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A ALIMENTAÇÃO, A JEJUNOTERAPIA,
             A URINOTERAPIA E A HOMEOPATIA
              HARMONIZANDO O SER HUMANO.




 Alimentação:

                         “Fazei do alimento vosso remédio”
                                     (Hipócrates)

        Em busca por um modo de vida saudável e harmonioso, o homem moderno
torna-se cada vez mais consciente de sua alimentação, cuja importância sempre foi
apontada por todas as técnicas e recursos terapêuticos da Medicina Natural. Assim, na
medicina védica, por exemplo, a dieta apropriada a cada tipo de constituição física é o
primeiro passo para seguir um tratamento; já na medicina chinesa – para a qual o
médico especialista em nutrição é o elemento mais respeitado na comunidade – todos
os alimentos são empregados como remédio.
        A     dietética era uma das importantes disciplinas que constavam dos
ensinamentos da Escola de Cós – ilha grega que abrigava o Templo de Asclépio,
considerado o pai mitológico da Medicina. Nascido na ilha, aluno e posteriormente
professor desse centro de estudos, que veio a ser a primeira escola de medicina
científica da Antiguidade, Hipócrates via na alimentação bem balanceada o melhor
caminho para que seus discípulos se tornassem médicos saudáveis e equilibrados. Esta
era também uma das regras básicas da escola tibetana, onde os médicos se submetiam a
dietas rigorosas quando não se consideravam aptos a clinicar.
        A medicina natural atual apresenta várias filosofias e técnicas alimentares
distintas, como a macrobiótica, o vegetarianismo, as monodietas, etc. Visando oferecer
ao leitor as informações mais úteis e necessárias para a prática de uma alimentação
saudável e harmônica, optamos pela orientação de especialistas não radicais, que


                                                                                     1
procuram reconhecer e enfatizar os pontos comuns entre as diversas tendências. Assim,
este Guia Prático expressa uma visão holística, desvinculada de doutrinas e ideologias,
sintonizada apenas com a filosofia da Ordem do Universo e suas leis intrínsecas e
imutáveis.

                    Alimentação: o pilar da medicina natural

                  Se o alimento é puro, a mente também será pura;
                      se a mente é pura, o espírito será também.
                         (Antiga máxima da sabedoria hindu)

        Tudo o que usamos como alimento passa a fazer parte do nosso organismo –
dos ossos, do sangue, dos tecidos, da essência mais sutil de nosso metabolismo
bioquímico. Alimentação tem ação direta sobre o nosso humor, temperamento, impulsos
e pensamentos.
        É por esse motivo que devemos nos preocupar com os alimentos que ingerimos
diariamente: eles determinam a qualidade de nossa vida como um todo e da nossa saúde
em particular. Existem diversos sistemas de alimentação e cada um deles exerce um tipo
de influência sobre o organismo. Neste trabalho, apontaremos os mais comuns adotados
por aqueles que se preocupam em ter um modo de vida mais naturalista.


                                  Uma dieta saudável

         Cresce em todo o mundo o interesse por uma alimentação equilibrada, saudável,
mas muita gente ainda se sente um tanto confusa em relação ao assunto: quais os
alimentos que devem fazer parte dessa dieta?
         Na verdade, trata-se simplesmente de preferir os alimentos integrais produzidos
de modo natural, aos quais nada foi acrescentado (sob a forma de aditivos) e dos quais
nada foi retirado ( como acontece com os produtos “refinados” ). Fazem parte desses
alimentos os cereais integrais, os frutos secos (nozes, amêndoas, amendoim, etc.) e
sementes ( de gergelim, abóbora, etc.), as frutas e hortaliças frescas, e, ainda, a carne e
os laticínios provenientes de animais criados o mais naturalmente possível. Os
alimentos naturais e integrais também incluem produtos derivados que não contêm
aditivos, como o pão integral, por exemplo.
         Se a pessoa não consegue abolir o uso da carne ela pode diminui-la de sua
alimentação, pouco a pouco.
         Porém em determinados adoecimentos, como o câncer, por exemplo, fica difícil
tratar a pessoa sem retirar a carne de sua alimentação.

                                O mais natural possível

       Idealmente, os alimentos integrais devem ser aqueles cultivados ou criados de
forma orgânica, isto é, livres de fertilizantes químicos, antibióticos, hormônios ou outras
drogas usadas comumente pela indústria de produção de alimentos. Essa condição,
fundamental para a qualidade e pureza dos alimentos, é uma preocupação sempre
presente na medicina natural, que está voltada basicamente para a alimentação orgânica.
       Em muitos países, e nos Estados Unidos em particular, a opinião pública tem
sido cada vez mais mobilizada a esse respeito. Nos últimos anos tem crescido bastante a
quantidade de lojas e entrepostos de alimentos orgânicos na América e na Europa, e já


                                                                                         2
se podem encontrar tais produtos nos supermercados comuns, sob a fiscalização de
órgãos do governo. E graças ao desenvolvimento da agricultura biológica ou natural,
que evita a aplicação de adubos sintéticos e de defensivos agrícolas no combate às
pragas, também cresceu, obviamente, a produção de alimentos orgânicos.
       No Brasil, onde essa consciência é ainda incipiente, é quase impossível a prática
de uma alimentação totalmente orgânica. Com o movimento iniciado pela macrobiótica
há algumas décadas, e posteriormente com a criação das comunidades rurais, houve o
despertar, tímido ainda, para a questão dos aditivos e dos agrotóxicos e para o perigo
dos mesmos para a saúde (mesmo em doses ditas “aceitáveis”, determinadas pelos
próprios fabricantes). Atualmente vem se alargando o mercado consumidor preocupado
com o assunto, e vários produtos orgânicos já são encontrados no comércio
especializado – os entrepostos e restaurantes naturais.


                              Sistemas de alimentação

                    Da absoluta proibição aos produtos animais
          e seus derivados às dietas de alimentos crus ou apenas de frutas,
                  um rápido painel dos exemplos de vegetarianismo.

       No Ocidente, a medicina natural desenvolveu ao longo do tempo uma forte
tendência vegetariana, por considerar que os alimentos vegetais, selecionados de acordo
com critérios filosóficos e segundo seus efeitos medicinais, são os mais adequados
para a nutrição do homem, enquanto o consumo de carnes e produtos industrializados
pode trazer os mais diversos problemas para a saúde.
       Dentro do sistema vegetarianista, existem modalidades mais ou menos radicais,
como veremos a seguir.


  Vegetarianismo exclusivo                     Ovo-lacto-vegetarianismo
          Considerada a mais autêntica,                É a modalidade mais liberal,
  não admite o consumo de nenhum               que admite o consumo de alimentos de
  produto de origem animal, nem                origem animal com exceção da carne.
  mesmo os ovos ou o leite e seus              São permitidos os ovos, todos os
  derivados. Pode, contudo, ser de dois        laticínios e, obviamente, todas as
  tipos: o vegetarianismo exclusivo            verduras, as raízes, as leguminosas, os
  comum, que aceita os alimentos               tubérculos e os cereais. Os alimentos
  industrializados, e o orgânico/integral,     vegetais industrializados, o açúcar
  que utiliza apenas os cereais integrais      branco, as farinhas brancas não
  e, na medida do possível, busca os           integrais, o sal refinado etc. podem ser
  alimentos naturais, livres de produtos       usados normalmente.
  químicos, como aditivos sintéticos e
  agrotóxicos.




                                                                                          3
Crudivorismo                                 Frugivorismo
          Os     adeptos     desta   dieta              Esta modalidade é adotada
   consomem         apenas       alimentos      pelos vegetarianos mais radicais, que
   absolutamente crus, pois acreditam           se alimentam apenas de frutas. Eles se
   que o verdadeiro alimento é aquele           baseiam no princípio de que as frutas
   que se apresenta conforme a natureza         são uma dádiva da natureza e
   o oferece. Desse modo, consomem              constituem o mais perfeito tipo de
   principalmente frutas, verduras, brotos      alimento para o homem. Criticam o
   de leguminosas, algumas raízes,              vegetarianismo comum alegando que
   tubérculos e cereais que podem ser           mesmo o consumo de verduras, raízes
   comidos crus, como o trigo integral e a      e legumes exige a morte de uma
   aveia.                                       planta, o que não acontece quando se
          Alguns crudivoristas aceitam o        colhe uma fruta. Alguns admitem o
   uso do leite e seus derivados, mas não       cozimento eventual de certas frutas,
   os ovos e outros subprodutos animais.        mas de modo geral são crudivoristas
                                                também.


   Cerealismo
           Este tipo de vegetarianismo é considerado o mais perfeito em termos
   filosóficos. Parte de um conceito próximo ao dos frugivoristas, porém considera os
   cereais integrais pequenos frutos energéticos e mais concentrados que as frutas e,
   portanto, mais nutritivos.
           Neste caso, o fogo(ou o cozimento) e o sal são vistos como recursos do
   homem, portador de inteligência, que se elevou da condição de hominídeo da
   floresta e foi capaz de transformar os alimentos, tornando-os mais digestivos, mais
   assimiláveis e adaptados ao organismo humano em franco aperfeiçoamento.
           O consumo exclusivo de cereais é muito raro; em geral o que ocorre é que
   os cereais são consumidos em maior quantidade que os demais alimentos, como no
   caso da macrobiótica, sistema de alimentação apresentando em detalhe nesta
   monografia.



                         Elementos básicos da alimentação
                          O segredo de uma dieta saudável,
                        segundo os nutricionistas tradicionais,
                   está na variedade e no equilíbrio dos alimentos.

 Cereais integrais (arroz integral, centeio, trigo integral, soja, etc.) e seus derivados
(farinhas, macarrão, etc.). Ricos em carboidratos e fibras, os cereais integrais têm baixo
teor de gordura e, quando combinados com leguminosas, fornecem valiosas proteínas.
Os pratos feitos com eles satisfazem mais e têm menos calorias que as comidas que
utilizam os cereais refinados, como a farinha branca, o arroz branco, etc.




                                                                                         4
 Leguminosas ( ervilha seca, lentilha, feijões, favas, etc.). Têm alto teor de
carboidratos e fibras, com baixo teor de gordura. Boa fonte de vitamina B e minerais,
podem ser usadas em sopas, saladas e para acompanhar cereais, substituindo a carne.
 Gorduras. Uma            dieta saudável deve incluir óleos monoinsaturados e
poliinsaturados, como azeite de oliva, óleo de sementes de girassol e de milho. Óleo
extraidos a frio são preferíveis porque geralmente são usados produtos químicos no
caso dos óleos processados a quente. Óleos vegetais contêm vitamina E e ácidos
graxos(vitamina F), e devem ser usados em lugar de margarina, manteiga, banha e
gordura animais saturadas.

  Frutas e hortaliças frescas. Contêm fibras e são nossa principal fonte de vitamina
C; ricas também em minerais, muitas têm ainda caroteno, que o organismo transforma
em vitamina A.

 Produtos de origem animal (frango e ovo “caipira”, ou seja, não de granja, onde os
animais são muitas vezes alimentados com hormônios; carne, peixe, leite e laticínios
provenientes de animais criados em solo sem fertilizantes químicos). Os produtos
animais contêm proteínas e fornecem vitaminas do complexo B; carne e leite integral
têm mais gorduras que aves, peixes e leite desnatado. Carne, peixes e ovos fornecem
ferro; leite e seus derivados, como queijos e iogurte, fornecem cálcio.

 Frutos secos e sementes (amendoim, castanha de caju, nozes, sementes de gergelim,
girassol, papoula, etc.). Contêm fibras e óleos poliinsaturados; boa fonte de proteínas
quando combinados com leguminosas, fornecem vitaminas do complexo B, vitamina E,
além de minerais.

 Adoçantes. Adoçantes naturais incluem frutas secas, extrato de malte, mel, melado,
açúcar mascavo. As frutas secas fornecem vitaminas A e C, além de minerais; mel e
melado podem substituir o açúcar refinado, mas devem ser usados com moderação,
como as frutas secas, pois têm muitas calorias.



                              Dicas e conselhos



          Para uma alimentação mais saudável, independente de qualquer
  filosofia alimentar, recomenda-se o seguinte:

         - Evite comer frutas, legumes e tubérculos fora de estação – geralmente
  têm maior quantidade de agrotóxicos. As Secretarias de Saúde e os órgãos de
  defesa do consumidor costumam divulgar listas de alimentos da época.
         - Evite comprar legumes, cereais e principalmente frutas em
  supermercados ou grandes cooperativas, preferindo as feiras livres e os pequenos
  produtores.
         - Evite os alimentos enlatados, conservados quimicamente, defumados,
  condicionados e industrializados em geral. Ainda não se conhecem todos os
  efeitos possíveis no organismo provocados pelos corantes, conservantes,



                                                                                     5
aromatizantes e demais aditivos alimentares artificiais. Muitos dos aditivos que
  hoje figuram na lista dos perigosos ou proibidos foram antes aplicados aos
  alimentos industrializados no mundo inteiro e até considerados inócuos ou
  incapazes de produzir danos. Daí o cuidado necessário quanto aos sorvetes, aos
  chocolates, chicletes, balas e doces industrializados. A ciência moderna ainda não
  tem condições de prever os efeitos de tais produtos a médio e a longo prazo, mas
  sabe-se que, devido ao baixo peso molecular dos aditivos, eles conseguem
  penetrar no interior da célula com muita facilidade, interferindo significativamente
  no sutil metabolismo das células mais nobres. Os resultados disso podem ser
  imprevisíveis, mas já existem estudos sérios que apontam uma relação entre
  produtos artificiais, agrotóxicos e o câncer, a leucemia, as mutações genéticas e a
  redução da resistência imunológica.
         - Ao escolher os legumes, as verduras e as frutas, prefira as menores,
  menos perfeitas, menos lustrosas, sem selos e, de preferência, que apresentam
  pintinhas, manchas e eventualmente bichinhos, uma clara indicação da ausência de
  agrotóxicos.
        - Procure sempre sentir o cheiro das frutas; se apresentarem odor de
  remédio, rejeite-as.
          - É aconselhável o desenvolvimento de hortas domésticas (que podem ser
  coletivas...) em espaços não aproveitados de terreno e até mesmo dentro de casas e
  de apartamentos.
         - Na compra de pescados, siga a orientação das autoridades sanitárias
  quanto aos critérios de seleção qualitativa desses alimentos. Evite aqueles que
  apresentarem cheiro de amônia ou mau aspecto.
          Existem hoje algumas cooperativas de produção e distribuição de
  alimentos orgânicos nos centros urbanos mais importantes. Informações podem
  ser obtidas nas lojas naturais e nos entrepostos de alimentação alternativa.




                             A importância das fibras

       Presentes nas cascas, sementes, películas e estruturas celulares dos vegetais que
consumimos, as fibras são essenciais para a motilidade intestinal e para a remoção dos
resíduos alimentares do tubo digestivo. Constituem a parte não completamente digerível
dos vegetais e ajudam a compor o bolo fecal. Sem elas, a assimilação dos ingredientes é
muito prejudicada pela fermentação e por acúmulos tóxicos que ocorrem nos intestinos.
Prisão de ventre ou diarréia crônicas, colites, diverticulite, etc. são alguns dos
problemas mais freqüentes que uma dieta pobre em fibras pode acarretar.
       Essa é uma característica marcante na alimentação moderna, que inclui muitos
produtos pastosos, cremes, açúcar refinado, carnes e gorduras. Já as dietas baseadas na
alimentação natural integral apresentam a quantidade necessária de fibras para a
manutenção da boa saúde. A tabela a seguir relaciona alimentos ricos em fibras;
procure incluir alguns deles diariamente em sua alimentação.



                                                                                         6
Lembre-se que todas as folhas, legumes, raízes e cereais integrais fornecem
fibras. Existem, no entanto, alimentos que não contêm fibras, como as carnes, os
laticínios, ovos, óleos e gorduras.



                           gramas de fibra/100g de alimento
 Cereais                     Leguminosas                 Frutas secas
 Pão integral            8,5 Feijão roxo cozido      7,0 Tâmara                        8,7
 Pão branco              4,1 Lentilha cozida         3,7 Damasco                      24,0
 Arroz integral cru      4,2                             Figo                         18,5
 Arroz branco cru        2,4                             Ameixa-preta                 16,1
 Farelo de arroz         11,                             Uva passa                     7,0
                              5
 Frutas                           Frutos                       Hortaliças
                                  secos/sementes
 Maça com casca         2,9       Amêndoa             14,      Brócolos                3,6
                                                      3
 Banana                 3,4       Castanha-do-pará    9,0      Ervilha                 5,2
 Franboesa              3,0       Amendoim            8,1      Batata cozida           2,5
 Amora                  4,1       Sementes         de 2,4      Milho verde             4,7
                                  gergelim
 Goiaba                 5,6       Sementes de girassol   2,8   Alcachofra              2,4
 Coco                   13,                                    Cebola desidratada      4,4
                        6


                                     As fibras e a saúde

 Sangue    a pectina das frutas interfere na reabsorção        ajuda a prevenir problemas
           do colesterol pela corrente sanguínea               cardíacos
Estômago alimentos ricos em celulose precisam ser              ajuda no controle do peso
           bem mastigados e obrigam a pessoa a comer           – é bom para regimes de
           mais devagar. A mastigação aumenta a                emagrecimento.
           secreção dos sucos gástricos e pode dar uma
           sensação de plenitude. Faz também o
           estômago esvaziar mais devagar.
 Intestino os dejetos tornam-se pastosos e mais                evita a prisão de ventre;
  Grosso   volumosos, com maior quantidade de água,            pode prevenir problemas
           sendo expelidos mais facilmente. Aumenta a          intestinais e o câncer do
           velocidade da passagem da bile, evitando            cólon.
           que seja atacada pelas bactérias.
Intestino diminui o tempo de digestão dos                      poder ter um efeito
delgado    carboidratos e de sua transformação em              benéfico para os diabéticos
           açúcar.

                      A combinação bioquímica dos alimentos
                           Manga não combina com leite.
                        A sabedoria popular sempre afirmou,

                                                                                         7
e estudos recentes acabam de confirmar.

       Mesmo recebendo mais atenção dos adeptos da alimentação natural do que dos
próprios nutricionistas de formação convencional, esta matéria é hoje muito difundida e
tem merecido estudos cada vez mais aprofundados.
       Assim que são ingeridos, os alimentos entram em contato entre si, realizando
relações bioquímicas e reagindo com as secreções digestivas segundo a natureza ou a
composição química de cada pessoa. Existem os alimentos que se combinam bem e
aqueles que não. Quando a combinação é perfeita, a digestão se faz harmoniosamente,
a assimilação das proteínas, das vitaminas e dos minerais é ideal, a formação do
material a ser excretado é adequada e a deposição de gorduras e de elementos tóxicos é
mínima ou nenhuma.

                              Quando não se combinam

        Exatamente o contrário ocorre com a ingestão de alimentos que não se
combinam bem. A lista que vem a seguir é útil como diretriz quando se deseja adotar
uma dieta bioquimicamente ajustada, indicada em especial para os casos de obesidade
de difícil tratamento e para todos os casos de má digestão, azia, doenças gastrintestinais
em geral, colites ulcerativas, fermentações intestinais flatulência, cólicas digestivas,
digestão muito lenta, intolerância alimentar, idiossincrasias alimentares, pertubações
enzimáticas, distúrbios digestivos de fundo nervoso ou psicossomático, etc.
        Basicamente, esses problemas podem ser resolvidos observando-se o equilíbrio
bioquímico dos alimentos. Uma alimentação que respeite esses padrões é recomendada
a todas as pessoas, independente de sua filosofia alimentar, como fator de promoção e
manutenção da saúde. Nos casos de obesidade, e se for bem elaborada, permite um
emagrecimento lento; no entanto, não se trata de uma dieta para emagrecer, pois pode e
deve ser realizada por todas as pessoas, as magras inclusive, uma vez que favorece o
equilíbrio geral, evitando o envelhecimento precoce e o desgaste orgânico acentuado
resultante dos abusos ou excessos alimentares.
        Nesta tabela não se levou em consideração a quantidade de alimento a ser
ingerida, o que deve receber uma atenção particularizada, de acordo com cada
organismo ou mesmo segundo os critérios do bom senso.

                Tabela de combinação bioquímica dos alimentos
Grupo I

            alimentos que combinam entre si e com os do Grupo II
abacate             azeitonas          cogumelo          orégão
abóbora             bardana            couve             ovos
abobrinha           berinjela          couve-flor        palmito fresco
acelga              bertalha           erva-doce         pepino
agrião              beterraba          ervilha fresca    pimentão
aipo                brócolos           espinafre         pinhão
alcachofra          cacau              feijão verde      quiabo
alface              cardo              frutos do mar     rabanete
algas marinhas      carnes             gergelim          raiz de lótus
alho                caruru             jiló              repolho
alho-poró           castanha de caju   manteiga          salsa
almeirão            castanha-do-pará   milho verde       serralha


                                                                                        8
amêndoas            cebola              missô                shoyo
aspargo             cenoura             mostarda             taioba
avelãs              chicória            nabiça               tomate cru
azedinha            chuchu              nabo                 umeboshi
azeite              coco seco           nozes                vagem


Grupo II

                       alimentos que não combinam entre si
aipim            cará                  farinha de milho       mandioquinha
araruta          castanha-portuguesa feijão seco              milho seco
arroz integral   centeio               fruta-pão              queijo de soja
aveia integral   cevada                grão-de-bico           soja seca
batata-doce      cevadinha             lentilhas              tahine
batata-inglesa   ervilha seca          macarrão integral      trigo e derivados
café de cevada    farinha de mandioca mandioca                trigo sarraceno


Grupo III

               alimentos que combinam entre si e com os do Grupo II
             (desde que não sejam preparados em gordura ou similares)
abricó              caqui              lima-da-pérsia         queijo prato
açúcar em geral     coco verde         maçã                   queijo-de-minas
ameixa              figo fresco        mamão                  queijos frescos
banana cozida       fruta-do-conde     mel de abelhas         requeijão
banana seca         goiaba             melado                 ricota
broto de feijão     ingá               melancia               sapoti
café                jaca               melão                  tâmara
café de cevada      laranja-lima       pêra                   uva moscatel

Grupo IV

        alimentos que não combinam entre si e nem com outros alimentos
abacaxi         coalhada            laranja ácida            nêspera
ameixa ácida    damasco             limão                    pêra ácida
araçá           framboesa           maçã ácida               pêssego
cajá            grapefruit          manga                    pitanga
caju            graviola            mangaba                  romã
carambola       jabuticaba          maracujá                 tamarindo
cereja          jambo               marmelo                  tangerina
cidra           jenipapo            morango                  uva ácida


Grupo V

                                 Banana crua
            Combina com:                           Incompatível com:
ameixa          mamão                   abacate              melado


                                                                                  9
caqui             melancia                  açúcar em geral        óleos e gorduras
creme de leite    melão                     azeite                 em geral
figo              pêra                      caldo de cana          todos os alimentos
laranja-lima      queijos                   frutas oleaginosas     do grupo II
leite             sapoti                    frutas secas
lima-da-pérsia    todas as frutas doces     manteiga
maçã              uva moscatel              mel de abelha
Grupo VI

                                          Leite
            Combina com:                                Incompatível com:
banana crua ou       todos os              alimentos do grupo i    frutas cítricas
amassada             alimentos do          carne                   frutas oleaginosas
creme de leite       grupo II              clara de ovo            iogurte
gema de ovo cozida                         coalhada                óleos e gorduras
queijos

Grupo VII

                                  Creme de leite
             Combina com:                            Incompatível com:
abacate               frutas oleaginosas carnes               frutas secas
abóbora               verdes              clara de ovo        manteiga
alimentos do Grupo II gema de ovo         frutas doces        óleos e gorduras
banana assada ou crua leite e derivados   frutas oleaginosas  suco de maçã
                      maçã crua ou        secas               verduras
                      assada


Observações:
    Por serem considerados neutros, gema de ovo, crua ou cozida, coco verde,
     lêvedo de cerveja, café e várias qualidades de chá se compatibilizam com todos
     os outros alimentos.
    Todo alimento frito, carregado em óleo, é incompatível com qualquer outro.
    O pão, para se tornar menos fermentável, deve ser feito com farinha pura ou
     integral e ingerindo 24 horas após sua fabricação, em torradas ou aquecido no
     forno.
    Não se deve comer frutas após as 18 horas
    Para que os alimentos não entrem em conflito bioquímico, é rigorosamente
     necessário que se mantenha um espaço mínimo de 4 horas e meia entre as
     refeições.


                    Monodieta: a cura pelo alimento único
          Comer um só tipo de alimento durante um certo tempo provoca
             transformações bioquímicas no organismo, modificando
           o metabolismo, corrigindo distúrbios e promovendo a cura.



                                                                                    10
Antes de apontar alguns tipos de monodieta e suas indicações é importante
esclarecer que qualquer alimento dotado de poder medicinal age beneficamente em
nosso organismo, mesmo quando ingerido juntamente com outros, numa refeição
normal. Em geral, as monodietas são indicadas apenas porque reforçam e concentram a
ação dos alimentos terapêuticos.


                                    Dieta do arroz integral
         Indicada para a desintoxicação, esta dieta promove a renovação do equilíbrio
metabólico e a restauração das funções orgânicas prejudicadas pela alimentação
industrializada.
         Pode ser aplicada no tratamento do câncer, do diabetes, da obesidade, do
reumatismo, das gripes freqüentes e da sinusite. Para aqueles que praticam jejuns
prolongados, é útil como fase preparatória.
         O período ideal para essa dieta é de 10 dias seguidos, e o arroz integral deve ser
simplesmente cozido na água, sem sal ou tempero de qualquer espécie. Pela manhã,
recomenda-se um mingau de farinha de arroz integral tostada, que pode ser encontrada
nas lojas especializadas em produtos naturais.
         Antes de iniciar a dieta, é importante diminuir gradualmente o consumo de
açúcar branco, de carne animal, condimentos fortes, frituras e laticínios. Depois,
durante uns 10 dias, a alimentação deve ser amena, composta de arroz integral, cereais
integrais, legumes, raízes, tubérculos, verduras cozidas e algumas frutas suaves.
         Normalmente essa dieta provoca algumas reações, como dor de cabeça,
fraqueza, indisposição, irritabilidade, fezes com odor forte (devido ao processo de
limpeza do organismo) e uma eventual prisão de ventre no princípio. Tais sintomas
serão mais intensos quanto mais o organismo estiver comprometido e intoxicado, mas
tendem a desaparecer em poucos dias dando lugar a uma incrível sensação de bem-
estar, leveza, equilíbrio e tranqüilidade emocional.

                                    Dieta do inhame

        O inhame é um tubérculo com propriedades depurativas, desintoxicantes e
reguladoras. Seu uso terapêutico deve se estender por no máximo 7 dias, dependendo
das condições do doente.
        O tubérculo deve ser cozido com a casca e, depois de descascá-lo, recomenda-se
amassá-la com um garfo e acrescentar temperos naturais leves, como salsinha,
cebolinha, sal marinho ou missô (pasta de soja fermentada) e um pouco de azeite de
oliva.
        Essa dieta é utilizada no tratamento de infecções agudas ou crônicas de qualquer
tipo, em especial as amigdalites, os abscessos, as pneumonias, inflamações dentárias,
osteomielites, tuberculose óssea, reumatismo agudo, crises de gota, otites purulentas,
inflamações das unhas, sinusites, deficiências imunológicas em geral, doenças
articulares, inflamações e infecções renais ou urinárias, doenças inflamatórias dos
intestinos.
        Como o inhame possui propriedades que combatem a formação de células
malignas, a dieta também é indicada para os casos de tumores (benignos ou malignos).

                                    Dieta do abacaxi




                                                                                        11
Esta dieta é de apenas 1 dia, mas deve ser repetida com intervalos regulares, em
geral de 1 semana, até que seus objetivos sejam atingidos. A quantidade ingerida em
cada refeição fica a critério do doente.
        É indicada tanto para a fase aguda da litíase renal (cálculos), como para prevenir
a recorrência dos cálculos. Tem grande eficácia no tratamento da obesidade resistente,
da pressão alta, na prevenção das crises de gota e no reumatismo crônico. Sua ação
diurética é muita boa, servindo também como recurso auxiliar no tratamento das
infecções urinárias em geral, nos casos de blenorragia crônica e uretrites inespecíficas.

                                     Dieta do melão

       Como a do abacaxi, esta dieta deve ser feita por 1 dia, a intervalos semanais. A
quantidade de melão é livre, e a fruta deve estar bem madura e suculenta.
       Indicada para os distúrbios da menopausa ou do climatério, principalmente nos
calores insuportáveis, e para os vários tipos de desequilíbrio hormonais femininos.
       É um tratamento que deixa a pele sedosa e combate as rugas. Os antigos
costumavam dizer que esta era uma das dietas do rejuvenescimento.

                                       Dieta da uva

       Nesta dieta bastante radical, que constitui um famoso tratamento contra o câncer,
a uva rosada comum é o único alimento durante 15 dias.

                                    Dieta do mamão

        Uma dieta de 3 dias consecutivos para a qual o tipo ideal de mamão é o amarelo
caipira e, na sua falta, o vermelho “Bahia” grande. Não se recomenda o mamão papaia,
devido ao excesso de agrotóxicos e aos hormônios vegetais que ele contém, prejudiciais
à saúde. Recomenda-se também ingerir, a cada dia, 1 ou 2 colheres de sopa de sementes
de mamão, sem mastigá-las.
        É um tratamento muito eficaz no combate à prisão de ventre aguda ou crônica,
nas gastrites, nos casos de digestão lenta, má digestão, falta de apetite, vermes
intestinais, colites, excesso de colesterol e triglicídeos, cálculos da vesícula e hepatites
agudas.

                                       Dieta do jiló

        Com a duração de 1 dia apenas, esta dieta pode ser repetida quando necessário.
Os jilós devem ser cozidos, de preferência no vapor, e comidos com a casca.
        Útil contra a vesícula preguiçosa, a hepatite aguda ou crônica, a cirrose hepática,
vermes intestinais, úlceras gástricas, falta de tônus digestivo, distúrbios enzimáticos da
digestão, maus efeitos do alcoolismo na mucosa dos órgãos digestivos, tumores
intestinais, cálculos biliares. Também apresenta ótimos resultados no combate às
inflamações da bexiga, do estômago, do esôfago e, principalmente, das amígdalas.


                             Alimentos desaconselhados
     A medicina natural recomenda evitar o consumo de alimentos que, devido
        ao acréscimo de artifícios, são considerados nocivos ao organismo.



                                                                                         12
Açúcar branco

        O açúcar refinado resulta da concentração industrial da sacarose da cana-de-
açúcar. O uso constante na alimentação provoca a diminuição de magnésio no
organismo, elemento importante na manutenção da resistência às infecções e aos
germes. Além disso, por exigir quantidades consideráveis de vitaminas do complexo B
para sua metabolização, o açúcar é considerado um fator desvitaminizante; como
também absorve boa quantidade de cálcio, atua como desmineralizante do organismo.
        Seu consumo favorece a ocorrência de cáries dentárias, da osteoporose e do
diabetes; incentiva os estados depressivos e, em casos extremos, da melancolia (ou
sugar blues). O excesso de açúcar provoca ansiedade, reduz a acuidade visual e é um
forte coadjuvante nos processos de arteriosclerose e das doenças cardiovasculares,
como o enfarte, a hipertensão arterial e a aterosclerose coronariana.
        Dezenas de livros publicados no mundo inteiro alertam para os prejuízos
causados ao organismo pelo açúcar e pelo consumo exagerado de doces, refrigerantes,
balas, etc.

Carne animal

         Independentemente de uma postura ou argumentação vegetariana, a carne
animal, em especial a vermelha, não é um alimento saudável devido aos produtos
químicos empregados em seu tratamento. O sulfito de sódio (que confere a cor
avermelhada à carne congelada), o nitrato de potássio ou salitre (usado para ampliar seu
prazo de conservação e dar um aspecto mais apetitoso à carne bovina) e o
dietietilbestrol (hormônio sintético ministrado aos animais para que ganhem mais peso
nos meses que antecedem o abate) são produtos químicos comprovadamente ligados à
ocorrência de diversos problemas, como alterações hormonais, perturbações menstruais,
miomas uterinos, nódulos mamários, impotência sexual masculina, esterilidade,
problemas da próstata e tumores em geral.
         Assim, além de já não ser um alimento benéfico ao ser humano em seu estado
natural e fresco, a carne foi transformada num produto de qualidade muito duvidosa.

Carnes embutidas

       Os frios em geral e as carnes acondicionadas em membranas (como salsicha,
lingüiça, mortadela, presunto, patês, etc.) são ainda mais prejudiciais ao organismo.
Além de todos os produtos químicos já enumerados, este grupo de carnes ainda recebe
substâncias conservantes, como antibióticos e aditivos. Também fazem parte deste
grupo as carnes brancas industrializadas, como o frango de granja, o peru temperado, o
chester, o pato, etc.

Farinhas brancas

        São constituídas quase exclusivamente pela parte calórica e pelo amido de
cereais descortiçados (ou “beneficiados”), ou seja, que perderam a película vitamínica e
o germe nutritivo. As mais usadas são a farinha de trigo, com a qual são produzidos
pães, biscoitos, bolos, tortas, etc., e a farinha de arroz, empregada na alimentação
infantil.



                                                                                     13
Há pouco menos de um século a humanidade só consumia farinha de trigo
integral, que, além das vitaminas do complexo B, contém quantidades razoáveis de
ácido glutâmico, um elemento que favorece o desenvolvimento cerebral e é importante
para o metabolismo das células nervosas. Uma dieta pobre em ácido glutâmico reduz a
capacidade de raciocínio e de reter informações e, como conseqüência, atua
negativamente no desenvolvimento do Q.I. infantil.
        O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao arroz branco em relação ao arroz
integral, no que se refere às vitaminas e ao ácido glutâmico, além da perda de alguns
aminoácidos e de minerais importantes durante o processo industrial de descorticação e
polimento.

Pão
      Tudo o que dissemos sobre as farinhas brancas se estende, naturalmente, ao pão.
Assim, os pães preparados com cereais integrais, como trigo, centeio e similares, são
sempre mais nutritivos e benéficos ao organismo do que o pão branco comum.

Sal refinado

        Também chamado de sal de cozinha, este produto passa por um processo de
industrialização que, em seu início, já lhe retira cerca de 80 elementos importantes,
deixando-o reduzido ao cloreto de sódio concentrado. Na etapa seguinte, sua umidade
natural vai sendo eliminada com a adição de produtos químicos, e o cloreto de sódio
tende a se tornar líquido. Depois disso, são adicionados os estabilizantes e o iodeto de
potássio, pois o refinamento elimina as microalgas que fixam o iodo natural do sal
marinho, exigindo sua substituição por um produto artificial. Ao fim desse processo, o
sal refinado transforma-se num ingrediente prejudicial à saúde: seu excesso na dieta
favorece a retenção de líquidos, comprometendo o funcionamento dos rins, do coração e
da circulação, além de acentuar os inchaços e a síndrome pré-menstrual; os
antiumectantes que recebe podem ser responsáveis pelo aparecimento dos cálculos
renais ou biliares; o iodeto altera a função da tireóide, levando a desequilíbrios
hormonais e à formação de nódulos tireoidianos.
        A alternativa ideal para esse elemento indispensável à nossa alimentação é a
utilização moderada do sal marinho, que não tem a elevada concentração em sódio do
sal refinado e reconstitui, remineraliza e tonifica o organismo, fornecendo taxas normais
de iodo natural.




                     Quais os benefícios do beneficiamento ?             
   No processo de beneficiamento de cereais – descorticação e polimento – , ocorrem
   as mais variadas perdas nutricionais. Observe o gráfico e avalie os resultados.
  Elementos          % perdida               Elementos             % perdida
  Calorias           0,0                     Proteínas             30,0
  Gordura            41,0                    Fibras                92,7
  Cálcio             49,4                    Fósforo               79,0
  Ferro              84,9                    Cobre                 50,0
  Manganês           92,5                    Vitamina B1           86,0



                                                                                      14
Vitamina B2       75,0                   Niacina                81,7


                  Você vive para comer ou come para viver ?

        São muitas as tentações da alimentação moderna, mas vale a pena apelar para o
bom senso e seguir algumas regras básicas para aproveitar melhor os alimentos.
Naturalmente, todas essas sugestões devem ser adaptadas às possibilidades, ao modo de
vida e às preferências de cada um.

   Tente fazer três refeições por dia e evite comer a toda hora.
   Escolha alimentos frescos e de boa qualidade.
   Coma apenas enquanto sentir fome. Não se force a ingerir alimentos.
   Em qualquer circunstância, mastigue prolongadamente cada porção de alimento.
   Evite os líquidos durante as refeições: eles diluem os sucos gástricos, prejudicando a
    digestão. Se sentir muito sede, tome um pouco de chá sem açúcar após a refeição.
   Não tome bebidas muito geladas, mesmo fora das refeições. Temperaturas muito
    baixas interferem na digestão, enfraquecendo os processos estomacais.
   Prefira sempre os alimentos crus, cozidos, grelhados ou assados. As frituras agridem
    o estômago e acidificam o sangue.
   A medicina védica aconselha a não adicionar mel a alimentos quentes, pois essa
    combinação não é benéfica ao organismo.
   Alimentos muito salgados também são prejudiciais, mesmo quando se usa sal
    marinho.
   Prefira os alimentos naturais aos industrializados. Um enlatado tem sempre 30% a
    menos em vitaminas e poder nutritivo que o mesmo alimento fresco.
   Não se preocupe demais com a taxa de proteínas que está ingerindo, pois uma boa
    variedade de alimentos naturais e de cereais integrais reúne tudo o que o organismo
    precisa. A carne animal é uma fonte de proteínas que pode ser radicalmente evitada
    sem causar problemas: apesar de não comerem carne, o gorila, o cavalo, o touro, o
    búfalo e o elefante são conhecidos pela força e vivem mais do que muitos animais
    carnívoros.
   Tente seguir uma conduta de alimentação flexível e bem balanceada, sem fixar-se
    em dietas muito rígidas, dando atenção às necessidades de seu organismo.
   Acima de tudo, procure manter um clima de serenidade durante as refeições. Evite
    as preocupações, as conversas sérias e as discussões – comer tenso ou contrariado
    dificulta a digestão.


                  Conselhos e informações para quem cozinha

      Quem prepara os alimentos influi diretamente na saúde das pessoas.
Cozinhar com harmonia e equilíbrio faz de você um verdadeiro alquimista,
responsável pelo bem-estar daqueles a quem vai alimentar.

 Trabalhe com atenção e carinho: amor e alegria tornam inesquecíveis os pratos mais
  simples.
 Prefira temperos e condimentos naturais e use-os sem exagero.
 Ao preparar uma receita, oriente-se também pela sua intuição, como fazem os


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melhores cozinheiros do mundo.
   Apesar de serem muitos práticos, os utensílios de metal ou alumínio desprendem
    partículas invisíveis que são prejudiciais à saúde. Procure substituí-la por vasilhas
    de ágata, vidro, madeira, etc.
   Como o congelamento elimina a energia vital dos alimentos, evite consumir pratos
    congelados.
   Pratos temperados demais, massas de textura pesada, suflês gordurosos e misturas
    complicadas podem agradar num primeiro momento, mas prejudicam o organismo
    logo depois. Os cardápios mais saudáveis são os que reúnem pratos simples e
    saborosos.
   O estado de espírito de quem cozinha influencia profundamente os alimentos. Por
    isso, evite os pratos preparados por pessoas tensas ou desequilibradas.
   Cozinhe após uma ligeira meditação, respirando harmoniosamente, com uma música
    suave ao fundo e usando um incenso apropriado. Esses são recursos que favorecem
    seu desempenho na cozinha.
   Cozinhar com amor e com a intenção carinhosa de favorecer ou de melhorar a saúde
    das pessoas é sempre sinal de elevação espiritual.

                                Alimentos que curam
                   Além de fornecer energia e nutrientes para o
            organismo, vários alimentos têm propriedades terapêuticas
                     valiosas e devem ser incluídos nas dietas.

Abacate – Facilita a digestão e o seu consumo constante e prolongado combate o
reumatismo e o ácido úrico. A monodieta do abacate por 2 a 3 dias é útil no combate
aos cálculos da vesícula biliar e às úlceras gastroduodenais.
Abacaxi – Tem ação depurativa e diurética. Usado fora das refeições diminui o excesso
de acidez no estômago. A monodieta semanal de abacaxi é de grande utilidade no
combate a qualquer tipo de pedra nos rins, contra o catarro nos brônquios e contra a
obesidade (quando existe muita retenção de líquidos).
Abóbora – Atua controlando o nível de glicose no diabetes, o colesterol e a gordura no
sangue. Ajuda na evacuação e as sementes são eficazes contra a solitária. Aplicada
sobre a pele, a abóbora tem ação emoliente e é útil no tratamento de queimaduras.
Acelga – Crua é útil contra a anemia e combate a asma, o diabetes, a diarréia e o
acúmulo de bile na vesícula biliar. Cozida, serve para a cistite aguda. Em cataplasma
quente sobre a pele é analgésica, antiinflamatória nos casos de contusões, abscessos e
queimaduras agudas (neste caso, aplicar já fria).
Agrião – Cru tem efeito tônico nos brônquios e pulmões, além de ser útil contra
faringite e processos infecciosos da boca e garganta. Cozido tem ação estomacal tônica
e depurativa. O sumo do agrião é útil contra a anemia, o escorbuto, a tuberculose, a
pneumonia e as bronquites em geral, inclusive a dos fumantes; também é indicado para
a febre persistente e a icterícia.
Alcachofra – Estimulante do fígado e dos rins, é depurativa do sangue e combate o
reumatismo, o ácido úrico e a arteriosclerose.




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Alface – Tem efeito diurético, calmante e depurativo. Abre o apetite e estimula as
funções digestivas e excretoras.
Alho – Comido como alimento, tem ação depurativa, diurética e digestiva. É um
antibiótico natural (alicina), vermífugo e anticoagulante. Previne as tromboses, purifica
as mucosas e evita a formação de catarro. Também tem efeito contra o excesso de ácido
úrico, o reumatismo, a pressão alta e a arterisclerose. Esses efeitos são obtidos com o
consumo de dois a três dentes de alho diariamente.
Ameixa fresca – Comida em abundância, é útil no resfriado, nas afecções dos
brônquios e na asma.
Amendoim – Tem ação tônica e afrodisíaca.

Amora – Tem ação diurética, laxativa e expectorante. Também é emoliente e
adstrigente.
Arroz integral – Um dos importantes alimentos da medicina natural. Tem ação
depurativa dada a presença de albuminas desintoxicantes. Seu uso constante na
alimentação torna o organismo mais purificado e saudável. É útil para as carências
vitamínicas do complexo B, dada a sua grande quantidade de vitamina B1, B2, B6. O
caldo do arroz integral cru é útil contra a diarréia.
Aveia – É um alimento tônico devido à presença de manganês e tem ação medicinal
contra o reumatismo, a gota e problemas inflamatórios das vias urinárias.
Azeitona - A azeitona preta tem efeito laxante, e a verde é adstringente, com tendência
a prender os intestinos. Ambas têm leve efeito contra a mucosidade excessiva dos
pulmões e brônquios. o azeite de oliva é laxativo e útil em queimaduras.
Banana – Útil para regular os intestinos nos casos de diarréia.
Batata – O cataplasma de batata crua ralada é bom para as picadas de insetos e
irritações cutâneas.
Berinjela – O suco fresco é útil como diurético e desobstruente das vias biliares.
Beterraba – O sumo cru é antianêmico e fortificante. Por ser muito rica em magnésio, é
útil em casos de infecções crônicas. Contêm uma substância chamada betaína, que
possui ação eficaz contra tumores. Tem boa aplicação no câncer (sumo puro de
beterraba crua quatro a cinco vezes ao dia).
Brócolos – Indicados contra infecções localizadas; laxativos, emolientes, tônicos e
ajudam a combater a anemia.
Caju – Devido a sua ação adstringente, combate as diarréias crônicas e agudas. É
tonificante e tem ação eficaz no diabetes e em todos os tipos de catarro. É tido também
como afrodisíaco.
Caqui – Combate a anemia, falta de vitaminas A e B, obesidade, diabetes e gota. A
polpa tem efeito laxante.
Cebola – É considerada um poderoso remédio, cuja ação depurativa permite ao
organismo manter-se forte e saudável. Seu uso constante, de preferência crua, na
salada, combate a anemia, tosse, doenças catarrais das vias respiratórias, problemas do


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estômago, fígado e rins, além de possuir ação vermífuga e anti-séptica. Tem fama de
conferir longevidade e força física.
Cenoura – Crua, é útil no combate a problemas dos olhos, pele, cabelos, ossos, fígado
e bexiga.

Coco – A polpa do coco verde ou seco tem ação vermífuga e antidiarréica. A água do
coco verde é reguladora dos intestinos, vermífuga e é usada para tratar e prevenir a
desidratação.
Confrei – Tem excelentes efeitos medicinais como chá e como alimento. Em muitos
países orientais é usado habitualmente como salada. Combate a asma, a alergia,
icterícia, prisão de ventre, a úlcera gástrica e duodenal, o excesso de ácido do estômago,
a anemia, várias doenças de pele e desnutrição. A melhor forma de uso é como salada
crua.

Couve – O consumo combate a anemia, o escorbuto e o bócio (papeira) devido a seu
elevado teor de ferro, vitamina C e iodo. Combate as úlceras gástricas e duodenais por
sua ação cicatrizante de contato e, também, as úlceras externas (neste caso, aplicando o
sumo ou as folhas batidas). Tem efeito sobre o mau funcionamento da vesícula biliar,
cálculos renais e hemorróidas. De preferência deve-se usar o sumo, ou comê-la crua em
salada. O mesmo sumo aplicado nos cabelos, diariamente, em fricções vigorosas, é útil
no combate à queda do cabelo e seborréia.
Damasco – Fortalece os dentes, as unhas e os cabelos. Também é útil na anemia por
falta de ferro e na cirrose do fígado

Dente-de-Leão – Tem ação semelhante ao confrei. No Brasil, apenas em algumas
regiões e em certos grupos indígenas é usado como alimento. No entanto, goza de boa
fama quanto ao seu uso medicinal como chá. Tem ação principalmente tônica e é útil no
combate à anemia e às fraquezas em geral.

Ervilha – Bom auxiliar no tratamento do diabetes e nos problemas digestivos ligados
ao pâncreas.

Espinafre – Tem efeito regulador sobre o aparelho digestivo e evita a prisão de ventre.
Ajuda a combater a obesidade e é muito útil contra a anemia.

Figo – Cozido com leite é um bom remédio para úlceras gástricas, inflamações da boca
e da laringe, tosse e bronquite. É um laxante, e comido cru, em jejum, tem ação
vermífuga.

Goiaba – Como alimento, é indicado para tratar as úlceras duodenais e as diarréias.

Laranja – Sua ação é depurativa. Limpa o organismo e o desintoxica, favorecendo a
digestão de alimentos gordurosos. Muito usada na forma de suco, a laranja combate
gengivite, reumatismo, ácido úrico, gota, diabetes, obesidade, pressão alta, fraqueza
orgânica e febre, além de ser cicatrizante.

Lentilha – É rica em cálcio e combate a anemia. Recomendada para as gestantes.




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Limão – Tem efeito semelhante ao da laranja, porém marcadamente mais acentuado
enquanto depurativo. É um excelente recurso em medicina natural. O uso de certa
quantidade diária do sumo puro do limão em jejum ou quantidades crescentes (somando
um limão diariamente, até chegar a dez, e diminuindo depois um por dia) tem ação
eficaz no tratamento de doenças graves, nas quais, por falta de energia, o paciente não
tem mais forças para sair do leito. É adstringente, antiséptico, antiinflamatório,
sudorífero e antifebril. Combate arteriosclerose, diabetes, pressão alta, obesidade,
reumatismo em geral, catarro respiratório, asma, bronquite, amidalites, rinites, febres e
inflamações dos olhos.

Maça – É um alimento tônico. Ajuda a digestão, combate a anemia e a formação de
úlceras do estômago. Combate a diarréia, principalmente infantil, devido à sua ação
adstringente. O sumo da maça tem ação antifebril.

Mamão – É um poderoso regulador das funções intestinais. A presença da papaína
garante a boa digestão das proteínas e das gorduras. O uso constante combate a
arteriosclerose. A monodieta mensal de 3 dias é útil para tratar e evitar a formação de
pedras na vesícula. Deve-se, no entanto, evitar o mamão papaia, e usar o mamão
amarelo ou o mamão Bahia, vermelho e grande. As sementes de mamão têm ação
vermífuga se forem comidas na quantidade de 1 colher (de sopa) por dia, sem mastigar.

Mandioca – A farinha tem efeito sobre a diarréia e o cataplasma quente aplicado sobre
abscessos ajuda a dissolvê-los. É contra-indicada na prisão de ventre, gases e nos casos
de bócio.

Melancia – Trata-se de um grande diurético quando usado como alimento ou na forma
de chá, feito com a polpa. É útil nos casos de doenças da próstata, gonorréia e sífilis e
faz bem para o fígado e intestinos. Por ser indigesta, deve-se evitar engolir a sobra final
da mastigação da polpa. O sumo coado tem ação mais eficaz.

Manga – Tem ação diurética e é estimulante da produção de leite. Também é útil contra
bronquites, tosses e catarros. A amêndoa do caroço tem ação vermífuga.

Milho – Tem ação tônica e fortificante.

Melão – É diurético e ajuda a eliminar excesso de líquidos orgânicos. Como monodieta
de 1 dia por semana ajuda a regular os hormônios e, portanto, serve como tratamento
para desequilíbrios menstruais, tendência ao aborto e diversos problemas ligados aos
distúrbios hormonais. Possui também ação depurativo e estimulante e é empregado no
combate a problemas do fígado, rins e na eliminação de cálculos renais.

Morango – É um bom mineralizante, empregado em casos de convalescenças, doenças
degenerativas, reumatismo, cálculos renais, bronquite, pressão alta, anemia, ácido úrico
e colesterol. É também diurético e vermífugo.

Nabo comprido – Muito usado pelos povos orientais, é considerado um alimento que
mantém a saúde e o vigor do corpo, conferindo longevidade. Sua ação medicinal é
basicamente diurética, tônica e mineralizante. É útil no tratamento da obesidade,
problemas dos olhos, colesterol, reumatismo, pressão alta, pressão baixa e anemia. O
chá é o banho de assento, das folhas, são excelentes para os problemas genitais, como
corrimentos vaginais, cólicas menstruais, menstruação irregular, fibromas uterinos,



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cistos de ovários, inflamações da vagina, útero, trompas, ovários, prostatismo, tumores
da próstata, hemorróidas, pólipos, fístulas e a maioria das doenças do períneo.

Nozes – É um alimento tônico e fortificante, útil no reumatismo e no excesso de ácido
úrico.

Pepino – É diurético e tonificante do fígado e dos rins. Fortalece os cabelos, unhas e
pele, e combate a inflamação dos olhos. É um bom estimulante do apetite quando usado
antes das refeições.

Pêra – É indicada como alimento para pessoas convalescentes. Possui ação depurativa e
diurética moderada.

Pêssego – É um bom purificante dos rins e da bexiga. É também estimulante, laxativo e
diurético.

Quiabo – Por ser rico em ferro, é indicado para gestantes. Seu uso é recomendado nas
inflamações intestinais e problemas dos rins e bexiga.

Rabanete – É diurético e ajuda a normalizar as funções dos rins e a digestão, além de
purificar o sangue e eliminar o catarro das vias respiratórias.

Repolho – Empregado nas doenças neurológicas e nevralgias. Muito útil contra as
náuseas da gravidez e a distrofia muscular. O sumo fresco aplicado nos cabelos é bom
para eliminar a seborréia.

Romã – É uma fruta com efeitos adstringentes. Age também como diurético e
depurativo, e é indicada nos casos de diarréia.

Salsa – Devido à grande quantidade de magnésio, é muito eficaz para todos os casos de
infecções e inflamações causadas por bactérias, vírus ou fungos. Também tem ação
diurética, depurativa e tônica. Ajuda a tratar problemas do fígado, disfunções uterinas e
impotência. O sumo fresco tem ação cicatrizante e é famoso seu emprego nas
hemorragias nasais.

Uva – A uva comum tem fama de ser diurética e purificante do sangue, ajudando a
eliminar o excesso de toxinas, ácido úrico, colesterol, etc. É um bom alcalinizante do
sangue, ajudando a restabelecer o equilíbrio do pH sanguíneo. Também é útil no
combate à acidez estomacal.

Vagem – É um alimento tonificante, usado nas convalescenças e nos estados de
fraqueza.



                                    Macrobiótica
                              a arte de prolongar a vida

               Segundo a medicina chinesa, a causa das doenças está
                    no desequilíbrio Yin/Yang do organismo.
               A macrobiótica é um sistema alimentar que harmoniza
                       essas forças energéticas no homem.



                                                                                      20
Fundamentada na filosofia do Princípio Único e na Ordem do Universo, a
macrobiótica é um sistema alimentar cuja base é o consumo de cereais integrais,
legumes e frutas frescas. A palavra vem do grego (macro: grande bios: vida) e significa
“vida longa” , “grande vida” ou, ainda, “vida perfeita”. Suas origens se encontram nas
antigas artes curativas dos povos orientais e esse tipo de alimentação era utilizado pelos
sábios e mestres para a manutenção da saúde e do equilíbrio do homem – a base para a
ascensão da consciência.
        O japonês Georges Ohsawa foi o responsável pela difusão da macrobiótica no
mundo inteiro, e o          principal codificador dos antigos métodos alimentares
fundamentados na doutrina do Yin/Yang. Ele afirmava que criou o termo
“macrobiótica” apenas para designar a ciência milenar, sem nome, da alimentação
dialética.
        O interesse de Ohsawa pelo assunto surgiu após a Segunda Guerra Mundial,
quando ele foi acometido por uma doença incurável para a medicina de sua época.
Desenganado, resolveu terminar os seus dias no interior do Japão, na casa de uma velha
tia tida pela família como uma pessoa muito sábia, adepta dos métodos tradicionais de
alimentação.
        Depois de alguns meses no interior Ohsawa recuperou-se por completo, obtendo
uma cura surpreendente. A partir de então, sua vida foi inteiramente dedicada aos
estudos dos antigos sistemas alimentares.
        Com mais de 100 livros publicados, esse homem brilhante ensinava o retorno `a
simplicidade na alimentação, à seleção dos alimentos segundo as leis naturais como
base para o aperfeiçoamento da vida e a elevação do discernimento do indivíduo. O
mestre chamou a atenção do mundo inteiro para os perigos da alimentação moderna,
principalmente para os efeitos maléficos do açúcar branco, do álcool, dos agrotóxicos,
dos aditivos (aromatizantes, corantes, conservantes sintéticos etc.) das carnes em
conserva.



                      Os sete estágios na escolha dos alimentos
                             Em um de seus ensinamentos
                        mais preciosos, Ohsawa relaciona sete
                 estágios de discernimento na escolha dos alimentos.

Estágio inferior: Os alimentos são escolhidos mecânica e indiscriminadamente, sem
nenhum critério seletivo.

Estágio emocional: É o estágio em que a maioria das pessoas se encontra. O alimento
não é escolhido por sua capacidade nutritiva, mas pelo sabor e prazer que pode
proporcionar.

Estágio religioso: Este nível de consciência baseia-se em padrões religiosos ou ditados
por um dogma ou doutrina em que o julgamento individual não participa da seleção do
alimento. Existem religiões que proíbem o consumo de carne.

Estágio racional: Neste estágio a alimentação é escolhida com base num padrão
racional de seleção. Procura-se conhecer as necessidades quantitativas alimentares do
organismo e prioriza-se os alimentos capazes de fornecer proteínas, vitaminas, açúcares,


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gorduras, sais minerais, etc. É o estágio que busca o balanceamento quantitativo na
alimentação.

Estágio intelectual: Transcende o estágio racional, levando em conta a qualidade de
vida, a pureza dos alimentos, sua origem, sua combinação bioquímica e outras
particularidades da alimentação.

Estágio filosófico: É o estágio em que o indivíduo ultrapassa a compreensão analítica
dualista e admite uma abordagem mais unificante ou dialética quanto à seleção dos
alimentos. Inclui aspectos importantes, como a recusa ao sacrifício animal e a busca
dos alimentos em obediência às leis cósmicas.

Estágio supremo: Este é o nível superior de consciência, julgamento e discernimento,
quando o indivíduo se alimenta com perfeição, em harmonia espontânea com a Ordem
do Universo, sem nenhuma dependência dos instintos, desejos ou tabus alimentares.


                            A prática da macrobiótica

        Segundo Ohsawa, uma alimentação perfeita é aquela baseada na ingestão de
produtos equilibrados segundo os seus componentes Yin ou Yang, em relação direta
com a qualificação Yin ou Yang de um indivíduo.
        No volume de Medicina Oriental deste Guia, apresentamos uma síntese dos
atributos Yin/Yang, capaz de orientar o estudioso deste método. Os alimentos também
possuem um gabarito Yin ou Yang, que determina o tipo de influência que exercem no
organismo.
        Assim por exemplo, o açúcar branco (extremamente Yin, como o álcool, as
comidas enlatadas, as bebidas adocicadas etc.) é capaz de gerar doenças de caráter Yin,
como o câncer. Por outro lado, produtos extremamente Yang, como a carne bovina, o
sal e os conservantes, são capazes de gerar doenças também de caráter Yang (como o
reumatismo, a artrite, a ansiedade, a arteriosclerose etc.)
        Para a macrobiótica, os alimentos ideais são aqueles classificados como os
menos desequilibrados, ou seja, os que possuem pouca carga Yin ou Yang, como o
arroz integral, as leguminosas, as frutas alcalinas pequenas, os grãos em geral.
        Existe uma tabela classificatória dos alimentos elaborada a partir de uma
comparação com o arroz integral. Essa comparação deve-se à observação das leis do
Universo, que ensinam que não existe nenhum elemento no Universo absolutamente
Yin ou Yang, pois tudo encerra uma polaridade relativa.
        Assim, um produto apontado na tabela como Yin ou Yang só o é em comparação
com o arroz integral, considerado um dos produtos mais equilibrados (da mesma forma
que outros cereais integrais, como o trigo, o centeio, a aveia, o milho etc.).
        De acordo com certas características de um alimento, como tamanho, cor, sabor
e outras, pode-se classificá-lo como mais Yin ou menos Yang ( ou mais Yang ou
menos Yin). Assim, produtos como a maça e a melancia, por exemplo, as frutas
consideradas mais próximas do equilíbrio, são diferentes entre si: a primeira é
classificada como mais Yang(ou menos Yin) que a segunda, por ser menor e conter
menos água(elemento Yin).
        De qualquer forma, as frutas, quando comparadas aos cereais, são mais Yin (ou
menos Yang) em seu conjunto, assim como as carnes em seu conjunto são mais Yang
(ou menos Yin) que os cereais ou as frutas.


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Na tabela de alimentos apresentada a seguir, os primeiros alimentos de cada
grupo têm carga Yin ou Yang mais forte que os seguintes.
A alquimia da culinária
Como já vimos, os alimentos “repassam” para o nosso organismo sua característica Yin ou
Yang. Já que o alimento ideal é o mais balanceado em termos dessas cargas energéticas, muitas
vezes é preciso modificar a característica de um alimento, tornando, por exemplo, um produto
muito Yin em menos Yin (ou mais Yang).
Segundo a técnica macrobiótica, para “yanguizar” um alimento deve-se aplicar durante o seu
preparo agentes Yang, como o fogo, o sal, a pressão e o tempo(conservas). Para “Yinizar” um
alimento, lança-se mão de fatores como a hidratação, a adocicação, o congelamento e a
acidificação.
OBSERVAÇÃO: Os produtos de origem animal são classificados dentro de um grande
grupo Yang, e os produtos de origem vegetal dentro de um vasto grupo Yin.
  TABELA DE CLASSIFICAÇÃO YIN / YANG DOS ALIMENTOS

                                 YIN             YANG

Cereais                    moranga                 Inhame                  Tâmara
Integrais                 Cenoura                 Cará                    Jaca
 Trigo mourisco          Rabanete                Batata-doce             Manga
   (sarraceno)                     Nabo          Batata-inglesa          Coco
 Trigo comum            redondo                                            Grapefruit
                                                  Raízes
 Centeio                 Abóbora                                          Banana-ouro
                                                   Bardana
 Cevada                   comum                                            Banana-prata
                                                   Lótus
            Arroz       Abobrinha                                        Laranja ácida
                                                   Dente-de-leão
integral                  Aspargo                                          Laranja doce
                                                   Mandioquinha
 Aveia                   Pimenta                                          Banana-nanica
                                                   Aipim
 Milho                   alcachofra                                       Banana-da-
                                                  Frutas e
Leguminosas               Pepino                                             terra
                                                  frutos secos
 Gergelim                Tomate                                           Abacaxi
                                                   Pinhão
 Feijão azuki            Pimentão                                        Laticínios
                                                   Damasco
 Linhaça                 Berinjela                                        Queijo de
                                                   Maça
 Lentilha,                                                               cabra
                                                   Melancia
    ervilha seca                                                            Queijo curado
                         Verduras                  Azeitona
 Grão-de-bico                                                              Leite de cabra
                          Dente-de-leão           Castanha-do-
 Feijão-                                                                   Queijo
                          Agrião                   pará
  mulatinho                                                                   camembert
                          Alho-poró               Castanha de
 Vagem                                                                     Queijo
                                                    caju
 Feijão-preto            Rúcula                                             roquefort
                                                   Cereja
 Feijão-branco           Salsa                                            Queijo
                                                   Morango
 Ervilha-torta           Chicória                                          gorgonzola
                                                   Avelã
Legumes                   Escarola                                         Queijo gouda
                                                   Amêndoa
 Alho                    Couve                                            Requeijão
                                                   Noz
 Abóbora                 Aipo                                             Coalhada
                                                          Lima-da-
  japonesa                Couve chinesa                                    Leite de vaca
                                                  pérsia
  (hokaido)               Couve-flor                                       Iogurte
                                                   Pêssego
             Nabo        Espinafre                                        Manteiga sem
comprido                                           Amendoim
                         Tubérculos                Pêra                     sal
 Cebola                  Gengibre                                         Queijo fresco
 Abóbora-                                         Figo



                                                                                          23
 Creme de leite         Coelho              Lagosta               Cerveja
 Creme                  Pato                Camarão               Vinho
   chantilly             Galinha             Carpa                 Café
Animais de               Porco               Truta                 Refrigerante
carne vermelha          Frutos do mar         Salmão                Sucos
e aves                  e de água doce        Sardinha              artificiais
     Carne   de         Ovas de             Ernguia
búfalo                    esturjão            Mexilhão             Diversos
 Carne de vaca           (caviar)            Polvo                 Sal marinho
 Vísceras de            Bacalhau            Lula                  Vinagre
   vaca                    salgado            Ostras                Mel de abelha
 Ovos                   Iriko (peixe                               Melado
 Rã                      japonês)           Bebidas                 Açúcar branco
 Vísceras de            Arenque             Chá Mu
   aves                  Atum                Água de fonte
                      Os principais alimentos macrobióticos

  Com a difusão da macrobiótica pelo Ocidente, muitos alimentos usados pelos
 povos antigos foram reintegrados à nossa cultura. Conheça os mais importantes,
           muitos deles provenientes da culinária tradicional japonesa.

Abóbora-moranga – Menor que a                cereais cozidos, em forma de pasta ou
abóbora comum, a moranga tem sua             chá tradicional.
energia mais concentrada. Deve ser
comida com casca, assim como a
maioria dos legumes da alimentação           Ameixa salgada(umeboshi) – Uma
orgânica.                                    conserva muito usada no Japão, de onde
                                             é importada. As ameixas são
                                             acondicionadas num barril de madeira,
Açúcar mascavo – É o açúcar natural,         com sal marinho natural, por 3 anos ou
que não passa pelo processo industrial       mais.
de refinamento. Marrom claro ou
escuro, tem aspecto de rapadura moída.
juntamente com o melado, é a melhor          Arroz integral – Base da alimentação
opção para substituir o açúcar branco,       macrobiótica, este cereal promove a
tratado quimicamente.                        renovação do organismo e fornece
                                             diversos tipos de proteínas e vitaminas,
                                             entre outros elementos. Existem vários
Algas marinhas – Por assimilar da            tipos nas casas de produtos naturais,
água do mar grande quantidade de             mas o que se aconselha é o de grão mais
minerais (como iodo, cloreto de sódio,       arredondado, com características mais
cobre, ferro e zinco), as algas marinhas     Yang que os outros, portanto dotado de
possuem         várias      propriedades     maior quantidade de energia.
alimentícias e medicinais. São indicadas
principalmente para a obesidade
provocada pela retenção de líquidos, no      Aveia – A aveia usada na alimentação
tratamento da anemia e na recuperação        integral é semelhante à que se encontra
de pacientes portadores de leucemia.         nos supermercados, mas nela os adubos
Podem ser ingeridas cruas, cozidas ou        químicos e inseticidas não estão
fritas, adicionadas a pães, bolos, tortas,   presentes.


                                                                                  24
Ban-chá – Usado como digestivo após         Dentie – Trata-se de um dentifrício
as refeições, este chá suaviza as partes    natural feito à base de berinjela torrada
irritadas do aparelho digestivo e           e sal marinho.
proporciona leveza para os organismos
inflamados. Deve ser tomado sem
açúcar ou outro aditivo, como todos os      Fécula de araruta – Extraída da araruta
chás macrobióticos. A quantidade ideal      pura, serve para dar consistência a
no preparo é 1 colher de sopa da erva       pudins, gelatinas, mingaus e cremes.
levemente torrada para 1 litro de água.     Misturada com shoyu (molho de soja), é
Meio copo após as refeições é o             um grande remédio contra gripe e
suficiente.                                 infecções da garganta.


Bardana – Esta raiz é muito utilizada       Feijão azuki – Estes grãos pequenos e
pelos macrobióticos como alimento e         vermelhos, têm um grau de fermentação
como remédio. Não é preciso descascá-       bem inferior ao dos outros feijões. É
la para cozinhar. Seu chá, feito com 300    rico em energia, e devido às suas
gramas de folha para 1 litro de água, é     qualidades diuréticas é muito indicado
bastante indicado no tratamento das         para os diabéticos. O modo de preparar
cólicas      hepáticas,     enfermidades    é igual ao de qualquer feijão. Com os
cardíacas, furúnculos, bronquite, cálculo   grãos torrados, prepara-se um chá
renal, cálculo biliar e afecções da         excelente, próprio para a maioria das
bexiga, além de funcionar como              doenças metabólicas, além do diabetes.
antídoto para o envenenamento por           Esse chá é depurativo do sangue,
mercúrio metálico e combater os efeitos     elimina o excesso de ácido úrico e
de agentes poluentes, como o dióxido        tonifica os rins. Também funciona como
de enxofre e monóxido de carbono. O         calmante. Para fazer o chá bastam 2
capaplasma da raiz é útil nas contusões,    colheres de sopa de grãos crus, que
no reumatismo, artrite, impingem,           devem ser torrados        numa panela.
herpes e queda dos cabelos.                 Acrescentar 1 litro de água e ferver, até
                                            que a água adquira uma cor escura.
                                            Tomar meio copo após as refeições
Cevada – Com cevada natural                 principais.
preparam-se muitos pratos saborosos,
que são ensinados em qualquer livro de
receitas     macrobióticas. A cevada        Feijão de soja – Constitui um dos
torrada, por sua vez, é um ótimo            alimentos mais ricos em proteínas. Meio
substituto para o café comum.               quilo de grãos equivale a 1 quilo de
                                            carne, 30 ovos ou 6 litros de leite. Sua
                                            proteína é a única que combina 10
Chá de arroz integral – É preparado         aminoácidos essenciais, portanto é
com arroz integral torrado e folhas         capaz de estimular o crescimento e a
torradas de ban-chá. Útil para recuperar    energia no mesmo nível que a proteína
as forças perdidas nos exercícios físicos   animal. A soja também é rica em cálcio,
e mentais, é nutritivo e combate a          ferro e lecitina. O óleo de soja é de fácil
estafa. Para 1 litro de água, usa-se 3      digestão, contendo vitaminas A, B, B2,
colheres de sopa do chá. Deve-se tomar      C, D, E e R. No entanto, por ser um
meio copo após as refeições principais.     alimento extremamente Yin, a soja deve


                                                                                    25
ser consumida com moderação. Essa
restrição não cabe aos subprodutos,         Missô – Molho feito à base de soja
como o leite, o queijo, o óleo e o shoyu,   amassada, que se mistura a cereais
pois nesses casos as toxinas são            como o trigo, o arroz e cevada,
eliminadas durante o preparo.               fermentada junto com sal marinho.
                                            Como todos os alimentos orgânicos, o
                                            missô também é antitóxico. Costuma-se
Gengibre – O óleo extraído do rizoma        utilizá-lo para temperar sopas, cereais e
constitui um ótimo remédio para             carnes, substituindo o vinagre e a massa
problemas respiratórios, como catarro,      de tomate.
rouquidão, asma e bronquite, devendo
ser esfregado no peito. O gengibre pode
ser usado também como chá. Corta-se         Molho de soja (shoyu) – Feito à base
um tubérculo pequeno em fatias e            de soja salgada e fermentada por 6
coloca-se para ferver durante 10            meses, muito usado como condimento
minutos em meio litro de água. A            alimentar. Contém vários tipos de
quantidade a ser tomada varia de acordo     aminoácidos e vitaminas.
com o gosto ou a necessidade
individual. Tem um valor excepcional
na atonia estomacal, cólicas, infecções,    Nabo branco comprido – É um dos
inflamações, acne, furúnculos e             remédios mais usados para combater
vômitos.                                    deficiência visuais como a miopia, o
                                            astigmatismo, etc. A macrobiótica
                                            recomenda comer 100 gramas diárias do
Gersal – Um condimento feito de             nabo ralado, cru. Com as folhas dele
sementes de gergelim torradas e moídas      pode-se preparar um banho de assento,
com sal marinho. Combate a acidez do        muito indicado no combate às infecções
estômago e a acidose metabólica, além       genitais, principalmente femininas. É
de desacidificar o sangue. Muito usado      especialmente útil na recuperação pós-
à mesa para temperar o arroz integral.      parto.


Ginseng – Esta raiz medicinal nativa da     Óleo de gergelim – Trata-se de um
Mandchúria e da Coréia, que nasce uma       excelente remédio no combate da gripe
vez a cada 7 anos, é um poderoso            e do resfriado, bastando tomar 1 colher
estimulante, aumentando a resistência       de sopa pela manhã, em jejum, e outra
física e a capacidade mental. Constitui     antes de dormir. Esse óleo também é
também uma ótima proteção contra a          usado no preparo de um colírio para as
poluição, o raio X e as radiações           inflamações e as irritações da vista.
atômicas, sendo considerado um
rejuvenescedor de todo o sistema
orgânico, particularmente das glândulas.    Sal marinho – É o sal natural, que não
                                            passa pelos processos industriais. Pode
                                            ser encontrado sob a forma de cristais
Leite de cereais – Esse leite é uma         grossos ou finos.
mistura de sete cereais bem moídos,
facilmente solúvel em água. Pode ser
usado por adultos e crianças, puro ou no    Tahine – Preparado com sementes de
preparo de outros alimentos.                gergelim moídas e prensadas, é um
                                            ótimo substituto para a manteiga


                                                                                  26
comum. Excelente fonte de proteínas            Trigo mourisco (ou sarraceno) – É um
vegetais e um remédio eficaz para a            grão pequeno, esbranquiçado, macio ao
anemia.                                        mastigar, com o qual podem ser
                                               preparados todos os pratos que usam
Trigo integral – Com ele são feitos            outros tipos de trigo ou farinha de trigo.
pães, bolos, tortas, biscoitos e macarrão.     Dentre todos os cereais, conforme
Possui grande qualidade terapêutica,           aponta a tabela de classificação
pois fortifica a flora intestinal e auxilia    Yin/Yang dos alimentos, é o mais Yang.
no funcionamento dos intestinos.




                         Os seis sabores na medicina chinesa

      Talvez você não se preocupe em observar se anda comendo doce demais,
         frutas ácidas com muita freqüência, ou alimentos muito salgados.
      Mas a medicina natural nos mostra por que devemos evitar os excessos.

        Os tratados da antiga medicina chinesa que chegaram até nossos dias não
abordam a questão dos seis sabores (doce, salgado, ácido, amargo, adstringente e
picante) com tanta profundidade como a medicina védica. Com exceção do Nei-Ching,
nenhum outro livro chinês disponível apresenta maiores detalhes sobre o assunto.
Contudo, uma vez que grande parte dos conhecimentos médicos chineses provém da
antiga medicina hindu, acredita-se que na China milenar eram adotadas dietas especiais
baseadas nos efeitos dos seis sabores.
        A medicina chinesa conhece os efeitos que os seis sabores produzem no
organismo através de sua influência sobre a característica Yin ou Yang das energias que
fluem pelos meridianos. Dessa maneira, ela aponta os efeitos dos sabores sobre os
órgãos, sobre as emoções, o humor e o temperamento, exaltando, equilibrando ou
enfraquecendo a qualidade das energias circulantes.
        Tais relações podem ser entendidas pelo estudo comparado entre os sabores, as
emoções, os órgãos e os meridianos, de acordo com o ciclo dos cinco elementos, e que
constitui a chave para a compreensão de todas as técnicas da medicina chinesa.
   SABOR
                                         AMARGO                Os sabores se
   ENERGIA                               YANG                 relacionam com as
   EMOÇÃO                                 IRA                 emoções, os
                                     VESÍCULA BILIAR           meridianos, os
   MERIDIANO
                                         FÍGADO                órgãos e os
   ÓRGÃO                                 ÉTER
                                                               elementos da
   ELEMENTO

 SALGADO                                                              DOCE
 YANG                                                                 YIN
 MEDO                                                                 ALEGRIA
 RIM                                                                  INTESTINO
 BEXIGA                                                               DELGADO
 ÁGUA                                                                 CORAÇÃO
                                                                      FOGO




                                                                                      27
ÁCIDO/
 ADSTRINGENTE
 YIN                                                                PICANTE
 TRISTEZA                                                           YANG
 INTESTINO                                                         COMPAIXÃO
 GROSSO                                                           BAÇO/PÂNCREAS
 PULMÕES                                                         ESTÔMAGO
 AR                                                              TERRA



                                  Entendendo o ciclo

       Como já foi estudado, existem duas forças básicas na natureza que agem sobre
os corpos e os fenômenos, determinando a dinâmica da vida. Uma dessas forças é
construtiva, geradora (Yin), e a outra é destrutiva, inibidora ou dissolutiva (Yang).
       Na ilustração, essas forças são representadas pelo movimento circular, ou
gerador, e pelo movimento do pentagrama, ou inibidor.
       Existem diversas associações possíveis no estudo do ciclo chinês, que
abordaremos a seguir.


                                  Os cinco elementos

        Os cinco elementos da natureza atuam como energias sutis que determinam um
“gabarito” às coisas.
        A Água constitui um princípio purificador (a água lava, limpa); o Fogo, um
princípio também purificador (o fogo comum esteriliza); o Ar, um princípio volatizante
(o ar fluidifica); a Terra, um princípio gerador (a terra comum produz e absorve); e o
Éter, um princípio potencializante (o Céu determina).


                     Os seis sabores e sua relação com os órgãos

        O sabor amargo é benéfico para o fígado e para a vesícula biliar; naturalmente
se transforma no organismo em sabor doce e favorece o trabalho do coração e do
intestino delgado, tendo também uma ação inibidora da função do estômago e do
sistema baço-pâncreas.
        O sabor doce é benéfico para o coração e para o intestino delgado, inibe a função
dos pulmões e do intestino grosso, mas transforma-se em sabor picante no sangue.
        O sabor picante é útil para o estômago, para o pâncreas e o baço, inibe a função
do rins e da bexiga e transforma-se em sabor ácido ou adstringente no organismo.
        O sabor ácido/adstringente é favorável aos pulmões e ao intestino grosso, inibe a
função do fígado e da vesícula biliar e transforma-se em sabor salgado.
        O sabor salgado favorece a função dos rins e da bexiga, inibe a função cardíaca e
do intestino delgado e transforma-se no sabor amargo no sangue, fechando o ciclo.
        O excesso de comidas amargas prejudica a função do fígado e da vesícula e é
perigoso para o estômago ou o pâncreas.



                                                                                      28
O excesso de açúcar prejudica o intestino delgado (provoca a fermentação) e o
coração (viscosidade sangüínea) e é perigoso para os pulmões e o intestino grosso.
       O excesso de sabor picante é danoso para o estômago e para o pâncreas e
perigoso para os rins.
       O excesso de sabor ácido ou adstringente prejudica os pulmões e o intestino
grosso, sendo perigoso para o fígado e a vesícula.
       O excesso de alimentos salgados prejudica os rins e a bexiga e é perigoso para o
coração (provoca a retenção de líquidos e eleva a pressão arterial) e o intestino delgado.




                  Os seis sabores e sua influência sobre as emoções

        O sabor amargo em excesso, atacando o fígado, promove a ira e reduz a
compaixão. Em grande excesso, produz uma alegria patológica anormal (o riso estranho
e sádico do furioso).
        As comidas doces em excesso atacam o coração, produzem alegria e reduzem a
tristeza (daí o hábito de comer doces como forma de compensação). Em grande excesso,
porém, estes alimentos tornam as pessoas muito deprimidas.
        Os alimentos ácidos em excesso, por sua vez atacam os pulmões e produzem
uma sensação de tristeza. É por esse motivo que os suspiros de tristeza parecem brotar
exatamente na região do peito relacionada aos pulmões; é comum as pessoas dizerem
que estão sentindo uma tristeza no peito. A acidez também inibe a ira e, em grande
excesso, gera o medo patológico anormal.
        O excesso de comidas salgadas ataca os rins, produz medo, inibe a alegria e, em
grande excesso, produz a ira patológica.
        Assim, a medicina chinesa é capaz de combater o medo excessivo por meio de
uma dieta carregada em alimentos picantes; tratar uma pessoa de temperamento raivoso
ou um caso agudo de ira com uma dieta carregada em alimentos ácidos. Da mesma
maneira, a sabedoria oriental poderia tratar uma melancolia profunda ministrando a um
paciente depressivo uma dieta doce.
        Em termos práticos, a compreensão deste ciclo pode ser de grande utilidade em
nosso dia-a-dia. Se quisermos equilibrar nossos órgãos e emoções, basta evitar os
excessos e os hábitos viciosos em nossa alimentação, harmonizando todos os seis
sabores em cada refeição.



                                   Dieta ayurvédica
                  Segundo os princípios da antiga medicina hindu,
                a dieta adequada a cada tipo de constituição é a base
                    da saúde e da harmonia do corpo e da mente.

        A alimentação é a base dos recursos terapêuticos do Ayurveda, o milenar
sistema médico indiano, e a principal condição de sua eficácia, tanto na prevenção como
no tratamento de doenças, está na elaboração de uma dieta individualizada, quando se
leva em conta a constituição psicofísica de cada pessoa.


                                                                                       29
Para compreender o sistema de alimentação do Ayurveda é necessário retomar
de modo resumido alguns conceitos básicos, como as três gunas, as qualidades da
matéria, e os três doshas, os princípios fundamentais que ligam a mente e o corpo.
        Da Sustância Original, infinita e atemporal, inicia-se o processo de polarização,
passando então o que estava em situação de neutralidade (ou estado absoluto) para uma
situação de divisão nas duas energias primordiais, Purusha (raiz do espírito) e Pradriti
(raiz da matéria). Prakriti, a energia básica que dá alento e molda a matéria, tem três
qualidades fundamentais, ou gunas: Sattva, Rajas e Tamas.
        Sattva é a matéria sutil, leve e fluida; Tamas é a matéria densa, pesada; e Rajas é
a matéria intermediária. Qualquer elemento material, visível ou invisível, integra
necessariamente uma dessas três qualidades de Prakriti.
        A classificação dos alimentos segundo as três gunas representa, portanto, um
aspecto extremamente importante da alimentação ayurvédica, pois a saúde, o humor, o
temperamento, os impulsos e o padrão bioenergético humanos são altamente
influenciados pela qualidade sáttvica, rajásica ou tamásica dos alimentos, uma vez que
estes se transformam na sutil essência do organismo sob forma de fluido vital.
        Assim, é importante identificar os alimentos de acordo com sua classificação no
Ayurveda, para poder escolher os mais adequados a cada tipo de constituição – essa
adequação constitui exatamente a base de todo o sistema védico.


                                  Alimentos sáttvicos

       São geralmente alimentos leves e de fácil digestão, puros, de sabor suave e
adocicados. Aumentam a resistência física, favorecendo a boa saúde e a longevidade;
ativam a mente superior, os bons sentimentos, as emoções mais refinadas e elevam a
consciência:

arroz integral                  tâmara                           noz
trigo integral                  maçã                             cereja
trigo sarraceno                 melancia                         lima-da-pérsia
aveia                           gergelim                         laranja-lima (doce)
centeio                         lentilha seca                    coco
milho                           ghee(manteiga                    leite
aspargo                         clarificada)                     manteiga sem sal
alface                          ervilha fresca                   creme de leite
aipo                            feijão-branco                    mel de abelhas
couve-flor                      abóboras em geral                água de fonte
acelga                          cenoura                          sucos de frutas doces
couve chinesa                   abobrinha
inhame                          castanha de caju
batata-doce                     castanha-do-pará
raiz de lótus                   amêndoa
mandioquinha                    avelã


                                  Alimentos tamásicos

      São alimentos “pesados” , de digestão mais difícil, impuros , condicionados,
fermentados, de sabor carregado, fortes e densos. Aumentam intensamente a força


                                                                                         30
física, mas por pouco tempo; determinam desgaste orgânico, prejudicando a saúde e a
qualidade da vida; induzem à impulsividade, às emoções inferiores, à lassidão, à
preguiça, ao torpor mental e embotam a consciência.

carne de porco                 pimentas                       bebidas alcoólicas em
carne de vaca                  pimentão                       geral
vísceras                       queijos fermentados            vinagre
carnes industrializadas        e de forte odor                temperos fortes
gorduras animais               conservas em geral
ovos                           bacalhau salgado




                                Alimentos rajásicos

        São alimentos intermediários, alguns com certa tendência a sattva, outros com
tendência a tamas. Podem ser leves ou pesados, mas em sua maioria são neutros.
Estimulam a energia vital e atividade mental; são geralmente excitantes e tonificantes
do fluido nervoso:

café                           couve                          coalhada fresca
chá-mate                       escarola                       coalhada seca
chá-preto                      rúcula                         manteiga com sal
chá verde japonês              espinafre                      queijos suaves
sal marinho                    gengibre                       rã
melado                         cará                           frango
feijão azuki                   batata-inglesa                 coelho
feijão-preto                   aipim                          pato
grão-de-bico                   damasco                        peru
alho                           azeitonas em conservas         caviar
cebola                         morango                        arenque
nabo redondo                   amendoim                       atum
nabo comprido japonês          pêra                           lagosta
rabanete                       figo                           camarão
tomate                         jaca                           sardinha
berinjela                      manga                          truta
alcachofra                     grapefruit                     carpa
pepino                         laranja ácida                  salmão
agrião                         bananas em geral               polvo
dente-de-leão                  abacaxi                        lula
alho-poró                      frutas ácidas e                ostra
nirá                           carregadas
salsinha                       queijos frescos
cebolinha                      iogurte



                  A melhor dieta para cada organismo humano


                                                                                   31
Ao individualizar a dieta, adequando-a a cada tipo de constituição,
            a alimentação védica vai além dos padrões generalizantes
                        da nutrição quantitativa ocidental.

        O Ayurveda classifica os seres humanos em três tipos básicos, caracterizados
pelos três doshas e suas combinações. Os três doshas são Vata, Pitta e Kapha, e podem
ser entendidos como os três fluidos fundamentais do organismo, responsáveis por todas
as funções vitais. São invisíveis ao homem comum e habitam a dimensão fronteiriça
onde os pensamentos e as emoções se transformam em matéria ou impulso nervoso.
Governam todos os aparelhos e sistemas do organismo. Quando um deles está em
excesso ou em carência surge o desequilíbrio e as doenças evidenciam-se sob variados
nomes e formas.
        A classificação dos tipos de constituição humana (ou prakriti) se faz a partir da
presença mais marcante de um ou mais doshas numa pessoa, com base em determinadas
características. Pode haver tipos puros – Vata , Pitta ou Kapha – , ou então
combinações baseadas na predominância de dois doshas, o que é mais comum; embora
seja mais raro, também existem pessoas cujas características revelam a presença,
praticamente com a mesma intensidade, dos três doshas em sua tipologia.
        O prakriti de uma pessoa é definido desde o seu nascimento e não se modifica
mais durante a vida – pode ser comparado a uma espécie de carimbo ou marca; muitas
vezes o que ocorre é o desequilíbrio dos doshas. Para a manutenção da vida e da saúde,
os três doshas devem estar em equilíbrio dinâmico no corpo, e isso se realiza a partir de
várias condições básicas. Uma delas é a alimentação adequada a cada prakriti e, por esse
motivo, é muito importante que cada pessoa descubra seu tipo. No fascículo anterior foi
feito um estudo mais aprofundado das características dos doshas e dos tipos físicos.
Aqui, portanto, está apenas um resumo a título de recapitulação.



                       Características das pessoas do tipo Vata

       Leveza, estrutura esguia           Rapidez ao adquirir e esquecer
 Rapidez nas atividades                    informações
 Fome e digestão irregulares              Tendência à preocupação
 Sono leve e interrompido, insônia        Tendência à prisão de ventre
 Entusiasmo, vivacidade, imaginação       Cansaço fácil, tendência à exaustão
 Excitabilidade, mudanças de humor        Energia mental e física em explosões
                                            repentinas

                                   A dieta de Vata

                VEGETAIS                                      FRUTAS
Prefira               Reduza ou evite        Prefira               Reduza ou evite
aspargo               aipo                   abacate        uva    maça
batata-doce           batata                 abacaxi               pêra
beterraba             berinjela              ameixa                romã
cebola e alho         brócolos               amora                 (são mais aceitáveis
(não crus)            cogumelos              banana                cozidas)


                                                                                      32
Alimentação
Alimentação
Alimentação
Alimentação
Alimentação
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Alimentação

  • 1. A ALIMENTAÇÃO, A JEJUNOTERAPIA, A URINOTERAPIA E A HOMEOPATIA HARMONIZANDO O SER HUMANO.  Alimentação: “Fazei do alimento vosso remédio” (Hipócrates) Em busca por um modo de vida saudável e harmonioso, o homem moderno torna-se cada vez mais consciente de sua alimentação, cuja importância sempre foi apontada por todas as técnicas e recursos terapêuticos da Medicina Natural. Assim, na medicina védica, por exemplo, a dieta apropriada a cada tipo de constituição física é o primeiro passo para seguir um tratamento; já na medicina chinesa – para a qual o médico especialista em nutrição é o elemento mais respeitado na comunidade – todos os alimentos são empregados como remédio. A dietética era uma das importantes disciplinas que constavam dos ensinamentos da Escola de Cós – ilha grega que abrigava o Templo de Asclépio, considerado o pai mitológico da Medicina. Nascido na ilha, aluno e posteriormente professor desse centro de estudos, que veio a ser a primeira escola de medicina científica da Antiguidade, Hipócrates via na alimentação bem balanceada o melhor caminho para que seus discípulos se tornassem médicos saudáveis e equilibrados. Esta era também uma das regras básicas da escola tibetana, onde os médicos se submetiam a dietas rigorosas quando não se consideravam aptos a clinicar. A medicina natural atual apresenta várias filosofias e técnicas alimentares distintas, como a macrobiótica, o vegetarianismo, as monodietas, etc. Visando oferecer ao leitor as informações mais úteis e necessárias para a prática de uma alimentação saudável e harmônica, optamos pela orientação de especialistas não radicais, que 1
  • 2. procuram reconhecer e enfatizar os pontos comuns entre as diversas tendências. Assim, este Guia Prático expressa uma visão holística, desvinculada de doutrinas e ideologias, sintonizada apenas com a filosofia da Ordem do Universo e suas leis intrínsecas e imutáveis. Alimentação: o pilar da medicina natural Se o alimento é puro, a mente também será pura; se a mente é pura, o espírito será também. (Antiga máxima da sabedoria hindu) Tudo o que usamos como alimento passa a fazer parte do nosso organismo – dos ossos, do sangue, dos tecidos, da essência mais sutil de nosso metabolismo bioquímico. Alimentação tem ação direta sobre o nosso humor, temperamento, impulsos e pensamentos. É por esse motivo que devemos nos preocupar com os alimentos que ingerimos diariamente: eles determinam a qualidade de nossa vida como um todo e da nossa saúde em particular. Existem diversos sistemas de alimentação e cada um deles exerce um tipo de influência sobre o organismo. Neste trabalho, apontaremos os mais comuns adotados por aqueles que se preocupam em ter um modo de vida mais naturalista. Uma dieta saudável Cresce em todo o mundo o interesse por uma alimentação equilibrada, saudável, mas muita gente ainda se sente um tanto confusa em relação ao assunto: quais os alimentos que devem fazer parte dessa dieta? Na verdade, trata-se simplesmente de preferir os alimentos integrais produzidos de modo natural, aos quais nada foi acrescentado (sob a forma de aditivos) e dos quais nada foi retirado ( como acontece com os produtos “refinados” ). Fazem parte desses alimentos os cereais integrais, os frutos secos (nozes, amêndoas, amendoim, etc.) e sementes ( de gergelim, abóbora, etc.), as frutas e hortaliças frescas, e, ainda, a carne e os laticínios provenientes de animais criados o mais naturalmente possível. Os alimentos naturais e integrais também incluem produtos derivados que não contêm aditivos, como o pão integral, por exemplo. Se a pessoa não consegue abolir o uso da carne ela pode diminui-la de sua alimentação, pouco a pouco. Porém em determinados adoecimentos, como o câncer, por exemplo, fica difícil tratar a pessoa sem retirar a carne de sua alimentação. O mais natural possível Idealmente, os alimentos integrais devem ser aqueles cultivados ou criados de forma orgânica, isto é, livres de fertilizantes químicos, antibióticos, hormônios ou outras drogas usadas comumente pela indústria de produção de alimentos. Essa condição, fundamental para a qualidade e pureza dos alimentos, é uma preocupação sempre presente na medicina natural, que está voltada basicamente para a alimentação orgânica. Em muitos países, e nos Estados Unidos em particular, a opinião pública tem sido cada vez mais mobilizada a esse respeito. Nos últimos anos tem crescido bastante a quantidade de lojas e entrepostos de alimentos orgânicos na América e na Europa, e já 2
  • 3. se podem encontrar tais produtos nos supermercados comuns, sob a fiscalização de órgãos do governo. E graças ao desenvolvimento da agricultura biológica ou natural, que evita a aplicação de adubos sintéticos e de defensivos agrícolas no combate às pragas, também cresceu, obviamente, a produção de alimentos orgânicos. No Brasil, onde essa consciência é ainda incipiente, é quase impossível a prática de uma alimentação totalmente orgânica. Com o movimento iniciado pela macrobiótica há algumas décadas, e posteriormente com a criação das comunidades rurais, houve o despertar, tímido ainda, para a questão dos aditivos e dos agrotóxicos e para o perigo dos mesmos para a saúde (mesmo em doses ditas “aceitáveis”, determinadas pelos próprios fabricantes). Atualmente vem se alargando o mercado consumidor preocupado com o assunto, e vários produtos orgânicos já são encontrados no comércio especializado – os entrepostos e restaurantes naturais. Sistemas de alimentação Da absoluta proibição aos produtos animais e seus derivados às dietas de alimentos crus ou apenas de frutas, um rápido painel dos exemplos de vegetarianismo. No Ocidente, a medicina natural desenvolveu ao longo do tempo uma forte tendência vegetariana, por considerar que os alimentos vegetais, selecionados de acordo com critérios filosóficos e segundo seus efeitos medicinais, são os mais adequados para a nutrição do homem, enquanto o consumo de carnes e produtos industrializados pode trazer os mais diversos problemas para a saúde. Dentro do sistema vegetarianista, existem modalidades mais ou menos radicais, como veremos a seguir. Vegetarianismo exclusivo Ovo-lacto-vegetarianismo Considerada a mais autêntica, É a modalidade mais liberal, não admite o consumo de nenhum que admite o consumo de alimentos de produto de origem animal, nem origem animal com exceção da carne. mesmo os ovos ou o leite e seus São permitidos os ovos, todos os derivados. Pode, contudo, ser de dois laticínios e, obviamente, todas as tipos: o vegetarianismo exclusivo verduras, as raízes, as leguminosas, os comum, que aceita os alimentos tubérculos e os cereais. Os alimentos industrializados, e o orgânico/integral, vegetais industrializados, o açúcar que utiliza apenas os cereais integrais branco, as farinhas brancas não e, na medida do possível, busca os integrais, o sal refinado etc. podem ser alimentos naturais, livres de produtos usados normalmente. químicos, como aditivos sintéticos e agrotóxicos. 3
  • 4. Crudivorismo Frugivorismo Os adeptos desta dieta Esta modalidade é adotada consomem apenas alimentos pelos vegetarianos mais radicais, que absolutamente crus, pois acreditam se alimentam apenas de frutas. Eles se que o verdadeiro alimento é aquele baseiam no princípio de que as frutas que se apresenta conforme a natureza são uma dádiva da natureza e o oferece. Desse modo, consomem constituem o mais perfeito tipo de principalmente frutas, verduras, brotos alimento para o homem. Criticam o de leguminosas, algumas raízes, vegetarianismo comum alegando que tubérculos e cereais que podem ser mesmo o consumo de verduras, raízes comidos crus, como o trigo integral e a e legumes exige a morte de uma aveia. planta, o que não acontece quando se Alguns crudivoristas aceitam o colhe uma fruta. Alguns admitem o uso do leite e seus derivados, mas não cozimento eventual de certas frutas, os ovos e outros subprodutos animais. mas de modo geral são crudivoristas também. Cerealismo Este tipo de vegetarianismo é considerado o mais perfeito em termos filosóficos. Parte de um conceito próximo ao dos frugivoristas, porém considera os cereais integrais pequenos frutos energéticos e mais concentrados que as frutas e, portanto, mais nutritivos. Neste caso, o fogo(ou o cozimento) e o sal são vistos como recursos do homem, portador de inteligência, que se elevou da condição de hominídeo da floresta e foi capaz de transformar os alimentos, tornando-os mais digestivos, mais assimiláveis e adaptados ao organismo humano em franco aperfeiçoamento. O consumo exclusivo de cereais é muito raro; em geral o que ocorre é que os cereais são consumidos em maior quantidade que os demais alimentos, como no caso da macrobiótica, sistema de alimentação apresentando em detalhe nesta monografia. Elementos básicos da alimentação O segredo de uma dieta saudável, segundo os nutricionistas tradicionais, está na variedade e no equilíbrio dos alimentos.  Cereais integrais (arroz integral, centeio, trigo integral, soja, etc.) e seus derivados (farinhas, macarrão, etc.). Ricos em carboidratos e fibras, os cereais integrais têm baixo teor de gordura e, quando combinados com leguminosas, fornecem valiosas proteínas. Os pratos feitos com eles satisfazem mais e têm menos calorias que as comidas que utilizam os cereais refinados, como a farinha branca, o arroz branco, etc. 4
  • 5.  Leguminosas ( ervilha seca, lentilha, feijões, favas, etc.). Têm alto teor de carboidratos e fibras, com baixo teor de gordura. Boa fonte de vitamina B e minerais, podem ser usadas em sopas, saladas e para acompanhar cereais, substituindo a carne.  Gorduras. Uma dieta saudável deve incluir óleos monoinsaturados e poliinsaturados, como azeite de oliva, óleo de sementes de girassol e de milho. Óleo extraidos a frio são preferíveis porque geralmente são usados produtos químicos no caso dos óleos processados a quente. Óleos vegetais contêm vitamina E e ácidos graxos(vitamina F), e devem ser usados em lugar de margarina, manteiga, banha e gordura animais saturadas.  Frutas e hortaliças frescas. Contêm fibras e são nossa principal fonte de vitamina C; ricas também em minerais, muitas têm ainda caroteno, que o organismo transforma em vitamina A.  Produtos de origem animal (frango e ovo “caipira”, ou seja, não de granja, onde os animais são muitas vezes alimentados com hormônios; carne, peixe, leite e laticínios provenientes de animais criados em solo sem fertilizantes químicos). Os produtos animais contêm proteínas e fornecem vitaminas do complexo B; carne e leite integral têm mais gorduras que aves, peixes e leite desnatado. Carne, peixes e ovos fornecem ferro; leite e seus derivados, como queijos e iogurte, fornecem cálcio.  Frutos secos e sementes (amendoim, castanha de caju, nozes, sementes de gergelim, girassol, papoula, etc.). Contêm fibras e óleos poliinsaturados; boa fonte de proteínas quando combinados com leguminosas, fornecem vitaminas do complexo B, vitamina E, além de minerais.  Adoçantes. Adoçantes naturais incluem frutas secas, extrato de malte, mel, melado, açúcar mascavo. As frutas secas fornecem vitaminas A e C, além de minerais; mel e melado podem substituir o açúcar refinado, mas devem ser usados com moderação, como as frutas secas, pois têm muitas calorias. Dicas e conselhos Para uma alimentação mais saudável, independente de qualquer filosofia alimentar, recomenda-se o seguinte: - Evite comer frutas, legumes e tubérculos fora de estação – geralmente têm maior quantidade de agrotóxicos. As Secretarias de Saúde e os órgãos de defesa do consumidor costumam divulgar listas de alimentos da época. - Evite comprar legumes, cereais e principalmente frutas em supermercados ou grandes cooperativas, preferindo as feiras livres e os pequenos produtores. - Evite os alimentos enlatados, conservados quimicamente, defumados, condicionados e industrializados em geral. Ainda não se conhecem todos os efeitos possíveis no organismo provocados pelos corantes, conservantes, 5
  • 6. aromatizantes e demais aditivos alimentares artificiais. Muitos dos aditivos que hoje figuram na lista dos perigosos ou proibidos foram antes aplicados aos alimentos industrializados no mundo inteiro e até considerados inócuos ou incapazes de produzir danos. Daí o cuidado necessário quanto aos sorvetes, aos chocolates, chicletes, balas e doces industrializados. A ciência moderna ainda não tem condições de prever os efeitos de tais produtos a médio e a longo prazo, mas sabe-se que, devido ao baixo peso molecular dos aditivos, eles conseguem penetrar no interior da célula com muita facilidade, interferindo significativamente no sutil metabolismo das células mais nobres. Os resultados disso podem ser imprevisíveis, mas já existem estudos sérios que apontam uma relação entre produtos artificiais, agrotóxicos e o câncer, a leucemia, as mutações genéticas e a redução da resistência imunológica. - Ao escolher os legumes, as verduras e as frutas, prefira as menores, menos perfeitas, menos lustrosas, sem selos e, de preferência, que apresentam pintinhas, manchas e eventualmente bichinhos, uma clara indicação da ausência de agrotóxicos. - Procure sempre sentir o cheiro das frutas; se apresentarem odor de remédio, rejeite-as. - É aconselhável o desenvolvimento de hortas domésticas (que podem ser coletivas...) em espaços não aproveitados de terreno e até mesmo dentro de casas e de apartamentos. - Na compra de pescados, siga a orientação das autoridades sanitárias quanto aos critérios de seleção qualitativa desses alimentos. Evite aqueles que apresentarem cheiro de amônia ou mau aspecto. Existem hoje algumas cooperativas de produção e distribuição de alimentos orgânicos nos centros urbanos mais importantes. Informações podem ser obtidas nas lojas naturais e nos entrepostos de alimentação alternativa. A importância das fibras Presentes nas cascas, sementes, películas e estruturas celulares dos vegetais que consumimos, as fibras são essenciais para a motilidade intestinal e para a remoção dos resíduos alimentares do tubo digestivo. Constituem a parte não completamente digerível dos vegetais e ajudam a compor o bolo fecal. Sem elas, a assimilação dos ingredientes é muito prejudicada pela fermentação e por acúmulos tóxicos que ocorrem nos intestinos. Prisão de ventre ou diarréia crônicas, colites, diverticulite, etc. são alguns dos problemas mais freqüentes que uma dieta pobre em fibras pode acarretar. Essa é uma característica marcante na alimentação moderna, que inclui muitos produtos pastosos, cremes, açúcar refinado, carnes e gorduras. Já as dietas baseadas na alimentação natural integral apresentam a quantidade necessária de fibras para a manutenção da boa saúde. A tabela a seguir relaciona alimentos ricos em fibras; procure incluir alguns deles diariamente em sua alimentação. 6
  • 7. Lembre-se que todas as folhas, legumes, raízes e cereais integrais fornecem fibras. Existem, no entanto, alimentos que não contêm fibras, como as carnes, os laticínios, ovos, óleos e gorduras. gramas de fibra/100g de alimento Cereais Leguminosas Frutas secas Pão integral 8,5 Feijão roxo cozido 7,0 Tâmara 8,7 Pão branco 4,1 Lentilha cozida 3,7 Damasco 24,0 Arroz integral cru 4,2 Figo 18,5 Arroz branco cru 2,4 Ameixa-preta 16,1 Farelo de arroz 11, Uva passa 7,0 5 Frutas Frutos Hortaliças secos/sementes Maça com casca 2,9 Amêndoa 14, Brócolos 3,6 3 Banana 3,4 Castanha-do-pará 9,0 Ervilha 5,2 Franboesa 3,0 Amendoim 8,1 Batata cozida 2,5 Amora 4,1 Sementes de 2,4 Milho verde 4,7 gergelim Goiaba 5,6 Sementes de girassol 2,8 Alcachofra 2,4 Coco 13, Cebola desidratada 4,4 6 As fibras e a saúde Sangue a pectina das frutas interfere na reabsorção ajuda a prevenir problemas do colesterol pela corrente sanguínea cardíacos Estômago alimentos ricos em celulose precisam ser ajuda no controle do peso bem mastigados e obrigam a pessoa a comer – é bom para regimes de mais devagar. A mastigação aumenta a emagrecimento. secreção dos sucos gástricos e pode dar uma sensação de plenitude. Faz também o estômago esvaziar mais devagar. Intestino os dejetos tornam-se pastosos e mais evita a prisão de ventre; Grosso volumosos, com maior quantidade de água, pode prevenir problemas sendo expelidos mais facilmente. Aumenta a intestinais e o câncer do velocidade da passagem da bile, evitando cólon. que seja atacada pelas bactérias. Intestino diminui o tempo de digestão dos poder ter um efeito delgado carboidratos e de sua transformação em benéfico para os diabéticos açúcar. A combinação bioquímica dos alimentos Manga não combina com leite. A sabedoria popular sempre afirmou, 7
  • 8. e estudos recentes acabam de confirmar. Mesmo recebendo mais atenção dos adeptos da alimentação natural do que dos próprios nutricionistas de formação convencional, esta matéria é hoje muito difundida e tem merecido estudos cada vez mais aprofundados. Assim que são ingeridos, os alimentos entram em contato entre si, realizando relações bioquímicas e reagindo com as secreções digestivas segundo a natureza ou a composição química de cada pessoa. Existem os alimentos que se combinam bem e aqueles que não. Quando a combinação é perfeita, a digestão se faz harmoniosamente, a assimilação das proteínas, das vitaminas e dos minerais é ideal, a formação do material a ser excretado é adequada e a deposição de gorduras e de elementos tóxicos é mínima ou nenhuma. Quando não se combinam Exatamente o contrário ocorre com a ingestão de alimentos que não se combinam bem. A lista que vem a seguir é útil como diretriz quando se deseja adotar uma dieta bioquimicamente ajustada, indicada em especial para os casos de obesidade de difícil tratamento e para todos os casos de má digestão, azia, doenças gastrintestinais em geral, colites ulcerativas, fermentações intestinais flatulência, cólicas digestivas, digestão muito lenta, intolerância alimentar, idiossincrasias alimentares, pertubações enzimáticas, distúrbios digestivos de fundo nervoso ou psicossomático, etc. Basicamente, esses problemas podem ser resolvidos observando-se o equilíbrio bioquímico dos alimentos. Uma alimentação que respeite esses padrões é recomendada a todas as pessoas, independente de sua filosofia alimentar, como fator de promoção e manutenção da saúde. Nos casos de obesidade, e se for bem elaborada, permite um emagrecimento lento; no entanto, não se trata de uma dieta para emagrecer, pois pode e deve ser realizada por todas as pessoas, as magras inclusive, uma vez que favorece o equilíbrio geral, evitando o envelhecimento precoce e o desgaste orgânico acentuado resultante dos abusos ou excessos alimentares. Nesta tabela não se levou em consideração a quantidade de alimento a ser ingerida, o que deve receber uma atenção particularizada, de acordo com cada organismo ou mesmo segundo os critérios do bom senso. Tabela de combinação bioquímica dos alimentos Grupo I alimentos que combinam entre si e com os do Grupo II abacate azeitonas cogumelo orégão abóbora bardana couve ovos abobrinha berinjela couve-flor palmito fresco acelga bertalha erva-doce pepino agrião beterraba ervilha fresca pimentão aipo brócolos espinafre pinhão alcachofra cacau feijão verde quiabo alface cardo frutos do mar rabanete algas marinhas carnes gergelim raiz de lótus alho caruru jiló repolho alho-poró castanha de caju manteiga salsa almeirão castanha-do-pará milho verde serralha 8
  • 9. amêndoas cebola missô shoyo aspargo cenoura mostarda taioba avelãs chicória nabiça tomate cru azedinha chuchu nabo umeboshi azeite coco seco nozes vagem Grupo II alimentos que não combinam entre si aipim cará farinha de milho mandioquinha araruta castanha-portuguesa feijão seco milho seco arroz integral centeio fruta-pão queijo de soja aveia integral cevada grão-de-bico soja seca batata-doce cevadinha lentilhas tahine batata-inglesa ervilha seca macarrão integral trigo e derivados café de cevada farinha de mandioca mandioca trigo sarraceno Grupo III alimentos que combinam entre si e com os do Grupo II (desde que não sejam preparados em gordura ou similares) abricó caqui lima-da-pérsia queijo prato açúcar em geral coco verde maçã queijo-de-minas ameixa figo fresco mamão queijos frescos banana cozida fruta-do-conde mel de abelhas requeijão banana seca goiaba melado ricota broto de feijão ingá melancia sapoti café jaca melão tâmara café de cevada laranja-lima pêra uva moscatel Grupo IV alimentos que não combinam entre si e nem com outros alimentos abacaxi coalhada laranja ácida nêspera ameixa ácida damasco limão pêra ácida araçá framboesa maçã ácida pêssego cajá grapefruit manga pitanga caju graviola mangaba romã carambola jabuticaba maracujá tamarindo cereja jambo marmelo tangerina cidra jenipapo morango uva ácida Grupo V Banana crua Combina com: Incompatível com: ameixa mamão abacate melado 9
  • 10. caqui melancia açúcar em geral óleos e gorduras creme de leite melão azeite em geral figo pêra caldo de cana todos os alimentos laranja-lima queijos frutas oleaginosas do grupo II leite sapoti frutas secas lima-da-pérsia todas as frutas doces manteiga maçã uva moscatel mel de abelha Grupo VI Leite Combina com: Incompatível com: banana crua ou todos os alimentos do grupo i frutas cítricas amassada alimentos do carne frutas oleaginosas creme de leite grupo II clara de ovo iogurte gema de ovo cozida coalhada óleos e gorduras queijos Grupo VII Creme de leite Combina com: Incompatível com: abacate frutas oleaginosas carnes frutas secas abóbora verdes clara de ovo manteiga alimentos do Grupo II gema de ovo frutas doces óleos e gorduras banana assada ou crua leite e derivados frutas oleaginosas suco de maçã maçã crua ou secas verduras assada Observações:  Por serem considerados neutros, gema de ovo, crua ou cozida, coco verde, lêvedo de cerveja, café e várias qualidades de chá se compatibilizam com todos os outros alimentos.  Todo alimento frito, carregado em óleo, é incompatível com qualquer outro.  O pão, para se tornar menos fermentável, deve ser feito com farinha pura ou integral e ingerindo 24 horas após sua fabricação, em torradas ou aquecido no forno.  Não se deve comer frutas após as 18 horas  Para que os alimentos não entrem em conflito bioquímico, é rigorosamente necessário que se mantenha um espaço mínimo de 4 horas e meia entre as refeições. Monodieta: a cura pelo alimento único Comer um só tipo de alimento durante um certo tempo provoca transformações bioquímicas no organismo, modificando o metabolismo, corrigindo distúrbios e promovendo a cura. 10
  • 11. Antes de apontar alguns tipos de monodieta e suas indicações é importante esclarecer que qualquer alimento dotado de poder medicinal age beneficamente em nosso organismo, mesmo quando ingerido juntamente com outros, numa refeição normal. Em geral, as monodietas são indicadas apenas porque reforçam e concentram a ação dos alimentos terapêuticos. Dieta do arroz integral Indicada para a desintoxicação, esta dieta promove a renovação do equilíbrio metabólico e a restauração das funções orgânicas prejudicadas pela alimentação industrializada. Pode ser aplicada no tratamento do câncer, do diabetes, da obesidade, do reumatismo, das gripes freqüentes e da sinusite. Para aqueles que praticam jejuns prolongados, é útil como fase preparatória. O período ideal para essa dieta é de 10 dias seguidos, e o arroz integral deve ser simplesmente cozido na água, sem sal ou tempero de qualquer espécie. Pela manhã, recomenda-se um mingau de farinha de arroz integral tostada, que pode ser encontrada nas lojas especializadas em produtos naturais. Antes de iniciar a dieta, é importante diminuir gradualmente o consumo de açúcar branco, de carne animal, condimentos fortes, frituras e laticínios. Depois, durante uns 10 dias, a alimentação deve ser amena, composta de arroz integral, cereais integrais, legumes, raízes, tubérculos, verduras cozidas e algumas frutas suaves. Normalmente essa dieta provoca algumas reações, como dor de cabeça, fraqueza, indisposição, irritabilidade, fezes com odor forte (devido ao processo de limpeza do organismo) e uma eventual prisão de ventre no princípio. Tais sintomas serão mais intensos quanto mais o organismo estiver comprometido e intoxicado, mas tendem a desaparecer em poucos dias dando lugar a uma incrível sensação de bem- estar, leveza, equilíbrio e tranqüilidade emocional. Dieta do inhame O inhame é um tubérculo com propriedades depurativas, desintoxicantes e reguladoras. Seu uso terapêutico deve se estender por no máximo 7 dias, dependendo das condições do doente. O tubérculo deve ser cozido com a casca e, depois de descascá-lo, recomenda-se amassá-la com um garfo e acrescentar temperos naturais leves, como salsinha, cebolinha, sal marinho ou missô (pasta de soja fermentada) e um pouco de azeite de oliva. Essa dieta é utilizada no tratamento de infecções agudas ou crônicas de qualquer tipo, em especial as amigdalites, os abscessos, as pneumonias, inflamações dentárias, osteomielites, tuberculose óssea, reumatismo agudo, crises de gota, otites purulentas, inflamações das unhas, sinusites, deficiências imunológicas em geral, doenças articulares, inflamações e infecções renais ou urinárias, doenças inflamatórias dos intestinos. Como o inhame possui propriedades que combatem a formação de células malignas, a dieta também é indicada para os casos de tumores (benignos ou malignos). Dieta do abacaxi 11
  • 12. Esta dieta é de apenas 1 dia, mas deve ser repetida com intervalos regulares, em geral de 1 semana, até que seus objetivos sejam atingidos. A quantidade ingerida em cada refeição fica a critério do doente. É indicada tanto para a fase aguda da litíase renal (cálculos), como para prevenir a recorrência dos cálculos. Tem grande eficácia no tratamento da obesidade resistente, da pressão alta, na prevenção das crises de gota e no reumatismo crônico. Sua ação diurética é muita boa, servindo também como recurso auxiliar no tratamento das infecções urinárias em geral, nos casos de blenorragia crônica e uretrites inespecíficas. Dieta do melão Como a do abacaxi, esta dieta deve ser feita por 1 dia, a intervalos semanais. A quantidade de melão é livre, e a fruta deve estar bem madura e suculenta. Indicada para os distúrbios da menopausa ou do climatério, principalmente nos calores insuportáveis, e para os vários tipos de desequilíbrio hormonais femininos. É um tratamento que deixa a pele sedosa e combate as rugas. Os antigos costumavam dizer que esta era uma das dietas do rejuvenescimento. Dieta da uva Nesta dieta bastante radical, que constitui um famoso tratamento contra o câncer, a uva rosada comum é o único alimento durante 15 dias. Dieta do mamão Uma dieta de 3 dias consecutivos para a qual o tipo ideal de mamão é o amarelo caipira e, na sua falta, o vermelho “Bahia” grande. Não se recomenda o mamão papaia, devido ao excesso de agrotóxicos e aos hormônios vegetais que ele contém, prejudiciais à saúde. Recomenda-se também ingerir, a cada dia, 1 ou 2 colheres de sopa de sementes de mamão, sem mastigá-las. É um tratamento muito eficaz no combate à prisão de ventre aguda ou crônica, nas gastrites, nos casos de digestão lenta, má digestão, falta de apetite, vermes intestinais, colites, excesso de colesterol e triglicídeos, cálculos da vesícula e hepatites agudas. Dieta do jiló Com a duração de 1 dia apenas, esta dieta pode ser repetida quando necessário. Os jilós devem ser cozidos, de preferência no vapor, e comidos com a casca. Útil contra a vesícula preguiçosa, a hepatite aguda ou crônica, a cirrose hepática, vermes intestinais, úlceras gástricas, falta de tônus digestivo, distúrbios enzimáticos da digestão, maus efeitos do alcoolismo na mucosa dos órgãos digestivos, tumores intestinais, cálculos biliares. Também apresenta ótimos resultados no combate às inflamações da bexiga, do estômago, do esôfago e, principalmente, das amígdalas. Alimentos desaconselhados A medicina natural recomenda evitar o consumo de alimentos que, devido ao acréscimo de artifícios, são considerados nocivos ao organismo. 12
  • 13. Açúcar branco O açúcar refinado resulta da concentração industrial da sacarose da cana-de- açúcar. O uso constante na alimentação provoca a diminuição de magnésio no organismo, elemento importante na manutenção da resistência às infecções e aos germes. Além disso, por exigir quantidades consideráveis de vitaminas do complexo B para sua metabolização, o açúcar é considerado um fator desvitaminizante; como também absorve boa quantidade de cálcio, atua como desmineralizante do organismo. Seu consumo favorece a ocorrência de cáries dentárias, da osteoporose e do diabetes; incentiva os estados depressivos e, em casos extremos, da melancolia (ou sugar blues). O excesso de açúcar provoca ansiedade, reduz a acuidade visual e é um forte coadjuvante nos processos de arteriosclerose e das doenças cardiovasculares, como o enfarte, a hipertensão arterial e a aterosclerose coronariana. Dezenas de livros publicados no mundo inteiro alertam para os prejuízos causados ao organismo pelo açúcar e pelo consumo exagerado de doces, refrigerantes, balas, etc. Carne animal Independentemente de uma postura ou argumentação vegetariana, a carne animal, em especial a vermelha, não é um alimento saudável devido aos produtos químicos empregados em seu tratamento. O sulfito de sódio (que confere a cor avermelhada à carne congelada), o nitrato de potássio ou salitre (usado para ampliar seu prazo de conservação e dar um aspecto mais apetitoso à carne bovina) e o dietietilbestrol (hormônio sintético ministrado aos animais para que ganhem mais peso nos meses que antecedem o abate) são produtos químicos comprovadamente ligados à ocorrência de diversos problemas, como alterações hormonais, perturbações menstruais, miomas uterinos, nódulos mamários, impotência sexual masculina, esterilidade, problemas da próstata e tumores em geral. Assim, além de já não ser um alimento benéfico ao ser humano em seu estado natural e fresco, a carne foi transformada num produto de qualidade muito duvidosa. Carnes embutidas Os frios em geral e as carnes acondicionadas em membranas (como salsicha, lingüiça, mortadela, presunto, patês, etc.) são ainda mais prejudiciais ao organismo. Além de todos os produtos químicos já enumerados, este grupo de carnes ainda recebe substâncias conservantes, como antibióticos e aditivos. Também fazem parte deste grupo as carnes brancas industrializadas, como o frango de granja, o peru temperado, o chester, o pato, etc. Farinhas brancas São constituídas quase exclusivamente pela parte calórica e pelo amido de cereais descortiçados (ou “beneficiados”), ou seja, que perderam a película vitamínica e o germe nutritivo. As mais usadas são a farinha de trigo, com a qual são produzidos pães, biscoitos, bolos, tortas, etc., e a farinha de arroz, empregada na alimentação infantil. 13
  • 14. Há pouco menos de um século a humanidade só consumia farinha de trigo integral, que, além das vitaminas do complexo B, contém quantidades razoáveis de ácido glutâmico, um elemento que favorece o desenvolvimento cerebral e é importante para o metabolismo das células nervosas. Uma dieta pobre em ácido glutâmico reduz a capacidade de raciocínio e de reter informações e, como conseqüência, atua negativamente no desenvolvimento do Q.I. infantil. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao arroz branco em relação ao arroz integral, no que se refere às vitaminas e ao ácido glutâmico, além da perda de alguns aminoácidos e de minerais importantes durante o processo industrial de descorticação e polimento. Pão Tudo o que dissemos sobre as farinhas brancas se estende, naturalmente, ao pão. Assim, os pães preparados com cereais integrais, como trigo, centeio e similares, são sempre mais nutritivos e benéficos ao organismo do que o pão branco comum. Sal refinado Também chamado de sal de cozinha, este produto passa por um processo de industrialização que, em seu início, já lhe retira cerca de 80 elementos importantes, deixando-o reduzido ao cloreto de sódio concentrado. Na etapa seguinte, sua umidade natural vai sendo eliminada com a adição de produtos químicos, e o cloreto de sódio tende a se tornar líquido. Depois disso, são adicionados os estabilizantes e o iodeto de potássio, pois o refinamento elimina as microalgas que fixam o iodo natural do sal marinho, exigindo sua substituição por um produto artificial. Ao fim desse processo, o sal refinado transforma-se num ingrediente prejudicial à saúde: seu excesso na dieta favorece a retenção de líquidos, comprometendo o funcionamento dos rins, do coração e da circulação, além de acentuar os inchaços e a síndrome pré-menstrual; os antiumectantes que recebe podem ser responsáveis pelo aparecimento dos cálculos renais ou biliares; o iodeto altera a função da tireóide, levando a desequilíbrios hormonais e à formação de nódulos tireoidianos. A alternativa ideal para esse elemento indispensável à nossa alimentação é a utilização moderada do sal marinho, que não tem a elevada concentração em sódio do sal refinado e reconstitui, remineraliza e tonifica o organismo, fornecendo taxas normais de iodo natural.  Quais os benefícios do beneficiamento ?  No processo de beneficiamento de cereais – descorticação e polimento – , ocorrem as mais variadas perdas nutricionais. Observe o gráfico e avalie os resultados. Elementos % perdida Elementos % perdida Calorias 0,0 Proteínas 30,0 Gordura 41,0 Fibras 92,7 Cálcio 49,4 Fósforo 79,0 Ferro 84,9 Cobre 50,0 Manganês 92,5 Vitamina B1 86,0 14
  • 15. Vitamina B2 75,0 Niacina 81,7 Você vive para comer ou come para viver ? São muitas as tentações da alimentação moderna, mas vale a pena apelar para o bom senso e seguir algumas regras básicas para aproveitar melhor os alimentos. Naturalmente, todas essas sugestões devem ser adaptadas às possibilidades, ao modo de vida e às preferências de cada um.  Tente fazer três refeições por dia e evite comer a toda hora.  Escolha alimentos frescos e de boa qualidade.  Coma apenas enquanto sentir fome. Não se force a ingerir alimentos.  Em qualquer circunstância, mastigue prolongadamente cada porção de alimento.  Evite os líquidos durante as refeições: eles diluem os sucos gástricos, prejudicando a digestão. Se sentir muito sede, tome um pouco de chá sem açúcar após a refeição.  Não tome bebidas muito geladas, mesmo fora das refeições. Temperaturas muito baixas interferem na digestão, enfraquecendo os processos estomacais.  Prefira sempre os alimentos crus, cozidos, grelhados ou assados. As frituras agridem o estômago e acidificam o sangue.  A medicina védica aconselha a não adicionar mel a alimentos quentes, pois essa combinação não é benéfica ao organismo.  Alimentos muito salgados também são prejudiciais, mesmo quando se usa sal marinho.  Prefira os alimentos naturais aos industrializados. Um enlatado tem sempre 30% a menos em vitaminas e poder nutritivo que o mesmo alimento fresco.  Não se preocupe demais com a taxa de proteínas que está ingerindo, pois uma boa variedade de alimentos naturais e de cereais integrais reúne tudo o que o organismo precisa. A carne animal é uma fonte de proteínas que pode ser radicalmente evitada sem causar problemas: apesar de não comerem carne, o gorila, o cavalo, o touro, o búfalo e o elefante são conhecidos pela força e vivem mais do que muitos animais carnívoros.  Tente seguir uma conduta de alimentação flexível e bem balanceada, sem fixar-se em dietas muito rígidas, dando atenção às necessidades de seu organismo.  Acima de tudo, procure manter um clima de serenidade durante as refeições. Evite as preocupações, as conversas sérias e as discussões – comer tenso ou contrariado dificulta a digestão. Conselhos e informações para quem cozinha Quem prepara os alimentos influi diretamente na saúde das pessoas. Cozinhar com harmonia e equilíbrio faz de você um verdadeiro alquimista, responsável pelo bem-estar daqueles a quem vai alimentar.  Trabalhe com atenção e carinho: amor e alegria tornam inesquecíveis os pratos mais simples.  Prefira temperos e condimentos naturais e use-os sem exagero.  Ao preparar uma receita, oriente-se também pela sua intuição, como fazem os 15
  • 16. melhores cozinheiros do mundo.  Apesar de serem muitos práticos, os utensílios de metal ou alumínio desprendem partículas invisíveis que são prejudiciais à saúde. Procure substituí-la por vasilhas de ágata, vidro, madeira, etc.  Como o congelamento elimina a energia vital dos alimentos, evite consumir pratos congelados.  Pratos temperados demais, massas de textura pesada, suflês gordurosos e misturas complicadas podem agradar num primeiro momento, mas prejudicam o organismo logo depois. Os cardápios mais saudáveis são os que reúnem pratos simples e saborosos.  O estado de espírito de quem cozinha influencia profundamente os alimentos. Por isso, evite os pratos preparados por pessoas tensas ou desequilibradas.  Cozinhe após uma ligeira meditação, respirando harmoniosamente, com uma música suave ao fundo e usando um incenso apropriado. Esses são recursos que favorecem seu desempenho na cozinha.  Cozinhar com amor e com a intenção carinhosa de favorecer ou de melhorar a saúde das pessoas é sempre sinal de elevação espiritual. Alimentos que curam Além de fornecer energia e nutrientes para o organismo, vários alimentos têm propriedades terapêuticas valiosas e devem ser incluídos nas dietas. Abacate – Facilita a digestão e o seu consumo constante e prolongado combate o reumatismo e o ácido úrico. A monodieta do abacate por 2 a 3 dias é útil no combate aos cálculos da vesícula biliar e às úlceras gastroduodenais. Abacaxi – Tem ação depurativa e diurética. Usado fora das refeições diminui o excesso de acidez no estômago. A monodieta semanal de abacaxi é de grande utilidade no combate a qualquer tipo de pedra nos rins, contra o catarro nos brônquios e contra a obesidade (quando existe muita retenção de líquidos). Abóbora – Atua controlando o nível de glicose no diabetes, o colesterol e a gordura no sangue. Ajuda na evacuação e as sementes são eficazes contra a solitária. Aplicada sobre a pele, a abóbora tem ação emoliente e é útil no tratamento de queimaduras. Acelga – Crua é útil contra a anemia e combate a asma, o diabetes, a diarréia e o acúmulo de bile na vesícula biliar. Cozida, serve para a cistite aguda. Em cataplasma quente sobre a pele é analgésica, antiinflamatória nos casos de contusões, abscessos e queimaduras agudas (neste caso, aplicar já fria). Agrião – Cru tem efeito tônico nos brônquios e pulmões, além de ser útil contra faringite e processos infecciosos da boca e garganta. Cozido tem ação estomacal tônica e depurativa. O sumo do agrião é útil contra a anemia, o escorbuto, a tuberculose, a pneumonia e as bronquites em geral, inclusive a dos fumantes; também é indicado para a febre persistente e a icterícia. Alcachofra – Estimulante do fígado e dos rins, é depurativa do sangue e combate o reumatismo, o ácido úrico e a arteriosclerose. 16
  • 17. Alface – Tem efeito diurético, calmante e depurativo. Abre o apetite e estimula as funções digestivas e excretoras. Alho – Comido como alimento, tem ação depurativa, diurética e digestiva. É um antibiótico natural (alicina), vermífugo e anticoagulante. Previne as tromboses, purifica as mucosas e evita a formação de catarro. Também tem efeito contra o excesso de ácido úrico, o reumatismo, a pressão alta e a arterisclerose. Esses efeitos são obtidos com o consumo de dois a três dentes de alho diariamente. Ameixa fresca – Comida em abundância, é útil no resfriado, nas afecções dos brônquios e na asma. Amendoim – Tem ação tônica e afrodisíaca. Amora – Tem ação diurética, laxativa e expectorante. Também é emoliente e adstrigente. Arroz integral – Um dos importantes alimentos da medicina natural. Tem ação depurativa dada a presença de albuminas desintoxicantes. Seu uso constante na alimentação torna o organismo mais purificado e saudável. É útil para as carências vitamínicas do complexo B, dada a sua grande quantidade de vitamina B1, B2, B6. O caldo do arroz integral cru é útil contra a diarréia. Aveia – É um alimento tônico devido à presença de manganês e tem ação medicinal contra o reumatismo, a gota e problemas inflamatórios das vias urinárias. Azeitona - A azeitona preta tem efeito laxante, e a verde é adstringente, com tendência a prender os intestinos. Ambas têm leve efeito contra a mucosidade excessiva dos pulmões e brônquios. o azeite de oliva é laxativo e útil em queimaduras. Banana – Útil para regular os intestinos nos casos de diarréia. Batata – O cataplasma de batata crua ralada é bom para as picadas de insetos e irritações cutâneas. Berinjela – O suco fresco é útil como diurético e desobstruente das vias biliares. Beterraba – O sumo cru é antianêmico e fortificante. Por ser muito rica em magnésio, é útil em casos de infecções crônicas. Contêm uma substância chamada betaína, que possui ação eficaz contra tumores. Tem boa aplicação no câncer (sumo puro de beterraba crua quatro a cinco vezes ao dia). Brócolos – Indicados contra infecções localizadas; laxativos, emolientes, tônicos e ajudam a combater a anemia. Caju – Devido a sua ação adstringente, combate as diarréias crônicas e agudas. É tonificante e tem ação eficaz no diabetes e em todos os tipos de catarro. É tido também como afrodisíaco. Caqui – Combate a anemia, falta de vitaminas A e B, obesidade, diabetes e gota. A polpa tem efeito laxante. Cebola – É considerada um poderoso remédio, cuja ação depurativa permite ao organismo manter-se forte e saudável. Seu uso constante, de preferência crua, na salada, combate a anemia, tosse, doenças catarrais das vias respiratórias, problemas do 17
  • 18. estômago, fígado e rins, além de possuir ação vermífuga e anti-séptica. Tem fama de conferir longevidade e força física. Cenoura – Crua, é útil no combate a problemas dos olhos, pele, cabelos, ossos, fígado e bexiga. Coco – A polpa do coco verde ou seco tem ação vermífuga e antidiarréica. A água do coco verde é reguladora dos intestinos, vermífuga e é usada para tratar e prevenir a desidratação. Confrei – Tem excelentes efeitos medicinais como chá e como alimento. Em muitos países orientais é usado habitualmente como salada. Combate a asma, a alergia, icterícia, prisão de ventre, a úlcera gástrica e duodenal, o excesso de ácido do estômago, a anemia, várias doenças de pele e desnutrição. A melhor forma de uso é como salada crua. Couve – O consumo combate a anemia, o escorbuto e o bócio (papeira) devido a seu elevado teor de ferro, vitamina C e iodo. Combate as úlceras gástricas e duodenais por sua ação cicatrizante de contato e, também, as úlceras externas (neste caso, aplicando o sumo ou as folhas batidas). Tem efeito sobre o mau funcionamento da vesícula biliar, cálculos renais e hemorróidas. De preferência deve-se usar o sumo, ou comê-la crua em salada. O mesmo sumo aplicado nos cabelos, diariamente, em fricções vigorosas, é útil no combate à queda do cabelo e seborréia. Damasco – Fortalece os dentes, as unhas e os cabelos. Também é útil na anemia por falta de ferro e na cirrose do fígado Dente-de-Leão – Tem ação semelhante ao confrei. No Brasil, apenas em algumas regiões e em certos grupos indígenas é usado como alimento. No entanto, goza de boa fama quanto ao seu uso medicinal como chá. Tem ação principalmente tônica e é útil no combate à anemia e às fraquezas em geral. Ervilha – Bom auxiliar no tratamento do diabetes e nos problemas digestivos ligados ao pâncreas. Espinafre – Tem efeito regulador sobre o aparelho digestivo e evita a prisão de ventre. Ajuda a combater a obesidade e é muito útil contra a anemia. Figo – Cozido com leite é um bom remédio para úlceras gástricas, inflamações da boca e da laringe, tosse e bronquite. É um laxante, e comido cru, em jejum, tem ação vermífuga. Goiaba – Como alimento, é indicado para tratar as úlceras duodenais e as diarréias. Laranja – Sua ação é depurativa. Limpa o organismo e o desintoxica, favorecendo a digestão de alimentos gordurosos. Muito usada na forma de suco, a laranja combate gengivite, reumatismo, ácido úrico, gota, diabetes, obesidade, pressão alta, fraqueza orgânica e febre, além de ser cicatrizante. Lentilha – É rica em cálcio e combate a anemia. Recomendada para as gestantes. 18
  • 19. Limão – Tem efeito semelhante ao da laranja, porém marcadamente mais acentuado enquanto depurativo. É um excelente recurso em medicina natural. O uso de certa quantidade diária do sumo puro do limão em jejum ou quantidades crescentes (somando um limão diariamente, até chegar a dez, e diminuindo depois um por dia) tem ação eficaz no tratamento de doenças graves, nas quais, por falta de energia, o paciente não tem mais forças para sair do leito. É adstringente, antiséptico, antiinflamatório, sudorífero e antifebril. Combate arteriosclerose, diabetes, pressão alta, obesidade, reumatismo em geral, catarro respiratório, asma, bronquite, amidalites, rinites, febres e inflamações dos olhos. Maça – É um alimento tônico. Ajuda a digestão, combate a anemia e a formação de úlceras do estômago. Combate a diarréia, principalmente infantil, devido à sua ação adstringente. O sumo da maça tem ação antifebril. Mamão – É um poderoso regulador das funções intestinais. A presença da papaína garante a boa digestão das proteínas e das gorduras. O uso constante combate a arteriosclerose. A monodieta mensal de 3 dias é útil para tratar e evitar a formação de pedras na vesícula. Deve-se, no entanto, evitar o mamão papaia, e usar o mamão amarelo ou o mamão Bahia, vermelho e grande. As sementes de mamão têm ação vermífuga se forem comidas na quantidade de 1 colher (de sopa) por dia, sem mastigar. Mandioca – A farinha tem efeito sobre a diarréia e o cataplasma quente aplicado sobre abscessos ajuda a dissolvê-los. É contra-indicada na prisão de ventre, gases e nos casos de bócio. Melancia – Trata-se de um grande diurético quando usado como alimento ou na forma de chá, feito com a polpa. É útil nos casos de doenças da próstata, gonorréia e sífilis e faz bem para o fígado e intestinos. Por ser indigesta, deve-se evitar engolir a sobra final da mastigação da polpa. O sumo coado tem ação mais eficaz. Manga – Tem ação diurética e é estimulante da produção de leite. Também é útil contra bronquites, tosses e catarros. A amêndoa do caroço tem ação vermífuga. Milho – Tem ação tônica e fortificante. Melão – É diurético e ajuda a eliminar excesso de líquidos orgânicos. Como monodieta de 1 dia por semana ajuda a regular os hormônios e, portanto, serve como tratamento para desequilíbrios menstruais, tendência ao aborto e diversos problemas ligados aos distúrbios hormonais. Possui também ação depurativo e estimulante e é empregado no combate a problemas do fígado, rins e na eliminação de cálculos renais. Morango – É um bom mineralizante, empregado em casos de convalescenças, doenças degenerativas, reumatismo, cálculos renais, bronquite, pressão alta, anemia, ácido úrico e colesterol. É também diurético e vermífugo. Nabo comprido – Muito usado pelos povos orientais, é considerado um alimento que mantém a saúde e o vigor do corpo, conferindo longevidade. Sua ação medicinal é basicamente diurética, tônica e mineralizante. É útil no tratamento da obesidade, problemas dos olhos, colesterol, reumatismo, pressão alta, pressão baixa e anemia. O chá é o banho de assento, das folhas, são excelentes para os problemas genitais, como corrimentos vaginais, cólicas menstruais, menstruação irregular, fibromas uterinos, 19
  • 20. cistos de ovários, inflamações da vagina, útero, trompas, ovários, prostatismo, tumores da próstata, hemorróidas, pólipos, fístulas e a maioria das doenças do períneo. Nozes – É um alimento tônico e fortificante, útil no reumatismo e no excesso de ácido úrico. Pepino – É diurético e tonificante do fígado e dos rins. Fortalece os cabelos, unhas e pele, e combate a inflamação dos olhos. É um bom estimulante do apetite quando usado antes das refeições. Pêra – É indicada como alimento para pessoas convalescentes. Possui ação depurativa e diurética moderada. Pêssego – É um bom purificante dos rins e da bexiga. É também estimulante, laxativo e diurético. Quiabo – Por ser rico em ferro, é indicado para gestantes. Seu uso é recomendado nas inflamações intestinais e problemas dos rins e bexiga. Rabanete – É diurético e ajuda a normalizar as funções dos rins e a digestão, além de purificar o sangue e eliminar o catarro das vias respiratórias. Repolho – Empregado nas doenças neurológicas e nevralgias. Muito útil contra as náuseas da gravidez e a distrofia muscular. O sumo fresco aplicado nos cabelos é bom para eliminar a seborréia. Romã – É uma fruta com efeitos adstringentes. Age também como diurético e depurativo, e é indicada nos casos de diarréia. Salsa – Devido à grande quantidade de magnésio, é muito eficaz para todos os casos de infecções e inflamações causadas por bactérias, vírus ou fungos. Também tem ação diurética, depurativa e tônica. Ajuda a tratar problemas do fígado, disfunções uterinas e impotência. O sumo fresco tem ação cicatrizante e é famoso seu emprego nas hemorragias nasais. Uva – A uva comum tem fama de ser diurética e purificante do sangue, ajudando a eliminar o excesso de toxinas, ácido úrico, colesterol, etc. É um bom alcalinizante do sangue, ajudando a restabelecer o equilíbrio do pH sanguíneo. Também é útil no combate à acidez estomacal. Vagem – É um alimento tonificante, usado nas convalescenças e nos estados de fraqueza. Macrobiótica a arte de prolongar a vida Segundo a medicina chinesa, a causa das doenças está no desequilíbrio Yin/Yang do organismo. A macrobiótica é um sistema alimentar que harmoniza essas forças energéticas no homem. 20
  • 21. Fundamentada na filosofia do Princípio Único e na Ordem do Universo, a macrobiótica é um sistema alimentar cuja base é o consumo de cereais integrais, legumes e frutas frescas. A palavra vem do grego (macro: grande bios: vida) e significa “vida longa” , “grande vida” ou, ainda, “vida perfeita”. Suas origens se encontram nas antigas artes curativas dos povos orientais e esse tipo de alimentação era utilizado pelos sábios e mestres para a manutenção da saúde e do equilíbrio do homem – a base para a ascensão da consciência. O japonês Georges Ohsawa foi o responsável pela difusão da macrobiótica no mundo inteiro, e o principal codificador dos antigos métodos alimentares fundamentados na doutrina do Yin/Yang. Ele afirmava que criou o termo “macrobiótica” apenas para designar a ciência milenar, sem nome, da alimentação dialética. O interesse de Ohsawa pelo assunto surgiu após a Segunda Guerra Mundial, quando ele foi acometido por uma doença incurável para a medicina de sua época. Desenganado, resolveu terminar os seus dias no interior do Japão, na casa de uma velha tia tida pela família como uma pessoa muito sábia, adepta dos métodos tradicionais de alimentação. Depois de alguns meses no interior Ohsawa recuperou-se por completo, obtendo uma cura surpreendente. A partir de então, sua vida foi inteiramente dedicada aos estudos dos antigos sistemas alimentares. Com mais de 100 livros publicados, esse homem brilhante ensinava o retorno `a simplicidade na alimentação, à seleção dos alimentos segundo as leis naturais como base para o aperfeiçoamento da vida e a elevação do discernimento do indivíduo. O mestre chamou a atenção do mundo inteiro para os perigos da alimentação moderna, principalmente para os efeitos maléficos do açúcar branco, do álcool, dos agrotóxicos, dos aditivos (aromatizantes, corantes, conservantes sintéticos etc.) das carnes em conserva.  Os sete estágios na escolha dos alimentos Em um de seus ensinamentos mais preciosos, Ohsawa relaciona sete estágios de discernimento na escolha dos alimentos. Estágio inferior: Os alimentos são escolhidos mecânica e indiscriminadamente, sem nenhum critério seletivo. Estágio emocional: É o estágio em que a maioria das pessoas se encontra. O alimento não é escolhido por sua capacidade nutritiva, mas pelo sabor e prazer que pode proporcionar. Estágio religioso: Este nível de consciência baseia-se em padrões religiosos ou ditados por um dogma ou doutrina em que o julgamento individual não participa da seleção do alimento. Existem religiões que proíbem o consumo de carne. Estágio racional: Neste estágio a alimentação é escolhida com base num padrão racional de seleção. Procura-se conhecer as necessidades quantitativas alimentares do organismo e prioriza-se os alimentos capazes de fornecer proteínas, vitaminas, açúcares, 21
  • 22. gorduras, sais minerais, etc. É o estágio que busca o balanceamento quantitativo na alimentação. Estágio intelectual: Transcende o estágio racional, levando em conta a qualidade de vida, a pureza dos alimentos, sua origem, sua combinação bioquímica e outras particularidades da alimentação. Estágio filosófico: É o estágio em que o indivíduo ultrapassa a compreensão analítica dualista e admite uma abordagem mais unificante ou dialética quanto à seleção dos alimentos. Inclui aspectos importantes, como a recusa ao sacrifício animal e a busca dos alimentos em obediência às leis cósmicas. Estágio supremo: Este é o nível superior de consciência, julgamento e discernimento, quando o indivíduo se alimenta com perfeição, em harmonia espontânea com a Ordem do Universo, sem nenhuma dependência dos instintos, desejos ou tabus alimentares. A prática da macrobiótica Segundo Ohsawa, uma alimentação perfeita é aquela baseada na ingestão de produtos equilibrados segundo os seus componentes Yin ou Yang, em relação direta com a qualificação Yin ou Yang de um indivíduo. No volume de Medicina Oriental deste Guia, apresentamos uma síntese dos atributos Yin/Yang, capaz de orientar o estudioso deste método. Os alimentos também possuem um gabarito Yin ou Yang, que determina o tipo de influência que exercem no organismo. Assim por exemplo, o açúcar branco (extremamente Yin, como o álcool, as comidas enlatadas, as bebidas adocicadas etc.) é capaz de gerar doenças de caráter Yin, como o câncer. Por outro lado, produtos extremamente Yang, como a carne bovina, o sal e os conservantes, são capazes de gerar doenças também de caráter Yang (como o reumatismo, a artrite, a ansiedade, a arteriosclerose etc.) Para a macrobiótica, os alimentos ideais são aqueles classificados como os menos desequilibrados, ou seja, os que possuem pouca carga Yin ou Yang, como o arroz integral, as leguminosas, as frutas alcalinas pequenas, os grãos em geral. Existe uma tabela classificatória dos alimentos elaborada a partir de uma comparação com o arroz integral. Essa comparação deve-se à observação das leis do Universo, que ensinam que não existe nenhum elemento no Universo absolutamente Yin ou Yang, pois tudo encerra uma polaridade relativa. Assim, um produto apontado na tabela como Yin ou Yang só o é em comparação com o arroz integral, considerado um dos produtos mais equilibrados (da mesma forma que outros cereais integrais, como o trigo, o centeio, a aveia, o milho etc.). De acordo com certas características de um alimento, como tamanho, cor, sabor e outras, pode-se classificá-lo como mais Yin ou menos Yang ( ou mais Yang ou menos Yin). Assim, produtos como a maça e a melancia, por exemplo, as frutas consideradas mais próximas do equilíbrio, são diferentes entre si: a primeira é classificada como mais Yang(ou menos Yin) que a segunda, por ser menor e conter menos água(elemento Yin). De qualquer forma, as frutas, quando comparadas aos cereais, são mais Yin (ou menos Yang) em seu conjunto, assim como as carnes em seu conjunto são mais Yang (ou menos Yin) que os cereais ou as frutas. 22
  • 23. Na tabela de alimentos apresentada a seguir, os primeiros alimentos de cada grupo têm carga Yin ou Yang mais forte que os seguintes. A alquimia da culinária Como já vimos, os alimentos “repassam” para o nosso organismo sua característica Yin ou Yang. Já que o alimento ideal é o mais balanceado em termos dessas cargas energéticas, muitas vezes é preciso modificar a característica de um alimento, tornando, por exemplo, um produto muito Yin em menos Yin (ou mais Yang). Segundo a técnica macrobiótica, para “yanguizar” um alimento deve-se aplicar durante o seu preparo agentes Yang, como o fogo, o sal, a pressão e o tempo(conservas). Para “Yinizar” um alimento, lança-se mão de fatores como a hidratação, a adocicação, o congelamento e a acidificação. OBSERVAÇÃO: Os produtos de origem animal são classificados dentro de um grande grupo Yang, e os produtos de origem vegetal dentro de um vasto grupo Yin. TABELA DE CLASSIFICAÇÃO YIN / YANG DOS ALIMENTOS  YIN YANG Cereais moranga  Inhame  Tâmara Integrais  Cenoura  Cará  Jaca  Trigo mourisco  Rabanete  Batata-doce  Manga (sarraceno)  Nabo  Batata-inglesa  Coco  Trigo comum redondo  Grapefruit Raízes  Centeio  Abóbora  Banana-ouro  Bardana  Cevada comum  Banana-prata  Lótus  Arroz  Abobrinha  Laranja ácida  Dente-de-leão integral  Aspargo  Laranja doce  Mandioquinha  Aveia  Pimenta  Banana-nanica  Aipim  Milho  alcachofra  Banana-da- Frutas e Leguminosas  Pepino terra frutos secos  Gergelim  Tomate  Abacaxi  Pinhão  Feijão azuki  Pimentão Laticínios  Damasco  Linhaça  Berinjela  Queijo de  Maça  Lentilha, cabra  Melancia ervilha seca  Queijo curado Verduras  Azeitona  Grão-de-bico  Leite de cabra  Dente-de-leão  Castanha-do-  Feijão-  Queijo  Agrião pará mulatinho camembert  Alho-poró  Castanha de  Vagem  Queijo caju  Feijão-preto  Rúcula roquefort  Cereja  Feijão-branco  Salsa  Queijo  Morango  Ervilha-torta  Chicória gorgonzola  Avelã Legumes  Escarola  Queijo gouda  Amêndoa  Alho  Couve  Requeijão  Noz  Abóbora  Aipo  Coalhada  Lima-da- japonesa  Couve chinesa  Leite de vaca pérsia (hokaido)  Couve-flor  Iogurte  Pêssego  Nabo  Espinafre  Manteiga sem comprido  Amendoim Tubérculos  Pêra sal  Cebola  Gengibre  Queijo fresco  Abóbora-  Figo 23
  • 24.  Creme de leite  Coelho  Lagosta  Cerveja  Creme  Pato  Camarão  Vinho chantilly  Galinha  Carpa  Café Animais de  Porco  Truta  Refrigerante carne vermelha Frutos do mar  Salmão  Sucos e aves e de água doce  Sardinha artificiais  Carne de  Ovas de  Ernguia búfalo esturjão  Mexilhão Diversos  Carne de vaca (caviar)  Polvo  Sal marinho  Vísceras de  Bacalhau  Lula  Vinagre vaca salgado  Ostras  Mel de abelha  Ovos  Iriko (peixe  Melado  Rã japonês) Bebidas  Açúcar branco  Vísceras de  Arenque  Chá Mu aves  Atum  Água de fonte Os principais alimentos macrobióticos Com a difusão da macrobiótica pelo Ocidente, muitos alimentos usados pelos povos antigos foram reintegrados à nossa cultura. Conheça os mais importantes, muitos deles provenientes da culinária tradicional japonesa. Abóbora-moranga – Menor que a cereais cozidos, em forma de pasta ou abóbora comum, a moranga tem sua chá tradicional. energia mais concentrada. Deve ser comida com casca, assim como a maioria dos legumes da alimentação Ameixa salgada(umeboshi) – Uma orgânica. conserva muito usada no Japão, de onde é importada. As ameixas são acondicionadas num barril de madeira, Açúcar mascavo – É o açúcar natural, com sal marinho natural, por 3 anos ou que não passa pelo processo industrial mais. de refinamento. Marrom claro ou escuro, tem aspecto de rapadura moída. juntamente com o melado, é a melhor Arroz integral – Base da alimentação opção para substituir o açúcar branco, macrobiótica, este cereal promove a tratado quimicamente. renovação do organismo e fornece diversos tipos de proteínas e vitaminas, entre outros elementos. Existem vários Algas marinhas – Por assimilar da tipos nas casas de produtos naturais, água do mar grande quantidade de mas o que se aconselha é o de grão mais minerais (como iodo, cloreto de sódio, arredondado, com características mais cobre, ferro e zinco), as algas marinhas Yang que os outros, portanto dotado de possuem várias propriedades maior quantidade de energia. alimentícias e medicinais. São indicadas principalmente para a obesidade provocada pela retenção de líquidos, no Aveia – A aveia usada na alimentação tratamento da anemia e na recuperação integral é semelhante à que se encontra de pacientes portadores de leucemia. nos supermercados, mas nela os adubos Podem ser ingeridas cruas, cozidas ou químicos e inseticidas não estão fritas, adicionadas a pães, bolos, tortas, presentes. 24
  • 25. Ban-chá – Usado como digestivo após Dentie – Trata-se de um dentifrício as refeições, este chá suaviza as partes natural feito à base de berinjela torrada irritadas do aparelho digestivo e e sal marinho. proporciona leveza para os organismos inflamados. Deve ser tomado sem açúcar ou outro aditivo, como todos os Fécula de araruta – Extraída da araruta chás macrobióticos. A quantidade ideal pura, serve para dar consistência a no preparo é 1 colher de sopa da erva pudins, gelatinas, mingaus e cremes. levemente torrada para 1 litro de água. Misturada com shoyu (molho de soja), é Meio copo após as refeições é o um grande remédio contra gripe e suficiente. infecções da garganta. Bardana – Esta raiz é muito utilizada Feijão azuki – Estes grãos pequenos e pelos macrobióticos como alimento e vermelhos, têm um grau de fermentação como remédio. Não é preciso descascá- bem inferior ao dos outros feijões. É la para cozinhar. Seu chá, feito com 300 rico em energia, e devido às suas gramas de folha para 1 litro de água, é qualidades diuréticas é muito indicado bastante indicado no tratamento das para os diabéticos. O modo de preparar cólicas hepáticas, enfermidades é igual ao de qualquer feijão. Com os cardíacas, furúnculos, bronquite, cálculo grãos torrados, prepara-se um chá renal, cálculo biliar e afecções da excelente, próprio para a maioria das bexiga, além de funcionar como doenças metabólicas, além do diabetes. antídoto para o envenenamento por Esse chá é depurativo do sangue, mercúrio metálico e combater os efeitos elimina o excesso de ácido úrico e de agentes poluentes, como o dióxido tonifica os rins. Também funciona como de enxofre e monóxido de carbono. O calmante. Para fazer o chá bastam 2 capaplasma da raiz é útil nas contusões, colheres de sopa de grãos crus, que no reumatismo, artrite, impingem, devem ser torrados numa panela. herpes e queda dos cabelos. Acrescentar 1 litro de água e ferver, até que a água adquira uma cor escura. Tomar meio copo após as refeições Cevada – Com cevada natural principais. preparam-se muitos pratos saborosos, que são ensinados em qualquer livro de receitas macrobióticas. A cevada Feijão de soja – Constitui um dos torrada, por sua vez, é um ótimo alimentos mais ricos em proteínas. Meio substituto para o café comum. quilo de grãos equivale a 1 quilo de carne, 30 ovos ou 6 litros de leite. Sua proteína é a única que combina 10 Chá de arroz integral – É preparado aminoácidos essenciais, portanto é com arroz integral torrado e folhas capaz de estimular o crescimento e a torradas de ban-chá. Útil para recuperar energia no mesmo nível que a proteína as forças perdidas nos exercícios físicos animal. A soja também é rica em cálcio, e mentais, é nutritivo e combate a ferro e lecitina. O óleo de soja é de fácil estafa. Para 1 litro de água, usa-se 3 digestão, contendo vitaminas A, B, B2, colheres de sopa do chá. Deve-se tomar C, D, E e R. No entanto, por ser um meio copo após as refeições principais. alimento extremamente Yin, a soja deve 25
  • 26. ser consumida com moderação. Essa restrição não cabe aos subprodutos, Missô – Molho feito à base de soja como o leite, o queijo, o óleo e o shoyu, amassada, que se mistura a cereais pois nesses casos as toxinas são como o trigo, o arroz e cevada, eliminadas durante o preparo. fermentada junto com sal marinho. Como todos os alimentos orgânicos, o missô também é antitóxico. Costuma-se Gengibre – O óleo extraído do rizoma utilizá-lo para temperar sopas, cereais e constitui um ótimo remédio para carnes, substituindo o vinagre e a massa problemas respiratórios, como catarro, de tomate. rouquidão, asma e bronquite, devendo ser esfregado no peito. O gengibre pode ser usado também como chá. Corta-se Molho de soja (shoyu) – Feito à base um tubérculo pequeno em fatias e de soja salgada e fermentada por 6 coloca-se para ferver durante 10 meses, muito usado como condimento minutos em meio litro de água. A alimentar. Contém vários tipos de quantidade a ser tomada varia de acordo aminoácidos e vitaminas. com o gosto ou a necessidade individual. Tem um valor excepcional na atonia estomacal, cólicas, infecções, Nabo branco comprido – É um dos inflamações, acne, furúnculos e remédios mais usados para combater vômitos. deficiência visuais como a miopia, o astigmatismo, etc. A macrobiótica recomenda comer 100 gramas diárias do Gersal – Um condimento feito de nabo ralado, cru. Com as folhas dele sementes de gergelim torradas e moídas pode-se preparar um banho de assento, com sal marinho. Combate a acidez do muito indicado no combate às infecções estômago e a acidose metabólica, além genitais, principalmente femininas. É de desacidificar o sangue. Muito usado especialmente útil na recuperação pós- à mesa para temperar o arroz integral. parto. Ginseng – Esta raiz medicinal nativa da Óleo de gergelim – Trata-se de um Mandchúria e da Coréia, que nasce uma excelente remédio no combate da gripe vez a cada 7 anos, é um poderoso e do resfriado, bastando tomar 1 colher estimulante, aumentando a resistência de sopa pela manhã, em jejum, e outra física e a capacidade mental. Constitui antes de dormir. Esse óleo também é também uma ótima proteção contra a usado no preparo de um colírio para as poluição, o raio X e as radiações inflamações e as irritações da vista. atômicas, sendo considerado um rejuvenescedor de todo o sistema orgânico, particularmente das glândulas. Sal marinho – É o sal natural, que não passa pelos processos industriais. Pode ser encontrado sob a forma de cristais Leite de cereais – Esse leite é uma grossos ou finos. mistura de sete cereais bem moídos, facilmente solúvel em água. Pode ser usado por adultos e crianças, puro ou no Tahine – Preparado com sementes de preparo de outros alimentos. gergelim moídas e prensadas, é um ótimo substituto para a manteiga 26
  • 27. comum. Excelente fonte de proteínas Trigo mourisco (ou sarraceno) – É um vegetais e um remédio eficaz para a grão pequeno, esbranquiçado, macio ao anemia. mastigar, com o qual podem ser preparados todos os pratos que usam Trigo integral – Com ele são feitos outros tipos de trigo ou farinha de trigo. pães, bolos, tortas, biscoitos e macarrão. Dentre todos os cereais, conforme Possui grande qualidade terapêutica, aponta a tabela de classificação pois fortifica a flora intestinal e auxilia Yin/Yang dos alimentos, é o mais Yang. no funcionamento dos intestinos. Os seis sabores na medicina chinesa Talvez você não se preocupe em observar se anda comendo doce demais, frutas ácidas com muita freqüência, ou alimentos muito salgados. Mas a medicina natural nos mostra por que devemos evitar os excessos. Os tratados da antiga medicina chinesa que chegaram até nossos dias não abordam a questão dos seis sabores (doce, salgado, ácido, amargo, adstringente e picante) com tanta profundidade como a medicina védica. Com exceção do Nei-Ching, nenhum outro livro chinês disponível apresenta maiores detalhes sobre o assunto. Contudo, uma vez que grande parte dos conhecimentos médicos chineses provém da antiga medicina hindu, acredita-se que na China milenar eram adotadas dietas especiais baseadas nos efeitos dos seis sabores. A medicina chinesa conhece os efeitos que os seis sabores produzem no organismo através de sua influência sobre a característica Yin ou Yang das energias que fluem pelos meridianos. Dessa maneira, ela aponta os efeitos dos sabores sobre os órgãos, sobre as emoções, o humor e o temperamento, exaltando, equilibrando ou enfraquecendo a qualidade das energias circulantes. Tais relações podem ser entendidas pelo estudo comparado entre os sabores, as emoções, os órgãos e os meridianos, de acordo com o ciclo dos cinco elementos, e que constitui a chave para a compreensão de todas as técnicas da medicina chinesa. SABOR AMARGO Os sabores se ENERGIA YANG relacionam com as EMOÇÃO IRA emoções, os VESÍCULA BILIAR meridianos, os MERIDIANO FÍGADO órgãos e os ÓRGÃO ÉTER elementos da ELEMENTO SALGADO DOCE YANG YIN MEDO ALEGRIA RIM INTESTINO BEXIGA DELGADO ÁGUA CORAÇÃO FOGO 27
  • 28. ÁCIDO/ ADSTRINGENTE YIN PICANTE TRISTEZA YANG INTESTINO COMPAIXÃO GROSSO BAÇO/PÂNCREAS PULMÕES ESTÔMAGO AR TERRA Entendendo o ciclo Como já foi estudado, existem duas forças básicas na natureza que agem sobre os corpos e os fenômenos, determinando a dinâmica da vida. Uma dessas forças é construtiva, geradora (Yin), e a outra é destrutiva, inibidora ou dissolutiva (Yang). Na ilustração, essas forças são representadas pelo movimento circular, ou gerador, e pelo movimento do pentagrama, ou inibidor. Existem diversas associações possíveis no estudo do ciclo chinês, que abordaremos a seguir. Os cinco elementos Os cinco elementos da natureza atuam como energias sutis que determinam um “gabarito” às coisas. A Água constitui um princípio purificador (a água lava, limpa); o Fogo, um princípio também purificador (o fogo comum esteriliza); o Ar, um princípio volatizante (o ar fluidifica); a Terra, um princípio gerador (a terra comum produz e absorve); e o Éter, um princípio potencializante (o Céu determina). Os seis sabores e sua relação com os órgãos O sabor amargo é benéfico para o fígado e para a vesícula biliar; naturalmente se transforma no organismo em sabor doce e favorece o trabalho do coração e do intestino delgado, tendo também uma ação inibidora da função do estômago e do sistema baço-pâncreas. O sabor doce é benéfico para o coração e para o intestino delgado, inibe a função dos pulmões e do intestino grosso, mas transforma-se em sabor picante no sangue. O sabor picante é útil para o estômago, para o pâncreas e o baço, inibe a função do rins e da bexiga e transforma-se em sabor ácido ou adstringente no organismo. O sabor ácido/adstringente é favorável aos pulmões e ao intestino grosso, inibe a função do fígado e da vesícula biliar e transforma-se em sabor salgado. O sabor salgado favorece a função dos rins e da bexiga, inibe a função cardíaca e do intestino delgado e transforma-se no sabor amargo no sangue, fechando o ciclo. O excesso de comidas amargas prejudica a função do fígado e da vesícula e é perigoso para o estômago ou o pâncreas. 28
  • 29. O excesso de açúcar prejudica o intestino delgado (provoca a fermentação) e o coração (viscosidade sangüínea) e é perigoso para os pulmões e o intestino grosso. O excesso de sabor picante é danoso para o estômago e para o pâncreas e perigoso para os rins. O excesso de sabor ácido ou adstringente prejudica os pulmões e o intestino grosso, sendo perigoso para o fígado e a vesícula. O excesso de alimentos salgados prejudica os rins e a bexiga e é perigoso para o coração (provoca a retenção de líquidos e eleva a pressão arterial) e o intestino delgado. Os seis sabores e sua influência sobre as emoções O sabor amargo em excesso, atacando o fígado, promove a ira e reduz a compaixão. Em grande excesso, produz uma alegria patológica anormal (o riso estranho e sádico do furioso). As comidas doces em excesso atacam o coração, produzem alegria e reduzem a tristeza (daí o hábito de comer doces como forma de compensação). Em grande excesso, porém, estes alimentos tornam as pessoas muito deprimidas. Os alimentos ácidos em excesso, por sua vez atacam os pulmões e produzem uma sensação de tristeza. É por esse motivo que os suspiros de tristeza parecem brotar exatamente na região do peito relacionada aos pulmões; é comum as pessoas dizerem que estão sentindo uma tristeza no peito. A acidez também inibe a ira e, em grande excesso, gera o medo patológico anormal. O excesso de comidas salgadas ataca os rins, produz medo, inibe a alegria e, em grande excesso, produz a ira patológica. Assim, a medicina chinesa é capaz de combater o medo excessivo por meio de uma dieta carregada em alimentos picantes; tratar uma pessoa de temperamento raivoso ou um caso agudo de ira com uma dieta carregada em alimentos ácidos. Da mesma maneira, a sabedoria oriental poderia tratar uma melancolia profunda ministrando a um paciente depressivo uma dieta doce. Em termos práticos, a compreensão deste ciclo pode ser de grande utilidade em nosso dia-a-dia. Se quisermos equilibrar nossos órgãos e emoções, basta evitar os excessos e os hábitos viciosos em nossa alimentação, harmonizando todos os seis sabores em cada refeição. Dieta ayurvédica Segundo os princípios da antiga medicina hindu, a dieta adequada a cada tipo de constituição é a base da saúde e da harmonia do corpo e da mente. A alimentação é a base dos recursos terapêuticos do Ayurveda, o milenar sistema médico indiano, e a principal condição de sua eficácia, tanto na prevenção como no tratamento de doenças, está na elaboração de uma dieta individualizada, quando se leva em conta a constituição psicofísica de cada pessoa. 29
  • 30. Para compreender o sistema de alimentação do Ayurveda é necessário retomar de modo resumido alguns conceitos básicos, como as três gunas, as qualidades da matéria, e os três doshas, os princípios fundamentais que ligam a mente e o corpo. Da Sustância Original, infinita e atemporal, inicia-se o processo de polarização, passando então o que estava em situação de neutralidade (ou estado absoluto) para uma situação de divisão nas duas energias primordiais, Purusha (raiz do espírito) e Pradriti (raiz da matéria). Prakriti, a energia básica que dá alento e molda a matéria, tem três qualidades fundamentais, ou gunas: Sattva, Rajas e Tamas. Sattva é a matéria sutil, leve e fluida; Tamas é a matéria densa, pesada; e Rajas é a matéria intermediária. Qualquer elemento material, visível ou invisível, integra necessariamente uma dessas três qualidades de Prakriti. A classificação dos alimentos segundo as três gunas representa, portanto, um aspecto extremamente importante da alimentação ayurvédica, pois a saúde, o humor, o temperamento, os impulsos e o padrão bioenergético humanos são altamente influenciados pela qualidade sáttvica, rajásica ou tamásica dos alimentos, uma vez que estes se transformam na sutil essência do organismo sob forma de fluido vital. Assim, é importante identificar os alimentos de acordo com sua classificação no Ayurveda, para poder escolher os mais adequados a cada tipo de constituição – essa adequação constitui exatamente a base de todo o sistema védico. Alimentos sáttvicos São geralmente alimentos leves e de fácil digestão, puros, de sabor suave e adocicados. Aumentam a resistência física, favorecendo a boa saúde e a longevidade; ativam a mente superior, os bons sentimentos, as emoções mais refinadas e elevam a consciência: arroz integral tâmara noz trigo integral maçã cereja trigo sarraceno melancia lima-da-pérsia aveia gergelim laranja-lima (doce) centeio lentilha seca coco milho ghee(manteiga leite aspargo clarificada) manteiga sem sal alface ervilha fresca creme de leite aipo feijão-branco mel de abelhas couve-flor abóboras em geral água de fonte acelga cenoura sucos de frutas doces couve chinesa abobrinha inhame castanha de caju batata-doce castanha-do-pará raiz de lótus amêndoa mandioquinha avelã Alimentos tamásicos São alimentos “pesados” , de digestão mais difícil, impuros , condicionados, fermentados, de sabor carregado, fortes e densos. Aumentam intensamente a força 30
  • 31. física, mas por pouco tempo; determinam desgaste orgânico, prejudicando a saúde e a qualidade da vida; induzem à impulsividade, às emoções inferiores, à lassidão, à preguiça, ao torpor mental e embotam a consciência. carne de porco pimentas bebidas alcoólicas em carne de vaca pimentão geral vísceras queijos fermentados vinagre carnes industrializadas e de forte odor temperos fortes gorduras animais conservas em geral ovos bacalhau salgado Alimentos rajásicos São alimentos intermediários, alguns com certa tendência a sattva, outros com tendência a tamas. Podem ser leves ou pesados, mas em sua maioria são neutros. Estimulam a energia vital e atividade mental; são geralmente excitantes e tonificantes do fluido nervoso: café couve coalhada fresca chá-mate escarola coalhada seca chá-preto rúcula manteiga com sal chá verde japonês espinafre queijos suaves sal marinho gengibre rã melado cará frango feijão azuki batata-inglesa coelho feijão-preto aipim pato grão-de-bico damasco peru alho azeitonas em conservas caviar cebola morango arenque nabo redondo amendoim atum nabo comprido japonês pêra lagosta rabanete figo camarão tomate jaca sardinha berinjela manga truta alcachofra grapefruit carpa pepino laranja ácida salmão agrião bananas em geral polvo dente-de-leão abacaxi lula alho-poró frutas ácidas e ostra nirá carregadas salsinha queijos frescos cebolinha iogurte A melhor dieta para cada organismo humano 31
  • 32. Ao individualizar a dieta, adequando-a a cada tipo de constituição, a alimentação védica vai além dos padrões generalizantes da nutrição quantitativa ocidental. O Ayurveda classifica os seres humanos em três tipos básicos, caracterizados pelos três doshas e suas combinações. Os três doshas são Vata, Pitta e Kapha, e podem ser entendidos como os três fluidos fundamentais do organismo, responsáveis por todas as funções vitais. São invisíveis ao homem comum e habitam a dimensão fronteiriça onde os pensamentos e as emoções se transformam em matéria ou impulso nervoso. Governam todos os aparelhos e sistemas do organismo. Quando um deles está em excesso ou em carência surge o desequilíbrio e as doenças evidenciam-se sob variados nomes e formas. A classificação dos tipos de constituição humana (ou prakriti) se faz a partir da presença mais marcante de um ou mais doshas numa pessoa, com base em determinadas características. Pode haver tipos puros – Vata , Pitta ou Kapha – , ou então combinações baseadas na predominância de dois doshas, o que é mais comum; embora seja mais raro, também existem pessoas cujas características revelam a presença, praticamente com a mesma intensidade, dos três doshas em sua tipologia. O prakriti de uma pessoa é definido desde o seu nascimento e não se modifica mais durante a vida – pode ser comparado a uma espécie de carimbo ou marca; muitas vezes o que ocorre é o desequilíbrio dos doshas. Para a manutenção da vida e da saúde, os três doshas devem estar em equilíbrio dinâmico no corpo, e isso se realiza a partir de várias condições básicas. Uma delas é a alimentação adequada a cada prakriti e, por esse motivo, é muito importante que cada pessoa descubra seu tipo. No fascículo anterior foi feito um estudo mais aprofundado das características dos doshas e dos tipos físicos. Aqui, portanto, está apenas um resumo a título de recapitulação. Características das pessoas do tipo Vata  Leveza, estrutura esguia  Rapidez ao adquirir e esquecer  Rapidez nas atividades informações  Fome e digestão irregulares  Tendência à preocupação  Sono leve e interrompido, insônia  Tendência à prisão de ventre  Entusiasmo, vivacidade, imaginação  Cansaço fácil, tendência à exaustão  Excitabilidade, mudanças de humor  Energia mental e física em explosões repentinas A dieta de Vata VEGETAIS FRUTAS Prefira Reduza ou evite Prefira Reduza ou evite aspargo aipo abacate uva maça batata-doce batata abacaxi pêra beterraba berinjela ameixa romã cebola e alho brócolos amora (são mais aceitáveis (não crus) cogumelos banana cozidas) 32