1) Uma menina chamada Jane poupou dinheiro para comprar um colar de pérolas barato que viu.
2) Seu pai pediu o colar várias vezes, e ela se recusou a dar.
3) Finalmente, Jane deu o colar barato para o pai, que deu a ela um colar de pérolas verdadeiras em troca.
2. Esperando na fila do caixa, a alegre
menininha de cachinhos dourados
e quase cinco anos de idade viu
algo que chamou-lhe a atenção:
um reluzente colarzinho de
pérolas em uma caixa cor de rosa
metálico.
- Compra pra mim, mamãe? Por
favor, mamãe, por favor!
3. Rapidamente a mãe virou a caixa para
ver o preço, e olhando para os
olhinhos azuis que a fitavam como
que rogando pelo presente, declarou:
- Custa um dólar e noventa e cinco
centavos. Quase dois dólares...
4. Se você realmente quer esse
colar, vou arranjar uns
servicinhos a mais que você
possa fazer e logo logo terá
essa quantia.
O seu aniversário é daqui a
uma semana, e quem sabe se a
vovó não vai lhe dar uma nota
novinha de um dólar?
5. Assim que chegou em casa,
Jane esvaziou o cofrinho e
contou 17 centavos.
Depois do jantar foi muito
prestativa, fazendo mais do
que suas obrigações. Foi à
casa da vizinha, dona Mariana,
e perguntou se poderia
arrancar as ervas-daninhas
da grama por dez centavos.
No dia do seu aniversário,
6. a avó lhe deu uma outra nota de um
dólar, e ela finalmente tinha o
dinheiro para comprar o colar. Jane
adorava as suas pérolas, e quando
as usava sentia-se uma mocinha.
Não as tirava do pescoço. Ia com
elas para todos os cantos: à igreja, à
escola, até dormia com o colar! Só o
tirava quando ia nadar ou tomar um
banho de espuma, porque a mãe lhe
dizia que se molhassem, talvez
manchassem o seu pescoço de
verde.
7. O pai de Jane era bem amoroso
e todas as noites, antes de ela ir
dormir, ele parava o que estava
fazendo e subia até o quarto
para ler-lhe uma história. Uma
noite, depois que ele terminou,
perguntou a Jane:
- Você me ama?
- Claro que amo, papai. Você
sabe que eu amo o senhor.
- Então me dê as suas pérolas?
8. - Mas papai... minhas pérolas
não. O senhor pode ficar com a
Princesa, o cavalinho branco da
minha coleção. Aquele que tem
o rabo cor de rosa.
Lembra, papai? Foi o senhor
quem me deu. É o que mais
gosto.
- Tudo bem, querida. O papai
te ama. Boa noite! E com um
beijo em seu
rostinho, despediu-se.
9. Mais ou menos uma semana
mais tarde, depois da
historinha, o pai voltou
a lhe perguntar:
- Jane, você me ama?
- Papai, o senhor sabe que te
amo.
- Então me dê as suas
pérolas?
- Ah, papai, o meu colar não.
10. Mas eu te dou a minha
bonequinha. Aquela
novinha que ganhei de
aniversário. Ela é linda e te dou
também o cobertorzinho
amarelo que combina com o
chinelinho dela.
- Tudo bem. Durma bem!
- Deus te abençoe, minha
querida.
O papai te ama!
11. E, como sempre, deu-lhe um beijinho
no rosto. Algumas noites depois,
quando o pai entrou no quarto, Jane
estava sentada na cama as pernas
cruzadas, como um índio... Ao se
aproximar reparou seu queixo
tremendo e uma lágrima rolando pela
face.
- O que foi, Jane? O que aconteceu?
12. Jane não disse nada, só estendeu a mãozinha
para o pai, e quando a abriu
ali estava o tão amado colar. Um pouco trêmula,
ela conseguiu dizer:
- É pro senhor, papai!
Contendo as lágrimas, o gentil pai, com uma mão
pegou o colar barato, enquanto com a outra
tirava do bolso uma caixinha de veludo azul onde
se encontrava um colar de pérolas verdadeiras,
que guardara todo esse tempo para dar à filha.
Só estava esperando até ela estar disposta a
abrir mão do colar barato para poder lhe dar uma
jóia de verdade.
13. Bem semelhante à maneira como o nosso
Pai celestial age conosco.
Existe algo do qual você não quer se
desprender?
Não juntem riquezas neste mundo, onde as
traças e a ferrugem destroem, onde os
ladrões arrombam e roubam.
Ao contrário, juntem riquezas no céu, onde
as traças e a ferrugem não podem destruí-
las e os ladrões não podem arrombar e
roubá-las.
Pois onde estiverem as suas riquezas, aí
estará o coração de vocês.