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Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
Editorial

Várias
variáveis
P

ara tudo na vida o ser humano gosta de ter opções, de tomar decisões
que pode lhe acompanhar para o resto da
vida (como a profissão ou o casamento)
ou nem tão importantes assim como, por
exemplo, que tipo de carne será feita no
domingo.
Com a cana-de-açúcar não é diferente,
sendo assim, a Revista Canavieiros trouxe, nessa edição, uma matéria fazendo um
‘raio-x’ das variedades de cana que estão
nos campos e daquelas que estão por vir.
Tratando de variados assuntos, o entrevistado desta edição, o novo diretor da
USP - Esalq (Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”), Antônio Roque Dechen,
fala de qual é a visão que a universidade
tem do setor, além de comentar sobre o próprio mundo acadêmico.
Um produtor rural que gosta de variar em
sua propriedade é o Sr. Carlos Augusto
Gomide Arruda, que além de plantar cana também possui uma bela produção de peixes.
O novo secretário da agricultura aparece mais uma vez em nossas páginas para
traçar um cenário do setor. E um dos membros do Canatec, Cléber Moraes, aborda,

mais focado no segmento canavieiro, o mesmo tema em seu artigo.
Em ‘Notícias Copercana’ encontraremos
as opções que o Sítio Água Vermelha oferece aos cooperados. Em ‘Notícias Canaoeste’
mostramos a cobertura da variedade de
eventos que o presidente Manoel Ortolan
participou. Já em ‘Notícias Cocred’ vários
cooperados que freqüentam a agência de
Severínia traçam o perfil da agricultura naquela região.
Também nesta edição, a Canavieiros
traz a descoberta de uma nova bactéria
que poderá revolucionar o mercado de
fertilizantes para cana-de-açúcar, técnicas para o arranquio e colheita do amendoim, autorização de queima de cana, mudanças no estatuto da terra, manejo do
capim-branco e o relatório climático, fechando assim o leque de informações
técnicas e legislativa.
A variedade de produtos anunciados
nos ‘Classificados’ e a variedade de
eventos publicados no ‘Agende-se’ completam a edição de número sete da nossa
revista.
Bola Leitura!
Conselho Editorial

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

03
Indice
EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

RAIO-X DAS
VARIEDADES DE CANA:
passos que já foram
dados e que ainda faltam
dar no desenvolvimento
genético

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
Marino Guerra – MTb 39.180

20
OUTRAS

DESTAQUES
Entrevista

24

DESTAQUE

DIAGRAMAÇÃO:
SPM Comunicação

Antônio Roque Dechen
25
Produtividade
Sustentável

05

PRAGAS E
DOENÇAS

28

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

30

CULTURAS
DE ROTAÇÃO

34

NOVAS
TECNOLOGIAS

35

AGENDE-SE

Ponto de Vista
João Sampaio
Cenário para 2007:
boas safras e desafios

08
Notícias

10

Copercana e jumil
realizam dia de campo

Canaoeste
Manoel Ortolan participa de encontro
da WABCG

16

Cocred
Inaugura filial em Viradouro

Antes da Porteira
O cooperado João Prada foi
pioneiro na criação de Javalis
no território nacional
04

CAPA:
Ilustração Nilton Ferreira
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Aline Rodrigues
revistacanavieiros@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Aline Rodrigues, Artur Sandrin, Carla
Rossini, Daniel Pelanda,
Letícia Pignata, Marino Guerra, Roberta
Faria da Silva, Tatiana Sicchieri

CULTURA
TIRAGEM:
6.000 exemplares

12

Notícias

FOTOS:
Carla Rossini
Marino Guerra

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

36
Notícias

REVISÃO GRAMATICAL:
Igor Fernando Ardenghi

26

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

37

REPERCUTIU

38

CLASSIFICADOS

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial
desta revista é autorizada, desde que
citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP: 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

Antônio Roque Dechen
Diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Produtividade sustentável
Tanto na área do agronegócio como na acadêmica, o
novo diretor da ESALQ, Antônio Roque Dechen,
enxerga o tão procurado crescimento sustentável
Marino Guerra

O

tamanho de sua barba branca
pode ser comparado com a
contribuição através da transmissão de
conhecimento que o professor, e agora
diretor da ESALQ, passou para diversos ex-acadêmicos e agora profissionais
em seus mais de 25 anos lecionando.
Migalhas desse conhecimento,
Antônio Roque Dechen doou à Revista Canavieiros em uma entrevista
na qual ele fala sobre desenvolvimento sustentável dentro da cultura de
cana-de-açúcar e também em assentamentos, além é claro de comentar o que
precisa ser melhorado dentro das universidades, tanto na graduação como
na pesquisa.

perfil
Eleito, pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo
(Aeasp), Engenheiro Agrônomo do Ano em
2006, Antonio Roque Dechen formou-se
pela ESALQ no ano de 1973. De 1975 a 81
foi pesquisador científico do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC). É professor do departamento de Ciência do Solo
desde 1981 lecionando a disciplina Nutrição Mineral de Plantas.
Na ESALQ ocupou posições de destaque como a vice-diretoria da instituição,
presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária, vice-presidente de pósgraduação, presidente da Comissão de Convênios, coordenador do curso de pós-graduação em Fisiologia e Bioquímica de Plantas, diretor da Estação Experimental

Agrozootécnica Hilgard Georgina Von
Pritzelwitz, presidente da Comissão do
sesquicentenário do nascimento de Luiz de
Queiroz e outros. Dechen também foi presidente da Associação dos ex-alunos da
Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” (Adealq) nos períodos de 1984/
85, 1987/88 e 1990/91 e também presidente da Fundação de Estudos Agrários “Luiz
de Queiroz” (Fealq), no período de 05 janeiro de 1998 até 04 de janeiro de 2007.
Na área de pesquisa publicou 10 livros, 71 artigos científicos e 33 capítulos
de livros. Entre teses e dissertações, orientou 17 de mestrado, 16 de doutorado,
além de participar de 239 bancas examinadoras. Participou de 127 eventos nacionais e 21 congressos internacionais.

Entre prêmios e homenagens recebeu, em 1992, o Prêmio Franz
Wilhelm Dafert na área de Fertilidade
do Solo. No ano seguinte recebeu a
Medalha Fernando Costa, pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do
Estado de São Paulo (Aeasp). Em
2001, recebeu a Medalha de Mérito
Científico e Tecnológico do Governo
do Estado de São Paulo. Em 2005, recebeu as Medalhas do Mérito do Sistema Confea-Crea e a Científica Prof.
Dr. Walter Radamés Accorsi, pelo Clube dos Escritores de Piracicaba. Foi,
ainda, professor homenageado por 12
turmas da ESALQ e paraninfo dos
formandos da 89ª Turma de Engenheiros Agrônomos, em 1993, e da 91ª
Turma, em 1995.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

05
Entrevista
REVISTA CANAVIEIROS: O Senhor
é diretor da Fundação Agrisus, uma
entidade que luta pelo desenvolvimento da agricultura sustentável ao mesmo tempo que é membro do conselho
superior para o agronegócio da Fiesp.
Ao ver essas duas funções em seu
currículo, percebemos que o senhor
é defensor do desenvolvimento do
agronegócio de maneira sustentável.
Tendo em vista essas características,
como o senhor vê o crescimento
dos canaviais de uma maneira
sustentável?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN:
Primeiramente você colocou de
uma forma muito interessante
essa interligação entre a cana-deaçúcar, a Agrisus, o conselho superior do agronegócio e a
sustentabilidade ambiental. No
caso da cana, que se trata de uma
cultura de grandes dimensões, seu
lado sustentável começa a ser
questionado nas regiões de declive, pois lá ainda existe a queimada, e com isso entra-se no problema ambiental. Há uma necessidade hoje, pelas exigências nacionais e internacionais, de se ter um
manejo sustentável, ou seja, que não
prejudique o meio-ambiente. Sabendo disso, as unidades industriais estão ajustando os programas de adequações ambientais, através das definições das áreas de preservação que

estão sendo devidamente estudadas.
REVISTACANAVIEIROS: Como o
pequeno e médio fornecedor de cana
vai se adequar a essa nova realidade do
setor?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN:
Esse é um grande problema, pois quando se fazem as leis, elas servem tanto
para a grande propriedade como para

“Esse é um grande problema, pois quando se fazem as leis, elas servem
tanto para a grande propriedade como para a pequena, e existem pequenas propriedades que quase toda a
sua área acaba se enquadrando dentro daquilo que
chamamos de área de preservação”
a pequena, e existem pequenas propriedades que quase toda a sua área
acaba se enquadrando dentro daquilo
que chamamos de área de preservação e isso dificulta o aspecto da utilização econômica. Uma coisa que é importante se dizer é que as instituições

de pesquisa estão propondo estudos para se decidir o que é um programa de adequação ambiental, ou
seja, quando é que na margem do rio
precisa fechar 50 ou 100 metros em
relação com a declividade do terreno em relação àquele rio, então é preciso analisar se é uma declividade
alta ou se é um nível plano, aí é só
fazer os cálculos e encontrar o tamanho certo da mata ciliar. O ministério
do meio-ambiente, a secretaria do
meio-ambiente do estado de São
Paulo, a própria secretaria da agricultura estão todos muito preocupados com essa sistemática de
adequação ambiental das propriedades agrícolas.
REVISTA CANAVIEIROS:
Para a cultura canavieira, qual é o
horizonte que a pesquisa e o desenvolvimento dentro do setor
canavieiro precisa alcançar?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN:
Eu considero que um grande
avanço seria a inserção de variedades mais resistentes às doenças e também que apresentem
maior produtividade, na forma que
o produtor alcance uma maior produção em uma menor unidade de
área, esse seria dentro do campo da
pesquisa o tema de maior relevância para ser abordado.
REVISTA CANAVIEIROS: Um
dos focos da sua administração
será a valorização do ensino de graduação. Em que sentido os cursos
de ciências agrárias precisam ser
valorizados?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Os
cursos de ciências agrárias precisam
ser valorizados no sentido de que o
estudante receba uma formação parcelada, falo isso querendo dizer que
ele recebe o conhecimento por segmentos através das disciplinas que
ele vai cursando, se ele faz uma disciplina de controle de plantas daninhas,
depois ele vai fazer uma sobre a cultura da cana-de-açúcar e depois ele
faz uma disciplina de genética em que
ele vê o melhoramento de cana, aí

06

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
Entrevista
ele faz adubação e ali ele vê como
trabalhar com fertilidade em cana,
então há uma necessidade de
integração, de como o currículo precisa ser formatado de forma que ele
tenha um agente ligante que leve o
aluno a obter uma formação completa de todo o processo produtivo
da cana. E não é só o processo produtivo, mas também como funciona o manejo da cultura que está
estudando. Outro segmento importante é você voltar à formação do estudante para a demanda, então a cultura da cana tem
características de crescimento em
decorrência do que está acontecendo com o açúcar e álcool, e é
lógico que a cultura que apresenta crescimento também vai demandar mais mão-de-obra especializada nas ciências agrárias.
REVISTA CANAVIEIROS:
Pode-se prever um relacionamento próximo entre a ESALQ e a cultura da cana-de-açúcar no seu
mandato?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN:
Com certeza, a ESALQ muitas vezes não mantém um vínculo direto
com a unidade, com a instituição de
classe, ou seja, com o setor produtivo de forma direta. Mas nós temos
uma contribuição em termos da
tecnologia de produção de açúcar e
álcool muito grande, a ESALQ foi pioneira nessa área e até hoje desenvolve diversas pesquisas sobre o
tema. Há uma necessidade de que se
intensifique o campo da pesquisa,
sabendo que se trata de uma cultura
com a rentabilidade econômica que
tem a cana, que se receba mais investimento para a realização de mais
trabalhos, mas sempre focados nos
problemas que a cultura está enfrentando como os de hoje: genética e
resistência às doenças.
REVISTACANAVIEIROS: Muitos
especialistas do setor dizem que a cultura da cana-de-açúcar é uma das mais
justas em se tratando de divisão de renda, o senhor concorda com essa opinião?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN: O

envolvimento da cultura da cana
que vai desde os cortadores, os
transportadores, os funcionários
das unidades industriais, além é claro de uma boa presença de fornecedores independentes. Com isso,
percebe-se que a cultura da cana
possui uma demanda de mão-deobra muito intensa.

“Há uma necessidade de
que se intensifique o campo da pesquisa, sabendo
que se trata de uma cultura
com a rentabilidade econômica que tem a cana, que
se receba mais investimento para a realização de
mais trabalhos, mas sempre
focados nos problemas que
a cultura está enfrentando
como os de hoje: genética
e resistência às doenças”.

REVISTA CANAVIEIROS: Como
o senhor vê a resistência por parte
dos assentamentos em cultivar culturas altamente comerciais, e persistirem na cultura de subsistência?

solo e ter um processo contínuo de
aumento de produção. A cultura de
subsistência é o indivíduo ter uma
área pequena e plantar culturas necessárias para a sua sobrevivência,
mas com isso ele pode degradar o
solo caso não tenha um manejo adequado ou adube corretamente, se
isso acontece, ele procura outro lugar onde será realizado o mesmo
procedimento.
REVISTA CANAVIEIROS: Em
janeiro, a Embrapa anunciou a descoberta de uma bactéria que aumentará o poder da cana-de-açúcar na fixação de nitrogênio que
poderá acarretar numa redução
expressiva no consumo de fertilizantes. Como o senhor vê essa descoberta?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN: É
uma notícia extremamente importante,
porque se reporta a uma necessidade
que nós encontramos bactérias que
fixem nitrogênio seja para a cana ou
outra cultura, mas ela não vai fazer com
a mesma eficiência das leguminosas,
porque com as leguminosas já tem uma
seleção de microorganismos que vão
realizar esse papel. Mas não podemos
deixar de valorizar a importância econômica dessa descoberta.

ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Eu
acredito que os assentamentos possuem
duas características que os impedem de
trabalhar com a agricultura comercial. Primeiro é o fato das dimensões da área disponível, que em muitos casos não da para
se pensar em encaixar uma forma de agricultura de escala, e, em segundo lugar, são
as dificuldades que esses produtores encontram em obter tecnologias que lhes
garantam uma produtividade competitiva.
REVISTA CANAVIEIROS: Qual
é a diferença de sustentabilidade
para subsistência?
ANTÔNIO ROQUE DECHEN: A
sustentabilidade é você manter as características do solo, a qualidade do
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

07
Ponto de Vista

Cenário para 2007:
boas safras e desafios

D

epois de duas safras consecutivas de frustrações, principalmente para o setor de
grãos, parece que, novamente, retomamos o rumo
na superação das dificuldades. Com este panorama
de otimismo, assumo a Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, missão a mim
confiada pelo Governador José Serra, de manter o
nosso estado no caminho certo e propulsor do tão
esperado crescimento econômico brasileiro.
Como maior plataforma agrícola do país, São Paulo,
com sua infra-estrutura e
logística, tem as condições necessárias
de
melhor
competitividade dos produtos,
já que o chamado Custo Brasil
é um pouco menos oneroso a
todo o setor produtivo paulista.
Esta compensação nos tem garantido bons números. Registramos, em 2006, um valor de
produção agropecuária de R$33
bilhões, considerando os 3 principais produtos (cana, carne
bovina e citros), tivemos um
ano excelente.
As perspectivas não
poderiam ser melhores,
principalmente para o setor sucroalcooleiro. A demanda por etanol e os pre* João
ços do mercado internacional garantem um crescimento sustentado e lucrativo. No estado de São
Paulo, onde a área de ocupação da cultura segue
num crescimento ascendente, precisamos refletir
sobre a agregação de valor ao produto e a diversificação de culturas, ou melhor, diversificação das
fontes de renda na propriedade.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento deve

ter um papel fundamental na indução de
integrações entre culturas agrícolas e adoção de
novas práticas de gestão da propriedade. Por exemplo: atividade canavieira com alimentação para pecuária, o desenvolvimento de criação de pequenos animais como ovinos, cuja vocação paulista
anda um pouco esquecida, em áreas não passíveis de plantio, a integração com grãos buscando
a produção para biodiesel. A cana tem o seu espaço, mas o uso do solo paulista passa pela
verticalização, processo irreversível na agricultura moderna. A Secretaria
de Agricultura desempenhará o seu papel no fomento e transferência de
novas tecnologias, qualificação do produtor graças
à capilaridade de nossas
estruturas e pela excelência das pesquisas aqui desenvolvidas.
Focarmos nas vocações
regionais agrícolas e fazer
um trabalho intenso de assistência técnica, principalmente em algumas regiões
como o Pontal do
Paranapanema, o sudoeste
paulista e o Vale do Ribeira,
que precisam de uma presença maior dos nossos
Sampaio
técnicos. Tudo isto em parceria com a iniciativa privada e uma colocação especial sobre o apoio dado
pelo setor canavieiro à Secretaria, principalmente
no que tange ao suporte para desenvolvimento de
novas variedades de cana e na sua adaptação às
diversas regiões do estado. Uma parceria exemplar
que rendeu aos nossos centros de pesquisa de
cana, a possibilidade de colocar à disposição do
produtor todos os anos novas variedades de cana.

* João Sampaio é secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Foi presidente da
Sociedade Rural Brasileira. É produtor de cana-de-açúcar no município de Barretos
08

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
Artigo

Cenário positivo
para o setor,
mas para quem
crescer!

A

partir de dezembro de 2.005 assistimos a um grande
aumento nos preços de açúcar no mercado internacional motivado por um déficit mundial de 1 milhão de
toneladas vindo da safra 2005/2006 e uma grande expectativa de como seria a safra européia de açúcar, uma vez que na
safra 2006/2007, mais precisamente em outubro de 2006, passaria a vigorar as novas normas para produção de açúcar na
Europa, resultado da ação junto a OMC (Organização
Mundial de Comércio) promovida por Brasil, Austrália e
Tailândia. Estas circunstâncias geraram fortes reflexos no
mercado interno, visto que quase 70% da produção de açúcar brasileiro é exportada.
De outro lado, assistia-se a uma forte demanda por veículos flex-fuel no mercado interno e, algo inesperado, uma
grande demanda de álcool nos Estados Unidos motivada
por problemas com a utilização de MTBE na mistura com a
gasolina naquele país.
Somam-se a isso as fortes expectativas geradas com relação à produção de combustíveis renováveis, os preços crescentes do petróleo e o crescimento, mesmo pequeno, da economia brasileira que geraria aumento da demanda por álcool.
Começa a safra e algumas condições deste cenário inicial vão se modificando:
• Aceleração da safra brasileira, diminuindo o déficit da
safra anterior;
• Países da Ásia recuperam a produção de açúcar, como
exemplo a Rússia;
• Preços do petróleo no mercado internacional caem;
• O crescimento da economia brasileira é muito pequeno;
• E.U.A. encontram equilíbrio no mercado de álcool;
• E por fim, a safra européia é de aproximadamente 8
milhões de toneladas de açúcar.
A safra 2006/2007 passa a contar com um superávit de
3,5 milhões de toneladas de açúcar.
De tudo isso, podemos tirar um recado que o mercado

*Cleber Moraes

traz: Há espaço para aumentos das exportações brasileiras
de açúcar no espaço aberto pela União Européia e de álcool
como combustível, entretanto, é necessário que os preços
sejam mais realistas, pois, de outra forma, haverá espaço para
outros produtores mundiais que se tornarão competitivos
em níveis de preços mais elevados.
É óbvio que as unidades industriais desejam preços maiores e brigam por isso no mercado, mas o recado é que, tanto
as usinas como os produtores de cana podem sim ganhar
mais dinheiro com a cana-de-açúcar, açúcar e álcool, mas não
será através de preços elevados dos produtos finais e por
conseqüência do quilograma do ATR, mas sim através de
ganhos em escala de produção, com áreas maiores, com mais
produtividade e tecnologia.
É preciso olhar para o horizonte e ver onde estão sendo
instaladas as novas unidades industriais. Olhando para o
que acontece nestas novas fronteiras, vemos custos de produção menores, preços menores de terra, produção em escala, uma relação mais próxima das unidades industriais com os
produtores de cana, enfim, condições mais competitivas que
possibilitam que os fornecedores tenham lucro, mesmo com
preços mais baixos do ATR.
Num cenário de expansão do setor, haverá momentos de
preços mais altos, quando a demanda estiver à frente, mas
também momentos de baixa, contudo, produtores e unidades industriais devem estar preparados para estas oscilações e esperando preços que permitam cobrir os custos de
produção e auferir resultados factíveis que representem taxas internas de retorno da ordem de 15% a 18% a.a. acima da
inflação sem alavancagem financeira, com preços de ATR na
faixa de R$0,3400 a R$0,3500 por Kg (valores atuais).
Isso é um resultado maravilhoso, fantástico? Não,
mas são excelentes resultados e o mundo todo está analisando esta possibilidade de investimento. Enfim, o cenário é muito positivo, porém para aqueles que estejam
dispostos a crescer e investir.

* Cleber Moraes - Consultor da M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda.
Assessor de Planejamento e Controle da Canaoeste
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

09
Notícias
Copercana

Copercana oferece
carneiro e mudas aos seus cooperados
Marino Guerra

O cooperado que se interessar pode procurar pelo viveiro que oferece mais de 60 espécies
diferentes de mudas, além de carneiros da raça Santa Inês

S

erviços como a comercialização de mudas de árvores frutíferas e plantas ornamentais
e a comercialização tanto de matrizes como do animal para o abate de
carneiros da raça Santa Inês, são
oferecidos pela Copercana.
O ponto de comercialização desses dois tipos de produtos fica no
Sítio Água Vermelha, localizado próximo à Unidade de Grãos, em
Sertãozinho.
O viveiro, que tem uma saída de
300 mudas mensais, oferece uma
grande variedade de espécies fru-

Viveiro de mudas de árvores frutíferas no sítio Àgua Vermelha da Copercana

tíferas, perfeito para o produtor que
deseja montar um pomar em sua propriedade ou área de lazer.
Se quiser completar o jardim, a
Copercana também oferece, para
venda, a muda de plantas ornamentais e também de cerca viva.
Outra atividade do Sítio é a criação de carneiro da Raça Santa Inês,
animal que vem tendo grande aceitação no Brasil devido a sua rusticidade, produtividade e habilidade
materna nos diversos climas nacionais. Com uma média de 150 cabeças em seu rebanho, a Copercana
oferece matrizes de machos para reprodução e a venda do animal vivo
para o abate.
Para quem quiser saber mais sobre
o viveiro de mudas frutíferas ou dos
carneiros Santa Inês basta entrar em
contato com Juliano no telefone (16)
3946 4200.

10

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
Notícias
Canaoeste

Empossados os novos
secretários da agricultura e meio ambiente
Marino Guerra

João de Almeida Sampaio Filho assumiu a pasta da agricultura e
Xico Graziano a do meio ambiente

N

o último dia 02, na capital,
aconteceram às cerimônias de
transferência de cargo nas quais João
de Almeida Sampaio Filho assumiu a
Secretaria da Agricultura e Abastecimento no lugar de Alberto José Macedo
Filho e Xico Graziano substituiu José
Goldemberg na Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos.
O evento contou com cerca de 400 líderes de todos os segmentos do
agronegócio paulista, eles ouviram, de João
Sampaio, o discurso que se resume em um
trabalho focado na qualidade e sanidade
de toda a produção agrícola estadual.
Sampaio também garantiu a continuidade e o fortalecimento dos programas tecnológicos implantados por
Duarte Nogueira e Alberto José Macedo Filho, secretários na gestão de
Geraldo Alckmin.

"É da Secretaria da Agricultura do
Estado de São Paulo que saem as novas tecnologias, assistência técnica e
extensão rural de qualidade, serviços
de defesa animal e vegetal, fiscalização
dos produtos utilizados na produção e
dos alimentos produzidos, atuamos direta e indiretamente na produção,
comercialização e distribuição dos alimentos consumidos pela população
paulista”, disse Sampaio em seu discurso de posse.
Na opinião do presidente da
Canaoeste e Orplana, Manoel
Ortolan, a escolha de Sampaio como
novo secretário da agricultura é a prova de que o bom trabalho terá uma
continuidade.
“O governador José Serra não poderia ter escolhido um nome melhor
para estar à frente da secretaria da

agricultura. O João Sampaio é um líder que dedicou toda sua carreira para
a melhoria da agricultura”, disse
Ortolan.
Economista e produtor rural nos
estados de São Paulo, Mato Grosso e
Paraná, Sampaio esteve à frente de diversas entidades ligadas ao
agronegócio. Foi Presidente da Associação dos Produtores de Borracha do
estado do Mato Grosso e vice-presidente da Associação paulista do setor.
Ocupou também a presidência da Câmara Setorial Nacional de Borracha e
da Comissão Nacional da Borracha da
CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Foi vice-presidente na Associação Comercial do Estado de São
Paulo, Conselheiro da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto e, desde 2002, ocupa a presidência
da Sociedade Rural Brasileira.
Meio Ambiente: O novo
secretário do meio-ambiente também
tomou posse com um discurso em que
pretende focar suas ações em três áreas distintas: lixo urbano, supressão de
vegetação natural e poluição.

Ortolan analisa a presença de Xico
Graziano à frente da secretaria como
uma abertura no canal de comunicação
entre agricultura e meio-ambiente.

Autoridades presentes na cerimônia de posse na
Secretaria da Agricultura e Abastecimento

12

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

“Não tenho dúvidas que as duas pastas vão trabalhar em conjunto com o objetivo de sempre evoluir na produtividade
rural sem a degradação do meio ambiente.
Os dois secretários (João Sampaio e Xico
Graziano) possuem capacidades para desenvolver um crescimento sustentável
que servirá de exemplo para o resto do
Brasil”, afirmou Ortolan.
Notícias
Canaoeste

Brasil, Flórida e BID
lançam Comissão Interamericana de Etanol
Cristiane Barão

Presidente da Orplana e Canaoeste integrou comitiva brasileira; tratado é inédito entre os países

O

Brasil, os Estados Unidos e o
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) assinaram um tratado que cria a Comissão Interamericana
de Etanol, entidade privada e de representação hemisférica para promover o
uso de biocombustíveis como alternativa ao petróleo nas Américas.
O acordo foi assinado no dia 18 de
dezembro, em Miami, Flórida, e é o primeiro tratado internacional com
envolvimento do setor privado entre os
dois países – responsáveis por 80% da
produção mundial de etanol - com esse
objetivo. O ex-ministro Roberto
Rodrigues será co-diretor da entidade,
juntamente com o governador da Flórida,
Jeb Bush (irmão do presidente George
W. Bush) e o presidente do BID, Luís
Alberto Moreno.
O presidente da Orplana e da
Canaoeste, Manoel Ortolan, integrou a
comitiva brasileira. Também participaram
o presidente da Única, Eduardo Carvalho, o secretário de Produção e
Agroenergia do Ministério da Agricultura, Lineu Costa Lima, o presidente da
Embrapa, Sílvio Crestana, o diretor da
Petrobras, Silas Oliva, o empresário
Maurílio Biagi e o vice-presidente da
Abag, Caio Carvalho, além de representantes de sindicatos, pesquisadores e
lideranças do setor.
De acordo com os co-diretores, os
principais objetivos da Comissão serão
estimular a criação de um mercado internacional para os biocombustíveis, a ampliação do uso da mistura de etanol na
gasolina nas Américas, promover a
integração entre as iniciativas técnicas
e de pesquisa realizadas em todo o hemisfério relacionadas à produção e distribuição do etanol, além de determinar
as necessidades de investimento, tanto

em agricultura quanto em infra-estrutura
para que esses objetivos sejam alcançados.
A Comissão realizará uma série de seminários para estimular a discussão sobre
as vantagens do uso
do etanol, permitir o
intercâmbio de informações, o engajamento de governantes,
legisladores e a realização de parcerias
com governos locais e grupos interessados em ampliar o uso e a produção
para exportação de biocombustíveis. No
plano operacional da entidade estão previstos três eventos durante este ano e
possivelmente um encontro no Brasil.
Os três líderes ressaltaram que a cooperação em torno do etanol serve
como um elemento integrador entre as
Américas, o que contribui para o crescimento econômico, respeitando o meio
ambiente. De acordo com Rodrigues,
com a parceria firmada com o Estado
da Flórida e o estabelecimento de um
fórum formal de cooperação entre a
comissão, os países americanos se beneficiarão da expansão do uso e da produção do etanol.
O governador Jeb Bush destacou
que a comissão poderá contribuir para a
redução da dependência de petróleo dos
Estados Unidos. Jeb disse ainda que,
com a entidade, a Flórida poderá ter uma
grande oportunidade de estar à frente
na promoção de uma política energética
que reforce a segurança nacional, estimule o desenvolvimento econômico,
aumente o nível de proteção do meioambiente e promova o livre comércio no
hemisfério.

A idéia de formar essa comissão surgiu a partir da proposta que Jeb Bush
enviou ao irmão, o presidente George
W. Bush, em abril, quando sugeriu a implantação de um plano, a que chamou
de "15 por 15", para injetar 15 bilhões
de galões de etanol (57 bilhões de litros) anuais no mercado até 2015, aproximadamente 10% da demanda nacional atual de gasolina e o dobro do volume exigido pela legislação. Para tanto,
seria necessário aumentar a produção
doméstica e a importação.
De acordo com Ortolan, que representou os fornecedores independentes
de cana brasileiros, o sucesso do álcool
nacional também depende da criação de
um mercado mundial e, nesse sentido, a
iniciativa da Comissão é muito positiva.
“A utilização em larga escala do
etanol depende de ações coordenadas
em relação a iniciativas em pesquisas
que estejam em curso ou que, por ventura, venham a ocorrer em diferentes
países e continentes, da difusão de
tecnologia e adoção de medidas como a
adição de etanol à gasolina, já praticada
por algumas nações. Assim, a comissão
representa um esforço nesse sentido.
Os produtores brasileiros só poderão
se beneficiar de qualquer avanço que
seja dado”, afirma.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

13
Notícias
Canaoeste

Cálculo do preço do ATR
Cleber Moraes

E

staremos fazendo uma série de
artigos explicando em cada etapa como calcular o preço do ATR e da
tonelada de cana-de-açúcar. Seguiremos a seguinte seqüência:
1- Como calcular o valor do ATR de
cada produto;
2- Calculando o Mix de Produção;
3- Cálculo do Preço Médio do ATR.

Posteriormente, estaremos esclarecendo algumas questões relevantes no
cálculo do preço da cana-de-açúcar:
4- Como são definidos os fatores de
conversão de ATR em açúcar ou álcool;
5- Como são definidos os fatores
de dedução ou acréscimo de impostos
e também porque alguns produtos têm
o ‘fator’ impostos maior que 100%;

6- E, por fim, a participação do fornecedor nos preços obtidos para os
produtos finais: açúcar e álcool.
Vamos ao primeiro tópico:
1- Como calcular o valor do ATR de
cada produto
Vejamos o quadro abaixo:

Cálculo dos preços de ATR por produto para Média Estado de São paulo
Produto

Fator
Impostos

Preços Médio

R$ 42,84 /sc = R$
Açúcar M.I.
856,80 /ton
Açúcar M.E. Branco R$ 31,52 /sc = R$
748,00 /ton
R$ 37,40 /sc = R$
Açúcar M.E. VHP
630,40 /ton
Álcool Anidro
R$
924,00 /m3
Álcool Hidratado
R$
804,46 /m3
Álcool Anidro Industrial
R$ 1.038,00 /m3
Álcool Hidratado Industrial
R$
916,19 /m3
Álcool Anidro Exportação
R$ 1.032,18 /m3
Álcool Hidratado Exportação
R$
898,77 /m3

x
x
x
x
x
x
x
x
x

82,111% /
101,964% /
101,964% /
100,000% /
100,000% /
90,750% /
90,750% /
100,000% /
100,000% /

Fator de
Conversão
1,0495 kg de ATR/ton
1,0495 kg de ATR/ton
1,0453 kg de ATR/ton
1,7651 kg de ATR/m3
1,6913 kg de ATR/m3
1,7651 kg de ATR/m3
1,6913 kg de ATR/m3
1,7651 kg de ATR/m3
1,6913 kg de ATR/m3

Participação
Produtor
(%)
x
x
x
x
x
x
x
x
x

59,50%
59,50%
59,50%
62,10%
62,10%
62,10%
62,10%
62,10%
62,10%

Preço ao
Produtor
R$/ton R$/kg
=
=
=
=
=
=
=
=
=

398,87
432,41
365,89
325,08
395,37
331,54
305,28
363,14
330,00

=
=
=
=
=
=
=
=
=

0,3989
0,4324
0,3659
0,3251
0,2954
0,3315
0,3053
0,3631
0,3300

Para calcular o preço do ATR de cada produto, precisamos:
1- Converter os preços em R$/sc de açúcar para reais por tonelada de açúcar, dividindo o preço em R$/sc por 50,
encontraremos o preço por quilograma, e multiplicar por 1000 para chegarmos ao valor em tonelada;
2- Uma vez encontrado o preço por tonelada (no caso, do álcool o preço já está em R$/m3), aplica-se o fator impostos (1);
3- Uma vez que os preços tenham sido multiplicados pelo fator impostos, teremos encontrado os preços líquidos (livre
de impostos) recebidos pelas unidades industriais, podemos agora converter os preços de açúcar e álcool em preços de
ATR, multiplicando pelo fator de conversão (2);
4- Convertido o preço do produto em ATR, basta agora aplicar a participação do fornecedor e assim teremos o preço do
ATR para cada produto.
Dica: Como os fatores impostos, os fatores de conversão produto em ATR e a participação do fornecedor não se
modificam durante a safra, podemos simplesmente criar um fator com estes números que aplicados aos preços, divulgados
pelo CONSECANA-SP, para definirmos os preços de ATR de cada produto.

Abaixo seguem os valores destes fatores:
Açúcar M.I.: 0,46552901/1.000
Açúcar M.E. Branco: 0,57808577/1.000
Açúcar M.E. VHP: 0,58041441/1.000
Álcool Anidro: 0,35182332/1.000
Álcool Hidratado: 0,36716736/1.000
Álcool Anidro Industrial: 0,31927966/1.000
Álcool Hidratado Industrial: 0,33320438/1.000
Álcool Anidro Exportação: 0,35182332/1.000
Álcool Hidratado Exportação: 0,36716736/1.000

14

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

(1) Apenas como esclarecimento, em alguns produtos os preços
já são líquidos, como no caso de álcool anidro e hidratado para o
mercado interno e para a exportação. Em outros casos, existem incentivos fiscais que melhoram o preço do mercado, como, no caso, dos
açúcares de exportação, branco ou VHP. E, por fim, outros existem
impostos embutidos nos preços como no caso do açúcar branco
para o mercado interno e os álcoois industriais. A divulgação de
preços é feita dessa forma, porque o mercado negocia preços nestas
bases.
(2) Os fatores de conversão funcionam como as cotações do
dólar em real: Se um dólar vale R$2,15, podemos facilmente converter
um moeda na outra. Os fatores de conversão de ATR em açúcar e
álcool têm o mesmo papel, ou seja, 1 Kg de açúcar branco vale 1,0495
Kg de ATR; 1 litro de álcool anidro vale 1,7651 Kg de ATR, etc.
Notícias
Canaoeste

Consecana
Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 14/06
DATA: 28 de dezembro de 2006
A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante
o mês de DEZEMBRO de 2006.
O preço médio do kg de ATR para o mês de DEZEMBRO é de R$ 0,3531
Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, nos meses de MAIO a DEZEMBRO e acumulados até DEZEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e do álcool anidro e hidratado destinado à indústria (AAI e AHI)
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg por produto, obtidos nos meses de MAIO a DEZEMBRO e
acumulados até DEZEMBRO calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

15
Notícias
Cocred

Cocred,
um braço direito para os
agricultores da região de
Severínia
Marino Guerra

Cooperativa de Crédito mostra sua flexibilidade de
atendimento satisfazendo cooperados de diversas
áreas da agricultura

H

á mais de quatro anos a
Cocred inaugurou uma agência, no município de Severínia, com o
objetivo de levar as vantagens do
cooperativismo de crédito, não só para
os produtores rurais da cidade, mas
para toda a região.

Funcionários da Agência da Cocred de Severínia

Hoje, com 291 cooperados, a agência é considerada como um braço direito para os produtores, não só de
Severínia, mas também dos seguintes
municípios: Cajobi, Embauba, Olímpia
e Monte Verde Paulista.

Confira agora alguns depoimentos dos produtores rurais
sobre os serviços prestados
pela Cocred:

Gilmar de Domingos, produtor de cana-deaçúcar no município de Severínia:
“Um dos diferenciais da Cocred está em seu horário de atendimento que se encaixa com a necessidades dos produtores rurais. As linhas de financiamento desenvolvidas pela cooperativa também atendem as necessidades de quem lida com
o campo”.
O produtor de cana-de-açúcar, Gilmar de Domingos, ao lado
do gerente da agência de Severínia, Célio Recco

José Donizete Carminati Righetti, produtor
de laranja e de mudas de seringueira, citrus e
avocado (abacaxi tipo exportação) no município de Severínia:

O produtor rural José Donizete Carminati Righetti, ladeado
por Célio e um de seus funcionários, na sua propriedade
em Severínia

16

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

“A Cocred é uma cooperativa que atende as nossas expectativas, ela tem atendido prontamente
todas as nossas as necessidades. Nas instituições
financeiras convencionais se paga taxas administrativas muito elevadas e o horário é pouco adequado para a rotina de trabalho do agricultor. Bom
atendimento, pequenas taxas e horário flexível.
Esses são os fatores que me levam a ser um cooperado da Cocred”.
Notícias
Cocred
Mário Peres e Suely de Lourdes Cuesta
Peres, produtores de cana-de-açúcar e comerciantes no município de Severínia:
“Devido ao seu atendimento e linha de financiamento, quem é cooperado consegue facilidades
na hora de adquirir recursos para o investimento
em sua produção”.
Casal de produtores de cana, Mário Peres e Suely de Lourdes
Cuesta Peres com o gerente da Cocred de Severínia

Paulo César Berto, produtor de cana-de-açúcar no município de Embauba:
“Os benefícios que ela traz em termos de financiamento e cobrança reduzida de taxas. Eu também uso muito os serviços prestados pela
Cocred, dentre eles, o de pagamento dos meus
funcionários, onde todos recebem seus salários
aqui na cooperativa”.

O gerente da agência de Severínia e o produtor de cana do
município de Embrauba, Paulo César Berto

Marcos Ademar Ducatti e Marco Rogério
Martins Ducatti, produtores de cana-de-açúcar no município de Severínia:
“A Cocred tem muita importância para o produtor rural, isso devido ao seu atendimento que é
muito bom e a cobrança de uma taxa mínima, o
que gera uma economia de R$ 300 a R$ 500
todo ano”.

O produtor de cana Marcos Ademar Ducatti e seu filho Marco
Rogério Ducatti em sua propriedade

Vandrei Menésio, produtor de laranja e canade-açúcar no município de Cajobi:
“A Cocred trouxe para os agricultores da região
de Severínia facilidades de financiamento para
aquisição de insumos agrícolas”.
O produtor de laranja e cana do município de Cajobi, Vandrei
Menésio e o gerente da Cocredm de Severínia

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

17
Notícias
Cocred

Balanço Patrimonial
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho
BALANCETE MENSAL - novembro/2006
Valores em Reais

18
Reportagem de Capa

RAIO-X DAS
VARIEDADES
DE CANA

Cristiane Barão

O

desenvolvimento genético é
uma necessidade para todo o
meio agropecuário, e com a cana-de-açúcar não poderia ser diferente. Os principais centros de pesquisa iniciaram suas
atividades para combater doenças que
afetavam os canaviais, hoje o leque de
objetivos se estendeu, porém, todos se
resumem na conquista do ganho de produtividade, ou seja, açúcar por hectare.
Para se ter idéia de tudo o que já foi
20

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

conquistado, desde 1995, os três maiores
centros de desenvolvimento de novas
variedades de cana (o IAC – Instituto
Agronômico, a Ridesa – Rede
Interinstitucional para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro, e a Copersucar,
que desde 2005 é denominado CTC –
Centro de Tecnologia Canavieira), já lançaram 82 variedades diferentes.

em todas as épocas da safra. Segundo
dados da Copersucar, o aumento no
pol% da cana colhida durante os meses de maio e junho entre os anos de
88 a 90 comparando com os anos de
2001 a 2003 foi de 2,6%. Já nos meses
de julho a setembro o ganho foi de
4,5%. No final da safra, entre outubro
e novembro, o ganho foi de 2,4%.

Esse aumento no leque de variedades ocasionou um ganho qualitativo

Outro fato da evolução ocasionada pelo aumento no número de varie-
Variedades de cana cultivadas na fazenda Santa Rita

dades comerciais disponíveis no mercado está na força de prevenção às grandes epidemias que, se hoje atingir uma
determinada variedade, ocorrerá no
máximo de 15% do total do canavial.

RB867515, com 12,21% da área
pesquisada. Outras variedades que também tiveram um alto índice de plantio foram a SP-81-3250 com 8,87%, RB855453
com 6,40% e a SP83-2847 com 5,11%.

Prova disso é a intenção de plantio para a safra 06/07, divulgada pelo
Programa Cana do IAC em parceria
com o Grupo Fitotécnico de Cana-deAçúcar, em que mostram que a variedade mais plantada na atual safra foi a

Entre as variedades que receberão
prioridade em multiplicação, em primeiro lugar aparece a RB966928 com 478,5
hectares, também tiveram uma boa área
para multiplicação as canas RB925211
com 205,14 hectares e a RB935744 com

147,97 hectares.
O estudo ainda mostrou as variedades plantadas conforme o ambiente
e a época do ano em que está planejada a colheita. A RB925211 foi a mais
plantada para ambientes favoráveis, já
em ambientes médios a preferida foi a
SP81-3250. Para ambientes desfavoráveis e em final de safra a mais plantada
foi a SP84-2025, os produtores que desejam colher no meio da safra optaram
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

21
Reportagem de Capa
pela IACSP94-4004 e para os que vão
colher no início a variedade predileta,
foi a SP89-1115.
Receptividade das
Novas Variedades
Nos dois últimos anos, o CTC lançou nove variedades de cana diferentes
nos quais oito podem ser plantadas em
ambientes de média produção, seis em
ambientes de alta e apenas uma em baixa produção. Com relação à época de
corte, cinco das novas variedades podem ser colhidas no meio da safra, quatro no início e apenas três no final.
O pesquisador Arnaldo José Raiser
traçou um cenário de como estão se
comportando as nove variedades
lançadas de 2005 a 2006.

22

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

“As primeiras variedades CTC estão em desenvolvimento nas unidades
associadas desde 1999 e foram recomendadas comercialmente a partir de
2005. Já na safra passada foram utilizadas em cerca de cinco mil hectares de
plantio, área que deve estar triplicada
em 2007, de acordo com o censo nacional de variedades CTC. Em algumas
unidades, as variedades CTC já participaram em até 10% da formação dos
canaviais. Quanto ao manejo adotado,
a receptividade das variedades CTC 1,
CTC 5, CTC 7 e CTC 9 foi altamente
favorável em função dos altos teores
de sacarose e da precocidade. Variedades como CTC 2, CTC 3, CTC 4 e CTC
8, estão demonstrando alta
longevidade e adaptação nas áreas de
colheita mecanizada. As variedades
CTC 2 e CTC 4 são destaques em re-

giões mais quentes e secas. A CTC 2 e
CTC 9 apresentam ótima estabilidade
nas diversas regiões canavieiras do
Centro-Sul, sendo que a CTC 2 é muito
produtiva em solos de baixa fertilidade. A CTC 6 aparece como excelente
opção tardia nos melhores ambientes
de produção”, explicou Raiser.
Com quatro variedades lançadas em
2005, o Centro de Cana do IAC já vê um
processo de comercialização de mudas
distribuídas em quase todo o estado.
“As variedades liberadas em 2005
(IACSP93-3046, IACSP94-2094,
IACSP94-2101 e IACSP94-4004), fazem
parte dos viveiros e das multiplicações
estratégicas das principais unidades
produtoras, sendo que algumas se encontram em crescente expansão em áre-
Reportagem de Capa
as comerciais, como é o caso da
IACSP94-4004 na região do contra forte
da Mantiqueira, IACSP93-3046 e
IACSP94-2094 nas regiões norte, oeste e
nordeste de São Paulo, além de áreas de
cultivo no cerrado central do país e no
estado do Mato Grosso, ou seja, dentro
das áreas de expansão da cultura
canavieira. Quanto a IACSP94-2101, seu
aproveitamento tem se dado em ambientes de produção mais favorável, A-B, principalmente em função de suas respostas
aos atributos químicos e físicos do solo”,
disse o pesquisador do Programa Cana
do IAC, Mauro Alexandre Xavier.
Tendências de
lançamento
As variedades que ainda não foram lançadas deverão vir cada vez mais
com características que se adaptem a
nova realidade do setor. Como, por exemplo, o seu bom rendimento em ambientes
de produção que não são muito adaptados para a cana, o que acontece em algumas áreas de expansão.
RB 867515: variedade mais plantada na safra 2006/2007

Outro ponto é a questão do desenvolvimento de variedades de cana que
se adaptem ao processo de plantio e colheita mecanizado, como explica o pesquisador do IAC, Arnaldo José Raiser.
“O programa de melhoramento do
CTC também direciona pesquisas para
novas regiões de expansão da canade-açúcar. No Centro-Oeste, em Minas
Gerais e no Oeste Paulista, por exemplo, a cultura se desenvolve em ambientes com clima mais quente e seco,
em solos de menor fertilidade e em áreas mais propensas ao florescimento. A
mecanização do plantio e da colheita
são práticas comuns, podendo haver
agravantes como pragas e doenças
específicas, nessas áreas. Otimizar o
manejo agrícola das unidades associadas requer, principalmente, variedades
mais estáveis, seguras e produtivas
nesses ambientes de produção. Novos
cultivares também devem apresentar
altos níveis de sacarose, boa maturação
durante toda a safra e potencial de resposta a melhorias ambientais como, por
exemplo, irrigação e utilização de
insumos. Após vários anos de pesqui-

sa e avaliações agronômicas e industriais, características como porte ereto,
adaptabilidade ao corte mecanizado,
menor florescimento, tolerância ao
estresse hídrico, produtividade e
longevidade, foram selecionadas nessas novas variedades CTC. Os associados recebem mudas certificadas das
futuras cultivares e o acompanhamento técnico no viveiros, garantindo a
sanidade das mudas requeridas para
plantios comerciais de alta qualidade”,
explicou o pesquisador do CTC.
O programa Cana do IAC desenvolve suas variedades com o intuito
de ganho na precocidade da
maturação, como explica o pesquisador Mauro Alexandre Xavier.
“O programa de melhoramento de
cana-de-açúcar do IAC irá liberar em
2007 três novas variedades, são elas:
IAC 91-1099, IACSP93-2060 e
IACSP95-3028. Essa liberação contemplará duas variedades com perfil de
maturação precoce, IACSP93-2060 e
IACSP95-3028, sendo que esta última

poderá contribuir inclusive para as safras iniciadas em final de março e começo de abril, o que tem sido uma necessidade constante nos últimos
anos. Estas duas variedades são originadas de seleção regional de Ribeirão Preto e Jaú respectivamente, porém adaptadas a outras regiões produtoras de cana-de-açúcar do CentroSul do Brasil. São essas as novas
tecnologias para início de safra que
permite, neste caso, a antecipação de
seu início. Quanto a IAC91-1099, tem
como característica principal o elevado potencial produtivo, sendo destaque em toda a rede de experimentação
do PROCANA IAC. Essa variedade é
resultado de um trabalho de seleção
regional iniciado na região de
Piracicaba no início da década de 90 e,
posteriormente, validada em diversas
regiões de abrangência do Programa
Cana IAC, o que permitiu o acúmulo
de um grande número de informações
quanto ao seu comportamento agroindustrial. A IAC91-1099 possui perfil
de maturação que atende às safras de
inverno e primavera”, disse Mauro.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

23
Destaque

CANAVIAL

PAULISTA

cresceu 8% na última safra
Marino Guerra

Dados do Canasat mostram que a área ocupada pela cana foi de 3,6 milhões de
hectares na safra 2006/2007.

A

vocação do estado de São
Paulo para a produção de
cana é algo que a cada safra se torna mais evidente. Em pesquisa realizada pela redação da Revista Canavieiros, com base nos dados divulgados pelo Canasat, notamos que
o canavial paulista cresceu mais de
600 mil hectares em quatro safras,
passando de 3 milhões de hectares
para 3,6 milhões.
Na pesquisa, identificamos que
a região de Orlândia é a que possui a
maior extensão de cana-de-açúcar,
com 330 mil hectares plantados na
última safra, seguida da região de Ribeirão Preto com 325 mil, Barretos
com 314 mil, Jaú com 252 mil e
Araraquara com 239 mil.
Abrangendo doze municípios,
onde estão instaladas seis unidades industriais (MB, Vale do Rosário, Alta Mogiana, Nuporanga,
Buriti e Junqueira), 31% do canavial da região de Orlândia, ou seja, 105
mil hectares ficam no município de
Morro Agudo, sendo considerado

como o maior produtor de cana do
Brasil pela Conab.
Mesmo contendo o maior canavial, a região de Orlândia fica atrás
em número de unidades industriais
instaladas se comparado com a região de Ribeirão Preto, 17 no total.
Isso se explica em decorrência da
grande maioria das unidades industriais localizadas na região de Ribeirão Preto ficarem em áreas de divisas com outras regiões, ou seja, boa
parte da matéria-prima processada
por essas empresas tem como origem plantações localizadas em regiões vizinhas.
Dentre as cinco maiores regiões
com maior canavial, a que mais
cresceu nas últimas quatro safras
é a de Barretos, que hoje abriga
onze unidades industriais (Continental, Colorado, Guaíra, Mandú,
Vertente, Guarani, Cruz Alta, São
J o s é , Vi r á l c o o l , A n d r a d e e
Pitangueiras), registrando um aumento de 34 mil hectares no total
de seu canavial.

Maiores Regiões Canavieiras do
Estado de São Paulo (em mil hectares)

1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º

Orlândia
Ribeirão Preto
Barretos
Jaú
Araraquara
Jaboticabal
Catanduva
Assis
Piracicaba
Araçatuba

330,78
325,26
314,88
252,77
239,64
206,61
204,14
187,76
164,87
146,35
Fonte: CANASAT

24

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

Boa parte desse crescimento é
decorrente da transformação de
citricultores e pecuaristas em produtores de cana-de-açúcar, isso devido à melhor perspectiva em relação
à laranja e de novas técnicas de criação de gado nas quais o objetivo é a
diminuição da área ocupada pelos rebanhos.
No quesito expansão, na última
safra, nenhuma região cresceu
igual à de São José do Rio Preto,
que entre a safra 2005/2006 e 2006/
2007 aumentou seu canavial em
41%, passando de 77 mil para 110
mil hectares.
Esse aumento se deu basicamente devido a produção de três municípios: Guapiaçú, Icem e Monte
Aprazível, no qual a produção de
matéria-prima vai para as moendas
das seguinte unidades industriais:
Dalsa, Moreno, Vale do Rio Turvo,
Santa Izabel e Sanagro.
Outros Estados: O Canasat ainda avaliou a safra de outros cincos
estados do centro-sul do Brasil, nos
quais a área plantada foi de: 438 mil
hectares no Paraná (safra 2006/2007),
297 mil hectares em Minas Gerais
(safra 2005/2006), 215 mil hectares em
Goiás (safra 2005/2006), 214 mil hectares no Mato Grosso e 182 mil hectares no Mato Grosso do Sul (safra
2006/2007).
No estado do Paraná, o município com o maior canavial na última
safra foi o de Rondon, com 17 mil
hectares plantados. Em seguida, aparecem Jacarezinho (16 mil), Paranacity
(15 mil), Tapejara (14 mil) e Colorado
(13 mil). Com exceção ao município
Destaque

de Jacarezinho, que fica próximo da
fronteira com São Paulo, as outras
cidades estão localizadas no norte
do Paraná, mais precisamente na
grande região de Maringá.
Em Minas Gerais, a cidade de
Uberaba foi a que mais plantou cana
na safra 2005/2006, 27 mil hectares,
seguida de Conceição das Alagoas
(24 mil), Iturama (24 mil), Canápolis
(18 mil) e Campo Florido (15 mil). Esses municípios são todos localizados entre a fronteira com São Paulo
e o Triângulo Mineiro.
O município de Santa Helena de
Goiás é disparado o maior produtor
goiano de cana-de-açúcar, com uma
área plantada de 28 mil hectares em
sua região (também conhecida como
região de Rio Verde) estão localizadas quatro unidades industriais

(Decal, Santa Helena, Vale do Verdão
e Goiasa), além de estar em desenvolvimento o projeto para mais quatro usinas.
Mais da metade dos 214 mil hec-

tares plantados na safra 2006/2007,
no estado do Mato Grosso, foi na
região de Nova Olímpia, onde estão
localizadas as unidades industriais
Itamarity e Barrálcool, empresas que,
juntas, consomem mais de 110 mil
hectares de cana-de-açúcar na produção de açúcar, álcool e energia
elétrica.
Com 54 mil hectares de cana, contando com três unidades industriais
(Santa Fé, Passa Tempo e Maracajú)
e mais duas em projeto, a região de
Rio Brilhante é o destaque dentro do
setor sucroalcooleiro no Mato Grosso do Sul, que inicia sua expansão
com outros centros de produção
canavieira, como por exemplo:
Aparecida do Taboado, Brasilândia,
Nova Andradina e Naviraí.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

25
Antes da Porteira

NERVOSO?
TÁ NERVOSO?
pescar...
Vai pescar...
Carla Rossini

Produtor de cana consegue unir o útil ao agradável em sua propriedade e vira piscicultor

“Piau” pescado na
fazenda São José

N

ão faz muito tempo que a
moda dos ‘pesque-pagues’
surgiu no Estado de São Paulo, mas
o fato é que eles se multiplicaram
rapidamente de uma hora para outra. Apaixonados por pesca e por
peixes, os brasileiros aderiram à pesca como esporte, lazer ou até como
uma forma de relaxar. A moda virou
música de viola e brincadeira entre
amigos, e quando alguém está nervoso ou estressado, quase sempre
26

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

aparece à interrogação seguida da
resposta: ‘Tá nervoso? Vai pescar...’
Para solucionar um problema da
Fazenda São José, que fica na cidade de Severínia, interior de São Paulo, o proprietário Carlos Augusto
Gomide Arruda, resolveu montar um
‘pesque-pague’ numa área de brejo
da propriedade. Como a fazenda é
toda plantada com cana-de-açúcar,
Carlos conta que sempre tinha pro-

blemas quando chegava à hora de
queimar a cana. “Por mais cuidados
que tomávamos o fogo sempre acabava atingindo o brejo e causando
aborrecimentos”, afirma.
Foi a partir daí que, em 1994, a
família Gomide Arruda, elaborou um
projeto para piscicultura. “No começo tínhamos a intenção de montar um
pesque-pague, mas como a burocracia do IBAMA (Instituto Brasileiro do
Antes da Porteira
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) demorou três anos
para liberar o projeto, quando ele
foi aprovado, em 1997, resolvemos
criar e engordar os peixes para fornecer aos pesque-pagues”, conta o
piscicultor.
Carlos afirma que, para começar a
desenvolver o projeto, foi preciso
plantar 4,5 mil árvores nativas e fazer
quatro tanques com capacidade de um
peixe para cada metro quadrado. A
partir daí começam as técnicas para
criação e engorda dos peixes. “Compramos os alevinos ou peixes juvenis
- com três meses de vida e pesando,
mais ou menos, 50 gramas. Para que
eles possam ser vendidos aos “pesque-pagues”, é preciso engordá-los
até 1,5 quilos, o que acontece por volta de um ano”, explica.
A conversão alimentar é de 1,6 quilos de ração para cada quilo de peixe
que está no tanque. Em dezembro,
quando Carlos já tinha vendido quase
todos os peixes do ciclo, o estoque
estava baixo, mesmo assim, os quatro tanques ainda armazenavam 15 mil
peixes das espécies Piau, Patinga,
Tilápia, Pacu e Tambacu. O piscicultor produz, em média, 12 toneladas
por ano e em janeiro já começou um
novo ciclo de engorda.
Quando questionado se o negócio

Iberê Rodrigues Fernandes; Vicente Rodrigues Fernandes e
Jairo Rodrigues
Fernandes: proprietários do sítio e da fábrica de Açúcar
Mascavo do Capoteiro

Carlos Augusto Gomide Arruda: proprietário da fazenda São José com o Pacu que
pesou 3,4 quilos

é lucrativo, Carlos afirma que sim, desde que se tenha escala de produção.
“Para se dar bem no mercado é preciso
ter escala, quando a
produção é pequena,
acabamos tendo a
intermediação de quem
faz o transporte. Sou um
pequeno produtor, o
que não justifica ter um
esquema de transporte
próprio”, diz Carlos.
O produtor, que
também é engenheiro
agrônomo, aponta uma
solução para esse problema. “É preciso formar cooperativas de
Sr. Guilherme, funcionário da fazenda São José,
responsável pela
alimentação dos peixes

produtores para atender a demanda do
mercado e baixar custos de produção.
Numa ocasião passada, eu tentei unir
um grupo de piscicultores para montar
uma cooperativa, mas infelizmente alguns desistiram do negócio e acabou
não dando certo”, conta.
A principal renda da família de
Carlos é a cana-de-açúcar. Eles também
plantam laranja, mas a grande maioria
das plantações é a cana. Na Fazenda
São José, os 108 alqueires são apenas
ocupados com a cana e uma pequena
reserva aos tanques dos peixes. Cooperado do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred, Carlos aconselha
a mesma união dos produtores de cana
aos produtores de peixes. “Nós trabalhamos bastante para criar os nossos
peixes, mas é preciso mais união entre
os produtores para profissionalização
do negócio”, finaliza Carlos.
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

27
Informações setoriais

Chuvas

de

Dezembro

e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês
de dezembro de 2006.
Locais

mm chuvas

Açúcar Guarani
AgroClimatologia FCAV UNESP-Jaboticabal
Algodoeira Donegá - Dumont
Barretos - IAC/Ciiagro
Central Energética Moreno
CFM - Faz Três Barras - Pitangueiras
Cia Energética Santa Elisa (Sede)
E E Citricultura - Bebedouro
Faz Santa Rita - Terra Roxa
Franca - IAC/Ciiagro
IAC-Centro Apta Cana-Ribeirão Preto
São Simão - IAC/Ciiagro
Usina da Pedra
Usina Ibirá - Santa Rosa do Viterbo
Usina Batatais
Usina M B - Morro Agudo
Usina São Francisco
Médias das observações

313
221
306
178
311
270
349
343
532
488
302
250
302
268
548
415
318
347

médias históricas
223
255
405
188
288
254
263
231
269
248
272
239
254
249
310
237
237
260

A média das observações de
chuvas anotadas neste mês de
dezembro “foi” superior à média
histórica. Foram exceções: FCAV
UNESP - Jaboticabal, Algodoeira Donegá - Dumont, onde as somas das chuvas foram inferiores
às respectivas médias; e,
Barretos - IAC/CIAGRO, CFM Pitangueiras, São Simão - IAC/
CIAGRO e Usina Ibirá, quando
as chuvas “ficaram” próximas de
suas médias; nos demais locais,
as chuvas deste dezembro foram
(e, em alguns locais) bem superiores às normais. Cabe, ainda,
lembrar que a médias das chuvas,
em dezembro de 2006, nos mesmos locais, foram quase uma vez
e meia maior ao da média do mês
de dezembro do ano anterior.

Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 14 a 17 de dezembro de 2006.

Engº AGRÔNOMO
OSWALDO ALONSO
Consultor Agronômico
CANAOESTE

O mapa 1 mostra que, em meados de dezembro, o índice de Água Disponível
no Solo encontrava-se entre bom e alto em toda a faixa leste, central, norte e
noroeste do estado; enquanto que, este índice ainda se mostrava baixo ou crítico

28

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
Informações setoriais
nas regiões canavieiras próximas de Campinas, Sorocaba, Assis e nos extremos
sul e sudoeste do estado de São Paulo.
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de dezembro de 2005.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de outubro de 2006.

Os mapas 2 (2005), 3 (2006) e tal qual até meados do mês, mostram semelhança
nos baixos índices de Água Disponível de Água no Solo nos extremos Sul e
Sudoeste do estado. As demais regiões, no final de dezembro de 2006, apresentavam-se igual ou com maior índice de umidade do solo no mesmo período do ano
anterior.

C

om o fim de prestar subsídios
aos planejamentos de atividades
futuras, o Departamento Técnico da
CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET - Instituto Nacional de Meteorologia e INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
para a Região Centro Sul do Brasil, para os
meses de janeiro a março de 2007.
As condições para ocorrência do fenômeno “El Nino” mantém-se favoráveis
para os próximos meses, porém com
menor intensidade;
Ao longo da Região Centro Oeste,
principalmente Goiás, e nos estados de
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, faixas norte e nordeste do estado
de São Paulo, chuvas mais freqüentes e
intensas deverão ser ocasionadas pela influência da Zona de Convergência do
Atlântico Sul. Este fenômeno corresponde à “pressão” de massas quentes da
Região Amazônica sobre as frentes frias,
provocando larga faixa de instabilidade
até o Oceano Atlântico.
Ainda que de média a baixa
confiabilidade para a Região Centro Sul,
os prognósticos de consenso INPEINMET apontam que:
As temperaturas deverão se situar
entre próximas a acima das médias históricas nos estados das Regiões Centro
Oeste e Sul e dentro da normalidade climática nos estados da Região Sudeste;
As chuvas previstas para o trimestre
janeiro a março poderão ser: dentro da
normalidade climática para o estado de São
Paulo (menos as faixas norte e nordeste,
divisando com Minas Gerais) e estados da
Região Centro Oeste e Sul; e, nos demais
estados da Região Sudeste, entre próxima
a acima das respectivas médias históricas.
Como exemplo para a região de
abrangência da CANAOESTE, pelas
médias históricas anotadas pelo Centro
Apta - IAC - Ribeirão Preto, as chuvas
poderão somar 660mm (quase a metade
do ano todo) neste trimestre, ou ainda,
270mm em janeiro, 220mm em fevereiro e de 170mm em março.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

29
Lelislação

Estatuto da Terra
Alteração nos artigos referentes ao
arrendamento rural e a parceria agrícola,
pecuária, agro-industrial e extrativa
Foi publicada no dia 08/01/2007, no Diário Oficial da União, Seção 1, página 2/3, a Lei nº 11.443, de 05/01/2007,
que dá nova redação aos artigos 95 e 96 do Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/1964), que tratam especificamente dos
contratos de arrendamento rural e parceria agrícola, pecuária, agro-industrial e extrativa.

No tocante ao arrendamento rural, as mudanças mais significativas,
sinteticamente, são:
a) necessidade do arrendatário ajustar previamente
com o arrendador, caso for iniciar outra cultura que não
possa ser colhida antes do término do arrendamento, a
forma de pagamento do uso da terra pelo prazo que exceder ao contrato;
b) reitera o direito de preferência do arrendatário na
renovação do arrendamento, devendo ser notificado em
até seis meses de antecedência de eventuais propostas, tudo registrado no competente Cartório de Registro de Imóveis, salvo no caso de notificação extrajudicial
do arrendador pedindo a retomada do imóvel para uso
próprio ou de seu descendente;

c) regulamenta o direito de indenização das
benfeitorias úteis, das necessárias e das voluptuárias,
quando do término contratual;
d) cita as condições e cláusulas que obrigatoriamente
deverão constar do contrato, mormente remuneração,
forma de pagamento, prazo mínimo de arrendamento e
limite de vigência;
e) estabelece um teto para a remuneração do arrendamento (15% do valor cadastral do imóvel e, em caso
de exploração intensiva com arrendamento parcial, o
limite passa a ser de 30%).

No que pertine aos contratos de parceria agrícola, pecuária, agro-industrial e extrativa,
podemos discernir resumidamente as seguintes alterações, a saber:
a) alteração dos índices de participação nos frutos
da produção, passando a 20%, 25%, 30%, 40%, 50% e
75%, dependendo da forma de contratação;
b) acrescenta a possibilidade de o proprietário cobrar do parceiro o valor dos fertilizantes e inseticidas
fornecidos, no percentual que corresponder à participação deste;
c) conceitua parceria rural, assim como enumera os
itens necessários à sua ocorrência, que devem estar presentes de forma isolada ou cumulada, tais como a partilha dos riscos de caso fortuito e força maior, dos frutos,
produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem e variações de preços dos frutos obtidos;
d) cria a possibilidade das partes pré-fixarem, em
quantidade ou volume, o montante da participação do
proprietário, desde que, ao final do contrato, seja realizado o ajustamento do percentual pertencente a este,
de acordo com a produção obtida, estabelecendo ainda,
que eventual adiantamento do montante pré-fixado, não
descaracteriza o contrato de parceria;
e) acrescenta uma ressalva de que o artigo 96, do
Estatuto da Terra, não se aplica aos contratos de parce30

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

ria agroindustrial, de aves e suínos, que serão regulados por lei específica.
Ainda deve ser informado que a alteração da redação
do inciso XIII, do artigo 95, do Estatuto da Terra, proposta pelo Projeto de Lei nº 46/2006 (nº 5.191/2005 na
Câmara dos Deputados), que deu origem à lei e alterações acima citadas e que determinava que a “remuneração decorrente de arrendamento rural é considerada renda da atividade rural”, foi vetada pelo Executivo, depois
de ouvido o Ministério da Fazenda, que a considerou
inconstitucional. Tal alteração pretendia que a remuneração decorrente de arrendamento rural, que atualmente
é tributada pelo imposto de renda da pessoa física, sob a
forma de carne-leão e ajuste anual, fosse tributada como
receita da atividade rural, o que não foi aceito.
Aguardamos, com tais alterações, um prazo para adequação dos contratos agrários de arrendamento rural e
de parceria, ficando o departamento jurídico da
CANAOESTE, neste interregno, à disposição para os
esclarecimentos que se fizerem necessários.
Legislação

Queima de palha
da cana-de-açúcar:
obrigatoriedade de autorização para a
safra 2007/2008.

M

ais uma vez estamos pres
tes a iniciar outra safra
canavieira, razão pela qual novamente vimos alertar aos nossos associados sobre a obrigatoriedade de obter a autorização do órgão ambiental
(Secretaria Estadual do Meio Ambiente) para se efetuar a queima de
palha da cana-de-açúcar, procedimento obrigatório àqueles que não
queiram responder administrativamente e judicialmente (cível e criminal) por esta omissão, inclusive
com pesadíssimas multas, razão
pela qual a CANAOESTE, novamente este ano, irá proceder à orientação, elaboração, confecção e
envio da documentação necessária à obtenção da Autorização de
Queima Controlada de Palha da
Cana-de-Açúcar para os seus associados, cujo prazo para protocolo no órgão ambiental expirará
em 02 de abril.
Para tanto, pois sem autorização não se poderá queimar,
basta que os associados procurem os Técnicos, Agrônomos ou
as Secretárias dos respectivos escritórios
regionais
da
CANAOESTE/COPERCANA ou
da matriz, o quanto antes, para que
possam agendar o levantamento topográfico de sua lavoura, sem custo
algum, além de proceder ao referido
licenciamento.
Tudo isto se torna necessário porque, em caso de
descumprimento ao que dispõe o
Decreto Estadual nº 47.700/2003,
regulamentador da Lei Estadual nº
11.241/2002, o produtor de cana-de-

açúcar poderá ser autuado pela Polícia Ambiental em 30 (trinta)
UFESPs (Unidade Fiscal do Estado
de São Paulo), aproximadamente
R$417,90 por hectare queimado sem
as observâncias legais, além de poder, ainda, ser autuado pelos agentes fiscalizadores da CETESB (Companhia de Tecnologia e de Saneamento Ambiental) em valores que
variam de 5.001 a 10.000 UFESPs,
aproximadamente R$71.164,23 a

o seu direito de liberdade (pena de
detenção). Fica registrado, então,
que para aquele produtor de cana
que não cumprir os requisitos prescritos na legislação de queima ou,
mais gravemente, efetuar a queima
sem a devida autorização, fica evidente que não lhe restará quase nenhuma possibilidade de defesa, tanto administrativa (auto de infração)
como judicial (cível e penal).
Logo, se torna evidente a
necessidade do fornecedor de
cana-de-açúcar em buscar a devida autorização dentro do prazo
legal (até 02 de abril), para poder
utilizar-se do fogo como método
despalhador da cana-de-açúcar
durante a safra 2007/2008, bastando, somente, que procure o mais
rapidamente
possível
a
CANAOESTE para a sua devida
orientação e, se porventura, persistir dúvidas a respeito do assunto, os Departamentos Jurídico e Técnico estarão à inteira disposição dos associados para
esclarecê-las.

Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste

R$142.300,00, independentemente
do tamanho da área queimada.
Alheio a estas penalidades
administrativas, o produtor de canade-açúcar que não observar o prescrito na legislação poderá responder, ainda, uma ação cível, visando
outra indenização e a suspensão da
queima em sua propriedade, além de
uma ação penal, que visa restringir

Importante salientar, segundo informações da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, que
o prazo para protocolo não será prorrogado, razão pela qual deve o associado procurar a CANAOESTE o
mais rápido possível, ressaltando
que esta realizará o plano de queima gratuitamente até o dia 20/02/
2007, para aqueles que não tenham
realizado o levantamento topográfico da propriedade e, 23/03/2007,
para aqueles que já fizeram o referido mapeamento.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

31
Pragas e Doenças

Duro de Matar
Marino Guerra

O capim branco vem se transformando em um problema nos canaviais do estado devido ao
seu alto grau de resistência à ação de herbicidas.

U

ma nova planta daninha vem
chamando a atenção de produtores do Estado de São Paulo por
seu alto grau de disseminação e pela
resistência a ação de herbicidas convencionais, se trata do Chloris
polydatyla, mais conhecida como capim-cebola, capim-fino, capim-pendão,
capim-pé-de-galinha ou capim-branco.
Essas plantas são perenes,
reproduzidas por sementes e multiplicadas a partir de curtos rizomas ou alastradas por estolões. Por liberarem compostos alelopáticos, sua competição
com a cana-de-açúcar pode ir além de
água, luz e nutrientes, pois há também

Capim-branco: competição com a cana pode
ir além da água, luz e nutrientes

32

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

a possibilidade de interferência química, através da liberação de substâncias fitotóxicas pelas raízes.
Ainda há muita dúvida sobre esse
tipo de planta, pois seu aparecimento, como daninha, é recente, e em conseqüência disso poucas pesquisas
sobre sua matocompetição, ecologia,
fisiologia e manejo foram publicados.
Segundo a especialista em biologia e manejo de plantas daninhas do
Departamento de Fitossanidade da
Unesp - Campus de Jaboticabal, Professora Doutora Núbia Maria Correia,
a disseminação rápida do capim-branco em decorrência de
suas sementes possuir
um peso reduzido e
presença de pêlos em
suas superfícies, faz
com que a infestação
aumente ano a ano, sendo necessário tomar
medidas de controle.
“A melhor estratégia de manejo de
Chloris está na
integração de métodos, como o corte de
plantas adultas e aplicação de herbicida na
rebrota quando esta
atingir cerca de 30 cm
de altura, isso permite
o melhor controle e uso
de doses menores
comparadas ao manejo
químico. Em função da
facilidade de disseminação das sementes e
perenização das plantas, medidas alternativas devem ser adotadas. Entre elas, impedir (por meio químico ou

mecânico) que as plantas produzam sementes; aplicar o herbicida antes da primeira frutificação; rotacionar a cana-deaçúcar com outras culturas, como soja e
amendoim; eliminar as plantas
infestantes nas beiras de cercas e estradas. A palha da cana, remanescente sobre o solo com a colheita mecanizada
sem queima, também pode contribuir
para o manejo do Chloris, inibindo, por
meio de efeitos químicos, físicos e biológicos, a emergência de novas
plântulas”, explicou a pesquisadora.
Sobre qual o tipo e fórmula de
herbicida que deve ser adotado no
caso de um controle químico, a Dra.
Rúbia relatou um experimento que
aconteceu na Unesp de Jaboticabal.
“Algumas constatações de campo nas áreas agrícolas da Fazenda de
Ensino, Pesquisa e Extensão da
Unesp, Jaboticabal-SP, permitem inferir que plantas adultas com
inflorescência são bem controladas
utilizando-se de 2,16 a 2,88 kg/ha de
herbicida glyphosate (produto comercial Roundup Original) ou 1,44 kg/ha
de glyphosate associado a 0,72 kg/
ha do mesmo herbicida em aplicação
seqüencial, 15 dias após a primeira. A
aplicação de 120 g/ha de quizalofopp-tefuryl (produto comercial Panther
120 CE) e 1,44 kg/ha de glyphosate,
aplicado 15 dias após a aplicação de
quizalofop-p-tefuryl, também resulta
em controle satisfatório. O
glyphosate e o quizalofop-p-tefuryl
são herbicidas sistêmicos, assim,
para maior eficácia de controle, é desejável que as plantas a serem pulverizadas estejam em plena atividade
metabólica. O fator metabólico da
planta é de grande importância, pois
influenciará na absorção, translocação e ação dos herbicidas”, disse a professora.
Culturas de Rotação

A hora da verdade
Marino Guerra

Se errar no momento do arranquio e colheita do amendoim, o produtor desperdiçará todo o trabalho
que teve durante o desenvolvimento de sua lavoura

O

adubo pode ter sido aplicado
corretamente, ter escolhido a
variedade ideal, ter usado corretamente os defensivos e ter chovido o suficiente para desenvolver a lavoura da
melhor forma possível, mas se o produtor errar na hora de fazer o arranquio
e a colheita do amendoim, todo o trabalho anterior vai por água abaixo.

terna da casca; 4º) Separar as vagens
de coloração escura das claras; 5º) Pesar e determinar a porcentagem de vagens com coloração escura.

O primeiro segredo está na escolha
do ponto ideal de maturação da vagem
para se fazer o arranquio. Para escolher
a época certa, o produtor precisa tomar
muito cuidado, pois não existe nenhum
sintoma característico que permite ter
certeza total da maturação da vagem.

Tendo em vista a necessidade do
aumento da produção, com o objetivo
de reduzir os custos, a mecanização do
arranquio se desenvolveu bastante,
fazendo com que a maioria das lavouras comerciais retire, mecanicamente, o
amendoim da terra.

Arrancar o grão antes da hora deixará o amendoim com sabor desagradável, suscetível ao ataque de insetos
e contaminação por aflatoxina, além de
queda na produtividade. E colher o
grão tardiamente ocasionará despencamento das vagens durante os processos de arranquio e colheita.

Antes de iniciar, é preciso analisar
a necessidade de roçar a rama, no caso
de variedades eretas. Outro ponto que
é necessário ser analisado é se o plantio foi realizado de forma uniforme,
pois se esse cuidado não foi tomado,
o produtor poderá ter problemas na
eficiência para arrancar o grão. Deixar
a lavoura limpa de plantas invasoras e
principalmente arrancar com um nível
baixo de desfolha, a fim de controlar
possíveis doenças, são outros aspectos relevantes.

Uma das formas usadas para determinar o ponto ideal do arranquio do
amendoim é o método da “Raspagem
da Casca”, que consiste nos seguintes
procedimentos: 1º) Arrancar manualmente um metro linear em vários pontos da lavoura a ser analisada; 2º) Separar todas as vagens das plantas arrancadas, inclusive as vagens ainda em
formação; 3º) Raspar as vagens com
um canivete/faca retirando a parte ex-

Além de saber escolher o amendoim
na sua maturação certa, o produtor também precisa escolher o dia em que a umidade do solo esteja ideal para o serviço.

No caso da arrancadora, é preciso
ajustar a largura e a profundidade de
corte, manter as lâminas sempre afiadas, avaliar constantemente a altura de
regulagem das “rodas de chacoalhação”, deixar a velocidade do trator

compatível com a velocidade da esteira e alinhar o trator em relação às linhas
do amendoim.
Logo após a vagem arrancada, vem
o processo de secagem, que consiste
na redução de sua umidade a níveis menores que 10%, normalmente, quando sai
da terra, a umidade é de 35% a 45%.
Sem a interferência de secadores, o
amendoim teria que ficar no tempo de
seis a sete dias, caso ocorresse alguma
precipitação o grão demoraria mais tempo para ser colhido.
Cooperativas que investiram no sistema de secagem do grão, principalmente para valorizar o produto de seus cooperados diminuindo assim o risco de
contaminação por aflatoxina, recebem
o produto com cerca de 18% a 15% de
umidade, depois de ter passado de dois
a três dias de secagem natural.
Como o arranquio, a maioria das plantações comerciais realiza a colheita mecanizada, na qual consiste na separação das vagens e ramas com utilização
de colheitadeiras. Mesmo demonstrando o processo mais simples dentro do
procedimento de colheita, é preciso tomar pelo menos três cuidados básicos:
1º) Retirar o máximo de vagens perfeitas
por planta; 2º) Evitar danificação mecânica das vagens; 3º) Remover a terra,
restos de plantas e outros materiais que
acompanham as vagens.

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

33
Novas Tecnologias

Decifrado o DNA
de bactéria presente na cana
Cristiane Barão

Inoculante, a ser colocado no mercado em cinco anos, poderá reduzir custos com fertilizantes

D

epois de cinco anos de pesquisas, os cientistas finalizaram o sequênciamento do código genético da bactéria Gluconacetobacter
diazotrophicus, uma das bactérias responsáveis pela fixação biológica de nitrogênio da cana-de-açúcar. Com os
genes decifrados, o potencial de geração de nitrogênio da bactéria poderá
ser aumentado, estimulando o seu funcionamento como adubo natural.
De acordo com o pesquisador da
Embrapa Agrobiologia, José Ivo Baldani,
a expectativa é de que, dentro de cinco
anos, seja colocado no mercado um
inoculante feito com esta bactéria para
cana-de-açúcar. Com o conhecimento do
DNA da gluconacetobacter, a idéia é
torná-la ainda mais benéfica, através de
alterações especificas no genoma.
Essas bactérias, na forma de
inoculante, seriam aplicadas nas mudas
micropropagadas (mudas produzidas em
laboratório em que se obtêm plantas idênticas à “planta mãe”- clonadas) antes de
elas serem plantadas no solo. Como a

bactéria é totalmente dependente da planta para sobreviver, ela não se espalha para
o meio ambiente, não havendo assim risco ambiental no processo.
Com isso, poderá haver redução de
até 30 % da quantidade de fertilizantes
nitrogenados aplicados em toda área
de cana-de-açúcar no Brasil. Segundo
a Embrapa, com o inoculante, a economia estimada poderá chegar a R$ 59
milhões anuais somente nesta cultura.
Além disso, a diminuição de adubos
químicos trará benefícios ao meio ambiente, segundo a Embrapa.
A Gluconacetobacter diazotrophicus foi isolada pela primeira vez
por pesquisadores da Embrapa
Agrobiologia em 1988. Presente em culturas como a cana-de-açúcar, batatadoce, abacaxi e capim elefante, a bactéria é essencial para o crescimento destas espécies vegetais porque é uma das
principais responsáveis pelo processo
denominado “fixação biológica de nitrogênio” (FBN), em que o elemento é
retirado da atmosfera e transferido para

José Ivo Baldani, pesquisador
da Embrapa

as plantas. A bactéria produz ainda
hormônios vegetais e aumenta o sistema radicular (raízes), ampliando a absorção de nutrientes do solo.
Denominado Riogene, o projeto foi
iniciado em 2001 e contou com a participação da Embrapa Agrobiologia e um
pool de universidades. Foram investidos cerca de R$ 5 milhões na pesquisa.
Outras pesquisas
sobre a cana
Uma característica muito especial da
cultura da cana é possuir um sistema de
fixação biológica de nitrogênio (FBN) altamente eficiente, razão pela qual consegue crescer e produzir bem em solos extremamente pobres em nitrogênio (N).
As pesquisas sobre FBN em canade-açúcar na Embrapa Agrobiologia, se
intensificaram a partir da década de oitenta. Desde então o Centro de Pesquisas vem recebendo financiamento para
estes estudos.
Segundo o diretor da Embrapa, José
Geraldo Eugênio, o que se espera com estas pesquisas é uma redução de pelo menos 15% do fertilizante nitrogenado aplicado na cultura, contribuindo desta forma
para a economia de recursos e para a preservação do meio ambiente.

Bactéria que teve o gene decifrado

34

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

O suporte para estas pesquisas foi a
identificação de várias espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio que vivem associadas à cultura da cana. Dentre estas
bactérias, além da Gluconacetobacter
diazotrophicus, que já teve o gene decifrado, há também a Herbaspirillum
seropedicae e H. rubrisubalbicans. Todos isolados nos laboratórios da Embrapa
em Seropédica, no Rio de Janeiro.
Agende-se
Janeiro

de 2006

Curso de Especialização em Manejo do Solo
Data: de 02 de fevereiro de 2007 até 12 de dezembro de 2007
Local: Departamento de Solos da ESALQ/USP
Temática: Voltado para profissionais graduados em engenharia agronômica ou em outras áreas correlatas o curso tem o
seguinte programa: 1. Solos brasileiros: materiais de origem, classificação e características gerais. 2. Manejo físico e
compactação do solo 3. Sensoriamento remoto/ Planejamento e Uso da terra. 4. Sistemas de preparo / Conservação dos solos.
5. Reações da matéria orgânica e dos nutrientes das plantas nos solos. 6. Avaliação da fertilidade do solo. 7. Principais
organismos do solo e suas interações com as plantas cultivadas. 8. Funções e sintomas de deficiência e toxicidade dos
nutrientes das plantas. 9. Recuperação de solos degradados química e/ou fisicamente 10. Sistemas de aplicação de corretivos
e fertilizantes. 11. Calagem e adubação de culturas de interesse econômico. 12. Manejo do solo sob plantio direto.
Maiores Informações: (19) 3417 6604 ou pelo e-mail cdt@fealq.org.br

Mega Evento Massey Ferguson/Copercana
Data: 08 e 09 de fevereiro de 2007
Local: Unidade de Grãos da Copercana – Sertãozinho-SP
Temática: Evento onde serão expostos a linha de tratores Massey Ferguson aos cooperados da Copercana.
Maiores Informações: (16) 3946 4200

XXX Congresso Paulista de Fitopatologia
Data: 13 a 15 de fevereiro de 2007
Local: Unesp – Campus de Jaboticabal
Temática: A Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias sediará entre os dias 13 e 15 de fevereiro de 2006 o XXX
Congresso Paulista de Fitopatologia. O Congresso Paulista de Fitopatologia em sua 30ª reunião é um dos mais tradicionais
eventos técnico-científicos dessa especialidade, tanto no âmbito estadual quanto nacional. É um dos mais esperados eventos
para apresentação e discussão de resultados de pesquisas inéditas nos diversos ramos da fitopatologia.
Maiores Informações: (16) 3202 4275 ou pelo e-mail cpfitopatologia@fcav.unesp.br

Encontro Mao Shou Tao Agrícola 2007
Data: 14 e 15 de fevereiro de 2007
Local: Fazenda Boa Fé do Grupo Mao Shou Tao- Conquista-MG
Temática: O MA SHOU TAO AGRÍCOLA 2007 é dividido em dois eventos. O Encontro Técnico de Milho e Soja, que
acontecerá no período da manhã e oferecerá ao participante a oportunidade de absorver conhecimento apresentado na
prática e, no período da tarde, grandes possibilidades de negócios, a Exposição de Tecnologia Agrícola. Por isso, é possível
afirmar que trata-se de um evento de referência internacional, tanto para empresários rurais como para formadores
de opinião de todo o Brasil.
Maiores Informações: (34) 3318 1500 ou pelo e-mail thiago@maoshoutao.com.br

Plano de Eliminação Gradativa da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar
Data: 20 de fevereiro (último dia para o agendamento de visitas dos topógrafos)
Local: Escritórios da CANAOESTE
Temática: Elaboração dos obrigatórios requerimentos de autorização de queima controlada da palha da cana-de-açúcar para
os fornecedores associados da Canaeoste
Maiores Informações: (16) 3946 3300

Revista Canavieiros - Setembro de 2006

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de
esclarecer, de maneira didática,
algumas dúvidas a respeito do
português

1) Você quer que eu FAÇO tal coisa?
ou
Você quer que eu PEGO tal coisa?

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
ATUALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO
DE CANA-DE-AÇÚCAR
Nesta obra, foram reunidas informações e experiências de vários
autores nas quais buscam tornar
mais acessível às informações básicas e aplicadas à cultura da canade-açúcar.

...com o Português conjugado de forma incorreta nada será feito...
Prezado amigo leitor, vamos lembrar do IMPERATIVO AFIRMATIVO dos
Verbos FAZER e PEGAR?
Imperativo Afirmativo – FAZER (verbo Irregular)
Faz/ Faze tu
Faça você
Façamos nós
Fazei vós
Façam vocês
Obs.: Faz/ Faze - Há duas formas do mesmo valor com o TU
Imperativo Afirmativo – PEGAR (verbo Regular)
Pega tu
Pegue você
Peguemos nós
Pegai vós
Peguem vocês
O correto é: Você quer que eu FAÇA tal coisa?
ou Você quer que eu PEGUE tal coisa?
2) Pedro disse de SOPETÃO a notícia?
Todos levaram um susto... principalmente a
Língua Portuguesa!!!
Pedro, o correto é SUPETÃO.
Dica: Supetão é da mesma família de SÚBITO (com U).
Supetão significa “de súbito”, de repente,
inesperadamente...
PARA VOCÊ PENSAR:
Provérbio camoniano:
“No mundo não tem boa sorte, senão quem
teve por boa a que tem”
Camões
36

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

São 27 capítulos escritos por professores, pesquisadores, técnicos
renomados que aceitaram o desafio
de compartilhar suas experiências
com os leitores. O livro aborda diversos aspectos da planta, tais
como: morfológico, fisiológico, do
seu melhoramento, do seu planejamento agrícola e varietal, da produção de mudas, da implantação, do
manejo da cultura (calagem, adubação, fitossanidade), da busca por
maior produtividade, da viabilidade
do uso de tecnologias avançadas
(maturadores, reguladores vegetais,
micronutrientes, aplicação de produtos fitossanitários e irrigação, e
das estratégias visando melhorar a
qualidade da matéria-prima e da colheita, sem deixar de abordar boas
práticas ligadas ao manejo
ambiental da agroindústria
canavieira (uso da vinhaça, manejo
de solo, produção de plástico
biodegradável) e de termos usuais
do setor envolvendo também aspectos do pagamento da cana-de-açúcar e das perspectivas ligadas ao
setor sucroalcooleiro.
Os interessados em conhecer as
sugestões de leitura da Revista
Canavieiros, podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste em
Sertãozinho – Rua Augusto Zanini,
nº 1461 ou pelo telefone (16) 3946
3300 Ramal 2016.
Repercutiu
“O modelo atual é uma posição reativa que já se esgotou. Temos de caminhar para
uma fórmula para que o governo seja mais pró-reativo.”
Luís Carlos Guedes Pinto, ministro da Agricultura, sobre a reforma na política
agrícola que deve ocorrer no segundo mandato do governo Lula

“São Paulo pode começar a cobrar royalties sobre a produção de álcool.”
Notícia divulgada a partir do blog do prefeito do Rio, César Maia, que participou do encontro dos governadores do sudeste. A informação foi negada pela assessoria do governador José Serra, mas provocou polêmicas no setor.

“Não faria sentido exigir royalties pela produção de álcool sob alegação de que há
degradação das condições de produção, como está (ou esteve) escrito no blog do prefeito César Maia. Fosse assim, prefeitos e governadores já estariam arrancando royalties
de qualquer vaso de samambaia ou, até mesmo, de matagal nascido em roça abandonada”.
Celso Ming, jornalista do Grupo Estado em artigo escrito sobre o boato divulgado pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, no qual informava uma possível
intenção do governador José Serra em cobrar royalties pela produção de álcool.
Compro urgente: Caminhões traçados, ano
acima de 81, pago à vista dependendo do estado de
conservação até o dia 10/02/2007. Em caso de
interesse entrar em contato com Dr. Pablo – Fone:
(65) 9975-8148 ou e-mail: cs_spark0@hotmail.com.
Quem ler este assunto e souber de alguém interessado em vender, entrar em contato, pois terá comissão
assegurada. Grato pela atenção.
Compro: Caminhão traçado pronto para trabalhar ou em situação de fazer alguns reparos, qualquer negócio entrar em contato com o Sr. João
Gazoti - Fone: (18) 9749-5042, (18) 9749-5707,
(18) 3704-2920 ou e-mail: jr_fake@hotmail.com
Troco: Cavalo Mecânico Scânia 86 H trucado,
por caminhão traçado para plantio de cana. Interessados favor entrar em contato com Sr. Márcio Satorion
– Fone: (18) 9727-9974, (18) 8129-3687, (18) 38713402 ou e-mail: marciosantorion@hotmail.com.br
Vendo: Pick-up Strada 2004, prata, 1.3 Fire,
A.C.D.H., impecável. Falar com Leonardo Corbo
– Sertãozinho/SP – Fone: (16) 3942-8034 / 81132335 ou e-mail: leocorbo@ig.com.br
Vendo: Kart Cross, Motor Yamaha, 135
Cilindradas, funcionando. Falar com Rodrigo de
Antônio – Sertãozinho/SP Fone: (16) 3942-6855
Vendo: Caminhão Dodge Traçado, ano 85,
com carroceria de cana, por apenas R$40.000,00 –
negócio em particular.
Caminhão traçado com carroceria de cana, ano
85, pronto para trabalhar, preço: R$ 40.000,00.
Ambos se encontram em Penápolis, onde moro –
em caso de interesse, entrar em contato com Sr.
Hugo –
Fone: (18) 9776-0358 ou e-mail: p9j7@hotmail.com
Vendo: Caminhão 2422 - Pronto para trabalhar, ano 98, motor Cummins, pneus semi-novos,
cor branca, no chassi, gabine leito, R$85.000,00
Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr.
Celso Rosa Fone:
(45)
9107-4120
ou
email:
omrtransportes@bol.com.br
Vendo: Caminhão Traçado 2213, ano 81, todo
modificado com um cardã, bom de motor, pronto
para trabalhar. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Silvio Borghi – Fone: (016) 36641535
/
8141-3813
ou
email:
santaritaveiculo@terra.com.br
Vendo: Caminhão MB 2314, ano 1991, em
ótimo estado de conservação, R$90.000,00.
Retroescavadeira, modelo Case 580-H, ano 1980,
em ótimo estado e trabalhando, tenho fotos – Preço:
R$ 30,000,00. Em caso de interesse, entrar em
contato com o Sr. Belei - Fone: (14) 8116-9030 ou
email: jibelei@gmail.com

38

Revista Canavieiros - Janeiro de 2007

Vendo: Caminhão traçado Dodge, ano 85, com
carroceria de cana, motor e câmbio na garantia, bom
de funilaria e pintura R$42.000,00 - Em caso de
interesse, entrar em contato com o Sr. Alexandre –
Fone: (14) 9714-0056 (Jaú/SP) ou email:
alexandrepaludetto@ig.com.br
Vendo: 01 Caminhão Scania 124 360cv, 6x4,
ano 2000, com carroceria canavieira e 01 caminhão
Scania 113 360cv, 6x4, ano 1997/98, com carroceria
canavieira - Preço a combinar. Em caso de interesse,
entrar em contato com o Sr. Edgar Cavalini ou
Pirilampo – Fone: (18) 3282-3853 / 3282-1874 /
9722-3201 ou
email: autopecaspirilampo@hotmail.com
Vendo: Caminhão traçado VW 24-250, ano
99, com gaiola para cana preta e plantio. O caminhão está bem conservado, bom de mecânica/pneus
e está trabalhando. Em caso de interesse, entrar em
contato com Sr. Dias – Fone: (19) 8161-6509 –
Preço R$105.000,00 ou
e-mail: levi.carmo@superig.com.br
Vendo: Caminhão Irrigadeira, Pipa D, 19000
6X2, com tanque de água para 10.000 litros, único
dono. Preço de ocasião: R$39.990,00 - não aceito
contra oferta.
Caminhão CHEVROLET D-19000 6X2, ano
87/87, com tanque de água para 10.000 litros, único dono, sempre foi irrigadeira desde zero, veículo
novo. Em caso de interesse, entrar em contato com
o Sr. Airtom - Fone: (19) 9716-6201 ou 3541-4893
ou email: abersan@ig.com.br
Vendo: Caminhão traçado VW 24220, ano
1996 no chassi, revisado e com garantia,
R$82.000,00.
Em caso de interesse, entrar em contato com o
Sr. Alexandre - Fone: (14) 9714-0056 ou email:
alexandrepaludetto@ig.com.br

caixinha, motor, pneus e cambio ok, ano e modelo
76 no chassi. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Fabio - Fone: (16) 9796-9290 ou
9102-0061 ou email: fabiomattei@metalnet.com.br
Vendo: Plantadeira – Jumil 2S, 4 Linhas mecânicas, nova, muito conservada, com 4 discos,
possuo a nota de compra (R$ 3.500,00) – Cássia
dos coqueiros. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sra. Vera Lúcia - Fone: (16) 9796-1178
ou email: veraggcesar@yahoo.com.br
Vendo: 1 Reboque canavieiro, 7,5 metros, Cana
inteira, ano 1985 – Chassis laterais revisados, sem
pneus – Preço: R$ 27.000,00. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Marcos Eleotério –
Fone:
(18)
3421-7338
ou
email:
m.eleoterio@regionaltelhas.com.br
Vendo: Valtra Mega 855, 150cv, ano 98,
cabinado com ar, motor Valtra, suspensão dianteira,
revisado – Preço: R$ 70.000,00. Há fotos e mais
ofertas no site www.zpttratores.ubbi.com.br. Em caso
de interesse, entrar em contato com o Sr. José Paulo
Prado - Fone: (19) 3541-5318, (19) 9758-4054 ou
email: zptratores@yahoo.com.br
Vendo: 40 Alqueires com cana, indo para o 3º
corte. 110 alqueires de arrendamento de cana – O
local fica em média 6 km da Decasa-SP (no município de Caiua). Em caso de interesse, entrar em
contato com o Sr. David - Fone: (18) 9128-6555 ou
email: davidc.tenorio@uol.com.br
Vendo: Plantadeira PST2 tatu, ano98, 7 linhas, plantio direto, em ótimo estado de conservação, preço a combinar.
Em caso de interesse, entrar em contato com o
Sr. José Luiz – Fone: (18) 9733-8510 ou email:
jol.zelcam@ig.com.br

Vendo: Caminhão traçado MB 2220, ano 1987,
com gaiola.
Caminhão Traçado MB 2325, ano 1992, todo
revisado, raridade, pronto para trabalhar. Em caso
de interesse, entrar em contato com o Sr. Assis Fone: (16) 9187-1897 ou email: ppratali@uol.com.br

Vendo: Mercedes Bens 2217, ano 87,
canavieiro, em ótimo estado – Preço: R$ 90.000,00
com carroceria e R$ 80.000,00 no chassi, aos interessados envio fotos por e-mail. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Carlos Soares de
Souza - Fone: (18) 3991-1943, (18) 3282-4305,
(18) 9709-6081 ou
email: carlossoares@sabesp.com.br

Vendo: Carregadeira de cana Motocana S800,
cabinada num trator Valmet 885 4x2, os dois ano
99. Tenho outras maquinas. Em caso de interesse,
entrar em contato com o Sr. Paulo Afonso Duarte Fone:
(44)
9118-8057
ou
email:
pauloafonsoduarte@hotmail.com

Vendo: Terrenos para uso residencial, com valor
financiado no local; Jardim Ouro Verde – Cruz das
Posses – Contato Tel: (16) 3949-1996 José Mário
ou (16) 3945-7390 Antônio.

Vendo: MB L 2213 Traçado, turbinado, hidráulico, freio a ar no truck, 4.80. Foram gastos
R$8.000,00 na Mercedes nos dois diferenciais e na

Vendo: Santana, ano 96/96, vermelho
perolizado, completo. Tratar com Silvio – 16 39428160 – Sertãozinho/SP
Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
Ed07jan07

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Ed07jan07

  • 1.
  • 2. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
  • 3. Editorial Várias variáveis P ara tudo na vida o ser humano gosta de ter opções, de tomar decisões que pode lhe acompanhar para o resto da vida (como a profissão ou o casamento) ou nem tão importantes assim como, por exemplo, que tipo de carne será feita no domingo. Com a cana-de-açúcar não é diferente, sendo assim, a Revista Canavieiros trouxe, nessa edição, uma matéria fazendo um ‘raio-x’ das variedades de cana que estão nos campos e daquelas que estão por vir. Tratando de variados assuntos, o entrevistado desta edição, o novo diretor da USP - Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), Antônio Roque Dechen, fala de qual é a visão que a universidade tem do setor, além de comentar sobre o próprio mundo acadêmico. Um produtor rural que gosta de variar em sua propriedade é o Sr. Carlos Augusto Gomide Arruda, que além de plantar cana também possui uma bela produção de peixes. O novo secretário da agricultura aparece mais uma vez em nossas páginas para traçar um cenário do setor. E um dos membros do Canatec, Cléber Moraes, aborda, mais focado no segmento canavieiro, o mesmo tema em seu artigo. Em ‘Notícias Copercana’ encontraremos as opções que o Sítio Água Vermelha oferece aos cooperados. Em ‘Notícias Canaoeste’ mostramos a cobertura da variedade de eventos que o presidente Manoel Ortolan participou. Já em ‘Notícias Cocred’ vários cooperados que freqüentam a agência de Severínia traçam o perfil da agricultura naquela região. Também nesta edição, a Canavieiros traz a descoberta de uma nova bactéria que poderá revolucionar o mercado de fertilizantes para cana-de-açúcar, técnicas para o arranquio e colheita do amendoim, autorização de queima de cana, mudanças no estatuto da terra, manejo do capim-branco e o relatório climático, fechando assim o leque de informações técnicas e legislativa. A variedade de produtos anunciados nos ‘Classificados’ e a variedade de eventos publicados no ‘Agende-se’ completam a edição de número sete da nossa revista. Bola Leitura! Conselho Editorial Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson RAIO-X DAS VARIEDADES DE CANA: passos que já foram dados e que ainda faltam dar no desenvolvimento genético EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 Marino Guerra – MTb 39.180 20 OUTRAS DESTAQUES Entrevista 24 DESTAQUE DIAGRAMAÇÃO: SPM Comunicação Antônio Roque Dechen 25 Produtividade Sustentável 05 PRAGAS E DOENÇAS 28 INFORMAÇÕES SETORIAIS 30 CULTURAS DE ROTAÇÃO 34 NOVAS TECNOLOGIAS 35 AGENDE-SE Ponto de Vista João Sampaio Cenário para 2007: boas safras e desafios 08 Notícias 10 Copercana e jumil realizam dia de campo Canaoeste Manoel Ortolan participa de encontro da WABCG 16 Cocred Inaugura filial em Viradouro Antes da Porteira O cooperado João Prada foi pioneiro na criação de Javalis no território nacional 04 CAPA: Ilustração Nilton Ferreira COMERCIAL E PUBLICIDADE: Aline Rodrigues revistacanavieiros@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Aline Rodrigues, Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marino Guerra, Roberta Faria da Silva, Tatiana Sicchieri CULTURA TIRAGEM: 6.000 exemplares 12 Notícias FOTOS: Carla Rossini Marino Guerra IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora 36 Notícias REVISÃO GRAMATICAL: Igor Fernando Ardenghi 26 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 37 REPERCUTIU 38 CLASSIFICADOS A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP CEP: 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista Antônio Roque Dechen Diretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Produtividade sustentável Tanto na área do agronegócio como na acadêmica, o novo diretor da ESALQ, Antônio Roque Dechen, enxerga o tão procurado crescimento sustentável Marino Guerra O tamanho de sua barba branca pode ser comparado com a contribuição através da transmissão de conhecimento que o professor, e agora diretor da ESALQ, passou para diversos ex-acadêmicos e agora profissionais em seus mais de 25 anos lecionando. Migalhas desse conhecimento, Antônio Roque Dechen doou à Revista Canavieiros em uma entrevista na qual ele fala sobre desenvolvimento sustentável dentro da cultura de cana-de-açúcar e também em assentamentos, além é claro de comentar o que precisa ser melhorado dentro das universidades, tanto na graduação como na pesquisa. perfil Eleito, pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp), Engenheiro Agrônomo do Ano em 2006, Antonio Roque Dechen formou-se pela ESALQ no ano de 1973. De 1975 a 81 foi pesquisador científico do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). É professor do departamento de Ciência do Solo desde 1981 lecionando a disciplina Nutrição Mineral de Plantas. Na ESALQ ocupou posições de destaque como a vice-diretoria da instituição, presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária, vice-presidente de pósgraduação, presidente da Comissão de Convênios, coordenador do curso de pós-graduação em Fisiologia e Bioquímica de Plantas, diretor da Estação Experimental Agrozootécnica Hilgard Georgina Von Pritzelwitz, presidente da Comissão do sesquicentenário do nascimento de Luiz de Queiroz e outros. Dechen também foi presidente da Associação dos ex-alunos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Adealq) nos períodos de 1984/ 85, 1987/88 e 1990/91 e também presidente da Fundação de Estudos Agrários “Luiz de Queiroz” (Fealq), no período de 05 janeiro de 1998 até 04 de janeiro de 2007. Na área de pesquisa publicou 10 livros, 71 artigos científicos e 33 capítulos de livros. Entre teses e dissertações, orientou 17 de mestrado, 16 de doutorado, além de participar de 239 bancas examinadoras. Participou de 127 eventos nacionais e 21 congressos internacionais. Entre prêmios e homenagens recebeu, em 1992, o Prêmio Franz Wilhelm Dafert na área de Fertilidade do Solo. No ano seguinte recebeu a Medalha Fernando Costa, pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp). Em 2001, recebeu a Medalha de Mérito Científico e Tecnológico do Governo do Estado de São Paulo. Em 2005, recebeu as Medalhas do Mérito do Sistema Confea-Crea e a Científica Prof. Dr. Walter Radamés Accorsi, pelo Clube dos Escritores de Piracicaba. Foi, ainda, professor homenageado por 12 turmas da ESALQ e paraninfo dos formandos da 89ª Turma de Engenheiros Agrônomos, em 1993, e da 91ª Turma, em 1995. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 05
  • 6. Entrevista REVISTA CANAVIEIROS: O Senhor é diretor da Fundação Agrisus, uma entidade que luta pelo desenvolvimento da agricultura sustentável ao mesmo tempo que é membro do conselho superior para o agronegócio da Fiesp. Ao ver essas duas funções em seu currículo, percebemos que o senhor é defensor do desenvolvimento do agronegócio de maneira sustentável. Tendo em vista essas características, como o senhor vê o crescimento dos canaviais de uma maneira sustentável? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Primeiramente você colocou de uma forma muito interessante essa interligação entre a cana-deaçúcar, a Agrisus, o conselho superior do agronegócio e a sustentabilidade ambiental. No caso da cana, que se trata de uma cultura de grandes dimensões, seu lado sustentável começa a ser questionado nas regiões de declive, pois lá ainda existe a queimada, e com isso entra-se no problema ambiental. Há uma necessidade hoje, pelas exigências nacionais e internacionais, de se ter um manejo sustentável, ou seja, que não prejudique o meio-ambiente. Sabendo disso, as unidades industriais estão ajustando os programas de adequações ambientais, através das definições das áreas de preservação que estão sendo devidamente estudadas. REVISTACANAVIEIROS: Como o pequeno e médio fornecedor de cana vai se adequar a essa nova realidade do setor? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Esse é um grande problema, pois quando se fazem as leis, elas servem tanto para a grande propriedade como para “Esse é um grande problema, pois quando se fazem as leis, elas servem tanto para a grande propriedade como para a pequena, e existem pequenas propriedades que quase toda a sua área acaba se enquadrando dentro daquilo que chamamos de área de preservação” a pequena, e existem pequenas propriedades que quase toda a sua área acaba se enquadrando dentro daquilo que chamamos de área de preservação e isso dificulta o aspecto da utilização econômica. Uma coisa que é importante se dizer é que as instituições de pesquisa estão propondo estudos para se decidir o que é um programa de adequação ambiental, ou seja, quando é que na margem do rio precisa fechar 50 ou 100 metros em relação com a declividade do terreno em relação àquele rio, então é preciso analisar se é uma declividade alta ou se é um nível plano, aí é só fazer os cálculos e encontrar o tamanho certo da mata ciliar. O ministério do meio-ambiente, a secretaria do meio-ambiente do estado de São Paulo, a própria secretaria da agricultura estão todos muito preocupados com essa sistemática de adequação ambiental das propriedades agrícolas. REVISTA CANAVIEIROS: Para a cultura canavieira, qual é o horizonte que a pesquisa e o desenvolvimento dentro do setor canavieiro precisa alcançar? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Eu considero que um grande avanço seria a inserção de variedades mais resistentes às doenças e também que apresentem maior produtividade, na forma que o produtor alcance uma maior produção em uma menor unidade de área, esse seria dentro do campo da pesquisa o tema de maior relevância para ser abordado. REVISTA CANAVIEIROS: Um dos focos da sua administração será a valorização do ensino de graduação. Em que sentido os cursos de ciências agrárias precisam ser valorizados? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Os cursos de ciências agrárias precisam ser valorizados no sentido de que o estudante receba uma formação parcelada, falo isso querendo dizer que ele recebe o conhecimento por segmentos através das disciplinas que ele vai cursando, se ele faz uma disciplina de controle de plantas daninhas, depois ele vai fazer uma sobre a cultura da cana-de-açúcar e depois ele faz uma disciplina de genética em que ele vê o melhoramento de cana, aí 06 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
  • 7. Entrevista ele faz adubação e ali ele vê como trabalhar com fertilidade em cana, então há uma necessidade de integração, de como o currículo precisa ser formatado de forma que ele tenha um agente ligante que leve o aluno a obter uma formação completa de todo o processo produtivo da cana. E não é só o processo produtivo, mas também como funciona o manejo da cultura que está estudando. Outro segmento importante é você voltar à formação do estudante para a demanda, então a cultura da cana tem características de crescimento em decorrência do que está acontecendo com o açúcar e álcool, e é lógico que a cultura que apresenta crescimento também vai demandar mais mão-de-obra especializada nas ciências agrárias. REVISTA CANAVIEIROS: Pode-se prever um relacionamento próximo entre a ESALQ e a cultura da cana-de-açúcar no seu mandato? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Com certeza, a ESALQ muitas vezes não mantém um vínculo direto com a unidade, com a instituição de classe, ou seja, com o setor produtivo de forma direta. Mas nós temos uma contribuição em termos da tecnologia de produção de açúcar e álcool muito grande, a ESALQ foi pioneira nessa área e até hoje desenvolve diversas pesquisas sobre o tema. Há uma necessidade de que se intensifique o campo da pesquisa, sabendo que se trata de uma cultura com a rentabilidade econômica que tem a cana, que se receba mais investimento para a realização de mais trabalhos, mas sempre focados nos problemas que a cultura está enfrentando como os de hoje: genética e resistência às doenças. REVISTACANAVIEIROS: Muitos especialistas do setor dizem que a cultura da cana-de-açúcar é uma das mais justas em se tratando de divisão de renda, o senhor concorda com essa opinião? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: O envolvimento da cultura da cana que vai desde os cortadores, os transportadores, os funcionários das unidades industriais, além é claro de uma boa presença de fornecedores independentes. Com isso, percebe-se que a cultura da cana possui uma demanda de mão-deobra muito intensa. “Há uma necessidade de que se intensifique o campo da pesquisa, sabendo que se trata de uma cultura com a rentabilidade econômica que tem a cana, que se receba mais investimento para a realização de mais trabalhos, mas sempre focados nos problemas que a cultura está enfrentando como os de hoje: genética e resistência às doenças”. REVISTA CANAVIEIROS: Como o senhor vê a resistência por parte dos assentamentos em cultivar culturas altamente comerciais, e persistirem na cultura de subsistência? solo e ter um processo contínuo de aumento de produção. A cultura de subsistência é o indivíduo ter uma área pequena e plantar culturas necessárias para a sua sobrevivência, mas com isso ele pode degradar o solo caso não tenha um manejo adequado ou adube corretamente, se isso acontece, ele procura outro lugar onde será realizado o mesmo procedimento. REVISTA CANAVIEIROS: Em janeiro, a Embrapa anunciou a descoberta de uma bactéria que aumentará o poder da cana-de-açúcar na fixação de nitrogênio que poderá acarretar numa redução expressiva no consumo de fertilizantes. Como o senhor vê essa descoberta? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: É uma notícia extremamente importante, porque se reporta a uma necessidade que nós encontramos bactérias que fixem nitrogênio seja para a cana ou outra cultura, mas ela não vai fazer com a mesma eficiência das leguminosas, porque com as leguminosas já tem uma seleção de microorganismos que vão realizar esse papel. Mas não podemos deixar de valorizar a importância econômica dessa descoberta. ANTÔNIO ROQUE DECHEN: Eu acredito que os assentamentos possuem duas características que os impedem de trabalhar com a agricultura comercial. Primeiro é o fato das dimensões da área disponível, que em muitos casos não da para se pensar em encaixar uma forma de agricultura de escala, e, em segundo lugar, são as dificuldades que esses produtores encontram em obter tecnologias que lhes garantam uma produtividade competitiva. REVISTA CANAVIEIROS: Qual é a diferença de sustentabilidade para subsistência? ANTÔNIO ROQUE DECHEN: A sustentabilidade é você manter as características do solo, a qualidade do Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 07
  • 8. Ponto de Vista Cenário para 2007: boas safras e desafios D epois de duas safras consecutivas de frustrações, principalmente para o setor de grãos, parece que, novamente, retomamos o rumo na superação das dificuldades. Com este panorama de otimismo, assumo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, missão a mim confiada pelo Governador José Serra, de manter o nosso estado no caminho certo e propulsor do tão esperado crescimento econômico brasileiro. Como maior plataforma agrícola do país, São Paulo, com sua infra-estrutura e logística, tem as condições necessárias de melhor competitividade dos produtos, já que o chamado Custo Brasil é um pouco menos oneroso a todo o setor produtivo paulista. Esta compensação nos tem garantido bons números. Registramos, em 2006, um valor de produção agropecuária de R$33 bilhões, considerando os 3 principais produtos (cana, carne bovina e citros), tivemos um ano excelente. As perspectivas não poderiam ser melhores, principalmente para o setor sucroalcooleiro. A demanda por etanol e os pre* João ços do mercado internacional garantem um crescimento sustentado e lucrativo. No estado de São Paulo, onde a área de ocupação da cultura segue num crescimento ascendente, precisamos refletir sobre a agregação de valor ao produto e a diversificação de culturas, ou melhor, diversificação das fontes de renda na propriedade. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento deve ter um papel fundamental na indução de integrações entre culturas agrícolas e adoção de novas práticas de gestão da propriedade. Por exemplo: atividade canavieira com alimentação para pecuária, o desenvolvimento de criação de pequenos animais como ovinos, cuja vocação paulista anda um pouco esquecida, em áreas não passíveis de plantio, a integração com grãos buscando a produção para biodiesel. A cana tem o seu espaço, mas o uso do solo paulista passa pela verticalização, processo irreversível na agricultura moderna. A Secretaria de Agricultura desempenhará o seu papel no fomento e transferência de novas tecnologias, qualificação do produtor graças à capilaridade de nossas estruturas e pela excelência das pesquisas aqui desenvolvidas. Focarmos nas vocações regionais agrícolas e fazer um trabalho intenso de assistência técnica, principalmente em algumas regiões como o Pontal do Paranapanema, o sudoeste paulista e o Vale do Ribeira, que precisam de uma presença maior dos nossos Sampaio técnicos. Tudo isto em parceria com a iniciativa privada e uma colocação especial sobre o apoio dado pelo setor canavieiro à Secretaria, principalmente no que tange ao suporte para desenvolvimento de novas variedades de cana e na sua adaptação às diversas regiões do estado. Uma parceria exemplar que rendeu aos nossos centros de pesquisa de cana, a possibilidade de colocar à disposição do produtor todos os anos novas variedades de cana. * João Sampaio é secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Foi presidente da Sociedade Rural Brasileira. É produtor de cana-de-açúcar no município de Barretos 08 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
  • 9. Artigo Cenário positivo para o setor, mas para quem crescer! A partir de dezembro de 2.005 assistimos a um grande aumento nos preços de açúcar no mercado internacional motivado por um déficit mundial de 1 milhão de toneladas vindo da safra 2005/2006 e uma grande expectativa de como seria a safra européia de açúcar, uma vez que na safra 2006/2007, mais precisamente em outubro de 2006, passaria a vigorar as novas normas para produção de açúcar na Europa, resultado da ação junto a OMC (Organização Mundial de Comércio) promovida por Brasil, Austrália e Tailândia. Estas circunstâncias geraram fortes reflexos no mercado interno, visto que quase 70% da produção de açúcar brasileiro é exportada. De outro lado, assistia-se a uma forte demanda por veículos flex-fuel no mercado interno e, algo inesperado, uma grande demanda de álcool nos Estados Unidos motivada por problemas com a utilização de MTBE na mistura com a gasolina naquele país. Somam-se a isso as fortes expectativas geradas com relação à produção de combustíveis renováveis, os preços crescentes do petróleo e o crescimento, mesmo pequeno, da economia brasileira que geraria aumento da demanda por álcool. Começa a safra e algumas condições deste cenário inicial vão se modificando: • Aceleração da safra brasileira, diminuindo o déficit da safra anterior; • Países da Ásia recuperam a produção de açúcar, como exemplo a Rússia; • Preços do petróleo no mercado internacional caem; • O crescimento da economia brasileira é muito pequeno; • E.U.A. encontram equilíbrio no mercado de álcool; • E por fim, a safra européia é de aproximadamente 8 milhões de toneladas de açúcar. A safra 2006/2007 passa a contar com um superávit de 3,5 milhões de toneladas de açúcar. De tudo isso, podemos tirar um recado que o mercado *Cleber Moraes traz: Há espaço para aumentos das exportações brasileiras de açúcar no espaço aberto pela União Européia e de álcool como combustível, entretanto, é necessário que os preços sejam mais realistas, pois, de outra forma, haverá espaço para outros produtores mundiais que se tornarão competitivos em níveis de preços mais elevados. É óbvio que as unidades industriais desejam preços maiores e brigam por isso no mercado, mas o recado é que, tanto as usinas como os produtores de cana podem sim ganhar mais dinheiro com a cana-de-açúcar, açúcar e álcool, mas não será através de preços elevados dos produtos finais e por conseqüência do quilograma do ATR, mas sim através de ganhos em escala de produção, com áreas maiores, com mais produtividade e tecnologia. É preciso olhar para o horizonte e ver onde estão sendo instaladas as novas unidades industriais. Olhando para o que acontece nestas novas fronteiras, vemos custos de produção menores, preços menores de terra, produção em escala, uma relação mais próxima das unidades industriais com os produtores de cana, enfim, condições mais competitivas que possibilitam que os fornecedores tenham lucro, mesmo com preços mais baixos do ATR. Num cenário de expansão do setor, haverá momentos de preços mais altos, quando a demanda estiver à frente, mas também momentos de baixa, contudo, produtores e unidades industriais devem estar preparados para estas oscilações e esperando preços que permitam cobrir os custos de produção e auferir resultados factíveis que representem taxas internas de retorno da ordem de 15% a 18% a.a. acima da inflação sem alavancagem financeira, com preços de ATR na faixa de R$0,3400 a R$0,3500 por Kg (valores atuais). Isso é um resultado maravilhoso, fantástico? Não, mas são excelentes resultados e o mundo todo está analisando esta possibilidade de investimento. Enfim, o cenário é muito positivo, porém para aqueles que estejam dispostos a crescer e investir. * Cleber Moraes - Consultor da M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda. Assessor de Planejamento e Controle da Canaoeste Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 09
  • 10. Notícias Copercana Copercana oferece carneiro e mudas aos seus cooperados Marino Guerra O cooperado que se interessar pode procurar pelo viveiro que oferece mais de 60 espécies diferentes de mudas, além de carneiros da raça Santa Inês S erviços como a comercialização de mudas de árvores frutíferas e plantas ornamentais e a comercialização tanto de matrizes como do animal para o abate de carneiros da raça Santa Inês, são oferecidos pela Copercana. O ponto de comercialização desses dois tipos de produtos fica no Sítio Água Vermelha, localizado próximo à Unidade de Grãos, em Sertãozinho. O viveiro, que tem uma saída de 300 mudas mensais, oferece uma grande variedade de espécies fru- Viveiro de mudas de árvores frutíferas no sítio Àgua Vermelha da Copercana tíferas, perfeito para o produtor que deseja montar um pomar em sua propriedade ou área de lazer. Se quiser completar o jardim, a Copercana também oferece, para venda, a muda de plantas ornamentais e também de cerca viva. Outra atividade do Sítio é a criação de carneiro da Raça Santa Inês, animal que vem tendo grande aceitação no Brasil devido a sua rusticidade, produtividade e habilidade materna nos diversos climas nacionais. Com uma média de 150 cabeças em seu rebanho, a Copercana oferece matrizes de machos para reprodução e a venda do animal vivo para o abate. Para quem quiser saber mais sobre o viveiro de mudas frutíferas ou dos carneiros Santa Inês basta entrar em contato com Juliano no telefone (16) 3946 4200. 10 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
  • 11.
  • 12. Notícias Canaoeste Empossados os novos secretários da agricultura e meio ambiente Marino Guerra João de Almeida Sampaio Filho assumiu a pasta da agricultura e Xico Graziano a do meio ambiente N o último dia 02, na capital, aconteceram às cerimônias de transferência de cargo nas quais João de Almeida Sampaio Filho assumiu a Secretaria da Agricultura e Abastecimento no lugar de Alberto José Macedo Filho e Xico Graziano substituiu José Goldemberg na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. O evento contou com cerca de 400 líderes de todos os segmentos do agronegócio paulista, eles ouviram, de João Sampaio, o discurso que se resume em um trabalho focado na qualidade e sanidade de toda a produção agrícola estadual. Sampaio também garantiu a continuidade e o fortalecimento dos programas tecnológicos implantados por Duarte Nogueira e Alberto José Macedo Filho, secretários na gestão de Geraldo Alckmin. "É da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo que saem as novas tecnologias, assistência técnica e extensão rural de qualidade, serviços de defesa animal e vegetal, fiscalização dos produtos utilizados na produção e dos alimentos produzidos, atuamos direta e indiretamente na produção, comercialização e distribuição dos alimentos consumidos pela população paulista”, disse Sampaio em seu discurso de posse. Na opinião do presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a escolha de Sampaio como novo secretário da agricultura é a prova de que o bom trabalho terá uma continuidade. “O governador José Serra não poderia ter escolhido um nome melhor para estar à frente da secretaria da agricultura. O João Sampaio é um líder que dedicou toda sua carreira para a melhoria da agricultura”, disse Ortolan. Economista e produtor rural nos estados de São Paulo, Mato Grosso e Paraná, Sampaio esteve à frente de diversas entidades ligadas ao agronegócio. Foi Presidente da Associação dos Produtores de Borracha do estado do Mato Grosso e vice-presidente da Associação paulista do setor. Ocupou também a presidência da Câmara Setorial Nacional de Borracha e da Comissão Nacional da Borracha da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Foi vice-presidente na Associação Comercial do Estado de São Paulo, Conselheiro da Associação Brasileira do Agronegócio de Ribeirão Preto e, desde 2002, ocupa a presidência da Sociedade Rural Brasileira. Meio Ambiente: O novo secretário do meio-ambiente também tomou posse com um discurso em que pretende focar suas ações em três áreas distintas: lixo urbano, supressão de vegetação natural e poluição. Ortolan analisa a presença de Xico Graziano à frente da secretaria como uma abertura no canal de comunicação entre agricultura e meio-ambiente. Autoridades presentes na cerimônia de posse na Secretaria da Agricultura e Abastecimento 12 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 “Não tenho dúvidas que as duas pastas vão trabalhar em conjunto com o objetivo de sempre evoluir na produtividade rural sem a degradação do meio ambiente. Os dois secretários (João Sampaio e Xico Graziano) possuem capacidades para desenvolver um crescimento sustentável que servirá de exemplo para o resto do Brasil”, afirmou Ortolan.
  • 13. Notícias Canaoeste Brasil, Flórida e BID lançam Comissão Interamericana de Etanol Cristiane Barão Presidente da Orplana e Canaoeste integrou comitiva brasileira; tratado é inédito entre os países O Brasil, os Estados Unidos e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) assinaram um tratado que cria a Comissão Interamericana de Etanol, entidade privada e de representação hemisférica para promover o uso de biocombustíveis como alternativa ao petróleo nas Américas. O acordo foi assinado no dia 18 de dezembro, em Miami, Flórida, e é o primeiro tratado internacional com envolvimento do setor privado entre os dois países – responsáveis por 80% da produção mundial de etanol - com esse objetivo. O ex-ministro Roberto Rodrigues será co-diretor da entidade, juntamente com o governador da Flórida, Jeb Bush (irmão do presidente George W. Bush) e o presidente do BID, Luís Alberto Moreno. O presidente da Orplana e da Canaoeste, Manoel Ortolan, integrou a comitiva brasileira. Também participaram o presidente da Única, Eduardo Carvalho, o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Lineu Costa Lima, o presidente da Embrapa, Sílvio Crestana, o diretor da Petrobras, Silas Oliva, o empresário Maurílio Biagi e o vice-presidente da Abag, Caio Carvalho, além de representantes de sindicatos, pesquisadores e lideranças do setor. De acordo com os co-diretores, os principais objetivos da Comissão serão estimular a criação de um mercado internacional para os biocombustíveis, a ampliação do uso da mistura de etanol na gasolina nas Américas, promover a integração entre as iniciativas técnicas e de pesquisa realizadas em todo o hemisfério relacionadas à produção e distribuição do etanol, além de determinar as necessidades de investimento, tanto em agricultura quanto em infra-estrutura para que esses objetivos sejam alcançados. A Comissão realizará uma série de seminários para estimular a discussão sobre as vantagens do uso do etanol, permitir o intercâmbio de informações, o engajamento de governantes, legisladores e a realização de parcerias com governos locais e grupos interessados em ampliar o uso e a produção para exportação de biocombustíveis. No plano operacional da entidade estão previstos três eventos durante este ano e possivelmente um encontro no Brasil. Os três líderes ressaltaram que a cooperação em torno do etanol serve como um elemento integrador entre as Américas, o que contribui para o crescimento econômico, respeitando o meio ambiente. De acordo com Rodrigues, com a parceria firmada com o Estado da Flórida e o estabelecimento de um fórum formal de cooperação entre a comissão, os países americanos se beneficiarão da expansão do uso e da produção do etanol. O governador Jeb Bush destacou que a comissão poderá contribuir para a redução da dependência de petróleo dos Estados Unidos. Jeb disse ainda que, com a entidade, a Flórida poderá ter uma grande oportunidade de estar à frente na promoção de uma política energética que reforce a segurança nacional, estimule o desenvolvimento econômico, aumente o nível de proteção do meioambiente e promova o livre comércio no hemisfério. A idéia de formar essa comissão surgiu a partir da proposta que Jeb Bush enviou ao irmão, o presidente George W. Bush, em abril, quando sugeriu a implantação de um plano, a que chamou de "15 por 15", para injetar 15 bilhões de galões de etanol (57 bilhões de litros) anuais no mercado até 2015, aproximadamente 10% da demanda nacional atual de gasolina e o dobro do volume exigido pela legislação. Para tanto, seria necessário aumentar a produção doméstica e a importação. De acordo com Ortolan, que representou os fornecedores independentes de cana brasileiros, o sucesso do álcool nacional também depende da criação de um mercado mundial e, nesse sentido, a iniciativa da Comissão é muito positiva. “A utilização em larga escala do etanol depende de ações coordenadas em relação a iniciativas em pesquisas que estejam em curso ou que, por ventura, venham a ocorrer em diferentes países e continentes, da difusão de tecnologia e adoção de medidas como a adição de etanol à gasolina, já praticada por algumas nações. Assim, a comissão representa um esforço nesse sentido. Os produtores brasileiros só poderão se beneficiar de qualquer avanço que seja dado”, afirma. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 13
  • 14. Notícias Canaoeste Cálculo do preço do ATR Cleber Moraes E staremos fazendo uma série de artigos explicando em cada etapa como calcular o preço do ATR e da tonelada de cana-de-açúcar. Seguiremos a seguinte seqüência: 1- Como calcular o valor do ATR de cada produto; 2- Calculando o Mix de Produção; 3- Cálculo do Preço Médio do ATR. Posteriormente, estaremos esclarecendo algumas questões relevantes no cálculo do preço da cana-de-açúcar: 4- Como são definidos os fatores de conversão de ATR em açúcar ou álcool; 5- Como são definidos os fatores de dedução ou acréscimo de impostos e também porque alguns produtos têm o ‘fator’ impostos maior que 100%; 6- E, por fim, a participação do fornecedor nos preços obtidos para os produtos finais: açúcar e álcool. Vamos ao primeiro tópico: 1- Como calcular o valor do ATR de cada produto Vejamos o quadro abaixo: Cálculo dos preços de ATR por produto para Média Estado de São paulo Produto Fator Impostos Preços Médio R$ 42,84 /sc = R$ Açúcar M.I. 856,80 /ton Açúcar M.E. Branco R$ 31,52 /sc = R$ 748,00 /ton R$ 37,40 /sc = R$ Açúcar M.E. VHP 630,40 /ton Álcool Anidro R$ 924,00 /m3 Álcool Hidratado R$ 804,46 /m3 Álcool Anidro Industrial R$ 1.038,00 /m3 Álcool Hidratado Industrial R$ 916,19 /m3 Álcool Anidro Exportação R$ 1.032,18 /m3 Álcool Hidratado Exportação R$ 898,77 /m3 x x x x x x x x x 82,111% / 101,964% / 101,964% / 100,000% / 100,000% / 90,750% / 90,750% / 100,000% / 100,000% / Fator de Conversão 1,0495 kg de ATR/ton 1,0495 kg de ATR/ton 1,0453 kg de ATR/ton 1,7651 kg de ATR/m3 1,6913 kg de ATR/m3 1,7651 kg de ATR/m3 1,6913 kg de ATR/m3 1,7651 kg de ATR/m3 1,6913 kg de ATR/m3 Participação Produtor (%) x x x x x x x x x 59,50% 59,50% 59,50% 62,10% 62,10% 62,10% 62,10% 62,10% 62,10% Preço ao Produtor R$/ton R$/kg = = = = = = = = = 398,87 432,41 365,89 325,08 395,37 331,54 305,28 363,14 330,00 = = = = = = = = = 0,3989 0,4324 0,3659 0,3251 0,2954 0,3315 0,3053 0,3631 0,3300 Para calcular o preço do ATR de cada produto, precisamos: 1- Converter os preços em R$/sc de açúcar para reais por tonelada de açúcar, dividindo o preço em R$/sc por 50, encontraremos o preço por quilograma, e multiplicar por 1000 para chegarmos ao valor em tonelada; 2- Uma vez encontrado o preço por tonelada (no caso, do álcool o preço já está em R$/m3), aplica-se o fator impostos (1); 3- Uma vez que os preços tenham sido multiplicados pelo fator impostos, teremos encontrado os preços líquidos (livre de impostos) recebidos pelas unidades industriais, podemos agora converter os preços de açúcar e álcool em preços de ATR, multiplicando pelo fator de conversão (2); 4- Convertido o preço do produto em ATR, basta agora aplicar a participação do fornecedor e assim teremos o preço do ATR para cada produto. Dica: Como os fatores impostos, os fatores de conversão produto em ATR e a participação do fornecedor não se modificam durante a safra, podemos simplesmente criar um fator com estes números que aplicados aos preços, divulgados pelo CONSECANA-SP, para definirmos os preços de ATR de cada produto. Abaixo seguem os valores destes fatores: Açúcar M.I.: 0,46552901/1.000 Açúcar M.E. Branco: 0,57808577/1.000 Açúcar M.E. VHP: 0,58041441/1.000 Álcool Anidro: 0,35182332/1.000 Álcool Hidratado: 0,36716736/1.000 Álcool Anidro Industrial: 0,31927966/1.000 Álcool Hidratado Industrial: 0,33320438/1.000 Álcool Anidro Exportação: 0,35182332/1.000 Álcool Hidratado Exportação: 0,36716736/1.000 14 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 (1) Apenas como esclarecimento, em alguns produtos os preços já são líquidos, como no caso de álcool anidro e hidratado para o mercado interno e para a exportação. Em outros casos, existem incentivos fiscais que melhoram o preço do mercado, como, no caso, dos açúcares de exportação, branco ou VHP. E, por fim, outros existem impostos embutidos nos preços como no caso do açúcar branco para o mercado interno e os álcoois industriais. A divulgação de preços é feita dessa forma, porque o mercado negocia preços nestas bases. (2) Os fatores de conversão funcionam como as cotações do dólar em real: Se um dólar vale R$2,15, podemos facilmente converter um moeda na outra. Os fatores de conversão de ATR em açúcar e álcool têm o mesmo papel, ou seja, 1 Kg de açúcar branco vale 1,0495 Kg de ATR; 1 litro de álcool anidro vale 1,7651 Kg de ATR, etc.
  • 15. Notícias Canaoeste Consecana Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº 14/06 DATA: 28 de dezembro de 2006 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de DEZEMBRO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de DEZEMBRO é de R$ 0,3531 Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, nos meses de MAIO a DEZEMBRO e acumulados até DEZEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e do álcool anidro e hidratado destinado à indústria (AAI e AHI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg por produto, obtidos nos meses de MAIO a DEZEMBRO e acumulados até DEZEMBRO calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes: Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 15
  • 16. Notícias Cocred Cocred, um braço direito para os agricultores da região de Severínia Marino Guerra Cooperativa de Crédito mostra sua flexibilidade de atendimento satisfazendo cooperados de diversas áreas da agricultura H á mais de quatro anos a Cocred inaugurou uma agência, no município de Severínia, com o objetivo de levar as vantagens do cooperativismo de crédito, não só para os produtores rurais da cidade, mas para toda a região. Funcionários da Agência da Cocred de Severínia Hoje, com 291 cooperados, a agência é considerada como um braço direito para os produtores, não só de Severínia, mas também dos seguintes municípios: Cajobi, Embauba, Olímpia e Monte Verde Paulista. Confira agora alguns depoimentos dos produtores rurais sobre os serviços prestados pela Cocred: Gilmar de Domingos, produtor de cana-deaçúcar no município de Severínia: “Um dos diferenciais da Cocred está em seu horário de atendimento que se encaixa com a necessidades dos produtores rurais. As linhas de financiamento desenvolvidas pela cooperativa também atendem as necessidades de quem lida com o campo”. O produtor de cana-de-açúcar, Gilmar de Domingos, ao lado do gerente da agência de Severínia, Célio Recco José Donizete Carminati Righetti, produtor de laranja e de mudas de seringueira, citrus e avocado (abacaxi tipo exportação) no município de Severínia: O produtor rural José Donizete Carminati Righetti, ladeado por Célio e um de seus funcionários, na sua propriedade em Severínia 16 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 “A Cocred é uma cooperativa que atende as nossas expectativas, ela tem atendido prontamente todas as nossas as necessidades. Nas instituições financeiras convencionais se paga taxas administrativas muito elevadas e o horário é pouco adequado para a rotina de trabalho do agricultor. Bom atendimento, pequenas taxas e horário flexível. Esses são os fatores que me levam a ser um cooperado da Cocred”.
  • 17. Notícias Cocred Mário Peres e Suely de Lourdes Cuesta Peres, produtores de cana-de-açúcar e comerciantes no município de Severínia: “Devido ao seu atendimento e linha de financiamento, quem é cooperado consegue facilidades na hora de adquirir recursos para o investimento em sua produção”. Casal de produtores de cana, Mário Peres e Suely de Lourdes Cuesta Peres com o gerente da Cocred de Severínia Paulo César Berto, produtor de cana-de-açúcar no município de Embauba: “Os benefícios que ela traz em termos de financiamento e cobrança reduzida de taxas. Eu também uso muito os serviços prestados pela Cocred, dentre eles, o de pagamento dos meus funcionários, onde todos recebem seus salários aqui na cooperativa”. O gerente da agência de Severínia e o produtor de cana do município de Embrauba, Paulo César Berto Marcos Ademar Ducatti e Marco Rogério Martins Ducatti, produtores de cana-de-açúcar no município de Severínia: “A Cocred tem muita importância para o produtor rural, isso devido ao seu atendimento que é muito bom e a cobrança de uma taxa mínima, o que gera uma economia de R$ 300 a R$ 500 todo ano”. O produtor de cana Marcos Ademar Ducatti e seu filho Marco Rogério Ducatti em sua propriedade Vandrei Menésio, produtor de laranja e canade-açúcar no município de Cajobi: “A Cocred trouxe para os agricultores da região de Severínia facilidades de financiamento para aquisição de insumos agrícolas”. O produtor de laranja e cana do município de Cajobi, Vandrei Menésio e o gerente da Cocredm de Severínia Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 17
  • 18. Notícias Cocred Balanço Patrimonial Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE MENSAL - novembro/2006 Valores em Reais 18
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  • 20. Reportagem de Capa RAIO-X DAS VARIEDADES DE CANA Cristiane Barão O desenvolvimento genético é uma necessidade para todo o meio agropecuário, e com a cana-de-açúcar não poderia ser diferente. Os principais centros de pesquisa iniciaram suas atividades para combater doenças que afetavam os canaviais, hoje o leque de objetivos se estendeu, porém, todos se resumem na conquista do ganho de produtividade, ou seja, açúcar por hectare. Para se ter idéia de tudo o que já foi 20 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 conquistado, desde 1995, os três maiores centros de desenvolvimento de novas variedades de cana (o IAC – Instituto Agronômico, a Ridesa – Rede Interinstitucional para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro, e a Copersucar, que desde 2005 é denominado CTC – Centro de Tecnologia Canavieira), já lançaram 82 variedades diferentes. em todas as épocas da safra. Segundo dados da Copersucar, o aumento no pol% da cana colhida durante os meses de maio e junho entre os anos de 88 a 90 comparando com os anos de 2001 a 2003 foi de 2,6%. Já nos meses de julho a setembro o ganho foi de 4,5%. No final da safra, entre outubro e novembro, o ganho foi de 2,4%. Esse aumento no leque de variedades ocasionou um ganho qualitativo Outro fato da evolução ocasionada pelo aumento no número de varie-
  • 21. Variedades de cana cultivadas na fazenda Santa Rita dades comerciais disponíveis no mercado está na força de prevenção às grandes epidemias que, se hoje atingir uma determinada variedade, ocorrerá no máximo de 15% do total do canavial. RB867515, com 12,21% da área pesquisada. Outras variedades que também tiveram um alto índice de plantio foram a SP-81-3250 com 8,87%, RB855453 com 6,40% e a SP83-2847 com 5,11%. Prova disso é a intenção de plantio para a safra 06/07, divulgada pelo Programa Cana do IAC em parceria com o Grupo Fitotécnico de Cana-deAçúcar, em que mostram que a variedade mais plantada na atual safra foi a Entre as variedades que receberão prioridade em multiplicação, em primeiro lugar aparece a RB966928 com 478,5 hectares, também tiveram uma boa área para multiplicação as canas RB925211 com 205,14 hectares e a RB935744 com 147,97 hectares. O estudo ainda mostrou as variedades plantadas conforme o ambiente e a época do ano em que está planejada a colheita. A RB925211 foi a mais plantada para ambientes favoráveis, já em ambientes médios a preferida foi a SP81-3250. Para ambientes desfavoráveis e em final de safra a mais plantada foi a SP84-2025, os produtores que desejam colher no meio da safra optaram Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa pela IACSP94-4004 e para os que vão colher no início a variedade predileta, foi a SP89-1115. Receptividade das Novas Variedades Nos dois últimos anos, o CTC lançou nove variedades de cana diferentes nos quais oito podem ser plantadas em ambientes de média produção, seis em ambientes de alta e apenas uma em baixa produção. Com relação à época de corte, cinco das novas variedades podem ser colhidas no meio da safra, quatro no início e apenas três no final. O pesquisador Arnaldo José Raiser traçou um cenário de como estão se comportando as nove variedades lançadas de 2005 a 2006. 22 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 “As primeiras variedades CTC estão em desenvolvimento nas unidades associadas desde 1999 e foram recomendadas comercialmente a partir de 2005. Já na safra passada foram utilizadas em cerca de cinco mil hectares de plantio, área que deve estar triplicada em 2007, de acordo com o censo nacional de variedades CTC. Em algumas unidades, as variedades CTC já participaram em até 10% da formação dos canaviais. Quanto ao manejo adotado, a receptividade das variedades CTC 1, CTC 5, CTC 7 e CTC 9 foi altamente favorável em função dos altos teores de sacarose e da precocidade. Variedades como CTC 2, CTC 3, CTC 4 e CTC 8, estão demonstrando alta longevidade e adaptação nas áreas de colheita mecanizada. As variedades CTC 2 e CTC 4 são destaques em re- giões mais quentes e secas. A CTC 2 e CTC 9 apresentam ótima estabilidade nas diversas regiões canavieiras do Centro-Sul, sendo que a CTC 2 é muito produtiva em solos de baixa fertilidade. A CTC 6 aparece como excelente opção tardia nos melhores ambientes de produção”, explicou Raiser. Com quatro variedades lançadas em 2005, o Centro de Cana do IAC já vê um processo de comercialização de mudas distribuídas em quase todo o estado. “As variedades liberadas em 2005 (IACSP93-3046, IACSP94-2094, IACSP94-2101 e IACSP94-4004), fazem parte dos viveiros e das multiplicações estratégicas das principais unidades produtoras, sendo que algumas se encontram em crescente expansão em áre-
  • 23. Reportagem de Capa as comerciais, como é o caso da IACSP94-4004 na região do contra forte da Mantiqueira, IACSP93-3046 e IACSP94-2094 nas regiões norte, oeste e nordeste de São Paulo, além de áreas de cultivo no cerrado central do país e no estado do Mato Grosso, ou seja, dentro das áreas de expansão da cultura canavieira. Quanto a IACSP94-2101, seu aproveitamento tem se dado em ambientes de produção mais favorável, A-B, principalmente em função de suas respostas aos atributos químicos e físicos do solo”, disse o pesquisador do Programa Cana do IAC, Mauro Alexandre Xavier. Tendências de lançamento As variedades que ainda não foram lançadas deverão vir cada vez mais com características que se adaptem a nova realidade do setor. Como, por exemplo, o seu bom rendimento em ambientes de produção que não são muito adaptados para a cana, o que acontece em algumas áreas de expansão. RB 867515: variedade mais plantada na safra 2006/2007 Outro ponto é a questão do desenvolvimento de variedades de cana que se adaptem ao processo de plantio e colheita mecanizado, como explica o pesquisador do IAC, Arnaldo José Raiser. “O programa de melhoramento do CTC também direciona pesquisas para novas regiões de expansão da canade-açúcar. No Centro-Oeste, em Minas Gerais e no Oeste Paulista, por exemplo, a cultura se desenvolve em ambientes com clima mais quente e seco, em solos de menor fertilidade e em áreas mais propensas ao florescimento. A mecanização do plantio e da colheita são práticas comuns, podendo haver agravantes como pragas e doenças específicas, nessas áreas. Otimizar o manejo agrícola das unidades associadas requer, principalmente, variedades mais estáveis, seguras e produtivas nesses ambientes de produção. Novos cultivares também devem apresentar altos níveis de sacarose, boa maturação durante toda a safra e potencial de resposta a melhorias ambientais como, por exemplo, irrigação e utilização de insumos. Após vários anos de pesqui- sa e avaliações agronômicas e industriais, características como porte ereto, adaptabilidade ao corte mecanizado, menor florescimento, tolerância ao estresse hídrico, produtividade e longevidade, foram selecionadas nessas novas variedades CTC. Os associados recebem mudas certificadas das futuras cultivares e o acompanhamento técnico no viveiros, garantindo a sanidade das mudas requeridas para plantios comerciais de alta qualidade”, explicou o pesquisador do CTC. O programa Cana do IAC desenvolve suas variedades com o intuito de ganho na precocidade da maturação, como explica o pesquisador Mauro Alexandre Xavier. “O programa de melhoramento de cana-de-açúcar do IAC irá liberar em 2007 três novas variedades, são elas: IAC 91-1099, IACSP93-2060 e IACSP95-3028. Essa liberação contemplará duas variedades com perfil de maturação precoce, IACSP93-2060 e IACSP95-3028, sendo que esta última poderá contribuir inclusive para as safras iniciadas em final de março e começo de abril, o que tem sido uma necessidade constante nos últimos anos. Estas duas variedades são originadas de seleção regional de Ribeirão Preto e Jaú respectivamente, porém adaptadas a outras regiões produtoras de cana-de-açúcar do CentroSul do Brasil. São essas as novas tecnologias para início de safra que permite, neste caso, a antecipação de seu início. Quanto a IAC91-1099, tem como característica principal o elevado potencial produtivo, sendo destaque em toda a rede de experimentação do PROCANA IAC. Essa variedade é resultado de um trabalho de seleção regional iniciado na região de Piracicaba no início da década de 90 e, posteriormente, validada em diversas regiões de abrangência do Programa Cana IAC, o que permitiu o acúmulo de um grande número de informações quanto ao seu comportamento agroindustrial. A IAC91-1099 possui perfil de maturação que atende às safras de inverno e primavera”, disse Mauro. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 23
  • 24. Destaque CANAVIAL PAULISTA cresceu 8% na última safra Marino Guerra Dados do Canasat mostram que a área ocupada pela cana foi de 3,6 milhões de hectares na safra 2006/2007. A vocação do estado de São Paulo para a produção de cana é algo que a cada safra se torna mais evidente. Em pesquisa realizada pela redação da Revista Canavieiros, com base nos dados divulgados pelo Canasat, notamos que o canavial paulista cresceu mais de 600 mil hectares em quatro safras, passando de 3 milhões de hectares para 3,6 milhões. Na pesquisa, identificamos que a região de Orlândia é a que possui a maior extensão de cana-de-açúcar, com 330 mil hectares plantados na última safra, seguida da região de Ribeirão Preto com 325 mil, Barretos com 314 mil, Jaú com 252 mil e Araraquara com 239 mil. Abrangendo doze municípios, onde estão instaladas seis unidades industriais (MB, Vale do Rosário, Alta Mogiana, Nuporanga, Buriti e Junqueira), 31% do canavial da região de Orlândia, ou seja, 105 mil hectares ficam no município de Morro Agudo, sendo considerado como o maior produtor de cana do Brasil pela Conab. Mesmo contendo o maior canavial, a região de Orlândia fica atrás em número de unidades industriais instaladas se comparado com a região de Ribeirão Preto, 17 no total. Isso se explica em decorrência da grande maioria das unidades industriais localizadas na região de Ribeirão Preto ficarem em áreas de divisas com outras regiões, ou seja, boa parte da matéria-prima processada por essas empresas tem como origem plantações localizadas em regiões vizinhas. Dentre as cinco maiores regiões com maior canavial, a que mais cresceu nas últimas quatro safras é a de Barretos, que hoje abriga onze unidades industriais (Continental, Colorado, Guaíra, Mandú, Vertente, Guarani, Cruz Alta, São J o s é , Vi r á l c o o l , A n d r a d e e Pitangueiras), registrando um aumento de 34 mil hectares no total de seu canavial. Maiores Regiões Canavieiras do Estado de São Paulo (em mil hectares) 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º Orlândia Ribeirão Preto Barretos Jaú Araraquara Jaboticabal Catanduva Assis Piracicaba Araçatuba 330,78 325,26 314,88 252,77 239,64 206,61 204,14 187,76 164,87 146,35 Fonte: CANASAT 24 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 Boa parte desse crescimento é decorrente da transformação de citricultores e pecuaristas em produtores de cana-de-açúcar, isso devido à melhor perspectiva em relação à laranja e de novas técnicas de criação de gado nas quais o objetivo é a diminuição da área ocupada pelos rebanhos. No quesito expansão, na última safra, nenhuma região cresceu igual à de São José do Rio Preto, que entre a safra 2005/2006 e 2006/ 2007 aumentou seu canavial em 41%, passando de 77 mil para 110 mil hectares. Esse aumento se deu basicamente devido a produção de três municípios: Guapiaçú, Icem e Monte Aprazível, no qual a produção de matéria-prima vai para as moendas das seguinte unidades industriais: Dalsa, Moreno, Vale do Rio Turvo, Santa Izabel e Sanagro. Outros Estados: O Canasat ainda avaliou a safra de outros cincos estados do centro-sul do Brasil, nos quais a área plantada foi de: 438 mil hectares no Paraná (safra 2006/2007), 297 mil hectares em Minas Gerais (safra 2005/2006), 215 mil hectares em Goiás (safra 2005/2006), 214 mil hectares no Mato Grosso e 182 mil hectares no Mato Grosso do Sul (safra 2006/2007). No estado do Paraná, o município com o maior canavial na última safra foi o de Rondon, com 17 mil hectares plantados. Em seguida, aparecem Jacarezinho (16 mil), Paranacity (15 mil), Tapejara (14 mil) e Colorado (13 mil). Com exceção ao município
  • 25. Destaque de Jacarezinho, que fica próximo da fronteira com São Paulo, as outras cidades estão localizadas no norte do Paraná, mais precisamente na grande região de Maringá. Em Minas Gerais, a cidade de Uberaba foi a que mais plantou cana na safra 2005/2006, 27 mil hectares, seguida de Conceição das Alagoas (24 mil), Iturama (24 mil), Canápolis (18 mil) e Campo Florido (15 mil). Esses municípios são todos localizados entre a fronteira com São Paulo e o Triângulo Mineiro. O município de Santa Helena de Goiás é disparado o maior produtor goiano de cana-de-açúcar, com uma área plantada de 28 mil hectares em sua região (também conhecida como região de Rio Verde) estão localizadas quatro unidades industriais (Decal, Santa Helena, Vale do Verdão e Goiasa), além de estar em desenvolvimento o projeto para mais quatro usinas. Mais da metade dos 214 mil hec- tares plantados na safra 2006/2007, no estado do Mato Grosso, foi na região de Nova Olímpia, onde estão localizadas as unidades industriais Itamarity e Barrálcool, empresas que, juntas, consomem mais de 110 mil hectares de cana-de-açúcar na produção de açúcar, álcool e energia elétrica. Com 54 mil hectares de cana, contando com três unidades industriais (Santa Fé, Passa Tempo e Maracajú) e mais duas em projeto, a região de Rio Brilhante é o destaque dentro do setor sucroalcooleiro no Mato Grosso do Sul, que inicia sua expansão com outros centros de produção canavieira, como por exemplo: Aparecida do Taboado, Brasilândia, Nova Andradina e Naviraí. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 25
  • 26. Antes da Porteira NERVOSO? TÁ NERVOSO? pescar... Vai pescar... Carla Rossini Produtor de cana consegue unir o útil ao agradável em sua propriedade e vira piscicultor “Piau” pescado na fazenda São José N ão faz muito tempo que a moda dos ‘pesque-pagues’ surgiu no Estado de São Paulo, mas o fato é que eles se multiplicaram rapidamente de uma hora para outra. Apaixonados por pesca e por peixes, os brasileiros aderiram à pesca como esporte, lazer ou até como uma forma de relaxar. A moda virou música de viola e brincadeira entre amigos, e quando alguém está nervoso ou estressado, quase sempre 26 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 aparece à interrogação seguida da resposta: ‘Tá nervoso? Vai pescar...’ Para solucionar um problema da Fazenda São José, que fica na cidade de Severínia, interior de São Paulo, o proprietário Carlos Augusto Gomide Arruda, resolveu montar um ‘pesque-pague’ numa área de brejo da propriedade. Como a fazenda é toda plantada com cana-de-açúcar, Carlos conta que sempre tinha pro- blemas quando chegava à hora de queimar a cana. “Por mais cuidados que tomávamos o fogo sempre acabava atingindo o brejo e causando aborrecimentos”, afirma. Foi a partir daí que, em 1994, a família Gomide Arruda, elaborou um projeto para piscicultura. “No começo tínhamos a intenção de montar um pesque-pague, mas como a burocracia do IBAMA (Instituto Brasileiro do
  • 27. Antes da Porteira Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) demorou três anos para liberar o projeto, quando ele foi aprovado, em 1997, resolvemos criar e engordar os peixes para fornecer aos pesque-pagues”, conta o piscicultor. Carlos afirma que, para começar a desenvolver o projeto, foi preciso plantar 4,5 mil árvores nativas e fazer quatro tanques com capacidade de um peixe para cada metro quadrado. A partir daí começam as técnicas para criação e engorda dos peixes. “Compramos os alevinos ou peixes juvenis - com três meses de vida e pesando, mais ou menos, 50 gramas. Para que eles possam ser vendidos aos “pesque-pagues”, é preciso engordá-los até 1,5 quilos, o que acontece por volta de um ano”, explica. A conversão alimentar é de 1,6 quilos de ração para cada quilo de peixe que está no tanque. Em dezembro, quando Carlos já tinha vendido quase todos os peixes do ciclo, o estoque estava baixo, mesmo assim, os quatro tanques ainda armazenavam 15 mil peixes das espécies Piau, Patinga, Tilápia, Pacu e Tambacu. O piscicultor produz, em média, 12 toneladas por ano e em janeiro já começou um novo ciclo de engorda. Quando questionado se o negócio Iberê Rodrigues Fernandes; Vicente Rodrigues Fernandes e Jairo Rodrigues Fernandes: proprietários do sítio e da fábrica de Açúcar Mascavo do Capoteiro Carlos Augusto Gomide Arruda: proprietário da fazenda São José com o Pacu que pesou 3,4 quilos é lucrativo, Carlos afirma que sim, desde que se tenha escala de produção. “Para se dar bem no mercado é preciso ter escala, quando a produção é pequena, acabamos tendo a intermediação de quem faz o transporte. Sou um pequeno produtor, o que não justifica ter um esquema de transporte próprio”, diz Carlos. O produtor, que também é engenheiro agrônomo, aponta uma solução para esse problema. “É preciso formar cooperativas de Sr. Guilherme, funcionário da fazenda São José, responsável pela alimentação dos peixes produtores para atender a demanda do mercado e baixar custos de produção. Numa ocasião passada, eu tentei unir um grupo de piscicultores para montar uma cooperativa, mas infelizmente alguns desistiram do negócio e acabou não dando certo”, conta. A principal renda da família de Carlos é a cana-de-açúcar. Eles também plantam laranja, mas a grande maioria das plantações é a cana. Na Fazenda São José, os 108 alqueires são apenas ocupados com a cana e uma pequena reserva aos tanques dos peixes. Cooperado do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, Carlos aconselha a mesma união dos produtores de cana aos produtores de peixes. “Nós trabalhamos bastante para criar os nossos peixes, mas é preciso mais união entre os produtores para profissionalização do negócio”, finaliza Carlos. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 27
  • 28. Informações setoriais Chuvas de Dezembro e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram na região de abrangência da CANAOESTE durante o mês de dezembro de 2006. Locais mm chuvas Açúcar Guarani AgroClimatologia FCAV UNESP-Jaboticabal Algodoeira Donegá - Dumont Barretos - IAC/Ciiagro Central Energética Moreno CFM - Faz Três Barras - Pitangueiras Cia Energética Santa Elisa (Sede) E E Citricultura - Bebedouro Faz Santa Rita - Terra Roxa Franca - IAC/Ciiagro IAC-Centro Apta Cana-Ribeirão Preto São Simão - IAC/Ciiagro Usina da Pedra Usina Ibirá - Santa Rosa do Viterbo Usina Batatais Usina M B - Morro Agudo Usina São Francisco Médias das observações 313 221 306 178 311 270 349 343 532 488 302 250 302 268 548 415 318 347 médias históricas 223 255 405 188 288 254 263 231 269 248 272 239 254 249 310 237 237 260 A média das observações de chuvas anotadas neste mês de dezembro “foi” superior à média histórica. Foram exceções: FCAV UNESP - Jaboticabal, Algodoeira Donegá - Dumont, onde as somas das chuvas foram inferiores às respectivas médias; e, Barretos - IAC/CIAGRO, CFM Pitangueiras, São Simão - IAC/ CIAGRO e Usina Ibirá, quando as chuvas “ficaram” próximas de suas médias; nos demais locais, as chuvas deste dezembro foram (e, em alguns locais) bem superiores às normais. Cabe, ainda, lembrar que a médias das chuvas, em dezembro de 2006, nos mesmos locais, foram quase uma vez e meia maior ao da média do mês de dezembro do ano anterior. Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 14 a 17 de dezembro de 2006. Engº AGRÔNOMO OSWALDO ALONSO Consultor Agronômico CANAOESTE O mapa 1 mostra que, em meados de dezembro, o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se entre bom e alto em toda a faixa leste, central, norte e noroeste do estado; enquanto que, este índice ainda se mostrava baixo ou crítico 28 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007
  • 29. Informações setoriais nas regiões canavieiras próximas de Campinas, Sorocaba, Assis e nos extremos sul e sudoeste do estado de São Paulo. Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de dezembro de 2005. Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de outubro de 2006. Os mapas 2 (2005), 3 (2006) e tal qual até meados do mês, mostram semelhança nos baixos índices de Água Disponível de Água no Solo nos extremos Sul e Sudoeste do estado. As demais regiões, no final de dezembro de 2006, apresentavam-se igual ou com maior índice de umidade do solo no mesmo período do ano anterior. C om o fim de prestar subsídios aos planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET - Instituto Nacional de Meteorologia e INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para a Região Centro Sul do Brasil, para os meses de janeiro a março de 2007. As condições para ocorrência do fenômeno “El Nino” mantém-se favoráveis para os próximos meses, porém com menor intensidade; Ao longo da Região Centro Oeste, principalmente Goiás, e nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, faixas norte e nordeste do estado de São Paulo, chuvas mais freqüentes e intensas deverão ser ocasionadas pela influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul. Este fenômeno corresponde à “pressão” de massas quentes da Região Amazônica sobre as frentes frias, provocando larga faixa de instabilidade até o Oceano Atlântico. Ainda que de média a baixa confiabilidade para a Região Centro Sul, os prognósticos de consenso INPEINMET apontam que: As temperaturas deverão se situar entre próximas a acima das médias históricas nos estados das Regiões Centro Oeste e Sul e dentro da normalidade climática nos estados da Região Sudeste; As chuvas previstas para o trimestre janeiro a março poderão ser: dentro da normalidade climática para o estado de São Paulo (menos as faixas norte e nordeste, divisando com Minas Gerais) e estados da Região Centro Oeste e Sul; e, nos demais estados da Região Sudeste, entre próxima a acima das respectivas médias históricas. Como exemplo para a região de abrangência da CANAOESTE, pelas médias históricas anotadas pelo Centro Apta - IAC - Ribeirão Preto, as chuvas poderão somar 660mm (quase a metade do ano todo) neste trimestre, ou ainda, 270mm em janeiro, 220mm em fevereiro e de 170mm em março. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 29
  • 30. Lelislação Estatuto da Terra Alteração nos artigos referentes ao arrendamento rural e a parceria agrícola, pecuária, agro-industrial e extrativa Foi publicada no dia 08/01/2007, no Diário Oficial da União, Seção 1, página 2/3, a Lei nº 11.443, de 05/01/2007, que dá nova redação aos artigos 95 e 96 do Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/1964), que tratam especificamente dos contratos de arrendamento rural e parceria agrícola, pecuária, agro-industrial e extrativa. No tocante ao arrendamento rural, as mudanças mais significativas, sinteticamente, são: a) necessidade do arrendatário ajustar previamente com o arrendador, caso for iniciar outra cultura que não possa ser colhida antes do término do arrendamento, a forma de pagamento do uso da terra pelo prazo que exceder ao contrato; b) reitera o direito de preferência do arrendatário na renovação do arrendamento, devendo ser notificado em até seis meses de antecedência de eventuais propostas, tudo registrado no competente Cartório de Registro de Imóveis, salvo no caso de notificação extrajudicial do arrendador pedindo a retomada do imóvel para uso próprio ou de seu descendente; c) regulamenta o direito de indenização das benfeitorias úteis, das necessárias e das voluptuárias, quando do término contratual; d) cita as condições e cláusulas que obrigatoriamente deverão constar do contrato, mormente remuneração, forma de pagamento, prazo mínimo de arrendamento e limite de vigência; e) estabelece um teto para a remuneração do arrendamento (15% do valor cadastral do imóvel e, em caso de exploração intensiva com arrendamento parcial, o limite passa a ser de 30%). No que pertine aos contratos de parceria agrícola, pecuária, agro-industrial e extrativa, podemos discernir resumidamente as seguintes alterações, a saber: a) alteração dos índices de participação nos frutos da produção, passando a 20%, 25%, 30%, 40%, 50% e 75%, dependendo da forma de contratação; b) acrescenta a possibilidade de o proprietário cobrar do parceiro o valor dos fertilizantes e inseticidas fornecidos, no percentual que corresponder à participação deste; c) conceitua parceria rural, assim como enumera os itens necessários à sua ocorrência, que devem estar presentes de forma isolada ou cumulada, tais como a partilha dos riscos de caso fortuito e força maior, dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem e variações de preços dos frutos obtidos; d) cria a possibilidade das partes pré-fixarem, em quantidade ou volume, o montante da participação do proprietário, desde que, ao final do contrato, seja realizado o ajustamento do percentual pertencente a este, de acordo com a produção obtida, estabelecendo ainda, que eventual adiantamento do montante pré-fixado, não descaracteriza o contrato de parceria; e) acrescenta uma ressalva de que o artigo 96, do Estatuto da Terra, não se aplica aos contratos de parce30 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 ria agroindustrial, de aves e suínos, que serão regulados por lei específica. Ainda deve ser informado que a alteração da redação do inciso XIII, do artigo 95, do Estatuto da Terra, proposta pelo Projeto de Lei nº 46/2006 (nº 5.191/2005 na Câmara dos Deputados), que deu origem à lei e alterações acima citadas e que determinava que a “remuneração decorrente de arrendamento rural é considerada renda da atividade rural”, foi vetada pelo Executivo, depois de ouvido o Ministério da Fazenda, que a considerou inconstitucional. Tal alteração pretendia que a remuneração decorrente de arrendamento rural, que atualmente é tributada pelo imposto de renda da pessoa física, sob a forma de carne-leão e ajuste anual, fosse tributada como receita da atividade rural, o que não foi aceito. Aguardamos, com tais alterações, um prazo para adequação dos contratos agrários de arrendamento rural e de parceria, ficando o departamento jurídico da CANAOESTE, neste interregno, à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários.
  • 31. Legislação Queima de palha da cana-de-açúcar: obrigatoriedade de autorização para a safra 2007/2008. M ais uma vez estamos pres tes a iniciar outra safra canavieira, razão pela qual novamente vimos alertar aos nossos associados sobre a obrigatoriedade de obter a autorização do órgão ambiental (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) para se efetuar a queima de palha da cana-de-açúcar, procedimento obrigatório àqueles que não queiram responder administrativamente e judicialmente (cível e criminal) por esta omissão, inclusive com pesadíssimas multas, razão pela qual a CANAOESTE, novamente este ano, irá proceder à orientação, elaboração, confecção e envio da documentação necessária à obtenção da Autorização de Queima Controlada de Palha da Cana-de-Açúcar para os seus associados, cujo prazo para protocolo no órgão ambiental expirará em 02 de abril. Para tanto, pois sem autorização não se poderá queimar, basta que os associados procurem os Técnicos, Agrônomos ou as Secretárias dos respectivos escritórios regionais da CANAOESTE/COPERCANA ou da matriz, o quanto antes, para que possam agendar o levantamento topográfico de sua lavoura, sem custo algum, além de proceder ao referido licenciamento. Tudo isto se torna necessário porque, em caso de descumprimento ao que dispõe o Decreto Estadual nº 47.700/2003, regulamentador da Lei Estadual nº 11.241/2002, o produtor de cana-de- açúcar poderá ser autuado pela Polícia Ambiental em 30 (trinta) UFESPs (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), aproximadamente R$417,90 por hectare queimado sem as observâncias legais, além de poder, ainda, ser autuado pelos agentes fiscalizadores da CETESB (Companhia de Tecnologia e de Saneamento Ambiental) em valores que variam de 5.001 a 10.000 UFESPs, aproximadamente R$71.164,23 a o seu direito de liberdade (pena de detenção). Fica registrado, então, que para aquele produtor de cana que não cumprir os requisitos prescritos na legislação de queima ou, mais gravemente, efetuar a queima sem a devida autorização, fica evidente que não lhe restará quase nenhuma possibilidade de defesa, tanto administrativa (auto de infração) como judicial (cível e penal). Logo, se torna evidente a necessidade do fornecedor de cana-de-açúcar em buscar a devida autorização dentro do prazo legal (até 02 de abril), para poder utilizar-se do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar durante a safra 2007/2008, bastando, somente, que procure o mais rapidamente possível a CANAOESTE para a sua devida orientação e, se porventura, persistir dúvidas a respeito do assunto, os Departamentos Jurídico e Técnico estarão à inteira disposição dos associados para esclarecê-las. Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste R$142.300,00, independentemente do tamanho da área queimada. Alheio a estas penalidades administrativas, o produtor de canade-açúcar que não observar o prescrito na legislação poderá responder, ainda, uma ação cível, visando outra indenização e a suspensão da queima em sua propriedade, além de uma ação penal, que visa restringir Importante salientar, segundo informações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, que o prazo para protocolo não será prorrogado, razão pela qual deve o associado procurar a CANAOESTE o mais rápido possível, ressaltando que esta realizará o plano de queima gratuitamente até o dia 20/02/ 2007, para aqueles que não tenham realizado o levantamento topográfico da propriedade e, 23/03/2007, para aqueles que já fizeram o referido mapeamento. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 31
  • 32. Pragas e Doenças Duro de Matar Marino Guerra O capim branco vem se transformando em um problema nos canaviais do estado devido ao seu alto grau de resistência à ação de herbicidas. U ma nova planta daninha vem chamando a atenção de produtores do Estado de São Paulo por seu alto grau de disseminação e pela resistência a ação de herbicidas convencionais, se trata do Chloris polydatyla, mais conhecida como capim-cebola, capim-fino, capim-pendão, capim-pé-de-galinha ou capim-branco. Essas plantas são perenes, reproduzidas por sementes e multiplicadas a partir de curtos rizomas ou alastradas por estolões. Por liberarem compostos alelopáticos, sua competição com a cana-de-açúcar pode ir além de água, luz e nutrientes, pois há também Capim-branco: competição com a cana pode ir além da água, luz e nutrientes 32 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 a possibilidade de interferência química, através da liberação de substâncias fitotóxicas pelas raízes. Ainda há muita dúvida sobre esse tipo de planta, pois seu aparecimento, como daninha, é recente, e em conseqüência disso poucas pesquisas sobre sua matocompetição, ecologia, fisiologia e manejo foram publicados. Segundo a especialista em biologia e manejo de plantas daninhas do Departamento de Fitossanidade da Unesp - Campus de Jaboticabal, Professora Doutora Núbia Maria Correia, a disseminação rápida do capim-branco em decorrência de suas sementes possuir um peso reduzido e presença de pêlos em suas superfícies, faz com que a infestação aumente ano a ano, sendo necessário tomar medidas de controle. “A melhor estratégia de manejo de Chloris está na integração de métodos, como o corte de plantas adultas e aplicação de herbicida na rebrota quando esta atingir cerca de 30 cm de altura, isso permite o melhor controle e uso de doses menores comparadas ao manejo químico. Em função da facilidade de disseminação das sementes e perenização das plantas, medidas alternativas devem ser adotadas. Entre elas, impedir (por meio químico ou mecânico) que as plantas produzam sementes; aplicar o herbicida antes da primeira frutificação; rotacionar a cana-deaçúcar com outras culturas, como soja e amendoim; eliminar as plantas infestantes nas beiras de cercas e estradas. A palha da cana, remanescente sobre o solo com a colheita mecanizada sem queima, também pode contribuir para o manejo do Chloris, inibindo, por meio de efeitos químicos, físicos e biológicos, a emergência de novas plântulas”, explicou a pesquisadora. Sobre qual o tipo e fórmula de herbicida que deve ser adotado no caso de um controle químico, a Dra. Rúbia relatou um experimento que aconteceu na Unesp de Jaboticabal. “Algumas constatações de campo nas áreas agrícolas da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unesp, Jaboticabal-SP, permitem inferir que plantas adultas com inflorescência são bem controladas utilizando-se de 2,16 a 2,88 kg/ha de herbicida glyphosate (produto comercial Roundup Original) ou 1,44 kg/ha de glyphosate associado a 0,72 kg/ ha do mesmo herbicida em aplicação seqüencial, 15 dias após a primeira. A aplicação de 120 g/ha de quizalofopp-tefuryl (produto comercial Panther 120 CE) e 1,44 kg/ha de glyphosate, aplicado 15 dias após a aplicação de quizalofop-p-tefuryl, também resulta em controle satisfatório. O glyphosate e o quizalofop-p-tefuryl são herbicidas sistêmicos, assim, para maior eficácia de controle, é desejável que as plantas a serem pulverizadas estejam em plena atividade metabólica. O fator metabólico da planta é de grande importância, pois influenciará na absorção, translocação e ação dos herbicidas”, disse a professora.
  • 33. Culturas de Rotação A hora da verdade Marino Guerra Se errar no momento do arranquio e colheita do amendoim, o produtor desperdiçará todo o trabalho que teve durante o desenvolvimento de sua lavoura O adubo pode ter sido aplicado corretamente, ter escolhido a variedade ideal, ter usado corretamente os defensivos e ter chovido o suficiente para desenvolver a lavoura da melhor forma possível, mas se o produtor errar na hora de fazer o arranquio e a colheita do amendoim, todo o trabalho anterior vai por água abaixo. terna da casca; 4º) Separar as vagens de coloração escura das claras; 5º) Pesar e determinar a porcentagem de vagens com coloração escura. O primeiro segredo está na escolha do ponto ideal de maturação da vagem para se fazer o arranquio. Para escolher a época certa, o produtor precisa tomar muito cuidado, pois não existe nenhum sintoma característico que permite ter certeza total da maturação da vagem. Tendo em vista a necessidade do aumento da produção, com o objetivo de reduzir os custos, a mecanização do arranquio se desenvolveu bastante, fazendo com que a maioria das lavouras comerciais retire, mecanicamente, o amendoim da terra. Arrancar o grão antes da hora deixará o amendoim com sabor desagradável, suscetível ao ataque de insetos e contaminação por aflatoxina, além de queda na produtividade. E colher o grão tardiamente ocasionará despencamento das vagens durante os processos de arranquio e colheita. Antes de iniciar, é preciso analisar a necessidade de roçar a rama, no caso de variedades eretas. Outro ponto que é necessário ser analisado é se o plantio foi realizado de forma uniforme, pois se esse cuidado não foi tomado, o produtor poderá ter problemas na eficiência para arrancar o grão. Deixar a lavoura limpa de plantas invasoras e principalmente arrancar com um nível baixo de desfolha, a fim de controlar possíveis doenças, são outros aspectos relevantes. Uma das formas usadas para determinar o ponto ideal do arranquio do amendoim é o método da “Raspagem da Casca”, que consiste nos seguintes procedimentos: 1º) Arrancar manualmente um metro linear em vários pontos da lavoura a ser analisada; 2º) Separar todas as vagens das plantas arrancadas, inclusive as vagens ainda em formação; 3º) Raspar as vagens com um canivete/faca retirando a parte ex- Além de saber escolher o amendoim na sua maturação certa, o produtor também precisa escolher o dia em que a umidade do solo esteja ideal para o serviço. No caso da arrancadora, é preciso ajustar a largura e a profundidade de corte, manter as lâminas sempre afiadas, avaliar constantemente a altura de regulagem das “rodas de chacoalhação”, deixar a velocidade do trator compatível com a velocidade da esteira e alinhar o trator em relação às linhas do amendoim. Logo após a vagem arrancada, vem o processo de secagem, que consiste na redução de sua umidade a níveis menores que 10%, normalmente, quando sai da terra, a umidade é de 35% a 45%. Sem a interferência de secadores, o amendoim teria que ficar no tempo de seis a sete dias, caso ocorresse alguma precipitação o grão demoraria mais tempo para ser colhido. Cooperativas que investiram no sistema de secagem do grão, principalmente para valorizar o produto de seus cooperados diminuindo assim o risco de contaminação por aflatoxina, recebem o produto com cerca de 18% a 15% de umidade, depois de ter passado de dois a três dias de secagem natural. Como o arranquio, a maioria das plantações comerciais realiza a colheita mecanizada, na qual consiste na separação das vagens e ramas com utilização de colheitadeiras. Mesmo demonstrando o processo mais simples dentro do procedimento de colheita, é preciso tomar pelo menos três cuidados básicos: 1º) Retirar o máximo de vagens perfeitas por planta; 2º) Evitar danificação mecânica das vagens; 3º) Remover a terra, restos de plantas e outros materiais que acompanham as vagens. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 33
  • 34. Novas Tecnologias Decifrado o DNA de bactéria presente na cana Cristiane Barão Inoculante, a ser colocado no mercado em cinco anos, poderá reduzir custos com fertilizantes D epois de cinco anos de pesquisas, os cientistas finalizaram o sequênciamento do código genético da bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, uma das bactérias responsáveis pela fixação biológica de nitrogênio da cana-de-açúcar. Com os genes decifrados, o potencial de geração de nitrogênio da bactéria poderá ser aumentado, estimulando o seu funcionamento como adubo natural. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agrobiologia, José Ivo Baldani, a expectativa é de que, dentro de cinco anos, seja colocado no mercado um inoculante feito com esta bactéria para cana-de-açúcar. Com o conhecimento do DNA da gluconacetobacter, a idéia é torná-la ainda mais benéfica, através de alterações especificas no genoma. Essas bactérias, na forma de inoculante, seriam aplicadas nas mudas micropropagadas (mudas produzidas em laboratório em que se obtêm plantas idênticas à “planta mãe”- clonadas) antes de elas serem plantadas no solo. Como a bactéria é totalmente dependente da planta para sobreviver, ela não se espalha para o meio ambiente, não havendo assim risco ambiental no processo. Com isso, poderá haver redução de até 30 % da quantidade de fertilizantes nitrogenados aplicados em toda área de cana-de-açúcar no Brasil. Segundo a Embrapa, com o inoculante, a economia estimada poderá chegar a R$ 59 milhões anuais somente nesta cultura. Além disso, a diminuição de adubos químicos trará benefícios ao meio ambiente, segundo a Embrapa. A Gluconacetobacter diazotrophicus foi isolada pela primeira vez por pesquisadores da Embrapa Agrobiologia em 1988. Presente em culturas como a cana-de-açúcar, batatadoce, abacaxi e capim elefante, a bactéria é essencial para o crescimento destas espécies vegetais porque é uma das principais responsáveis pelo processo denominado “fixação biológica de nitrogênio” (FBN), em que o elemento é retirado da atmosfera e transferido para José Ivo Baldani, pesquisador da Embrapa as plantas. A bactéria produz ainda hormônios vegetais e aumenta o sistema radicular (raízes), ampliando a absorção de nutrientes do solo. Denominado Riogene, o projeto foi iniciado em 2001 e contou com a participação da Embrapa Agrobiologia e um pool de universidades. Foram investidos cerca de R$ 5 milhões na pesquisa. Outras pesquisas sobre a cana Uma característica muito especial da cultura da cana é possuir um sistema de fixação biológica de nitrogênio (FBN) altamente eficiente, razão pela qual consegue crescer e produzir bem em solos extremamente pobres em nitrogênio (N). As pesquisas sobre FBN em canade-açúcar na Embrapa Agrobiologia, se intensificaram a partir da década de oitenta. Desde então o Centro de Pesquisas vem recebendo financiamento para estes estudos. Segundo o diretor da Embrapa, José Geraldo Eugênio, o que se espera com estas pesquisas é uma redução de pelo menos 15% do fertilizante nitrogenado aplicado na cultura, contribuindo desta forma para a economia de recursos e para a preservação do meio ambiente. Bactéria que teve o gene decifrado 34 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 O suporte para estas pesquisas foi a identificação de várias espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio que vivem associadas à cultura da cana. Dentre estas bactérias, além da Gluconacetobacter diazotrophicus, que já teve o gene decifrado, há também a Herbaspirillum seropedicae e H. rubrisubalbicans. Todos isolados nos laboratórios da Embrapa em Seropédica, no Rio de Janeiro.
  • 35. Agende-se Janeiro de 2006 Curso de Especialização em Manejo do Solo Data: de 02 de fevereiro de 2007 até 12 de dezembro de 2007 Local: Departamento de Solos da ESALQ/USP Temática: Voltado para profissionais graduados em engenharia agronômica ou em outras áreas correlatas o curso tem o seguinte programa: 1. Solos brasileiros: materiais de origem, classificação e características gerais. 2. Manejo físico e compactação do solo 3. Sensoriamento remoto/ Planejamento e Uso da terra. 4. Sistemas de preparo / Conservação dos solos. 5. Reações da matéria orgânica e dos nutrientes das plantas nos solos. 6. Avaliação da fertilidade do solo. 7. Principais organismos do solo e suas interações com as plantas cultivadas. 8. Funções e sintomas de deficiência e toxicidade dos nutrientes das plantas. 9. Recuperação de solos degradados química e/ou fisicamente 10. Sistemas de aplicação de corretivos e fertilizantes. 11. Calagem e adubação de culturas de interesse econômico. 12. Manejo do solo sob plantio direto. Maiores Informações: (19) 3417 6604 ou pelo e-mail cdt@fealq.org.br Mega Evento Massey Ferguson/Copercana Data: 08 e 09 de fevereiro de 2007 Local: Unidade de Grãos da Copercana – Sertãozinho-SP Temática: Evento onde serão expostos a linha de tratores Massey Ferguson aos cooperados da Copercana. Maiores Informações: (16) 3946 4200 XXX Congresso Paulista de Fitopatologia Data: 13 a 15 de fevereiro de 2007 Local: Unesp – Campus de Jaboticabal Temática: A Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias sediará entre os dias 13 e 15 de fevereiro de 2006 o XXX Congresso Paulista de Fitopatologia. O Congresso Paulista de Fitopatologia em sua 30ª reunião é um dos mais tradicionais eventos técnico-científicos dessa especialidade, tanto no âmbito estadual quanto nacional. É um dos mais esperados eventos para apresentação e discussão de resultados de pesquisas inéditas nos diversos ramos da fitopatologia. Maiores Informações: (16) 3202 4275 ou pelo e-mail cpfitopatologia@fcav.unesp.br Encontro Mao Shou Tao Agrícola 2007 Data: 14 e 15 de fevereiro de 2007 Local: Fazenda Boa Fé do Grupo Mao Shou Tao- Conquista-MG Temática: O MA SHOU TAO AGRÍCOLA 2007 é dividido em dois eventos. O Encontro Técnico de Milho e Soja, que acontecerá no período da manhã e oferecerá ao participante a oportunidade de absorver conhecimento apresentado na prática e, no período da tarde, grandes possibilidades de negócios, a Exposição de Tecnologia Agrícola. Por isso, é possível afirmar que trata-se de um evento de referência internacional, tanto para empresários rurais como para formadores de opinião de todo o Brasil. Maiores Informações: (34) 3318 1500 ou pelo e-mail thiago@maoshoutao.com.br Plano de Eliminação Gradativa da Queima da Palha de Cana-de-Açúcar Data: 20 de fevereiro (último dia para o agendamento de visitas dos topógrafos) Local: Escritórios da CANAOESTE Temática: Elaboração dos obrigatórios requerimentos de autorização de queima controlada da palha da cana-de-açúcar para os fornecedores associados da Canaeoste Maiores Informações: (16) 3946 3300 Revista Canavieiros - Setembro de 2006 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de esclarecer, de maneira didática, algumas dúvidas a respeito do português 1) Você quer que eu FAÇO tal coisa? ou Você quer que eu PEGO tal coisa? “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” ATUALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR Nesta obra, foram reunidas informações e experiências de vários autores nas quais buscam tornar mais acessível às informações básicas e aplicadas à cultura da canade-açúcar. ...com o Português conjugado de forma incorreta nada será feito... Prezado amigo leitor, vamos lembrar do IMPERATIVO AFIRMATIVO dos Verbos FAZER e PEGAR? Imperativo Afirmativo – FAZER (verbo Irregular) Faz/ Faze tu Faça você Façamos nós Fazei vós Façam vocês Obs.: Faz/ Faze - Há duas formas do mesmo valor com o TU Imperativo Afirmativo – PEGAR (verbo Regular) Pega tu Pegue você Peguemos nós Pegai vós Peguem vocês O correto é: Você quer que eu FAÇA tal coisa? ou Você quer que eu PEGUE tal coisa? 2) Pedro disse de SOPETÃO a notícia? Todos levaram um susto... principalmente a Língua Portuguesa!!! Pedro, o correto é SUPETÃO. Dica: Supetão é da mesma família de SÚBITO (com U). Supetão significa “de súbito”, de repente, inesperadamente... PARA VOCÊ PENSAR: Provérbio camoniano: “No mundo não tem boa sorte, senão quem teve por boa a que tem” Camões 36 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia São 27 capítulos escritos por professores, pesquisadores, técnicos renomados que aceitaram o desafio de compartilhar suas experiências com os leitores. O livro aborda diversos aspectos da planta, tais como: morfológico, fisiológico, do seu melhoramento, do seu planejamento agrícola e varietal, da produção de mudas, da implantação, do manejo da cultura (calagem, adubação, fitossanidade), da busca por maior produtividade, da viabilidade do uso de tecnologias avançadas (maturadores, reguladores vegetais, micronutrientes, aplicação de produtos fitossanitários e irrigação, e das estratégias visando melhorar a qualidade da matéria-prima e da colheita, sem deixar de abordar boas práticas ligadas ao manejo ambiental da agroindústria canavieira (uso da vinhaça, manejo de solo, produção de plástico biodegradável) e de termos usuais do setor envolvendo também aspectos do pagamento da cana-de-açúcar e das perspectivas ligadas ao setor sucroalcooleiro. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros, podem procurar a Biblioteca da Canaoeste em Sertãozinho – Rua Augusto Zanini, nº 1461 ou pelo telefone (16) 3946 3300 Ramal 2016.
  • 37. Repercutiu “O modelo atual é uma posição reativa que já se esgotou. Temos de caminhar para uma fórmula para que o governo seja mais pró-reativo.” Luís Carlos Guedes Pinto, ministro da Agricultura, sobre a reforma na política agrícola que deve ocorrer no segundo mandato do governo Lula “São Paulo pode começar a cobrar royalties sobre a produção de álcool.” Notícia divulgada a partir do blog do prefeito do Rio, César Maia, que participou do encontro dos governadores do sudeste. A informação foi negada pela assessoria do governador José Serra, mas provocou polêmicas no setor. “Não faria sentido exigir royalties pela produção de álcool sob alegação de que há degradação das condições de produção, como está (ou esteve) escrito no blog do prefeito César Maia. Fosse assim, prefeitos e governadores já estariam arrancando royalties de qualquer vaso de samambaia ou, até mesmo, de matagal nascido em roça abandonada”. Celso Ming, jornalista do Grupo Estado em artigo escrito sobre o boato divulgado pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, no qual informava uma possível intenção do governador José Serra em cobrar royalties pela produção de álcool.
  • 38. Compro urgente: Caminhões traçados, ano acima de 81, pago à vista dependendo do estado de conservação até o dia 10/02/2007. Em caso de interesse entrar em contato com Dr. Pablo – Fone: (65) 9975-8148 ou e-mail: cs_spark0@hotmail.com. Quem ler este assunto e souber de alguém interessado em vender, entrar em contato, pois terá comissão assegurada. Grato pela atenção. Compro: Caminhão traçado pronto para trabalhar ou em situação de fazer alguns reparos, qualquer negócio entrar em contato com o Sr. João Gazoti - Fone: (18) 9749-5042, (18) 9749-5707, (18) 3704-2920 ou e-mail: jr_fake@hotmail.com Troco: Cavalo Mecânico Scânia 86 H trucado, por caminhão traçado para plantio de cana. Interessados favor entrar em contato com Sr. Márcio Satorion – Fone: (18) 9727-9974, (18) 8129-3687, (18) 38713402 ou e-mail: marciosantorion@hotmail.com.br Vendo: Pick-up Strada 2004, prata, 1.3 Fire, A.C.D.H., impecável. Falar com Leonardo Corbo – Sertãozinho/SP – Fone: (16) 3942-8034 / 81132335 ou e-mail: leocorbo@ig.com.br Vendo: Kart Cross, Motor Yamaha, 135 Cilindradas, funcionando. Falar com Rodrigo de Antônio – Sertãozinho/SP Fone: (16) 3942-6855 Vendo: Caminhão Dodge Traçado, ano 85, com carroceria de cana, por apenas R$40.000,00 – negócio em particular. Caminhão traçado com carroceria de cana, ano 85, pronto para trabalhar, preço: R$ 40.000,00. Ambos se encontram em Penápolis, onde moro – em caso de interesse, entrar em contato com Sr. Hugo – Fone: (18) 9776-0358 ou e-mail: p9j7@hotmail.com Vendo: Caminhão 2422 - Pronto para trabalhar, ano 98, motor Cummins, pneus semi-novos, cor branca, no chassi, gabine leito, R$85.000,00 Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Celso Rosa Fone: (45) 9107-4120 ou email: omrtransportes@bol.com.br Vendo: Caminhão Traçado 2213, ano 81, todo modificado com um cardã, bom de motor, pronto para trabalhar. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Silvio Borghi – Fone: (016) 36641535 / 8141-3813 ou email: santaritaveiculo@terra.com.br Vendo: Caminhão MB 2314, ano 1991, em ótimo estado de conservação, R$90.000,00. Retroescavadeira, modelo Case 580-H, ano 1980, em ótimo estado e trabalhando, tenho fotos – Preço: R$ 30,000,00. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Belei - Fone: (14) 8116-9030 ou email: jibelei@gmail.com 38 Revista Canavieiros - Janeiro de 2007 Vendo: Caminhão traçado Dodge, ano 85, com carroceria de cana, motor e câmbio na garantia, bom de funilaria e pintura R$42.000,00 - Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Alexandre – Fone: (14) 9714-0056 (Jaú/SP) ou email: alexandrepaludetto@ig.com.br Vendo: 01 Caminhão Scania 124 360cv, 6x4, ano 2000, com carroceria canavieira e 01 caminhão Scania 113 360cv, 6x4, ano 1997/98, com carroceria canavieira - Preço a combinar. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Edgar Cavalini ou Pirilampo – Fone: (18) 3282-3853 / 3282-1874 / 9722-3201 ou email: autopecaspirilampo@hotmail.com Vendo: Caminhão traçado VW 24-250, ano 99, com gaiola para cana preta e plantio. O caminhão está bem conservado, bom de mecânica/pneus e está trabalhando. Em caso de interesse, entrar em contato com Sr. Dias – Fone: (19) 8161-6509 – Preço R$105.000,00 ou e-mail: levi.carmo@superig.com.br Vendo: Caminhão Irrigadeira, Pipa D, 19000 6X2, com tanque de água para 10.000 litros, único dono. Preço de ocasião: R$39.990,00 - não aceito contra oferta. Caminhão CHEVROLET D-19000 6X2, ano 87/87, com tanque de água para 10.000 litros, único dono, sempre foi irrigadeira desde zero, veículo novo. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Airtom - Fone: (19) 9716-6201 ou 3541-4893 ou email: abersan@ig.com.br Vendo: Caminhão traçado VW 24220, ano 1996 no chassi, revisado e com garantia, R$82.000,00. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Alexandre - Fone: (14) 9714-0056 ou email: alexandrepaludetto@ig.com.br caixinha, motor, pneus e cambio ok, ano e modelo 76 no chassi. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Fabio - Fone: (16) 9796-9290 ou 9102-0061 ou email: fabiomattei@metalnet.com.br Vendo: Plantadeira – Jumil 2S, 4 Linhas mecânicas, nova, muito conservada, com 4 discos, possuo a nota de compra (R$ 3.500,00) – Cássia dos coqueiros. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sra. Vera Lúcia - Fone: (16) 9796-1178 ou email: veraggcesar@yahoo.com.br Vendo: 1 Reboque canavieiro, 7,5 metros, Cana inteira, ano 1985 – Chassis laterais revisados, sem pneus – Preço: R$ 27.000,00. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Marcos Eleotério – Fone: (18) 3421-7338 ou email: m.eleoterio@regionaltelhas.com.br Vendo: Valtra Mega 855, 150cv, ano 98, cabinado com ar, motor Valtra, suspensão dianteira, revisado – Preço: R$ 70.000,00. Há fotos e mais ofertas no site www.zpttratores.ubbi.com.br. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. José Paulo Prado - Fone: (19) 3541-5318, (19) 9758-4054 ou email: zptratores@yahoo.com.br Vendo: 40 Alqueires com cana, indo para o 3º corte. 110 alqueires de arrendamento de cana – O local fica em média 6 km da Decasa-SP (no município de Caiua). Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. David - Fone: (18) 9128-6555 ou email: davidc.tenorio@uol.com.br Vendo: Plantadeira PST2 tatu, ano98, 7 linhas, plantio direto, em ótimo estado de conservação, preço a combinar. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. José Luiz – Fone: (18) 9733-8510 ou email: jol.zelcam@ig.com.br Vendo: Caminhão traçado MB 2220, ano 1987, com gaiola. Caminhão Traçado MB 2325, ano 1992, todo revisado, raridade, pronto para trabalhar. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Assis Fone: (16) 9187-1897 ou email: ppratali@uol.com.br Vendo: Mercedes Bens 2217, ano 87, canavieiro, em ótimo estado – Preço: R$ 90.000,00 com carroceria e R$ 80.000,00 no chassi, aos interessados envio fotos por e-mail. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Carlos Soares de Souza - Fone: (18) 3991-1943, (18) 3282-4305, (18) 9709-6081 ou email: carlossoares@sabesp.com.br Vendo: Carregadeira de cana Motocana S800, cabinada num trator Valmet 885 4x2, os dois ano 99. Tenho outras maquinas. Em caso de interesse, entrar em contato com o Sr. Paulo Afonso Duarte Fone: (44) 9118-8057 ou email: pauloafonsoduarte@hotmail.com Vendo: Terrenos para uso residencial, com valor financiado no local; Jardim Ouro Verde – Cruz das Posses – Contato Tel: (16) 3949-1996 José Mário ou (16) 3945-7390 Antônio. Vendo: MB L 2213 Traçado, turbinado, hidráulico, freio a ar no truck, 4.80. Foram gastos R$8.000,00 na Mercedes nos dois diferenciais e na Vendo: Santana, ano 96/96, vermelho perolizado, completo. Tratar com Silvio – 16 39428160 – Sertãozinho/SP
  • 39. Revista Canavieiros - Janeiro de 2007