O documento descreve a geomorfologia do território brasileiro, que possui terrenos geológicos muito antigos e diversificados devido à sua extensa área. O Brasil não possui cadeias montanhosas modernas como os Andes ou Himalaia, resultando em altitudes moderadas. As rochas mais antigas formam áreas de escudo cristalino, proporcionando estabilidade geológica ao território.
1. Estuda, sob a ótica da geomorfologia, o território
brasileiro, que possui terrenos geológicos muito
antigos e bastante diversificados, dada sua extensa
área territorial.
2. Geomorfologia do Brasil
Não existem, entretanto, cadeias orogênicas
modernas, datadas do [Cenozóico - terciário],
como os Andes, os Alpes e o Himalaia. Sendo esta
uma das características que colaboram para o
predomínio de altitudes moderadas no território
brasileiro. Raros são os pontos em que o relevo
ultrapassa dois mil metros de altitude, sendo que as
maiores altitudes isoladas encontram-se na fronteira
norte do país, enquanto as maiores médias regionais
estão na Região Sudeste, notadamente nas
fronteiras de Minas Gerais e Rio de Janeiro. As
rochas mais antigas integram áreas de escudo
cristalino, representadas pelos crátons: Amazônico,
Guianas São Francisco, Luís Alves/Rio de La Plata,
acompanhado por extensas faixas móveis
proterozóicas. Da existência destes crátons advém
outra característica geológica muito importante do
território: sua estabilidade geológica.
3. São incomuns no Brasil os grandes abalos
sísmicos ou terremotos. Também não
existe atividade vulcânica expressiva. As
partes mais acidentadas do relevo são
resultantes de dobramentos ou
arqueamentos antigos da crosta,
datados do proterozóico (faixas móveis).
As áreas de coberturas sedimentares
estão representadas por três grandes
bacias sedimentares: Bacia Amazônica,
Bacia do Paraná e Bacia do Parnaíba,
todas apresentando rochas de idade
paleozóica.
4. Formas de Relevo
O relevo de todas as partes do mundo apresenta saliências e
depressões oriundas das eras geológicas passadas. Estas
saliências e depressões conhecidas como acidentes de
primeira ordem incluem as montanhas, planaltos, planícies e
depressões; além desses acidentes existem outros menores,
como as chapadas, as cuestas e as depressões periféricas.
Estes acidentes resultaram da ação de dois tipos de agentes ou
fatores do relevo. De origem interna, que recebe o nome de
endógenos (vulcanismo, tectonismo e outros) e de origem
externa, com o nome de exógenos (água corrente,
temperatura, chuva, vento, geleiras, seres vivos).
Tradicionalmente, o relevo divide-se tomando como base três
classificações: de Aroldo de Azevedo, Aziz Ab'Saber e Jurandyr
Ross.
Sendo a crosta terrestre a base da estrutura geológica da Terra,
várias rochas passam a compor esta estrutura e distinguem-se
conforme a origem.
5. Rochas Magmáticas (Rochas
ígneas ou cristalinas):
Formadas pela
solidificação do
magma, material
encontrado no interior
do globo terrestre.
Podem ser plutônicas
(ou intrusivas, ou
abissais), solidificadas no
interior da crosta, e
vulcânicas (ou
extrusivas, ou efusivas),
consolidadas na
superfície. basalto
8. Tipos de Formação
• Escudos Antigos ou Maciços Cristalinos: São
blocos imensos de rochas antigas. Estes escudos
são constituídos por rochas cristalinas
(magmático-plutônicas), formadas em eras pré-
cambrianas, ou por rochas metamórficas
(material sedimentar) do Paleozóico, são
resistentes, estáveis, porém bastante
desgastadas.
• Bacias Sedimentares: São depressões relativas,
preenchidas por detritos ou sedimentos de áreas
próximas. Este processo se deu nas eras
Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, contudo
ainda ocorrem nos dias atuais. Associam-se à
presença de petróleo, carvão, xisto e gás natural.
9. • Dobramentos Modernos: São
estruturas formadas por rochas
magmáticas e sedimentares pouco
resistentes; foram afetadas por forças
tectônicas durante o Terciário
provocando o enrugamento e
originando as cadeias montanhosas
ou cordilheiras.
10. Agentes externos
• Modificam o relevo, estes são:
• as águas do mar;
• dos rios e das chuvas;
• o gelo;
• o vento e o homem, causando a
erosão marinha, erosão fluvial, erosão
pluvial, erosão glacial, erosão eólica e
erosão antrópica.
11. As geleiras
Em algumas zonas de clima muito frio, a
neve não derrete durante o verão. O
peso das camadas de neve acumuladas
durante invernos seguidos acaba por
transformá-la em gelo. Quando essa
enorme massa de gelo se desloca, corre
como um poderoso rio de gelo. As
geleiras realizam um trabalho de erosão
nas rochas que as cercam, formando
vales em forma de U. Os sedimentos
transportados pelas geleiras são
chamados morenas ou morainas
12. Rios, os grandes construtores
A união de várias torrentes acaba formando os rios, que são
correntes de água com leito definido e vazão regular. A vazão
pode sofrer mudanças ao longo do ano. às vezes com efeitos
catastróficos sobre as populações e os campos.
Quanto maior for o poder erosivo de um rio, maior será sua vazão
e a inclinação do seu leito, que pode sofrer variações ao
longo do percurso.
Em seu curso, os rios realizam três trabalhos essenciais para a
construção e modificação do relevo:
• Erosão, ou seja, escavação dos leitos. Quanto maior for o
poder erosivo de um rio, maior será sua vazão e a inclinação
do seu leito;
• Transporte dos sedimentos, os chamados aluviões;
• Sedimentação, quando há a formação de planícies e deltas.
• Podemos dividir o caminho que o rio percorre da nascente até
a foz em três porções que podem ser comparadas com as três
fases da vida humana: alto curso, equipara-se à juventude; o
curso médio equivale à maturidade; e o baixo curso, à velhice.
13. • Alto Curso: O curso superior do rio é sua parte
mais inclinada, onde o poder erosivo e de
transporte de sedimentos é muito intenso. A
força das águas escava vales em forma de V.
Se as rochas do terreno são muito resistentes,
o rio circula por elas, formando gargantas ou
desfiladeiros.
• Curso médio: No curso médio do rio, a
inclinação se suaviza e as águas ficam mais
tranquilas. Sua capacidade de transporte
diminui e começa a depositar os sedimentos
que não pode mais transportar.
• Baixo Curso: O curso inferior do rio
corresponde às zonas próximas de sua foz. A
inclinação do terreno torna-se quase nula e
há muito pouca erosão e quase nenhum
transporte. O vale alarga-se e o rio corre
sobre os sedimentos depositados.
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15. Abrasão Marinha
A ação das águas do mar.
O mar exerce um duplo trabalho nos litorais
dos continentes. É um agente erosivo, que
desgasta as costas em um trabalho
incessante de destruição chamado
abrasão marinha. As águas dos mares e
oceanos desgastam e destroem as rochas
da costa mediante três movimentos: as
ondas, as marés e as correntes marítimas.
Ao mesmo tempo, o vaivém de suas águas
traz sedimentos que são depositados nos
litorais, realizando um trabalho de
acumulação marinha.
16. • Ação das ondas
Quando a costa é formada por rochas de
diferentes durezas, formam-se reentrâncias
(baías ou enseadas) e saliências no lado
escarpado, de acordo com a resistência dessas
rochas à erosão marinha. A ação da água do
mar pode transformar uma saliência rochosa do
continente em uma ilhota costeira.
Se um banco de areia se depositar entre a costa e
uma ilha costeira, esta pode unir-se ao
continente, formando então um tômbolo. Caso
um banco de areia se deposite de modo
paralelo à linha da costa, fechando uma praia
ou enseada, poderá formar uma restinga e uma
lagoa litorânea.
17. • Ação dos Ventos
O vento é o agente com menor poder erosivo,
pois só pode mover partículas pequenas e
próximas do solo. Ainda assim, ele transporta
partículas finas a centenas de quilômetros de
seu lugar de origem. A ação erosiva do
vento, que atinge o ponto máximo nas zonas
desérticas, secas e de vegetação escassa,
também contribui para a destruição do
relevo da Terra. O vento desprende as
partículas soltas das rochas e vai polindo-as
até transformá-las em grãos de areia.
• A erosão eólica tem dois mecanismos
diferentes:
• A deflação, que é a ação direta do vento
sobre as rochas, retirando delas as partículas
soltas;
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19. • A corrosão, que é o ataque do vento carregado
de partículas em suspensão, desgastando não só
as rochas como as próprias partículas.
• O trabalho de movimentação da
indumentroligianuclear pode ser transferida
involuintariamente pela areia até depositá-la nas
praias e nos desertos, onde pode formar grandes
acumulações móveis conhecidas como dunas.
São enormes montes de areia acumulada pelo
vento e que mudam freqüentemente de lugar.
• As dunas são elevações móveis de areia, em forma
de montes. Em uma duna podem ser distinguidas
duas partes: uma área de aclive suave ou
barlavento, pela qual a areia é empurrada, e uma
área de declive abrupto ou sotavento, por onde a
areia rola ao cair.
20. As dunas deslocam-se a velocidades que
podem ultrapassar 15 metros por ano.
Quando o avanço das dunas ameaça
as populações humanas ou a plantação,
colocam-se obstáculos, tais como
estacas, muros ou arbustos, para detê-
las.
Os ventos atuam, em especial, no litoral e
no deserto, agindo constantemente na
formação e transformação do relevo,
essa é denominada de erosão eólica,
um exemplo comum são as dunas.
21. Agentes Internos
• Tectonismo
Os movimentos tectônicos resultam de
pressões, vindas do interior da Terra e que
agem na crosta terrestre. Quando as pressões
são verticais, os blocos continentais sofrem
levantamentos e baixamentos. Os
movimentos resultantes de pressão vertical
são chamados epirogenéticos. Quando as
pressões são horizontais, são formados
dobramentos ou enrugamentos que dão
origem às montanhas. Esses movimentos
ocasionados por pressão horizontal são
chamados orogenéticos.
22. Vulcanismo
• Chama-se vulcanismo as diversas formas
pelas quais o magma do interior da Terra
chega até a superfície. Os materiais
expelidos podem ser sólidos, líquidos ou
gasosos (lavas, material piroclástico e
fumarolas). Esses materiais acumulam-se
num depósito sob o vulcão até que a
pressão gerada faça com que ocorra a
erupção. As lavas escorrem pelo edifício
vulcânico, alterando e criando novas
formas na paisagem. O relevo vulcânico
caracteriza-se pela rapidez com que se
forma e com que pode ser destruído.
23. Sismos ou terremotos
• Um terremoto ou sismo se origina devido
aos movimentos convectivos que
ocorrem na astenosfera. Esses
movimentos forçam as placas tectônicas
da litosfera (camada rochosa)
movendo-as, como resultado as placas
podem se chocar (formando bordas
convergentes), se separar (formando
bordas divergentes) ou deslizar
(formando bordas transformantes). O
terremoto é resultado do alívio da
pressão que existe entre essas placas
gerando, desta maneira, uma vibração.
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25. Formas de Revelo e Classificações
(Brasil)
O Relevo do Brasil é um domínio de estudos
e conhecimentos sobre todos os planaltos
e planícies do território brasileiro.
O Brasil é um país de altitudes modestas.
Cerca de 40% do seu território encontra-se
abaixo de 200 m de altitude, 45% entre 200
e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. O Brasil
não apresenta montanhas, pois não existe
nenhum dobramento moderno no território
brasileiro.
26. Tradicionalmente, o relevo do Brasil é
dividido de acordo com a
classificação de Ab'Saber, respeitado
geógrafo paulista, pioneiro na
identificação dos grandes domínios
morfoclimáticos nacionais. Sua
classificação identifica dois grandes
tipos de unidades de relevo no
território brasileiro: planaltos e
planícies.
27. • Mais recentemente, com os levantamentos
detalhados sobre as características geológicas,
geomorfológicas, de solo, de hidrografia e
vegetação do país, foi possível conhecer mais
profundamente o relevo brasileiro e chegar a
uma classificação mais detalhada, proposta, em
1989, pelo conceituado professor Jurandir Ross,
do Departamento de Geografia da Universidade
de São Paulo. Na classificação de Ross, são
consideradas três principais formas de relevo:
planaltos, planícies e depressões.
• As duas subseções seguintes detalham ambas as
classificações.
28.
29.
30. • Os planaltos são:
Planalto das Guianas
Planalto Central
Planalto Meridional
Planalto Nordestino
Planalto do Maranhão-Piauí As planícies são:
•
Planalto Uruguaio Sul-Rio-
Grandense
Serras e Planaltos do Leste e
Planície
Sudeste Amazônica
Planície do
Pantanal
Planície Costeira
31. As planícies
são:
Planície
Amazônica
Planície do
Pantanal
Planície
Costeira
32. Os planaltos
são:
Planalto das
Guianas
Planalto Central
Planalto Meridional
Planalto Nordestino
Planalto do
Maranhão-Piauí
Planalto Uruguaio
Sul-Rio-Grandense
Serras e Planaltos
do Leste e Sudeste