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Editorial

Um ano novo
organizado
A última edição do ano da Revista Canavieiros
traz matérias que dizem basicamente a mesmas
coisa, que o maior desejo de toda cadeia produtiva para 2007 é ter uma organização maior.
Não que o setor esteja desorganizado, mas
ainda é preciso definir exatamente o papel de cada
personagem dentro do setor e que cada um faça
sua parte com a maior qualidade possível, para
assim aproveitar todas as oportunidades do anunciado crescimento extraordinário tanto na produtividade de cana, como na comercialização de
açúcar e principalmente de álcool.
Com isso a reportagem de capa traz uma
matéria falando a importância em se produzir e
principalmente plantar mudas de cana sadia,
pois como o nosso entrevistado do mês, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva
do Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Luis Carlos Corrêa de Carvalho, disse, a responsabilidade da produção da cana-de-açúcar
tem que ficar na mão do fornecedor, ou seja, o
produtor rural precisa mostrar, através de produtividade, que é capaz de assumir esse compromisso, enquanto que os responsáveis pelas
unidades industriais se dediquem totalmente na
implantação de novas tecnologias e na difícil
tarefa de ganho de mercado, principalmente externo, de açúcar e álcool.
Essa edição também traz uma matéria analisando o que precisa ser melhorado dentro do
plantio mecanizado e para isso foram ouvidas
as fontes mais confiáveis, os próprios usuários,
que dão um exemplo de organização dentro do
Grupo de Motomecanização.
O lado político da cadeia produtiva também
é fundamental para a busca dessa organização,
e para isso o repercutiu ouviu as intenções dos
três deputados federais que têm a missão de
legislar na câmara federal em prol do setor
sucroalcooleiro.

Para ser forte politicamente é preciso ter união,
e isso está retratado nas matérias sobre a última
reunião da Orplana, da parceria entre a Copercana
e a Milenia, do convênio assinado entre CTC e
Secretaria da Agricultura e do lançamento do
Observatório do Setor, resultado da parceria entre FEA/USP, FUNDACE e ÚNICA.
Matérias sobre custos de produção também
foram desenvolvidas, como a medida tomada pelo
Governo Federal de agilizar o processo de liberação de novas marcas de defensivos com o objetivo de redução de preços, mas será que isso vai
realmente ocorrer? A Andef questiona a medida.
Também tem o resultado da fantástica iniciativa da Cocred e Copercana que desenvolveram
um projeto com o objetivo de viabilizar a produção de amendoim como rotação de cultura, a fertilidade do solo e o cooperativismo agradecem
essa iniciativa.
Em se falando de amendoim, as páginas da
Revista Canavieiros, também mostram os resultados de um experimento que teve como objetivo
identificar qual é a forma mais viável para se combater as manchas pretas e castanhas, uma doença perigosa que atinge boa parte dos campos no
estado de São Paulo.
O antes da porteira fala de como o produtor
pode criar uma renda-extra voltando ao passado
e produzindo o açúcar mascavo, um produto que
possui grande valor agregado.
Chuvas, Legislação, Cultura, Classificados e
Agenda completam essa edição que tem em sua
essência trazer informações para a organização e
crescimento do setor, razão dessa para a existência dessa publicação.
Um 2007 de grandes conquistas para todos
que contribuem para o fortalecimento da cana,
do açúcar e do álcool.
Conselho Editorial

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

03
Indice
EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

UM ERRO CARO
PARA O BOLSO
Formas corretas para
garantir a sanidade das
mudas

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
Marino Guerra – MTb 39.180

20
OUTRAS

DESTAQUES
Entrevista

24

Luis Carlos Corrêa
de Carvalho
Mudança de
mentalidade

05
Ponto de Vista

32

Muda Sadia alavanca a
produtividade do
canavial
08

INFORMAÇÕES
SETORIAIS
LEGISLAÇÃO

NOVAS
TECNOLOGIAS
CULTURAS
DE ROTAÇÃO

34

PRAGAS
E DOENÇAS

35

36

CULTURA

37

REPERCUTIU
CLASSIFICADOS

10

Copercana
Copercana capacita colaboradores
com Curso de Cálculo de
Dimensionamento de Bombas
Notícias

Notícias

16

Cocred
Projeto Amendoim deverá aumentar a
produção em 87,5%
Antes da Porteira

26

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

FOTOS:
Carla Rossini
Marino Guerra
CAPA:
Foto: Marino Guerra
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Daniella Felício
revistacanavieiros@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniella
Felício, Daniel Pelanda,
Letícia Pignata, Marino Guerra, Roberta
Faria da Silva, Tatiana Sicchieri
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

12

Canaoeste
Orplana realiza reunião do Conselho
Deliberativo na sede da Canaoeste

DIAGRAMAÇÃO:
SPM Comunicação

AGENDE-SE

38

Notícias

04

30

31

Marcos Virgílio
Casagrande

Açúcar Mascavo:
o doce sabor dos nutrientes

28

DESTAQUE

REVISÃO GRAMATICAL:
Igor Fernando Ardenghi

TIRAGEM:
6.000 exemplares
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial
desta revista é autorizada, desde que
citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP: 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

Luis Carlos Corrêa de Carvalho
é engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e pós-graduado
em Agronomia e em Administração pela USP

Mudança de
mentalidade
Cristiane Barão

O

futuro do agronegócio da cana
deve passar por uma mudança
de mentalidade em que os grupos industriais devem concentrar-se
apenas na atividade fim, buscando estabelecer parcerias com
os fornecedores de matériaprima. No entanto, os fornecedores deverão
estar organiza-

dos, essa é a opinião do presidente da
Câmara Setorial da Cadeia Produtiva
do Açúcar e do Álcool e vice-presidente da Abag, Caio Carvalho.
De acordo com ele, as ações de
pesquisa e desenvolvimento devem
ser coordenadas para otimizar esforços e recursos. “A coordenação de
políticas, de pesquisa e desenvolvimento precisam ter foco, objetividade e metas definidas. Esse é o calcanhar de Aquiles que nós teremos”, afirma.
Carvalho vê, como positivo, o
fato de o Brasil ter tomado a frente
no processo de levar tecnologia
para o mundo tropical. “Acho que
vai e isso é muito bom, principalmente para nós que somos produtores
com custo muito baixo”, diz. Leia, a
seguir, os principais trechos da entrevista que ele concedeu à
Canavieiros, no Fórum promovido
pela Abag, em Ribeirão Preto no último dia 7.

perfil
Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, que
o setor conhece como Caio Carvalho, é
presidente da Câmara Setorial da Cadeia
Produtiva do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É vice-presidente da Abag
(Associação Brasileira de Agribusiness),
diretor da Canaplan Consultoria Técni-

ca e diretor de relações com o mercado
das Usinas do Grupo Alto Alegre.
Engenheiro agrônomo formado pela
Esalq/USP e pós-graduado em Agronomia e em Administração pela USP,
é considerado um dos maiores conhecedores do setor sucroalcooleiro. Foi

superintendente geral do Programa
Nacional de Pesquisas em Cana-deaçúcar (Planalsucar) entre 1978 e
1981; diretor de Modernização do
Instituto do Açúcar e do Álcool
(1985/86) e secretário-executivo da
Comissão Executiva Nacional do Álcool (1985/86).

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

05
Entrevista
CANAVIEIROS: Qual será a participação dos pequenos e médios produtores de cana nesse processo de crescimento do setor?
CAIO CARVALHO: Eu entendo
que o processo de produção de cana
tem uma característica básica, que é a
escala. E quando eu falo em escala, refiro-me à escala industrial. Portanto, o
que eu tenho visto cada vez mais é a
procura de empresas de fora que querem vir para cá e a primeira pergunta
que fazem é a seguinte: como é que
eu organizo os produtores? Então,
acho também que há uma mudança
de mentalidade. Nós vamos passar
por isso, eu não tenho dúvidas.

CANAVIEIROS: Em São Paulo, no
ano passado, a cana ocupou praticamente metade da área com culturas. É
mais vantagem para o produtor investir em áreas onde há menos cana?

“Muitas multinacionais que
virão para o Brasil irão vir
com uma visão de indústria.
Ou seja, elas vão querer
fornecedor de cana.”
“(O Brasil) É o único
país do mundo que tem
duas agriculturas, embora
a gente conheça uma só.”

CARVALHO: Essa é uma análise interessante. Em regiões como a de Ribeirão
Preto, Jaú e Araçatuba, esta última mais
recentemente, onde há maior concentra-

ção de cana, a tendência é de a matériaprima se valorizar. Ou seja, o produtor tem
opções e o preço sobe. Em regiões mais
distantes, onde tem pouca cana, quem
produz entrega para uma unidade industrial e, nesse caso, a relação é diferenciada. Então, o Consecana é positivo porque
não permite o que outras agriculturas fazem quando isso ocorre.
CANAVIEIROS: Dá para pensar
em como será a relação entre fornecedores de matéria-prima e indústrias daqui para frente?
CARVALHO: O que eu sinto é
que a visão do futuro do agronegócio
da cana vai estar muito amarrada à
forma como os produtores industriais enxergam o negócio. Eu sinto que
muitas multinacionais que virão para
o Brasil irão vir com uma visão de
indústria. Ou seja, elas vão querer fornecedor de cana ou prestadores de
serviço que produzam cana.
CANAVIEIROS: Em relação à
pesquisa e desenvolvimento, o que
falta para o Brasil?
CARVALHO: Em primeiro lugar
é importante que não dispersemos os
parcos recursos que existem e, em segundo lugar, é preciso ter coordenação. Eu tenho visto estudos parecidos
conduzidos por várias universidades

Divulgação Abag

CANAVIEIROS: Você acredita
que o Consecana seja o melhor instrumento para manter o equilíbrio
entre os elos da cadeia?
CARVALHO: Eu acho que sim.
E vou até mais longe: o Consecana é
a alma do equilíbrio do sistema, vou
dar um exemplo clássico. Hoje, nos
Estados Unidos, há um grande temor: o preço do milho está subindo
muito e, assim, a margem industrial
fica pequena. Isso pode ser um
desestímulo para a produção de álcool. No Brasil, o que acontece: o preço
da matéria-prima está casado com o do
produto final. Se o preço do produto

final sobe, o da matéria-prima também
e assim por diante. O Consecana é um
instrumento de equilíbrio.

Caio Carvalho durante palestra no Fórum de Bioenergia promovido pela ABAG-RP

06

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
Entrevista
ou, às vezes, até pelo setor privado que
levam a resultados diferentes e que
poderiam ser conduzidos de uma forma muito melhor se fossem coordenados. Agora, precisamos considerar que
estamos num país onde temos duas agriculturas: uma que é chamada de agricultura empresarial e uma outra, de familiar.
É o único país do mundo que tem duas
agriculturas, embora a gente conheça
uma só. Agora, agricultura de dois tipos, com dois ministérios (da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário) e
duas estruturas é um exemplo claro de
que a gente vai começar a mudar e a
melhorar a própria definição de estrutura de pesquisa quando a gente acreditar e, conceitualmente, imaginar que
temos uma agricultura só.
CANAVIEIROS: Uma política de
governo sensata tem que começar
por onde?
CARVALHO: Acho que deve começar pelos exemplos do próprio governo. E deve haver coordenação.
Uma “descoordenação” de governo
leva à “descoordenação” do setor produtivo. Então, a coordenação de políticas, de pesquisa e desenvolvimento
precisam ter foco, objetividade e metas
definidas. Esse é o calcanhar de Aquiles
que nós teremos. Quem chega ao tamanho da produção de bionergia que
o Brasil chegou tem que ter isso de forma coordenada. Vou citar um exemplo:
a Alemanha avançou o sinal e começou a usar o B100 (100% de biodiesel)
e no meio do caminho começou a ter
problemas enormes com a qualidade do
biodiesel e recuaram para o B5 (mistura
de 5% de biodiesel ao diesel mineral).
Então, é necessária a coordenação. Nós
estamos falando de uma mudança fundamental de conceito, que implica em
sair de um padrão de combustível, de
um processo produtivo e de um uso
muito grande. Obviamente que vamos
passar por uma transição até chegarmos ao novo uso. Para isso, precisamos ter coordenação.

pois a Petrobras entrou e tem feito um
trabalho muito bom e que, para nós, é
muito importante. Só com o aumento
da produção é que vamos ter um aumento do uso. Os países tendem a ser
pequenos produtores e pequenos usuários. Esse é um ciclo negativo. Nós
temos de romper com isso. O Brasil assumiu essa posição de estar à frente e

“A coordenação de
políticas de pesquisa e
desenvolvimento precisam ter foco, objetividade e metas definidas. Esse é o calcanhar de Aquiles que
nós teremos.”
tentar levar tecnologia pelo mundo tropical porque isso é importante para nós.
Algumas pessoas perguntam se isso
não vai provocar competição. Acho
que vai e isso é muito bom, principalmente para nós que somos produtores

com custo muito baixo. Se não tivermos isso, o álcool não será uma
commoditie. Vão ficar o Brasil e os Estados Unidos com 60% da oferta.
CANAVIEIROS: E quais os prejuízos dessa concentração?
CARVALHO: O efeito mais importante do conceito da substituição do
combustível fóssil pelo renovável é a
desconcentração geográfica da produção. Ou seja, a segurança energética
que todos reclamam. A Indonésia não
fica dependente do Oriente Médio, o
Bush (George Bush, presidente dos
Estados Unidos) não fica dependente do Chávez. (Hugo Chávez, presidente da Venezuela)...
CANAVIEIROS: Em relação ao
uso do hidrogênio como combustível.
É uma ameaça ao etanol?
CARVALHO: Ele não é uma ameaça. Os indicadores de tecnologia
apontam que o hidrogênio deverá ser
“carregado” por uma fonte de energia renovável. O hidrogênio não é uma
energia que se encontra na natureza.
Ele precisa ser “carregado” por alguma
fonte de energia renovável. Temos que
ver isso como uma oportunidade para
o futuro e não como uma ameaça.

Divulgação Abag

CANAVIEIROS: Qual a importância da difusão da tecnologia para outros países?
CARVALHO: Essa é uma luta que
começamos no setor privado e que deRevista Canavieiros - Dezembro de 2006

07
Ponto de Vista

Muda Sadia alavanca a
produtividade do canavial

D

e acordo com as informações publicadas
pela Conab em novembro de 2006, o Brasil
deve fechar a safra 2006/07 com 475,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar produzidas. Esse número
é o maior da história e representa aumento de cerca de
10% frente a safra anterior. A área ocupada pela cultura aumentou 6%, passando de 5,84 milhões de hectares cultivados em 2005/06 para 6,19 milhões de hectares nesta temporada. Para atender a essa expansão
seria necessária uma área de viveiro de mudas da ordem de 40 mil ha.
Neste frenesi, empresários buscam a todo custo
ocupar os espaços disponíveis, antes que os concorrentes o façam, plantando cana sem se
preocupar com o seu estado sanitário
e muitas vezes ignorando sua aptidão
ao ambiente de produção (condições
de solo e clima) da propriedade. Essa
“despreocupação” inicial pode custar
caro e colocar em risco a sustentabilidade
do empreendimento. Além disso, em
muitas situações a falta de planejamento
para os plantios comerciais diminui sensivelmente a produtividade do canavial
e, consequentemente, o lucro do produtor.

tas doentes (carvão, mosaico, escaldadura e amarelinho) e misturas varietais e remanescentes de cultivos anteriores.
Ao plantar uma cana de origem duvidosa o produtor corre o risco de ser “presenteado” com doenças
que podem comprometer a produtividade e levar à reforma precoce do canavial. Além das doenças, pragas
também podem ser transportadas através das mudas e,
uma vez instaladas na propriedade, só restará ao produtor despender esforços e recursos para tentar estabelecer uma convivência tolerável com as mesmas. Um
claro exemplo disso é a expansão do “Bicudo da canade-açúcar”, (Sphenophorus levis), em algumas regiões
canavieiras do Estado de São Paulo.

Há mais de uma década o Centro
de Tecnologia Canavieira (CTC) promove a produção de mudas sadias
junto às associadas e obtém expressivos resultados no aumento de produtividade dos canaviais. O CTC
conta com uma equipe de engenheiros agrônomos altamente especializados e estrategicamente distribuídos na Região Centro-Sul para
atender suas mais de 130 associadas
*Marcos Virgílio Casagrande
Um bom planejamento deve levar
no planejamento, plantio e condução
em conta itens como a diversidade de
de viveiros, por meio do programa
ambientes de produção; a quantidade de cana a ser Muda Sadia. Esse programa engloba um amplo pacolhida no início, meio e final de safra; as épocas de cote tecnológico que fornece a orientação necesplantio (cana de ano, ano e meio, inverno); o tipo de sária para que a associada CTC esteja suprida de
plantio (manual ou mecânico); o tipo de colheita (ma- mudas das melhores variedades de cana-de-açúcar
nual ou mecânica, queimada ou sem queimar); as ca- com a quantidade e a qualidade sanitária necessáracterísticas das variedades (curva de maturação, ap- rias para o plantio.
tidão aos ambientes de produção, brotação de
soqueira, aptidão ao plantio e colheita mecanizada,
O desenvolvimento do programa na unidade asresposta a maturadores, etc.); a disponibilidade de sociada incluí vários itens, com destaque para o plamudas e outros. Na prática, é necessário saber quais nejamento estratégico de variedades para os plantios
as variedades devem ser plantadas e possuir mudas comerciais, visando o aumento de produtividade, a
sadias dessas variedades, obtidas em viveiros plane- introdução de clones promissores do Programa de
jados, plantados e conduzidos com tecnologia e mão- Melhoramento do CTC na associada, visando o
de-obra especializada. O que diferencia um viveiro ganho de competitividade em função da antecipação
de um canavial comercial é o controle sanitário reali- do uso comercial de novas variedades, e o treinamenzado no viveiro que, por meio de tratamento térmico, to da mão-de-obra da associada envolvida na produvisa controlar a bactéria causadora do raquitismo da ção de mudas, visando garantir a sustentabilidade
soqueira e através do roguing, busca eliminar plan- do agrobusiness com a produção de mudas sadias.
* Engenheiro Agrônomo especialista em Tecnologia Agrícola do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira
08

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
Artigo

Condições necessárias
para crescer

O

final do ano é sempre um momento de balanço. E
para o setor sucroalcooleiro brasileiro em geral, e
para os produtores independentes de cana, em particular,
2006 foi um ano considerado positivo. O agronegócio da
cana se consolidou como uma das cadeias produtivas mais
promissoras e já experimenta os efeitos do crescimento
que já se anunciava há duas safras. O que era estimativa,
agora são números consolidados.
Nesta safra, 12 unidades industriais entraram em operação e outras 12 devem iniciar a atividade no próximo ano.
Até 2012/13, as novas unidades
deverão somar 92. A produção
brasileira deste ano deverá ficar
próxima dos 30 milhões de toneladas de açúcar e 17,5 bilhões de litros de álcool, com uma produção
recorde de 470 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 6,2 milhões de hectares. Em relação às
exportações, de janeiro a novembro, o complexo sucroalcooleiro
apresentou embarques crescentes:
74,6% acima da receita obtida no
mesmo período do ano passado.
Para o setor, os resultados não
poderiam ser melhores. E como foi
o ano para os fornecedores independentes de cana? Apesar de,
tradicionalmente, os produtores
Manoel Carlos
de matéria-prima ficarem a um passo atrás dos demais elos da cadeia produtiva quando o momento é de crescimento e de
estarem a um passo à frente nos momentos de crise, neste ano os fornecedores independentes de cana conseguiram um certo avanço em relação à remuneração da
matéria-prima, graças à atualização do sistema Consecana,
que serve de parâmetro para o pagamento da cana.
Depois de sete anos em vigor e com os mesmos
parâmetros de quando foi implantado, em 1998, o
Consecana foi revisado, o que garantiu um ganho real de
7% sobre o preço da cana, corrigindo uma distorção que
se arrastava há anos e que fazia com que, mesmo com as

perspectivas positivas projetadas para o setor, o valor
obtido pela matéria-prima não cobria os custos de produção, principalmente nas duas últimas safras.
A negociação entre os produtores, representados pela
Orplana, e os industriais, da Unica, se arrastou por um
ano e meio e foram necessárias várias rodadas de conversações e contratações de estudos para que o acordo final
fosse firmado em dezembro do ano passado e assinado
em maio. É evidente que o resultado final não contemplou a totalidade das reivindicações dos produtores, mas
houve avanços importantes,
como a atualização dos parâmetros técnicos e do ajuste da
participação da matéria-prima
nos preços dos produtos finais.

de Azevedo Ortolan*

O Consecana é um instrumento importante para estabelecer o
equilíbrio na remuneração dos
elos da cadeia produtiva. No entanto, é preciso que ele seja cumprido integralmente para que haja
uma relação de confiança e tranqüilidade entre indústria e produtores. Há, ainda, alguns ajustes a
serem feitos, como na questão do
adiantamento de 80%, que não é
cumprida por algumas das unidades industriais, o que prejudica o
produtor que precisa se organizar
e investir na sua lavoura.

No entanto, a expectativa é que essas arestas sejam
aparadas porque o desejo dos elos é que o setor reúna
todas as condições para crescer de forma ordenada para
fazer frente à demanda que se abre nos mercados interno
e externo. Este ano de 2006 foi de crescimento, mas daqui
para frente o ritmo de expansão será cada vez maior, o que
exigirá harmonia e confiança entre os elos da cadeia. Somos os agentes dessa expansão e teremos de ser também
os responsáveis pelas mudanças que busquem aprimorar a cadeia como um todo, porque a tranqüilidade na
relação entre os elos é uma das condições para o setor
crescer de forma equilibrada e sustentada.

*presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)
Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

9
Notícias
Copercana

Copercana capacita colaboradores
com Curso de Cálculo de Dimensionamento de Bombas
Carla Rossini

A Copercana e a THEBE, empresa fabricante de Bombas Hidráulicas, ministraram um curso de Cálculo
e Dimensionamento de Bombas para os funcionários da Copercana que trabalham diretamente ligados
nas vendas de bombas.

O

curso aconteceu no dia 23
de novembro no Auditório
da Canaoeste em Sertãozinho e foi
ministrado pelo representante comercial da THEBE, José Pinto Sobrinho. Segundo ele, o objetivo do curso é “capacitar os profissionais de
venda para que eles possam atender
cada vez melhor o cliente”, afirmou.
Os produtos produzidos pela
THEBE, que são vendidos nas Lojas
de Ferragens da Copercana, atendem
aos mercados de açúcar/álcool, agrí-

cola e sistemas de incêndio.
Para o gerente comercial da
Copercana, Luís Ricardo Meloni,
essa estratégia de capacitar os funcionários é muito importante porque
permite um conhecimento maior daquilo que está se colocando à disposição do cliente. “Estamos conseguindo diferenciais no mercado porque atendemos os nossos consumidores com mais informações e qualidade nas vendas e assistência”, afirmou Meloni.

Funcionários das lojas de ferragens da
Copercana durante o curso de Cálculo e
Dimencionamento de Bombas

XVII Leilão Beneficente
de Sertãozinho arrecada R$ 500 Mil
Carla Rossini

Voluntários e empresas de Sertãozinho e região se mobilizaram para a realização do evento em prol das
entidades assistenciais de Sertãozinho

H

á três anos, o sistema
Copercana, Canaoeste e
Cocred, em conjunto com Irmãos
Tonielo e a Fundação Vidalina Flóridi,
organizam o Leilão Beneficente de
Sertãozinho. Neste ano, mais um grupo entrou para a lista de organizadores:
o Grupo TGM.
O XVII Leilão Beneficente de
Sertãozinho aconteceu dia 25 de novembro no Clube de Campo Vale do Sol e
contou com a participação de grande
parte dos empresários de Sertãozinho e
região que, através dos arremates das
prendas, proporcionaram a arrecadação
10

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

da quantia recorde de R$ 500 mil (em 2005,
o leilão arrecadou R$ 400 mil).
A verbaédestinadaa14instituições filiadas
a Fundação Vidalina Flóridi. Neste ano, foram
leiloados 280 lotes que foram doados por empresas e pessoas que desejam ajudar, entre eles,
os cooperados do sistema Copercana e pessoas das próprias instituições.
Com o slogan “Ajude de Coração, seja
Solidário” os números finais do leilão mostram, a cada edição, que mais integrantes da
sociedade estão preocupados com as questões sociais. Neste ano, mais de 350 pessoas
compareceram ao Clube de Campo Vale do
Sol para arrematarem as prendas.

Além da ajuda dos doadores de
prendas e arrematadores, o Leilão também conta com o apoio de dezenas de
voluntários que colaboram doando seu
tempo e trabalho. Com isso, o Leilão
Beneficente de Sertãozinho mostra o
caráter solidário da população
sertanezina. “Gostaria de agradecer alguns parceiros e voluntários que sempre nos auxiliam para que o leilão aconteça. Deixo o meu abraço, de coração,
para todos aqueles que contribuíram
para a realização do XVII Leilão Beneficente de Sertãozinho”, disse Antonio
Eduardo Tonielo, presidente da
Copercana e Cocred.
Notícias
Copercana

Presidente e diretores
da Milenia visitam a Copercana
Carla Rossini

O objetivo da multinacional é estreitar relações com a cooperativa

O

presidente da Copercana, An
tonio Eduardo Tonielo, recebeu, na sede da cooperativa, a visita
do presidente da Milenia, Luiz Cláudio
Barone, que estava acompanhado de
diretores e gerentes da multinacional.
A visita aconteceu no dia 20 de dezembro e teve como principal objetivo estreitar as relações entre a cooperativa
e a multinacional.
Além dos presidentes, também
participaram da reunião outros integrantes. Pela Copercana, estavam
presentes o diretor, Pedro Esrael
Bighetti e o gerente de comercialização, Frederico José Dalmaso.
Já a Milenia, contou com a participação do diretor comercial, Aledino

Carminatti; do diretor supply chain,
Luiz José Traldi; do gerente de
marketing de culturas perenes, Elcio
Corrêa de Moraes; do gerente comercial, Silas Decaro e do assessor
comercial, Marcelo Angeli.
Durante a reunião, houve uma
apresentação dos números de
comercialização dos produtos da
Milenia realizados nos anos de 2005
e 2006 junto à cooperativa. Segundo
o assessor comercial, Marcelo Angeli,
houve um aumento considerável nas
vendas dos produtos Milenia pela
Copercana em 2006. “Conseguimos
aumentar a nossa participação nas
vendas aos cooperados neste ano.
Isso é muito bom”, afirmou Marcelo.

A Milenia Agrociências S.A.foi criada em 1970 e é especializada em produtos
para proteção das lavouras. Atualmente,
ela ocupa o sexto lugar no ranking do setor. A companhia integra o grupo
Makhteshim Agan, dono de empresas que
estão entre as mais avançadas do mundo
na área de química fina. Possui fábricas
na América Latina e Europa, além de Israel, atuando em mais de cem países.
A companhia possui unidades industriais em Londrina, no Paraná, e em
Taquari e Cruz Alta, no Rio Grande do
Sul. Conta com duas filiais, nove regionais de vendas e com a Milenia Paraguai,
que comercializam a linha de produtos
para cooperativas, revendas e produtores de todo o país e do exterior.

Marcelo B. Angeli, Elcio Corrêa de Moraes, Frederico José Dalmaso, Luiz Cláudio Barone, Antonio Eduardo Tonielo,
Aledino P. Carminatti, Luiz José Traldi, Silas Decaro e Pedro Esrael Bihetti
Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

11
Notícias
Canaoeste

“Orplana realiza reunião
do Conselho Deliberativo na sede da Canaoeste”
Carla Rossini

A última reunião do ano de 2006 da Orplana foi marcada pela maciça participação dos
presidentes das associações

A

Orplana – Organização de
Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, realizou-a
última reunião do Conselho Deliberativo no ano de 2006. O auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, foi
o local escolhido pelos presidentes
das associações para a realização da
reunião, que aconteceu no dia 15 de
dezembro.
Os deputados federais Duarte Nogueira, Mendes Thame e Arnaldo Jar-

dim prestigiaram a reunião que teve
como pauta a posição da safra 2006/
2007 em 01/12/2006; Projeção de preços; Custo de produção de Novembro;
Demonstrativo do Pagamento das Contribuições por parte das Associações;
Balancete; Agenda para 2007, entre
outros assuntos.
O presidente da Orplana e
Canaoeste, Manoel Ortolan, lembrou
que 2006 foi um excelente ano para os
trabalhos realizados pela Orplana. “Par-

Manoel Ortolan, presidente da Orplana; Mendes Thame,
deputado federal; José Coral, vice-presidente da Orplana e
Duarte Nogueira Júnior, deputado federal.

O deputado
federal Arnaldo
Jardim durante
seu discurso

12

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

ticipamos ativamente das decisões do
setor e conseguimos terminar este ano
com excelentes resultados para os produtores de cana-de-açúcar”, afirmou
Ortolan.
Após a reunião, a Orplana ofereceu um almoço de confraternização aos
presentes que foi servido no Cred Clube. Os deputados fizeram uso da palavra e firmaram o compromisso de realizaram um bom trabalho nos próximos
quatro anos na Câmara Federal.

O presidente da Associação de Fornecedores de Cana de Monte
Aprazível, João Thomas Leal Pimenta; o deputado federal Mendes
Thame e o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan

O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e sua
esposa Sandra e o presidente da Copercana, Antonio
Eduardo Tonielo e sua esposa Neli
Notícias
Canaoeste

Paola, Laís, Luiz, Simone, Ivanilde, Cristina e Rosana

Oswaldo Alonso, Maria José, Sônia e Paulo Canesin, Luiz
Carlos Tasso Júnior e Gustavo Nogueira

O prefeito
municipal de
Sertãozinho,
José Alberto
Gimenez

Dr. Hermínio
Jacon, presidente
da Associação de
Fornecedores de
Cana de Lençóis
Paulista

Ismael Perina
Júnior,
presidente da
Associação de
Guariba

Dr. Otacílio
Rodrigues de
Almeida,
presidente da
Associação de
Novo Horizonte
Notícias
Canaoeste

Consecana
Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 14/06
DATA: 30 de novembro de 2006
A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante
o mês de NOVEMBRO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO é de R$ 0,3577.
Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, nos meses de MAIO a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO a NOVEMBRO e
acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:

0,3124

0,3577
Notícias
Cocred

Projeto Amendoim
deverá aumentar a produção em 87,5%
Marino Guerra

Adesão de um grande número de produtores, investimento na produção e condições climáticas
favoráveis são os principais fatores desse crescimento

O

projeto de financiamento dos
custos de produção da safra
de verão 06/07 de amendoim realizado
entre a Cocred e a Copercana deverá
elevar a produção em 87,5% em relação
a safra passada. Em 2006 foram entregues na Unidade de Grãos da
Copercana cerca de 800 mil sacas, para
a colheita que se iniciará em fevereiro
de 2007 é esperada a entrega de 1,5 milhões de sacas.
A previsão para essa produção é
retirada da ótima perspectiva de produ-

tividade para a safra atual, que está em
150 sacas por hectare. Devido a condições climáticas e financeiras adversas a
safra passada registrou uma produtividade de 100 sacas por hectare.
Outro crescimento apresentado está
na área plantada que na safra passada
foi de 8 mil hectares e nessa safra representa 10 mil hectares.
“Com o objetivo de reverter o fraco
desempenho de produtividade do ano
passado e também cumprir com o seu

papel dentro do cooperativismo a
Cocred em parceria com a Copercana
através do projeto de financiamento,
garantiram que o produtor tivesse recursos para investir nos principais itens
para aumentar a produtividade perante
a safra anterior”, avaliou o gerente geral
da Cocred Márcio Meloni.
Para o produtor João Nilson Magro,
que há mais de 30 anos planta amendoim
como forma de rotação de cultura e que
espera uma produtividade de 400 sacas
por alqueire para essa safra, o projeto das
duas cooperativas foi importante, pois
disponibilizou recursos aos produtores
sem a cobrança de altas taxas de juros
praticadas pelo sistema bancário.
“O projeto foi muito importante para
que o produtor rural tivesse condições
de adquirir todos os recursos necessários para a produção do amendoim e sem
a necessidade de buscar recursos no
mercado bancário a juros altos”, disse
João Nilson Magro.
A mesma opinião tem o produtor
Luis Antônio Pavani que ao lado de seus
irmãos Antônio Marcos Pavani, Francisco Roberto Pavani e José Carlos
Pavani herdaram do pai, que há mais de
50 anos a prática do cultivo do amendoim e que nessa safra esperam ter uma
produtividade de 450 sacas por alqueire.
“Muitos plantadores de amendoim
não conseguiram um bom preço em seus
produtos nas safras passadas e com isso

O cooperado João Nilson Magro
em sua lavoura de amendoim em
Sertãozinho

16

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
Notícias
Cocred

O cooperado
Luis Antonio
Pavani na sede
de sua propriedade em
Jaboticabal

perderam crédito, tanto bancário como,
em alguns casos, nas próprias cooperativas. Com essa parceria que a Copercana
e a Cocred fizeram, os produtores voltaram a ter crédito o que foi um incentivo
para voltarem a plantar. Eu acredito que
isso é uma grande coisa. Eu vejo que a
Cocred e a Copercana chegaram primeiro e foram muito importantes para todos
os agricultores da região”, disse Luís
Antônio Pavani que enxerga as duas cooperativas como verdadeiras parceiras
de sua produção.
“Nós montamos com a Cocred e a
Copercana uma parceria e essa parceria
nos proporcionou uma estabilidade para
a entrega da safra, pois recebemos recursos para a aplicação de todos os

insumos, sementes e ajuda no custo de
preparo de solo, até no próprio óleo diesel para fazer preparo de solo o que eu
nem imaginava. Essa estabilidade nos
deixou mais tranqüilos, porque, seja
qual for o preço final de venda, nós através de um contrato, já temos um preço
estipulado, isso nunca existiu em lugar
nenhum”, completou Pavani.
Segundo pesquisa divulgada pela
Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) as despesas de custeio da
lavoura do amendoim ereto no estado
de São Paulo até o final de setembro
chegam a R$ 1,5 mil por hectare, ou seja,
62% do total dos custos do amendoim.
Dentro desses custos os defensivos

representam 25%, as sementes 15%, os
fertilizantes 11% e as operações com
máquinas 9,78%.
As despesas pós-colheita geram um
custo, segundo a mesma pesquisa, de
R$ 662 por hectare, e as despesas com
juros custam R$ 57 o hectare, o custo
variado total chega a R$ 2,3 mil por hectare. Como a Copercana possui uma Unidade de Grãos que diminui boa parte das
despesas pós-colheita e a Cocred possui uma política de juros diferenciada em
relação aos Bancos Comerciais, as
chances do cooperado obter sucesso em
seu plantio de amendoim se tornam grandes, graças ao espírito de parceria que só
cooperativas interessadas em seus cooperados podem proporcionar.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

17
Notícias
Cocred

Balanço
Patrimonial
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho
BALANCETE MENSAL - OUTUBRO/2006
Valores em Reais

18
Reportagem de Capa

UM ERRO
CARO PARA
O BOLSO
Marino Guerra

Desenvolvimento de mudas no Centro de Tecnologia Canavieira

AUtilização de mudas doentes ou escolha de variedades inadequadas pode tirar boa parte do
lucro do produtor

U

ma muda mal escolhida é igual
a um casamento mal sucedido. A comparação com a união entre
marido e mulher vem bem a calhar
quando o assunto é a escolha da
muda para ser realizado um novo
plantio de cana-de-açucar, pois nos
dois casos, o sucesso depende de
muito cuidado e bastante conhecimento para que se viva feliz para
sempre, ou pelo menos até o final
do ciclo.
20

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Os principais fatores que levarão
ao produtor obter sucesso na aquisição de mudas rentáveis estão relacionados à sanidade do viveiro e também
na escolha da variedade correta para o
solo em que ela será plantada.
Muitas vezes, devido ao alto
custo, o valor da muda varia de 20%
a 30% no custo total de plantio, o
produtor opta por uma muda de procedência duvidosa, sem saber, em

muitos casos, qual variedade está inserindo em sua produção. Caso não
tenha muita sorte de ter plantado uma
cana sadia e ainda ter acertado a variedade, esse canavial passará todo
o seu ciclo tendo um número
insatisfatório de sacarose eliminando, em muitos casos, a margem de
lucro do fornecedor de cana.
Para a escolha da muda correta,
o produtor, mesmo se tiver um vi-
açúcar, isso porque seus sintomas não
são visíveis, sua transmissão acontece
quando facões contaminados com a
bactéria cortam plantas sadias, com
isso, o canavial também corre o risco
de ser contaminado em caso de corte
ou plantio mecanizado.
A única forma de evitar a contaminação das mudas é recorrer à prática
do tratamento térmico, no qual as gemas isoladas ou toletes de três gemas
são submetidos a um banho de água
com temperatura de 52ºC por aproximadamente 30 minutos.
O coordenador do viveiro de mudas da Copercana/Canaoeste, Gustavo
Nogueira, fala de algumas recomendações técnicas para se obter o maior sucesso possível no tratamento térmico.
“É aconselhável a realização do tratamento térmico entre os meses de setembro a março, pois, neste período,
existe uma faixa de temperatura ideal
para a brotação das gemas tratadas,
podendo ser mais ou menos elástico
de acordo com a temperatura média
ambiental da região, não devendo ser
inferior a 25ºC”, explica.
Gustavo ainda explica como deve
ser o procedimento após o banho dos
toletes.

Divulgação CTC

veiro próprio ou se comprar a
cana de alguém, precisa ficar
atendo aos seguintes aspectos:
Tratamento Térmico das mudas para
a eliminação do
raquitismo das
soqueiras

O raquitismo da soqueira é uma
das principais doenças da cana-de-

“Após os 30 minutos de tratamento, os toletes são retirados do banho,
aguardando o esfriamento à temperatura ambiente num intervalo de 15 a 20
minutos, sendo importante que a água
do tratamento seja trocada a cada três
a quatro tratamentos e o tanque limpo
com solução desinfetante para evitar
que microorganismos desenvolvam-se
na água do banho durante os tratamentos efetuados e possam prejudicar a
brotação das gemas tratadas. Uma vez
esfriados, os toletes são colocados em
um banho de imersão com fungicidas
durante 10 a 15 minutos. Essa suspensão fungicida deve ser renovada completamente a cada dia de trabalho, e
antes de cada imersão deve ser agitada
para homogeneizar o ambiente”, explica o coordenador do viveiro de mudas
da Copercana/Canaoeste.

Modo químico para
o controle de plantas
daninhas

Assim como as mudas, as plantas
daninhas também poderão ser plantadas no novo canavial, é por esse motivo que os viveiros deverão ser conservados sem nenhum tipo de vegetação concorrente.
Para o seu controle, é recomendável que seja feito a utilização de
herbicidas seletivos em pré-emergência, seguida, se necessário, de aplicação de pós-emergência. O modo mecânico de controle deve ser evitado, pois
pode ferir e dilacerar tecidos, facilitando a transmissão de doenças como o
raquitismo e a escaldadura.
Roguing: Indispensável para garantir
a sanidade e a
autenticidade varietal
das mudas

O roguing consiste na prática de
inspeção e eliminação de touceiras de
cana de outras variedades ou que apresentem sintomas de doenças. Sua prática consiste em uma inspeção visual
feita de forma sistemática e uniforme
sobre todas as plantas do viveiro.
É preciso efetuar suas operações
entre 30 a 45 dias do plantio das mudas
ou dos toletes, se estenderem durante
todos os oito meses do ciclo da cultura no viveiro e, mesmo após essa data,
é preciso fazer vistorias para se evitar
que touceiras infectadas sejam transportadas para outras áreas.
A prática do roguing deve se estender desde a escolha das mudas sadias, que serão submetidas ao tratamento térmico, até o maior número possível de inspeções nos viveiros primários, secundários e terciários.
Suas operações podem ser executadas de modo mecânico, em que é realizado o uso de enxada ou enxadão e a
touceira é arrancada e transportada
para um local distante para ser queimada, ou do modo químico que consiste
na eliminação da touceira pelo uso de
herbicida dessecante sem retirá-la do
Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

21
Reportagem de Capa

viveiro, evitando o seu contato com
touceiras sadias.
Cuidados na
colheita

Para o corte das mudas, os podões
deverão ser desinfetados, pois mesmo
com todos os cuidados, algumas
touceiras ainda poderão ser portadoras do patógeno, sem ter apresentado
nenhum sintoma, podendo transmitir a
doença para as áreas comerciais.
No momento da colheita, também é
primordial que a área esteja livre de plantas daninhas, pois caso contrário é preciso tomar muito cuidado na retirada
dos colmos para não carregar os matos
para o novo canavial.
A escolha da
variedade
O momento da escolha da variedade não depende da sanidade do viveiro de muda, mas sim do conhecimento

Produtores durante visita ao viveiro de mudas

22

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

de quem trabalhará com a produção,
pois, para a escolha certa, é fundamental o conhecimento das características
do solo e ambientais onde será plantado o novo canavial.
O coordenador do Programa Cana
do IAC, Marcos Landell, explica que é
primordial para se ter um ciclo de cana
produtivo a escolha da variedade compatível com o ambiente.
“Existem variedades que atingem
níveis extraordinários de produção em
ambientes responsivos, ou seja, locais onde as condições ambientais
são bastante favoráveis para o desenvolvimento da cana. Outras variedades já foram lançadas para se
adaptarem a ambientes restritivos, ou
seja, locais que contêm alguns elementos que não favorecem a cultura
da cana. Se você plantar uma variedade feita para os ambientes
responsivos em um ambiente
restritivo, sua produtividade será
comprometida e se você fizer o inver-

Gustavo Nogueira, coordenador do
viveiro de mudas da Copercana/Canaoeste

so deixará de produzir mais sacarose,
pois existem variedades mais rentáveis. Por isso, a hora da escolha da
variedade é de fundamental importância dentro do processo de plantio da
cana-de-açúcar”, explica Landell.
Destaque

CANA

REPRESENTA

45,5% do valor da produção agropecuária paulista
Cristiane Barão

Valor da produção estimado para 2006 é de R$33 bi; cana representa R$15 bi

A

cana-de-açúcar foi respon
sável por 45,5% do total do
valor da produção agropecuária de
São Paulo neste ano, de acordo com
estimativa divulgada no início do mês
pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo.
O valor da produção agropecuária,
que se refere à receita obtida pelas principais culturas do Estado antes da porteira, somou R$ 33 bilhões em 2006. O
aumento do valor total em 2006 deveuse principalmente ao desempenho da
cana-de-açúcar, cuja elevação dos preços (22,4%) e da produção (7,2%) resultou em crescimento de 31,1%. Sem a
cana, o valor da produção paulista em
2006 contabilizaria R$ 18 bilhões, 6,5%
menor em moeda corrente em relação
ao ano anterior.
Assim, a cana-de-açúcar participou
com R$ 15 bilhões este ano. Segundo o
instituto, as conjunturas do mercado
externo (principalmente do açúcar) e interno (álcool carburante), principalmen-

te a partir de meados de 2005, de
descompasso entre oferta e demanda,
provocaram altas substanciais dos preços desses produtos, com reflexos diretos nos preços da matéria-prima.
Em 26 das 40 regiões (Escritórios
de Desenvolvimento Rural) do Estado,
a cana-de-açúcar foi o principal produto, contra 21 EDRs em 2005 e 14 em
2004. Estima-se que, sem a cana, o valor da produção paulista em 2006 ficaria em R$ 18 bilhões.
Pelo terceiro ano consecutivo,
Barretos seguiu na liderança das regiões paulistas por conta do aumento do
valor da produção de sua principal produto, que é a cana, em seguida, está a
região São João da Boa Vista. Alteração de destaque no ranking das regiões ocorreu no posicionamento de
Jaboticabal, que foi superado por
Orlândia, Araraquara e Ribeirão Preto,
colocando-se no sexto-lugar.
De acordo com o levantamento do
IEA, em contraposição à conjuntura
amplamente favorável da cana-de-açú-

As principais
regiões do Estado

24

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

car, a crítica situação dos pecuaristas e
dos produtores de grãos/fibras em 2006
levou a perda de renda estimada de R$
1,223 bilhão e R$ 327 milhões, respectivamente, em termos absolutos e de
14,3% e 11,8%, em termos relativos,
quando comparadas a 2005.
Outros produtos no ranking: Apesar da redução de 8,64% na participação do produto no total do valor da
produção em relação a 2005, a carne
bovina mantém a segunda posição no
ranking, com participação de 11,93% no
valor total ou R$ 3,937 bilhões.
A laranja para a indústria é o terceiro principal produto, seguindo a tendência dos anos anteriores. O produto
tem rendimento previsto em R$ 2,214
bilhões, de acordo com dados preliminares do IEA e participa com 6,71% do
valor total. Em quarta posição do
ranking está a carne de frango, que deverá atingir R$ 1,299 bilhão, redução de
24,55% em relação ao valor do ano passado. Segundo o IEA, este recuo devese à queda de 23,45% no preço médio
do produto e a diminuição em 1,44% na
produção da carne de frango. A participação do produto no valor total do Estado será de 3,94%.
Ainda de acordo com o IEA, o milho
ocupará a sexta posição no ranking,
atrás da laranja para mesa. O grão irá
alcançar um valor de R$ 1,053 bilhão, com
queda de 7,74% em relação ao R$ 1,142
bilhão do ano passado. Esta diminuição,
mesmo com o aumento de 9,46% na produção do milho, ocorre por conta da redução de 15,72% no preço médio do produto. Segundo o Instituto, o milho que
participará neste ano de 2006, responderá por 3,19% do valor total da produção agropecuária estadual.
Destaque

CTC e Secretaria
assinam convênio para melhoramento genético
Cristiane Barão

Parceria permite uso de área na Bahia para cruzamento; variedades obtidas serão disponibilizadas aos
produtores paulistas

A

Secretaria de Agricultura de
São Paulo e o CTC (Centro
de Tecnologia Canavieira) assinaram
convênio no último dia 13 que renova por mais cinco anos o uso da área
de hibridação do CTC instalada em
Camamú (BA) para os trabalhos de
melhoramento genético.
Esta cooperação nasceu em 1975
quando foram feitos os primeiros ensaios em forma de colaboração voluntária entre a Secretaria e a
Copersucar, que foram formalizados
na década de 90, desde então, isto
tem sido feito. Com a reestruturação
e composição do CTC, houve uma
reavaliação entre as instituições para
que este trabalho técnico fosse reali-

zado na forma de convênio. Nesta nova
fase, o plano de trabalho visa à obtenção de 200 mil plântulas (planta em embrião) por ano, originadas de 140 cruzamentos obtidos em Camamu - Bahia. Estas plântulas serão reproduzidas em áreas do Estado de São Paulo.
Segundo o diretor do Centro de
Cana IAC, pesquisador Marcos
Landell, todas as variedades obtidas
levarão o nome IAC-CTC e serão
disponibilizadas ao produtor de canade-açúcar do estado de São Paulo. “A
cana exige para florescer e produzir
sementes viáveis condições climáticas especiais, encontradas em regiões litorâneas onde as temperaturas
noturnas em época de florescimento

(maio e junho) são superiores a 18ºC
associada a alta umidade do ar. A região de Camamú apresenta estas condições”, afirma Landell.
O programa de melhoramento genético da cana iniciou-se em 1933
dentro do Instituto Agronômico. Só
na última década, foram desenvolvidas nove variedades de cana-de-açúcar, sendo uma delas, a IAC86-2480,
a primeira no Brasil específica para
alimentação bovina. Em março de
2005, foi reestruturado o Centro de
Cana em Ribeirão Preto, que possui
um dos maiores bancos de variedades de cana do país, com a construção de novos laboratórios e aumento
no quadro de pesquisadores.

Lançado o Observatório
do Setor Sucroalcooleiro
Carla Rossini

Observatório do Setor Sucroalcooleiro será a entidade ligada à UNICA para a confecção de estudos
sobre o setor de produção de açúcar, álcool e energia

N

a tarde do dia 13 de dezem
bro, a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a FEA/
USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo) e a FUNDACE (Fundação para pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia) lançaram o Observatório
do
Setor
Sucroalcooleiro, que tem por objetivo a realização de estudos voltados para o setor, propiciando o desenvolvimento e a difusão de conhecimentos.

O Observatório do Setor Sucroalcooleiro representa uma parceria importante entre a iniciativa privada e o
setor acadêmico, afirmou o presidente
da UNICA, Eduardo Pereira de Carvalho, no lançamento do convênio em
Ribeirão Preto. Segundo Carvalho, “a
sociedade precisa disso”, de estudos
independentes de instituições como a
FEA/USP de Ribeirão. O presidente da
UNICA observou que a escolha da região deve-se ao fato de ser a capital do
álcool e do açúcar.

De acordo com o Prof. Dr. Rudinei
Toneto Júnior, diretor da FEA/USP de
Ribeirão, já estão programados três estudos – o valor agregado da cadeira
produtiva da cana; o impacto da mecanização da lavoura; e a análise da composição do capital das empresas.
O presidente da Canaoeste e
Orplana, Manoel Ortolan, participou
do lançamento. Segundo ele, “o Observatório do Setor Sucroalcooleiro
será a entidade ligada a UNICA para a
confecção de estudos sobre o setor
de produção de açúcar, álcool e energia.”, afirmou Ortolan.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

25
Antes da Porteira

Açúcar Mascavo:
o doce sabor dos nutrientes
Carla Rossini

Além de produzir açúcar e álcool, a cana-de-açúcar é aproveitada na fazenda de cooperados para
produzir açúcar mascavo

Caldo de açúcar:
ponto ideal para
começar o processo
final da fabricação do
açúcar mascavo

O

desejo de abrir uma empresa
e a escolha do tipo de sua
atividade são apenas o começo de
um longo processo antes de se lançar no mercado como empresário. É
preciso saber quais são as oportunidades e quais são os riscos que a
atividade escolhida oferece. É necessário estudar muito o negócio
para não ter prejuízo.
Foi assim que o cooperado Iberê
Rodrigues Fernandes, proprietário do
Sítio do Capoteiro, em Bebedouro, interior de São Paulo, decidiu deixar de
ser apenas produtor de cana, agora ele
também industrializa açúcar mascavo.
26

Iberê conta que o sonho de seu pai,
Vicente Rodrigues Fernandes, 83 anos,
sempre foi industrializar a cana-de-açúcar. “Meu pai adquiriu essa propriedade em 1956. Na época, os 110 hectares
eram plantações de laranja. Depois, com
a crise da laranja na década de 80, começamos a diversificar as culturas, aos
poucos passamos a plantar cana, até
os dias de hoje”, afirma Iberê.
Para dar vida ao antigo sonho da
família, Iberê abandonou a carreira de
engenheiro civil e, no ano de 2001, começou a produzir melado para alimentação de abelhas. “Iniciamos a produção de melado e conseguimos fornecer

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

o produto para 27 municípios da região.
Na época, o mel estava com um preço
muito bom, estava sendo comercializado para a Europa”, diz.
No ano seguinte, Iberê conta que
começou a produzir o açúcar mascavo.
“Produzia 15 quilos por dia, era tudo
artesanal. Foi assim que comecei a encontrar um mercado para a minha produção, que foi se ampliando e exigindo
um aumento na produção”.
Hoje, a pequena fábrica do Sítio do
Capoteiro tem capacidade para produzir 1.500 quilos/dia, mas como está funcionando em apenas um turno, a pro-
Antes da Porteira
dução é de 700 quilos/dia. O açúcar
mascavo sai da propriedade de Bebedouro já embalado em sacos de 20 quilos ou 500 gramas.
O açúcar mascavo
A fabricação do açúcar mascavo é
uma atividade desenvolvida desde o
período colonial e que hoje está sendo
incrementada, devido ao seu alto valor
nutricional e econômico. O seu consumo tem crescido em decorrência da valorização de produtos naturais, especialmente sem aditivos químicos. Por causa de sua composição, que o torna um
alimento altamente nutritivo, pode
substituir os açúcares cristal e refinado na alimentação diária de uma família
ou nas merendas escolares.
Para fabricar açúcar mascavo de
qualidade, o produtor precisa observar
os procedimentos básicos recomendados para o processamento de alimentos: utilização de medidas rigorosas de
higiene dos trabalhadores na atividade, limpeza diária do engenho, das
moendas, dos reservatórios e dos
tachos. Além disso, a matéria-prima
deve ser de boa qualidade. A tecnologia
de processamento deve ser apropriada, o armazenamento e o processo de
embalagem devem estar adequados.

Iberê Rodrigues Fernandes; Vicente Rodrigues Fernandes e Jairo Rodrigues
Fernandes: proprietários do sítio e da fábrica de Açúcar Mascavo do Capoteiro

Iberê conta que a qualidade do açúcar mascavo é também determinada
pelo seu grau de umidade. “Quanto
mais seco for o produto, melhor será
sua qualidade e maior será o seu tempo de armazenamento”.
Segundo uma publicação do
Sebrae-MG, fabricar açúcar mascavo é
uma atividade de baixa lucratividade,

cerca de 8% a 10% do faturamento, em
condições normais. Uma unidade totalmente nova envolve alto investimento,
sem contar a parte agrícola. Por isso,
Iberê manda um recado aos possíveis
aventureiros que estejam pensando em
montar uma fábrica de açúcar mascavo:
“é preciso muito estudo e uma excelente infra-estrutura envolvida para montar o negócio”.

Quais as diferenças
entre açúcar cristal, refinado e mascavo?

A

s principais diferenças apare
cem no gosto, na cor e na
composição nutricional de cada tipo.
A regra básica é a seguinte: quanto
mais escuro é o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele tem, e mais
perto do estado bruto ele está. A cor
branca significa que o açúcar recebeu aditivos químicos no último processo da fabricação. Apesar dos
aditivos deixarem o produto atraente, eles também "roubam" a maioria
dos nutrientes.
Para citar um exemplo, em 100 gramas de um açúcar bem escuro, no caso

mascavo, existem 85 miligramas de cálcio, 29 miligramas de magnésio, 22 miligramas de fósforo e 346 miligramas
de potássio. Para comparar, na mesma
quantidade de açúcar refinado, aquele tipo branco mais comum, a gente
encontra no máximo 2 miligramas de
cada um desses nutrientes.
A matéria-prima do açúcar é a
cana, antes de chegar à mesa, a planta passa por diversas etapas de fabricação. Primeiro, ela é moída para
extrair o caldo doce. Depois, começa a purificação, em que o caldo é
aquecido a 105ºC e filtrado para

barrar as impurezas. Em seguida, o
caldo é evaporado, vira um xarope e
segue para o cozimento, no qual aparecem os cristais de açúcar. Por último, os tipos mais brancos de açúcar
ainda passam pelo refinamento, etapa em que o produto recebe tratamentos químicos para melhorar seu
gosto e seu aspecto. O resultado final é o açúcar em cristais. Além da
cana, há açúcar nas frutas e no milho (frutose) e no leite (lactose). A
beterraba é outra fonte de açúcar,
mas tem um processo de extração
diferente. Ela é popular na Europa:
como lá não tem cana, a beterraba é
a principal matéria-prima.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

27
Informações setoriais

Chuvas

de

Novembro

e Prognósticos Climáticos
As chuvas anotadas durante o mês de novembro de 2006, na região de abrangência da CANAOESTE, constam do
quadro abaixo.
Locais

mm chuvas

Açúcar Guarani
AgroClimatologia FCAV UNESP-Jaboticabal
Algodoeira Donegá - Dumont
Andrade Açúcar e Álcool
Barretos - IAC/Ciiagro
Central Energética Moreno
CFM - Faz Três Barras - Pitangueiras
Cia Energética Santa Elisa (Sede)
E E Citricultura - Bebedouro
Faz Santa Rita - Terra Roxa
Franca - IAC/Ciiagro
IAC-Centro Apta Cana-Ribeirão Preto
São Simão - IAC/Ciiagro
Usina da Pedra
Usina Ibirá - Santa Rosa do Viterbo
Usina Batatais
Usina M B - Morro Agudo
Usina São Francisco
Médias das observações

114
167
272
127
199
164
108
195
278
293
360
215
211
247
228
300
211
158
214

médias históricas
134
167
180
131
147
217
173
167
185
199
206
173
169
175
229
227
164
166
178

As chuvas observadas
(médias) durante o mês
de outubro “foram” superiores às históricas.
Foram exceções: Açúcar
Guarani,Central
Energética Moreno,
CFM, onde as somas das
chuvas foram inferiores
às respectivas médias; e,
UNESP Jaboticabal,
Andrade Açúcar e Álcool e Usina São Francisco, onde as chuvas “ficaram” próximas das
históricas dos locais.

Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 16 a 19 de novembro de 2006.

Engº AGRÔNOMO
OSWALDO ALONSO
Consultor Agronômico
CANAOESTE

O mapa 1 mostra que o índice de Água Disponível no Solo, em meados de
novembro, encontrava-se em nível crítico em quase toda área canavieira do Estado de São Paulo, com exceção de estreitas faixas próximas de Barretos, Franca e,
à leste, divisando com Minas Gerais. Condições estas, que neste período permi-

28

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
Informações setoriais
tiam operações de colheita e, mesmo com baixa umidade no solo, as de cultivos
mecânicos, químicos e adubações das soqueiras.

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2005.

O

s mapas 2 (2005) e 3
(2006), de Água Disponível no Solo, “ficaram” bem parecidos, diferindo nas regiões Nordeste e Leste do Estado de São Paulo
que, em novembro, choveu mais
que no mesmo mês do ano passado, ou seja, 214mm na média das
observações deste ano, contra
155mm em novembro de 2005. Trazendo à lembrança o forte veranico
daquele novembro.
Com o fim de subsidiar em planejamentos de atividades futuras, o Departamento
Técnico
da
CANAOESTE resume o prognóstico
climático para a Região Centro Sul do
Brasil, que poderão ocorrer durante
os meses de dezembro a fevereiro.
Prognósticos estes, de consenso entre o INMET - Instituto Nacional de
Meteorologia e INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2006.

Os mapas 2 (2005) e 3 (2006), de Água Disponível no Solo, “ficaram” bem
parecidos, diferindo nas regiões Nordeste e Leste do Estado de São Paulo que,
em novembro, choveu mais que no mesmo mês do ano passado, ou seja, 214mm
na média das observações deste ano, contra 155mm em novembro de 2005. Trazendo à lembrança o forte veranico daquele novembro.

- As condições para ocorrência do
fenômeno “El Nino” para os próximos
meses ainda se encontram favoráveis;
- Mesmo que de baixa a média
confiabilidade, os prognósticos de
consenso INPE-INMET apontam que:
- Prevêem-se temperaturas acima das
médias históricas nos estados das Regiões Centro Oeste/Sudeste e próximas das
normais nos estados da Região Sul;
- As chuvas previstas para o trimestre dezembro/fevereiro poderão
variar entre ligeiramente abaixo da
normalidade climática para os estados
da Região Centro Oeste próximas às
médias históricas, mas com grande
variabilidade para os estados da região Sudeste e dentro da normalidade
nos estados da Região Sul.
Exemplificando, na região de
abrangência da CANAOESTE, as chuvas poderão ser, pelas médias históricas anotadas pelo Centro Apta - IAC Ribeirão Preto, de 270mm em dezembro e janeiro e de 220mm em fevereiro.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

29
Legislação

Lei da Mata Atlântica
aprovada
no Congresso Nacional e seus
reflexos na área rural

A

pós uma tramitação de 14
anos no Congresso Nacional,
o Projeto de Lei nº 3.295/92, que dispõe sobre a proteção da vegetação
original da Mata Atlântica, foi aprovado neste último dia 29 de novembro, no plenário da Câmara dos Deputados, devendo, agora, ser encaminhado para sanção presidencial. A
lei depois de sancionada criará um
marco legal importante para a preservação do bioma, consolidando os limites da Mata Atlântica, atribuindo
função social à floresta e estabelecendo regras para seu uso.
O bioma da Mata Atlântica é um
dos mais ameaçados do planeta e se
constitui em uma estreita faixa de
florestas que se estende do sul do
país até o Ceará e o Rio Grande do
Norte. Originalmente, o bioma tinha
mais de um milhão de quilômetros
quadrados. Hoje, restam-lhe menos
de 8% desse total.
Referida lei criará uma grande
gama de mecanismos, incentivos e
procedimentos de apoio à preservação das florestas, além de recompensar aqueles proprietários rurais que
as protegem, ressalvando, porém,
que as punições também irão aumentar. Um exemplo prático da nova lei,
se sancionada, é a permissão ao proprietário de uma área com vegetação
nativa superior ao mínimo exigido legalmente, “alugar” uma parte da floresta para outro proprietário que já
desmatou toda a sua propriedade e
que não tenha floresta suficiente à
averbação da reserva florestal legal.
Com isso, a floresta passa a ser considerada patrimônio com valor, área
30

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

produtiva. Esse mecanismo pode
conter a destruição da Mata Atlântica, pois a degradação no bioma avançou nos últimos anos em razão da
falta de segurança ao proprietário
rural nesta situação, pois se possuía
área de floresta acima do mínimo legal, tal área era considerada improdutiva, por não atingir aos índices
de produtividade do INCRA, podendo a propriedade ser, então, desapropriada para fins de assentamento rural ou loteamento.
Também, com o advento da novel
legislação, abrir-se-á a possibilidade dos proprietários rurais com passivos ambientais, adquirir e doar ao
governo áreas de Unidades de Conservação (UCs) equivalentes ao que
deveria ser a tão polêmica Reserva
Legal da propriedade, sem a restrição imposta pela Medida Provisória
nº 2.166, que impunha a vigência de
30 anos para esse mecanismo. Até a
nova lei, a compensação sob a forma de regularização de UCs vigorava por trinta anos, passados os quais
o proprietário voltaria a estar obrigado a recompor sua Reserva Legal,
o que não mais ocorrerá a partir da
sanção presidencial.
Outro ponto importante do projeto aprovado, reside nos incentivos fiscais e econômicos aos proprietários
de terras na Mata Atlântica que possuam área com vegetação nativa primária, conhecida como mata virgem ou
secundária, em estágio avançado e
médio de regeneração. Esta lei, igualmente define critérios para proteger
esse tipo de vegetação, além de permitir algumas explorações no bioma

Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste

Mata Atlântica, nas vegetações secundárias, desde que seja feita de forma
racional e em observância à rígidas
regras para a sua preservação.
Ressalta-se, ainda, que o Projeto
de Lei 3.285/92, não vai ser aplicado a
toda extensão original da Mata Atlântica, ou seja, aos 1,3 milhão de Km²,
aplicando-se, logicamente, para não
afetar direitos dos proprietários rurais,
sobre os remanescentes de vegetação
nativa existentes hoje, ou seja, cerca
de 93 mil Km² - 7,3% da sua cobertura
original, ou aproximadamente 1,1% do
território do país.
Por fim, para aquele que cometer
os delitos de destruição ou danificação da vegetação ora protegida, Mata
Atlântica, poderá ser punido com a
penalidade de detenção de um a três
anos e multa.
Sem embargo da importância
ambiental do projeto de lei aprovado no Congresso Nacional, que estabeleceu e definiu os limites da
Mata Atlântica, os incentivos e os
benefícios fiscais à sua proteção,
ressaltamos que devido a
interligação que tal projeto possui
em relação ao tema reserva florestal
legal, ficou consignado na Câmara
Federal que, após a aprovação do
texto, daria início à discussão sobre a polêmica reserva legal que
muito tem afligido os proprietários
rurais do Estado de São Paulo, que
não mais possuem vegetação nativa suficiente à sua averbação na
matrícula do imóvel, dando início, a
partir de agora, a mais uma ampla
discussão sobre o tema.
Novas Tecnologias

Mecanização do plantio:
viável apenas na falta de mão-de-obra
Marino Guerra

Falta de sincronismo entre as indústrias de tratores e plantadoras e número elevado de perda
de gemas são os principais problemas do sistema

A

grande novidade das feiras vol
tadas à cultura da cana-de-açúcar nos últimos tempos são as imponentes plantadoras mecânicas que,
com todos os seus recursos, chamaram a atenção de boa parte dos visitantes desses eventos.
Segundo pesquisadores, o interesse das fábricas de implementos agrícolas na produção de plantadoras mecânicas se deu, principalmente, em decorrência da grande expansão que o setor
passa, fazendo com que a mão-de-obra
existente se torne insuficiente frente à
alta demanda de plantio.
Com a entrada dos novos equipa-

mentos aos campos, os problemas também foram aparecendo, dentre eles, o
que é mais sentido pelos usuários do
sistema, é o dano causado às gemas na
hora da colheita mecânica das mudas.
Outros problemas como a falta de entendimento entre as fábricas de tratores
e de plantadoras, principalmente na questão da vazão hidráulica, prejudicam na
implantação generalizada do sistema.
Luis Antônio Ferreira Bellini

Segundo o GMEC (Grupo de
Motomecanização - formado por profissionais ligados a usinas e destilarias), o plantio mecanizado demanda de
4 a 6 toneladas de mudas por hectare a
mais que o plantio convencional, o que
representa um aumento de R$340,00 a
mais por hectare de muda colhida, isso
em decorrência dos danos provocados
às gemas e toletes. Para os usuários do
sistema, 80% desses danos são provocados pela colhedora, que ainda podem gerar compactação do solo devido ao pisoteio causado pelo peso das
máquinas em períodos chuvosos.
Para o coordenador do GMEC, Luis
Antônio Ferreira Bellini, o elevado custo do plantio mecanizado está justamente na lesão das gemas na hora de
sua colheita. “Quando você coloca uma
planilha comparando o plantio manual
ao mecanizado, percebe-se que, na parte operacional, o modo mecânico é mais
econômico, mas quando você insere o
valor das mudas no cálculo, o custo do
plantio mecânico se torna inviável, então só se usa o sistema mecanizado
hoje por uma questão de não ter outra
saída, principalmente para quem está
expandindo e não existe mão-de-obra
na área”, analisa Bellini.
Outro fator identificado pelo coor-

Coordenador do GMEC

denador está na falta de harmonia e
entendimento ente os fabricantes de
tratores e os de colhedoras, principalmente nas questões relacionadas à
potência e a vazão hidráulica.
“O descompasso entre fabricantes
de implementos e fabricantes de tratores sempre existiu, mas os implementos
sempre demandavam pouca vazão e
potência dos tratores, fazendo com que
o problema não aparecesse. Com o advento do plantio mecanizado, a coisa se
complicou, pois as máquinas são grandes e necessitam de potência e vazão
correta para funcionar bem, o que acarreta um transtorno para quem está adquirindo o produto, pois você pode comprar um trator com 180 cavalos de potência e chegar na hora ele não dar conta do recado, como também pode adquirir um com 220 cavalos e descobrir que
o de 180 conseguiria fazer o mesmo serviço, gerando assim um grande problema na hora de planejar os custos para a
implantação do sistema. No caso da vazão hidráulica, ninguém consegue se
entender. Eu acho que ainda estamos
no início de tudo e que só daqui uns
três ou quatro anos é que poderemos
ter certeza daquilo que realmente será o
plantio mecanizado”, concluiu Bellini.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

31
Culturas de Rotação

Olho aberto
para as ‘Cercosporioses’
Marino Guerra

Doença mais comum do amendoim, caso não tenha maiores cuidados, pode comprometer tanto a lavoura
como o bolso do produtor

A

s Cercosporioses (‘mancha
castanha’ ou ‘mancha preta’),
doença causada pelo ataque de fungos nas folhas do amendoim e que
podem atingir 50% da produção,
caso a desfolha ocorra antes dos 90
dias de idade da cultura, é a grande
preocupação de pesquisadores e
produtores da leguminosa devido ao
seu alto grau de ocorrência, para se
ter idéia, dificilmente é encontrada
uma lavoura no final de ciclo sem
registrar nenhum sintoma, e também ao grande investimento em

fungicidas necessários para garantir a produção.
Os sintomas da doença podem ser percebidos se a planta apresentar, na folha,
manchas castanhas de até 12 mm, arredondadas, com halos amarelos, frutificação dos
patógenos no lado superior e ocorrência
precoce, no caso da ‘mancha castanha’.
Os sintomas para a ‘mancha preta’ são:
manchas pretas de até 7mm arredondadas,
sem halo amarelo, frutificação dos
patógenos no lado inferior da folha e ocorrência um pouco mais tardia.

Seu alto grau de incidência nas
lavouras de amendoim usadas como
rotação de cultura entre ciclos da
cana-de-açúcar acontece sob influência das condições ambientais que favorecem o desenvolvimento das
manchas devido ao alto teor de umidade aliado as altas temperaturas, justamente entre os meses em que o grão
é cultivado.
Para a realização de seu controle,
o uso de fungicidas se apresenta
como a forma mais eficiente, porém,
Fotos: Prof. Modesto Barreto

Pulverização utilizando produtos a base clorothalonil
misturados com triazóis ou estrubilurinas

32

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Pulverização utilizando fungicidas de triazóis ou a mistura dos
triazóis com estrubilurinas
Culturas de Rotação
em decorrência do seu alto custo, o
produtor precisa se preparar antes de
plantar a leguminosa, a fim de evitar
o uso de produtos com princípios ativos que não combatam de forma eficiente o fungo ou o desperdício com
aplicações desnecessárias.

das ‘cercosporioses’, porém, em
evento promovido pelo Departamento de Grãos da Copercana, ele
alertou sobre a necessidade de novos experimentos para se ter certeza do resultado.

Pensando nisso, o professor-doutor da Unesp (campus Jaboticabal),
Modesto Barreto, realizou um experimento no qual usou duas formulações
diferentes em dois ensaios com as mesmas condições ambientais e de cultivo. No primeiro ensaio, Barreto aplicou seis pulverizações utilizando
fungicidas de triazóis ou misturando
os triazóis com estrubilurinas, o resultado foi a permanência da ação das
manchas. No segundo ensaio, o pesquisador pulverizou a lavoura utilizando produtos à base de chlorothalonil
misturados com triazóis ou
estrobilurinas, o resultado do ensaio
foi o fim do ataque dos fungos.

Outro método desenvolvido
por
Barreto, só que dessa
vez com o objetivo de
reduzir aplicações de
fungicidas, é o Sistema de Previsão, no
qual, baseado nos dados
climáticos
coletados através de
modernas estações
meteorológicas e emitidos com um sistema
de rede, é possível
identificar se o ambiente está propício ou
não para o desenvolvimento da doença.

Tendo o estudo como base, o pesquisador concluiu que a presença do
chlorothalonil é primordial no ataque

O professor garante que esse sistema não vai acabar

com a necessidade de aplicação do
fungicida, mas com o atraso de algumas aplicações, a redução no
consumo dos agroquímicos poderá
significar uma economia expressiva
nos custos.

Professor Modesto Barreto durante palestra no
auditório da Canaoeste
Pragas e Doenças

Governo vai aumentar
a concorrência entre os defensivos
Marino Guerra

Trabalho interministerial lança conjunto de medidas com o objetivo de agilizar o registro
dos produtos e com isso obter uma redução de preços

C

om o objetivo de reduzir o prazo de tramitação dos processos de registro dos agrotóxicos de
quatro anos para 150 dias e com isso o
seu custo de R$ 2 milhões para R$ 200
mil, o Governo Federal, através de um
trabalho interministerial no qual participaram os ministérios da agricultura,
saúde e meio ambiente, anunciou, no
início de dezembro, uma revisão do
Decreto 4.074, de 2002, que regulamenta a Lei de Agrotóxicos, além de ter
publicado novas resoluções e instruções normativas para a organização e
reestruturação dos órgãos estatais
responsáveis pelo controle e registro
dos produtos químicos.
Através da medida, o Governo Federal pretende aumentar o número de
marcas no mercado fazendo com que a
concorrência impulsione o preço do
produto para baixo, ou seja, a principal medida está no fato que os defensivos mais tradicionais poderão ser fa-

bricados sem que as empresas tenham
que refazer os testes que já haviam
sido feitos nos produtos originais.
Para o presidente da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal),
Cristiano Walter Simon, a mudança
dos procedimentos pode fazer com
que a qualidade dos defensivos hoje
comercializados no Brasil diminua.
“A OMS e a FAO estabeleceram
procedimentos para garantia de qualidade dos produtos comercializados
no mundo inteiro, com mecanismos seguros de comparação entre produtos
técnicos de mesmo ingrediente ativo
e provenientes de diferentes fabricantes. Procedimentos incorporados à legislação brasileira (Decreto 4074/02 e
IN 49/02) que permitiram o registro por
equivalência, caracterizando na simplificação do processo, desde que
submetido a avaliação de acordo com
as regras estabelecidas. O alinhamen-

to com os parâmetros internacionais é
que tem garantido, ao Brasil, padrões
de qualidade ao alimento produzido, a
segurança do trabalhador rural e a preservação ambiental. A simplificação
casuística, proposta pelos “defensores” dos genéricos, rema contra a maré
das exigências de mercado, transitando na contramão da celeridade pleiteada por todo o setor e ficando muito
aquém das expectativas, quando martela apenas na questão dos preços”,
trecho do artigo escrito por Simon e
publicado no site da ANDEF.
O responsável pelo Departamento
de Fiscalização dos Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Luis
Eduardo Rangel, não concorda com a
visão do representante da indústria de
defensivos, garantindo a permanência
da qualidade dos produtos em decorrência da aprovação dos três ministérios envolvidos com o assunto.

Agência Brasil

“Exatamente por ter os três ministérios envolvidos é que nós podemos
garantir as questões relacionadas à
saúde e ao meio ambiente no processo de registro. O Ministério da Agricultura tem a intenção de oferecer à
agricultura nacional mais opções de
marcas de agrotóxicos para que o custo de produção se reduza”, disse o representante do ministério.

O ministro da Agricultura Luis Carlos Guedes Pinto ao lado da ministra do meio ambiente
Marina Silva

34

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

A expectativa do governo é que
com a medida aconteça uma redução
de 15% a 20% no preço dos defensivos agrícolas, ou seja, se um produtor
rural tiver, como exemplo, R$ 100 mil
de custo total de produção, com essa
medida ele terá um desconto de R$ 3
mil segundo os cálculos da equipe técnica do Ministério da Agricultura.
Agende-se
Janeiro

de 2007

Pós-Graduação do IAC – Agricultura Tropical e Subtropical
Data: Inscrições para o processo seletivo de 08 de janeiro a 09 de fevereiro de 2007
Local: IAC – Avenida Barão de Itapura, 1481 – Campinas/SP
Temática: O curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC),
referendado pela CAPES, tem como objetivo a formação de pesquisadores, docentes e profissionais
especializados, ao nível de MESTRADO. Podem ser candidatos ao curso engenheiros agrônomos,
engenheiros agrícolas, biólogos e outros profissionais portadores de diplomas universitários que desenvolvam
atividades relacionadas com as ciências agronômica e ambiental. O curso tem duração de dois anos, com
ingresso anual e início do ano letivo em março.
Maiores Informações: Tel: (19) 3231-5422 - ramal: 194 ou e-mail: pgiac@iac.sp.gov.br
2º Congresso Internacional do Equus
Data: De 19 a 21 de janeiro de 2007
Local: Marco Zero Agronegócios – Sorocaba/SP
Temática: Cursos de Doma Racional, Competições Eqüestres, Palestras Veterinárias e Exposição de Raças.
Maiores Informações: Tel: (15) 9108-8581 ou e-mail: fernando@globalequus.com.br
Responsabilidade Administrativa, Criminal e Civil das Pequenas e Médias Empresas, seus
Dirigentes e Prepostos Perante a Lei de Crimes Ambientais
Data: 26/01/2007
Local: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2050 - Sobreloja B - Bela Vista/SP
Temática: Este curso tem por objetivo informar e alertar as empresas e profissionais sobre a importância do
conhecimento da legislação ambiental, com ênfase a Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza; para
que se possa entender o conceito de Crime Ambiental e quando ele ocorre; abordar as responsabilidades
civis e criminais das empresas públicas e privadas e de seus profissionais quando envolvidos em eventos que
provoquem danos e impactos ao meio ambiente com o objetivo de evitar multas, apreensões e outras ações/
processos cabíveis nestes casos.
Maiores Informações: Tel: (11) 6221-8406 ou e-mail: tatiana@agilitymarketing.com.br
Biodiesel & Fontes Alternativas e Renováveis de Energia
Data: De 29 a 31 de janeiro de 2007
Local: Blue Tree Towers, Avenida Faria Lima – São Paulo/SP
Temática: A conferência trará uma abordagem exclusiva de casos práticos que ajudarão a identificar: 1)
Formas de aproveitamento de biomassa de várias origens 2) Programas e abrangência da Lei de Eficiência
Energética 3) Utilização de biodigestores resolvendo questões energéticas e ambientais 4) Projetos de MDL
a partir de fontes alternativas e renováveis 5) Linhas de crédito para biodiesel e eficiência energética 6)
Planos e análises ministeriais dos setores envolvidos com energia 7) Mercado externo: China e a
possibilidade de exportação de biodiesel 8) Potencial de geração elétrica a partir de fontes eólica e solar.
Maiores Informações: Tel: (11) 3463-5638 ou e-mail: juceia.ferreira@iqpc.com

Revista Canavieiros - Setembro de 2006

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de
esclarecer, de maneira didática,
algumas dúvidas a respeito do
português

Pedro não assinou o “ABAIXO ASSINADO”. Não concordou com o conteúdo do documento.
E nós não concordamos com a confusão que Pedro teve entre: ABAIXO
ASSINADO (sem hífen) e ABAIXO-ASSINADO (com hífen).
Prezados amigos leitores, vejamos:
ABAIXO-ASSINADO (com hífen) é documento, requerimento, petição. Refere-se a um papel.
ABAIXO ASSINADO (sem hífen) é uma expressão que nomeia cada um dos
indivíduos que participam do referido documento (requerimento ou petição).
Refere-se à gente, pessoa.
Ex.: Pedro foi arrolado como abaixo assinado de um abaixo-assinado que não
assinou e com o qual não concordou.
Ela chegou “POR TRAZ”, e fez a clássica pergunta: Adivinhe quem é?
Prezados amigos leitores, não sabemos quem é!!!! Ficaremos curiosos... até
aprendermos a diferença entre TRAZ e TRÁS.
TRAZ: forma do verbo TRAZER.
Ex.: Amor traz paz e paixão.
Ele sempre traz o livro para estudar.
TRÁS: entra na expressão POR TRÁS. Significa pelo lado traseiro.
Ex.: Ela chegou por trás.
O veículo foi arranhado por alguém por trás.

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
MANUAL DE INSTRUÇÕES DO
CONSECANA-SP
O Manual de Instruções do
CONSECANA-SP (Conselho dos
Produtores de Cana-de-Açúcar,
Açúcar e Álcool do Estado de São
Paulo), em sua 5ª edição, traz várias atualizações, como conseqüência de uma revisão prevista
em seu Estatuto.
Nele, o Regulamento e as Normas
Operacionais de Avaliação da Qualidade da Matéria-Prima foram harmonizados com o contexto atual.
Estas últimas, particularmente, mereceram pequenas, mas sensíveis
alterações. O cálculo do rendimento dos álcoois residuais foi eliminado, os coeficientes de conversão de
produtos em ATR, a nova equação
para o cálculo do ATR e as participações da matéria-prima nos custos de produção do açúcar e do álcool, foram atualizados. Vale a pena
mencionar que, nesta edição, os
procedimentos para aplicação do
ATR relativo foram mais detalhados, visando facilitar a sua compreensão pelos usuários.

Pedro há muito tempo não tem “FIM DE SEMANA”: só vive para trabalhar...
Continuará sem descanso , lazer...
Prezado amigo leitor, todos merecem um FIMDE-SEMANA!!!
Veja, é uma dúvida que precisamos deixar clara,
pois na escrita existe a diferença entre:
FIM-DE-SEMANA (com hífen): descanso, lazer.
Ex.: Ele trabalhou a vida toda, sem ter um fimde-semana.
FIM DE SEMANA (sem hífen): final de semana.
Ex.: A família vai à praia todos os fins de semana.
Prezado amigo leitor, não há como fugir dele (fim
de semana), porque em todo mês há no mínimo quatro fins de semana!!!
36

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

Os interessados em conhecer as
sugestões de leitura da Revista
Canavieiros, podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste em
Sertãozinho – Rua Augusto
Zanini, nº 1461 ou pelo telefone
(16) 3946 3300 Ramal 2016.
Repercutiu
Durante a reunião do Conselho Deliberativo da Orplana, que aconteceu no dia 15 de dezembro, em Sertãozinho, os deputados
federais Arnaldo Jardim, Duarte Nogueira e Mendes Thame, recentemente eleitos, concederam entrevistas falando sobre a linha de
trabalho que pretendem seguir no mandato que se inicia em 2007.
Segue a íntegra das respostas:

Duarte Nogueira (PSDB-SP)
Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer o apoio que recebi, não só da Orplana, mas de todo setor produtivo, das associações
e cooperativas, daqueles que acompanharam nosso trabalho como secretário da agricultura e que nos ajudaram muito nos momentos
mais difíceis e nas conquistas que tivemos juntos. Agora, neste novo desafio como deputado federal vou levar para o congresso o peso
da nossa região, a sua importância para o desenvolvimento do nosso estado e do nosso país. Espero ter a responsabilidade e a grandeza
necessárias do peso deste mandato e fazê-lo um bom instrumento de transformação daquilo que nos
possa trazer mais emprego, mais renda, menos ônus para o setor produtivo para ele poder produzir,
gerar é um circulo virtuoso em favor da melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho e
desenvolvimento de toda nossa região. Pretendo ajudar o Brasil a crescer, ou melhor, a voltar a crescer.
O Brasil está parado, não há uma agenda definida, a não ser uma agenda política do presidente da
República para formar uma maioria que está sendo, na minha opinião, conduzida para formá-la através
de um processo fisiológico e não de um projeto de interesse do país, o que não ficou claro na campanha
política. E como deputado vou ficar atento a isso e fiscalizar essas ações. Espero todas as informações
necessárias para argumentar em favor daquilo que a gente acredita, para ter orientações técnicas
adequadas para defender o setor produtivo de maneira sustentável, considerando a importância dos
recursos naturais, mas de atuar nisso de uma maneira responsável e não apaixonada, e espero poder
continuar ao lado de vocês. Por fim, quero desejar a todos um feliz natal, e que 2007 seja um ano para
todos nós de muita saúde, muita prosperidade e que possamos continuar trabalhando juntos.

Arnaldo Jardim (PPS-SP)
Olha de certa forma comecei com o pé direito, a minha primeira atividade em Brasília, foi participar da Enerbio onde estava presente
o nosso querido Manoel Ortolan, e nós vimos naquela conferência que se tornou internacional, a presença muito grande de pessoas de
outros países que olhavam para o nosso país com grandes expectativas. O nosso álcool é hoje uma realidade e referência no mundo,
todos os outros países estão tomando medidas para buscar fontes alternativas de bioenergia, os Estados
Unidos está correndo atrás da produção do álcool a partir do milho, outros países a partir de outro tipo
de produto e, neste contexto, em que o álcool se torna uma questão mundial, nós continuamos a ser o país
que produz o melhor e mais barato álcool no mundo. Por tanto eu imagino o que será o Brasil nos
próximos anos. Nós também sabemos que o mercado de açúcar se ampliou muito e nós temos agora a
oportunidade no Brasil, no campo das energias alternativas e de fontes renováveis, temos a implantação
do biodiesel. Tudo isso se soma naquilo que nós preconizávamos há muito tempo, que é o papel relevante
que o Brasil vai ter no mercado internacional, no mercado mundial. Para isso tudo, para uma expansão
que será necessária da cana, do seu cultivo, da produção de açúcar e álcool, nós temos a figura
fundamental, que é a figura do plantador e do fornecedor de cana. Todos nós temos visto que esse
crescimento que se observa hoje no país, não pode prescindir da figura do pequeno produtor e do
fornecedor de cana. Eu acho que incrementar as cooperativas que dão escala na compra de insumos, que
permite uma negociação mais articulada é o caminho fundamental para manter e preservar a função
dentro da cadeia do fornecedor, do plantador de cana. Acho que nós devemos crescentemente discutir na
implantação das novas usinas, que o componente de produção própria, versos produção que se compra de outro, tenha uma presença
maior. Isso se fará não como imposição legal, mas com a construção de um consenso grande em torno desta questão. Eu tenho convicção
em relação a isso e eu vou colocar no meu mandato de deputado federal a serviço disso, a serviço do país.

Mendes Thame (PSDB-SP)
Nós temos que fortalecer a idéia de que o Brasil é uma plataforma mundial de biocombustíveis. No caso
do álcool, a nível federal, é até melhor que o governo não atrapalhe, porque o setor já alcançou um nível de
independência e eficácia, de consistência das suas propostas e vem conseguindo crescer e se firmar no
mercado. Mas, há necessidade do governo atuar no sentido de prover toda a logística e toda a infraestrutura para se criar um Proálcool de exportação. Por outro lado, na questão do biodiesel, nós estamos
praticamente na estaca zero. Nós precisamos de um incentivo geral, para todas as regiões, para biodiesel
feito de todas as oleaginosas e, a partir deste incentivo geral, subsídios específicos que estimulem algumas
regiões, estimule a agricultura familiar, incentivos adicionais. Mas nós temos que ter um incentivo básico.
Em nível estadual nós temos que definitivamente resolver a questão da reserva legal que vem preocupando
muito todos os produtores de cana, para que eles possam ter tranqüilidade e produzir cana que é a matéria
prima essencial, para que nós possamos ter açúcar e álcool e o Brasil cumprir esse papel relevante no
mundo de hoje, que precisa não só de alimentos, mas de energia decorrente da biomassa.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

37
1) Vende-se
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Vendo ou troco caminhão scania 112 e 354 CV
ano 1988 - Ademir – (16) 3337-7864 ademircarneiro@yahoo.com.br

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86, revisado e com garantia R$52.000,00.
Palu - Jaú SP – 14 97140056 –

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Valtra 1880, ano 1998, motor 500 h. - Um Valtra
1880, ano 2001, ótimo. - Um Valtra BH-180,
ano 2002, motor 0k. - Um Valtra BH-180, ano
2003, novo. - Um Valtra 985-S, ano 2000, 2500
h. - Um Valra 785, 4x4, ano 2001, 4000 h.
JOÃO CARLOS – 16 3957-1254/ 9137-8389 jcmf1@uol.com.br

38

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Tenho um caminhão L 2638 6x4 ano 00/00 na
plataforma caminhão todo revisado, no valor de
R$ 195.000,00. Rogério Augusto da Silva – 17
97459236.

15) Procuro caminhões
Traçado - marca modelo Mercedes Benz ano até
l982, em bom estado preço razoável - Jean Carlos
Sinibaldi – 16 32561323.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

16) Vendo
Um caminhão Mercedes-benz mod. 2325 ano
1992 todo revisado, canavieiro, cambio reduzido,
interculado, vendo só o caminhão ou engatado.
Sidnei bahu – 17 33430544.

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Fazendas a venda ótimas localizações áreas com
cana ou pasto que vão de 101 a 1300 alq. interior
de SP. Jose Luiz – 18 9733-8510
18) TENHO CAMINHÕES TRAÇADO
MB 2213, MB 2220 com gaiola, MB 2325, MB
2635, CARGO 2422, 2425, entre em contato
com Sr. Assis - Cravinhos - SP - Tel. Assis (16)
91871897.
19) Caminhão VW 16.210
Toco - vende-se Caminhão VW 16.210 ano 1990/
1990, vermelho, toco, báscula marca Milane em
perfeito estado de conservação, com rodo ar,
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x holandesas) em ponto de cruzar. tenho umas 30
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Elias Mariano da Silva – 11 6950 7685 –
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Vendo carregadeira CBT com motoca na ano 1991
todo revisado e pneus 23-1-30 novos tantos o
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cor branco com carroceria cana – Manoel – 16
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Organização e tecnologia impulsionam cana-de-açúcar em 2007

  • 1.
  • 2.
  • 3. Editorial Um ano novo organizado A última edição do ano da Revista Canavieiros traz matérias que dizem basicamente a mesmas coisa, que o maior desejo de toda cadeia produtiva para 2007 é ter uma organização maior. Não que o setor esteja desorganizado, mas ainda é preciso definir exatamente o papel de cada personagem dentro do setor e que cada um faça sua parte com a maior qualidade possível, para assim aproveitar todas as oportunidades do anunciado crescimento extraordinário tanto na produtividade de cana, como na comercialização de açúcar e principalmente de álcool. Com isso a reportagem de capa traz uma matéria falando a importância em se produzir e principalmente plantar mudas de cana sadia, pois como o nosso entrevistado do mês, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Luis Carlos Corrêa de Carvalho, disse, a responsabilidade da produção da cana-de-açúcar tem que ficar na mão do fornecedor, ou seja, o produtor rural precisa mostrar, através de produtividade, que é capaz de assumir esse compromisso, enquanto que os responsáveis pelas unidades industriais se dediquem totalmente na implantação de novas tecnologias e na difícil tarefa de ganho de mercado, principalmente externo, de açúcar e álcool. Essa edição também traz uma matéria analisando o que precisa ser melhorado dentro do plantio mecanizado e para isso foram ouvidas as fontes mais confiáveis, os próprios usuários, que dão um exemplo de organização dentro do Grupo de Motomecanização. O lado político da cadeia produtiva também é fundamental para a busca dessa organização, e para isso o repercutiu ouviu as intenções dos três deputados federais que têm a missão de legislar na câmara federal em prol do setor sucroalcooleiro. Para ser forte politicamente é preciso ter união, e isso está retratado nas matérias sobre a última reunião da Orplana, da parceria entre a Copercana e a Milenia, do convênio assinado entre CTC e Secretaria da Agricultura e do lançamento do Observatório do Setor, resultado da parceria entre FEA/USP, FUNDACE e ÚNICA. Matérias sobre custos de produção também foram desenvolvidas, como a medida tomada pelo Governo Federal de agilizar o processo de liberação de novas marcas de defensivos com o objetivo de redução de preços, mas será que isso vai realmente ocorrer? A Andef questiona a medida. Também tem o resultado da fantástica iniciativa da Cocred e Copercana que desenvolveram um projeto com o objetivo de viabilizar a produção de amendoim como rotação de cultura, a fertilidade do solo e o cooperativismo agradecem essa iniciativa. Em se falando de amendoim, as páginas da Revista Canavieiros, também mostram os resultados de um experimento que teve como objetivo identificar qual é a forma mais viável para se combater as manchas pretas e castanhas, uma doença perigosa que atinge boa parte dos campos no estado de São Paulo. O antes da porteira fala de como o produtor pode criar uma renda-extra voltando ao passado e produzindo o açúcar mascavo, um produto que possui grande valor agregado. Chuvas, Legislação, Cultura, Classificados e Agenda completam essa edição que tem em sua essência trazer informações para a organização e crescimento do setor, razão dessa para a existência dessa publicação. Um 2007 de grandes conquistas para todos que contribuem para o fortalecimento da cana, do açúcar e do álcool. Conselho Editorial Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson UM ERRO CARO PARA O BOLSO Formas corretas para garantir a sanidade das mudas EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 Marino Guerra – MTb 39.180 20 OUTRAS DESTAQUES Entrevista 24 Luis Carlos Corrêa de Carvalho Mudança de mentalidade 05 Ponto de Vista 32 Muda Sadia alavanca a produtividade do canavial 08 INFORMAÇÕES SETORIAIS LEGISLAÇÃO NOVAS TECNOLOGIAS CULTURAS DE ROTAÇÃO 34 PRAGAS E DOENÇAS 35 36 CULTURA 37 REPERCUTIU CLASSIFICADOS 10 Copercana Copercana capacita colaboradores com Curso de Cálculo de Dimensionamento de Bombas Notícias Notícias 16 Cocred Projeto Amendoim deverá aumentar a produção em 87,5% Antes da Porteira 26 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 FOTOS: Carla Rossini Marino Guerra CAPA: Foto: Marino Guerra COMERCIAL E PUBLICIDADE: Daniella Felício revistacanavieiros@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniella Felício, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marino Guerra, Roberta Faria da Silva, Tatiana Sicchieri IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora 12 Canaoeste Orplana realiza reunião do Conselho Deliberativo na sede da Canaoeste DIAGRAMAÇÃO: SPM Comunicação AGENDE-SE 38 Notícias 04 30 31 Marcos Virgílio Casagrande Açúcar Mascavo: o doce sabor dos nutrientes 28 DESTAQUE REVISÃO GRAMATICAL: Igor Fernando Ardenghi TIRAGEM: 6.000 exemplares A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP CEP: 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista Luis Carlos Corrêa de Carvalho é engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e pós-graduado em Agronomia e em Administração pela USP Mudança de mentalidade Cristiane Barão O futuro do agronegócio da cana deve passar por uma mudança de mentalidade em que os grupos industriais devem concentrar-se apenas na atividade fim, buscando estabelecer parcerias com os fornecedores de matériaprima. No entanto, os fornecedores deverão estar organiza- dos, essa é a opinião do presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool e vice-presidente da Abag, Caio Carvalho. De acordo com ele, as ações de pesquisa e desenvolvimento devem ser coordenadas para otimizar esforços e recursos. “A coordenação de políticas, de pesquisa e desenvolvimento precisam ter foco, objetividade e metas definidas. Esse é o calcanhar de Aquiles que nós teremos”, afirma. Carvalho vê, como positivo, o fato de o Brasil ter tomado a frente no processo de levar tecnologia para o mundo tropical. “Acho que vai e isso é muito bom, principalmente para nós que somos produtores com custo muito baixo”, diz. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista que ele concedeu à Canavieiros, no Fórum promovido pela Abag, em Ribeirão Preto no último dia 7. perfil Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, que o setor conhece como Caio Carvalho, é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É vice-presidente da Abag (Associação Brasileira de Agribusiness), diretor da Canaplan Consultoria Técni- ca e diretor de relações com o mercado das Usinas do Grupo Alto Alegre. Engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e pós-graduado em Agronomia e em Administração pela USP, é considerado um dos maiores conhecedores do setor sucroalcooleiro. Foi superintendente geral do Programa Nacional de Pesquisas em Cana-deaçúcar (Planalsucar) entre 1978 e 1981; diretor de Modernização do Instituto do Açúcar e do Álcool (1985/86) e secretário-executivo da Comissão Executiva Nacional do Álcool (1985/86). Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 05
  • 6. Entrevista CANAVIEIROS: Qual será a participação dos pequenos e médios produtores de cana nesse processo de crescimento do setor? CAIO CARVALHO: Eu entendo que o processo de produção de cana tem uma característica básica, que é a escala. E quando eu falo em escala, refiro-me à escala industrial. Portanto, o que eu tenho visto cada vez mais é a procura de empresas de fora que querem vir para cá e a primeira pergunta que fazem é a seguinte: como é que eu organizo os produtores? Então, acho também que há uma mudança de mentalidade. Nós vamos passar por isso, eu não tenho dúvidas. CANAVIEIROS: Em São Paulo, no ano passado, a cana ocupou praticamente metade da área com culturas. É mais vantagem para o produtor investir em áreas onde há menos cana? “Muitas multinacionais que virão para o Brasil irão vir com uma visão de indústria. Ou seja, elas vão querer fornecedor de cana.” “(O Brasil) É o único país do mundo que tem duas agriculturas, embora a gente conheça uma só.” CARVALHO: Essa é uma análise interessante. Em regiões como a de Ribeirão Preto, Jaú e Araçatuba, esta última mais recentemente, onde há maior concentra- ção de cana, a tendência é de a matériaprima se valorizar. Ou seja, o produtor tem opções e o preço sobe. Em regiões mais distantes, onde tem pouca cana, quem produz entrega para uma unidade industrial e, nesse caso, a relação é diferenciada. Então, o Consecana é positivo porque não permite o que outras agriculturas fazem quando isso ocorre. CANAVIEIROS: Dá para pensar em como será a relação entre fornecedores de matéria-prima e indústrias daqui para frente? CARVALHO: O que eu sinto é que a visão do futuro do agronegócio da cana vai estar muito amarrada à forma como os produtores industriais enxergam o negócio. Eu sinto que muitas multinacionais que virão para o Brasil irão vir com uma visão de indústria. Ou seja, elas vão querer fornecedor de cana ou prestadores de serviço que produzam cana. CANAVIEIROS: Em relação à pesquisa e desenvolvimento, o que falta para o Brasil? CARVALHO: Em primeiro lugar é importante que não dispersemos os parcos recursos que existem e, em segundo lugar, é preciso ter coordenação. Eu tenho visto estudos parecidos conduzidos por várias universidades Divulgação Abag CANAVIEIROS: Você acredita que o Consecana seja o melhor instrumento para manter o equilíbrio entre os elos da cadeia? CARVALHO: Eu acho que sim. E vou até mais longe: o Consecana é a alma do equilíbrio do sistema, vou dar um exemplo clássico. Hoje, nos Estados Unidos, há um grande temor: o preço do milho está subindo muito e, assim, a margem industrial fica pequena. Isso pode ser um desestímulo para a produção de álcool. No Brasil, o que acontece: o preço da matéria-prima está casado com o do produto final. Se o preço do produto final sobe, o da matéria-prima também e assim por diante. O Consecana é um instrumento de equilíbrio. Caio Carvalho durante palestra no Fórum de Bioenergia promovido pela ABAG-RP 06 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
  • 7. Entrevista ou, às vezes, até pelo setor privado que levam a resultados diferentes e que poderiam ser conduzidos de uma forma muito melhor se fossem coordenados. Agora, precisamos considerar que estamos num país onde temos duas agriculturas: uma que é chamada de agricultura empresarial e uma outra, de familiar. É o único país do mundo que tem duas agriculturas, embora a gente conheça uma só. Agora, agricultura de dois tipos, com dois ministérios (da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário) e duas estruturas é um exemplo claro de que a gente vai começar a mudar e a melhorar a própria definição de estrutura de pesquisa quando a gente acreditar e, conceitualmente, imaginar que temos uma agricultura só. CANAVIEIROS: Uma política de governo sensata tem que começar por onde? CARVALHO: Acho que deve começar pelos exemplos do próprio governo. E deve haver coordenação. Uma “descoordenação” de governo leva à “descoordenação” do setor produtivo. Então, a coordenação de políticas, de pesquisa e desenvolvimento precisam ter foco, objetividade e metas definidas. Esse é o calcanhar de Aquiles que nós teremos. Quem chega ao tamanho da produção de bionergia que o Brasil chegou tem que ter isso de forma coordenada. Vou citar um exemplo: a Alemanha avançou o sinal e começou a usar o B100 (100% de biodiesel) e no meio do caminho começou a ter problemas enormes com a qualidade do biodiesel e recuaram para o B5 (mistura de 5% de biodiesel ao diesel mineral). Então, é necessária a coordenação. Nós estamos falando de uma mudança fundamental de conceito, que implica em sair de um padrão de combustível, de um processo produtivo e de um uso muito grande. Obviamente que vamos passar por uma transição até chegarmos ao novo uso. Para isso, precisamos ter coordenação. pois a Petrobras entrou e tem feito um trabalho muito bom e que, para nós, é muito importante. Só com o aumento da produção é que vamos ter um aumento do uso. Os países tendem a ser pequenos produtores e pequenos usuários. Esse é um ciclo negativo. Nós temos de romper com isso. O Brasil assumiu essa posição de estar à frente e “A coordenação de políticas de pesquisa e desenvolvimento precisam ter foco, objetividade e metas definidas. Esse é o calcanhar de Aquiles que nós teremos.” tentar levar tecnologia pelo mundo tropical porque isso é importante para nós. Algumas pessoas perguntam se isso não vai provocar competição. Acho que vai e isso é muito bom, principalmente para nós que somos produtores com custo muito baixo. Se não tivermos isso, o álcool não será uma commoditie. Vão ficar o Brasil e os Estados Unidos com 60% da oferta. CANAVIEIROS: E quais os prejuízos dessa concentração? CARVALHO: O efeito mais importante do conceito da substituição do combustível fóssil pelo renovável é a desconcentração geográfica da produção. Ou seja, a segurança energética que todos reclamam. A Indonésia não fica dependente do Oriente Médio, o Bush (George Bush, presidente dos Estados Unidos) não fica dependente do Chávez. (Hugo Chávez, presidente da Venezuela)... CANAVIEIROS: Em relação ao uso do hidrogênio como combustível. É uma ameaça ao etanol? CARVALHO: Ele não é uma ameaça. Os indicadores de tecnologia apontam que o hidrogênio deverá ser “carregado” por uma fonte de energia renovável. O hidrogênio não é uma energia que se encontra na natureza. Ele precisa ser “carregado” por alguma fonte de energia renovável. Temos que ver isso como uma oportunidade para o futuro e não como uma ameaça. Divulgação Abag CANAVIEIROS: Qual a importância da difusão da tecnologia para outros países? CARVALHO: Essa é uma luta que começamos no setor privado e que deRevista Canavieiros - Dezembro de 2006 07
  • 8. Ponto de Vista Muda Sadia alavanca a produtividade do canavial D e acordo com as informações publicadas pela Conab em novembro de 2006, o Brasil deve fechar a safra 2006/07 com 475,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar produzidas. Esse número é o maior da história e representa aumento de cerca de 10% frente a safra anterior. A área ocupada pela cultura aumentou 6%, passando de 5,84 milhões de hectares cultivados em 2005/06 para 6,19 milhões de hectares nesta temporada. Para atender a essa expansão seria necessária uma área de viveiro de mudas da ordem de 40 mil ha. Neste frenesi, empresários buscam a todo custo ocupar os espaços disponíveis, antes que os concorrentes o façam, plantando cana sem se preocupar com o seu estado sanitário e muitas vezes ignorando sua aptidão ao ambiente de produção (condições de solo e clima) da propriedade. Essa “despreocupação” inicial pode custar caro e colocar em risco a sustentabilidade do empreendimento. Além disso, em muitas situações a falta de planejamento para os plantios comerciais diminui sensivelmente a produtividade do canavial e, consequentemente, o lucro do produtor. tas doentes (carvão, mosaico, escaldadura e amarelinho) e misturas varietais e remanescentes de cultivos anteriores. Ao plantar uma cana de origem duvidosa o produtor corre o risco de ser “presenteado” com doenças que podem comprometer a produtividade e levar à reforma precoce do canavial. Além das doenças, pragas também podem ser transportadas através das mudas e, uma vez instaladas na propriedade, só restará ao produtor despender esforços e recursos para tentar estabelecer uma convivência tolerável com as mesmas. Um claro exemplo disso é a expansão do “Bicudo da canade-açúcar”, (Sphenophorus levis), em algumas regiões canavieiras do Estado de São Paulo. Há mais de uma década o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) promove a produção de mudas sadias junto às associadas e obtém expressivos resultados no aumento de produtividade dos canaviais. O CTC conta com uma equipe de engenheiros agrônomos altamente especializados e estrategicamente distribuídos na Região Centro-Sul para atender suas mais de 130 associadas *Marcos Virgílio Casagrande Um bom planejamento deve levar no planejamento, plantio e condução em conta itens como a diversidade de de viveiros, por meio do programa ambientes de produção; a quantidade de cana a ser Muda Sadia. Esse programa engloba um amplo pacolhida no início, meio e final de safra; as épocas de cote tecnológico que fornece a orientação necesplantio (cana de ano, ano e meio, inverno); o tipo de sária para que a associada CTC esteja suprida de plantio (manual ou mecânico); o tipo de colheita (ma- mudas das melhores variedades de cana-de-açúcar nual ou mecânica, queimada ou sem queimar); as ca- com a quantidade e a qualidade sanitária necessáracterísticas das variedades (curva de maturação, ap- rias para o plantio. tidão aos ambientes de produção, brotação de soqueira, aptidão ao plantio e colheita mecanizada, O desenvolvimento do programa na unidade asresposta a maturadores, etc.); a disponibilidade de sociada incluí vários itens, com destaque para o plamudas e outros. Na prática, é necessário saber quais nejamento estratégico de variedades para os plantios as variedades devem ser plantadas e possuir mudas comerciais, visando o aumento de produtividade, a sadias dessas variedades, obtidas em viveiros plane- introdução de clones promissores do Programa de jados, plantados e conduzidos com tecnologia e mão- Melhoramento do CTC na associada, visando o de-obra especializada. O que diferencia um viveiro ganho de competitividade em função da antecipação de um canavial comercial é o controle sanitário reali- do uso comercial de novas variedades, e o treinamenzado no viveiro que, por meio de tratamento térmico, to da mão-de-obra da associada envolvida na produvisa controlar a bactéria causadora do raquitismo da ção de mudas, visando garantir a sustentabilidade soqueira e através do roguing, busca eliminar plan- do agrobusiness com a produção de mudas sadias. * Engenheiro Agrônomo especialista em Tecnologia Agrícola do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira 08 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
  • 9. Artigo Condições necessárias para crescer O final do ano é sempre um momento de balanço. E para o setor sucroalcooleiro brasileiro em geral, e para os produtores independentes de cana, em particular, 2006 foi um ano considerado positivo. O agronegócio da cana se consolidou como uma das cadeias produtivas mais promissoras e já experimenta os efeitos do crescimento que já se anunciava há duas safras. O que era estimativa, agora são números consolidados. Nesta safra, 12 unidades industriais entraram em operação e outras 12 devem iniciar a atividade no próximo ano. Até 2012/13, as novas unidades deverão somar 92. A produção brasileira deste ano deverá ficar próxima dos 30 milhões de toneladas de açúcar e 17,5 bilhões de litros de álcool, com uma produção recorde de 470 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 6,2 milhões de hectares. Em relação às exportações, de janeiro a novembro, o complexo sucroalcooleiro apresentou embarques crescentes: 74,6% acima da receita obtida no mesmo período do ano passado. Para o setor, os resultados não poderiam ser melhores. E como foi o ano para os fornecedores independentes de cana? Apesar de, tradicionalmente, os produtores Manoel Carlos de matéria-prima ficarem a um passo atrás dos demais elos da cadeia produtiva quando o momento é de crescimento e de estarem a um passo à frente nos momentos de crise, neste ano os fornecedores independentes de cana conseguiram um certo avanço em relação à remuneração da matéria-prima, graças à atualização do sistema Consecana, que serve de parâmetro para o pagamento da cana. Depois de sete anos em vigor e com os mesmos parâmetros de quando foi implantado, em 1998, o Consecana foi revisado, o que garantiu um ganho real de 7% sobre o preço da cana, corrigindo uma distorção que se arrastava há anos e que fazia com que, mesmo com as perspectivas positivas projetadas para o setor, o valor obtido pela matéria-prima não cobria os custos de produção, principalmente nas duas últimas safras. A negociação entre os produtores, representados pela Orplana, e os industriais, da Unica, se arrastou por um ano e meio e foram necessárias várias rodadas de conversações e contratações de estudos para que o acordo final fosse firmado em dezembro do ano passado e assinado em maio. É evidente que o resultado final não contemplou a totalidade das reivindicações dos produtores, mas houve avanços importantes, como a atualização dos parâmetros técnicos e do ajuste da participação da matéria-prima nos preços dos produtos finais. de Azevedo Ortolan* O Consecana é um instrumento importante para estabelecer o equilíbrio na remuneração dos elos da cadeia produtiva. No entanto, é preciso que ele seja cumprido integralmente para que haja uma relação de confiança e tranqüilidade entre indústria e produtores. Há, ainda, alguns ajustes a serem feitos, como na questão do adiantamento de 80%, que não é cumprida por algumas das unidades industriais, o que prejudica o produtor que precisa se organizar e investir na sua lavoura. No entanto, a expectativa é que essas arestas sejam aparadas porque o desejo dos elos é que o setor reúna todas as condições para crescer de forma ordenada para fazer frente à demanda que se abre nos mercados interno e externo. Este ano de 2006 foi de crescimento, mas daqui para frente o ritmo de expansão será cada vez maior, o que exigirá harmonia e confiança entre os elos da cadeia. Somos os agentes dessa expansão e teremos de ser também os responsáveis pelas mudanças que busquem aprimorar a cadeia como um todo, porque a tranqüilidade na relação entre os elos é uma das condições para o setor crescer de forma equilibrada e sustentada. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 9
  • 10. Notícias Copercana Copercana capacita colaboradores com Curso de Cálculo de Dimensionamento de Bombas Carla Rossini A Copercana e a THEBE, empresa fabricante de Bombas Hidráulicas, ministraram um curso de Cálculo e Dimensionamento de Bombas para os funcionários da Copercana que trabalham diretamente ligados nas vendas de bombas. O curso aconteceu no dia 23 de novembro no Auditório da Canaoeste em Sertãozinho e foi ministrado pelo representante comercial da THEBE, José Pinto Sobrinho. Segundo ele, o objetivo do curso é “capacitar os profissionais de venda para que eles possam atender cada vez melhor o cliente”, afirmou. Os produtos produzidos pela THEBE, que são vendidos nas Lojas de Ferragens da Copercana, atendem aos mercados de açúcar/álcool, agrí- cola e sistemas de incêndio. Para o gerente comercial da Copercana, Luís Ricardo Meloni, essa estratégia de capacitar os funcionários é muito importante porque permite um conhecimento maior daquilo que está se colocando à disposição do cliente. “Estamos conseguindo diferenciais no mercado porque atendemos os nossos consumidores com mais informações e qualidade nas vendas e assistência”, afirmou Meloni. Funcionários das lojas de ferragens da Copercana durante o curso de Cálculo e Dimencionamento de Bombas XVII Leilão Beneficente de Sertãozinho arrecada R$ 500 Mil Carla Rossini Voluntários e empresas de Sertãozinho e região se mobilizaram para a realização do evento em prol das entidades assistenciais de Sertãozinho H á três anos, o sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, em conjunto com Irmãos Tonielo e a Fundação Vidalina Flóridi, organizam o Leilão Beneficente de Sertãozinho. Neste ano, mais um grupo entrou para a lista de organizadores: o Grupo TGM. O XVII Leilão Beneficente de Sertãozinho aconteceu dia 25 de novembro no Clube de Campo Vale do Sol e contou com a participação de grande parte dos empresários de Sertãozinho e região que, através dos arremates das prendas, proporcionaram a arrecadação 10 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 da quantia recorde de R$ 500 mil (em 2005, o leilão arrecadou R$ 400 mil). A verbaédestinadaa14instituições filiadas a Fundação Vidalina Flóridi. Neste ano, foram leiloados 280 lotes que foram doados por empresas e pessoas que desejam ajudar, entre eles, os cooperados do sistema Copercana e pessoas das próprias instituições. Com o slogan “Ajude de Coração, seja Solidário” os números finais do leilão mostram, a cada edição, que mais integrantes da sociedade estão preocupados com as questões sociais. Neste ano, mais de 350 pessoas compareceram ao Clube de Campo Vale do Sol para arrematarem as prendas. Além da ajuda dos doadores de prendas e arrematadores, o Leilão também conta com o apoio de dezenas de voluntários que colaboram doando seu tempo e trabalho. Com isso, o Leilão Beneficente de Sertãozinho mostra o caráter solidário da população sertanezina. “Gostaria de agradecer alguns parceiros e voluntários que sempre nos auxiliam para que o leilão aconteça. Deixo o meu abraço, de coração, para todos aqueles que contribuíram para a realização do XVII Leilão Beneficente de Sertãozinho”, disse Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred.
  • 11. Notícias Copercana Presidente e diretores da Milenia visitam a Copercana Carla Rossini O objetivo da multinacional é estreitar relações com a cooperativa O presidente da Copercana, An tonio Eduardo Tonielo, recebeu, na sede da cooperativa, a visita do presidente da Milenia, Luiz Cláudio Barone, que estava acompanhado de diretores e gerentes da multinacional. A visita aconteceu no dia 20 de dezembro e teve como principal objetivo estreitar as relações entre a cooperativa e a multinacional. Além dos presidentes, também participaram da reunião outros integrantes. Pela Copercana, estavam presentes o diretor, Pedro Esrael Bighetti e o gerente de comercialização, Frederico José Dalmaso. Já a Milenia, contou com a participação do diretor comercial, Aledino Carminatti; do diretor supply chain, Luiz José Traldi; do gerente de marketing de culturas perenes, Elcio Corrêa de Moraes; do gerente comercial, Silas Decaro e do assessor comercial, Marcelo Angeli. Durante a reunião, houve uma apresentação dos números de comercialização dos produtos da Milenia realizados nos anos de 2005 e 2006 junto à cooperativa. Segundo o assessor comercial, Marcelo Angeli, houve um aumento considerável nas vendas dos produtos Milenia pela Copercana em 2006. “Conseguimos aumentar a nossa participação nas vendas aos cooperados neste ano. Isso é muito bom”, afirmou Marcelo. A Milenia Agrociências S.A.foi criada em 1970 e é especializada em produtos para proteção das lavouras. Atualmente, ela ocupa o sexto lugar no ranking do setor. A companhia integra o grupo Makhteshim Agan, dono de empresas que estão entre as mais avançadas do mundo na área de química fina. Possui fábricas na América Latina e Europa, além de Israel, atuando em mais de cem países. A companhia possui unidades industriais em Londrina, no Paraná, e em Taquari e Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Conta com duas filiais, nove regionais de vendas e com a Milenia Paraguai, que comercializam a linha de produtos para cooperativas, revendas e produtores de todo o país e do exterior. Marcelo B. Angeli, Elcio Corrêa de Moraes, Frederico José Dalmaso, Luiz Cláudio Barone, Antonio Eduardo Tonielo, Aledino P. Carminatti, Luiz José Traldi, Silas Decaro e Pedro Esrael Bihetti Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 11
  • 12. Notícias Canaoeste “Orplana realiza reunião do Conselho Deliberativo na sede da Canaoeste” Carla Rossini A última reunião do ano de 2006 da Orplana foi marcada pela maciça participação dos presidentes das associações A Orplana – Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, realizou-a última reunião do Conselho Deliberativo no ano de 2006. O auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, foi o local escolhido pelos presidentes das associações para a realização da reunião, que aconteceu no dia 15 de dezembro. Os deputados federais Duarte Nogueira, Mendes Thame e Arnaldo Jar- dim prestigiaram a reunião que teve como pauta a posição da safra 2006/ 2007 em 01/12/2006; Projeção de preços; Custo de produção de Novembro; Demonstrativo do Pagamento das Contribuições por parte das Associações; Balancete; Agenda para 2007, entre outros assuntos. O presidente da Orplana e Canaoeste, Manoel Ortolan, lembrou que 2006 foi um excelente ano para os trabalhos realizados pela Orplana. “Par- Manoel Ortolan, presidente da Orplana; Mendes Thame, deputado federal; José Coral, vice-presidente da Orplana e Duarte Nogueira Júnior, deputado federal. O deputado federal Arnaldo Jardim durante seu discurso 12 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 ticipamos ativamente das decisões do setor e conseguimos terminar este ano com excelentes resultados para os produtores de cana-de-açúcar”, afirmou Ortolan. Após a reunião, a Orplana ofereceu um almoço de confraternização aos presentes que foi servido no Cred Clube. Os deputados fizeram uso da palavra e firmaram o compromisso de realizaram um bom trabalho nos próximos quatro anos na Câmara Federal. O presidente da Associação de Fornecedores de Cana de Monte Aprazível, João Thomas Leal Pimenta; o deputado federal Mendes Thame e o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e sua esposa Sandra e o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo e sua esposa Neli
  • 13. Notícias Canaoeste Paola, Laís, Luiz, Simone, Ivanilde, Cristina e Rosana Oswaldo Alonso, Maria José, Sônia e Paulo Canesin, Luiz Carlos Tasso Júnior e Gustavo Nogueira O prefeito municipal de Sertãozinho, José Alberto Gimenez Dr. Hermínio Jacon, presidente da Associação de Fornecedores de Cana de Lençóis Paulista Ismael Perina Júnior, presidente da Associação de Guariba Dr. Otacílio Rodrigues de Almeida, presidente da Associação de Novo Horizonte
  • 14. Notícias Canaoeste Consecana Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº 14/06 DATA: 30 de novembro de 2006 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de NOVEMBRO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO é de R$ 0,3577. Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, nos meses de MAIO a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes: 0,3124 0,3577
  • 15.
  • 16. Notícias Cocred Projeto Amendoim deverá aumentar a produção em 87,5% Marino Guerra Adesão de um grande número de produtores, investimento na produção e condições climáticas favoráveis são os principais fatores desse crescimento O projeto de financiamento dos custos de produção da safra de verão 06/07 de amendoim realizado entre a Cocred e a Copercana deverá elevar a produção em 87,5% em relação a safra passada. Em 2006 foram entregues na Unidade de Grãos da Copercana cerca de 800 mil sacas, para a colheita que se iniciará em fevereiro de 2007 é esperada a entrega de 1,5 milhões de sacas. A previsão para essa produção é retirada da ótima perspectiva de produ- tividade para a safra atual, que está em 150 sacas por hectare. Devido a condições climáticas e financeiras adversas a safra passada registrou uma produtividade de 100 sacas por hectare. Outro crescimento apresentado está na área plantada que na safra passada foi de 8 mil hectares e nessa safra representa 10 mil hectares. “Com o objetivo de reverter o fraco desempenho de produtividade do ano passado e também cumprir com o seu papel dentro do cooperativismo a Cocred em parceria com a Copercana através do projeto de financiamento, garantiram que o produtor tivesse recursos para investir nos principais itens para aumentar a produtividade perante a safra anterior”, avaliou o gerente geral da Cocred Márcio Meloni. Para o produtor João Nilson Magro, que há mais de 30 anos planta amendoim como forma de rotação de cultura e que espera uma produtividade de 400 sacas por alqueire para essa safra, o projeto das duas cooperativas foi importante, pois disponibilizou recursos aos produtores sem a cobrança de altas taxas de juros praticadas pelo sistema bancário. “O projeto foi muito importante para que o produtor rural tivesse condições de adquirir todos os recursos necessários para a produção do amendoim e sem a necessidade de buscar recursos no mercado bancário a juros altos”, disse João Nilson Magro. A mesma opinião tem o produtor Luis Antônio Pavani que ao lado de seus irmãos Antônio Marcos Pavani, Francisco Roberto Pavani e José Carlos Pavani herdaram do pai, que há mais de 50 anos a prática do cultivo do amendoim e que nessa safra esperam ter uma produtividade de 450 sacas por alqueire. “Muitos plantadores de amendoim não conseguiram um bom preço em seus produtos nas safras passadas e com isso O cooperado João Nilson Magro em sua lavoura de amendoim em Sertãozinho 16 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
  • 17. Notícias Cocred O cooperado Luis Antonio Pavani na sede de sua propriedade em Jaboticabal perderam crédito, tanto bancário como, em alguns casos, nas próprias cooperativas. Com essa parceria que a Copercana e a Cocred fizeram, os produtores voltaram a ter crédito o que foi um incentivo para voltarem a plantar. Eu acredito que isso é uma grande coisa. Eu vejo que a Cocred e a Copercana chegaram primeiro e foram muito importantes para todos os agricultores da região”, disse Luís Antônio Pavani que enxerga as duas cooperativas como verdadeiras parceiras de sua produção. “Nós montamos com a Cocred e a Copercana uma parceria e essa parceria nos proporcionou uma estabilidade para a entrega da safra, pois recebemos recursos para a aplicação de todos os insumos, sementes e ajuda no custo de preparo de solo, até no próprio óleo diesel para fazer preparo de solo o que eu nem imaginava. Essa estabilidade nos deixou mais tranqüilos, porque, seja qual for o preço final de venda, nós através de um contrato, já temos um preço estipulado, isso nunca existiu em lugar nenhum”, completou Pavani. Segundo pesquisa divulgada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) as despesas de custeio da lavoura do amendoim ereto no estado de São Paulo até o final de setembro chegam a R$ 1,5 mil por hectare, ou seja, 62% do total dos custos do amendoim. Dentro desses custos os defensivos representam 25%, as sementes 15%, os fertilizantes 11% e as operações com máquinas 9,78%. As despesas pós-colheita geram um custo, segundo a mesma pesquisa, de R$ 662 por hectare, e as despesas com juros custam R$ 57 o hectare, o custo variado total chega a R$ 2,3 mil por hectare. Como a Copercana possui uma Unidade de Grãos que diminui boa parte das despesas pós-colheita e a Cocred possui uma política de juros diferenciada em relação aos Bancos Comerciais, as chances do cooperado obter sucesso em seu plantio de amendoim se tornam grandes, graças ao espírito de parceria que só cooperativas interessadas em seus cooperados podem proporcionar. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 17
  • 18. Notícias Cocred Balanço Patrimonial Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL - OUTUBRO/2006 Valores em Reais 18
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  • 20. Reportagem de Capa UM ERRO CARO PARA O BOLSO Marino Guerra Desenvolvimento de mudas no Centro de Tecnologia Canavieira AUtilização de mudas doentes ou escolha de variedades inadequadas pode tirar boa parte do lucro do produtor U ma muda mal escolhida é igual a um casamento mal sucedido. A comparação com a união entre marido e mulher vem bem a calhar quando o assunto é a escolha da muda para ser realizado um novo plantio de cana-de-açucar, pois nos dois casos, o sucesso depende de muito cuidado e bastante conhecimento para que se viva feliz para sempre, ou pelo menos até o final do ciclo. 20 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 Os principais fatores que levarão ao produtor obter sucesso na aquisição de mudas rentáveis estão relacionados à sanidade do viveiro e também na escolha da variedade correta para o solo em que ela será plantada. Muitas vezes, devido ao alto custo, o valor da muda varia de 20% a 30% no custo total de plantio, o produtor opta por uma muda de procedência duvidosa, sem saber, em muitos casos, qual variedade está inserindo em sua produção. Caso não tenha muita sorte de ter plantado uma cana sadia e ainda ter acertado a variedade, esse canavial passará todo o seu ciclo tendo um número insatisfatório de sacarose eliminando, em muitos casos, a margem de lucro do fornecedor de cana. Para a escolha da muda correta, o produtor, mesmo se tiver um vi-
  • 21. açúcar, isso porque seus sintomas não são visíveis, sua transmissão acontece quando facões contaminados com a bactéria cortam plantas sadias, com isso, o canavial também corre o risco de ser contaminado em caso de corte ou plantio mecanizado. A única forma de evitar a contaminação das mudas é recorrer à prática do tratamento térmico, no qual as gemas isoladas ou toletes de três gemas são submetidos a um banho de água com temperatura de 52ºC por aproximadamente 30 minutos. O coordenador do viveiro de mudas da Copercana/Canaoeste, Gustavo Nogueira, fala de algumas recomendações técnicas para se obter o maior sucesso possível no tratamento térmico. “É aconselhável a realização do tratamento térmico entre os meses de setembro a março, pois, neste período, existe uma faixa de temperatura ideal para a brotação das gemas tratadas, podendo ser mais ou menos elástico de acordo com a temperatura média ambiental da região, não devendo ser inferior a 25ºC”, explica. Gustavo ainda explica como deve ser o procedimento após o banho dos toletes. Divulgação CTC veiro próprio ou se comprar a cana de alguém, precisa ficar atendo aos seguintes aspectos: Tratamento Térmico das mudas para a eliminação do raquitismo das soqueiras O raquitismo da soqueira é uma das principais doenças da cana-de- “Após os 30 minutos de tratamento, os toletes são retirados do banho, aguardando o esfriamento à temperatura ambiente num intervalo de 15 a 20 minutos, sendo importante que a água do tratamento seja trocada a cada três a quatro tratamentos e o tanque limpo com solução desinfetante para evitar que microorganismos desenvolvam-se na água do banho durante os tratamentos efetuados e possam prejudicar a brotação das gemas tratadas. Uma vez esfriados, os toletes são colocados em um banho de imersão com fungicidas durante 10 a 15 minutos. Essa suspensão fungicida deve ser renovada completamente a cada dia de trabalho, e antes de cada imersão deve ser agitada para homogeneizar o ambiente”, explica o coordenador do viveiro de mudas da Copercana/Canaoeste. Modo químico para o controle de plantas daninhas Assim como as mudas, as plantas daninhas também poderão ser plantadas no novo canavial, é por esse motivo que os viveiros deverão ser conservados sem nenhum tipo de vegetação concorrente. Para o seu controle, é recomendável que seja feito a utilização de herbicidas seletivos em pré-emergência, seguida, se necessário, de aplicação de pós-emergência. O modo mecânico de controle deve ser evitado, pois pode ferir e dilacerar tecidos, facilitando a transmissão de doenças como o raquitismo e a escaldadura. Roguing: Indispensável para garantir a sanidade e a autenticidade varietal das mudas O roguing consiste na prática de inspeção e eliminação de touceiras de cana de outras variedades ou que apresentem sintomas de doenças. Sua prática consiste em uma inspeção visual feita de forma sistemática e uniforme sobre todas as plantas do viveiro. É preciso efetuar suas operações entre 30 a 45 dias do plantio das mudas ou dos toletes, se estenderem durante todos os oito meses do ciclo da cultura no viveiro e, mesmo após essa data, é preciso fazer vistorias para se evitar que touceiras infectadas sejam transportadas para outras áreas. A prática do roguing deve se estender desde a escolha das mudas sadias, que serão submetidas ao tratamento térmico, até o maior número possível de inspeções nos viveiros primários, secundários e terciários. Suas operações podem ser executadas de modo mecânico, em que é realizado o uso de enxada ou enxadão e a touceira é arrancada e transportada para um local distante para ser queimada, ou do modo químico que consiste na eliminação da touceira pelo uso de herbicida dessecante sem retirá-la do Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 21
  • 22. Reportagem de Capa viveiro, evitando o seu contato com touceiras sadias. Cuidados na colheita Para o corte das mudas, os podões deverão ser desinfetados, pois mesmo com todos os cuidados, algumas touceiras ainda poderão ser portadoras do patógeno, sem ter apresentado nenhum sintoma, podendo transmitir a doença para as áreas comerciais. No momento da colheita, também é primordial que a área esteja livre de plantas daninhas, pois caso contrário é preciso tomar muito cuidado na retirada dos colmos para não carregar os matos para o novo canavial. A escolha da variedade O momento da escolha da variedade não depende da sanidade do viveiro de muda, mas sim do conhecimento Produtores durante visita ao viveiro de mudas 22 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 de quem trabalhará com a produção, pois, para a escolha certa, é fundamental o conhecimento das características do solo e ambientais onde será plantado o novo canavial. O coordenador do Programa Cana do IAC, Marcos Landell, explica que é primordial para se ter um ciclo de cana produtivo a escolha da variedade compatível com o ambiente. “Existem variedades que atingem níveis extraordinários de produção em ambientes responsivos, ou seja, locais onde as condições ambientais são bastante favoráveis para o desenvolvimento da cana. Outras variedades já foram lançadas para se adaptarem a ambientes restritivos, ou seja, locais que contêm alguns elementos que não favorecem a cultura da cana. Se você plantar uma variedade feita para os ambientes responsivos em um ambiente restritivo, sua produtividade será comprometida e se você fizer o inver- Gustavo Nogueira, coordenador do viveiro de mudas da Copercana/Canaoeste so deixará de produzir mais sacarose, pois existem variedades mais rentáveis. Por isso, a hora da escolha da variedade é de fundamental importância dentro do processo de plantio da cana-de-açúcar”, explica Landell.
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  • 24. Destaque CANA REPRESENTA 45,5% do valor da produção agropecuária paulista Cristiane Barão Valor da produção estimado para 2006 é de R$33 bi; cana representa R$15 bi A cana-de-açúcar foi respon sável por 45,5% do total do valor da produção agropecuária de São Paulo neste ano, de acordo com estimativa divulgada no início do mês pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O valor da produção agropecuária, que se refere à receita obtida pelas principais culturas do Estado antes da porteira, somou R$ 33 bilhões em 2006. O aumento do valor total em 2006 deveuse principalmente ao desempenho da cana-de-açúcar, cuja elevação dos preços (22,4%) e da produção (7,2%) resultou em crescimento de 31,1%. Sem a cana, o valor da produção paulista em 2006 contabilizaria R$ 18 bilhões, 6,5% menor em moeda corrente em relação ao ano anterior. Assim, a cana-de-açúcar participou com R$ 15 bilhões este ano. Segundo o instituto, as conjunturas do mercado externo (principalmente do açúcar) e interno (álcool carburante), principalmen- te a partir de meados de 2005, de descompasso entre oferta e demanda, provocaram altas substanciais dos preços desses produtos, com reflexos diretos nos preços da matéria-prima. Em 26 das 40 regiões (Escritórios de Desenvolvimento Rural) do Estado, a cana-de-açúcar foi o principal produto, contra 21 EDRs em 2005 e 14 em 2004. Estima-se que, sem a cana, o valor da produção paulista em 2006 ficaria em R$ 18 bilhões. Pelo terceiro ano consecutivo, Barretos seguiu na liderança das regiões paulistas por conta do aumento do valor da produção de sua principal produto, que é a cana, em seguida, está a região São João da Boa Vista. Alteração de destaque no ranking das regiões ocorreu no posicionamento de Jaboticabal, que foi superado por Orlândia, Araraquara e Ribeirão Preto, colocando-se no sexto-lugar. De acordo com o levantamento do IEA, em contraposição à conjuntura amplamente favorável da cana-de-açú- As principais regiões do Estado 24 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 car, a crítica situação dos pecuaristas e dos produtores de grãos/fibras em 2006 levou a perda de renda estimada de R$ 1,223 bilhão e R$ 327 milhões, respectivamente, em termos absolutos e de 14,3% e 11,8%, em termos relativos, quando comparadas a 2005. Outros produtos no ranking: Apesar da redução de 8,64% na participação do produto no total do valor da produção em relação a 2005, a carne bovina mantém a segunda posição no ranking, com participação de 11,93% no valor total ou R$ 3,937 bilhões. A laranja para a indústria é o terceiro principal produto, seguindo a tendência dos anos anteriores. O produto tem rendimento previsto em R$ 2,214 bilhões, de acordo com dados preliminares do IEA e participa com 6,71% do valor total. Em quarta posição do ranking está a carne de frango, que deverá atingir R$ 1,299 bilhão, redução de 24,55% em relação ao valor do ano passado. Segundo o IEA, este recuo devese à queda de 23,45% no preço médio do produto e a diminuição em 1,44% na produção da carne de frango. A participação do produto no valor total do Estado será de 3,94%. Ainda de acordo com o IEA, o milho ocupará a sexta posição no ranking, atrás da laranja para mesa. O grão irá alcançar um valor de R$ 1,053 bilhão, com queda de 7,74% em relação ao R$ 1,142 bilhão do ano passado. Esta diminuição, mesmo com o aumento de 9,46% na produção do milho, ocorre por conta da redução de 15,72% no preço médio do produto. Segundo o Instituto, o milho que participará neste ano de 2006, responderá por 3,19% do valor total da produção agropecuária estadual.
  • 25. Destaque CTC e Secretaria assinam convênio para melhoramento genético Cristiane Barão Parceria permite uso de área na Bahia para cruzamento; variedades obtidas serão disponibilizadas aos produtores paulistas A Secretaria de Agricultura de São Paulo e o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) assinaram convênio no último dia 13 que renova por mais cinco anos o uso da área de hibridação do CTC instalada em Camamú (BA) para os trabalhos de melhoramento genético. Esta cooperação nasceu em 1975 quando foram feitos os primeiros ensaios em forma de colaboração voluntária entre a Secretaria e a Copersucar, que foram formalizados na década de 90, desde então, isto tem sido feito. Com a reestruturação e composição do CTC, houve uma reavaliação entre as instituições para que este trabalho técnico fosse reali- zado na forma de convênio. Nesta nova fase, o plano de trabalho visa à obtenção de 200 mil plântulas (planta em embrião) por ano, originadas de 140 cruzamentos obtidos em Camamu - Bahia. Estas plântulas serão reproduzidas em áreas do Estado de São Paulo. Segundo o diretor do Centro de Cana IAC, pesquisador Marcos Landell, todas as variedades obtidas levarão o nome IAC-CTC e serão disponibilizadas ao produtor de canade-açúcar do estado de São Paulo. “A cana exige para florescer e produzir sementes viáveis condições climáticas especiais, encontradas em regiões litorâneas onde as temperaturas noturnas em época de florescimento (maio e junho) são superiores a 18ºC associada a alta umidade do ar. A região de Camamú apresenta estas condições”, afirma Landell. O programa de melhoramento genético da cana iniciou-se em 1933 dentro do Instituto Agronômico. Só na última década, foram desenvolvidas nove variedades de cana-de-açúcar, sendo uma delas, a IAC86-2480, a primeira no Brasil específica para alimentação bovina. Em março de 2005, foi reestruturado o Centro de Cana em Ribeirão Preto, que possui um dos maiores bancos de variedades de cana do país, com a construção de novos laboratórios e aumento no quadro de pesquisadores. Lançado o Observatório do Setor Sucroalcooleiro Carla Rossini Observatório do Setor Sucroalcooleiro será a entidade ligada à UNICA para a confecção de estudos sobre o setor de produção de açúcar, álcool e energia N a tarde do dia 13 de dezem bro, a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a FEA/ USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo) e a FUNDACE (Fundação para pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia) lançaram o Observatório do Setor Sucroalcooleiro, que tem por objetivo a realização de estudos voltados para o setor, propiciando o desenvolvimento e a difusão de conhecimentos. O Observatório do Setor Sucroalcooleiro representa uma parceria importante entre a iniciativa privada e o setor acadêmico, afirmou o presidente da UNICA, Eduardo Pereira de Carvalho, no lançamento do convênio em Ribeirão Preto. Segundo Carvalho, “a sociedade precisa disso”, de estudos independentes de instituições como a FEA/USP de Ribeirão. O presidente da UNICA observou que a escolha da região deve-se ao fato de ser a capital do álcool e do açúcar. De acordo com o Prof. Dr. Rudinei Toneto Júnior, diretor da FEA/USP de Ribeirão, já estão programados três estudos – o valor agregado da cadeira produtiva da cana; o impacto da mecanização da lavoura; e a análise da composição do capital das empresas. O presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, participou do lançamento. Segundo ele, “o Observatório do Setor Sucroalcooleiro será a entidade ligada a UNICA para a confecção de estudos sobre o setor de produção de açúcar, álcool e energia.”, afirmou Ortolan. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 25
  • 26. Antes da Porteira Açúcar Mascavo: o doce sabor dos nutrientes Carla Rossini Além de produzir açúcar e álcool, a cana-de-açúcar é aproveitada na fazenda de cooperados para produzir açúcar mascavo Caldo de açúcar: ponto ideal para começar o processo final da fabricação do açúcar mascavo O desejo de abrir uma empresa e a escolha do tipo de sua atividade são apenas o começo de um longo processo antes de se lançar no mercado como empresário. É preciso saber quais são as oportunidades e quais são os riscos que a atividade escolhida oferece. É necessário estudar muito o negócio para não ter prejuízo. Foi assim que o cooperado Iberê Rodrigues Fernandes, proprietário do Sítio do Capoteiro, em Bebedouro, interior de São Paulo, decidiu deixar de ser apenas produtor de cana, agora ele também industrializa açúcar mascavo. 26 Iberê conta que o sonho de seu pai, Vicente Rodrigues Fernandes, 83 anos, sempre foi industrializar a cana-de-açúcar. “Meu pai adquiriu essa propriedade em 1956. Na época, os 110 hectares eram plantações de laranja. Depois, com a crise da laranja na década de 80, começamos a diversificar as culturas, aos poucos passamos a plantar cana, até os dias de hoje”, afirma Iberê. Para dar vida ao antigo sonho da família, Iberê abandonou a carreira de engenheiro civil e, no ano de 2001, começou a produzir melado para alimentação de abelhas. “Iniciamos a produção de melado e conseguimos fornecer Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 o produto para 27 municípios da região. Na época, o mel estava com um preço muito bom, estava sendo comercializado para a Europa”, diz. No ano seguinte, Iberê conta que começou a produzir o açúcar mascavo. “Produzia 15 quilos por dia, era tudo artesanal. Foi assim que comecei a encontrar um mercado para a minha produção, que foi se ampliando e exigindo um aumento na produção”. Hoje, a pequena fábrica do Sítio do Capoteiro tem capacidade para produzir 1.500 quilos/dia, mas como está funcionando em apenas um turno, a pro-
  • 27. Antes da Porteira dução é de 700 quilos/dia. O açúcar mascavo sai da propriedade de Bebedouro já embalado em sacos de 20 quilos ou 500 gramas. O açúcar mascavo A fabricação do açúcar mascavo é uma atividade desenvolvida desde o período colonial e que hoje está sendo incrementada, devido ao seu alto valor nutricional e econômico. O seu consumo tem crescido em decorrência da valorização de produtos naturais, especialmente sem aditivos químicos. Por causa de sua composição, que o torna um alimento altamente nutritivo, pode substituir os açúcares cristal e refinado na alimentação diária de uma família ou nas merendas escolares. Para fabricar açúcar mascavo de qualidade, o produtor precisa observar os procedimentos básicos recomendados para o processamento de alimentos: utilização de medidas rigorosas de higiene dos trabalhadores na atividade, limpeza diária do engenho, das moendas, dos reservatórios e dos tachos. Além disso, a matéria-prima deve ser de boa qualidade. A tecnologia de processamento deve ser apropriada, o armazenamento e o processo de embalagem devem estar adequados. Iberê Rodrigues Fernandes; Vicente Rodrigues Fernandes e Jairo Rodrigues Fernandes: proprietários do sítio e da fábrica de Açúcar Mascavo do Capoteiro Iberê conta que a qualidade do açúcar mascavo é também determinada pelo seu grau de umidade. “Quanto mais seco for o produto, melhor será sua qualidade e maior será o seu tempo de armazenamento”. Segundo uma publicação do Sebrae-MG, fabricar açúcar mascavo é uma atividade de baixa lucratividade, cerca de 8% a 10% do faturamento, em condições normais. Uma unidade totalmente nova envolve alto investimento, sem contar a parte agrícola. Por isso, Iberê manda um recado aos possíveis aventureiros que estejam pensando em montar uma fábrica de açúcar mascavo: “é preciso muito estudo e uma excelente infra-estrutura envolvida para montar o negócio”. Quais as diferenças entre açúcar cristal, refinado e mascavo? A s principais diferenças apare cem no gosto, na cor e na composição nutricional de cada tipo. A regra básica é a seguinte: quanto mais escuro é o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele tem, e mais perto do estado bruto ele está. A cor branca significa que o açúcar recebeu aditivos químicos no último processo da fabricação. Apesar dos aditivos deixarem o produto atraente, eles também "roubam" a maioria dos nutrientes. Para citar um exemplo, em 100 gramas de um açúcar bem escuro, no caso mascavo, existem 85 miligramas de cálcio, 29 miligramas de magnésio, 22 miligramas de fósforo e 346 miligramas de potássio. Para comparar, na mesma quantidade de açúcar refinado, aquele tipo branco mais comum, a gente encontra no máximo 2 miligramas de cada um desses nutrientes. A matéria-prima do açúcar é a cana, antes de chegar à mesa, a planta passa por diversas etapas de fabricação. Primeiro, ela é moída para extrair o caldo doce. Depois, começa a purificação, em que o caldo é aquecido a 105ºC e filtrado para barrar as impurezas. Em seguida, o caldo é evaporado, vira um xarope e segue para o cozimento, no qual aparecem os cristais de açúcar. Por último, os tipos mais brancos de açúcar ainda passam pelo refinamento, etapa em que o produto recebe tratamentos químicos para melhorar seu gosto e seu aspecto. O resultado final é o açúcar em cristais. Além da cana, há açúcar nas frutas e no milho (frutose) e no leite (lactose). A beterraba é outra fonte de açúcar, mas tem um processo de extração diferente. Ela é popular na Europa: como lá não tem cana, a beterraba é a principal matéria-prima. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 27
  • 28. Informações setoriais Chuvas de Novembro e Prognósticos Climáticos As chuvas anotadas durante o mês de novembro de 2006, na região de abrangência da CANAOESTE, constam do quadro abaixo. Locais mm chuvas Açúcar Guarani AgroClimatologia FCAV UNESP-Jaboticabal Algodoeira Donegá - Dumont Andrade Açúcar e Álcool Barretos - IAC/Ciiagro Central Energética Moreno CFM - Faz Três Barras - Pitangueiras Cia Energética Santa Elisa (Sede) E E Citricultura - Bebedouro Faz Santa Rita - Terra Roxa Franca - IAC/Ciiagro IAC-Centro Apta Cana-Ribeirão Preto São Simão - IAC/Ciiagro Usina da Pedra Usina Ibirá - Santa Rosa do Viterbo Usina Batatais Usina M B - Morro Agudo Usina São Francisco Médias das observações 114 167 272 127 199 164 108 195 278 293 360 215 211 247 228 300 211 158 214 médias históricas 134 167 180 131 147 217 173 167 185 199 206 173 169 175 229 227 164 166 178 As chuvas observadas (médias) durante o mês de outubro “foram” superiores às históricas. Foram exceções: Açúcar Guarani,Central Energética Moreno, CFM, onde as somas das chuvas foram inferiores às respectivas médias; e, UNESP Jaboticabal, Andrade Açúcar e Álcool e Usina São Francisco, onde as chuvas “ficaram” próximas das históricas dos locais. Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 16 a 19 de novembro de 2006. Engº AGRÔNOMO OSWALDO ALONSO Consultor Agronômico CANAOESTE O mapa 1 mostra que o índice de Água Disponível no Solo, em meados de novembro, encontrava-se em nível crítico em quase toda área canavieira do Estado de São Paulo, com exceção de estreitas faixas próximas de Barretos, Franca e, à leste, divisando com Minas Gerais. Condições estas, que neste período permi- 28 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006
  • 29. Informações setoriais tiam operações de colheita e, mesmo com baixa umidade no solo, as de cultivos mecânicos, químicos e adubações das soqueiras. Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2005. O s mapas 2 (2005) e 3 (2006), de Água Disponível no Solo, “ficaram” bem parecidos, diferindo nas regiões Nordeste e Leste do Estado de São Paulo que, em novembro, choveu mais que no mesmo mês do ano passado, ou seja, 214mm na média das observações deste ano, contra 155mm em novembro de 2005. Trazendo à lembrança o forte veranico daquele novembro. Com o fim de subsidiar em planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da CANAOESTE resume o prognóstico climático para a Região Centro Sul do Brasil, que poderão ocorrer durante os meses de dezembro a fevereiro. Prognósticos estes, de consenso entre o INMET - Instituto Nacional de Meteorologia e INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2006. Os mapas 2 (2005) e 3 (2006), de Água Disponível no Solo, “ficaram” bem parecidos, diferindo nas regiões Nordeste e Leste do Estado de São Paulo que, em novembro, choveu mais que no mesmo mês do ano passado, ou seja, 214mm na média das observações deste ano, contra 155mm em novembro de 2005. Trazendo à lembrança o forte veranico daquele novembro. - As condições para ocorrência do fenômeno “El Nino” para os próximos meses ainda se encontram favoráveis; - Mesmo que de baixa a média confiabilidade, os prognósticos de consenso INPE-INMET apontam que: - Prevêem-se temperaturas acima das médias históricas nos estados das Regiões Centro Oeste/Sudeste e próximas das normais nos estados da Região Sul; - As chuvas previstas para o trimestre dezembro/fevereiro poderão variar entre ligeiramente abaixo da normalidade climática para os estados da Região Centro Oeste próximas às médias históricas, mas com grande variabilidade para os estados da região Sudeste e dentro da normalidade nos estados da Região Sul. Exemplificando, na região de abrangência da CANAOESTE, as chuvas poderão ser, pelas médias históricas anotadas pelo Centro Apta - IAC Ribeirão Preto, de 270mm em dezembro e janeiro e de 220mm em fevereiro. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 29
  • 30. Legislação Lei da Mata Atlântica aprovada no Congresso Nacional e seus reflexos na área rural A pós uma tramitação de 14 anos no Congresso Nacional, o Projeto de Lei nº 3.295/92, que dispõe sobre a proteção da vegetação original da Mata Atlântica, foi aprovado neste último dia 29 de novembro, no plenário da Câmara dos Deputados, devendo, agora, ser encaminhado para sanção presidencial. A lei depois de sancionada criará um marco legal importante para a preservação do bioma, consolidando os limites da Mata Atlântica, atribuindo função social à floresta e estabelecendo regras para seu uso. O bioma da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e se constitui em uma estreita faixa de florestas que se estende do sul do país até o Ceará e o Rio Grande do Norte. Originalmente, o bioma tinha mais de um milhão de quilômetros quadrados. Hoje, restam-lhe menos de 8% desse total. Referida lei criará uma grande gama de mecanismos, incentivos e procedimentos de apoio à preservação das florestas, além de recompensar aqueles proprietários rurais que as protegem, ressalvando, porém, que as punições também irão aumentar. Um exemplo prático da nova lei, se sancionada, é a permissão ao proprietário de uma área com vegetação nativa superior ao mínimo exigido legalmente, “alugar” uma parte da floresta para outro proprietário que já desmatou toda a sua propriedade e que não tenha floresta suficiente à averbação da reserva florestal legal. Com isso, a floresta passa a ser considerada patrimônio com valor, área 30 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 produtiva. Esse mecanismo pode conter a destruição da Mata Atlântica, pois a degradação no bioma avançou nos últimos anos em razão da falta de segurança ao proprietário rural nesta situação, pois se possuía área de floresta acima do mínimo legal, tal área era considerada improdutiva, por não atingir aos índices de produtividade do INCRA, podendo a propriedade ser, então, desapropriada para fins de assentamento rural ou loteamento. Também, com o advento da novel legislação, abrir-se-á a possibilidade dos proprietários rurais com passivos ambientais, adquirir e doar ao governo áreas de Unidades de Conservação (UCs) equivalentes ao que deveria ser a tão polêmica Reserva Legal da propriedade, sem a restrição imposta pela Medida Provisória nº 2.166, que impunha a vigência de 30 anos para esse mecanismo. Até a nova lei, a compensação sob a forma de regularização de UCs vigorava por trinta anos, passados os quais o proprietário voltaria a estar obrigado a recompor sua Reserva Legal, o que não mais ocorrerá a partir da sanção presidencial. Outro ponto importante do projeto aprovado, reside nos incentivos fiscais e econômicos aos proprietários de terras na Mata Atlântica que possuam área com vegetação nativa primária, conhecida como mata virgem ou secundária, em estágio avançado e médio de regeneração. Esta lei, igualmente define critérios para proteger esse tipo de vegetação, além de permitir algumas explorações no bioma Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste Mata Atlântica, nas vegetações secundárias, desde que seja feita de forma racional e em observância à rígidas regras para a sua preservação. Ressalta-se, ainda, que o Projeto de Lei 3.285/92, não vai ser aplicado a toda extensão original da Mata Atlântica, ou seja, aos 1,3 milhão de Km², aplicando-se, logicamente, para não afetar direitos dos proprietários rurais, sobre os remanescentes de vegetação nativa existentes hoje, ou seja, cerca de 93 mil Km² - 7,3% da sua cobertura original, ou aproximadamente 1,1% do território do país. Por fim, para aquele que cometer os delitos de destruição ou danificação da vegetação ora protegida, Mata Atlântica, poderá ser punido com a penalidade de detenção de um a três anos e multa. Sem embargo da importância ambiental do projeto de lei aprovado no Congresso Nacional, que estabeleceu e definiu os limites da Mata Atlântica, os incentivos e os benefícios fiscais à sua proteção, ressaltamos que devido a interligação que tal projeto possui em relação ao tema reserva florestal legal, ficou consignado na Câmara Federal que, após a aprovação do texto, daria início à discussão sobre a polêmica reserva legal que muito tem afligido os proprietários rurais do Estado de São Paulo, que não mais possuem vegetação nativa suficiente à sua averbação na matrícula do imóvel, dando início, a partir de agora, a mais uma ampla discussão sobre o tema.
  • 31. Novas Tecnologias Mecanização do plantio: viável apenas na falta de mão-de-obra Marino Guerra Falta de sincronismo entre as indústrias de tratores e plantadoras e número elevado de perda de gemas são os principais problemas do sistema A grande novidade das feiras vol tadas à cultura da cana-de-açúcar nos últimos tempos são as imponentes plantadoras mecânicas que, com todos os seus recursos, chamaram a atenção de boa parte dos visitantes desses eventos. Segundo pesquisadores, o interesse das fábricas de implementos agrícolas na produção de plantadoras mecânicas se deu, principalmente, em decorrência da grande expansão que o setor passa, fazendo com que a mão-de-obra existente se torne insuficiente frente à alta demanda de plantio. Com a entrada dos novos equipa- mentos aos campos, os problemas também foram aparecendo, dentre eles, o que é mais sentido pelos usuários do sistema, é o dano causado às gemas na hora da colheita mecânica das mudas. Outros problemas como a falta de entendimento entre as fábricas de tratores e de plantadoras, principalmente na questão da vazão hidráulica, prejudicam na implantação generalizada do sistema. Luis Antônio Ferreira Bellini Segundo o GMEC (Grupo de Motomecanização - formado por profissionais ligados a usinas e destilarias), o plantio mecanizado demanda de 4 a 6 toneladas de mudas por hectare a mais que o plantio convencional, o que representa um aumento de R$340,00 a mais por hectare de muda colhida, isso em decorrência dos danos provocados às gemas e toletes. Para os usuários do sistema, 80% desses danos são provocados pela colhedora, que ainda podem gerar compactação do solo devido ao pisoteio causado pelo peso das máquinas em períodos chuvosos. Para o coordenador do GMEC, Luis Antônio Ferreira Bellini, o elevado custo do plantio mecanizado está justamente na lesão das gemas na hora de sua colheita. “Quando você coloca uma planilha comparando o plantio manual ao mecanizado, percebe-se que, na parte operacional, o modo mecânico é mais econômico, mas quando você insere o valor das mudas no cálculo, o custo do plantio mecânico se torna inviável, então só se usa o sistema mecanizado hoje por uma questão de não ter outra saída, principalmente para quem está expandindo e não existe mão-de-obra na área”, analisa Bellini. Outro fator identificado pelo coor- Coordenador do GMEC denador está na falta de harmonia e entendimento ente os fabricantes de tratores e os de colhedoras, principalmente nas questões relacionadas à potência e a vazão hidráulica. “O descompasso entre fabricantes de implementos e fabricantes de tratores sempre existiu, mas os implementos sempre demandavam pouca vazão e potência dos tratores, fazendo com que o problema não aparecesse. Com o advento do plantio mecanizado, a coisa se complicou, pois as máquinas são grandes e necessitam de potência e vazão correta para funcionar bem, o que acarreta um transtorno para quem está adquirindo o produto, pois você pode comprar um trator com 180 cavalos de potência e chegar na hora ele não dar conta do recado, como também pode adquirir um com 220 cavalos e descobrir que o de 180 conseguiria fazer o mesmo serviço, gerando assim um grande problema na hora de planejar os custos para a implantação do sistema. No caso da vazão hidráulica, ninguém consegue se entender. Eu acho que ainda estamos no início de tudo e que só daqui uns três ou quatro anos é que poderemos ter certeza daquilo que realmente será o plantio mecanizado”, concluiu Bellini. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 31
  • 32. Culturas de Rotação Olho aberto para as ‘Cercosporioses’ Marino Guerra Doença mais comum do amendoim, caso não tenha maiores cuidados, pode comprometer tanto a lavoura como o bolso do produtor A s Cercosporioses (‘mancha castanha’ ou ‘mancha preta’), doença causada pelo ataque de fungos nas folhas do amendoim e que podem atingir 50% da produção, caso a desfolha ocorra antes dos 90 dias de idade da cultura, é a grande preocupação de pesquisadores e produtores da leguminosa devido ao seu alto grau de ocorrência, para se ter idéia, dificilmente é encontrada uma lavoura no final de ciclo sem registrar nenhum sintoma, e também ao grande investimento em fungicidas necessários para garantir a produção. Os sintomas da doença podem ser percebidos se a planta apresentar, na folha, manchas castanhas de até 12 mm, arredondadas, com halos amarelos, frutificação dos patógenos no lado superior e ocorrência precoce, no caso da ‘mancha castanha’. Os sintomas para a ‘mancha preta’ são: manchas pretas de até 7mm arredondadas, sem halo amarelo, frutificação dos patógenos no lado inferior da folha e ocorrência um pouco mais tardia. Seu alto grau de incidência nas lavouras de amendoim usadas como rotação de cultura entre ciclos da cana-de-açúcar acontece sob influência das condições ambientais que favorecem o desenvolvimento das manchas devido ao alto teor de umidade aliado as altas temperaturas, justamente entre os meses em que o grão é cultivado. Para a realização de seu controle, o uso de fungicidas se apresenta como a forma mais eficiente, porém, Fotos: Prof. Modesto Barreto Pulverização utilizando produtos a base clorothalonil misturados com triazóis ou estrubilurinas 32 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 Pulverização utilizando fungicidas de triazóis ou a mistura dos triazóis com estrubilurinas
  • 33. Culturas de Rotação em decorrência do seu alto custo, o produtor precisa se preparar antes de plantar a leguminosa, a fim de evitar o uso de produtos com princípios ativos que não combatam de forma eficiente o fungo ou o desperdício com aplicações desnecessárias. das ‘cercosporioses’, porém, em evento promovido pelo Departamento de Grãos da Copercana, ele alertou sobre a necessidade de novos experimentos para se ter certeza do resultado. Pensando nisso, o professor-doutor da Unesp (campus Jaboticabal), Modesto Barreto, realizou um experimento no qual usou duas formulações diferentes em dois ensaios com as mesmas condições ambientais e de cultivo. No primeiro ensaio, Barreto aplicou seis pulverizações utilizando fungicidas de triazóis ou misturando os triazóis com estrubilurinas, o resultado foi a permanência da ação das manchas. No segundo ensaio, o pesquisador pulverizou a lavoura utilizando produtos à base de chlorothalonil misturados com triazóis ou estrobilurinas, o resultado do ensaio foi o fim do ataque dos fungos. Outro método desenvolvido por Barreto, só que dessa vez com o objetivo de reduzir aplicações de fungicidas, é o Sistema de Previsão, no qual, baseado nos dados climáticos coletados através de modernas estações meteorológicas e emitidos com um sistema de rede, é possível identificar se o ambiente está propício ou não para o desenvolvimento da doença. Tendo o estudo como base, o pesquisador concluiu que a presença do chlorothalonil é primordial no ataque O professor garante que esse sistema não vai acabar com a necessidade de aplicação do fungicida, mas com o atraso de algumas aplicações, a redução no consumo dos agroquímicos poderá significar uma economia expressiva nos custos. Professor Modesto Barreto durante palestra no auditório da Canaoeste
  • 34. Pragas e Doenças Governo vai aumentar a concorrência entre os defensivos Marino Guerra Trabalho interministerial lança conjunto de medidas com o objetivo de agilizar o registro dos produtos e com isso obter uma redução de preços C om o objetivo de reduzir o prazo de tramitação dos processos de registro dos agrotóxicos de quatro anos para 150 dias e com isso o seu custo de R$ 2 milhões para R$ 200 mil, o Governo Federal, através de um trabalho interministerial no qual participaram os ministérios da agricultura, saúde e meio ambiente, anunciou, no início de dezembro, uma revisão do Decreto 4.074, de 2002, que regulamenta a Lei de Agrotóxicos, além de ter publicado novas resoluções e instruções normativas para a organização e reestruturação dos órgãos estatais responsáveis pelo controle e registro dos produtos químicos. Através da medida, o Governo Federal pretende aumentar o número de marcas no mercado fazendo com que a concorrência impulsione o preço do produto para baixo, ou seja, a principal medida está no fato que os defensivos mais tradicionais poderão ser fa- bricados sem que as empresas tenham que refazer os testes que já haviam sido feitos nos produtos originais. Para o presidente da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), Cristiano Walter Simon, a mudança dos procedimentos pode fazer com que a qualidade dos defensivos hoje comercializados no Brasil diminua. “A OMS e a FAO estabeleceram procedimentos para garantia de qualidade dos produtos comercializados no mundo inteiro, com mecanismos seguros de comparação entre produtos técnicos de mesmo ingrediente ativo e provenientes de diferentes fabricantes. Procedimentos incorporados à legislação brasileira (Decreto 4074/02 e IN 49/02) que permitiram o registro por equivalência, caracterizando na simplificação do processo, desde que submetido a avaliação de acordo com as regras estabelecidas. O alinhamen- to com os parâmetros internacionais é que tem garantido, ao Brasil, padrões de qualidade ao alimento produzido, a segurança do trabalhador rural e a preservação ambiental. A simplificação casuística, proposta pelos “defensores” dos genéricos, rema contra a maré das exigências de mercado, transitando na contramão da celeridade pleiteada por todo o setor e ficando muito aquém das expectativas, quando martela apenas na questão dos preços”, trecho do artigo escrito por Simon e publicado no site da ANDEF. O responsável pelo Departamento de Fiscalização dos Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, não concorda com a visão do representante da indústria de defensivos, garantindo a permanência da qualidade dos produtos em decorrência da aprovação dos três ministérios envolvidos com o assunto. Agência Brasil “Exatamente por ter os três ministérios envolvidos é que nós podemos garantir as questões relacionadas à saúde e ao meio ambiente no processo de registro. O Ministério da Agricultura tem a intenção de oferecer à agricultura nacional mais opções de marcas de agrotóxicos para que o custo de produção se reduza”, disse o representante do ministério. O ministro da Agricultura Luis Carlos Guedes Pinto ao lado da ministra do meio ambiente Marina Silva 34 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 A expectativa do governo é que com a medida aconteça uma redução de 15% a 20% no preço dos defensivos agrícolas, ou seja, se um produtor rural tiver, como exemplo, R$ 100 mil de custo total de produção, com essa medida ele terá um desconto de R$ 3 mil segundo os cálculos da equipe técnica do Ministério da Agricultura.
  • 35. Agende-se Janeiro de 2007 Pós-Graduação do IAC – Agricultura Tropical e Subtropical Data: Inscrições para o processo seletivo de 08 de janeiro a 09 de fevereiro de 2007 Local: IAC – Avenida Barão de Itapura, 1481 – Campinas/SP Temática: O curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC), referendado pela CAPES, tem como objetivo a formação de pesquisadores, docentes e profissionais especializados, ao nível de MESTRADO. Podem ser candidatos ao curso engenheiros agrônomos, engenheiros agrícolas, biólogos e outros profissionais portadores de diplomas universitários que desenvolvam atividades relacionadas com as ciências agronômica e ambiental. O curso tem duração de dois anos, com ingresso anual e início do ano letivo em março. Maiores Informações: Tel: (19) 3231-5422 - ramal: 194 ou e-mail: pgiac@iac.sp.gov.br 2º Congresso Internacional do Equus Data: De 19 a 21 de janeiro de 2007 Local: Marco Zero Agronegócios – Sorocaba/SP Temática: Cursos de Doma Racional, Competições Eqüestres, Palestras Veterinárias e Exposição de Raças. Maiores Informações: Tel: (15) 9108-8581 ou e-mail: fernando@globalequus.com.br Responsabilidade Administrativa, Criminal e Civil das Pequenas e Médias Empresas, seus Dirigentes e Prepostos Perante a Lei de Crimes Ambientais Data: 26/01/2007 Local: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2050 - Sobreloja B - Bela Vista/SP Temática: Este curso tem por objetivo informar e alertar as empresas e profissionais sobre a importância do conhecimento da legislação ambiental, com ênfase a Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza; para que se possa entender o conceito de Crime Ambiental e quando ele ocorre; abordar as responsabilidades civis e criminais das empresas públicas e privadas e de seus profissionais quando envolvidos em eventos que provoquem danos e impactos ao meio ambiente com o objetivo de evitar multas, apreensões e outras ações/ processos cabíveis nestes casos. Maiores Informações: Tel: (11) 6221-8406 ou e-mail: tatiana@agilitymarketing.com.br Biodiesel & Fontes Alternativas e Renováveis de Energia Data: De 29 a 31 de janeiro de 2007 Local: Blue Tree Towers, Avenida Faria Lima – São Paulo/SP Temática: A conferência trará uma abordagem exclusiva de casos práticos que ajudarão a identificar: 1) Formas de aproveitamento de biomassa de várias origens 2) Programas e abrangência da Lei de Eficiência Energética 3) Utilização de biodigestores resolvendo questões energéticas e ambientais 4) Projetos de MDL a partir de fontes alternativas e renováveis 5) Linhas de crédito para biodiesel e eficiência energética 6) Planos e análises ministeriais dos setores envolvidos com energia 7) Mercado externo: China e a possibilidade de exportação de biodiesel 8) Potencial de geração elétrica a partir de fontes eólica e solar. Maiores Informações: Tel: (11) 3463-5638 ou e-mail: juceia.ferreira@iqpc.com Revista Canavieiros - Setembro de 2006 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de esclarecer, de maneira didática, algumas dúvidas a respeito do português Pedro não assinou o “ABAIXO ASSINADO”. Não concordou com o conteúdo do documento. E nós não concordamos com a confusão que Pedro teve entre: ABAIXO ASSINADO (sem hífen) e ABAIXO-ASSINADO (com hífen). Prezados amigos leitores, vejamos: ABAIXO-ASSINADO (com hífen) é documento, requerimento, petição. Refere-se a um papel. ABAIXO ASSINADO (sem hífen) é uma expressão que nomeia cada um dos indivíduos que participam do referido documento (requerimento ou petição). Refere-se à gente, pessoa. Ex.: Pedro foi arrolado como abaixo assinado de um abaixo-assinado que não assinou e com o qual não concordou. Ela chegou “POR TRAZ”, e fez a clássica pergunta: Adivinhe quem é? Prezados amigos leitores, não sabemos quem é!!!! Ficaremos curiosos... até aprendermos a diferença entre TRAZ e TRÁS. TRAZ: forma do verbo TRAZER. Ex.: Amor traz paz e paixão. Ele sempre traz o livro para estudar. TRÁS: entra na expressão POR TRÁS. Significa pelo lado traseiro. Ex.: Ela chegou por trás. O veículo foi arranhado por alguém por trás. “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” MANUAL DE INSTRUÇÕES DO CONSECANA-SP O Manual de Instruções do CONSECANA-SP (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo), em sua 5ª edição, traz várias atualizações, como conseqüência de uma revisão prevista em seu Estatuto. Nele, o Regulamento e as Normas Operacionais de Avaliação da Qualidade da Matéria-Prima foram harmonizados com o contexto atual. Estas últimas, particularmente, mereceram pequenas, mas sensíveis alterações. O cálculo do rendimento dos álcoois residuais foi eliminado, os coeficientes de conversão de produtos em ATR, a nova equação para o cálculo do ATR e as participações da matéria-prima nos custos de produção do açúcar e do álcool, foram atualizados. Vale a pena mencionar que, nesta edição, os procedimentos para aplicação do ATR relativo foram mais detalhados, visando facilitar a sua compreensão pelos usuários. Pedro há muito tempo não tem “FIM DE SEMANA”: só vive para trabalhar... Continuará sem descanso , lazer... Prezado amigo leitor, todos merecem um FIMDE-SEMANA!!! Veja, é uma dúvida que precisamos deixar clara, pois na escrita existe a diferença entre: FIM-DE-SEMANA (com hífen): descanso, lazer. Ex.: Ele trabalhou a vida toda, sem ter um fimde-semana. FIM DE SEMANA (sem hífen): final de semana. Ex.: A família vai à praia todos os fins de semana. Prezado amigo leitor, não há como fugir dele (fim de semana), porque em todo mês há no mínimo quatro fins de semana!!! 36 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros, podem procurar a Biblioteca da Canaoeste em Sertãozinho – Rua Augusto Zanini, nº 1461 ou pelo telefone (16) 3946 3300 Ramal 2016.
  • 37. Repercutiu Durante a reunião do Conselho Deliberativo da Orplana, que aconteceu no dia 15 de dezembro, em Sertãozinho, os deputados federais Arnaldo Jardim, Duarte Nogueira e Mendes Thame, recentemente eleitos, concederam entrevistas falando sobre a linha de trabalho que pretendem seguir no mandato que se inicia em 2007. Segue a íntegra das respostas: Duarte Nogueira (PSDB-SP) Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer o apoio que recebi, não só da Orplana, mas de todo setor produtivo, das associações e cooperativas, daqueles que acompanharam nosso trabalho como secretário da agricultura e que nos ajudaram muito nos momentos mais difíceis e nas conquistas que tivemos juntos. Agora, neste novo desafio como deputado federal vou levar para o congresso o peso da nossa região, a sua importância para o desenvolvimento do nosso estado e do nosso país. Espero ter a responsabilidade e a grandeza necessárias do peso deste mandato e fazê-lo um bom instrumento de transformação daquilo que nos possa trazer mais emprego, mais renda, menos ônus para o setor produtivo para ele poder produzir, gerar é um circulo virtuoso em favor da melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho e desenvolvimento de toda nossa região. Pretendo ajudar o Brasil a crescer, ou melhor, a voltar a crescer. O Brasil está parado, não há uma agenda definida, a não ser uma agenda política do presidente da República para formar uma maioria que está sendo, na minha opinião, conduzida para formá-la através de um processo fisiológico e não de um projeto de interesse do país, o que não ficou claro na campanha política. E como deputado vou ficar atento a isso e fiscalizar essas ações. Espero todas as informações necessárias para argumentar em favor daquilo que a gente acredita, para ter orientações técnicas adequadas para defender o setor produtivo de maneira sustentável, considerando a importância dos recursos naturais, mas de atuar nisso de uma maneira responsável e não apaixonada, e espero poder continuar ao lado de vocês. Por fim, quero desejar a todos um feliz natal, e que 2007 seja um ano para todos nós de muita saúde, muita prosperidade e que possamos continuar trabalhando juntos. Arnaldo Jardim (PPS-SP) Olha de certa forma comecei com o pé direito, a minha primeira atividade em Brasília, foi participar da Enerbio onde estava presente o nosso querido Manoel Ortolan, e nós vimos naquela conferência que se tornou internacional, a presença muito grande de pessoas de outros países que olhavam para o nosso país com grandes expectativas. O nosso álcool é hoje uma realidade e referência no mundo, todos os outros países estão tomando medidas para buscar fontes alternativas de bioenergia, os Estados Unidos está correndo atrás da produção do álcool a partir do milho, outros países a partir de outro tipo de produto e, neste contexto, em que o álcool se torna uma questão mundial, nós continuamos a ser o país que produz o melhor e mais barato álcool no mundo. Por tanto eu imagino o que será o Brasil nos próximos anos. Nós também sabemos que o mercado de açúcar se ampliou muito e nós temos agora a oportunidade no Brasil, no campo das energias alternativas e de fontes renováveis, temos a implantação do biodiesel. Tudo isso se soma naquilo que nós preconizávamos há muito tempo, que é o papel relevante que o Brasil vai ter no mercado internacional, no mercado mundial. Para isso tudo, para uma expansão que será necessária da cana, do seu cultivo, da produção de açúcar e álcool, nós temos a figura fundamental, que é a figura do plantador e do fornecedor de cana. Todos nós temos visto que esse crescimento que se observa hoje no país, não pode prescindir da figura do pequeno produtor e do fornecedor de cana. Eu acho que incrementar as cooperativas que dão escala na compra de insumos, que permite uma negociação mais articulada é o caminho fundamental para manter e preservar a função dentro da cadeia do fornecedor, do plantador de cana. Acho que nós devemos crescentemente discutir na implantação das novas usinas, que o componente de produção própria, versos produção que se compra de outro, tenha uma presença maior. Isso se fará não como imposição legal, mas com a construção de um consenso grande em torno desta questão. Eu tenho convicção em relação a isso e eu vou colocar no meu mandato de deputado federal a serviço disso, a serviço do país. Mendes Thame (PSDB-SP) Nós temos que fortalecer a idéia de que o Brasil é uma plataforma mundial de biocombustíveis. No caso do álcool, a nível federal, é até melhor que o governo não atrapalhe, porque o setor já alcançou um nível de independência e eficácia, de consistência das suas propostas e vem conseguindo crescer e se firmar no mercado. Mas, há necessidade do governo atuar no sentido de prover toda a logística e toda a infraestrutura para se criar um Proálcool de exportação. Por outro lado, na questão do biodiesel, nós estamos praticamente na estaca zero. Nós precisamos de um incentivo geral, para todas as regiões, para biodiesel feito de todas as oleaginosas e, a partir deste incentivo geral, subsídios específicos que estimulem algumas regiões, estimule a agricultura familiar, incentivos adicionais. Mas nós temos que ter um incentivo básico. Em nível estadual nós temos que definitivamente resolver a questão da reserva legal que vem preocupando muito todos os produtores de cana, para que eles possam ter tranqüilidade e produzir cana que é a matéria prima essencial, para que nós possamos ter açúcar e álcool e o Brasil cumprir esse papel relevante no mundo de hoje, que precisa não só de alimentos, mas de energia decorrente da biomassa. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 37
  • 38. 1) Vende-se Sítio São Gabriel – Ótimo Preço No município de Jacuí/MG, entre São Sebastião do Paraíso e Guaxupé. Casa com 4 dorm, sala, copa, banheiro, cozinha c/ fogão a lenha e a gás, varanda por toda casa. Criação de gado em peq quantidade, fartura em água de córrego e em cisterna. Contato com Mateus 16 3945-0148/81231506 2)Vende-se Colhedeira de amendoim Double Master I (Miac). Ano 2000 - Contato Gustavo Cravinhos. Tel.: 16 3951 2305 3) Vende-se Áreas em Minas Gerais Vendo fazendas de 100 a 30.000 ha. Para pecuária, reflorestamento, cana de açúcar e lavoura em geral. Dagoberto Corrarello – 19 34211459 dcorrarello@itelefonica.com.br 4) Vende-se 303 alq. em laranja, porteira fechada, 119.000 pés novos (menos de 1 ano), 93.000 pés em produção estimada em 250.000 cx., R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais). Veja mais ofertas e informações no site http://terraverde.ubbi.com.br. José Paulo Prado – 19 35415318 ou 97584054 terraverdeimoveis@yahoo.com.br 8) 2213 Traçados novíssimos tudo reavisado temos outros. Caminhão 2213 traçado muito conservado dês pneus novos bom de motor, bom de chasis tenho outros traçados. Silvio borghi – 16 36641535 9) Caminhão Ford Cargo Traçado 2422 Caminhão Traçado 2422, Motor Cummins, No Chassi, Ano: 98 Cores: Branco, Em bom estado de pneus! Aguardo. Celso Rosa – 45 9107-4120 – 10) Vendo Cargo 2831 Traçado Canavieiro Vendo caminhão cargo 2831 anos 2005/06 traçado, com reboque canavieiro. Vendo urgente. favor somente interessados vendo agio 150.000,00. Welton – 34 91682086 – 11) MB 2635 6x4 PLATAFORMA Caminhão único dono todo revisado recheado de pneus nunca trabalhou na cana vale a pena conferir. Temos outros traçados. Ravel Caminhões. Paulo Ravagnani – 16 91254441 – 12) Vendo Chácara com 6,5 ha dentro da cidade de Piquerobi SP. Com mangueira, casa, poço artesiano e pista de laço com iluminação. Ótimo para laser. Vendo ou troco por caminhão 2318 canavieiro. Valor 270.000,00. Guilherme – 18 91148293 5) Valmet 88 Acoplado em carregadeira de madeira Munk 360º R$ 45.000,00. Veja fotos e mais ofertas no site www.zpttratores.ubbi.com.br José Paulo Prado – 19 35415318 ou 97584054 6) Caminhão Scania Vendo ou troco caminhão scania 112 e 354 CV ano 1988 - Ademir – (16) 3337-7864 ademircarneiro@yahoo.com.br 14) CAMINHÃO TRAÇADO Vende-se caminhão traçado VW 22160 ano 86, revisado e com garantia R$52.000,00. Palu - Jaú SP – 14 97140056 – 7) Vende-se Um Valtra 1780, ano 1998, motor 2000 h. - Um Valtra 1880, ano 1998, motor 500 h. - Um Valtra 1880, ano 2001, ótimo. - Um Valtra BH-180, ano 2002, motor 0k. - Um Valtra BH-180, ano 2003, novo. - Um Valtra 985-S, ano 2000, 2500 h. - Um Valra 785, 4x4, ano 2001, 4000 h. JOÃO CARLOS – 16 3957-1254/ 9137-8389 jcmf1@uol.com.br 38 13) Caminhão L 2638 6x4 ano 00/00 Tenho um caminhão L 2638 6x4 ano 00/00 na plataforma caminhão todo revisado, no valor de R$ 195.000,00. Rogério Augusto da Silva – 17 97459236. 15) Procuro caminhões Traçado - marca modelo Mercedes Benz ano até l982, em bom estado preço razoável - Jean Carlos Sinibaldi – 16 32561323. Revista Canavieiros - Dezembro de 2006 16) Vendo Um caminhão Mercedes-benz mod. 2325 ano 1992 todo revisado, canavieiro, cambio reduzido, interculado, vendo só o caminhão ou engatado. Sidnei bahu – 17 33430544. 17) Áreas p. cana e gado Fazendas a venda ótimas localizações áreas com cana ou pasto que vão de 101 a 1300 alq. interior de SP. Jose Luiz – 18 9733-8510 18) TENHO CAMINHÕES TRAÇADO MB 2213, MB 2220 com gaiola, MB 2325, MB 2635, CARGO 2422, 2425, entre em contato com Sr. Assis - Cravinhos - SP - Tel. Assis (16) 91871897. 19) Caminhão VW 16.210 Toco - vende-se Caminhão VW 16.210 ano 1990/ 1990, vermelho, toco, báscula marca Milane em perfeito estado de conservação, com rodo ar, climatiza dor, um filé de caminhão. Tenho foto se precisar. Excelente preço. Wemerson Queiroz – 31 9191-2975 20) Vendo Vitelas aneloradas para criar Vendo vitelas aneloradas (nelore x guzerá) e (nelore x holandesas) em ponto de cruzar. tenho umas 30 pra vender. os animais estão em São João da Barra - RJ. Preço R$ 400,00 por cabeça. Alessandro – 22 9221-3569 21) Caminhões traçados Compramos qualquer ano e modelo! Elias Mariano da Silva – 11 6950 7685 – 22) Carregadeira CBT 8060 4x4 Vendo carregadeira CBT com motoca na ano 1991 todo revisado e pneus 23-1-30 novos tantos o dianteiros como os traseiros, eixo dianteiro revisado cambio todo revisado sem vazamentos. R$ 55,000,00 Belei – 14 81169030 – 23) SILVERADO DLX - 98/99 Completa, cinza, 4cc, turbo, linda! R$33.000,00. Jean – 18 97045133 24) Casa Vendo ou troco em Araraquara SP/dois dormitório/sala/cozinha/dois vc/mais/um; quarto; ao lado, quintal, grande terreno medindo, 12x48, metros. Luiza – 16 33377864 25) Caminhão Scania Vendo Scania 113 e 360 ano 1995/1996 traçado cor branco com carroceria cana – Manoel – 16 33324737/celular 97839798.