- Fernando Lopes foi um cineasta português cuja infância foi passada em Ourém e mais tarde mudou-se para Lisboa aos 10 anos. Trabalhou em vários empregos enquanto continuava os estudos.
- Tornou-se bolseiro do Fundo do Cinema Nacional em 1959, o que o levou para a London Film School na Inglaterra. Em 1964 dirigiu o filme Belarmino, considerado uma obra-chave do Novo Cinema português.
- João Lopes fez um documentário sobre a vida e obra de Fernando Lopes, traçando
2. o Fernando Lopes foi um cineasta português.
o A sua infância foi passada em Ourém, aos
cuidados de uma tia, e veio para Lisboa aos
dez anos, ao encontro de sua mãe.
o Depois começou a trabalhar, como paquete,
à medida que continuava os estudos, no
Ensino Técnico. Aparece na realização
através do movimento cine-clubista.
o Em 1957 ingressa no quadro técnico
da Rádio e Televisão de Portugal, então
inaugurada.
o Em 1959 torna-se bolseiro do Fundo do
Cinema Nacional, o que o leva para a
London Film School, em Inglaterra,
obtendo um diploma em Realização de
Cinema.
3. Em 1064 assina Belarmino, uma média-metragem sobre a vida
do pugilista Belarmino Fragoso, considerada obra-chave no
movimento do Novo Cinema português, ao lado de Dom
Roberto e Os Verdes Anos.
Em 1965 faz um estágio em Hollywood, onde permanece três
meses. Ao regressar filma Uma Abelha na Chuva, em 1971,
que se tornaria, com Belarmino e, posteriormente, O Delfim,
em 2002, as obras mais significativos da sua filmografia.
Fernando Lopes foi ainda co-fundador e director da RTP2, na
década de 1980, e leccionou durante vários anos no Curso de
Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema.
98 Octanas (2006), Os Sorrisos do Destino (2009) e Em
Câmara Lenta (2012) são os seus mais recentes filmes.
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6. „A certa altura, em “Fernando Lopes, provavelmente”, o Fernando resume o seu
desejo de cinema nomeando as matérias essenciais do seu trabalho. Ou seja: imagens e
sons. É uma velha máxima de inspiração godardiana, comme il faut, mas que não se esgota
em nenhuma beatitude cinéfila nem favorece qualquer nostalgia preguiçosa.
Trabalhar imagens e sons não é “reproduzir” o real. Mas também não é um
processo de negação. Será antes uma forma de prolongar o real, pressentindo a vertigem do
seu labirinto, o inesperado das suas dobras. É essa, aliás, a maravilha ancestral do cinema:
não se sai do real para o fazer, mas entra-se numa outra dimensão da sua ontologia. Daí
também o corolário das alianças entre imagens e sons. A saber: o nunca resolvido
equilíbrio entre ficção e documentário. Não me considero um espectador “ideal” da obra do
Fernando. Aliás, mea culpa, demorei muitos anos a compreender o seu carinho por um
filme como “O Fio do Horizonte”, porventura o seu filme mais pessoal (ou mais solitário).
Quis, assim, tentar desenhar uma paisagem onde fosse possível criar um jogo de
ecos e reverberações entre quem olha e quem é olhado, ambicionando, confesso, que esse
jogo pudesse contar com a disponibilidade do próprio espectador. Daí que, ao fazer este
filme, tenha sentido que o Fernando me levava para um mundo de vertiginosa ficção (ou
ficções, uma vez que o plural é, aqui, a marca de uma obstinada militância). Em todo o
caso, caminhar no sentido dessas ficções não era fugir ao real, mas penetrar cada vez mais
nas tensões vivas que o fazem ser mais do que a mera inventariação dos seus elementos.
No limite da ficção poderia estar, afinal, o esplendor do documento. C‟est la vie.
Para mim, o Fernando é alguém que se comove com as suas próprias personagens. Disse-
mo uma vez a propósito da Laura e do José Maria, no “Lá Fora”. Se mais nada tivesse
acontecido, isso bastaria.‟
7. João Lopes, crítico de cinema e argumentista, estreou-se no cinema aos 18 anos como
assistente de realização de Eduardo Geada.
Incentivado pelo produtor Pedro Borges, da Midas Filmes, a fazer um filme sobre Fernando
Lopes, João Lopes acabou por traçar um retrato, quase um diálogo com um dos grandes
experimentadores do cinema português, que sempre se empenhou em desafiar as fronteiras
entre a ficção e o documentário.
João Lopes, para este documentário, não quis seguir os automatismos e formalidade deste
género cinematográfico, muitas vezes assente em entrevistas e montagem de imagens.
"Não é um filme que se queira objectivo, parte de duas subjectividades, a do próprio Fernando
e a minha", sublinhou João Lopes.
João Lopes filmou Fernando Lopes em locais como o café Vavá, na Avenida de Roma,
epicentro da geração do Cinema Novo, o antigo Clube Desportivo da Mouraria, local de
treinos de boxe que aparece em "Belarmino", e a aldeia onde nasceu, perto de Alvaiázere.
8. Documentário é um gênero cinematográfico que se caracteriza pelo
compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve
deduzir que ele represente a realidade «tal como ela é». O documentário, assim
como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjectiva da realidade.
O filme documentário foi pela primeira vez teorizado por Dziga Vertov, que
desenvolve o conceito de «cinema-verdade» (kino-pravda), defendendo a ideia
da fiabilidade do olho da câmara, a seu ver mais fiel à realidade que o olho
humano - ideia ilustrada pelo filme que realizou Cine-Olho em 1924 -, visto ser
uma reprodução mecânica do visível.
9. Jornalísticos: com temas da atualidade e esteticamente
leve.
Históricos: relembrando e reinventando o passado.
Culturais: homenageando, divulgando artistas, estilos,
movimentos etc.
Filosóficos ou psicológicos: trabalhando com temas
abstratos.
10. Com este trabalho conclui que um documentário é
importante para a cultura de uma pessoa, pois aprende-mos
novas coisas sobre o mundo ao nosso redor. Aprende-mos
coisas que nunca pensamos que existissem e em relação aos
documentários da vida de uma pessoa como o exemplo que
dei neste trabalho, acho bastante interessante pois vemos
como uma pessoa evolui na vida ou até as dificuldades que
essa pessoa pode ter.