3. Espiritualidade,Espiritualidade,
-- caminhos percorridos pelacaminhos percorridos pela
humanidade,humanidade,
** OrienteOriente
** Ocidente.Ocidente.
-- caminhos espirituais grandiososcaminhos espirituais grandiosos
em sua riqueza interior, diferentes,em sua riqueza interior, diferentes,
complementares.complementares.
4. A partir desses dois tipos deA partir desses dois tipos de
experiência se erigiramexperiência se erigiram
majestosos edifíciosmajestosos edifícios
institucionais e religiões deinstitucionais e religiões de
grande força de atração,grande força de atração,
freqüentadas pela grandefreqüentadas pela grande
maioria da humanidade.maioria da humanidade.
5. AFIRMAÇÕES BÁSICAS:AFIRMAÇÕES BÁSICAS:
Existe o caminho da comunhãoExiste o caminho da comunhão
com Deus que inclui o todo.com Deus que inclui o todo.
Existe o caminho da comunhãoExiste o caminho da comunhão
com o todo que inclui Deus.com o todo que inclui Deus.
6. O Oriente e o Ocidente se abraçamO Oriente e o Ocidente se abraçam
e nos entregam a possibilidade de umae nos entregam a possibilidade de uma
experiência compreensiva eexperiência compreensiva e
totalizadora de - Deus,totalizadora de - Deus,
- Divino,- Divino,
- Mistério.- Mistério.
7. SANTIDADE, QUAL É A MELHOR RELIGIÃO?SANTIDADE, QUAL É A MELHOR RELIGIÃO?
Esperava que dissesse:Esperava que dissesse:
““É o budismo tibetano” ou “São as religiõesÉ o budismo tibetano” ou “São as religiões
orientais, muito antigas do que o cristianismo”.orientais, muito antigas do que o cristianismo”.
O Dalai-Lama fez uma pausa, deu um sorriso,O Dalai-Lama fez uma pausa, deu um sorriso,
me olhou bem nos olhos afirmou:me olhou bem nos olhos afirmou:
““A melhor religião é aquela que te faz melhor.”A melhor religião é aquela que te faz melhor.”
8. Para sair da perplexidade diantePara sair da perplexidade diante
de tão sábia resposta, perguntei:de tão sábia resposta, perguntei:
““O que me faz melhor?”O que me faz melhor?”
E ele respondeu:E ele respondeu:
““Aquilo que te faz mais compassivo,Aquilo que te faz mais compassivo,
aquilo que te faz mais sensível, maisaquilo que te faz mais sensível, mais
desapegado, mais amoroso, maisdesapegado, mais amoroso, mais
humanitário, mais responsável... Ahumanitário, mais responsável... A
religião que conseguir fazer isso de tireligião que conseguir fazer isso de ti
é a melhor religião.”é a melhor religião.”
9. Todo o oceano divinoTodo o oceano divino
não cabe no nossonão cabe no nosso
recipiente e toda arecipiente e toda a
grandiosidade de Deusgrandiosidade de Deus
não se exaure nos nossosnão se exaure nos nossos
discursos.discursos.
10. .. “Qual é o meu caminho?”“Qual é o meu caminho?”
. “Onde é que desabrocha melhor. “Onde é que desabrocha melhor
minha humanidade?”minha humanidade?”
. “. “Onde posso ter um encontroOnde posso ter um encontro
mais radical com Deus e dar a Ele omais radical com Deus e dar a Ele o
nome da minha reverência?nome da minha reverência?””
11. ““Onde posso tornar-me um serOnde posso tornar-me um ser
de irradiação, capaz, junto comde irradiação, capaz, junto com
outros, de crescer em maisoutros, de crescer em mais
humanidade, em mais perdão, emhumanidade, em mais perdão, em
mais capacidade de inclusão demais capacidade de inclusão de
todos, para que ninguém fiquetodos, para que ninguém fique
excluído da nossa comunidade e doexcluído da nossa comunidade e do
nosso amor?”nosso amor?”
12. ““O caminho do Ocidente foiO caminho do Ocidente foi
fundamentalmente marcado pelafundamentalmente marcado pela
experiência judaico-cristã. Ela éexperiência judaico-cristã. Ela é
centrada no encontro com Deus, umcentrada no encontro com Deus, um
Deus que se revela, dizendo seuDeus que se revela, dizendo seu
nome, Javé, que significa:nome, Javé, que significa:
““Eu sou aquele que estáEu sou aquele que está
plenamente aí, que caminha contigo,plenamente aí, que caminha contigo,
te acompanha e com o qual tute acompanha e com o qual tu
estabeleces um diálogo.”estabeleces um diálogo.”
13. . A relação com Deus é pessoal e. A relação com Deus é pessoal e
dialogal.dialogal.
. É um encontro eu-tu, encontro. É um encontro eu-tu, encontro
entre desiguais, que pela abertura, aentre desiguais, que pela abertura, a
amizade e o amor estabelecemamizade e o amor estabelecem
comunhão.comunhão.
14. É no diálogo eu-tu que se forma a identidadeÉ no diálogo eu-tu que se forma a identidade
humana.humana.
É a partir do tu que descobrimos nossoÉ a partir do tu que descobrimos nosso
próprio eu.próprio eu.
É uma experiência amorosa - - - nosÉ uma experiência amorosa - - - nos
sentimos envolvidos pela realidade divina.sentimos envolvidos pela realidade divina.
15. É um encontro na sua totalidade,É um encontro na sua totalidade,
porque move a nossa interioridade,porque move a nossa interioridade,
levando-nos a cair de joelhos comolevando-nos a cair de joelhos como
Moisés,Moisés,
Pedro a chorar,Pedro a chorar,
Davi a dançar...Davi a dançar...
16. Dialogamos amorosamente comDialogamos amorosamente com
Deus e queremos conhecê-lo mais,Deus e queremos conhecê-lo mais,
num autêntico processo denum autêntico processo de
enamoramento.enamoramento.
17. Quando nos enamoramos deQuando nos enamoramos de
uma pessoa, tudo dela se tornauma pessoa, tudo dela se torna
interessante: * onde nasceu,interessante: * onde nasceu,
* como é sua família,* como é sua família,
* quem são seus amigos,* quem são seus amigos,
* onde estudou, do que gosta.* onde estudou, do que gosta.
Cada detalhe adquireCada detalhe adquire
importância e se tornaimportância e se torna sacramental.sacramental.
18. Por que é nesse encontro quePor que é nesse encontro que
crescemos, nos extasiamos e fazemoscrescemos, nos extasiamos e fazemos
a experiência da nossa mais radicala experiência da nossa mais radical
abertura ao outro, a ponto de quererabertura ao outro, a ponto de querer
sacrificar tudo para estar com ele,sacrificar tudo para estar com ele,
unir nosso destino.unir nosso destino.
19. Por querer unir-nos à pessoaPor querer unir-nos à pessoa
amada, trocamos nossos hábitos,amada, trocamos nossos hábitos,
aceitamos mil renúncias, nãoaceitamos mil renúncias, não
contamos o tempo nem medimoscontamos o tempo nem medimos
dificuldades, contanto que adificuldades, contanto que a
encontremos.encontremos.
20. Nessa experiência nós nosNessa experiência nós nos
sentimos radicalmente humanos, esentimos radicalmente humanos, e
não conseguimos pensar a felicidadenão conseguimos pensar a felicidade
e a eternidade senão comoe a eternidade senão como
prolongamento, de forma infinita,prolongamento, de forma infinita,
dessa experiência plena de sentido.dessa experiência plena de sentido.
21. Só quem tem um encontroSó quem tem um encontro
radical de amor com Deusradical de amor com Deus
seria capaz de escrever comoseria capaz de escrever como
João da Cruz.João da Cruz.
““Mostra tua face, tua presença!.”Mostra tua face, tua presença!.”
22. Tais expressões somente sãoTais expressões somente são
possíveis numa relação mística depossíveis numa relação mística de
eu-tu, onde, por mais que seeu-tu, onde, por mais que se
conheça e se ame a pessoa, nuncaconheça e se ame a pessoa, nunca
seu mistério é desvendadoseu mistério é desvendado
totalmente.totalmente.
23.
Como tudo está ligado aComo tudo está ligado a
Deus, é a partir de Deus queDeus, é a partir de Deus que
encontramos o todo.encontramos o todo.
24. Deus se espelha noDeus se espelha no
universo e penetra no coração deuniverso e penetra no coração de
cada coisa.cada coisa.
O universo e cada coisa seO universo e cada coisa se
encontram em Deus.encontram em Deus.
25. Deus e mundo guardam suaDeus e mundo guardam sua
diferença, pois um é Criador e o outro édiferença, pois um é Criador e o outro é
criatura. Mas eles se inter-penetram ecriatura. Mas eles se inter-penetram e
se fazem presentes um ao outro.se fazem presentes um ao outro.
26. Deus presente em todas as coisasDeus presente em todas as coisas
e vice-versa, sem nenhumae vice-versa, sem nenhuma
distância. Ele está na profundidadedistância. Ele está na profundidade
de nosso coração. *de nosso coração. * Nele nósNele nós
vivemos,vivemos,
* Nele nos movemos,* Nele nos movemos,
* Nele nós somos.* Nele nós somos.
27. Estamos Nele como dentro do arEstamos Nele como dentro do ar
que respiramos.que respiramos.
E Ele está em nós como nossosE Ele está em nós como nossos
pulmões vivificados de ar.pulmões vivificados de ar.
28. Nunca saímos de Deus, nemNunca saímos de Deus, nem
vamos a Deus, porque estamosvamos a Deus, porque estamos
sempre dentro de Deus.sempre dentro de Deus.
A tarefa da fé é descobrir esseA tarefa da fé é descobrir esse
Deus que está presente em todas asDeus que está presente em todas as
coisas, mas oculto sob mil sinais.coisas, mas oculto sob mil sinais.
29. * O universo é um grande* O universo é um grande
sacramento. * A matéria ésacramento. * A matéria é
sagrada.sagrada.
* A natureza é espiritual.* A natureza é espiritual.
*** Por quê?*** Por quê?
Porque é templo de Deus.Porque é templo de Deus.
30. Nosso desafio consisteNosso desafio consiste
então em descobrir comoentão em descobrir como
passar da cabeça, onde está apassar da cabeça, onde está a
doutrina sobre Deus, para odoutrina sobre Deus, para o
coração, onde se encontra acoração, onde se encontra a
realidade viva de Deus. Deusrealidade viva de Deus. Deus
está em nosso coração.está em nosso coração.
31. ““Aquele que nós tocamosAquele que nós tocamos
que nossos olhos viramque nossos olhos viram
que nossos ouvidosque nossos ouvidos
ouviram, esse nós vosouviram, esse nós vos
comunicamos.”comunicamos.”
O cristianismo ocidental fez essaO cristianismo ocidental fez essa
experiência espiritual que lheexperiência espiritual que lhe
possibilitou sintetizar toda apossibilitou sintetizar toda a
realidade em Deus.realidade em Deus.
32. Essa fé deve ser vigorosaEssa fé deve ser vigorosa
para poder ver Deus,para poder ver Deus,
realmente, em todas as coisas,realmente, em todas as coisas,
mesmo nas maismesmo nas mais
contraditórias.contraditórias.
33. Para quem experimenta Deus emPara quem experimenta Deus em
tudo, até a “anti-realidade” não setudo, até a “anti-realidade” não se
encontra fora de Deus, por maisencontra fora de Deus, por mais
escandaloso que isso possa parecer.escandaloso que isso possa parecer.
34. Temos a ver com espiritualidadeTemos a ver com espiritualidade
quandoquando mergulhamos nessamergulhamos nessa
profundidade de nós mesmosprofundidade de nós mesmos ee
experimentamos a realidade como umexperimentamos a realidade como um
todo.todo.
35. A espiritualidadeA espiritualidade
* vive da gratuidade e da* vive da gratuidade e da
disponibilidade,disponibilidade,
* vive da capacidade de* vive da capacidade de
enternecimentoenternecimento
* vive da compaixão,* vive da compaixão,
* vive da honradez em face da* vive da honradez em face da
realidaderealidade
36. Quebra a relação de posseQuebra a relação de posse
das coisas para estabelecer umadas coisas para estabelecer uma
relação de comunhão com asrelação de comunhão com as
coisas.coisas.
37. Quando estamos no RioQuando estamos no Rio
de Janeiro, diante do mar e dasde Janeiro, diante do mar e das
ondas grandiosas, não vemosondas grandiosas, não vemos
apenas o mar, vemos a majestade eapenas o mar, vemos a majestade e
a imponência.a imponência.
38. Quando estamos no alto doQuando estamos no alto do
Corcovado, vemos a beleza, maisCorcovado, vemos a beleza, mais
do que a pedra. A pedra, o mar, ado que a pedra. A pedra, o mar, a
natureza, tudo tem mensagens,natureza, tudo tem mensagens,
tudo nos fala, e nós,tudo nos fala, e nós, se formosse formos
espirituais, podemos escutar,espirituais, podemos escutar,
sentir esta grandiosidade.sentir esta grandiosidade.
39. Quando nos vergamos sobreQuando nos vergamos sobre
um recém-nascido, nosum recém-nascido, nos
enchemos de enternecimento,enchemos de enternecimento,
nos deslumbramos com onos deslumbramos com o
ministério da vida, com o brilhoministério da vida, com o brilho
de seu olhar.de seu olhar.
40. Quando encontramos umaQuando encontramos uma
pessoa cuja sabedoria independepessoa cuja sabedoria independe
da cultura acadêmica, nosda cultura acadêmica, nos
enchemos de reverência, deenchemos de reverência, de
respeito, e queremos escutá-larespeito, e queremos escutá-la
atentamente.atentamente.
41. Desenvolver aDesenvolver a
espiritualidade é desenvolver aespiritualidade é desenvolver a
nossa capacidade denossa capacidade de
contemplação, de escuta dascontemplação, de escuta das
mensagens e dos valores quemensagens e dos valores que
impregnam o mundo à nossaimpregnam o mundo à nossa
volta.volta.
42. Nascimento do filhoNascimento do filho
crises profundascrises profundas
perda de uma pessoa queridaperda de uma pessoa querida
Realização de um sonhoRealização de um sonho
amizadeamizade
Morte ...Morte ...
......
43. ““Qual o significado disso tudoQual o significado disso tudo
para mim?para mim?
Que coisa, que caminho, queQue coisa, que caminho, que
direção essa realidade me querdireção essa realidade me quer
mostrar?”mostrar?”