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Jornada de Letras da Uniban
24 e 25 de setembro de 2007
O Popular, O Erudito, O
Massificado
Balizas Conceituais Tradicionais
• Cultura Erudita
– Elite intelectual como árbitro supremo dos
valores culturais e artísticos

• De massa
– Imposta de cima / padronização / mercado

• Popular
– Folk, homem rústico, tradições em
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Escola de Frankfurt

Conceito de Indústria Cultural
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(Arte)

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Masculinidade
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Trinta são melhores que
uma

Benjamin
Reprodutibilidade
técnica muda as
condições de recepção
da obra: amplia a esfera
de participação
Gramsci: hegemonia:
Primeiro liderar para
depois exercer o
poder.
Liderança leva ao
consentimento e à
subordinação ao
discurso do grupo
dominante.
Estruturalismo e 24 Horas
• Esquema invariável:
– X confere uma missão para
Jack Bauer;
– O vilão é sempre ambíguo,
e muitas vezes não é quem
o espectador imagina;
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trama;
– Figuras de traidores
começam a aparecer, assim
como de mulheres em
perigo, geralmente ligadas à
Jack;
– Jack tortura e é torturado;
– Jack sempre perde a mulher
e termina solitário, em nome
de seus princípios;
•

Outros elementos estruturais: relações entre os personagens,
ideologias, relações entre tipos distintos de valores – cobiça e
ideais, amor e morte, risco e planejamento, perversão e inocência,
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sobre o planejamento e a hierarquia da cadeia de comando.
– Invenções acessórias capturam os observadores mais sofisticados.
Repetição do esquema habitual: preguiça imaginativa: narrativa do já
conhecido: prazer em seguir as variações mínimas pela qual o
vencedor cumpre o seu objetivo (Eco). 24 horas não segue totalmente
o esquema de um jogo previamente determinado: a sequência dos
episódios não se encontra estabelecida a priori, e o destino e
caracterização de muitos personagens e situações são elaborados no
decorrer da história, tendo como parâmetro a reação do público –
circunstância de recepção da mensagem.
– 24 horas tenta dissolver oposições binárias. Será que consegue? Por
exemplo, quando apresenta um presidente dos EUA agindo contra os
interesses do próprio país. Entra em ação a Razão Cínica: em nome de
um princípio, violo esse mesmo princípio. É possível fazer uma leitura
do tipo “pânico moral para estabelecer lei e ordem”... Mas, de onde vêm
essa lei e essa ordem, quem é representado por tais instâncias? O
seriado, assim, seria eficaz no sentido de representar a imaterialidade e
a dispersão do poder, nesse mundo líquido em que não faz mais
sentido falar em identidade nacional? No elenco: pessoas com posições
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Durante um longo período descrevemos e analisamos a realidade social em
termor políticos: a desordem e a ordem, a paz e a guerra, o poder e o
Estado, o rei e a nação, a República, o povo e a revolução. Em seguida a
revolução industrial e o capitalismo libertaram-se do poder político e
apareceram como a ‘base’ da organização social. Substituímos então o
paradigma político por um paradigma econômico e social: classes sociais e
riqueza, burguesia e proletariado, sindicatos e greves, estratificação e
mobilidade social, desigualdades e redistribuição passaram a ser nossas
categorias mais comuns de análise.
Hoje, dois séculos após o triunfo da economia sobre a política, estas
categorias ‘sociais’ tornaram-se confusas e deixam na sombra uma grande
parte de nossa experiência vivida. Precisamos, portanto, de um novo
paradigma, pois não podemos voltar ao paradigma político, sobretudo
porque os problemas culturais adquiriram tal importância que o pensamento
social deve organizar-se ao redor deles.
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Diversidade Cultural: Dimensões
Diversidade e identidade
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portuguesa, línguas indígenas, referências
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nunca chegará?)
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•

•

“o mundo será constituído cada vez mais por projeções midiáticas e
por imagens da cultura popular – televisões, dvds, videogames,
computadores, iPods, iPhone, anúncios publicitários, podcast,
shopping center...
Novas profissões: marketing, design, arquitetura, jornalismo e
televisão, assim como aquelas associadas ao aumento do crédito
do consumidor, e também, magistério, pesquisa e assim por diante
– associadas à definição e à venda de noções de realização e
crescimento psicológico e pessoal. (Strinati, p. 229).
Cada vez menos serão os “padrões de consumo” que irão definir o
que será produzido, mas sim uma antecipação do futuro. Daí, hoje,
escritores de ficção científica serem contratados como consultores
de altos executivos (ex: Vernor Vinge; Bruce Sterling, autor de
Tomorrow Now, comentado no artigo “A inteligência das espécies”,
publicado no Caderno de Cultura do Estado de São Paulo do dia 23
de setembro de 2007)
Quebra das identidades
• Cultura popular e meios de comunicação
de massa como pontos de referência para
a construção das identidades coletiva e
pessoal
Cultura popular hoje
Indústria do patrimônio histórico / turismo da
memória
• Cultura popular Vs Folclore
– Compra de reminiscências e emoções que evoquem
o passado: valor emotivo-mnêmico ligado aos
sentimentos nostálgicos
– Passado comercial, não socialmente instruidor nem
estruturante
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públicas), de exigências étnico-religiosas que se
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duração e de origem diversa (Lipovetsky, Tempos
Hipermodernos, p. 97)
Diretrizes para pesquisar
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contratos entre textos e público. Meios de
comunicação só são capazes de exercer
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Cultura erudita e cultura de massas

  • 1. Jornada de Letras da Uniban 24 e 25 de setembro de 2007
  • 2. O Popular, O Erudito, O Massificado
  • 3. Balizas Conceituais Tradicionais • Cultura Erudita – Elite intelectual como árbitro supremo dos valores culturais e artísticos • De massa – Imposta de cima / padronização / mercado • Popular – Folk, homem rústico, tradições em desagregação consequente aos processos de industrialização, urbanização e “americanização”
  • 4. Escola de Frankfurt Conceito de Indústria Cultural – Núcleo: padronização – Periferia: pseudoindividualização
  • 5. Cultura Erudita (Arte) Cultura de Massa (Cultura Popular) Masculinidade Produção Trabalho Intelecto Atividade Letrada Feminilidade Consumo Ócio Emoção Passividade Iletrada
  • 6. Destituição da aura pela reprodutibilidade através da impressão serigráfica Andy Warhol, Mona Lisa, Trinta são melhores que uma Benjamin Reprodutibilidade técnica muda as condições de recepção da obra: amplia a esfera de participação
  • 7. Gramsci: hegemonia: Primeiro liderar para depois exercer o poder. Liderança leva ao consentimento e à subordinação ao discurso do grupo dominante.
  • 8. Estruturalismo e 24 Horas • Esquema invariável: – X confere uma missão para Jack Bauer; – O vilão é sempre ambíguo, e muitas vezes não é quem o espectador imagina; – Jack começa a desvendar a trama; – Figuras de traidores começam a aparecer, assim como de mulheres em perigo, geralmente ligadas à Jack; – Jack tortura e é torturado; – Jack sempre perde a mulher e termina solitário, em nome de seus princípios;
  • 9. • Outros elementos estruturais: relações entre os personagens, ideologias, relações entre tipos distintos de valores – cobiça e ideais, amor e morte, risco e planejamento, perversão e inocência, lealdade e deslealdade – Vitória do risco e da decisão individual sobre o planejamento e a hierarquia da cadeia de comando. – Invenções acessórias capturam os observadores mais sofisticados. Repetição do esquema habitual: preguiça imaginativa: narrativa do já conhecido: prazer em seguir as variações mínimas pela qual o vencedor cumpre o seu objetivo (Eco). 24 horas não segue totalmente o esquema de um jogo previamente determinado: a sequência dos episódios não se encontra estabelecida a priori, e o destino e caracterização de muitos personagens e situações são elaborados no decorrer da história, tendo como parâmetro a reação do público – circunstância de recepção da mensagem. – 24 horas tenta dissolver oposições binárias. Será que consegue? Por exemplo, quando apresenta um presidente dos EUA agindo contra os interesses do próprio país. Entra em ação a Razão Cínica: em nome de um princípio, violo esse mesmo princípio. É possível fazer uma leitura do tipo “pânico moral para estabelecer lei e ordem”... Mas, de onde vêm essa lei e essa ordem, quem é representado por tais instâncias? O seriado, assim, seria eficaz no sentido de representar a imaterialidade e a dispersão do poder, nesse mundo líquido em que não faz mais sentido falar em identidade nacional? No elenco: pessoas com posições políticas diferentes. – Massa e elite / primitivismo elementar e sofisticação cultural
  • 10. Comunicação de Massa Sociedade subordinada aos meios de comunicação de massa Signos da cultura popular e as imagens dos meios de comunicação de massa estão assumindo a função de definir o senso de realidade Peter Sellers em cena de Muito além do jardim.
  • 11. Mundo Moderno Mundo Globalizado Ordem vertical Orientação paterna Verdade Da impotência à potência Diálogo Raciocinar (raisonner) Estático Hierarquia e grupos Treinamento e especialização Avaliação Adversidade Razão asséptica Futuro:projeção do presente Ordem horizontal Cálculo coletivo Certeza pessoal Da impotência ao impossível Monólogos articulados Ressonar (résonner) Interativo Radicais diferenças Pluralização de experiências Responsabilização Oportunidade Razão sensível Futuro:invenção do presente
  • 12. Cultura: categoria central Durante um longo período descrevemos e analisamos a realidade social em termor políticos: a desordem e a ordem, a paz e a guerra, o poder e o Estado, o rei e a nação, a República, o povo e a revolução. Em seguida a revolução industrial e o capitalismo libertaram-se do poder político e apareceram como a ‘base’ da organização social. Substituímos então o paradigma político por um paradigma econômico e social: classes sociais e riqueza, burguesia e proletariado, sindicatos e greves, estratificação e mobilidade social, desigualdades e redistribuição passaram a ser nossas categorias mais comuns de análise. Hoje, dois séculos após o triunfo da economia sobre a política, estas categorias ‘sociais’ tornaram-se confusas e deixam na sombra uma grande parte de nossa experiência vivida. Precisamos, portanto, de um novo paradigma, pois não podemos voltar ao paradigma político, sobretudo porque os problemas culturais adquiriram tal importância que o pensamento social deve organizar-se ao redor deles. Alain Touraine, Um novo paradigma para compreender o mundo de hoje, p. 9.
  • 14. Diversidade e identidade • Indústria cultural, produção local, língua portuguesa, línguas indígenas, referências simbólicas • Cultura associada com desenvolvimento, junto com educação-segurança-saúde • Grande vocação do Brasil (Brant, De Masi) • Preservar o “afastamento diferencial”, e não a peculiaridade (Hermano Viana) • Brasil país do futuro (que nunca chega ou que nunca chegará?)
  • 15. Futuro • • • “o mundo será constituído cada vez mais por projeções midiáticas e por imagens da cultura popular – televisões, dvds, videogames, computadores, iPods, iPhone, anúncios publicitários, podcast, shopping center... Novas profissões: marketing, design, arquitetura, jornalismo e televisão, assim como aquelas associadas ao aumento do crédito do consumidor, e também, magistério, pesquisa e assim por diante – associadas à definição e à venda de noções de realização e crescimento psicológico e pessoal. (Strinati, p. 229). Cada vez menos serão os “padrões de consumo” que irão definir o que será produzido, mas sim uma antecipação do futuro. Daí, hoje, escritores de ficção científica serem contratados como consultores de altos executivos (ex: Vernor Vinge; Bruce Sterling, autor de Tomorrow Now, comentado no artigo “A inteligência das espécies”, publicado no Caderno de Cultura do Estado de São Paulo do dia 23 de setembro de 2007)
  • 16. Quebra das identidades • Cultura popular e meios de comunicação de massa como pontos de referência para a construção das identidades coletiva e pessoal
  • 17. Cultura popular hoje Indústria do patrimônio histórico / turismo da memória • Cultura popular Vs Folclore – Compra de reminiscências e emoções que evoquem o passado: valor emotivo-mnêmico ligado aos sentimentos nostálgicos – Passado comercial, não socialmente instruidor nem estruturante – Reabilitação de coordenadas da tradição (políticas públicas), de exigências étnico-religiosas que se apóiam em patrimônios simbólicos de longuíssima duração e de origem diversa (Lipovetsky, Tempos Hipermodernos, p. 97)
  • 18. Diretrizes para pesquisar • O comportamento do público • O papel do poder na constituição dos contratos entre textos e público. Meios de comunicação só são capazes de exercer poder sobre o público na medida em que haja um “contrato” entre os textos e o público • Estudar os modos de interação dos produtores – seus propósitos, estruturas institucionais, restrições externas, relações com criadores, escritores, artistas, etc

Notas del editor

  1. Criticar: 1. o conceito de uma audiência manipulada e passiva, encontrada nas variantes das teorias marxista, feminista e estruturalista; 2. o elitismo que considera a cultura de massa homogênea e padronizada
  2. Comentar: budapeste de Chico e personagem de Calvino em Se um viajante...
  3. 1. “quando ouço a palavra cultura, saco meu talão de cheques”, 1985. O dito, parodiando o lema notório de um oficial da Gestapo, foi reformulado pela artista Norte-Americana Barbara Kruger, e atualiza o sentido daquela frase histórica que, no período nazista, concluía: “eu saco o meu revolver”. Trata-se de uma obra que torna hiperbólica a suposição de uma lógica midiático-mercantil, onde o indivíduo aparece como escravo (consumidor passivo) das exigências da ordem social; 2. A Índia amamentando, em foto de Pisco del Gaison, compõe o imaginário idílico das culturas tradicionais; 3. Clementina de Jesus, Cartola e Pixinguinha. Cultura popular autêntica? Voz do povo? Comentar o modo como são reapropriados hoje pelos produtores culturais; 4. iPod, o primeiro ícone cultural do século XXI, mistura de estilo, funcionalidade e desejo do consumidor. Comentar: 1. diluição de fronteiras: cruzamento entre imaginação artística e invenção técnico-científica; 2. políticas sobre o status dos produtos culturais, as condições de circulação de bens simbólicos, diversidade e identidade, protecionismo e liberação (texto do Brant)