
educação seja no ensino fundamental, médio ou superior. Mas infelizmente apesar
da época em que foram descritos, parecem tão atuais, sendo alguns deles ainda não
são seguidos com o primor necessário para alcançar uma educação de qualidade,
com a qual sonhamos.
1.1.4 Educação Pública
Os estados alemães foram os primeiros a criarem a educação pública e
posteriormente, pouco a pouco ganharam outros países europeus, principalmente a
Escócia e a Holanda.
Na Alemanha, exatamente no ducado de Weimar em 1619 foi baixado um
decreto que dizia que todas as crianças de 06 à 12 anos de idade, ambos os sexos,
teriam que freqüentar a escola e teriam a prática da escrita, da leitura, do
aprendizado de lições e cânticos cristãos em sua grade curricular. Sendo os
professores sob uma forte e rígida disciplina, eram muito bem preparados para tal
fim. Porém em 1962 ocorreu uma reforma no sistema educacional nas escolas
20
públicas alemãs guiadas por uma lei rigorosa e taxativa, que alterava as diretrizes do
ensino público, realizando uma divisão bem próxima do que temos hoje, que divide
em três estágios ou graus como inferior, médio e superior, no período diário de aulas
em dois turnos, manhã e tarde. Esses estágios eram independentes um dos outros,
mas totalmente relacionados, como a abordagem gradativa das disciplinas
escolares. Os alunos recebiam uma educação sistemática (aquela a qual de forma
ordenada e métodos para o aprendizado dentro das instituições para esse fim) e
quem diria, nós que hoje estamos finalizando o curso do ensino superior e
desenvolvendo um TCC para sermos verdadeiramente aprovados como bacharéis
em Administração com ênfase em TI e podermos prosseguir para um nível acima e
dar continuidade em nossas vidas no mundo acadêmico, mas sabíamos que esse
processo passou a existir após essa reforma em 1962 onde os alunos eram
colocados a julgamento uma vez por ano, com exames rígidos com provas orais e
escritas , por uma banca examinadora e os alunos só poderiam freqüentar o próximo
ano, ou passar para a próxima série, trazendo para a linguagem de hoje, se fosse
aprovado pela banca, recebendo um certificado que o qualificasse para uma fase
mais elevada. Não podemos deixar de enfatizar que para isso, os professores além
de qualificados recebiam uma justa remuneração. Meditando um pouco neste último
parágrafo nos fazemos uma pergunta: Será que por serem bem remunerados é que
os professores também eram bem qualificados?
1.1.5 Criação da Primeira Instituição do Ensino Superior no Brasil.
De acordo com FAVERO, M.L.A (1980) percebe-se que desde do seu início,
o ensino superior no Brasil foi influenciado por um espírito colonialista e colonizador,
apresentava-se desprovido de caráter nacional.
A história da criação da primeira universidade em terreno nacional, revela
uma certa resistência tanto por parte de Portugal como por parte de alguns
brasileiros que não enxergavam um motivo para criação de uma instituição deste
gênero no país, uma vez que procuravam a Europa para fazer seus cursos
superiores segundo TEIXEIRA, A. (1989).
21
Além disso, segundo Antônio José Barbosa de Oliveira, historiador e
pesquisador do Projeto Memória, do Sistema de Bibliotecas e Informação (SIBI) da
UFRJ, a proibição intentava impedir que se desenvolvesse na colônia uma elite
capaz de desenvolver um pensamento destoante do pensamento metropolitano.
Mesmo com essas variáveis, a primeira escola de ensino superior do país
foi inaugurada no dia 18 de fevereiro de 1808, oito dias antes da partida da família
real para o Rio de Janeiro. Ela foi instalada no Hospital Real Militar, que ocupava
as dependências do Colégio dos Jesuítas, no Largo do Terreno de Jesus.
"Os primeiros professores da faculdade foram médicos militares. Só depois
vieram os médicos civis", diz o médico Lamartine Lima, professor honorário da
Faculdade de Medicina da Bahia, que hoje pertence à UFBA (Universidade Federal
da Bahia).
Depois de fundar a Fameb, Dom João fez o mesmo no Rio de Janeiro no
dia 5 de novembro daquele mesmo ano. Nascia a Escola de Anatomia, Cirurgia e
Medicina, a atual UFRJ (Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de
Janeiro).
"O que se ensinava na faculdade era uma medicina menos científica e
mais de observação", diz o historiador Francisco Assis de Queiroz, professor da
USP (Universidade de São Paulo). "Como a causa das doenças não era
conhecida, buscava-se eliminar os sintomas".
De qualquer forma, não podemos deixar de comemorar, afinal são 201
anos de existência e colaboração para o desenvolvimento do nosso país e as
pessoas que aqui vivem.
1.1.6 Os Fins da Educação
Eis a pergunta que não quer calar: Para que aprendo? Ou, o que devo
aprender? Todos concordam que a educação tem uma finalidade, mas na hora de
precisá-las, ocorrem muitas divergências, pois essas respostas variam muito devido
as mudanças de comportamento e pensamentos de acordo com cada época.
22
Podemos aqui trazer duas situações que nos faz enxergar finalidades
diferentes e até antagônicas dentro da história. Por exemplo a educação de Atenas
e Esparta na antiga Grécia, era visando objetivos bem diferentes, Atenas tinha
como objetivo o aprimoramento no cultivo da arte, ciência e filosofia enquanto que
Esparta o objetivo a se atingido era o bom preparo físico para o exercício da guerra.
Neste aspecto fica claro que a decisão da finalidade da educação é quase que
individual ou decidido pelo grupo com os mesmos objetivos, não tendo como ser
respondida baseada simplesmente por regras, pois os questionamentos: o que,
quando e como quero aprender, primeiramente devem ser definidos pelo desejo
atrelado à necessidade de cada um.
Porém focando apenas no ensino superior e de acordo com o estatuto do
MEC art. 4º. A educação superior tem por finalidade:
I – a formação pessoa e profissional de elevada qualidade
científica, cultural e técnica, nos diferentes campos do saber;
II – o estímulo a criatividade, ao espírito crítico e ao rigor
acadêmico-científico;
III – a oferta permanente de oportunidades de informação e ao
acesso ao conhecimento, aos bens culturais e as tecnologias;
IV – o desenvolvimento da ciência, da tecnologia da arte e da
cultura;
V – o atendimento das necessidades sociais de formação e de
conhecimentos avançados;
VI – o aprimoramento da educação e das condições culturais para a
garantia dos direitos sociais e do desenvolvimento sócio-
econômico e ambiental sustentável;
VII – a promoção da extensão como processo educativo, cultural e
científico que busca a articulação do ensino e da pesquisa a
fim de viabilizar a relação transformadora entre universidade e
sociedade; e
23
VIII – a valorização da solidariedade, da cooperação, da
diversidade e da paz entre indivíduos, grupos sociais e
nações.
Entretanto, não podemos deixar de dizer usando inclusive o que já foi dito
anteriormente, que essas finalidades também variam de acordo com cada época,
necessidade, capacidade e desejo de cada indivíduo, acoplada com a cultura de
cada instituição de ensino.
1.2 A introdução da Tecnologia na Educação.
A utilização dos computadores na educação é tão remota, quanto o advento
comercial dos mesmos segundo o Coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à
Educação da Universidade Estadual de Campinas, José Armando Valente. Para se
ter idéia de quão remota, já nos meados da década de 50 foram os primeiros
computadores com capacidade de armazenamento e programação de informação e
logo realizaram-se as primeiras experiências do seu uso. Por exemplo, na resolução
de problemas nos cursos de pós-graduação em 1955 e como máquina de ensinar,
foi usado em 1958, no Centro de Pesquisa Watson da IBM e na Universidade de
Illinois – Coordinated Science Laboratory (apud Ralston & Meek, 1976, p. 272).
Porém nessa época a utilização era praticamente apenas para armazenar a
informação para depois retransmiti-la ao aprendiz, ao contrário de hoje que os
computadores são utilizados na educação de uma forma mais diversificada e
interessante. Podemos dizer que o computador pode ser também utilizado para
enriquecer ambientes de aprendizagem e auxiliar o aprendiz no processo de
construção do seu conhecimento complementa Valente.
1.2.1 A tecnologia na educação no Brasil.
No Brasil as primeiras experiências na utilização dos computadores na
educação foram na década de 70, mais especificamente a partir de 1971, onde foi
realizado na Universidade Federal de São Carlos (SP) um seminário intensivo sobre
24
o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista
da Universidade de Dartmouth, EUA (Souza, 1983). Valente (apud Souza, 1983),
ainda informa que nesse mesmo ano, o Conselho de Reitores das Universidades
Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira Conferência Nacional de
Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE). Durante essa
Conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP),
acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no
campus da USP.
Abaixo segue um breve histórico sobre a introdução da TI no Brasil, relatada
por Valente (O computador na sociedade do conhecimento, 1998, pág 19, 20).
―Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1973, o Núcleo de
Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia
Educacional (Nutes/Clates) usou software de simulação no ensino de Química. Na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nesse mesmo ano,
realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com
alunos de graduação.
O Centro de Processamento de Dados desenvolveu o software SISCAI para
avaliação de alunos de pós-graduação em Educação. Em 1982, o SISCAI foi
traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para
Microcomputador), funcionando como um sistema CAI e foi utilizado no ensino do 2º
grau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação (Faced), liderado pela
profa. Lucila Santarosa.
Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1974, desenvolvi, com
um aluno de iniciação científica, Marcelo Martelini, um software tipo CAI,
implementado em linguagem BASIC, para o ensino de fundamentos de programação
BASIC. Esse CAI foi usado por alunos do Mestrado em Ensino de Ciência e
Matemática, coordenado pelo prof. Ubiratan D’Ambrósio, realizado no Instituto de
Matemática, Estatística e Ciência da Computação e financiado pela Organização
dos Estados Americanos (OEA) e Ministério da Educação (MEC). Em 1975,
aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao Brasil, que
lançaram as primeiras sementes das idéias do Logo. Em 1976, um grupo de
professores do Departamento de Ciência de Computação produziu o documento
25
―Introdução a Computadores‖ (Takahashi et al, 1976), financiado pelo Programa de
Expansão e Melhoria do Ensino (Premen/MEC).
Nesse mesmo ano, foram iniciados os primeiros trabalhos com o uso de Logo
com crianças1 e Papert e Minsky retornaram ao Brasil para ministrar seminários e
participar das atividades do grupo de pesquisa sobre o uso de Logo em Educação
que tinha se estabelecido. Essas experiências e estudos deram origem à
dissertação de mestrado de Maria Cecília Calani (1981) e, posteriormente, o grupo
de pesquisa foi consolidado com a criação do Núcleo de Informática Aplicada à
Educação (NIED), em maio de 1983.
Em 1981, o Logo foi intensamente utilizado por um grupo de pesquisadores
liderados pela profa. Léa da Cruz Fagundes, do Laboratório de Estudos Cognitivos
(LEC) da UFRGS. O LEC foi criado em 1973 por pesquisadores preocupados com
as dificuldades da aprendizagem de Matemática apresentadas por crianças e
adolescentes da escola pública. Os estudos realizados tinham uma forte base
piagetiana e eram coordenados pelo dr. António Battro, discípulo de Piaget. O Logo,
também desenvolvido com bases piagetianas, passou a ser uma importante
ferramenta de investigação de processos mentais de crianças de 7 a 15 anos que
faziam parte dos estudos do LEC.
Portanto, existiam no início dos anos 80 diversas iniciativas sobre o uso da
Informática na Educação, no Brasil. Esses esforços, aliados ao que se realizava em
outros países e ao interesse do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) na
disseminação da Informática na sociedade, despertaram o interesse do governo e
de pesquisadores das universidades na adoção de programas educacionais
baseados no uso da Informática. Essa implantação teve início com o primeiro e o
segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados,
respectivamente, na Universidade de Brasília (UNB) em 1981 e na Universidade
Federal da Bahia em 1982 (Seminário Nacional de Informática na Educação 1 e 2
1982).‖
Como podemos ver, a utilização da TI na educação no Brasil não é algo tão
recente, mas o reconhecimento mesmo da importância da TI na educação e sua
utilização mais intensa e massificada foi em meados da década de 90, como informa
Valente (apud Johnson, 1996).
26
1.2.2 O Crescimento na Procura pelo Ensino Superior
É nítido e irrefutável que a procura pelos cursos do ensino superior cresceu
absurdamente. Basta lembrarmos de que na passagem do século XX para o século
XXI, pouquíssimas pessoas tinham acesso às Universidades, se não por falta de
renda para tal ou porque o mercado de trabalho não era tão exigente e competitivo,
consequentemente não despertava grande interesse, pois quem em sã consciência
disponibilizaria tamanho valor para simplesmente dizer que cursava o ensino
superior. Não havia sido despertado o real custo/benefício e valor em nossas
mentes que até então, só enxergava-se à curto prazo, provavelmente por culpa da
nossa própria cultura.
Em fevereiro deste ano, o Ensino Superior brasileiro fez 201 anos de idade e
ganhou mais de 4,8 milhões de novos estudantes, conforme resultados do Censo da
Educação no Ensino Superior realizado pelo Instituo Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), pesquisa comparativa entre os anos
de 1980 e 2007. Fica claro que analisando essas informações nota-se a
multiplicação de Instituições de Ensino Superior – IES, cursos e consequentemente
a estrutura e a organização do setor que teve que se modernizar, segundo Larissa
Leiros Baroni (colaboradora do Portal Universia).
Até 1889, quando foi proclamada a República, o ritmo de crescimento de
cursos superiores manteve-se lento. Ao terminar o século 19, existiam apenas 24
faculdades no Brasil, com cerca de 10 mil estudantes.
Com a chegada da Família Real ao Brasil foram criados três institutos de
ensino superior que se transformaram em entre universidades, faculdades, centros
universitários entre outros em mais de 2.200 IES no país. Os cursos pioneiros:
Medicina, Engenharia e Artes foram ampliados e hoje se multiplicaram para cerca de
23.488 cursos. Essas informações referem-se apenas aos cursos presencias.
Falaremos de EAD ( Educação à Distância) com detalhes mais a frente.
27
Gráfico 1 – Evolução das IES (1991 a 2007)
893 893 873 851 894 922 900 973
10971180
1391
1637
1859
2013
216522702281
19911992199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007
EVOLUÇÃO DAS IES (1991 A 2007)
ANO
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
Gráfico 2 – Crescimento do Curso Ensino Superior
0
5000
10000
15000
20000
25000
CRESCIMENTO - CURSOS ENSINO SUPERIOR
ANO CURSOS
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
A primeira vista parecem resultados positivos, porém ―atualmente, segundo
dados do MEC (Ministério da Educação), apenas mais de 12% dos jovens entre 18 e
24 anos estão no Ensino Superior. Índice muito aquém das nações de primeiro
28
mundo ou mesmo de países em desenvolvimento mais adiantados que o Brasil. A
Coréia do Sul, por exemplo, tem 89% desse público matriculado no Ensino Superior.
O desempenho brasileiro também é inferior ao dos países da América Latina, como
é o caso do Chile (21%) e da Argentina (47%).‖ segundo Larissa Baroni. Entretanto
não podemos analisar isoladamente, deixando de lembrar que a implantação do
Ensino Superior no Brasil foi 308 anos depois do descobrimento, bem diferente dos
países que foram colonizados pela Espanha. Para se ter uma idéia, o Peru teve sua
primeira Universidade implantada em 1558, conforme pesquisa do especialista em
políticas educacionais e professor da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho
– UNESP, João Cardoso Palma Filho.
Além disso, tiveram muitos outros fatores que influenciaram esse
crescimento tardio como os altos índices de analfabetismo no Brasil e o fato de
―mesmo com a criação das primeiras instituições no País, não existiam livros
traduzidos para a Língua Portuguesa. Portanto, só a elite tinha o privilégio de ter
acesso ao ensino", diz Palma Filho. Ainda tinha um agravante, a situação de que a
maioria da população não tinha nem sequer o ensino médio completo, ―só a partir da
universalização do ensino básico, meados da década de 60, que foi possível
avançar com mais notoriedade‖ acrescenta ele.
Apesar das transformações e modificações que o sistema educacional
sofreu, acredita-se que o Brasil não recuperou esse atraso, porém "Se compararmos
a qualidade do setor em relação aos países da América Latina, não há dúvida que
saímos na frente. Algumas universidades brasileiras já integram o ranking das
melhores instituições do mundo. Como é o caso da USP (Universidade de São
Paulo), da Unicamp (Universidade de Campinas) e até a Unesp", ressalta Palma
Filho. O setor ampliou sua acessibilidade com alguns programas governamentais
tais como ProUni (Programa Universidade para Todos), Fies (Financiamento
Estudantil) e cotas, assim permitindo o acesso não mais somente da elite, mas
também da classe média e até mesmo das pessoas de baixa renda dando-lhes a
oportunidade de obter um diploma. E agora mais ainda, com a chegada do EAD
(Educação à Distância).
Entre 2004 e 2007, a modalidade cresceu 200%. O índice de estudantes
matriculados chega a 970 mil no ano de 2007. "O sistema a distância permitiu que o
Ensino Superior atingisse as regiões mais afastadas dos grandes centros", afirma
29
Presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância – (ABED) - Frederic
Michael Litto., destaca-se ainda que a contribuição da modalidade seria ainda
maior, se não fosse o atraso na implantação do modelo. "A EAD foi rejeitada pelo
Ministério da Educação durante 30 anos. Os membros do governo não incluíam em
suas metas a democratização ampla. Só a partir de 2006, depois de mais de 30
tentativas, ganhamos a Universidade Aberta do Brasil. O Reino Unido, por exemplo,
conquistou esse privilégio 36 anos antes, em 1970". Complementa Litto.
1.2.3 Perspectivas para o ensino superior.
Levando em consideração o crescimento do número de ingressantes,
associada a evolução da taxa de conclusão do ensino superior no Brasil, podemos
fazer uma provisão do número total de matrículas que o setor terá de 2009 à 2010,
conforme gráfico 3.
Se a atual taxa de conclusão (percentual de concluintes em relação às
matrículas iniciais) permanecer em torno de 60%, chegaremos a 2010 com 5,6
milhões de alunos no ensino superior. Se a taxa de conclusão subir para 70%, em
2010 teremos 5,7 milhões de alunos no ensino superior brasileiro, conforme gráfico
abaixo.
Gráfico 3 – Projeção do Número de Matrículas no Ensino Superior Brasileiro
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
30
CAPITULO 2 A EVOLUÇÃO DO ENSINO A DISTANCIA
2.1 Educação a Distância (EAD)
...É inquestionável a EAD ser positiva no sentido de que dá oportunidade de
aprendizagem a pessoas que anteriormente encontravam-se excluídas do
meio presencial de ensino. Ela possibilita a inclusão dessas pessoas
interessadas em aprimorar seus conhecimentos, aperfeiçoar suas
habilidades, por não impor restrições de tempo e espaço. Além disso, ela
estimula o aluno a ser um agente ativo na construção do seu conhecimento,
através da busca por novas informações e compartilhamento de saberes.
O aluno, por sua vez, poderá tornar-se um aprendiz autônomo e consciente
do seu próprio processo de aprendizagem (Reflexões sobre a Avaliação e
a Educação a Distância; SOUZA, F. L. 2008, p.2 ).
Para Nunes (1994), a educação a distância é um recurso de incalculável
importância como modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos
de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade
dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida.
A escolha da modalidade da educação à distância, como meio de dotar as
instituições educacionais de condições para atender às novas demandas por ensino
e treinamento ágil, célere e qualitativamente superior, tem por base a compreensão
de que, a partir dos anos sessenta, a educação a distância começou a distinguir-se
como uma modalidade não convencional de educação, capaz de atender com
grande perspectiva de eficiência, eficácia e qualidade aos anseios de
universalização do ensino e, também, como meio apropriado à permanente
atualização dos conhecimentos gerados de forma cada mais intensa pela ciência e
cultura humana.
Segundo Dohmem (1967), a Educação a Distância é uma forma
sistematicamente organizada de auto-estudo, onde o aluno se instrui a partir do
material que lhe é apresentado, sendo acompanhado e supervisionado por um grupo
de professores. Para Peters (1973), Educar/Ensinar a Distância é partilhar
conhecimento, habilidades e atitudes através da divisão do trabalho e de princípios
organizacionais, pelo uso extensivo de meios de comunicação. Moore (1973)
entende o Ensino a Distância como um conjunto de métodos instrucionais onde as
31
ações dos professores estão diretamente associadas às ações dos alunos.
Holmberg (1977) destaca o fato de a EAD ser uma forma de estudo não
supervisionada diretamente e presencialmente por professores, já que seus alunos
não se encontram no mesmo local ou ao mesmo tempo. Numa definição mais
recente, Paiva (1999) entende a EAD ―como um processo educativo que envolve
meios de comunicação capazes de ultrapassar os limites de tempo e espaço e
tornar acessível a interação com as fontes de informação e/ou com o sistema
educacional de forma a promover a autonomia do aprendiz através de estudo
independente e flexível.‖.
Para Queiroz (2004), a EAD não deve ser vista como uma prática de ensino-
aprendizagem substituta da forma presencial. Observando-se as limitações e as
falhas do sistema educacional convencional, pode-se concluir que, pelas próprias
características e objetivos da EAD, ela pode vir a complementar e, ao mesmo tempo,
coexistir, paralelamente, apoiando o ensino tradicional. A educação mediada pela
tecnologia pode, sem dúvida, educar, aproximar distâncias, facilitar a vida do aluno e
disseminar o ensino aos cantos mais remotos do planeta, sendo uma iniciativa muito
válida e que deve ser experimentada.
2.1.1 O Que é, Afinal, EAD?
...Educação a Distância – este é o significado da sigla que será cada vez
mais conhecida e utilizada por milhares de brasileiros, especialmente por
conta dos tantos benefícios que trará às suas vidas. Mas não dá para falar
sobre Educação a Distância sem falar da Internet – um mundo virtual que,
aos poucos, foi tomando conta e fazendo parte essencial, direta ou
indiretamente, da vida de todos nós. (FREITAS, L. C. T. O QUE É, AFINAL,
EAD? Revista Tudo sobre EAD: Sua faculdade por Internet, São Paulo,
Ano.1, n.1, p.4, 2009).
2.1.2 Como era estudar a Distância antes da Internet?
Com um curso de contabilidade, a Suécia realizou a pioneira experiência
registrada de ensino a distância em 1833. Em 1840, deram-se as primeiras práticas
na Inglaterra em 1856 tiveram início na Alemanha e em 1874 passaram a ocorrer
nos Estados Unidos.
32
No Brasil, em 1891, o Jornal do Brasil fez publicar em sua edição de
Classificados a oferta de um curso de datilografia por correspondência, mas se
admite em geral que o marco inaugural desta modalidade pedagógica se deu em
1904 entre nós.
Naquele ano se implantaram no Brasil as ―Escolas Internacionais‖,
representando organizações norte-americanas interessadas no que parecia um novo
e promissor mercado, mas a precariedade do serviço postal brasileiro e a nenhuma
importância social atribuída ao ensino a distância fizeram com que a iniciativa não
florescesse.
Em 1923, Edgar Roquete Pinto e Henry Morize fundaram a Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro, dando início a programas radiofônicos educativos. Treze anos
depois, doaram-na ao Ministério da Educação e Saúde, que em 1937 criou o Serviço
de Radiodifusão Educativa ( a serviço, seja lembrado, da ditadura de Getúlio
Vargas).
2.1.3 Instituto Monitor e Instituto Universal Brasileiro
Dois anos mais tarde surgiu em São Paulo o Instituto Radiotécnico
Monitor, para cursos por correspondência no campo da eletrônica, e em 1941 foi
fundado o Instituto Universal Brasileiro, visando à formação de profissionais de
nível básico e médio. Ambos existem até hoje e já capacitaram milhões de
brasileiros em profissões mais simples.
A Igreja Adventista lançou em 1943 a Escola Rádio-Postal “A voz da
Profecia”, para oferecer aos ouvintes cursos bíblicos por correspondência, já que
não há nada de novo sob o sol e Paulo, o apóstolo, ao propagar o cristianismo por
meio de suas epístolas, educando pessoas na Boa Nova, fazia já o que seria
chamado, milênios depois, Educação a Distância.
O SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial iniciou em 1946
suas atividades e desenvolveu a Universidade do Ar em 1950, cobrindo 318
localidades fluminenses e paulistas.
Enfim, a história da EaD no Brasil registra que entre as décadas dos 70 a 80
muitas instituições foram criadas com fins de desenvolver ―ensino por
correspondência‖ e algumas se extinguiram ou transformaram. No final da década
33
dos 70, existiam no Brasil 31 empresas praticando métodos de ensino a distância,
em sua maior parte nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Como podemos perceber, por décadas a fio a EaD se associou
exclusivamente à capacitação de trabalhadores menos qualificados, em parcelas
das camadas de mais baixa renda, especialmente por intermédio de cursos
profissionalizantes.
E isso se acentuou com os Telecursos de Primeiro e Segundo Grau, que
tiveram imensa visibilidade a partir de 1978 (Segundo Grau) e 1981 (Primeiro Grau),
a cargo da Fundação Roberto Marinho (Rede Globo) e em convênio com a
Fundação Padre Anchieta (TV Cultural de São Paulo).
Com o avanço da informática e das telecomunicações, porém, este
panorama se alterou com rapidez, graças ao desenvolvimento de centenas de
cursos diferentes para Graduação superior e Pós-Graduação a distância.
2.2 O avanço Tecnológico e a Evolução da EAD
Com o avanço da tecnologia, todo o panorama da Educação a Distância se
modernizou.
Só depois da rede Internet é que estudar a distância passou a ser possível
com interação direta entre todos os participantes, sejam eles aprendizes ou os
profissionais de educação, para maior facilidade de aprendizado e
desenvolvimento pessoal.
2.2.1 Primeiro, o CPD – Centro de Processamento de Dados
No começo dos 80, após a invenção dos computadores de mesa (PC), teve
início a proliferação dos recursos da microinformática, não apenas entre as
empresas de médio porte mas em todos os setores das grandes empresas, nas
quais até então havia um CPD, ou Centro de processamento de dados, e os vários
departamentos não se interligavam em rede nem os funcionários usavam terminais
informatizados em seu dia-a-dia.
34
2.2.2 Depois, o CBT – Softwares de Treinamento baseado em Computador
Na mesma época, o desenvolvimento dos primeiros programas de autoria
em multimídia, que permitiam a exibição mesclada de textos, imagens em
movimento e sons, deram condições para surgirem os primeiros softwares de
―treinamento baseado em computador‖, ou CBT - Computer-based training.
Muito mais de instrução a distância do que propriamente de Educação a
Distância, tais softwares capacitavam os usuários pela repetida execução de tarefas
rotinizadas ou pela absorção induzida de informações específicas, ajudando-os a
desenvolver competências e habilidades mais simples, e tiveram imensa aceitação
nas empresas, dado a escala de operações que ofereciam.
Pois, com um software de CBT, mais apostilas e folhetos, as principais
informações podiam ser passadas a milhares de pessoas em vários locais do país
ou do mundo, sem ser preciso reuni-los em sucessivos encontros presenciais ou
manter custosas equipes de treinamento se deslocando entre os mercados.
2.2.3 O Boom da Indústria do Treinamento
Em decorrência deste grande boom, na segunda metade dos 80 as
principais indústrias da aviação civil se propuseram a uniformizar mundialmente os
procedimentos de manutenção técnica de aeronaves. Para tanto, fundou-se em
1988 o AICC – Aviation Industry Computer-based Training Comittee, ou “Comitê da
Indústria de Aviação para Treinamento Baseado em Computadores”.
O objetivo era estabelecer um padrão internacional que associasse
praticidade e eficácia no treinamento à possibilidade de replicação de procedimento,
almejando escala e uniformidade de processos.
2.2.4 Veio então o SCORM
Assim, o Departamento de Defesa norte-americano pressionou por haver
associação mais estreita entre usuários, desenvolvedores e especialistas,
acadêmicos ou não, resultando em 2000 no estabelecimento do padrão SCORM –
35
Shareable Content Object Reference Model, ou ―Modelo de Referência para Objetos
de Conteúdo Intercambiáveis‖.
2.2.5 Todos Passaram a falar a mesma Língua
Com o tal avanço, as soluções de treinamento à distância ganharam um
padrão uniforme, graças a que a multiplicidade de fornecedores de conteúdos de
treinamento, de softwares e de equipamentos puderam passar a usar a mesma
linguagem tecnológica, com importantes ganhos para empresas mais e mais
globalizadas em seus processos de negócio, dentro de um mundo cada vez mais
cambiante e desafiador.
A isso se somou a possibilidade de utilizar satélites, pois os avanços da
Astronáutica na década dos 80, com base nas conquistas das décadas anteriores,
havia tornado possível a contratação de serviços mundiais de transmissão de
conteúdo, até para atividades de instrução e treinamento.
Contudo, em que pese o conjunto de melhorias obtidas para o processo de
capacitação de colaboradores pelas maiores empresas de todo o mundo, seguia
inexistente um dos principais aspectos do verdadeiro processo educacional: a viva
interação entre todos os participantes, no decorrer do procedimento
pedagógico, pois é o ambiente de ensino-aprendizagem e suas características que
educam e não somente o conteúdo apresentado.
2.2.6 Enfim, a Internet
Esta viva interação só seria possível para amplos públicos – e mesmo em
massa – com o surgimento da rede Internet, na década dos anos 90, graças à
possibilidade de comunicação interativa que a caracteriza e favorece um intenso e
contínuo relacionamento entre os aprendizes.
36
CAPITULO 3 CENÁRIO ATUAL
...Apesar de certas divergências pontuais, começa se a chegar a um
conjunto relativamente homogêneo de características que acabam por
conceituar a educação à distância (EAD) e dar-lhe uma dimensão prática
adaptada aos dias atuais e às demandas por universalização de processos
de ensino. É importante observar que a educação a distância não pode ser
vista como substitutiva da educação convencional, presencial. São duas
modalidades do mesmo processo. A educação a distância não concorre
com a educação convencional, tendo em vista que não é este o seu
objetivo, nem poderá ser. Nesse sentido, a educação a distância pode
contribuir de forma significativa para o desenvolvimento educacional de um
país, notadamente de uma sociedade com as características brasileiras,
onde o sistema educacional não consegue desenvolver as múltiplas ações
que a cidadania requer. (NUNES, I. B. NOÇÕES DE EDUCAÇÃO A
DISTANCIA, Revista Educação a Distância nrs. 4/5, Dez./93-Abr/94,
Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25).
3.1 A Internet e as pessoas
Para muitos, a internet é moda e paixão passageiras. Segundo outros, mais
―antenados‖, ela veio para ficar, trazendo um mundo novo, mais vasto, variado,
intrigante, mutável e veloz do que até então se conhecia.
Hoje, passada uma década, ainda há quem teime em vê-la apenas como
novidade ou superficial, sem consistência e nada mais senão ―coisa de marqueteiro‖.
A Internet é indissociável da vida atual e mais ainda o será da de amanhã ou
depois, tão mais o acesso a ela barateie e o seu uso prolifere, pois a mente humana
funciona ―em rede‖ e vive ―copiando e colando‖: você pensa isso, associa àquilo,
recorda detalhes de um terceiro tópico, devaneia um pouco, começa a pensar outro
tema, muda internamente de assunto e talvez, se for o caso e merecer, volta a
cogitar o que ao inicio parecia o mais importante.
O que mudou, e mudará ainda mais, é que com a Internet dá para fazer
como os pensamentos, navegando de site a site, ou de chat a chat, em um
computador comum, com ou sem banda larga, seja você quem for e esteja onde
estiver, registrando todo passo e podendo sempre recuperá-lo, a seguir ou quando
37
quiser, para poder transformar informação em conhecimento e, este, em
competências e habilidades.
3.1.1 E por que a Educação?
Assim também está acontecendo com a educação. Aliás, quem não estuda
com a Internet, pesquisando o que precisa ou deseja? Quem não consulta o maior
acervo vivo de dados do mundo, e grátis! , podendo aprender em conjunto ou
sozinho, sobre o que quiser, quando quiser e como quiser?
Aprendizagem não é nem nunca foi somente o convencional arranjo ―sala-
de- aula-professor-em-pé-e-alunos-sentados‖!
O processo humano de aprendizado sempre se deu principalmente de modo
intuitivo e experimental, pesquisando, cortejando, acertando-errando. Caso
contrário, a humanidade não teria chegado até aqui, já que nem sempre existiram
escolas e pouquíssimos puderam ir às que já existiram, dentre todos os que já
habitaram a Terra.
Se educar é um ato político, como ensinou o grande pedagogo brasileiro
Paulo Freire, é porque educar implica interferir em profundidade na consciência do
aprendiz, ao contextualizá-lo no mundo e dotá-lo de conhecimentos ( competências,
ou ―saberes‖) e recursos ( habilidades, ou fazeres) para participar de modo ativo
desse mundo mesmo, protagonizando sua dinâmica ao dele e nele participar.
E o que a Internet permite a todos senão a possibilidade de conhecer o
mundo, o mundo inteiro ( desde que se manejem idiomas, óbvio), e dele extraia o
necessário a cada ocasião ou necessidade para, a seguir, participar da parte do
mundo que lhe compete e, em alguma medida, a reinventar?
3.1.2 Porque o Brasil é Digital!
Em nosso país, que apresenta uma das maiores taxas mundiais de adesão
tecnológica – isto é, atração pelo que é eletrônico ou digital, existe milhões de
38
pessoas com o nível médio já cumprido e, ao mesmo tempo, frente a severos
impedimentos para graduar-se em nível superior.
3.1.3 Os Motivos para não ingressar numa Faculdade são vários:
Moram longe da Faculdade;
Trabalham o dia inteiro e não têm pique nem energia para freqüentar
bancos escolares à noite;
Crêem já ter passado da idade para ficar com a moçada;
Vivem viajando a serviço e a faculdade ainda não vai junto;
Não têm como pagar a mensalidade do curso mais o transporte e mais a
alimentação e mais os livros e mais o vestuário sempre arrumado, além das
baladas de sexta.
Contudo, vivemos num mundo globalizado, no qual estar bem informado e
deter conhecimento instrumentalizável (isto é, saberes que possam ser aplicados) é
a chave do sucesso pessoal, familiar, social e profissional, embora a informação e o
conhecimento se alterem em velocidade estonteante.
3.1.4 Novas tecnologias a favor da educação
Imagine ver na internet uma reprodução virtual do campus onde tem aulas.
Ou aprender inglês com a ajuda de softwares de concordância e pronúncia. Ou,
ainda, dispensar a velha dupla escaninho e xerox e consultar os textos necessários
para suas disciplinas direto do blog do professor. As instituições privadas de ensino
superior estão aproveitando o conhecimento do século 21 para oferecer o que há de
melhor aos seus alunos. O uso de tecnologias avançadas e, ao mesmo tempo,
acessíveis está se tornando cada vez mais comum nas salas de aula - onde giz,
lousa e cadernos convivem com recursos multimídia e uso da internet. Já existem
vários exemplos do uso criativo das novas ferramentas tecnológicas no ensino.
―É grande o número de instituições brasileiras que está introduzindo a
tecnologia no ensino. Entretanto, é errado pensar que basta introduzir a tecnologia
39
no processo de ensino - como, por exemplo, dotar cada sala de aula de sistema
multimídia de projeção e criar um portal na internet para disponibilizar conteúdo"
explica Elisa Wolynec, doutora e livre-docente pela USP (Universidade de São
Paulo), diretora de marketing da Techne Consultoria e especialista em tecnologia da
educação.
―Se os professores apenas transferirem para o sistema de projeção o que
antes apresentavam no quadro negro, se a Web for utilizada apenas para publicar
em um portal institucional o currículo do curso, os planos de aula, o conteúdo
ministrado e a bibliografia, ganha-se apenas em organização e facilidades para os
alunos. Porém não são introduzidas melhorias significativas na formação dos alunos
e na eficácia da aprendizagem", alerta. "O redesenho dos cursos, a adoção da
aprendizagem ativa como modelo pedagógico e a adoção de sistemas de gestão de
mercado (com ferramentas de sucesso comprovado em outros países) é
fundamental para o sucesso dessas iniciativas", aponta Elisa.
3.2 Second Life – Ilha Vestibular Brasil
3.2.1 Brasil tem maior concentração de IES no Second Life
Ilha Vestibular Brasil, é um ambiente virtual que será um ponto de encontro
de professores, alunos e futuros alunos de instituições de ensino superior. Brasil
passou de terceiro para o segundo lugar em número de usuários do Second Life e
agora também tem a maior concentração de instituições superior numa mesma ilha.
A Ilha Vestibular Brasil reúne a maior quantidade de instituições de ensino superior
dentro do Second Life.
Ilha Vestibular Brasil é como um condomínio, tendo ruas e lotes onde cada
centro educacional pode construir seus prédios e oferecer os seus serviços, como
informações sobre a instituição, cursos on-line ou, brindes virtuais, por exemplo.
Iniciativa da Ilha Vestibular Brasil é da ABMES (Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior) em parceria com as empresas Garcix Inovações
e Cafeína Estúdio Criativo. O projeto será lançado oficialmente no dia 11 de
setembro, às 18h30min, na sede da ABMES, em Brasília. A Ilha é um espaço dentro
do sistema conhecido como Second Life, um mundo virtual totalmente construído e
40
habitado pelos seus usuários. Neste mundo, os habitantes podem passar por uma
experiência virtual tridimensional, criando um personagem (avatar) e andando pelos
intermináveis ambientes produzidos pelos outros usuários. Praticamente todas
grandes empresas já têm algo construído em algumas das inúmeras ilhas do
Second Life. Por esse projeto, a ABMES passa a oferecer um ambiente
exclusivamente dedicado a instituições de ensino superior, de forma que ele irá se
tornar uma referência para contatos virtuais entre as instituições e as pessoas que
desejam fazer um curso superior. Para tanto, as IES participantes do projeto
receberão lotes no quais poderão construir seus prédios virtuais aonde
recepcionarão os interessados em seus cursos, fornecendo informações e captando
cadastros. Além disso, lá poderão realizar aulas, palestras, eventos e outras
atividades virtuais, de forma a colocar em contato os seus professores e atuais
alunos com o público em geral.O acesso aos lotes será feito mediante o pagamento
de uma taxa mensal, sendo que os associados da ABMES usufruirão do benefício
de 100% de isenção da taxa no primeiro mês de uso do lote. A Ilha Vestibular Brasil
está sendo realizada em parceria com a empresa Garcix Inovações Ltda., a qual
está encarregada pela ABMES de toda parte operacional do projeto.
3.2.2 Ambiente Virtual
Para os que acreditam no sucesso da união entre a educação e o Second
Life, o ambiente virtual vai além de um meio de comunicação, tornando-se mais um
espaço para o ensino-aprendizagem, visto que possibilita a interação entre as
pessoas.
O idealizador do empreendimento virtual, Ilha Vestibular Brasil, é o professor
Maurício Garcia, especialista em gestão educacional que já atua há mais de 20 anos
no ensino superior e que é também proprietário da Garcix Inovações, empresa
criada no intuito de produzir propostas inovadoras para o ambiente educacional.
Segundo Maurício Garcia, a Ilha Vestibular Brasil é principalmente um
espaço destinado a quem deseja ingressar no ensino superior. "As pessoas poderão
interagir conhecendo escolas e pessoas por todo Brasil, facilitando assim o processo
de escolha de onde estudar", disse.
41
A adesão foi maciça. O projeto original da ilha era de 65.000 m², mas devido
a grande procura, a ilha já foi ampliada para 130.000 m². "Até agora 22 instituições
confirmaram presenças na Ilha e esperamos chegar a 40 em breve", afirmou.
"É a maior concentração de instituições de ensino superior que se tem
notícia, dentro do Second Life", disse Roberta Alvarenga, diretora do Cafeína
Estúdio Criativo, que assina o projeto da ESAB (Escola Superior Aberta do Brasil),
dentro da Ilha Vestibular Brasil.
Graduação, PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),
SENAC São Paulo, Universidade Anhembi Morumbi e Universidade Tuiuti do
Paraná.
Um exemplo citado como positivo é o caso da Universidade Anhembi
Morumbi, em São Paulo, que, segundo Elisa, tem como principal diferencial o
alinhamento de seus cursos com as necessidades do mercado de trabalho. Ela foi a
primeira universidade brasileira a abrir um campus virtual no Second Life o
"simulador de vidas online" que faz sucesso no mundo inteiro. Usuários do Second
Life (já são quase 400 mil em todo o Brasil, dentro de um conjunto de oito milhões
de cadastrados no mundo) podem tirar dúvidas sobre cursos, fazer inscrições em
disciplinas e conhecer mais sobre a instituição, levando seus avatares
(representações virtuais de si mesmos) até a versão virtual da universidade - basta
digitar "Anhembi Morumbi" no menu "Procurar" do site. No ar desde maio, o campus
digital já teve mais de 18 mil visitas.
―Nosso espaço no Second Life será uma espécie de incubadora virtual para
a universidade", afirmou Maysa Simões, diretora de marketing da Anhembi
Morumbi.
A USP e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo se uniram para
explorar melhor as possibilidades do Second Life. Em conjunto com outras diversas
instituições, as duas instituições lançaram a Cidade do Conhecimento 2.0, um
espaço público que, conforme explica Gilson Schwartz, diretor do projeto, "abriga
iniciativas inovadoras na área educacional, social, ambiental e de
empreendedorismo tecnológico".
42
3.2.3 IES já confirmadas na Ilha Vestibular Brasil
Anhanguera Educacional; Centro Universitário Belas Artes de São Paulo;
Unesco (Centro Universitário do Espírito Santo; UNIS/MG (Centro Universitário do
Sul de Minas), Unimonte (Centro Universitário Monte Serrat), Centro Universitário
Radial, Centro Universitário UNA, COC Sistema de Ensino, ESAB (Escola Superior
Aberta do Brasil), Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, FACHA
(Faculdades Integradas Hélio Alonso), Fanor (Faculdades Nordeste), FGV/SP
(Fundação Getúlio Vargas de São Paulo) Instituto Catarinense de Pós-Graduação.
3.3 Novas Ferramentas
Outra das febres da internet, o YouTube - site no qual internautas podem
assistir e cadastrar vídeos feitos por eles mesmos - vai ganhar uma versão feita pela
USP, voltada à divulgação de conteúdo acadêmico. Idealizado pela Rede Nacional
de Ensino e Pesquisa com o apoio do Larc (Laboratório de Arquitetura e Redes de
Computadores) da Escola Politécnica da USP, o IPTV Experimental terá seis canais
de programação produzida na universidade.
"Teremos um canal principal, mostrando a vida universitária, canais
específicos para arte, cultura, ciência e humanidades e a transmissão online de
eventos que ocorram no campus", explica o professor Gil da Costa Marques,
coordenador de Tecnologia da Informação da USP. Além dos canais regulares, o
serviço permitirá o acesso a vídeos produzidos por professores e alunos da
universidade.
Expandindo a idéia pioneira da Anhembi Morumbi (seguida também pela
Universidade Mackenzie), o Centro Universitário SENAC está utilizando o Second
Life de modo inovador. Desde o fim de agosto, a instituição oferece cursos
ministrados no próprio universo virtual. "Queremos qualificar nossos alunos para
usufruir do jogo e depois entrar no mercado de trabalho que está sendo aberto com
o SL", diz Regina Helena Ribeiro, coordenadora de ensino à distância do SENAC,
instituição que, de acordo com Elisa, destaca-se pelo esforço concentrado na
capacitação pedagógica de seus docentes em utilização de tecnologia no ensino.
43
Criado pela Universidade Paulista para integrar seus alunos e professores
às novas tecnologias, o projeto Unip Interativa está ampliando os limites do ensino a
distância. Destacam-se o uso de fóruns e chats (que são arquivados e
disponibilizados para futuras consultas) e de comunidades virtuais de alunos (com
áreas próprias para trocas de arquivos e e-mails), além de painel de discussão e
sala virtual. Uma das pioneiras no uso da computação no meio universitário
brasileiro, a Unip também oferece desde 2003 o curso de Comunicação Digital,
voltado à aplicação dos novos meios digitais na produção de mídias variadas.
"Nosso objetivo é oferecer a todos os alunos, não apenas àqueles que
freqüentam as aulas de Comunicação Digital ou Rádio e TV, uma infra-estrutura
adequada para ampliar o conhecimento, dar maior motivação ao estudo,
aproveitando os avanços da tecnologia que já estão ao nosso alcance", disse
Marcelo Souza, gerente de informática da universidade.
3.3.1 Era Digital
As novas tecnologias estão presentes mesmo fora das salas de aula. Na
Faculdade IBTA, que mantém unidades em São Paulo, Campinas e São José dos
Campos, as decisões dos coordenadores de curso e reuniões entre professores vêm
sendo realizadas em salas virtuais desde julho. Todo o processo é digital: as
discussões são agendadas por e-mail e os participantes conversam por meio de
chat, usando a ferramenta TelEduc, desenvolvida para e-learning. "Dessa maneira,
evitamos o deslocamento dos professores e garantimos a objetividade das
reuniões", afirmou Guilherme Zillig, administrador do programa de salas virtuais da
IBTA.
"A era digital demanda das IES uma ampla gama de inovações, como já
ocorreu em outros ramos empresariais. É preciso mudar e inovar nos currículos, na
organização e gestão institucional, na arquitetura das salas de aula, no ambiente de
ensino, na avaliação da aprendizagem e, sobretudo, na criação de novos espaços
de transmissão de conhecimento centrados no aluno. Resistir às mudanças será
letal, tanto para docentes quanto para instituições", resume Elisa.
44
3.3.2 Biblioteca Digital Mundial
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura) lança nesta terça-feira a Biblioteca Digital Mundial, que permitirá consultar
gratuitamente pela internet o acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de
inúmeros países, entre eles o Brasil.
Dezenas de milhares de livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e
gravações de bibliotecas em todo o mundo foram digitalizados e traduzidos em
diversas línguas para a abertura do site da Biblioteca Digital da Unesco
A nova biblioteca virtual terá sistemas de navegação e busca de documentos
em sete línguas, entre elas o português, e oferece obras em várias outras línguas.
Entre os documentos, há tesouros culturais como a obra da literatura
japonesa O Conde de Genji, do século 11, considerado um dos romances mais
antigos do mundo, e também o primeiro mapa que menciona a América, de 1507,
realizado pelo monge alemão Martin Waldseemueller e que se encontra na
biblioteca do Congresso americano.
Entre outras preciosidades do novo site estão as primeiras fotografias da
América Latina, que integram o acervo da Biblioteca Nacional do Brasil, o maior
manuscrito medieval do mundo, conhecido como a Bíblia do Diabo, do século 18,
que pertence a Biblioteca Real de Estocolmo, na Suécia, e manuscritos científicos
árabes da Biblioteca de Alexandria, no Egito.
Até o momento, o documento mais antigo da Biblioteca Digital da UNESCO
é uma pintura de oito mil anos com imagens de antílopes ensangüentados, que se
encontra na África do Sul.
3.3.3 Jogos educativos aplicados ao e-Learning
Realizada durante o mês de outubro de 2003, a pesquisa do Portal e-Learning
Brasil identificou qual a importância dos jogos educativos aplicados ao e-Learning
nacional. Leia na íntegra o resultado desta pesquisa, e confira também o artigo
relacionado a este tema.
45
CAPITULO 4 TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR
4.1 Tecnologias no Ensino Superior
... o papel relevante que as novas tecnologias da informação e da
comunicação poderão desempenhar no sistema educacional depende de
vários fatores. Além de uma infra-estrutura adequada de comunicação, de
modelos sistêmicos bem planejados e projetos teoricamente bem
formulados, o sucesso de qualquer empreendimento nesta área depende,
fundamentalmente, de investimentos significativos que deverão ser feitos na
formação de recursos humanos, de decisões políticas apropriadas e
oportunas, amparadas por forte desejo e capacidade de realização.
(NOVAS TENDÊNCIAS PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO; MORAES, M. C., 1998, p.1).
Segundo Mcgee e Prusak (1994) citado por Kaufmann (2005, p.14), a
tecnologia da informação (TI) está presente em praticamente todas as nossas
atividades diárias. A maioria dos dispositivos com que interagimos, possuem alguma
forma de microprocessador.
Para que possamos planejar a construção de ambientes de aprendizagem
coerentes com as necessidades atuais, é preciso levar em consideração os novos
cenários mundiais que sinalizam inúmeras e significativas mudanças, bem como o
paradigma científico decorrente da nova realidade, cujos princípios influenciam
também as questões da teoria do conhecimento, e, conseqüentemente, a própria
Educação.
Para a construção dessas novas pautas identificamos vários aspectos
considerados relevantes. Dentre eles, destacamos a importância de perceber que a
missão da escola mudou. Em vez de atender a uma massa de alunos,
despersonalizados, é preciso focalizar o indivíduo, aquele sujeito original, singular,
diferente e único, específico em seu capital genético e em toda a espécie humana.
Um indivíduo dotado de inteligências múltiplas, possuidor de diferentes estilos de
aprendizagem e, conseqüentemente, de diferentes habilidades de resolver
problemas.
46
Reconhecemos a importância de focalizar o processo de aprendizagem,
mais do que a instrução e a transmissão de conteúdos, lembrando que hoje é mais
relevante o como você sabe do que o que e o quanto você sabe.
Segundo Silva (apud MENDES FILHO et al., 2001), estima-se que mais de
70% dos alunos universitários no Brasil possuem acesso à rede mundial de
computadores, dos quais cerca de 30% têm acesso também em sua própria casa. A
pesquisa de Löw (2004), que tem como objetivo identificar o valor percebido pelos
alunos de graduação da UNISINOS com relação aos recursos de TI e sua utilização,
apresenta como principal conclusão a grande importância atribuída pelos alunos ao
uso dos recursos de TI para a realização de suas atividades acadêmicas, no que se
refere às condições facilitadas para a realização dos trabalhos, tempo despendido e
qualidade destes trabalhos. Já a pesquisa realizada por Carate (2001) comprovou
que a internet está exercendo um papel fundamental no comportamento das
pessoas, no âmbito de instituições de ensino, provocando mudanças nas suas
atividades de administração, ensino, extensão e pesquisa.
A seguir apresentaremos os resultados da pesquisa realizada com alunos de
diversas instituições de ensino superior, onde procuramos identificar as tecnologias
que são utilizadas nestas instituições, e avaliar a percepção dos alunos em relação à
forma de disponibilização e importância dessas tecnologias no processo de ensino-
aprendizagem.
4.1.1 – Identificação de perfil do respondente
Na primeira parte do questionário (perguntas de 1 a 4 ) procuramos
identificar o perfil do aluno do ensino superior, avaliando qual o acesso que o
mesmo tem aos recursos tecnológicos no seu cotidiano. Para isso foram aplicadas
as seguintes perguntas.
A figura 1 apresenta a quantidade de alunos que responderam ao
Questionário, e a quantidade total enviada. A pesquisa foi feira junto aos alunos de
graduação de diversas instituições de ensino superior no estado de São Paulo.
47
Figura 1 – Respondido X Enviados
Fonte: Autor
A figura 2 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificação
do perfil dos 42 alunos que responderam a pesquisa. Estes 42 alunos serviram de
base para a pesquisa.
Figura 2 – Perfil dos alunos pesquisados
Fonte: Autor
48
A figura 3 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar
quais os recursos tecnológicos os alunos dos cursos de graduação possuem. Sendo
que 67% possuem celular simples, 64% possuem desktop e 98% possuem acesso a
internet via banda larga.
Figura 3 – Recursos tecnológicos que os alunos possuem
Fonte: Autor
A figura 4 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar se
os alunos do ensino superior utilizam os recursos da figura 3 para estudar ou se
manter atualizado, sendo que o resultado obtido foi que 98% dos alunos utilizam os
recursos para estudar ou se atualizar.
49
Figura 4 – Utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento
Fonte: Autor
A figura 5 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar qual a
freqüência de utilização dos recursos apresentados na figura 3, sendo que resultado
obtido foi que 76% dos alunos utilizam estes recursos todos os dias.
Figura 5 – Freqüência de utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento
Fonte: Autor
50
A figura 6 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar
quais os recursos multimídia e ferramentas tecnológicas as faculdades
disponibilizam para os alunos dos cursos de graduação como parte da metodologia
de ensino, sendo que os principais recursos são: 81% Projetor em sala de aula, 71%
portal do aluno, 67% laboratórios multimídia e 60% rede wi-fi com acesso liberado.
Figura 6 – Principais recursos tecnológicos e ferramentas disponíveis nas faculdades
Fonte: Autor
A figura 7 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar
como as instituições de ensino superior viabilizam o acesso dos alunos dos cursos
de graduação aos recursos tecnológicos disponíveis para atender as necessidades
do seu curso, sendo que 61% informaram que este acesso e fornecido Parcialmente
pela instituição.
51
Figura 7 – Forma de disponibilização dos recursos tecnológicos e ferramentas
Fonte: Autor
A figura 8 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar qual
a percepção dos alunos em relação a utilização dos recursos multimídia e
tecnológicos nas instituições de ensino superior, sendo que 53% dos alunos
indicaram a forma de utilização como sendo Ampla e adequada.
Figura 8 – Características de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos
Fonte: Autor
52
A figura 9 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar a
importância da utilização dos recursos multimídia e tecnológicos no processo de
ensino-aprendizado, sendo que 61% dos alunos responderam que a utilização
destes recursos e Muito Importante no processo de ensino.
Figura 9 – Importância de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos
Fonte: Autor
A figura 10 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar
quais recursos audiovisuais e tecnológicos NÃO estão disponíveis atualmente na
instituição de ensino, e que auxiliariam no desenvolvimento acadêmico dos alunos.
Os recursos mais citados foram: 23% gravação de aulas, 20% rede wi-fi com acesso
liberado e de boa qualidade, 18% lousa eletrônica, 18% portal do aluno, 16%
laboratório multimídia, 14% biblioteca digital, 14% EAD – parte do curso, 11%
conteúdo das aulas disponíveis on-line.
53
Figura 10 – Recursos multimídia e tecnológicos que ainda não estão disponíveis
Fonte: Autor
A figura 11 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar
qual o nível geral de satisfação do aluno com os recursos multimídia e tecnológicos
disponíveis na sua instituição de ensino, sendo que 57% dos alunos informaram que
estão satisfeitos com os recursos disponíveis.
54
Figura 11 – Satisfação dos alunos com os recursos multimídia e tecnológicos disponíveis
Fonte: Autor
CONCLUSÃO
As avaliações do questionário mostram que apesar de algumas instituições de
ensino já disponibilizarem algum tipo de recurso multimídia ou tecnológico, estes
recursos são disponibilizados de forma parcial e inadequada, bem como também
ainda não estão integradas na metodologia de ensino da instituição, não gerando os
resultados esperados pelos alunos. Podemos avaliar também que no geral os alunos
estão satisfeitos com a forma com que as instituições de ensino disponibilizam os
recursos disponíveis.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOLETIM EDUCAÇÃO & CONJUNTURA. São Paulo: Paulo Renato Souza
Consultores, 2006.
BRAGA, Ryon. Análise setorial do ensino superior privado no Brasil. Vitória:
Editora Hoper, 2006.
CARATE, L. C. Mudança comportamental e tecnologia da informação: pesquisa
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101f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola de Administração,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.
CERNY, R. Z.; ERN, E. Uma Reflexão Sobre a Avaliação Formativa na Educação
a Distância, 2001, UFSC;
FÁVERO, M. L. A.. A Universidade e Poder: Análise Crítica/Fundamentos
Históricos: 1930-45 Achiamé, Rio de Janeiro, 1980, 208p.
KAUFMANN, S. M. A. Tecnologia da Informação em uma instituição de ensino
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em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2005.
KNELLER, George. Pesquisador da Universidade da Califórnia, em Los Angeles
(EUA)
LÖW, T. A percepção sobre o valor da utilização de recursos de TI para a
atividade-fim em uma Instituição de Ensino Superior. 2004. 105f. Dissertação
(Mestrado em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
MAYER, Frederick. História do Pensamento Educacional. 1976.
MCGEE,J e PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação: aumente a
competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma
ferramenta estratégica. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
56
Pesquisa exploratória - Referência: Aacker, Kumar e Day (2004); Gil (1999)
Método / Técnicas de pesquisa e Instrumentos Consulte: VERGARA, Sylvia
Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005.
MORAES, M. C. Novas Tendências para o Uso das Tecnologias da Informação
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MORAES, Maria Candida. Informática Educativa no Brasil: Uma História Vivida,
Algumas Lições Aprendidas.
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente: implicações na
formação do professor e nas práticas pedagógicas. In: Em
Aberto. Brasília, 16 (70), p. 57 - 69, 1996.
NUNES, I. B. Noções de educação a distancia, Revista Educação a Distância nrs.
4/5, Dez./93-Abr/94, Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25;
Platão - Mito da Caverna de Platão - Livro VII de A República, um diálogo escrito
entre 380-370 a.C.)
TEIXEIRA, A. Ensino Superior no Brasil: Análise e Interpretação de sua
Evolução até 1969. Editora Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 1989, 186p.
VALENTE, J.A. O computador na sociedade do conhecimento, 1998. Ministério
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SITES PESQUISADOS
Disponível em http://www.ensinosuperior.sp.gov.br/portal.php/ensino-superior,
acessado em 06/05/2009
Disponível em http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=16885 acessado
em 17/04/2009
Disponível em: http://rocha.ucepel.tche.br/RBIE/nr1-1997.mariacandida.html , 1997.
Acesso em: 30/03/2009.
57
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u372876.shtml
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Disponível: http://www.ecientificocultural.com/ECC/cientista.htm - Acesso em
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Disponível: http://www7.rio.rj.gov.br/iplanrio/sala/textos/06.pdf - Acesso em
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http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/04/20/ult3280u36.jhtm - Acesso em
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http://www.aprendervirtual.com.br/noticiaInterna.php?ID=54&IDx=538 – Acesso em
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ILHA VESTIBULAR BRASIL – Disponível em –
http://www.abmes.org.br/ProjetosABMES/SL/default.asp - Acesso em 15/04/2009;
JOGOS EDUCATIVOS – Disponível em -
http://www.elearningbrasil.com.br/pesquisa/resultados/pesq_result_28.asp - Acesso
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BIBLIOTECA MUNDIAL DIGITAL – Disponível em -
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2009/04/21/ult4903u146.jhtm - Acesso em
21/04/2009;
NOVAS TECNOLOGIAS A FAVOR DA EDUCAÇÃO – Disponível em -
http://www.aprendervirtual.com.br/noticiaInterna.php?ID=54&IDx=537 - Acesso em
30/03/2009;

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Tecnologia no Ensino Superior

  • 1. FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO: o mundo tecnológico a serviço do ensino superior. ANGELICA MAXIMO PEREIRA GABRIEL AUGUSTO DA SILVA LEONEL JEAN RICARDO RIBEIRO SÃO PAULO 2009
  • 2. 1 FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO: o mundo tecnológico a serviço do ensino superior. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração de empresas com ênfase em Tecnologia da Informação da Faculdade Impacta Tecnologia, pelo orientador Prof. Ricardo Infantozzi. SÃO PAULO 2009
  • 3. 2 FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA TECNOLOGIA APLICADA À EDUCAÇÃO: o mundo tecnológico a serviço do ensino superior. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração de empresas com ênfase em Tecnologia da Informação da Faculdade Impacta Tecnologia, pelo orientador Prof. Ricardo Infantozzi. Aprovado em __________de________. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________________ Prof. Dr. Valdéres Fernandes Pinheiro _____________________________________________________________ Profa. Michelle Comar ______________________________________________________________ Prof. Ricardo Infantozzi SÃO PAULO 2009
  • 4. 3 AGRADECIMENTO Ao Prof. Ricardo Infantozzi, nosso orientador, pela paciência, colaboração e sugestões durante o desenvolvimento deste trabalho. A Prof.Dr. Alberto Medeiros, a Profa. Michele Comar e ao Prof. Mestre Claudio Dalmolim, pelo apoio e orientação nos momentos de indecisão, sempre com diretrizes seguras. Aos colegas de jornada, pelo apoio e auxilio durante estes anos de curso, e em especial durante o período de desenvolvimento deste trabalho.
  • 5. 4 RESUMO Este trabalho, e fruto de 1 ano de pesquisa sobre o ensino superior no Brasil, e tem como objetivo norteador apresentar os resultados obtidos não só nos levantamentos bibliográficos, mas principalmente com a pesquisa realizada com os alunos de diversas instituições de ensino superior. O trabalho apresenta as principais tecnologias e ferramentas disponíveis e utilizadas pelas instituições de ensino superior no Brasil, bem como as expectativas dos alunos em relação a novas tecnologias e recursos, que auxiliarão no processo de ensino-aprendizado. Palavras-chave: ensino superior; tecnologia; ensino-aprendizagem.
  • 6. 5 ABSTRACT This work and the fruit of 1 year of research on higher education in Brazil and aims at present the results not only in literature surveys, but above everything all the research conducted with students of various institutions of higher education. This paper presents key technologies and tools available and used by higher education institutions in Brazil, as well as the expectations of students in relation to new technologies and features that will assist in the teaching-learning. Key-words: higher education; technology; teaching-learning.
  • 7. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................................................................................10 CAPITULO 1 HISTORIA DA EDUCAÇÃO E ENSINO SUPERIOR .........................16 1.1 A História da Educação .................................................................................16 1.1.1 Definições de Educação............................................................................16 1.1.2 Educação Sistemática e Assistemática.....................................................18 1.1.3 Princípios Básicos para Educação............................................................18 1.1.4 Educação Pública......................................................................................19 1.1.5 Criação da Primeira Instituição do Ensino Superior no Brasil. ..................20 1.1.6 Os Fins da Educação................................................................................21 1.2 A introdução da Tecnologia na Educação...................................................23 1.2.1 A tecnologia na educação no Brasil. .........................................................23 1.2.2 O Crescimento na Procura pelo Ensino Superior......................................26 1.2.3 Perspectivas para o ensino superior. ........................................................29 CAPITULO 2 A EVOLUÇÃO DO ENSINO A DISTANCIA .......................................30 2.1 Educação a Distância (EAD) .........................................................................30 2.1.1 O Que é, Afinal, EAD? ..............................................................................31 2.1.2 Como era estudar a Distância antes da Internet? .....................................31 2.1.3 Instituto Monitor e Instituto Universal Brasileiro ........................................32 2.2 O avanço Tecnológico e a Evolução da EAD ..............................................33 2.2.1 Primeiro, o CPD – Centro de Processamento de Dados...........................33 2.2.2 Depois, o CBT – Softwares de Treinamento baseado em Computador....34 2.2.3 O Boom da Indústria do Treinamento .......................................................34 2.2.4 Veio então o SCORM................................................................................34 2.2.5 Todos Passaram a falar a mesma Língua.................................................35 2.2.6 Enfim, a Internet........................................................................................35 CAPITULO 3 CENÁRIO ATUAL ..............................................................................36 3.1 A Internet e as pessoas .................................................................................36 3.1.1 E por que a Educação?.............................................................................37
  • 8. 7 3.1.2 Porque o Brasil é Digital!...........................................................................37 3.1.3 Os Motivos para não ingressar numa Faculdade são vários:....................38 3.1.4 Novas tecnologias a favor da educação....................................................38 3.2 Second Life – Ilha Vestibular Brasil .............................................................39 3.2.1 Brasil tem maior concentração de IES no Second Life .............................39 3.2.2 Ambiente Virtual........................................................................................40 3.2.3 IES já confirmadas na Ilha Vestibular Brasil..............................................42 3.3 Novas Ferramentas........................................................................................42 3.3.1 Era Digital..................................................................................................43 3.3.2 Biblioteca Digital Mundial ..........................................................................44 3.3.3 Jogos educativos aplicados ao e-Learning ...............................................44 CAPITULO 4 TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR ........................................45 4.1 Tecnologias no Ensino Superior ..................................................................45 4.1.1 – Identificação de perfil do respondente....................................................46 CONCLUSÃO ...........................................................................................................54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................55
  • 9. 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Evolução das IES (1991 a 2007) ............................................................27 Gráfico 2 - Crescimento do Curso Ensino Superior................................................. 27 Gráfico 3 - Projeção do Número de Matrículas no Ensino Superior Brasileiro .........29
  • 10. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Respondido X Enviados...................................................................................... 47 Figura 2 - Perfil dos alunos pesquisados............................................................................ 47 Figura 3 - Recursos tecnológicos que os alunos possuem.................................................. 48 Figura 4 - Utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento................ 49 Figura 5 - Freqüência de utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento ................................................................................................................. 50 Figura 6 - Principais recursos tecnológicos e ferramentas disponíveis nas faculdades...... 51 Figura 7 - Forma de disponibilização dos recursos tecnológicos e ferramentas . ................ 52 Figura 8 - Características de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos ................ 52 Figura 9 - Importância de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos ...................... 53 Figura 10 - Recursos multimídia e tecnológicos que ainda não estão disponíveis .......... .. 54 Figura 11 - Satisfação dos alunos com os recursos multimídia e tecnológicos disponíveis. 55
  • 11. 10 INTRODUÇÃO Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), falaremos sobre a Tecnologia aplicada à Educação, no âmbito do ensino superior no Brasil. Iniciaremos sobre a história da Educação do nosso país, o crescimento pela procura do ensino superior bem como a evolução tecnológica, cenário atual da TI (Tecnologia da Informação) para o mundo acadêmico que é o foco principal da nossa pesquisa. Mas o que é tecnologia? De acordo com o Wikipedia, Tecnologia (do grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser: As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas; As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas, e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos; Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infra-estrutura ou a tecnologia espacial); A aplicação de recursos para a resolução de problemas; Assim como tecnologia, educação também tem várias definições e não poderia ser diferente, ainda mais por ser um assunto complexo, mas segundo nossa percepção a que resume melhor o que acreditamos é a definição de um estudioso chamado George Kneller apud Cotrim e Parisi (1979) que diz ― A educação é qualquer ato ou experiência que tenha um efeito formativo sobre a mente, caráter ou a capacidade física de um indivíduo”. Acrescentando que Num sentindo mais técnico, a educação é um processo pelo qual, a sociedade por intermédio de escolas, ginásios, colégios, universidades e outras instituições, deliberadamente transmite sua herança cultural, seus conhecimentos, valores e dotes acumulados de uma geração a outra.
  • 12. 11 Assim entendemos que a tecnologia complementa a Educação e vice e versa, além do nosso interesse em comum na carreira acadêmica e nosso curso ter foco em TI, surgiu a idéia de se pesquisar sobre o assunto. Como se não bastasse, ao lermos o texto abaixo nos fez meditar muito e só fortaleceu a nossa vontade de mergulhar no tema. Há três métodos principais através dos quais podemos procurar resolver os problemas do mundo. O primeiro é a revolução. Isso significa revolta violenta. O exemplo da Revolução Francesa e as experiências de Lênine Stalin nos fazem recear que essa violência possa criar apenas outra tirania. O revolucionário tem, com demasiada freqüência, uma perspectiva maquiavélica e justifica qualquer método para atingir seu objetivo.No fim, pode estabelecer um Governo de opressão que tão retrógrado quanto o regime anterior. Os grandes educadores do passado, como Sócrates, Erasmo e Tolstói, observaram que a mudança tem de vir de dentro e tem de basear-se em princípios éticos. O segundo meio, pelo qual podemos buscar uma solução para os problemas do mundo, é a guerra. Heráclito, na Grécia, observava que a guerra é a mãe de todas as coisas e que cria as sementes do progresso. Hegel observou que a guerra decide o destino do mundo. Nietzsche disse certa vez que a guerra é a essência da civilização. Hoje, porém, sabemos que um conflito maior significaria o fim da civilização. Depois de milhões de seres humanos haverem sido mortos no século XX, nossos dilemas são exatamente tão agudos quanto o eram no século XIX. Uma guerra atômica seria um pesadelo ímpar para a humanidade. Nossa terceira alternativa é a educação. Opera lentamente, de modo evolucionário. Não cria utopias repentinas. Não oferece remédios mágicos. Não faz promessas categóricas. Exige esforço e disciplina. Desperta o homem para suas próprias potencialidades criativas – para aquilo que William James chamou de ―wider self‖ (o ―eu mais amplo‖). A educação, considerada corretamente, é o instrumento de sobrevivência mais formidável que o homem possui (MAYER, Frederick. 1976, p28). Tendo em vista essa talvez utópica, mas verdadeira visão e o fato de estarmos realizando nosso curso em uma Instituição pioneira na utilização de recursos tecnológicos no ensino superior, facilitando e estimulando o nosso acesso ao conhecimento e despertando a nossa curiosidade em conhecer quais tecnologias são utilizadas na educação no ensino superior. Acreditamos que este assunto é de grande relevância, uma vez que hoje tudo está relacionado de alguma forma com a Tecnologia e esta por sua vez cresce e toma proporções cada vez maiores e em todas as áreas de nossas vidas, seja na vida particular, na vida estudantil, na vida profissional, enfim onde olhamos conseguimos com certeza ver a tecnologia acoplada a tudo. No que diz respeito
  • 13. 12 particularmente à Educação, é impossível não tomar conhecimento disso, uma vez que ela já se instalou no mundo acadêmico conforme Moraes (1996, p. 64): [...] destacamos a importância de perceber que a missão da escola mudou. Em vez de atender a uma massa amorfa de alunos, despersonalizados, é preciso focalizar o indivíduo, aquele sujeito original, singular, diferente e único, específico em seu capital genético e em toda a espécie humana. Um indivíduo dotado de inteligências múltiplas, possuidor de diferentes estilos de aprendizagem e, consequentemente, de diferentes habilidades de resolver problemas. Mas um "sujeito coletivo", inserido numa ecologia cognitiva da qual fazem parte outros humanos, cujo pensamento é influenciado pelos demais integrantes do ambiente, a partir de uma relação contínua existente entre o pensamento e o ambiente em geral, entre o indivíduo e os instrumentos da cultura, aspectos estes inseparáveis de um único processo, cuja análise em partes distintas já não faz mais sentido. Assim sendo, temos como objetivo avaliar e identificar as tecnologias que estão sendo funcionais para facilitar o entendimento, o acesso, a disseminação do conhecimento e o desenvolvimento da educação superior para os estudantes. Para alcançar este objetivo questionamos em que aspectos a tecnologia pode melhorar a qualidade do ensino superior no Brasil, quais as tendências tecnológicas (desejadas pelos alunos) no ensino superior, e qual a avaliação dos alunos em relação às tecnologias disponíveis nas universidades brasileiras. Entretanto é bem provável que a classe menos favorecida continuará a ficar de fora do acesso a essas tecnologias uma vez que sabemos que muitos não têem nem sequer um microcomputador em sua residência. Essa hipótese de estudo bem como: em um futuro não muito distante não existirá mais aula totalmente presencial, é apenas um palpite ou intuição decorrente da observação de experiência com o objeto de estudo. A seguir descreveremos a metodologia utilizada. Método, entre outras coisas, significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um objetivo, segundo Alberto Mesquita Filho (2006). Para o desenvolvimento e melhor conhecimento sobre o assunto escolhido, foi realizada uma pesquisa exploratória com propósito de familiarizar-se e identificar os conceitos iniciais sobre os tópicos (Pinsonneault & Kraemer (1993). A principais fontes de coleta de dados foram:
  • 14. 13 1. Levantamento Bibliográfico que tem como base material já publicado; 2. Leitura de revistas especializadas no assunto, bem como artigos de especialistas; 3. Pesquisa exploratória com propósito de levantar informações relativas a percepção dos alunos em relação as tecnologias disponíveis nas instituições de ensino. Para se buscar responder os questionamentos levantados neste trabalho de pesquisa, a metodologia de pesquisa utilizada, foi baseada conforme proposto por Yan (1989:84), de buscar múltiplas fontes de evidências. A estratégia principal da pesquisa será exploratória e descritiva. Exploratória, pois como já foi descrito anteriormente, tem o propósito de familiarizar-se com o assunto ou identificar os conceitos iniciais sobre um tópico, dar ênfase na determinação de quais conceitos e como devem ser medidos, buscar descobrir novas possibilidades e dimensões da população de interesse e descritiva no sentido de buscar identificar quais situações, eventos, atitudes ou opiniões estão manifestos em uma população; descreve a distribuição de algum fenômeno na população ou entre os subgrupos da população e verificar se a percepção dos fatos está ou não de acordo com a realidade, de acordo com a classificação de Pinsonneault & Kraemer (1993). O método principal utilizado foi a survey, que pode ser definida como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário Tanur (apud PINSONNEAULT; KRAEMER, 1993), de caráter qualitativo. Esse tipo de método não é possível controlar as variáveis, sendo o ambiente natural o melhor para se estudar o fenômeno de interesse. As técnicas utilizadas foram levantamento bibliográfico, análise de pesquisa documental (artigos) publicados por especialistas, além de pesquisa de campo que aprofunda uma realidade específica e capta interpretações e explicações, utilizando um processo de amostragem composto pela definição da população-alvo, pelo
  • 15. 14 contexto de amostragem, pela unidade de amostragem, pelo método de amostragem, pelo tamanho da amostra e pela seleção da amostra ou pela execução do processo de amostragem e não probabilísticas obtida a partir de algum tipo de critério, e nem todos os elementos da população têm a mesma chance de ser selecionados, o que torna os resultados não generalizáveis explica Perrien, Chéron & Zins (1984). Para (Henry apud Bickman & Rog, 1997) existem seis tipos de amostras não probabilísticas, porém nos limitamos a utilizar apenas duas: por quotas: (quota) onde os participantes são escolhidos proporcionalmente a determinado critério; a amostra é composta por subgrupos; casos críticos: (critical cases) – os participantes são escolhidos em virtude de representarem casos essenciais ou chave para o foco da pesquisa; Assim sendo, foram aplicados questionários aos alunos de diversas IES (Instituição de Ensino Superior) tais como: Anhanguera, Centro Universitário Unifieo, Estácio Uniradial, Faculdade Fundetec Fatef, FATEC, FIAP, FIPEN, Faculdade Impacta Tecnologia, FMU, Mackenzie, Metodista, São Marcos, Uninove, UNIP, Uniscul, Universidade São Judas Tadeu. De acordo com Fink (1995), em seu livro How to sample in surveys, afirma que o tamanho da amostra se refere ao número de respondentes necessário para que os resultados obtidos sejam precisos e confiáveis e que o aumento do tamanho da amostra diminui o erro, desta forma tentaremos seguir esse conceito, mas não se esquecendo que essa tendência tem limites, pois a partir de certa quantidade não se tem mais uma forte contribuição agregada por coletar-se maior número de questionários completa Fink (1995). O ponto de tempo a ser utilizado será o longitudinal - a coleta dos dados ocorre ao longo do tempo em períodos ou pontos especificados, buscando estudar a evolução ou as mudanças de determinadas variáveis ou, ainda, as relações entre elas. (SAMPIERI et al., 1991).
  • 16. 15 Realizamos um pré-teste do instrumento visando refiná-lo e garantir de que ele mediu aquilo que realmente se propõe, devendo observar se as questões foram respondidas corretamente e se as respostas não indicam dificuldades no entendimento da questão. Gil (1991) complementa que devem ser considerados no pré-teste os seguintes aspectos: clareza e precisão dos termos, quantidade de perguntas, forma das perguntas, ordem das perguntas e introdução. E por fim, realizar a análise dos dados visando obter informações mais aprofundadas e conclusivas a fim de responder nossos questionamentos e assim contribuir e servir de referencial de modo a possibilitar o conhecimento sobre as tecnologias e suas possíveis utilizações no meio acadêmico.
  • 17. 16 CAPITULO 1 HISTORIA DA EDUCAÇÃO E ENSINO SUPERIOR 1.1 A História da Educação Não poderíamos desenvolver esse trabalho sem ao menos fazer uma breve passagem sobre a história da educação e alguns assuntos relacionados que enxergamos ser relevante para o entendimento e até mesmo para conhecimento ou curiosidade. Passaremos por tópicos como desde o surgimento ou reconhecimento da educação no Brasil, como também abordaremos algumas definições, fins da educação, princípios básicos da educação bem como surgiu a primeira universidade no Brasil entre outros. 1.1.1 Definições de Educação Os insetos e homens possuem instintos, mas o que diferencia um do outro é a capacidade do homem de aprendizado e assim determina o seu comportamento. Com esta capacidade ele pôde adquirir uma série de conhecimentos que não é possível tê-los simplesmente por sua hereditariedade. Sendo assim, temos duas fontes pelo qual se adquire o conhecimento, sendo: A experiência individual - que conduz a uma descoberta independente; A transferência de conhecimento de indivíduo para indivíduo. Segundo Roberto Cotrim e Mário Parisi (1979), destas duas fontes pode-se dizer sem dúvida nenhuma, que a segunda é a que faz a diferença para o homem na luta pela sobrevivência, ou seja, conservação da vida. Pois assim o homem pôde aproveitar as experiências alheias sem ter que passar por estas novamente. Sem
  • 18. 17 dúvida um benefício valioso, mas impossível de se desfrutar se não fosse o desenvolvimento da linguagem e por meio dela é que se conseguiu transmitir a herança cultural humana para os indivíduos e sociedade. São inúmeras as definições de educação apresentadas no decorrer do tempo, porém Cotrim e Parisi (1979) define a educação como a capacidade do homem de aprender por meio das experiências possibilitando ele agir segundo um comportamento adquirido e essas experiências podem atuar em sua mente e até sobre seu físico. Vejamos abaixo algumas dessas definições apresentadas por estudiosos no assunto citadas por Cotrim e Parisi: Platão afirmava que boa educação consistia em dar ao corpo e alma toda beleza e perfeição de que são capazes. Herbert Spencer defendia que educação era um processo cujo objetivo é a formação do caráter; John Dewey expunha que educação é um processo de contínua reconstrução da experiência, com o propósito de ampliar e aprofundar o seu conteúdo social, enquanto ao mesmo tempo, o indivíduo ganha controle dos métodos envolvidos. Lourenço Luzuriaga entende que educação é a influência intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolve- lo. Mas significa também, a ação genérica, ampla de uma sociedade sobre as gerações jovens, com o fim de conservar e transmitir a existência coletiva. George Kneller considera a educação como ―qualquer ato ou experiência quer tenha um efeito formativo sobre a mente, o caráter ou a capacidade física de um indivíduo‖. Acrescentando que, num sentido mais técnico, a educação é um processo pelo qual ―a sociedade, por intermédio de escolas, colégios, ginásios, universidades e outras instituições, deliberadamente transmite sua herança cultural, seus conhecimentos, valores e dotes acumulados – de uma geração para outra. Enfim, podemos acoplar todas essas definições mais o significado de educar (ex-ducere) ―conduzir para fora‖, porém entendemos que o trazer para fora é muito mais do que simplesmente trazer para fora o conhecimento de cada indivíduo para compartilhar com o grupo, mas sim conduzir as pessoas a saírem dos seus ―mundinhos‖, como no Mito da Caverna de Platão (no Livro VII de A República, um
  • 19. 18 diálogo escrito entre 380-370 a.C.), em que a pessoas saem da escuridão, da ignorância para um mundo de oportunidades, de novos conhecimentos e por que não dizer para uma nova vida. 1.1.2 Educação Sistemática e Assistemática Como apresentado anteriormente a educação é a aquisição de experiências que atua sobre a mente e o corpo, sendo que essas experiências podem ser adquiridas através de um processo educacional sistemático ou assistemático. Educação Sistemática é aquela que permite aquisição de experiências de forma ordenada, previamente definido, preparado dentro de algum método de ensino, como temos hoje, dentro das escolas, universidades além das igrejas, do lar ou outras instituições com a intenção final de se educar; Educação Assistemática é o inverso, a aquisição de experiências sem uma ordenação, sem um método pré-definido para esse fim tais como os meios de comunicação como cinema, teatro, rádio, TV é um exemplo de educação assistemática, pois se educa sem tal intenção. 1.1.3 Princípios Básicos para Educação O maior educador do século XVII foi Jean Amos Comênico, nascido em 1592 e falecido em 1670, que apesar de sua formação religiosa, valorizava muito o aprendizado científico na época, pois acreditava na preparação do indivíduo não apenas para a vida profissional, mas também para que suas qualidades morais fossem aprimoradas.
  • 20. 19 Veremos a seguir alguns princípios básicos da educação que Comênico relata em uma de suas obras Didática Geral, citadas por Cotrim e Parisi:  A aprendizagem deve ser feita no tempo adequado;  Os exemplos devem preceder as regras;  A mente do estudante deve ser preparada para o aprendizado;  A aprendizagem deve avanças gradativamente, ensinando-se uma coisa de cada vez;  Primeiro deve compreender para depois memorizar;  O ensino deve partir do Universal para o parcial;  Devem-se evitar os saltos na aprendizagem;  Boas condições das escolas e da educação;  O objetivo da aprendizagem é apontar os caminhos e não labirintos. Podemos perceber que esses princípios estão presentes até hoje na educação seja no ensino fundamental, médio ou superior. Mas infelizmente apesar da época em que foram descritos, parecem tão atuais, sendo alguns deles ainda não são seguidos com o primor necessário para alcançar uma educação de qualidade, com a qual sonhamos. 1.1.4 Educação Pública Os estados alemães foram os primeiros a criarem a educação pública e posteriormente, pouco a pouco ganharam outros países europeus, principalmente a Escócia e a Holanda. Na Alemanha, exatamente no ducado de Weimar em 1619 foi baixado um decreto que dizia que todas as crianças de 06 à 12 anos de idade, ambos os sexos, teriam que freqüentar a escola e teriam a prática da escrita, da leitura, do aprendizado de lições e cânticos cristãos em sua grade curricular. Sendo os professores sob uma forte e rígida disciplina, eram muito bem preparados para tal fim. Porém em 1962 ocorreu uma reforma no sistema educacional nas escolas
  • 21. 20 públicas alemãs guiadas por uma lei rigorosa e taxativa, que alterava as diretrizes do ensino público, realizando uma divisão bem próxima do que temos hoje, que divide em três estágios ou graus como inferior, médio e superior, no período diário de aulas em dois turnos, manhã e tarde. Esses estágios eram independentes um dos outros, mas totalmente relacionados, como a abordagem gradativa das disciplinas escolares. Os alunos recebiam uma educação sistemática (aquela a qual de forma ordenada e métodos para o aprendizado dentro das instituições para esse fim) e quem diria, nós que hoje estamos finalizando o curso do ensino superior e desenvolvendo um TCC para sermos verdadeiramente aprovados como bacharéis em Administração com ênfase em TI e podermos prosseguir para um nível acima e dar continuidade em nossas vidas no mundo acadêmico, mas sabíamos que esse processo passou a existir após essa reforma em 1962 onde os alunos eram colocados a julgamento uma vez por ano, com exames rígidos com provas orais e escritas , por uma banca examinadora e os alunos só poderiam freqüentar o próximo ano, ou passar para a próxima série, trazendo para a linguagem de hoje, se fosse aprovado pela banca, recebendo um certificado que o qualificasse para uma fase mais elevada. Não podemos deixar de enfatizar que para isso, os professores além de qualificados recebiam uma justa remuneração. Meditando um pouco neste último parágrafo nos fazemos uma pergunta: Será que por serem bem remunerados é que os professores também eram bem qualificados? 1.1.5 Criação da Primeira Instituição do Ensino Superior no Brasil. De acordo com FAVERO, M.L.A (1980) percebe-se que desde do seu início, o ensino superior no Brasil foi influenciado por um espírito colonialista e colonizador, apresentava-se desprovido de caráter nacional. A história da criação da primeira universidade em terreno nacional, revela uma certa resistência tanto por parte de Portugal como por parte de alguns brasileiros que não enxergavam um motivo para criação de uma instituição deste gênero no país, uma vez que procuravam a Europa para fazer seus cursos superiores segundo TEIXEIRA, A. (1989).
  • 22. 21 Além disso, segundo Antônio José Barbosa de Oliveira, historiador e pesquisador do Projeto Memória, do Sistema de Bibliotecas e Informação (SIBI) da UFRJ, a proibição intentava impedir que se desenvolvesse na colônia uma elite capaz de desenvolver um pensamento destoante do pensamento metropolitano. Mesmo com essas variáveis, a primeira escola de ensino superior do país foi inaugurada no dia 18 de fevereiro de 1808, oito dias antes da partida da família real para o Rio de Janeiro. Ela foi instalada no Hospital Real Militar, que ocupava as dependências do Colégio dos Jesuítas, no Largo do Terreno de Jesus. "Os primeiros professores da faculdade foram médicos militares. Só depois vieram os médicos civis", diz o médico Lamartine Lima, professor honorário da Faculdade de Medicina da Bahia, que hoje pertence à UFBA (Universidade Federal da Bahia). Depois de fundar a Fameb, Dom João fez o mesmo no Rio de Janeiro no dia 5 de novembro daquele mesmo ano. Nascia a Escola de Anatomia, Cirurgia e Medicina, a atual UFRJ (Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro). "O que se ensinava na faculdade era uma medicina menos científica e mais de observação", diz o historiador Francisco Assis de Queiroz, professor da USP (Universidade de São Paulo). "Como a causa das doenças não era conhecida, buscava-se eliminar os sintomas". De qualquer forma, não podemos deixar de comemorar, afinal são 201 anos de existência e colaboração para o desenvolvimento do nosso país e as pessoas que aqui vivem. 1.1.6 Os Fins da Educação Eis a pergunta que não quer calar: Para que aprendo? Ou, o que devo aprender? Todos concordam que a educação tem uma finalidade, mas na hora de precisá-las, ocorrem muitas divergências, pois essas respostas variam muito devido as mudanças de comportamento e pensamentos de acordo com cada época.
  • 23. 22 Podemos aqui trazer duas situações que nos faz enxergar finalidades diferentes e até antagônicas dentro da história. Por exemplo a educação de Atenas e Esparta na antiga Grécia, era visando objetivos bem diferentes, Atenas tinha como objetivo o aprimoramento no cultivo da arte, ciência e filosofia enquanto que Esparta o objetivo a se atingido era o bom preparo físico para o exercício da guerra. Neste aspecto fica claro que a decisão da finalidade da educação é quase que individual ou decidido pelo grupo com os mesmos objetivos, não tendo como ser respondida baseada simplesmente por regras, pois os questionamentos: o que, quando e como quero aprender, primeiramente devem ser definidos pelo desejo atrelado à necessidade de cada um. Porém focando apenas no ensino superior e de acordo com o estatuto do MEC art. 4º. A educação superior tem por finalidade: I – a formação pessoa e profissional de elevada qualidade científica, cultural e técnica, nos diferentes campos do saber; II – o estímulo a criatividade, ao espírito crítico e ao rigor acadêmico-científico; III – a oferta permanente de oportunidades de informação e ao acesso ao conhecimento, aos bens culturais e as tecnologias; IV – o desenvolvimento da ciência, da tecnologia da arte e da cultura; V – o atendimento das necessidades sociais de formação e de conhecimentos avançados; VI – o aprimoramento da educação e das condições culturais para a garantia dos direitos sociais e do desenvolvimento sócio- econômico e ambiental sustentável; VII – a promoção da extensão como processo educativo, cultural e científico que busca a articulação do ensino e da pesquisa a fim de viabilizar a relação transformadora entre universidade e sociedade; e
  • 24. 23 VIII – a valorização da solidariedade, da cooperação, da diversidade e da paz entre indivíduos, grupos sociais e nações. Entretanto, não podemos deixar de dizer usando inclusive o que já foi dito anteriormente, que essas finalidades também variam de acordo com cada época, necessidade, capacidade e desejo de cada indivíduo, acoplada com a cultura de cada instituição de ensino. 1.2 A introdução da Tecnologia na Educação. A utilização dos computadores na educação é tão remota, quanto o advento comercial dos mesmos segundo o Coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas, José Armando Valente. Para se ter idéia de quão remota, já nos meados da década de 50 foram os primeiros computadores com capacidade de armazenamento e programação de informação e logo realizaram-se as primeiras experiências do seu uso. Por exemplo, na resolução de problemas nos cursos de pós-graduação em 1955 e como máquina de ensinar, foi usado em 1958, no Centro de Pesquisa Watson da IBM e na Universidade de Illinois – Coordinated Science Laboratory (apud Ralston & Meek, 1976, p. 272). Porém nessa época a utilização era praticamente apenas para armazenar a informação para depois retransmiti-la ao aprendiz, ao contrário de hoje que os computadores são utilizados na educação de uma forma mais diversificada e interessante. Podemos dizer que o computador pode ser também utilizado para enriquecer ambientes de aprendizagem e auxiliar o aprendiz no processo de construção do seu conhecimento complementa Valente. 1.2.1 A tecnologia na educação no Brasil. No Brasil as primeiras experiências na utilização dos computadores na educação foram na década de 70, mais especificamente a partir de 1971, onde foi realizado na Universidade Federal de São Carlos (SP) um seminário intensivo sobre
  • 25. 24 o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, EUA (Souza, 1983). Valente (apud Souza, 1983), ainda informa que nesse mesmo ano, o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE). Durante essa Conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP. Abaixo segue um breve histórico sobre a introdução da TI no Brasil, relatada por Valente (O computador na sociedade do conhecimento, 1998, pág 19, 20). ―Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (Nutes/Clates) usou software de simulação no ensino de Química. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nesse mesmo ano, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de graduação. O Centro de Processamento de Dados desenvolveu o software SISCAI para avaliação de alunos de pós-graduação em Educação. Em 1982, o SISCAI foi traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para Microcomputador), funcionando como um sistema CAI e foi utilizado no ensino do 2º grau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação (Faced), liderado pela profa. Lucila Santarosa. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1974, desenvolvi, com um aluno de iniciação científica, Marcelo Martelini, um software tipo CAI, implementado em linguagem BASIC, para o ensino de fundamentos de programação BASIC. Esse CAI foi usado por alunos do Mestrado em Ensino de Ciência e Matemática, coordenado pelo prof. Ubiratan D’Ambrósio, realizado no Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação e financiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e Ministério da Educação (MEC). Em 1975, aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao Brasil, que lançaram as primeiras sementes das idéias do Logo. Em 1976, um grupo de professores do Departamento de Ciência de Computação produziu o documento
  • 26. 25 ―Introdução a Computadores‖ (Takahashi et al, 1976), financiado pelo Programa de Expansão e Melhoria do Ensino (Premen/MEC). Nesse mesmo ano, foram iniciados os primeiros trabalhos com o uso de Logo com crianças1 e Papert e Minsky retornaram ao Brasil para ministrar seminários e participar das atividades do grupo de pesquisa sobre o uso de Logo em Educação que tinha se estabelecido. Essas experiências e estudos deram origem à dissertação de mestrado de Maria Cecília Calani (1981) e, posteriormente, o grupo de pesquisa foi consolidado com a criação do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED), em maio de 1983. Em 1981, o Logo foi intensamente utilizado por um grupo de pesquisadores liderados pela profa. Léa da Cruz Fagundes, do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da UFRGS. O LEC foi criado em 1973 por pesquisadores preocupados com as dificuldades da aprendizagem de Matemática apresentadas por crianças e adolescentes da escola pública. Os estudos realizados tinham uma forte base piagetiana e eram coordenados pelo dr. António Battro, discípulo de Piaget. O Logo, também desenvolvido com bases piagetianas, passou a ser uma importante ferramenta de investigação de processos mentais de crianças de 7 a 15 anos que faziam parte dos estudos do LEC. Portanto, existiam no início dos anos 80 diversas iniciativas sobre o uso da Informática na Educação, no Brasil. Esses esforços, aliados ao que se realizava em outros países e ao interesse do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) na disseminação da Informática na sociedade, despertaram o interesse do governo e de pesquisadores das universidades na adoção de programas educacionais baseados no uso da Informática. Essa implantação teve início com o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados, respectivamente, na Universidade de Brasília (UNB) em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982 (Seminário Nacional de Informática na Educação 1 e 2 1982).‖ Como podemos ver, a utilização da TI na educação no Brasil não é algo tão recente, mas o reconhecimento mesmo da importância da TI na educação e sua utilização mais intensa e massificada foi em meados da década de 90, como informa Valente (apud Johnson, 1996).
  • 27. 26 1.2.2 O Crescimento na Procura pelo Ensino Superior É nítido e irrefutável que a procura pelos cursos do ensino superior cresceu absurdamente. Basta lembrarmos de que na passagem do século XX para o século XXI, pouquíssimas pessoas tinham acesso às Universidades, se não por falta de renda para tal ou porque o mercado de trabalho não era tão exigente e competitivo, consequentemente não despertava grande interesse, pois quem em sã consciência disponibilizaria tamanho valor para simplesmente dizer que cursava o ensino superior. Não havia sido despertado o real custo/benefício e valor em nossas mentes que até então, só enxergava-se à curto prazo, provavelmente por culpa da nossa própria cultura. Em fevereiro deste ano, o Ensino Superior brasileiro fez 201 anos de idade e ganhou mais de 4,8 milhões de novos estudantes, conforme resultados do Censo da Educação no Ensino Superior realizado pelo Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), pesquisa comparativa entre os anos de 1980 e 2007. Fica claro que analisando essas informações nota-se a multiplicação de Instituições de Ensino Superior – IES, cursos e consequentemente a estrutura e a organização do setor que teve que se modernizar, segundo Larissa Leiros Baroni (colaboradora do Portal Universia). Até 1889, quando foi proclamada a República, o ritmo de crescimento de cursos superiores manteve-se lento. Ao terminar o século 19, existiam apenas 24 faculdades no Brasil, com cerca de 10 mil estudantes. Com a chegada da Família Real ao Brasil foram criados três institutos de ensino superior que se transformaram em entre universidades, faculdades, centros universitários entre outros em mais de 2.200 IES no país. Os cursos pioneiros: Medicina, Engenharia e Artes foram ampliados e hoje se multiplicaram para cerca de 23.488 cursos. Essas informações referem-se apenas aos cursos presencias. Falaremos de EAD ( Educação à Distância) com detalhes mais a frente.
  • 28. 27 Gráfico 1 – Evolução das IES (1991 a 2007) 893 893 873 851 894 922 900 973 10971180 1391 1637 1859 2013 216522702281 19911992199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007 EVOLUÇÃO DAS IES (1991 A 2007) ANO Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) Gráfico 2 – Crescimento do Curso Ensino Superior 0 5000 10000 15000 20000 25000 CRESCIMENTO - CURSOS ENSINO SUPERIOR ANO CURSOS Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) A primeira vista parecem resultados positivos, porém ―atualmente, segundo dados do MEC (Ministério da Educação), apenas mais de 12% dos jovens entre 18 e 24 anos estão no Ensino Superior. Índice muito aquém das nações de primeiro
  • 29. 28 mundo ou mesmo de países em desenvolvimento mais adiantados que o Brasil. A Coréia do Sul, por exemplo, tem 89% desse público matriculado no Ensino Superior. O desempenho brasileiro também é inferior ao dos países da América Latina, como é o caso do Chile (21%) e da Argentina (47%).‖ segundo Larissa Baroni. Entretanto não podemos analisar isoladamente, deixando de lembrar que a implantação do Ensino Superior no Brasil foi 308 anos depois do descobrimento, bem diferente dos países que foram colonizados pela Espanha. Para se ter uma idéia, o Peru teve sua primeira Universidade implantada em 1558, conforme pesquisa do especialista em políticas educacionais e professor da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho – UNESP, João Cardoso Palma Filho. Além disso, tiveram muitos outros fatores que influenciaram esse crescimento tardio como os altos índices de analfabetismo no Brasil e o fato de ―mesmo com a criação das primeiras instituições no País, não existiam livros traduzidos para a Língua Portuguesa. Portanto, só a elite tinha o privilégio de ter acesso ao ensino", diz Palma Filho. Ainda tinha um agravante, a situação de que a maioria da população não tinha nem sequer o ensino médio completo, ―só a partir da universalização do ensino básico, meados da década de 60, que foi possível avançar com mais notoriedade‖ acrescenta ele. Apesar das transformações e modificações que o sistema educacional sofreu, acredita-se que o Brasil não recuperou esse atraso, porém "Se compararmos a qualidade do setor em relação aos países da América Latina, não há dúvida que saímos na frente. Algumas universidades brasileiras já integram o ranking das melhores instituições do mundo. Como é o caso da USP (Universidade de São Paulo), da Unicamp (Universidade de Campinas) e até a Unesp", ressalta Palma Filho. O setor ampliou sua acessibilidade com alguns programas governamentais tais como ProUni (Programa Universidade para Todos), Fies (Financiamento Estudantil) e cotas, assim permitindo o acesso não mais somente da elite, mas também da classe média e até mesmo das pessoas de baixa renda dando-lhes a oportunidade de obter um diploma. E agora mais ainda, com a chegada do EAD (Educação à Distância). Entre 2004 e 2007, a modalidade cresceu 200%. O índice de estudantes matriculados chega a 970 mil no ano de 2007. "O sistema a distância permitiu que o Ensino Superior atingisse as regiões mais afastadas dos grandes centros", afirma
  • 30. 29 Presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância – (ABED) - Frederic Michael Litto., destaca-se ainda que a contribuição da modalidade seria ainda maior, se não fosse o atraso na implantação do modelo. "A EAD foi rejeitada pelo Ministério da Educação durante 30 anos. Os membros do governo não incluíam em suas metas a democratização ampla. Só a partir de 2006, depois de mais de 30 tentativas, ganhamos a Universidade Aberta do Brasil. O Reino Unido, por exemplo, conquistou esse privilégio 36 anos antes, em 1970". Complementa Litto. 1.2.3 Perspectivas para o ensino superior. Levando em consideração o crescimento do número de ingressantes, associada a evolução da taxa de conclusão do ensino superior no Brasil, podemos fazer uma provisão do número total de matrículas que o setor terá de 2009 à 2010, conforme gráfico 3. Se a atual taxa de conclusão (percentual de concluintes em relação às matrículas iniciais) permanecer em torno de 60%, chegaremos a 2010 com 5,6 milhões de alunos no ensino superior. Se a taxa de conclusão subir para 70%, em 2010 teremos 5,7 milhões de alunos no ensino superior brasileiro, conforme gráfico abaixo. Gráfico 3 – Projeção do Número de Matrículas no Ensino Superior Brasileiro Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
  • 31. 30 CAPITULO 2 A EVOLUÇÃO DO ENSINO A DISTANCIA 2.1 Educação a Distância (EAD) ...É inquestionável a EAD ser positiva no sentido de que dá oportunidade de aprendizagem a pessoas que anteriormente encontravam-se excluídas do meio presencial de ensino. Ela possibilita a inclusão dessas pessoas interessadas em aprimorar seus conhecimentos, aperfeiçoar suas habilidades, por não impor restrições de tempo e espaço. Além disso, ela estimula o aluno a ser um agente ativo na construção do seu conhecimento, através da busca por novas informações e compartilhamento de saberes. O aluno, por sua vez, poderá tornar-se um aprendiz autônomo e consciente do seu próprio processo de aprendizagem (Reflexões sobre a Avaliação e a Educação a Distância; SOUZA, F. L. 2008, p.2 ). Para Nunes (1994), a educação a distância é um recurso de incalculável importância como modo apropriado para atender a grandes contingentes de alunos de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida. A escolha da modalidade da educação à distância, como meio de dotar as instituições educacionais de condições para atender às novas demandas por ensino e treinamento ágil, célere e qualitativamente superior, tem por base a compreensão de que, a partir dos anos sessenta, a educação a distância começou a distinguir-se como uma modalidade não convencional de educação, capaz de atender com grande perspectiva de eficiência, eficácia e qualidade aos anseios de universalização do ensino e, também, como meio apropriado à permanente atualização dos conhecimentos gerados de forma cada mais intensa pela ciência e cultura humana. Segundo Dohmem (1967), a Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de auto-estudo, onde o aluno se instrui a partir do material que lhe é apresentado, sendo acompanhado e supervisionado por um grupo de professores. Para Peters (1973), Educar/Ensinar a Distância é partilhar conhecimento, habilidades e atitudes através da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, pelo uso extensivo de meios de comunicação. Moore (1973) entende o Ensino a Distância como um conjunto de métodos instrucionais onde as
  • 32. 31 ações dos professores estão diretamente associadas às ações dos alunos. Holmberg (1977) destaca o fato de a EAD ser uma forma de estudo não supervisionada diretamente e presencialmente por professores, já que seus alunos não se encontram no mesmo local ou ao mesmo tempo. Numa definição mais recente, Paiva (1999) entende a EAD ―como um processo educativo que envolve meios de comunicação capazes de ultrapassar os limites de tempo e espaço e tornar acessível a interação com as fontes de informação e/ou com o sistema educacional de forma a promover a autonomia do aprendiz através de estudo independente e flexível.‖. Para Queiroz (2004), a EAD não deve ser vista como uma prática de ensino- aprendizagem substituta da forma presencial. Observando-se as limitações e as falhas do sistema educacional convencional, pode-se concluir que, pelas próprias características e objetivos da EAD, ela pode vir a complementar e, ao mesmo tempo, coexistir, paralelamente, apoiando o ensino tradicional. A educação mediada pela tecnologia pode, sem dúvida, educar, aproximar distâncias, facilitar a vida do aluno e disseminar o ensino aos cantos mais remotos do planeta, sendo uma iniciativa muito válida e que deve ser experimentada. 2.1.1 O Que é, Afinal, EAD? ...Educação a Distância – este é o significado da sigla que será cada vez mais conhecida e utilizada por milhares de brasileiros, especialmente por conta dos tantos benefícios que trará às suas vidas. Mas não dá para falar sobre Educação a Distância sem falar da Internet – um mundo virtual que, aos poucos, foi tomando conta e fazendo parte essencial, direta ou indiretamente, da vida de todos nós. (FREITAS, L. C. T. O QUE É, AFINAL, EAD? Revista Tudo sobre EAD: Sua faculdade por Internet, São Paulo, Ano.1, n.1, p.4, 2009). 2.1.2 Como era estudar a Distância antes da Internet? Com um curso de contabilidade, a Suécia realizou a pioneira experiência registrada de ensino a distância em 1833. Em 1840, deram-se as primeiras práticas na Inglaterra em 1856 tiveram início na Alemanha e em 1874 passaram a ocorrer nos Estados Unidos.
  • 33. 32 No Brasil, em 1891, o Jornal do Brasil fez publicar em sua edição de Classificados a oferta de um curso de datilografia por correspondência, mas se admite em geral que o marco inaugural desta modalidade pedagógica se deu em 1904 entre nós. Naquele ano se implantaram no Brasil as ―Escolas Internacionais‖, representando organizações norte-americanas interessadas no que parecia um novo e promissor mercado, mas a precariedade do serviço postal brasileiro e a nenhuma importância social atribuída ao ensino a distância fizeram com que a iniciativa não florescesse. Em 1923, Edgar Roquete Pinto e Henry Morize fundaram a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, dando início a programas radiofônicos educativos. Treze anos depois, doaram-na ao Ministério da Educação e Saúde, que em 1937 criou o Serviço de Radiodifusão Educativa ( a serviço, seja lembrado, da ditadura de Getúlio Vargas). 2.1.3 Instituto Monitor e Instituto Universal Brasileiro Dois anos mais tarde surgiu em São Paulo o Instituto Radiotécnico Monitor, para cursos por correspondência no campo da eletrônica, e em 1941 foi fundado o Instituto Universal Brasileiro, visando à formação de profissionais de nível básico e médio. Ambos existem até hoje e já capacitaram milhões de brasileiros em profissões mais simples. A Igreja Adventista lançou em 1943 a Escola Rádio-Postal “A voz da Profecia”, para oferecer aos ouvintes cursos bíblicos por correspondência, já que não há nada de novo sob o sol e Paulo, o apóstolo, ao propagar o cristianismo por meio de suas epístolas, educando pessoas na Boa Nova, fazia já o que seria chamado, milênios depois, Educação a Distância. O SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial iniciou em 1946 suas atividades e desenvolveu a Universidade do Ar em 1950, cobrindo 318 localidades fluminenses e paulistas. Enfim, a história da EaD no Brasil registra que entre as décadas dos 70 a 80 muitas instituições foram criadas com fins de desenvolver ―ensino por correspondência‖ e algumas se extinguiram ou transformaram. No final da década
  • 34. 33 dos 70, existiam no Brasil 31 empresas praticando métodos de ensino a distância, em sua maior parte nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Como podemos perceber, por décadas a fio a EaD se associou exclusivamente à capacitação de trabalhadores menos qualificados, em parcelas das camadas de mais baixa renda, especialmente por intermédio de cursos profissionalizantes. E isso se acentuou com os Telecursos de Primeiro e Segundo Grau, que tiveram imensa visibilidade a partir de 1978 (Segundo Grau) e 1981 (Primeiro Grau), a cargo da Fundação Roberto Marinho (Rede Globo) e em convênio com a Fundação Padre Anchieta (TV Cultural de São Paulo). Com o avanço da informática e das telecomunicações, porém, este panorama se alterou com rapidez, graças ao desenvolvimento de centenas de cursos diferentes para Graduação superior e Pós-Graduação a distância. 2.2 O avanço Tecnológico e a Evolução da EAD Com o avanço da tecnologia, todo o panorama da Educação a Distância se modernizou. Só depois da rede Internet é que estudar a distância passou a ser possível com interação direta entre todos os participantes, sejam eles aprendizes ou os profissionais de educação, para maior facilidade de aprendizado e desenvolvimento pessoal. 2.2.1 Primeiro, o CPD – Centro de Processamento de Dados No começo dos 80, após a invenção dos computadores de mesa (PC), teve início a proliferação dos recursos da microinformática, não apenas entre as empresas de médio porte mas em todos os setores das grandes empresas, nas quais até então havia um CPD, ou Centro de processamento de dados, e os vários departamentos não se interligavam em rede nem os funcionários usavam terminais informatizados em seu dia-a-dia.
  • 35. 34 2.2.2 Depois, o CBT – Softwares de Treinamento baseado em Computador Na mesma época, o desenvolvimento dos primeiros programas de autoria em multimídia, que permitiam a exibição mesclada de textos, imagens em movimento e sons, deram condições para surgirem os primeiros softwares de ―treinamento baseado em computador‖, ou CBT - Computer-based training. Muito mais de instrução a distância do que propriamente de Educação a Distância, tais softwares capacitavam os usuários pela repetida execução de tarefas rotinizadas ou pela absorção induzida de informações específicas, ajudando-os a desenvolver competências e habilidades mais simples, e tiveram imensa aceitação nas empresas, dado a escala de operações que ofereciam. Pois, com um software de CBT, mais apostilas e folhetos, as principais informações podiam ser passadas a milhares de pessoas em vários locais do país ou do mundo, sem ser preciso reuni-los em sucessivos encontros presenciais ou manter custosas equipes de treinamento se deslocando entre os mercados. 2.2.3 O Boom da Indústria do Treinamento Em decorrência deste grande boom, na segunda metade dos 80 as principais indústrias da aviação civil se propuseram a uniformizar mundialmente os procedimentos de manutenção técnica de aeronaves. Para tanto, fundou-se em 1988 o AICC – Aviation Industry Computer-based Training Comittee, ou “Comitê da Indústria de Aviação para Treinamento Baseado em Computadores”. O objetivo era estabelecer um padrão internacional que associasse praticidade e eficácia no treinamento à possibilidade de replicação de procedimento, almejando escala e uniformidade de processos. 2.2.4 Veio então o SCORM Assim, o Departamento de Defesa norte-americano pressionou por haver associação mais estreita entre usuários, desenvolvedores e especialistas, acadêmicos ou não, resultando em 2000 no estabelecimento do padrão SCORM –
  • 36. 35 Shareable Content Object Reference Model, ou ―Modelo de Referência para Objetos de Conteúdo Intercambiáveis‖. 2.2.5 Todos Passaram a falar a mesma Língua Com o tal avanço, as soluções de treinamento à distância ganharam um padrão uniforme, graças a que a multiplicidade de fornecedores de conteúdos de treinamento, de softwares e de equipamentos puderam passar a usar a mesma linguagem tecnológica, com importantes ganhos para empresas mais e mais globalizadas em seus processos de negócio, dentro de um mundo cada vez mais cambiante e desafiador. A isso se somou a possibilidade de utilizar satélites, pois os avanços da Astronáutica na década dos 80, com base nas conquistas das décadas anteriores, havia tornado possível a contratação de serviços mundiais de transmissão de conteúdo, até para atividades de instrução e treinamento. Contudo, em que pese o conjunto de melhorias obtidas para o processo de capacitação de colaboradores pelas maiores empresas de todo o mundo, seguia inexistente um dos principais aspectos do verdadeiro processo educacional: a viva interação entre todos os participantes, no decorrer do procedimento pedagógico, pois é o ambiente de ensino-aprendizagem e suas características que educam e não somente o conteúdo apresentado. 2.2.6 Enfim, a Internet Esta viva interação só seria possível para amplos públicos – e mesmo em massa – com o surgimento da rede Internet, na década dos anos 90, graças à possibilidade de comunicação interativa que a caracteriza e favorece um intenso e contínuo relacionamento entre os aprendizes.
  • 37. 36 CAPITULO 3 CENÁRIO ATUAL ...Apesar de certas divergências pontuais, começa se a chegar a um conjunto relativamente homogêneo de características que acabam por conceituar a educação à distância (EAD) e dar-lhe uma dimensão prática adaptada aos dias atuais e às demandas por universalização de processos de ensino. É importante observar que a educação a distância não pode ser vista como substitutiva da educação convencional, presencial. São duas modalidades do mesmo processo. A educação a distância não concorre com a educação convencional, tendo em vista que não é este o seu objetivo, nem poderá ser. Nesse sentido, a educação a distância pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento educacional de um país, notadamente de uma sociedade com as características brasileiras, onde o sistema educacional não consegue desenvolver as múltiplas ações que a cidadania requer. (NUNES, I. B. NOÇÕES DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA, Revista Educação a Distância nrs. 4/5, Dez./93-Abr/94, Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25). 3.1 A Internet e as pessoas Para muitos, a internet é moda e paixão passageiras. Segundo outros, mais ―antenados‖, ela veio para ficar, trazendo um mundo novo, mais vasto, variado, intrigante, mutável e veloz do que até então se conhecia. Hoje, passada uma década, ainda há quem teime em vê-la apenas como novidade ou superficial, sem consistência e nada mais senão ―coisa de marqueteiro‖. A Internet é indissociável da vida atual e mais ainda o será da de amanhã ou depois, tão mais o acesso a ela barateie e o seu uso prolifere, pois a mente humana funciona ―em rede‖ e vive ―copiando e colando‖: você pensa isso, associa àquilo, recorda detalhes de um terceiro tópico, devaneia um pouco, começa a pensar outro tema, muda internamente de assunto e talvez, se for o caso e merecer, volta a cogitar o que ao inicio parecia o mais importante. O que mudou, e mudará ainda mais, é que com a Internet dá para fazer como os pensamentos, navegando de site a site, ou de chat a chat, em um computador comum, com ou sem banda larga, seja você quem for e esteja onde estiver, registrando todo passo e podendo sempre recuperá-lo, a seguir ou quando
  • 38. 37 quiser, para poder transformar informação em conhecimento e, este, em competências e habilidades. 3.1.1 E por que a Educação? Assim também está acontecendo com a educação. Aliás, quem não estuda com a Internet, pesquisando o que precisa ou deseja? Quem não consulta o maior acervo vivo de dados do mundo, e grátis! , podendo aprender em conjunto ou sozinho, sobre o que quiser, quando quiser e como quiser? Aprendizagem não é nem nunca foi somente o convencional arranjo ―sala- de- aula-professor-em-pé-e-alunos-sentados‖! O processo humano de aprendizado sempre se deu principalmente de modo intuitivo e experimental, pesquisando, cortejando, acertando-errando. Caso contrário, a humanidade não teria chegado até aqui, já que nem sempre existiram escolas e pouquíssimos puderam ir às que já existiram, dentre todos os que já habitaram a Terra. Se educar é um ato político, como ensinou o grande pedagogo brasileiro Paulo Freire, é porque educar implica interferir em profundidade na consciência do aprendiz, ao contextualizá-lo no mundo e dotá-lo de conhecimentos ( competências, ou ―saberes‖) e recursos ( habilidades, ou fazeres) para participar de modo ativo desse mundo mesmo, protagonizando sua dinâmica ao dele e nele participar. E o que a Internet permite a todos senão a possibilidade de conhecer o mundo, o mundo inteiro ( desde que se manejem idiomas, óbvio), e dele extraia o necessário a cada ocasião ou necessidade para, a seguir, participar da parte do mundo que lhe compete e, em alguma medida, a reinventar? 3.1.2 Porque o Brasil é Digital! Em nosso país, que apresenta uma das maiores taxas mundiais de adesão tecnológica – isto é, atração pelo que é eletrônico ou digital, existe milhões de
  • 39. 38 pessoas com o nível médio já cumprido e, ao mesmo tempo, frente a severos impedimentos para graduar-se em nível superior. 3.1.3 Os Motivos para não ingressar numa Faculdade são vários: Moram longe da Faculdade; Trabalham o dia inteiro e não têm pique nem energia para freqüentar bancos escolares à noite; Crêem já ter passado da idade para ficar com a moçada; Vivem viajando a serviço e a faculdade ainda não vai junto; Não têm como pagar a mensalidade do curso mais o transporte e mais a alimentação e mais os livros e mais o vestuário sempre arrumado, além das baladas de sexta. Contudo, vivemos num mundo globalizado, no qual estar bem informado e deter conhecimento instrumentalizável (isto é, saberes que possam ser aplicados) é a chave do sucesso pessoal, familiar, social e profissional, embora a informação e o conhecimento se alterem em velocidade estonteante. 3.1.4 Novas tecnologias a favor da educação Imagine ver na internet uma reprodução virtual do campus onde tem aulas. Ou aprender inglês com a ajuda de softwares de concordância e pronúncia. Ou, ainda, dispensar a velha dupla escaninho e xerox e consultar os textos necessários para suas disciplinas direto do blog do professor. As instituições privadas de ensino superior estão aproveitando o conhecimento do século 21 para oferecer o que há de melhor aos seus alunos. O uso de tecnologias avançadas e, ao mesmo tempo, acessíveis está se tornando cada vez mais comum nas salas de aula - onde giz, lousa e cadernos convivem com recursos multimídia e uso da internet. Já existem vários exemplos do uso criativo das novas ferramentas tecnológicas no ensino. ―É grande o número de instituições brasileiras que está introduzindo a tecnologia no ensino. Entretanto, é errado pensar que basta introduzir a tecnologia
  • 40. 39 no processo de ensino - como, por exemplo, dotar cada sala de aula de sistema multimídia de projeção e criar um portal na internet para disponibilizar conteúdo" explica Elisa Wolynec, doutora e livre-docente pela USP (Universidade de São Paulo), diretora de marketing da Techne Consultoria e especialista em tecnologia da educação. ―Se os professores apenas transferirem para o sistema de projeção o que antes apresentavam no quadro negro, se a Web for utilizada apenas para publicar em um portal institucional o currículo do curso, os planos de aula, o conteúdo ministrado e a bibliografia, ganha-se apenas em organização e facilidades para os alunos. Porém não são introduzidas melhorias significativas na formação dos alunos e na eficácia da aprendizagem", alerta. "O redesenho dos cursos, a adoção da aprendizagem ativa como modelo pedagógico e a adoção de sistemas de gestão de mercado (com ferramentas de sucesso comprovado em outros países) é fundamental para o sucesso dessas iniciativas", aponta Elisa. 3.2 Second Life – Ilha Vestibular Brasil 3.2.1 Brasil tem maior concentração de IES no Second Life Ilha Vestibular Brasil, é um ambiente virtual que será um ponto de encontro de professores, alunos e futuros alunos de instituições de ensino superior. Brasil passou de terceiro para o segundo lugar em número de usuários do Second Life e agora também tem a maior concentração de instituições superior numa mesma ilha. A Ilha Vestibular Brasil reúne a maior quantidade de instituições de ensino superior dentro do Second Life. Ilha Vestibular Brasil é como um condomínio, tendo ruas e lotes onde cada centro educacional pode construir seus prédios e oferecer os seus serviços, como informações sobre a instituição, cursos on-line ou, brindes virtuais, por exemplo. Iniciativa da Ilha Vestibular Brasil é da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) em parceria com as empresas Garcix Inovações e Cafeína Estúdio Criativo. O projeto será lançado oficialmente no dia 11 de setembro, às 18h30min, na sede da ABMES, em Brasília. A Ilha é um espaço dentro do sistema conhecido como Second Life, um mundo virtual totalmente construído e
  • 41. 40 habitado pelos seus usuários. Neste mundo, os habitantes podem passar por uma experiência virtual tridimensional, criando um personagem (avatar) e andando pelos intermináveis ambientes produzidos pelos outros usuários. Praticamente todas grandes empresas já têm algo construído em algumas das inúmeras ilhas do Second Life. Por esse projeto, a ABMES passa a oferecer um ambiente exclusivamente dedicado a instituições de ensino superior, de forma que ele irá se tornar uma referência para contatos virtuais entre as instituições e as pessoas que desejam fazer um curso superior. Para tanto, as IES participantes do projeto receberão lotes no quais poderão construir seus prédios virtuais aonde recepcionarão os interessados em seus cursos, fornecendo informações e captando cadastros. Além disso, lá poderão realizar aulas, palestras, eventos e outras atividades virtuais, de forma a colocar em contato os seus professores e atuais alunos com o público em geral.O acesso aos lotes será feito mediante o pagamento de uma taxa mensal, sendo que os associados da ABMES usufruirão do benefício de 100% de isenção da taxa no primeiro mês de uso do lote. A Ilha Vestibular Brasil está sendo realizada em parceria com a empresa Garcix Inovações Ltda., a qual está encarregada pela ABMES de toda parte operacional do projeto. 3.2.2 Ambiente Virtual Para os que acreditam no sucesso da união entre a educação e o Second Life, o ambiente virtual vai além de um meio de comunicação, tornando-se mais um espaço para o ensino-aprendizagem, visto que possibilita a interação entre as pessoas. O idealizador do empreendimento virtual, Ilha Vestibular Brasil, é o professor Maurício Garcia, especialista em gestão educacional que já atua há mais de 20 anos no ensino superior e que é também proprietário da Garcix Inovações, empresa criada no intuito de produzir propostas inovadoras para o ambiente educacional. Segundo Maurício Garcia, a Ilha Vestibular Brasil é principalmente um espaço destinado a quem deseja ingressar no ensino superior. "As pessoas poderão interagir conhecendo escolas e pessoas por todo Brasil, facilitando assim o processo de escolha de onde estudar", disse.
  • 42. 41 A adesão foi maciça. O projeto original da ilha era de 65.000 m², mas devido a grande procura, a ilha já foi ampliada para 130.000 m². "Até agora 22 instituições confirmaram presenças na Ilha e esperamos chegar a 40 em breve", afirmou. "É a maior concentração de instituições de ensino superior que se tem notícia, dentro do Second Life", disse Roberta Alvarenga, diretora do Cafeína Estúdio Criativo, que assina o projeto da ESAB (Escola Superior Aberta do Brasil), dentro da Ilha Vestibular Brasil. Graduação, PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), SENAC São Paulo, Universidade Anhembi Morumbi e Universidade Tuiuti do Paraná. Um exemplo citado como positivo é o caso da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, que, segundo Elisa, tem como principal diferencial o alinhamento de seus cursos com as necessidades do mercado de trabalho. Ela foi a primeira universidade brasileira a abrir um campus virtual no Second Life o "simulador de vidas online" que faz sucesso no mundo inteiro. Usuários do Second Life (já são quase 400 mil em todo o Brasil, dentro de um conjunto de oito milhões de cadastrados no mundo) podem tirar dúvidas sobre cursos, fazer inscrições em disciplinas e conhecer mais sobre a instituição, levando seus avatares (representações virtuais de si mesmos) até a versão virtual da universidade - basta digitar "Anhembi Morumbi" no menu "Procurar" do site. No ar desde maio, o campus digital já teve mais de 18 mil visitas. ―Nosso espaço no Second Life será uma espécie de incubadora virtual para a universidade", afirmou Maysa Simões, diretora de marketing da Anhembi Morumbi. A USP e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo se uniram para explorar melhor as possibilidades do Second Life. Em conjunto com outras diversas instituições, as duas instituições lançaram a Cidade do Conhecimento 2.0, um espaço público que, conforme explica Gilson Schwartz, diretor do projeto, "abriga iniciativas inovadoras na área educacional, social, ambiental e de empreendedorismo tecnológico".
  • 43. 42 3.2.3 IES já confirmadas na Ilha Vestibular Brasil Anhanguera Educacional; Centro Universitário Belas Artes de São Paulo; Unesco (Centro Universitário do Espírito Santo; UNIS/MG (Centro Universitário do Sul de Minas), Unimonte (Centro Universitário Monte Serrat), Centro Universitário Radial, Centro Universitário UNA, COC Sistema de Ensino, ESAB (Escola Superior Aberta do Brasil), Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), Fanor (Faculdades Nordeste), FGV/SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo) Instituto Catarinense de Pós-Graduação. 3.3 Novas Ferramentas Outra das febres da internet, o YouTube - site no qual internautas podem assistir e cadastrar vídeos feitos por eles mesmos - vai ganhar uma versão feita pela USP, voltada à divulgação de conteúdo acadêmico. Idealizado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa com o apoio do Larc (Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores) da Escola Politécnica da USP, o IPTV Experimental terá seis canais de programação produzida na universidade. "Teremos um canal principal, mostrando a vida universitária, canais específicos para arte, cultura, ciência e humanidades e a transmissão online de eventos que ocorram no campus", explica o professor Gil da Costa Marques, coordenador de Tecnologia da Informação da USP. Além dos canais regulares, o serviço permitirá o acesso a vídeos produzidos por professores e alunos da universidade. Expandindo a idéia pioneira da Anhembi Morumbi (seguida também pela Universidade Mackenzie), o Centro Universitário SENAC está utilizando o Second Life de modo inovador. Desde o fim de agosto, a instituição oferece cursos ministrados no próprio universo virtual. "Queremos qualificar nossos alunos para usufruir do jogo e depois entrar no mercado de trabalho que está sendo aberto com o SL", diz Regina Helena Ribeiro, coordenadora de ensino à distância do SENAC, instituição que, de acordo com Elisa, destaca-se pelo esforço concentrado na capacitação pedagógica de seus docentes em utilização de tecnologia no ensino.
  • 44. 43 Criado pela Universidade Paulista para integrar seus alunos e professores às novas tecnologias, o projeto Unip Interativa está ampliando os limites do ensino a distância. Destacam-se o uso de fóruns e chats (que são arquivados e disponibilizados para futuras consultas) e de comunidades virtuais de alunos (com áreas próprias para trocas de arquivos e e-mails), além de painel de discussão e sala virtual. Uma das pioneiras no uso da computação no meio universitário brasileiro, a Unip também oferece desde 2003 o curso de Comunicação Digital, voltado à aplicação dos novos meios digitais na produção de mídias variadas. "Nosso objetivo é oferecer a todos os alunos, não apenas àqueles que freqüentam as aulas de Comunicação Digital ou Rádio e TV, uma infra-estrutura adequada para ampliar o conhecimento, dar maior motivação ao estudo, aproveitando os avanços da tecnologia que já estão ao nosso alcance", disse Marcelo Souza, gerente de informática da universidade. 3.3.1 Era Digital As novas tecnologias estão presentes mesmo fora das salas de aula. Na Faculdade IBTA, que mantém unidades em São Paulo, Campinas e São José dos Campos, as decisões dos coordenadores de curso e reuniões entre professores vêm sendo realizadas em salas virtuais desde julho. Todo o processo é digital: as discussões são agendadas por e-mail e os participantes conversam por meio de chat, usando a ferramenta TelEduc, desenvolvida para e-learning. "Dessa maneira, evitamos o deslocamento dos professores e garantimos a objetividade das reuniões", afirmou Guilherme Zillig, administrador do programa de salas virtuais da IBTA. "A era digital demanda das IES uma ampla gama de inovações, como já ocorreu em outros ramos empresariais. É preciso mudar e inovar nos currículos, na organização e gestão institucional, na arquitetura das salas de aula, no ambiente de ensino, na avaliação da aprendizagem e, sobretudo, na criação de novos espaços de transmissão de conhecimento centrados no aluno. Resistir às mudanças será letal, tanto para docentes quanto para instituições", resume Elisa.
  • 45. 44 3.3.2 Biblioteca Digital Mundial A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lança nesta terça-feira a Biblioteca Digital Mundial, que permitirá consultar gratuitamente pela internet o acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de inúmeros países, entre eles o Brasil. Dezenas de milhares de livros, imagens, manuscritos, mapas, filmes e gravações de bibliotecas em todo o mundo foram digitalizados e traduzidos em diversas línguas para a abertura do site da Biblioteca Digital da Unesco A nova biblioteca virtual terá sistemas de navegação e busca de documentos em sete línguas, entre elas o português, e oferece obras em várias outras línguas. Entre os documentos, há tesouros culturais como a obra da literatura japonesa O Conde de Genji, do século 11, considerado um dos romances mais antigos do mundo, e também o primeiro mapa que menciona a América, de 1507, realizado pelo monge alemão Martin Waldseemueller e que se encontra na biblioteca do Congresso americano. Entre outras preciosidades do novo site estão as primeiras fotografias da América Latina, que integram o acervo da Biblioteca Nacional do Brasil, o maior manuscrito medieval do mundo, conhecido como a Bíblia do Diabo, do século 18, que pertence a Biblioteca Real de Estocolmo, na Suécia, e manuscritos científicos árabes da Biblioteca de Alexandria, no Egito. Até o momento, o documento mais antigo da Biblioteca Digital da UNESCO é uma pintura de oito mil anos com imagens de antílopes ensangüentados, que se encontra na África do Sul. 3.3.3 Jogos educativos aplicados ao e-Learning Realizada durante o mês de outubro de 2003, a pesquisa do Portal e-Learning Brasil identificou qual a importância dos jogos educativos aplicados ao e-Learning nacional. Leia na íntegra o resultado desta pesquisa, e confira também o artigo relacionado a este tema.
  • 46. 45 CAPITULO 4 TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR 4.1 Tecnologias no Ensino Superior ... o papel relevante que as novas tecnologias da informação e da comunicação poderão desempenhar no sistema educacional depende de vários fatores. Além de uma infra-estrutura adequada de comunicação, de modelos sistêmicos bem planejados e projetos teoricamente bem formulados, o sucesso de qualquer empreendimento nesta área depende, fundamentalmente, de investimentos significativos que deverão ser feitos na formação de recursos humanos, de decisões políticas apropriadas e oportunas, amparadas por forte desejo e capacidade de realização. (NOVAS TENDÊNCIAS PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO; MORAES, M. C., 1998, p.1). Segundo Mcgee e Prusak (1994) citado por Kaufmann (2005, p.14), a tecnologia da informação (TI) está presente em praticamente todas as nossas atividades diárias. A maioria dos dispositivos com que interagimos, possuem alguma forma de microprocessador. Para que possamos planejar a construção de ambientes de aprendizagem coerentes com as necessidades atuais, é preciso levar em consideração os novos cenários mundiais que sinalizam inúmeras e significativas mudanças, bem como o paradigma científico decorrente da nova realidade, cujos princípios influenciam também as questões da teoria do conhecimento, e, conseqüentemente, a própria Educação. Para a construção dessas novas pautas identificamos vários aspectos considerados relevantes. Dentre eles, destacamos a importância de perceber que a missão da escola mudou. Em vez de atender a uma massa de alunos, despersonalizados, é preciso focalizar o indivíduo, aquele sujeito original, singular, diferente e único, específico em seu capital genético e em toda a espécie humana. Um indivíduo dotado de inteligências múltiplas, possuidor de diferentes estilos de aprendizagem e, conseqüentemente, de diferentes habilidades de resolver problemas.
  • 47. 46 Reconhecemos a importância de focalizar o processo de aprendizagem, mais do que a instrução e a transmissão de conteúdos, lembrando que hoje é mais relevante o como você sabe do que o que e o quanto você sabe. Segundo Silva (apud MENDES FILHO et al., 2001), estima-se que mais de 70% dos alunos universitários no Brasil possuem acesso à rede mundial de computadores, dos quais cerca de 30% têm acesso também em sua própria casa. A pesquisa de Löw (2004), que tem como objetivo identificar o valor percebido pelos alunos de graduação da UNISINOS com relação aos recursos de TI e sua utilização, apresenta como principal conclusão a grande importância atribuída pelos alunos ao uso dos recursos de TI para a realização de suas atividades acadêmicas, no que se refere às condições facilitadas para a realização dos trabalhos, tempo despendido e qualidade destes trabalhos. Já a pesquisa realizada por Carate (2001) comprovou que a internet está exercendo um papel fundamental no comportamento das pessoas, no âmbito de instituições de ensino, provocando mudanças nas suas atividades de administração, ensino, extensão e pesquisa. A seguir apresentaremos os resultados da pesquisa realizada com alunos de diversas instituições de ensino superior, onde procuramos identificar as tecnologias que são utilizadas nestas instituições, e avaliar a percepção dos alunos em relação à forma de disponibilização e importância dessas tecnologias no processo de ensino- aprendizagem. 4.1.1 – Identificação de perfil do respondente Na primeira parte do questionário (perguntas de 1 a 4 ) procuramos identificar o perfil do aluno do ensino superior, avaliando qual o acesso que o mesmo tem aos recursos tecnológicos no seu cotidiano. Para isso foram aplicadas as seguintes perguntas. A figura 1 apresenta a quantidade de alunos que responderam ao Questionário, e a quantidade total enviada. A pesquisa foi feira junto aos alunos de graduação de diversas instituições de ensino superior no estado de São Paulo.
  • 48. 47 Figura 1 – Respondido X Enviados Fonte: Autor A figura 2 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificação do perfil dos 42 alunos que responderam a pesquisa. Estes 42 alunos serviram de base para a pesquisa. Figura 2 – Perfil dos alunos pesquisados Fonte: Autor
  • 49. 48 A figura 3 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar quais os recursos tecnológicos os alunos dos cursos de graduação possuem. Sendo que 67% possuem celular simples, 64% possuem desktop e 98% possuem acesso a internet via banda larga. Figura 3 – Recursos tecnológicos que os alunos possuem Fonte: Autor A figura 4 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar se os alunos do ensino superior utilizam os recursos da figura 3 para estudar ou se manter atualizado, sendo que o resultado obtido foi que 98% dos alunos utilizam os recursos para estudar ou se atualizar.
  • 50. 49 Figura 4 – Utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento Fonte: Autor A figura 5 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar qual a freqüência de utilização dos recursos apresentados na figura 3, sendo que resultado obtido foi que 76% dos alunos utilizam estes recursos todos os dias. Figura 5 – Freqüência de utilização dos recursos tecnológicos para estudo e aperfeiçoamento Fonte: Autor
  • 51. 50 A figura 6 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar quais os recursos multimídia e ferramentas tecnológicas as faculdades disponibilizam para os alunos dos cursos de graduação como parte da metodologia de ensino, sendo que os principais recursos são: 81% Projetor em sala de aula, 71% portal do aluno, 67% laboratórios multimídia e 60% rede wi-fi com acesso liberado. Figura 6 – Principais recursos tecnológicos e ferramentas disponíveis nas faculdades Fonte: Autor A figura 7 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar como as instituições de ensino superior viabilizam o acesso dos alunos dos cursos de graduação aos recursos tecnológicos disponíveis para atender as necessidades do seu curso, sendo que 61% informaram que este acesso e fornecido Parcialmente pela instituição.
  • 52. 51 Figura 7 – Forma de disponibilização dos recursos tecnológicos e ferramentas Fonte: Autor A figura 8 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar qual a percepção dos alunos em relação a utilização dos recursos multimídia e tecnológicos nas instituições de ensino superior, sendo que 53% dos alunos indicaram a forma de utilização como sendo Ampla e adequada. Figura 8 – Características de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos Fonte: Autor
  • 53. 52 A figura 9 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar a importância da utilização dos recursos multimídia e tecnológicos no processo de ensino-aprendizado, sendo que 61% dos alunos responderam que a utilização destes recursos e Muito Importante no processo de ensino. Figura 9 – Importância de utilização dos recursos multimídia e tecnológicos Fonte: Autor A figura 10 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar quais recursos audiovisuais e tecnológicos NÃO estão disponíveis atualmente na instituição de ensino, e que auxiliariam no desenvolvimento acadêmico dos alunos. Os recursos mais citados foram: 23% gravação de aulas, 20% rede wi-fi com acesso liberado e de boa qualidade, 18% lousa eletrônica, 18% portal do aluno, 16% laboratório multimídia, 14% biblioteca digital, 14% EAD – parte do curso, 11% conteúdo das aulas disponíveis on-line.
  • 54. 53 Figura 10 – Recursos multimídia e tecnológicos que ainda não estão disponíveis Fonte: Autor A figura 11 apresenta o resultado do questionário aplicado para identificar qual o nível geral de satisfação do aluno com os recursos multimídia e tecnológicos disponíveis na sua instituição de ensino, sendo que 57% dos alunos informaram que estão satisfeitos com os recursos disponíveis.
  • 55. 54 Figura 11 – Satisfação dos alunos com os recursos multimídia e tecnológicos disponíveis Fonte: Autor CONCLUSÃO As avaliações do questionário mostram que apesar de algumas instituições de ensino já disponibilizarem algum tipo de recurso multimídia ou tecnológico, estes recursos são disponibilizados de forma parcial e inadequada, bem como também ainda não estão integradas na metodologia de ensino da instituição, não gerando os resultados esperados pelos alunos. Podemos avaliar também que no geral os alunos estão satisfeitos com a forma com que as instituições de ensino disponibilizam os recursos disponíveis.
  • 56. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOLETIM EDUCAÇÃO & CONJUNTURA. São Paulo: Paulo Renato Souza Consultores, 2006. BRAGA, Ryon. Análise setorial do ensino superior privado no Brasil. Vitória: Editora Hoper, 2006. CARATE, L. C. Mudança comportamental e tecnologia da informação: pesquisa exploratória sobre o uso da internet em uma Instituição de Ensino Superior. 2001. 101f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. CERNY, R. Z.; ERN, E. Uma Reflexão Sobre a Avaliação Formativa na Educação a Distância, 2001, UFSC; FÁVERO, M. L. A.. A Universidade e Poder: Análise Crítica/Fundamentos Históricos: 1930-45 Achiamé, Rio de Janeiro, 1980, 208p. KAUFMANN, S. M. A. Tecnologia da Informação em uma instituição de ensino superior: Fatores que influenciam sua utilização. 2005. 117f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. KNELLER, George. Pesquisador da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA) LÖW, T. A percepção sobre o valor da utilização de recursos de TI para a atividade-fim em uma Instituição de Ensino Superior. 2004. 105f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. MAYER, Frederick. História do Pensamento Educacional. 1976. MCGEE,J e PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação: aumente a competitividade e a eficiência de sua empresa utilizando a informação como uma ferramenta estratégica. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
  • 57. 56 Pesquisa exploratória - Referência: Aacker, Kumar e Day (2004); Gil (1999) Método / Técnicas de pesquisa e Instrumentos Consulte: VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005. MORAES, M. C. Novas Tendências para o Uso das Tecnologias da Informação na Educação. 1998, p.1 e 21. MORAES, Maria Candida. Informática Educativa no Brasil: Uma História Vivida, Algumas Lições Aprendidas. MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente: implicações na formação do professor e nas práticas pedagógicas. In: Em Aberto. Brasília, 16 (70), p. 57 - 69, 1996. NUNES, I. B. Noções de educação a distancia, Revista Educação a Distância nrs. 4/5, Dez./93-Abr/94, Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, pp. 7-25; Platão - Mito da Caverna de Platão - Livro VII de A República, um diálogo escrito entre 380-370 a.C.) TEIXEIRA, A. Ensino Superior no Brasil: Análise e Interpretação de sua Evolução até 1969. Editora Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 1989, 186p. VALENTE, J.A. O computador na sociedade do conhecimento, 1998. Ministério da Educação . Programa Nacional de Informática na Educação SITES PESQUISADOS Disponível em http://www.ensinosuperior.sp.gov.br/portal.php/ensino-superior, acessado em 06/05/2009 Disponível em http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=16885 acessado em 17/04/2009 Disponível em: http://rocha.ucepel.tche.br/RBIE/nr1-1997.mariacandida.html , 1997. Acesso em: 30/03/2009.
  • 58. 57 Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u372876.shtml acesso: 13/04/2009. Disponível: http://www.ecientificocultural.com/ECC/cientista.htm - Acesso em 16/05/2009. Disponível: http://www7.rio.rj.gov.br/iplanrio/sala/textos/06.pdf - Acesso em 17/04/2009. http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/04/20/ult3280u36.jhtm - Acesso em 20/04/2009; http://www.aprendervirtual.com.br/noticiaInterna.php?ID=54&IDx=538 – Acesso em 15/04/2009; ILHA VESTIBULAR BRASIL – Disponível em – http://www.abmes.org.br/ProjetosABMES/SL/default.asp - Acesso em 15/04/2009; JOGOS EDUCATIVOS – Disponível em - http://www.elearningbrasil.com.br/pesquisa/resultados/pesq_result_28.asp - Acesso em 21/04/2009; BIBLIOTECA MUNDIAL DIGITAL – Disponível em - http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2009/04/21/ult4903u146.jhtm - Acesso em 21/04/2009; NOVAS TECNOLOGIAS A FAVOR DA EDUCAÇÃO – Disponível em - http://www.aprendervirtual.com.br/noticiaInterna.php?ID=54&IDx=537 - Acesso em 30/03/2009;