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                                                  Capítulo




Industrial
Ethernet



Esboço original da rede Ethernet feito por Metcalfe em um guardanapo em 1976




Autor: Constantino Seixas Filho                                                1
UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Ethernet

                     Introdução:
                     A rede Ethernet passou por uma longa evolução nos últimos anos se
                     constituindo na rede de melhor faixa e desempenho para uma variada gama de
                     aplicações industriais. A Ethernet foi inicialmente concebida para ser uma rede
                     de barramento multidrop (100Base-5) com conectores do tipo vampiro
                     (piercing) , mas este sistema mostrou-se de baixa praticidade. A evolução se
                     deu na direção de uma topologia estrela com par trançado. As velocidades da
                     rede cresceram de 10 Mbps para 100 Mbps e agora alcançam 1 Gbps
                     (IEEE802.3z ou Gigabit Ethernet). A Gigabit Ethernet disputa com a
                     tecnologia ATM o direito de ser a espinha dorsal (backbone) das redes na
                     empresa. A outra evolução se dá no uso de hubs inteligentes com capacidade
                     de comutação de mensagens e no uso de cabos full duplex em substituição aos
                     cabos half duplex mais comumente utilizados. Isto faz com que a rede se torne
                     determinística e reduzem a probabilidade de colisão de dados.


                                                                               Faixa de Aplicação de Redes
                             Negócio




                                                                                                                           ATM/FDDI


                                                                                                                                      Ethernet 10/100/1000 Base-T
NÍVEL DE AUTOMAÇÃO

                            Controle




                                                                                                                                                                                            IEC/SP50 H2
                                                                  Profibus




                                                                                                  ControlNet




                                                                                                                                                                    WorldFIP
                                                                    FMS
                                                    Profibus DP




                                                                                                                                                                                                                 IEC/SP50H1

                                                                                                                                                                                                                                  Profibus PA
                                         Interbus




                                                                                                               DeviceNet
                                                                                      CCLink




                                                                                                                           SDS
                                                                                CAN




                                                                                                                                                                                                          HART
                                                                                                                                                                    DeviceWFIP

                                                                                                                                                                                 LonWorks
                     Nível de Bit



                                       Interbus




                                                                    Seriplex
                                         Loop
                     Sensor




                                                    ASI




                                       Discreto                                                Aplicações                                                                                       Processo


                     Figura 1: Ethernet e faixa de aplicação das redes de campo

                     Outras iniciativas visam utilizar a rede Ethernet para como substrato para
                     outras aplicações. Alguma iniciativas nesta direção são:




                     Autor: Constantino Seixas Filho                                                                                                                                                                          2
                     UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Desenvolvimento            da      rede        Fieldbus           HSE      (high      speed
Ethernet):
               A Fieldbus Foundation incorporou a rede Ethernet dentro de sua especificação
               H2. Esta rede não visa substituir a rede H1, mas estender seu espectro de
               aplicação para a interligação de dispositivos como CLPs e sistemas de
               supervisão. Esta rede usa UDP/IP sobre as camadas de enlace Ethernet.




               Figura 2: Rede HSE e rede H1 [Berge 2000]

                                                                   H1         HSE
                        Velocidade                            31.25 kbps   100 Mbps
                        Distância                             1900 m       100 m
                        Dois fios                             Sim          Não
                        Multidrop                             Sim          Não
                        Alimentação pelo barramento           Sim          Não
                        Segurança Intrínseca                  Sim          Não
                        Redundância do meio                   Não          Sim
                        Determinístico                        Sim          Sim

               Tabela 1: Tabela comparativa rede H1 x HSE [Berge 2000]

               A rede HSE suporta todas as funcionalidades da camadas de enlace de dados
               da especificação H1. Isto teve de ser feito para possibilitar o sincronismo de
               uma ligação em cascata entre malhas localizadas entre segmentos H1
               independentes. A interligação entre uma rede H1 e rede HSE se dá através de
               um “linking device” que converte o dado de diversos segmentos H1 em
               mensagens, utilizando os protocolos standards da Internet. Os instrumentos de
               campo também podem bypassar o protocolo H1 e transmitir usando o
               protocolo HSE diretamente.

Ethernet/IP:
               Ethernet/Ip é o nome comercial da especificação da camada de aplicação
               Control Net sobre TCP/UDP/IP sobre Ethernet. A especificação foi gerada pela

               Autor: Constantino Seixas Filho                                             3
               UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
ControlNet International e agora está sendo adotada pela ODVA (Open Device
            Net Vendors Association). A especificação da ControlNet consiste do Control
            and Information Protocol (CIP) rodando sobre a canada CTDMA (Concurrent
            Time Domain Multiple Access). O protocolo DeviceNet é uma especialização
            do CIP rodando sobre CAN. Ethernet/IP é uma especialização do protocolo
            CIP rodando sobre TCP/UDP/IP, que por sua vez roda sobre a rede Ethernet.

PROFInet:
            Existe um esforço em se buscar o acoplamento transparente entre as rede
            Profibus e Ethernet. O que se busca é uma redução dos custos de engenharia e
            promover uma comunicação mais uniforme entre aplicativos de alto nível e
            dispositivos de campo.
            Os principais objetivos são:

            •   Mapear todos os serviços de engenharia do PROFIBUS para TCP/IP,
                incluindo acesso ao status das variáveis de processo, dados de diagnóstico,
                parametrização e a definição de interfaces relevantes de SW com base em
                OPC. O usuário poderá monitorar dispositivos localmente ou remotamente
                através da Ethernet/Internet.

            •   Roteamento direto de TCP/IP para Profibus. Uma das idéias é se permitir o
                uso de web server em dispositivos de campo.

            •   Dispositivos de campo complexos serão representados como sistemas
                orientados a objeto distribuídos.

            Outro grande objetivo do projeto Profibus é maior suporte para as funções de
            motion control.




            Figura 3: Profibus e Ethernet TCP/IP.




            Autor: Constantino Seixas Filho                                              4
            UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
IEEE1451:
            Esta iniciativa visa ligar sensores e atuadores diretamente à redes de controle
            incluindo a Ethernet, que devido ao baixo custo do chip reduziria muito o custo
            comparado com outros tipos de conexões. Um dos grandes suportadores desta
            solução é a HP que combina este tipo de conexão com embedded Java e o uso
            de um web browser por instrumento. Com a miniaturização e a redução do
            custo dos web browsers esta tecnologia pode se tornar muito atrativa.




            Figura 4: Web browser da Fairchild

Modbus/TCP:
            Esta rede une o protocolo de camada de aplicação mais popular com o stack de
            transporte/rede mais utilizados na indústria. Na verdade o protocolo Modbus
            rivaliza em popularidade com o protocolo DF1 da Rockwell Automation, mas é
            mais difundido. Uma das vantagens do protocolo TCP/IP é a facilidade de se
            usar diversas camadas de aplicação diferentes. No port 1000 estamos tratando
            requisições de serviço do protocolo Modbus, enquanto no port 1001 tratamos
            um protocolo DF1, por exemplo.
            Este tipo de aplicação visa mais interligar dispositivos de campo orientados a
            byte, mais simples, como equipamentos de laboratório, medidores de energia
            CA/CC, relés inteligentes, etc. As empresas que atuam nesta área defendem
            que não se pode fazer uma revolução e trocar todos os standards de uma só vez,
            como feito no passado, quando se definiu o padrão MAP/TOP. O que se deve
            fazer é procurar uma evolução gradativa do que é usado de fato em direção a
            padrões mais abrangentes e de melhor desempenho.

            Uma outra tecnologia emergente nesta área é o que se chama “comm port
            redirection”. Um dispositivo serial está ligado numa rede Ethernet TCP/IP. Um
            computador cliente acessa seus dados utilizando o protocolo Modbus. Um
            device driver rodando em Windows permite enxergar o dispositivo na rede
            como se estivesse ligado a uma porta serial do micro, digamos a uma COM3
            ou COM4. Isto permite continuar utilizando aplicações do legado, por exemplo
            um programador ladder, mesmo utilizando uma conexão moderna em rede do
            instrumento.


            Autor: Constantino Seixas Filho                                              5
            UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Figura 5: Instrumentos seriais interligados via TCP/IP e redirecionamento
                      de portas de E/S.

            Ethernet: princípios básicos:
            A rede Ethernet nasceu dos laboratórios Palo Alto Research Center (PARC) da
            Xerox nos anos 70, inicialmente como uma rede de 2.94 Mbps, utilizando uma
            linha troco com cabo grosso e tecnologia de derivações tipo piercing. Em 1980
            a Intel, Digital e Xerox publicaram o padrão DIX V1.0, estabelecendo a
            velocidade de 10 Mbps. Em 1985 o comitê IEEE 802.3 publicou a norma
            IEEE802.3 Carrier Sense Multiple access with Collision Detection
            (CSMA/CD) Access Method and Physical Layer Specifications. Esta tecnologia
            é chamada 802.3 CSMA/CD e não Ethernet. Na verdade os frames definidos
            pela norma 802.3 CSMA/CD e DIX V2.0 são diferentes.

      64 bits                                48 bits                    48 bits    16 bits   368 a 12000 bits        32 bits
      8 bytes                                6 bytes                    6 bytes    2bytes     (46..1500 bytes)       4bytes
Preâmbulo                 G/I*         Endereço Destino               Endereço     Tipo      Dados                   FCS
                                                                      Fonte

            G/I*          End Grupo ou individual                     0 = unicast
                                                                      1 = multicast
            Tipo          Identifica protocolos de nível mais alto
            FCS           Frame Check Sequence                        CRC32
            Figura 6: Quadro Ethernet (DIX V1.0)

  56 bits        8 bits                     48 bits                     48 bits    16 bits    368 a 12000 bits       32 bits
  7 bytes       1 byte                      6 bytes                     6 bytes    2bytes     (46..1500 bytes)       4bytes
Preâmbulo       SFD       End de       L/G*   Endereço Destino        Endereço     Length    LLC / Dados             FCS
                          grupo ou                                    Fonte
                          individual

                L/G*      Bit de endereço administrado      0: global - designado pelo fabricante do cartão Ethernet
                          local ou globalmente              1: local
                SFD       Start of Frame Delimiter
                LLC       Logic Link Control                Se menor que 1518, designa número de bytes de dados,
                                                            caso contrário pode ser usado para protocolos de mais
                                                            alto nível.
            Figura 7: Quadro IEEE 802.3

            Autor: Constantino Seixas Filho                                                                      6
            UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Preâmbulo
            O preâmbulo DIX consiste de 64 bits de “1s” e “0s” alternados e terminando
            com dois “1s”. O preâmbulo 802.3 é idêntico, apenas o último byte recebe o
            nome de start of frame delimiter (SFD).

Endereço de destino
            Um endereço de destino todo preenchido com 1’s implica em uma transmissão
            em broadcasting.

Endereço de origem
            É inserido na mensagem para uso de protocolos de mais alto nível. Este campo
            não é necessário para acesso ao meio.
            O endereço de origem é baseado na identificação do fabricante, que é um
            número de 24 bits único: Organizationally Unique Identifier (OUI)
            administrado pelo IEEE. Os outros 24 bits formam um número seqüencial
            definido pelo fabricante.

            Por exemplo:

            O fabricante Hirshmann produz placas com o seguinte endereço:

            00: 80: 63: xx. yy. zz
            Quadros DIX e quadros IEEE são idênticos quanto ao comprimento total e ao
            número de bits de cada campo, mas não são interoperáveis. Todos os
            protocolos TCP/IP para Ethernet usam quadros DIX e não quadros 802.3.

            Observe que o tamanho mínimo do frame de dados é de 46 bytes.

            Níveis físicos:
            Vários meios físicos são utilizados na rede Ethernet dependendo das distâncias
            envolvidas.

            As implementações do 802.3 são codificadas segundo a seguinte sintaxe:

            <Velocidade>         <Classe do Meio>                 <Distância>
            em megabits/s        Baseband ou broadband            em centenas de metros

            As principais implementações são:

                Rede            Velocidade                 Meio              Distância (m)
            10BASE5            10 Mbps           baseband coaxial grosso    500
            10BASE2            10 Mbps           baseband coaxial fino      185
            10BASE-T           10 Mbps           baseband par trançado      100
            10BASEF            10 Mbps           baseband fibra ótica       variável
            10BROAD36          10 Mbps           broadband                  3600

            Tabela 2: Características básicas das redes 802.3


            Autor: Constantino Seixas Filho                                               7
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10BASE5
           Esta é Ethernet original já fora de moda em nossos dias. O Ethernet grosso
           necessita de transceptores denominados MAU (Medium Attachment Unit) para
           efetuar o acoplamento do cabo grosso ao computador. As MAUs devem ser
           instaladas em taps espaçados de 2.5 metros. De cada MAU parte um cabo AUI
           (Attachment Unit Interface) até o cartão de interface no computador. A
           conexão se dá via um conector DB-15. Cada cabo AUI pode ter no máximo 50
           metros. Vencidos os 500 m máximos de comprimento do cabo, um repetidor
           deve ser instalado até um comprimento máximo total de 2000 m. Esta
           tecnologia não suporta o padrão fast Ethernet.

10BASE2
           O Ethernet fino ou Thinnet ou Cheapernet irá utilizar conectores BNC de baixo
           custo, fácil aplicação e ótima conformação mecânica e cabo coaxial tipo RG-
           58/u.
           O Ethernet fino continua a ser uma rede do tipo barramento. No máximo 30
           estações podem ser interligadas até um comprimento máximo de 185 metros
           por segmento. Segmentos podem ser estendidos até o comprimento total de 740
           metros. Também foram eliminados do mercado pelo advento da rede 10Base-
           T. Não suporta Fast Ethernet.

10BASE-T
           Transforma a arquitetura de rede em barramento em árvore. A ligação de cada
           computador é feita a um hub. Cada conexão não pode exceder a 100 metros. O
           Ethernet 10Base-T pode usar conector AUI-DB15 de 15 pinos ou conectores
           RJ45 de 4 vias grimpados. A última opção é a mais utilizada.
           Esta tecnologia deu origem ao Fast Ethernet.

10BASE-F
           Existem três padrões de mídia:
           10BASE-FL: substitui o padrão FOIRL.
           10BASE-FB: padrão para backbones pouco utilizado.
           10BASE-FP: tecnologia utilizando hubs passivos, pouco popular.

           O padrão 10BASE-FL requer fibra ótica duplex 62.5µm para cada link. É
           possível interligação em distâncias até 2 km, full duplex.

                Tipo do cabo              Impedância                     Uso
           Ethernet 10BASE5              50 ohms          Ethernet grosso/IEEE802.3
           RG 58/U                       50 ohms          Ethernet fino/IEEE 802.3
           RG6                           75 ohms          IEEE 802.7 Broadband drop
                                                          IEEE 802.4 Carrier band drop
           RG11                          75 ohms          IEEE 802.7 Broadband drop
                                                          IEEE 802.4 Carrier band trunk
           RG59                          75 ohms          IEEE 802.7 Broadband drop
           Banda larga semi rígido       75 ohms          IEEE 802.7 Broadband trunk
           RG62                          93 ohms          ARCnet, conexões IBM 3270
           Tabela 3: Tipos de cabos usados nas principais redes


           Autor: Constantino Seixas Filho                                                8
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Melhoramentos da rede Ethernet

A rede Ethernet teve que receber várias modificações para se tornar mais
adaptada ao ambiente industrial:

Foram criados diversos novos padrões:

 Nome do                Função                           Comentários
 standard
IEEE 802.1p     Priorização de mensagens   256 níveis de prioridade
IEEE 802.12d    Redundância de links       Traz maior confiabilidade para a rede
IEEE 802.3x     Full Duplex                Comunicação bidirecional simultânea sobre
                                           link 10/100Base-T em cabo categoria 5.
IEEE 802.3z     Gigabit Ethernet           Uso como backbone corporativo. Afeta pouco a
                                           automação.

Tabela 4: Novos standards do padrão IEEE 802

Para reduzir o número de colisões e a conseqüente degradação de performance
da rede Ethernet, o que a inviabiliza para algumas aplicações industriais,
muitos melhoramentos foram realizados. O simples aumento da banda de 10
Mbps para 100 Mbps foi um fator significativo. O uso de switches é o segundo
ponto importante. Se cada dispositivo estiver ligado a um port de um switch
que pode bufferizar a mensagem antes de retransmiti-la a outro nodo, as
colisões ficariam reduzidas ao caso em que um mesmo nodo deseja transmitir
e receber uma mensagem. Finalmente através de um ligação full duplex entre o
dispositivo e switch, o problema é completamente solucionado.




Figura 8: Degradação da performance de redes CSMA com o aumento da carga

As deficiências da rede Ethernet, a partir de agora denominada de Ethernet
compartilhada são:
• Largura de banda é compartilhada e não dedicada


Autor: Constantino Seixas Filho                                                      9
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o Compartilhamento necessita de arbitragem do barramento sem o
        conceito de prioridade
    o Compartilhamento resulta em colisões quando 2 ou mais dispositivos
        desejam transmitir simultaneamente.
    o Colisões bloqueiam a rede e impedem outros dispositivos de transmitir.
• Mais dispositivos em um segmento aumenta a probabilidade de colisão.
• Broadcast de mensagens consumiriam grande banda
• Não existe como diferenciar o tráfego de alta e de baixa prioridade.
• Não existe como assegurar um caminho de baixo atraso para o tráfego de
   tempo real.
Estas limitações estão ilustradas na Figura 9.




Figura 9: Limitações da rede Ethernet [Hirschmann QoS]




Autor: Constantino Seixas Filho                                          10
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Evolução:

De 1973 até o presente – LANs isoladas         Na rede A todos os dispositivos
                                               compartilham o mesmo meio
                                               físico.
                                               Para aumentar a performance três
                                               passos são necessários:
                                               • Colapsar o backbone
                                               • Incrementar links com
                                                   servidores
                                               • Micro segmentar a rede


De 1995 até hoje: backbone colapsado           Cada segmento de rede está
                                               ligado a uma porta de um switch.
                                               Com a redução do custo e
                                               aumento do throughput dos
                                               switches tornou-se possível ligar
                                               cada nodo em uma porta
                                               individual.      Quando        os
                                               requerimentos por banda são
                                               baixos, pode-se ligar vários
                                               dispositivos a um segmento.




Arquitetura cliente - servidor                 Com a adoção da arquitetura
                                               cliente    servidor,     tornou-se
                                               necessário utilizar canais Fast
                                               Ethernet full duplex, propiciando
                                               largura de faixa de até 200 MHz
                                               para cada servidor.
                                               Os usuários passaram a utilizar
                                               canais com autodetecção de
                                               10/100 Mbps.
                                               A microsegmentação implica em
                                               dar a cada usuário um canal
                                               dedicado, sem compartilhamento
                                               com outros dispositivos.


Com a microsegmentação tornou-se possível o uso de interfaces full duplex
também para os usuários, o que inibe eliminar a arbitragem do barramento e
permite a comunicação na velocidade nominal da rede.
Isto implica também na duplicação da velocidade do barramento de
10/100Mbps para 20/200Mbps.

Figura 10: Evolução de arquiteturas Ethernet

Autor: Constantino Seixas Filho                                               11
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Sistematizando os seguintes fatores contribuíram para a construção de um rede
     Ethernet industrial:
     • Uso de switches para evitar a arbitragem de barramento
     • Uso de canais dedicados de 10 Mbps a 100 Mbps.
     • Padrão IEEE802.1p/Q que acrescenta campos de prioridade e de Quality of
         Service (QoS) ao frame Ethernet tradicional.
     • Canal full duplex para eliminar colisões.
     • Rede Fast Ethernet no backbone levando a velocidade a até 200 Mbps.

     QoS (quality of service) é uma maneira de alocar recursos em switches e
     roteadores de tal forma que os dados cheguem ao seu destino de forma rápida,
     consistente e confiável.


     Evolução do quadro Ethernet:

 7 bytes    1 byte    6 bytes      6 bytes     2 bytes                  46..1500 bytes                  4 bytes

Preâmbulo   SFD      Destino       Fonte       Comp/      Dados                                         FCS
                                               Tipo

                                                                                                    Quadro 802.3

 7 bytes    1 byte    6 bytes      6 bytes     4 bytes    2 bytes                  46..1500 bytes                 4 bytes

Preâmbulo   SFD      Destino       Fonte       TAG        Comp/       Dados                                       FCS
                                                          Tipo

                                                                                         Quadro 802.1Q com tag


                          TPID                                TCI
                     Tag Protocol ID         Prioridade       CFI         VLAN ID
                                             do usuário
                         16 bits               3 bits         1 bit           12 bits

     TPID = Tag Protocol Identifier
     TCI = Tag Control Information
     CFI = Canonical Format Indicator

     Figura 11: Quadro Ethernet simples e com TAG mostrando prioridade

     O standard 802.1p (e IEEE 802.1Q) propicia 8 níveis de prioridades. Entretanto
     a maior parte dos switches de mercado possuem apenas de 2 a 4 filas de
     mensagens.
     Alguns switches podem não tratar o campo de tag. Neste caso, apenas quadros
     de até 1518 bytes, fora o preâmbulo e o SFD, serão enviados. O quadro
     estendido de 1522 bytes não será passado à frente. A prioridade 6 será
     reservada para aplicações de áudio, a prioridade 5 para aplicações de vídeo e a
     prioridade 0 para e-mails.


     Autor: Constantino Seixas Filho                                                                    12
     UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Os switches que tratam este quadro são os switches de camada 2. Outros
  switches irão trabalhar com campos de informação de prioridade pertencentes
  às camadas 3 (IP) e 4 (UDP ou TCP).

22 bytes                                   46..1500 bytes                    4 bytes

MAC                                             Dados                        FCS


22 bytes        24 bytes                           22..1476 bytes            4 bytes

MAC                 IP                                  Dados                FCS




 Versão       IHL          Tipo do               Comprimento total
                           Serviço
         Identificação           Flags Offset de fragmentação
  Tempo de         Protocolo          Checksum cabeçalho
  existência
                         Endereço Fonte
                        Endereço Destino
             Opções                        Padding

  Figura 12: Quadro Ethernet simples e com quadro IP, mostrando campo ToS



22 bytes        24 bytes             8 bytes                14..1468 bytes   4 bytes

MAC                 IP                UDP                        Dados       FCS


                    Porta origem                 Porta destino
                    Comprimento                   Checksum


22 bytes        24 bytes             24 bytes               0..1452 bytes    4 bytes

MAC                 IP                TCP                        Dados       FCS



             Porta Origem                 Porta Destino
                        Número de seqüência
                      Número de Acknowledge
      Offset Reservado    Flags              Janela
               Checksum                   Urgent pointer
                         Opções                       Padding

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Figura 13: Quadro Ethernet com quadros IP de UDP/TCP

Arquitetura em anel x barramento

A rede em anel traz como vantagem uma economia de cabos quando
implementando redes com redundância. Apenas a Hirschman oferece esta
solução no mercado atualmente (2002).




Figura 14: Arquitetura em anel e barramento [Hirschmann QoS]

Arquiteturas de roteamento

A Figura 15 e a Figura 16 mostram a evolução de uma rede Ethernet
convencional para uma rede com QoS implícito, isto é, obtido através de uma
engenharia cuidadosa na atribuição de portas exclusivas a cada dispositivo e na
escolha das bandas de passagem. O último estágio é o QoS explícito, em que a
aplicação solicita serviços que garantem um caminho de comunicação livre de
atrasos e de erro.

Autor: Constantino Seixas Filho                                             14
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Figura 15: Rede Ethernet convencional [Hirschmann QoS]




Figura 16: Rede Ethernet com QoS implícito no projeto [Hirschmann
QoS]




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Figura 17: Rede Ethernet com QoS explícito [Hirschmann QoS]



            Quality of Service (QoS)

            A responsabilidade de determinar o desempenho de uma aplicação é dividida
            entre o desenvolvedor da aplicação e a pessoa que define a arquitetura da rede.
            Antes o projetista da aplicação considerava que a performance da rede não era
            problema seu e considerava que a banda disponível era infinita. Hoje existem
            formas explícitas de se requisitar serviços especiais para a rede para atender
            aplicações críticas no tempo.

            Prioritização do tráfego

            O tempo de latência de switch é o tempo que um switch detém um pacote de
            dados, até libera-lo ao destino. Prioritização de dados é o nome dado ao
            processo de aceleração da passagem de pacotes de dados de alta prioridade
            pelo switch.

            A prioritização de dados pode ser explícita ou implícita.

Prioritização implícita:

            Um switch Ethernet ou a rede inteira aloca automaticamente níveis de serviços
            baseado em critérios especificados pelo administrador da rede tais como: tipo
            da aplicação, protocolo, ou endereço fonte. Cada pacote recebido é filtrado
            para verificar se ele obedece um destes critérios.
            QoS implícito deve ser engenheirado na rede e oferece recursos de fácil
            implementação. Um switch Ethernet pode prioritizar tráfego baseado no
            endereço fonte ou destino ou no port físico por exemplo. Este tipo de solução é



            Autor: Constantino Seixas Filho                                             16
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entretanto mais difícil de ser modificado, atendendo às mudanças de
            necessidade das aplicações.

Prioritização explícita:

            No QoS explícito, uma aplicação requisita uma certa qualidade de serviço e os
            switches e roteadores tentarão cumprir o especificado.
            Várias técnicas estão hoje disponíveis:

            IP Type of Service (IP TOS)
            Esta é a técnica que vem ganhando maior popularidade atualmente,
            principalmente devido ao seu uso para aplicações de Voice Over IP (VOIP).
            ToS Faz parte da definição da norma IPv4. É reservado um campo de 8 bits no
            pacote IP para especificação do tempo de atraso, throughput e confiabilidade.
            Padrões mais recentes conhecidos como serviços diferenciados (RFC 2474),
            particionam o campo em dois sub campos: DSCP(6 bits) e CU (2 bits). O
            DSCP define 64 códigos de prioridade divididos em 3 classes:
            Pool 1: DSCP = [0..31] reservado para ações padrões (por exemplo VOIP).
            Pool 2: DSCP = [32..47] reservado para uso local ou experimental
            Pool 3: DSCP = [48..63] reservado par uso local ou experimental.

            Este campos já podem ser definidos pela função setsockopt() da última versão
            da biblioteca Winsock. Hoje este protocolo tem sido mais utilizado em
            aplicações multimídia. O cabeçalho Ipv6 possui um campo correspondente
            denominado classe de tráfego. Este campo tem a mesma função e localização
            do campo ToS.

          22 bytes                               46..1500 bytes                   4 bytes

           MAC                                      Dados                          FCS


          22 bytes        24 bytes                         22..1476 bytes         4 bytes

           MAC                IP                              Dados                FCS




           Versão       IHL          Tipo do          Comprimento total
                                     Serviço
                   Identificação           Flags Offset de fragmentação
            Tempo de         Protocolo          Checksum cabeçalho
            existência
                                   Endereço Fonte
                                  Endereço Destino
                       Opções                        Padding

            Figura 18: Quadro Ethernet simples e com quadro IP, mostrando campo ToS


            Autor: Constantino Seixas Filho                                           17
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Resource Reservation Protocol (RSVP)
           RSVP possui os seus próprios mecanismos de comunicação de uma aplicação
           com a infra-estrutura de rede. RSVP implica em um overhead de
           processamento que pode degradar a performance do sistema como um todo.

           Integrated Service over Specific Link Layers (ISSLL)
           Especifica extensões da arquitetura IP que permite a uma aplicação requisitar e
           receber um certo nível de serviço da infra-estrutura de rede.
           ISSSLL pode por exemplo definir como pedidos RSVP serão mapeados em
           prioridades 802.1p/Q.

            Uma vez que o dado é priorizado utilizando um mecanismo implícito ou
           explícito, filas e algoritmos de gerenciamento são utilizados nos equipamentos
           de rede para garantir o QoS.

           As filas são área de memória dentro de roteadores ou switches e contém
           pacotes de diversas prioridades. Deve-se proporcionar uma melhor qualidade
           de serviço aos pacotes de maior prioridade enquanto se assegura que os pacotes
           de menor prioridade continuem a receber algum serviço.

           Se houver um congestionamento, não haverá garantia de que os pacotes irão
           chegar a seu destino dentro do tempo especificado. Apenas se garante que os
           pacotes de maior prioridade serão encaminhados antes dos de mais baixa
           prioridade.

           Uma maneira de se implementar isto é se reservar uma banda de passagem
           para o tráfego de alta prioridade. Se o tráfego exceder esta reserva, mais banda
           poderá ser retirada das aplicações de baixa prioridade.

           Os algoritmos mais básicos tratam os pacotes de uma fila por ordem de
           chegada. Isto faz com que grandes pacotes possam atrasar o envio de pacotes
           pequenos de dados de mesma prioridade.

           Em geral, os switches hoje disponíveis no mercado oferecem poucas filas para
           organizar o tráfego de dados.

           A Hirshman, por exemplo possui um algoritmo denominado Real Time
           Queueing (RTQ) que garante que uma fila de tempo real será sempre atendida
           antes de uma fila de baixa prioridade. No pior caso, se uma transmissão de
           baixa prioridade já estiver sendo realizada quando um pacote de alta prioridade
           chegar, ele vai ter que esperar apenas o equivalente a um quadro Ethernet
           (1519 bytes).

Vídeo sobre IP

           A rede Ethernet também é usada hoje para transmissão de vídeo em tempo real
           a taxas moderadas.




           Autor: Constantino Seixas Filho                                              18
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Ethernet
                                     Netzwerk




Figura 19: Vídeo sobre IP – [Hirschmann QoS]




Autor: Constantino Seixas Filho                 19
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Performance de redes Ethernet




Figura 20: Rede Profibus DP com um mestre e 31 dispositivos escravos




Figura 21: Rede Ethernet equivalente

Vamos comparar a performance de uma rede Ethernet Industrial com uma rede
Fieldbus convencional.

Vamos considerar uma rede Profibus DP na sua velocidade máxima: 12 Mbps.
Na verdade a velocidade desta rede depende do seu comprimento total e de
outros fatores. Nós consideramos a existência de um mestre (CLP) e de 31
dispositivos escravos. Esta rede pode alcançar um tempo de scan de 1 ms para
transmissão de 8 bytes de dados de entrada e 8 bytes de saída.

Na rede Ethernet não existe compromisso entre comprimento da rede e
velocidade.

Dois parâmetros serão usados na avaliação das redes:
• Tempo de scan
• Variância de recepção

Tempo de scan:


Autor: Constantino Seixas Filho                                          20
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Corresponde ao tempo total desde o envio de uma pergunta a um certo número
de dispositivos de rede e o recebimento de todas as respostas.

Variância de recepção:
Tempo de atraso entre o primeiro e o último dispositivo recebendo o mesmo
datagrama. Neste caso será o atraso de recepção do dado pelo nodo 31 em
relação ao nodo 1. Esta é uma constante de rede derivada de uma combinação
de tempo de latência de equipamento e topologia de rede.

Serão estudados quatro cenários que dependem da velocidade de cada tipo de
link na rede Ethernet:

    Posição        Cenário 1         Cenário 2          Cenário 3           Cenário 4
                10/100/10 Mbps    100/100/10 Mbps   100/100/100 Mbps   1000/1000/100 Mbps
Mestre para           10               100               100                 1000
rede
Rede para            100               100               100                 1000
rede
Rede para             10                10               100                 100
escravo

Vamos considerar que:

•   A rede é formada de 4 clusters de 8 dispositivos cada. O primeiro cluster
    contém um mestre (CLP) e sete escravos.
•   Vamos considerar um payload mínimo de 46 bytes nesta aplicação, mesmo
    que nem todos os bytes estejam sendo usados.
•   O protocolo utilizado na transferência de dados será o TCP/IP
•   O tempo necessário para o escravo responder uma recebida uma requisição
    é 0.
•   Parte do payload será utilizada para o transporte de 20 bytes de cabeçalho
    do protocolo IP e 8 bytes de UDP.
•   O pacote Ethernet completo possui 72 bytes.
•   Para comunicar com todos os blocos simultaneamente será usado uma
    mensagem de broadcast.


                                         72 bytes
                                             46 bytes
     22 bytes          24 bytes            8 bytes              14 bytes         4 bytes

      MAC                  IP                UDP                 Dados             FCS


                           Porta origem              Porta destino
                           Comprimento                Checksum




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Cálculo do tempo de latência

Considerações:

Tempo para transmitir 72 bytes pelo meio físico (576 bits) :
T = 576 bits / 10 * 106 bits/s = 57,6 µs

Os tempos para transmitir 72 bytes pelo meio físico, incluindo o gap entre
quadros é:

  Velocidade               10 Mbps             100 Mps            1000 Mbps
Tempo de Tx                 67.2µs              6.72µs             0.672µs

O tempo de latência do switch será considerado de 4 µs.


Cálculo do tempo de scan

•   Será enviada uma mensagem de multicast para todos os nados e recebidas
    as respostas dos 31 dispositivos.

•   Estamos assumindo que não existe tráfego adicional na rede.




Estamos admitindo que os tempos críticos serão nos 4 hops principais:

Hop 1: Mestre para rede
A mensagem de ENQ sai do mestre e vai para todos os blocos de I/O. A
mensagem é de um para muitos e não há gargalo.

Hop 2: Rede para escravo:

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A mensagem vai da rede para cada escravo através de um link de 10 Mbps. A
relação é de uma para um e não gargalo. O tráfego interno na rede está sendo
desprezado.

Hop 3: Escravo para rede:
Cada escravo responde para a rede através de uma mensagem. A relação é de
um para um e não há gargalo.

Hop 4: Rede para mestre:
A rede deve entregar 31 mensagens para o mestre através de uma única porta.
A relação é de muitos para um e haverá enfileiramento de dados.

O tempo de scan aproximado é dado por:
(tempo de transmiss ão do quadro na velocidade de cada hop).

Neste caso em que os hops são em 10 Mbps:

Tempo de scan = 4 * 67.2 µs = 268,8 µs.

Observe que foi utilizado o tempo de transmissão considerando o gap entre
quadros.




Autor: Constantino Seixas Filho                                          23
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Cenário 1 (10/100/10Mbps)                                  Rede -> Rede
                                                                           100 Mbps
Mestre->Rede
  10 Mbps
                                                                                                    Rede->Escravo
                                                                                                      10 Mbps




               Para os cálculos de variância será considerado o tempo de atraso de
               transmissão de 57,6µs ao invés de 67,2 µs (10 Mbps).

               Cálculo da variância de recepção:                                          Variância
                                                                                          de recepção
                            Etapa                   µs     Acc                Time line
                                                            µ
                                                           (µs)
               Envio de packet do mestre para SW1   57,6    57,6
               Latência no SW1                       4,0    61,6
               Recepção do packet no I/O 1          57,6   119,2

               Envia packet através de SW2           5,7    67,3
               Latência no SW2                       4,0    71,3

               Envia packet através de SW3           5,7    77,0
               Latência no SW3                       4,0    81,0

               Envia packet através de SW4           5,7    86,7
               Latência no SW4                       4,0    90,7
               Recepção do packet em I/O 31         57,6   148,3


               O valor da variância de recepção é de 148,3 – 119,2 = 29,1 µs.

               Cálculo aproximado do tempo de scan:

               Velocidade        Mestre         Rede para     Rede para     Escravo        Total
                do link         para rede        mestre        escravo     para rede

               10 Mbps                1             31             1            1           34
               100 Mbps               -              -             -            -            -

               Tempo de scan = 34 * 67,2 µs = 2285 µs



               Autor: Constantino Seixas Filho                                                     24
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Cenário 2 (100/100/10Mbps)

Mestre->Rede                                                           Rede -> Rede
 100 Mbps                                                               100 Mbps                   Rede->Escravo
                                                                                                     10 Mbps




                                                                                         Variância
               Cálculo da variância de recepção:                                         de recepção
                            Etapa                   µs     Acc               Time line
                                                            µ
                                                           (µs)
               Envio de packet do mestre para SW1   5,76    5,76
               Latência no SW1                       4,0    9,76
               Recepção do packet no I/O 1          57,6   67,36

               Envia packet através de SW2           5,7   15,46
               Latência no SW2                       4,0   19,46

               Envia packet através de SW3           5,7   25,16
               Latência no SW3                       4,0   29,16

               Envia packet através de SW4           5,7   34,86
               Latência no SW4                       4,0   38,86
               Recepção do packet em I/O 31         57,6   96,46


               O valor da variância de recepção é de 96,46 – 67,36 = 29,1 µs.

               Cálculo aproximado do tempo de scan:

               Velocidade        Mestre         Rede para     Rede para    Escravo        Total
                do link         para rede        mestre        escravo    para rede

               10 Mbps                0              0             1           1            2
               100 Mbps               1             31             -           -           32

               Tempo de scan = 2 * 67,2 µs + 32 x 67,2 µs = 349,4 µs.




               Autor: Constantino Seixas Filho                                                    25
               UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Sumário:

Performance do sistema (sem carga)

             Posição        Cenário 1         Cenário 2    Cenário 3      Cenário 4
                            10/100/10        100/100/10   100/100/100   1000/1000/100
                              Mbps              Mbps         Mbps           Mbps
           Atraso para       119,2 µs          67,4 µs      15,4 µs        10,27 µs
           envio
           Variância          29,1 µs          29,10 µs     29,1 µs         13,7 µs
           de recepção
           Tempo de          2,285 ms          349,4 µs    228,5 µs         34,9 µs
           scan


Performance do sistema (com carga)

             Posição        Cenário 1         Cenário 2    Cenário 3      Cenário 4
                            10/100/10        100/100/10   100/100/100   1000/1000/100
                              Mbps              Mbps         Mbps           Mbps
           Atraso para       119,2 µs          64,7 µs      15,4 µs        10,27 µs
           envio
           Variância         1,59 ms           1,59 ms     509,4 µs         169,7 µs
           de recepção
           Tempo de          4,65 ms           2,28 ms      1,1 ms           257 µs
           scan


           Observe que o cenário 2 é o mais factível em 2003. Neste cenário o tempo de
           scan da rede Ethernet excede em performance o da rede Profibus.




           Autor: Constantino Seixas Filho                                               26
           UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Bibliografia

[Franco 98]             Lucia Regina Horta Rodrigues Franco / Victor Marinescu.
                        Buses Actualización. Editorial Control S.R.L, 1998.

[Berge 2000]           Jonas Berge, Ethernet in Process Control, The industrial
                       Ethernet book 3, Summer 2000, Issue 3, pp31..33

[Lynn 2000]            Lynn August Linse, Media/Protocol Irrelevant ?, The
                       industrial Ethernet book 3, Summer 2000, Issue 3, pp07..08

[ARC 1999]             Industrial Ethernet Networking Strategies, ARC, August
                       1999

[Hirschmann QoS]       Hirshmann Network Systems, White paper, Real Time
                       Services (QoS) in Ethernet based Industrial Automation
                       Networks

[Hirschmann Rail]      Hirshmann, Rail-Ethernet, 23/05/2000

[Holmeide 2001]        Øyvind Holmeide, Tor Skeie, VoIP drives real time
                       Ethernet, Industrial Ethernet Book, 2001



Sites a serem visitados

Industrial Ethernet Book       http://ethernet.industrial-networking.com/ieb.htm
Modbus/TCP                     http://www.modbus.org/modbus_tcp.htm
Ethernet/IP                    http://www.odva.org/10_2/00_fp_home.htm
Foundation Fieldbus HSE        http://www.fieldbus.org/About/
Profinet                       http://www.profibus.com/
OnTimeNet                      http://www.ontimenet.com
Universidade do Texas          http://www.ots.utexas.edu/ethernet/
Lantronix                      http://www.lantronix.com/products/eds/dstni/index
                               .html




Autor: Constantino Seixas Filho                                              27
UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
Exercícios

1) Calcule o tempo de variância de recepção e tempo de scan para a rede
   corresponde ao cenário 3 do exemplo dado.

2) Mostre como projetar um servidor web que de um lado se interfaceia com
   um dispositivo serial e do outro com a rede Ethernet. Discuta quais os
   melhores protocolos a serem empregados de cada lado.

3) Um switch só inicia a transmissão de um quadro de alta prioridade, quando
   um quadro de baixa prioridade que já teve sua transmissão iniciada
   terminar de ser transmitido. Calcule o tempo de atraso para o pior caso,
   considerando as velocidades de transmissão de 10 e 100 Mbps.

4) Visite o site da OnTime e faça o download de um data sheet de um switch
   industrial. Faça um resumo de suas características técnica.

5) Visite o site da iona em www.iona.org ou ftp://ftp.isi.edu/in-
   notes/iana/assignments/port-numbers-old e consulte os ports reservados
   para as seguintes aplicações:

                          Aplicação               Ports
                 BACnet
                 Opto22
                 MODBUS/TCP                        502
                 DeviceNet
                 ControlNet
                 Microsoft SQL Server

6) Visite o site da Lantronix no endereço: http://www.lantronix.com/
   products/eds/dstni/index.html e faça um resumo das features do chip:
   DSTni.




Autor: Constantino Seixas Filho                                          28
UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
7) Visite o site da Lantronix ou da SoftBrasil e explique a função dos
   conversores multiprotocolos serial – Ethernet em cada uma das situações
   abaixo:




Autor: Constantino Seixas Filho                                        29
UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica

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Redes industriais Ethernet e suas aplicações

  • 1. R5 Capítulo Industrial Ethernet Esboço original da rede Ethernet feito por Metcalfe em um guardanapo em 1976 Autor: Constantino Seixas Filho 1 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 2. Ethernet Introdução: A rede Ethernet passou por uma longa evolução nos últimos anos se constituindo na rede de melhor faixa e desempenho para uma variada gama de aplicações industriais. A Ethernet foi inicialmente concebida para ser uma rede de barramento multidrop (100Base-5) com conectores do tipo vampiro (piercing) , mas este sistema mostrou-se de baixa praticidade. A evolução se deu na direção de uma topologia estrela com par trançado. As velocidades da rede cresceram de 10 Mbps para 100 Mbps e agora alcançam 1 Gbps (IEEE802.3z ou Gigabit Ethernet). A Gigabit Ethernet disputa com a tecnologia ATM o direito de ser a espinha dorsal (backbone) das redes na empresa. A outra evolução se dá no uso de hubs inteligentes com capacidade de comutação de mensagens e no uso de cabos full duplex em substituição aos cabos half duplex mais comumente utilizados. Isto faz com que a rede se torne determinística e reduzem a probabilidade de colisão de dados. Faixa de Aplicação de Redes Negócio ATM/FDDI Ethernet 10/100/1000 Base-T NÍVEL DE AUTOMAÇÃO Controle IEC/SP50 H2 Profibus ControlNet WorldFIP FMS Profibus DP IEC/SP50H1 Profibus PA Interbus DeviceNet CCLink SDS CAN HART DeviceWFIP LonWorks Nível de Bit Interbus Seriplex Loop Sensor ASI Discreto Aplicações Processo Figura 1: Ethernet e faixa de aplicação das redes de campo Outras iniciativas visam utilizar a rede Ethernet para como substrato para outras aplicações. Alguma iniciativas nesta direção são: Autor: Constantino Seixas Filho 2 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 3. Desenvolvimento da rede Fieldbus HSE (high speed Ethernet): A Fieldbus Foundation incorporou a rede Ethernet dentro de sua especificação H2. Esta rede não visa substituir a rede H1, mas estender seu espectro de aplicação para a interligação de dispositivos como CLPs e sistemas de supervisão. Esta rede usa UDP/IP sobre as camadas de enlace Ethernet. Figura 2: Rede HSE e rede H1 [Berge 2000] H1 HSE Velocidade 31.25 kbps 100 Mbps Distância 1900 m 100 m Dois fios Sim Não Multidrop Sim Não Alimentação pelo barramento Sim Não Segurança Intrínseca Sim Não Redundância do meio Não Sim Determinístico Sim Sim Tabela 1: Tabela comparativa rede H1 x HSE [Berge 2000] A rede HSE suporta todas as funcionalidades da camadas de enlace de dados da especificação H1. Isto teve de ser feito para possibilitar o sincronismo de uma ligação em cascata entre malhas localizadas entre segmentos H1 independentes. A interligação entre uma rede H1 e rede HSE se dá através de um “linking device” que converte o dado de diversos segmentos H1 em mensagens, utilizando os protocolos standards da Internet. Os instrumentos de campo também podem bypassar o protocolo H1 e transmitir usando o protocolo HSE diretamente. Ethernet/IP: Ethernet/Ip é o nome comercial da especificação da camada de aplicação Control Net sobre TCP/UDP/IP sobre Ethernet. A especificação foi gerada pela Autor: Constantino Seixas Filho 3 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 4. ControlNet International e agora está sendo adotada pela ODVA (Open Device Net Vendors Association). A especificação da ControlNet consiste do Control and Information Protocol (CIP) rodando sobre a canada CTDMA (Concurrent Time Domain Multiple Access). O protocolo DeviceNet é uma especialização do CIP rodando sobre CAN. Ethernet/IP é uma especialização do protocolo CIP rodando sobre TCP/UDP/IP, que por sua vez roda sobre a rede Ethernet. PROFInet: Existe um esforço em se buscar o acoplamento transparente entre as rede Profibus e Ethernet. O que se busca é uma redução dos custos de engenharia e promover uma comunicação mais uniforme entre aplicativos de alto nível e dispositivos de campo. Os principais objetivos são: • Mapear todos os serviços de engenharia do PROFIBUS para TCP/IP, incluindo acesso ao status das variáveis de processo, dados de diagnóstico, parametrização e a definição de interfaces relevantes de SW com base em OPC. O usuário poderá monitorar dispositivos localmente ou remotamente através da Ethernet/Internet. • Roteamento direto de TCP/IP para Profibus. Uma das idéias é se permitir o uso de web server em dispositivos de campo. • Dispositivos de campo complexos serão representados como sistemas orientados a objeto distribuídos. Outro grande objetivo do projeto Profibus é maior suporte para as funções de motion control. Figura 3: Profibus e Ethernet TCP/IP. Autor: Constantino Seixas Filho 4 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 5. IEEE1451: Esta iniciativa visa ligar sensores e atuadores diretamente à redes de controle incluindo a Ethernet, que devido ao baixo custo do chip reduziria muito o custo comparado com outros tipos de conexões. Um dos grandes suportadores desta solução é a HP que combina este tipo de conexão com embedded Java e o uso de um web browser por instrumento. Com a miniaturização e a redução do custo dos web browsers esta tecnologia pode se tornar muito atrativa. Figura 4: Web browser da Fairchild Modbus/TCP: Esta rede une o protocolo de camada de aplicação mais popular com o stack de transporte/rede mais utilizados na indústria. Na verdade o protocolo Modbus rivaliza em popularidade com o protocolo DF1 da Rockwell Automation, mas é mais difundido. Uma das vantagens do protocolo TCP/IP é a facilidade de se usar diversas camadas de aplicação diferentes. No port 1000 estamos tratando requisições de serviço do protocolo Modbus, enquanto no port 1001 tratamos um protocolo DF1, por exemplo. Este tipo de aplicação visa mais interligar dispositivos de campo orientados a byte, mais simples, como equipamentos de laboratório, medidores de energia CA/CC, relés inteligentes, etc. As empresas que atuam nesta área defendem que não se pode fazer uma revolução e trocar todos os standards de uma só vez, como feito no passado, quando se definiu o padrão MAP/TOP. O que se deve fazer é procurar uma evolução gradativa do que é usado de fato em direção a padrões mais abrangentes e de melhor desempenho. Uma outra tecnologia emergente nesta área é o que se chama “comm port redirection”. Um dispositivo serial está ligado numa rede Ethernet TCP/IP. Um computador cliente acessa seus dados utilizando o protocolo Modbus. Um device driver rodando em Windows permite enxergar o dispositivo na rede como se estivesse ligado a uma porta serial do micro, digamos a uma COM3 ou COM4. Isto permite continuar utilizando aplicações do legado, por exemplo um programador ladder, mesmo utilizando uma conexão moderna em rede do instrumento. Autor: Constantino Seixas Filho 5 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 6. Figura 5: Instrumentos seriais interligados via TCP/IP e redirecionamento de portas de E/S. Ethernet: princípios básicos: A rede Ethernet nasceu dos laboratórios Palo Alto Research Center (PARC) da Xerox nos anos 70, inicialmente como uma rede de 2.94 Mbps, utilizando uma linha troco com cabo grosso e tecnologia de derivações tipo piercing. Em 1980 a Intel, Digital e Xerox publicaram o padrão DIX V1.0, estabelecendo a velocidade de 10 Mbps. Em 1985 o comitê IEEE 802.3 publicou a norma IEEE802.3 Carrier Sense Multiple access with Collision Detection (CSMA/CD) Access Method and Physical Layer Specifications. Esta tecnologia é chamada 802.3 CSMA/CD e não Ethernet. Na verdade os frames definidos pela norma 802.3 CSMA/CD e DIX V2.0 são diferentes. 64 bits 48 bits 48 bits 16 bits 368 a 12000 bits 32 bits 8 bytes 6 bytes 6 bytes 2bytes (46..1500 bytes) 4bytes Preâmbulo G/I* Endereço Destino Endereço Tipo Dados FCS Fonte G/I* End Grupo ou individual 0 = unicast 1 = multicast Tipo Identifica protocolos de nível mais alto FCS Frame Check Sequence CRC32 Figura 6: Quadro Ethernet (DIX V1.0) 56 bits 8 bits 48 bits 48 bits 16 bits 368 a 12000 bits 32 bits 7 bytes 1 byte 6 bytes 6 bytes 2bytes (46..1500 bytes) 4bytes Preâmbulo SFD End de L/G* Endereço Destino Endereço Length LLC / Dados FCS grupo ou Fonte individual L/G* Bit de endereço administrado 0: global - designado pelo fabricante do cartão Ethernet local ou globalmente 1: local SFD Start of Frame Delimiter LLC Logic Link Control Se menor que 1518, designa número de bytes de dados, caso contrário pode ser usado para protocolos de mais alto nível. Figura 7: Quadro IEEE 802.3 Autor: Constantino Seixas Filho 6 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 7. Preâmbulo O preâmbulo DIX consiste de 64 bits de “1s” e “0s” alternados e terminando com dois “1s”. O preâmbulo 802.3 é idêntico, apenas o último byte recebe o nome de start of frame delimiter (SFD). Endereço de destino Um endereço de destino todo preenchido com 1’s implica em uma transmissão em broadcasting. Endereço de origem É inserido na mensagem para uso de protocolos de mais alto nível. Este campo não é necessário para acesso ao meio. O endereço de origem é baseado na identificação do fabricante, que é um número de 24 bits único: Organizationally Unique Identifier (OUI) administrado pelo IEEE. Os outros 24 bits formam um número seqüencial definido pelo fabricante. Por exemplo: O fabricante Hirshmann produz placas com o seguinte endereço: 00: 80: 63: xx. yy. zz Quadros DIX e quadros IEEE são idênticos quanto ao comprimento total e ao número de bits de cada campo, mas não são interoperáveis. Todos os protocolos TCP/IP para Ethernet usam quadros DIX e não quadros 802.3. Observe que o tamanho mínimo do frame de dados é de 46 bytes. Níveis físicos: Vários meios físicos são utilizados na rede Ethernet dependendo das distâncias envolvidas. As implementações do 802.3 são codificadas segundo a seguinte sintaxe: <Velocidade> <Classe do Meio> <Distância> em megabits/s Baseband ou broadband em centenas de metros As principais implementações são: Rede Velocidade Meio Distância (m) 10BASE5 10 Mbps baseband coaxial grosso 500 10BASE2 10 Mbps baseband coaxial fino 185 10BASE-T 10 Mbps baseband par trançado 100 10BASEF 10 Mbps baseband fibra ótica variável 10BROAD36 10 Mbps broadband 3600 Tabela 2: Características básicas das redes 802.3 Autor: Constantino Seixas Filho 7 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 8. 10BASE5 Esta é Ethernet original já fora de moda em nossos dias. O Ethernet grosso necessita de transceptores denominados MAU (Medium Attachment Unit) para efetuar o acoplamento do cabo grosso ao computador. As MAUs devem ser instaladas em taps espaçados de 2.5 metros. De cada MAU parte um cabo AUI (Attachment Unit Interface) até o cartão de interface no computador. A conexão se dá via um conector DB-15. Cada cabo AUI pode ter no máximo 50 metros. Vencidos os 500 m máximos de comprimento do cabo, um repetidor deve ser instalado até um comprimento máximo total de 2000 m. Esta tecnologia não suporta o padrão fast Ethernet. 10BASE2 O Ethernet fino ou Thinnet ou Cheapernet irá utilizar conectores BNC de baixo custo, fácil aplicação e ótima conformação mecânica e cabo coaxial tipo RG- 58/u. O Ethernet fino continua a ser uma rede do tipo barramento. No máximo 30 estações podem ser interligadas até um comprimento máximo de 185 metros por segmento. Segmentos podem ser estendidos até o comprimento total de 740 metros. Também foram eliminados do mercado pelo advento da rede 10Base- T. Não suporta Fast Ethernet. 10BASE-T Transforma a arquitetura de rede em barramento em árvore. A ligação de cada computador é feita a um hub. Cada conexão não pode exceder a 100 metros. O Ethernet 10Base-T pode usar conector AUI-DB15 de 15 pinos ou conectores RJ45 de 4 vias grimpados. A última opção é a mais utilizada. Esta tecnologia deu origem ao Fast Ethernet. 10BASE-F Existem três padrões de mídia: 10BASE-FL: substitui o padrão FOIRL. 10BASE-FB: padrão para backbones pouco utilizado. 10BASE-FP: tecnologia utilizando hubs passivos, pouco popular. O padrão 10BASE-FL requer fibra ótica duplex 62.5µm para cada link. É possível interligação em distâncias até 2 km, full duplex. Tipo do cabo Impedância Uso Ethernet 10BASE5 50 ohms Ethernet grosso/IEEE802.3 RG 58/U 50 ohms Ethernet fino/IEEE 802.3 RG6 75 ohms IEEE 802.7 Broadband drop IEEE 802.4 Carrier band drop RG11 75 ohms IEEE 802.7 Broadband drop IEEE 802.4 Carrier band trunk RG59 75 ohms IEEE 802.7 Broadband drop Banda larga semi rígido 75 ohms IEEE 802.7 Broadband trunk RG62 93 ohms ARCnet, conexões IBM 3270 Tabela 3: Tipos de cabos usados nas principais redes Autor: Constantino Seixas Filho 8 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 9. Melhoramentos da rede Ethernet A rede Ethernet teve que receber várias modificações para se tornar mais adaptada ao ambiente industrial: Foram criados diversos novos padrões: Nome do Função Comentários standard IEEE 802.1p Priorização de mensagens 256 níveis de prioridade IEEE 802.12d Redundância de links Traz maior confiabilidade para a rede IEEE 802.3x Full Duplex Comunicação bidirecional simultânea sobre link 10/100Base-T em cabo categoria 5. IEEE 802.3z Gigabit Ethernet Uso como backbone corporativo. Afeta pouco a automação. Tabela 4: Novos standards do padrão IEEE 802 Para reduzir o número de colisões e a conseqüente degradação de performance da rede Ethernet, o que a inviabiliza para algumas aplicações industriais, muitos melhoramentos foram realizados. O simples aumento da banda de 10 Mbps para 100 Mbps foi um fator significativo. O uso de switches é o segundo ponto importante. Se cada dispositivo estiver ligado a um port de um switch que pode bufferizar a mensagem antes de retransmiti-la a outro nodo, as colisões ficariam reduzidas ao caso em que um mesmo nodo deseja transmitir e receber uma mensagem. Finalmente através de um ligação full duplex entre o dispositivo e switch, o problema é completamente solucionado. Figura 8: Degradação da performance de redes CSMA com o aumento da carga As deficiências da rede Ethernet, a partir de agora denominada de Ethernet compartilhada são: • Largura de banda é compartilhada e não dedicada Autor: Constantino Seixas Filho 9 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 10. o Compartilhamento necessita de arbitragem do barramento sem o conceito de prioridade o Compartilhamento resulta em colisões quando 2 ou mais dispositivos desejam transmitir simultaneamente. o Colisões bloqueiam a rede e impedem outros dispositivos de transmitir. • Mais dispositivos em um segmento aumenta a probabilidade de colisão. • Broadcast de mensagens consumiriam grande banda • Não existe como diferenciar o tráfego de alta e de baixa prioridade. • Não existe como assegurar um caminho de baixo atraso para o tráfego de tempo real. Estas limitações estão ilustradas na Figura 9. Figura 9: Limitações da rede Ethernet [Hirschmann QoS] Autor: Constantino Seixas Filho 10 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 11. Evolução: De 1973 até o presente – LANs isoladas Na rede A todos os dispositivos compartilham o mesmo meio físico. Para aumentar a performance três passos são necessários: • Colapsar o backbone • Incrementar links com servidores • Micro segmentar a rede De 1995 até hoje: backbone colapsado Cada segmento de rede está ligado a uma porta de um switch. Com a redução do custo e aumento do throughput dos switches tornou-se possível ligar cada nodo em uma porta individual. Quando os requerimentos por banda são baixos, pode-se ligar vários dispositivos a um segmento. Arquitetura cliente - servidor Com a adoção da arquitetura cliente servidor, tornou-se necessário utilizar canais Fast Ethernet full duplex, propiciando largura de faixa de até 200 MHz para cada servidor. Os usuários passaram a utilizar canais com autodetecção de 10/100 Mbps. A microsegmentação implica em dar a cada usuário um canal dedicado, sem compartilhamento com outros dispositivos. Com a microsegmentação tornou-se possível o uso de interfaces full duplex também para os usuários, o que inibe eliminar a arbitragem do barramento e permite a comunicação na velocidade nominal da rede. Isto implica também na duplicação da velocidade do barramento de 10/100Mbps para 20/200Mbps. Figura 10: Evolução de arquiteturas Ethernet Autor: Constantino Seixas Filho 11 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 12. Sistematizando os seguintes fatores contribuíram para a construção de um rede Ethernet industrial: • Uso de switches para evitar a arbitragem de barramento • Uso de canais dedicados de 10 Mbps a 100 Mbps. • Padrão IEEE802.1p/Q que acrescenta campos de prioridade e de Quality of Service (QoS) ao frame Ethernet tradicional. • Canal full duplex para eliminar colisões. • Rede Fast Ethernet no backbone levando a velocidade a até 200 Mbps. QoS (quality of service) é uma maneira de alocar recursos em switches e roteadores de tal forma que os dados cheguem ao seu destino de forma rápida, consistente e confiável. Evolução do quadro Ethernet: 7 bytes 1 byte 6 bytes 6 bytes 2 bytes 46..1500 bytes 4 bytes Preâmbulo SFD Destino Fonte Comp/ Dados FCS Tipo Quadro 802.3 7 bytes 1 byte 6 bytes 6 bytes 4 bytes 2 bytes 46..1500 bytes 4 bytes Preâmbulo SFD Destino Fonte TAG Comp/ Dados FCS Tipo Quadro 802.1Q com tag TPID TCI Tag Protocol ID Prioridade CFI VLAN ID do usuário 16 bits 3 bits 1 bit 12 bits TPID = Tag Protocol Identifier TCI = Tag Control Information CFI = Canonical Format Indicator Figura 11: Quadro Ethernet simples e com TAG mostrando prioridade O standard 802.1p (e IEEE 802.1Q) propicia 8 níveis de prioridades. Entretanto a maior parte dos switches de mercado possuem apenas de 2 a 4 filas de mensagens. Alguns switches podem não tratar o campo de tag. Neste caso, apenas quadros de até 1518 bytes, fora o preâmbulo e o SFD, serão enviados. O quadro estendido de 1522 bytes não será passado à frente. A prioridade 6 será reservada para aplicações de áudio, a prioridade 5 para aplicações de vídeo e a prioridade 0 para e-mails. Autor: Constantino Seixas Filho 12 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 13. Os switches que tratam este quadro são os switches de camada 2. Outros switches irão trabalhar com campos de informação de prioridade pertencentes às camadas 3 (IP) e 4 (UDP ou TCP). 22 bytes 46..1500 bytes 4 bytes MAC Dados FCS 22 bytes 24 bytes 22..1476 bytes 4 bytes MAC IP Dados FCS Versão IHL Tipo do Comprimento total Serviço Identificação Flags Offset de fragmentação Tempo de Protocolo Checksum cabeçalho existência Endereço Fonte Endereço Destino Opções Padding Figura 12: Quadro Ethernet simples e com quadro IP, mostrando campo ToS 22 bytes 24 bytes 8 bytes 14..1468 bytes 4 bytes MAC IP UDP Dados FCS Porta origem Porta destino Comprimento Checksum 22 bytes 24 bytes 24 bytes 0..1452 bytes 4 bytes MAC IP TCP Dados FCS Porta Origem Porta Destino Número de seqüência Número de Acknowledge Offset Reservado Flags Janela Checksum Urgent pointer Opções Padding Autor: Constantino Seixas Filho 13 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 14. Figura 13: Quadro Ethernet com quadros IP de UDP/TCP Arquitetura em anel x barramento A rede em anel traz como vantagem uma economia de cabos quando implementando redes com redundância. Apenas a Hirschman oferece esta solução no mercado atualmente (2002). Figura 14: Arquitetura em anel e barramento [Hirschmann QoS] Arquiteturas de roteamento A Figura 15 e a Figura 16 mostram a evolução de uma rede Ethernet convencional para uma rede com QoS implícito, isto é, obtido através de uma engenharia cuidadosa na atribuição de portas exclusivas a cada dispositivo e na escolha das bandas de passagem. O último estágio é o QoS explícito, em que a aplicação solicita serviços que garantem um caminho de comunicação livre de atrasos e de erro. Autor: Constantino Seixas Filho 14 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 15. Figura 15: Rede Ethernet convencional [Hirschmann QoS] Figura 16: Rede Ethernet com QoS implícito no projeto [Hirschmann QoS] Autor: Constantino Seixas Filho 15 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 16. Figura 17: Rede Ethernet com QoS explícito [Hirschmann QoS] Quality of Service (QoS) A responsabilidade de determinar o desempenho de uma aplicação é dividida entre o desenvolvedor da aplicação e a pessoa que define a arquitetura da rede. Antes o projetista da aplicação considerava que a performance da rede não era problema seu e considerava que a banda disponível era infinita. Hoje existem formas explícitas de se requisitar serviços especiais para a rede para atender aplicações críticas no tempo. Prioritização do tráfego O tempo de latência de switch é o tempo que um switch detém um pacote de dados, até libera-lo ao destino. Prioritização de dados é o nome dado ao processo de aceleração da passagem de pacotes de dados de alta prioridade pelo switch. A prioritização de dados pode ser explícita ou implícita. Prioritização implícita: Um switch Ethernet ou a rede inteira aloca automaticamente níveis de serviços baseado em critérios especificados pelo administrador da rede tais como: tipo da aplicação, protocolo, ou endereço fonte. Cada pacote recebido é filtrado para verificar se ele obedece um destes critérios. QoS implícito deve ser engenheirado na rede e oferece recursos de fácil implementação. Um switch Ethernet pode prioritizar tráfego baseado no endereço fonte ou destino ou no port físico por exemplo. Este tipo de solução é Autor: Constantino Seixas Filho 16 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 17. entretanto mais difícil de ser modificado, atendendo às mudanças de necessidade das aplicações. Prioritização explícita: No QoS explícito, uma aplicação requisita uma certa qualidade de serviço e os switches e roteadores tentarão cumprir o especificado. Várias técnicas estão hoje disponíveis: IP Type of Service (IP TOS) Esta é a técnica que vem ganhando maior popularidade atualmente, principalmente devido ao seu uso para aplicações de Voice Over IP (VOIP). ToS Faz parte da definição da norma IPv4. É reservado um campo de 8 bits no pacote IP para especificação do tempo de atraso, throughput e confiabilidade. Padrões mais recentes conhecidos como serviços diferenciados (RFC 2474), particionam o campo em dois sub campos: DSCP(6 bits) e CU (2 bits). O DSCP define 64 códigos de prioridade divididos em 3 classes: Pool 1: DSCP = [0..31] reservado para ações padrões (por exemplo VOIP). Pool 2: DSCP = [32..47] reservado para uso local ou experimental Pool 3: DSCP = [48..63] reservado par uso local ou experimental. Este campos já podem ser definidos pela função setsockopt() da última versão da biblioteca Winsock. Hoje este protocolo tem sido mais utilizado em aplicações multimídia. O cabeçalho Ipv6 possui um campo correspondente denominado classe de tráfego. Este campo tem a mesma função e localização do campo ToS. 22 bytes 46..1500 bytes 4 bytes MAC Dados FCS 22 bytes 24 bytes 22..1476 bytes 4 bytes MAC IP Dados FCS Versão IHL Tipo do Comprimento total Serviço Identificação Flags Offset de fragmentação Tempo de Protocolo Checksum cabeçalho existência Endereço Fonte Endereço Destino Opções Padding Figura 18: Quadro Ethernet simples e com quadro IP, mostrando campo ToS Autor: Constantino Seixas Filho 17 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 18. Resource Reservation Protocol (RSVP) RSVP possui os seus próprios mecanismos de comunicação de uma aplicação com a infra-estrutura de rede. RSVP implica em um overhead de processamento que pode degradar a performance do sistema como um todo. Integrated Service over Specific Link Layers (ISSLL) Especifica extensões da arquitetura IP que permite a uma aplicação requisitar e receber um certo nível de serviço da infra-estrutura de rede. ISSSLL pode por exemplo definir como pedidos RSVP serão mapeados em prioridades 802.1p/Q. Uma vez que o dado é priorizado utilizando um mecanismo implícito ou explícito, filas e algoritmos de gerenciamento são utilizados nos equipamentos de rede para garantir o QoS. As filas são área de memória dentro de roteadores ou switches e contém pacotes de diversas prioridades. Deve-se proporcionar uma melhor qualidade de serviço aos pacotes de maior prioridade enquanto se assegura que os pacotes de menor prioridade continuem a receber algum serviço. Se houver um congestionamento, não haverá garantia de que os pacotes irão chegar a seu destino dentro do tempo especificado. Apenas se garante que os pacotes de maior prioridade serão encaminhados antes dos de mais baixa prioridade. Uma maneira de se implementar isto é se reservar uma banda de passagem para o tráfego de alta prioridade. Se o tráfego exceder esta reserva, mais banda poderá ser retirada das aplicações de baixa prioridade. Os algoritmos mais básicos tratam os pacotes de uma fila por ordem de chegada. Isto faz com que grandes pacotes possam atrasar o envio de pacotes pequenos de dados de mesma prioridade. Em geral, os switches hoje disponíveis no mercado oferecem poucas filas para organizar o tráfego de dados. A Hirshman, por exemplo possui um algoritmo denominado Real Time Queueing (RTQ) que garante que uma fila de tempo real será sempre atendida antes de uma fila de baixa prioridade. No pior caso, se uma transmissão de baixa prioridade já estiver sendo realizada quando um pacote de alta prioridade chegar, ele vai ter que esperar apenas o equivalente a um quadro Ethernet (1519 bytes). Vídeo sobre IP A rede Ethernet também é usada hoje para transmissão de vídeo em tempo real a taxas moderadas. Autor: Constantino Seixas Filho 18 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 19. Ethernet Netzwerk Figura 19: Vídeo sobre IP – [Hirschmann QoS] Autor: Constantino Seixas Filho 19 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 20. Performance de redes Ethernet Figura 20: Rede Profibus DP com um mestre e 31 dispositivos escravos Figura 21: Rede Ethernet equivalente Vamos comparar a performance de uma rede Ethernet Industrial com uma rede Fieldbus convencional. Vamos considerar uma rede Profibus DP na sua velocidade máxima: 12 Mbps. Na verdade a velocidade desta rede depende do seu comprimento total e de outros fatores. Nós consideramos a existência de um mestre (CLP) e de 31 dispositivos escravos. Esta rede pode alcançar um tempo de scan de 1 ms para transmissão de 8 bytes de dados de entrada e 8 bytes de saída. Na rede Ethernet não existe compromisso entre comprimento da rede e velocidade. Dois parâmetros serão usados na avaliação das redes: • Tempo de scan • Variância de recepção Tempo de scan: Autor: Constantino Seixas Filho 20 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 21. Corresponde ao tempo total desde o envio de uma pergunta a um certo número de dispositivos de rede e o recebimento de todas as respostas. Variância de recepção: Tempo de atraso entre o primeiro e o último dispositivo recebendo o mesmo datagrama. Neste caso será o atraso de recepção do dado pelo nodo 31 em relação ao nodo 1. Esta é uma constante de rede derivada de uma combinação de tempo de latência de equipamento e topologia de rede. Serão estudados quatro cenários que dependem da velocidade de cada tipo de link na rede Ethernet: Posição Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 10/100/10 Mbps 100/100/10 Mbps 100/100/100 Mbps 1000/1000/100 Mbps Mestre para 10 100 100 1000 rede Rede para 100 100 100 1000 rede Rede para 10 10 100 100 escravo Vamos considerar que: • A rede é formada de 4 clusters de 8 dispositivos cada. O primeiro cluster contém um mestre (CLP) e sete escravos. • Vamos considerar um payload mínimo de 46 bytes nesta aplicação, mesmo que nem todos os bytes estejam sendo usados. • O protocolo utilizado na transferência de dados será o TCP/IP • O tempo necessário para o escravo responder uma recebida uma requisição é 0. • Parte do payload será utilizada para o transporte de 20 bytes de cabeçalho do protocolo IP e 8 bytes de UDP. • O pacote Ethernet completo possui 72 bytes. • Para comunicar com todos os blocos simultaneamente será usado uma mensagem de broadcast. 72 bytes 46 bytes 22 bytes 24 bytes 8 bytes 14 bytes 4 bytes MAC IP UDP Dados FCS Porta origem Porta destino Comprimento Checksum Autor: Constantino Seixas Filho 21 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 22. Cálculo do tempo de latência Considerações: Tempo para transmitir 72 bytes pelo meio físico (576 bits) : T = 576 bits / 10 * 106 bits/s = 57,6 µs Os tempos para transmitir 72 bytes pelo meio físico, incluindo o gap entre quadros é: Velocidade 10 Mbps 100 Mps 1000 Mbps Tempo de Tx 67.2µs 6.72µs 0.672µs O tempo de latência do switch será considerado de 4 µs. Cálculo do tempo de scan • Será enviada uma mensagem de multicast para todos os nados e recebidas as respostas dos 31 dispositivos. • Estamos assumindo que não existe tráfego adicional na rede. Estamos admitindo que os tempos críticos serão nos 4 hops principais: Hop 1: Mestre para rede A mensagem de ENQ sai do mestre e vai para todos os blocos de I/O. A mensagem é de um para muitos e não há gargalo. Hop 2: Rede para escravo: Autor: Constantino Seixas Filho 22 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 23. A mensagem vai da rede para cada escravo através de um link de 10 Mbps. A relação é de uma para um e não gargalo. O tráfego interno na rede está sendo desprezado. Hop 3: Escravo para rede: Cada escravo responde para a rede através de uma mensagem. A relação é de um para um e não há gargalo. Hop 4: Rede para mestre: A rede deve entregar 31 mensagens para o mestre através de uma única porta. A relação é de muitos para um e haverá enfileiramento de dados. O tempo de scan aproximado é dado por: (tempo de transmiss ão do quadro na velocidade de cada hop). Neste caso em que os hops são em 10 Mbps: Tempo de scan = 4 * 67.2 µs = 268,8 µs. Observe que foi utilizado o tempo de transmissão considerando o gap entre quadros. Autor: Constantino Seixas Filho 23 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 24. Cenário 1 (10/100/10Mbps) Rede -> Rede 100 Mbps Mestre->Rede 10 Mbps Rede->Escravo 10 Mbps Para os cálculos de variância será considerado o tempo de atraso de transmissão de 57,6µs ao invés de 67,2 µs (10 Mbps). Cálculo da variância de recepção: Variância de recepção Etapa µs Acc Time line µ (µs) Envio de packet do mestre para SW1 57,6 57,6 Latência no SW1 4,0 61,6 Recepção do packet no I/O 1 57,6 119,2 Envia packet através de SW2 5,7 67,3 Latência no SW2 4,0 71,3 Envia packet através de SW3 5,7 77,0 Latência no SW3 4,0 81,0 Envia packet através de SW4 5,7 86,7 Latência no SW4 4,0 90,7 Recepção do packet em I/O 31 57,6 148,3 O valor da variância de recepção é de 148,3 – 119,2 = 29,1 µs. Cálculo aproximado do tempo de scan: Velocidade Mestre Rede para Rede para Escravo Total do link para rede mestre escravo para rede 10 Mbps 1 31 1 1 34 100 Mbps - - - - - Tempo de scan = 34 * 67,2 µs = 2285 µs Autor: Constantino Seixas Filho 24 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 25. Cenário 2 (100/100/10Mbps) Mestre->Rede Rede -> Rede 100 Mbps 100 Mbps Rede->Escravo 10 Mbps Variância Cálculo da variância de recepção: de recepção Etapa µs Acc Time line µ (µs) Envio de packet do mestre para SW1 5,76 5,76 Latência no SW1 4,0 9,76 Recepção do packet no I/O 1 57,6 67,36 Envia packet através de SW2 5,7 15,46 Latência no SW2 4,0 19,46 Envia packet através de SW3 5,7 25,16 Latência no SW3 4,0 29,16 Envia packet através de SW4 5,7 34,86 Latência no SW4 4,0 38,86 Recepção do packet em I/O 31 57,6 96,46 O valor da variância de recepção é de 96,46 – 67,36 = 29,1 µs. Cálculo aproximado do tempo de scan: Velocidade Mestre Rede para Rede para Escravo Total do link para rede mestre escravo para rede 10 Mbps 0 0 1 1 2 100 Mbps 1 31 - - 32 Tempo de scan = 2 * 67,2 µs + 32 x 67,2 µs = 349,4 µs. Autor: Constantino Seixas Filho 25 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 26. Sumário: Performance do sistema (sem carga) Posição Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 10/100/10 100/100/10 100/100/100 1000/1000/100 Mbps Mbps Mbps Mbps Atraso para 119,2 µs 67,4 µs 15,4 µs 10,27 µs envio Variância 29,1 µs 29,10 µs 29,1 µs 13,7 µs de recepção Tempo de 2,285 ms 349,4 µs 228,5 µs 34,9 µs scan Performance do sistema (com carga) Posição Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 10/100/10 100/100/10 100/100/100 1000/1000/100 Mbps Mbps Mbps Mbps Atraso para 119,2 µs 64,7 µs 15,4 µs 10,27 µs envio Variância 1,59 ms 1,59 ms 509,4 µs 169,7 µs de recepção Tempo de 4,65 ms 2,28 ms 1,1 ms 257 µs scan Observe que o cenário 2 é o mais factível em 2003. Neste cenário o tempo de scan da rede Ethernet excede em performance o da rede Profibus. Autor: Constantino Seixas Filho 26 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 27. Bibliografia [Franco 98] Lucia Regina Horta Rodrigues Franco / Victor Marinescu. Buses Actualización. Editorial Control S.R.L, 1998. [Berge 2000] Jonas Berge, Ethernet in Process Control, The industrial Ethernet book 3, Summer 2000, Issue 3, pp31..33 [Lynn 2000] Lynn August Linse, Media/Protocol Irrelevant ?, The industrial Ethernet book 3, Summer 2000, Issue 3, pp07..08 [ARC 1999] Industrial Ethernet Networking Strategies, ARC, August 1999 [Hirschmann QoS] Hirshmann Network Systems, White paper, Real Time Services (QoS) in Ethernet based Industrial Automation Networks [Hirschmann Rail] Hirshmann, Rail-Ethernet, 23/05/2000 [Holmeide 2001] Øyvind Holmeide, Tor Skeie, VoIP drives real time Ethernet, Industrial Ethernet Book, 2001 Sites a serem visitados Industrial Ethernet Book http://ethernet.industrial-networking.com/ieb.htm Modbus/TCP http://www.modbus.org/modbus_tcp.htm Ethernet/IP http://www.odva.org/10_2/00_fp_home.htm Foundation Fieldbus HSE http://www.fieldbus.org/About/ Profinet http://www.profibus.com/ OnTimeNet http://www.ontimenet.com Universidade do Texas http://www.ots.utexas.edu/ethernet/ Lantronix http://www.lantronix.com/products/eds/dstni/index .html Autor: Constantino Seixas Filho 27 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 28. Exercícios 1) Calcule o tempo de variância de recepção e tempo de scan para a rede corresponde ao cenário 3 do exemplo dado. 2) Mostre como projetar um servidor web que de um lado se interfaceia com um dispositivo serial e do outro com a rede Ethernet. Discuta quais os melhores protocolos a serem empregados de cada lado. 3) Um switch só inicia a transmissão de um quadro de alta prioridade, quando um quadro de baixa prioridade que já teve sua transmissão iniciada terminar de ser transmitido. Calcule o tempo de atraso para o pior caso, considerando as velocidades de transmissão de 10 e 100 Mbps. 4) Visite o site da OnTime e faça o download de um data sheet de um switch industrial. Faça um resumo de suas características técnica. 5) Visite o site da iona em www.iona.org ou ftp://ftp.isi.edu/in- notes/iana/assignments/port-numbers-old e consulte os ports reservados para as seguintes aplicações: Aplicação Ports BACnet Opto22 MODBUS/TCP 502 DeviceNet ControlNet Microsoft SQL Server 6) Visite o site da Lantronix no endereço: http://www.lantronix.com/ products/eds/dstni/index.html e faça um resumo das features do chip: DSTni. Autor: Constantino Seixas Filho 28 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica
  • 29. 7) Visite o site da Lantronix ou da SoftBrasil e explique a função dos conversores multiprotocolos serial – Ethernet em cada uma das situações abaixo: Autor: Constantino Seixas Filho 29 UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica