O documento apresenta os desafios enfrentados pela indústria de mídia no Brasil, com foco nos jornais impressos. Apresenta dados sobre queda na circulação, receita publicitária e número de títulos. Discute tendências como personalização da informação e busca por novas plataformas. Por fim, exemplifica iniciativas de veículos para adaptação aos novos formatos e manutenção do jornalismo de qualidade.
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Aula mercado editorial 2013
1. Mercado Editorial
Prof. Renato Delmanto
Faculdade Cásper Líbero
Março 2013
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2. Desafios para a indústria de mídia
Evolução do total de exemplares de jornais diários
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
7.670
6.972
6.470
6.522
6.789
7.230
8.083
8.487
8.202
8.358
8.651
8.802
ž Depois de forte recuperação até 2008, circulação “estancou”
* Fonte: ANJ / Em mil exemplares 22
3. Desafios para a indústria de mídia
Além disso, quem sustenta a circulação...
297.650 4%
296.799 1%
277.876 8%
235.217 -11%
209.556 -21%
184.674 -2%
166.221 7%
159.022 -3%
149.562 0%
118.257 -12%
ž Dos 10 títulos mais vendidos, somente 4 não são populares
ž O Globo foi o único dos ‘grandes’que teve crescimento destacado
3
Fonte: IVC – circulação média diária no período de jan a dez 3
4. Desafios para a indústria de mídia
E a receita publicitária dos jornais vem caindo...
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 *
ž Participação no bolo publicitário é quase a metade da receita de 2001
* Fonte: Projeto Inter-Meios (Meio & Mensagem 24/09/2012 ) / * Dados 2012 até julho 4
4
5. Tendências de mercado
Número de títulos de jornais diários brasileiros
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
ž Em 1988, havia 288 títulos de jornais
* Fonte: ANJ / Em mil exemplares 55
6. Tendências de mercado
ž Total da circulação paga dos jornais do mundo (em milhões)
* Fonte: WAN – World Press Trends 6
6
7. Tendências de mercado
ž Circulação só aumentou na Ásia, graças à China e à Índia
* Fonte: WAN – World Press Trends 7
7
8. Tendências de mercado
ž Consumo de mídia (minutos por dia)
* Fonte: WAN – World Press Trends 88
9. Tendências de mercado
Média de exemplares para cada mil habitantes
612
307
200
142
42
Japão (1º) Reino Unido (11º) EUA (21º) Índia (35º) Brasil (107º)
ž Brasil: 42 exemplares de jornal p/ 1.000 habitantes
ž Recomendação Unesco: mínimo 100 exemp. / 1.000 hab.
* Fonte: The Byrne Partnership Ltd. (2010) 9
9
10. Tendências de mercado
Dos 100 maiores jornais do mundo, nenhum é brasileiro
ž China – 25 títulos
ž Japão – 19 títulos
ž Índia – 18 títulos
ž USA – 7 títulos
ž UK – 6 títulos
ž Coréia do Sul – 5 títulos
ž O
último da lista, o italiano “La Repubblica”, possui 624 mil
exemplares (2x o maior brasileiro)
* Fonte: WAN - WPT 10
10
11. Tendências de mercado
O “negócio” da comunicação convencional em crise
ž Crise financeira...
11
11
12. Desafios para a indústria de mídia
Dúvidas em relação ao futuro do jornalismo em papel...
ž Crise conceitual...
Economist, fev/09
Forbes, jan/12
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12
13. Desafios para a indústria de mídia
Busca por novas plataformas para distribuir conteúdo
13
13
14. Desafios para a indústria de mídia
Busca por novas plataformas para distribuir conteúdo
ž Não só por uma razão conceitual, mas principalmente comercial…
Folha, mar/12 14
14
15. Desafios para a indústria de mídia
Busca por novos leitores nas redes sociais
Folha, mar/12
15
15
16. Desafios para a indústria de mídia
Círculo vicioso*
Piores Menor
jornalistas circulação
Receita Menos
menor leitores
Menos
anunciantes
* Eric Alterman.O Futuro dos Jornais (New Yorker, 2008) 16
16
17. Desafios para a indústria de mídia
Modelo de influência – Philip Meyer*
Qualidade do
Credibilidade
conteúdo
Influência sobre Circulação
a sociedade
Rentabilidade Anunciantes
* Philip Meyer. Os Jornais Podem Desaparecer? (2007) 17
17
18. Desafios para a indústria de mídia
ž Jornais deveriam inspirar-se na Apple (iTunes Store):
ž Consumidores topam pagar U$ 0,99 por uma música
ž Por que não pagariam por uma matéria?
ž UU$ 0,10 por matéria...
ž Ou UU$ 0,50 pela edição do dia...
ž Ou US$ 2,00 por um mês de acesso
* Walter Issacson. Como salvar os jornais (e o jornalismo). (2009) 18
18
19. Desafios para a indústria de mídia
Rodrigo Mesquita*:
ž A rede é “subversiva”
Quem acha que fechar conteúdo gera resultado,
ž
está morto
É preciso inserir no seu conteúdo atores da mídia
ž
social, que precisam de renda e não custam fortunas
Essa articulação com o ator da mídia social legitima a ética dele e a
ž
capacidade de apurar com acurácia
Os jornais continuam quadrados e fechados e tentando refazer o
ž
velho no novo; é outra tecnologia; outra realidade
* Entrevista a Magaly Prado (2010) 19
19
20. Desafios para a indústria de mídia
María Teresa Riccitelli*:
ž Os padrões tradicionais da imprensa estão sendo
afetados pelo progressivo uso da internet
ž Legalidade, ética, credibilidade e objetividade
são novos desafios do processo de apuração
ž Os meios tradicionais possuem o filtro dos
jornalistas ‘gatekeepers’
ž Na Web, verdade e ficção se confundem
ž É preciso distinguir, na rede, os verdadeiros jornalistas daqueles
que “se acham” jornalistas
* La Producción de Noticias: Los cambios em el paradigma (2008) 20
20
26. O futuro dos jornais
* Walter Issacson. Como salvar os jornais (e o jornalismo). (2009) 26
27. O futuro dos jornais
ž Quando navegamos on-line, cada um de nós é seu
próprio editor. Selecionamos o tipo de
notícias e opiniões de que mais gostamos
ž Nicholas Negroponte, do MIT, chamou a esse
produto noticioso emergente "O Meu Jornal
Diário“ (“Daily Me”), no livro Being Digital
ž O declínio da mídia noticiosa tradicional vai acelerar a ascensão do
“Daily Me"; vamos nos irritar menos com o que lemos e veremos
nossas ideias preconcebidas confirmadas com mais frequência. O
perigo é que esse “noticiário" autosselecionado funcione como
entorpecente em relação às diferenças da sociedade
“O meu jornal diário”, Nicholas D. Kristof - "New York Times", 29/03/2009 27
28. O futuro dos jornais
ž O ser humano não deseja informações confiáveis,
mas sim as que confirmem suas ideias
preconcebidas
ž Os americanos são os que demonstram menos
tendência a discutir política com pessoas de
visões diferentes, principalmente os mais bem
instruídos. O resultado disso é a polarização e a intolerância.
ž Pesquisa de Cass Sunstein, professor de Harvard e assessor de Obama,
mostrou que, quando progressistas ou conservadores discutem
questões políticas com pessoas que pensam como eles, suas ideias se
tornam mais homogêneas e mais extremas
“O meu jornal diário”, Nicholas D. Kristof - "New York Times", 29/03/2009 28
29. O futuro dos jornais
Sergio Dávila, da Folha:
ž Defende o trabalho de “curadoria” das notícias mais relevantes para a
sociedade, que deve ser feito pelos jornalistas
ž A Folha implantou seu modelo de cobrança pelo conteúdo digital em
junho de 2012
ž “Na época, tínhamos receio de que a audiência do site cairia, assim
como a receita de publicidade on-line, e de que as pessoas não
pagariam pelo conteúdo. Fomos surpreendidos”
ž Desde o início da cobrança, o jornal triplicou sua base de assinantes
digitais, para 45 mil assinantes.
29
30. O futuro dos jornais
Pedro Doria, do Globo:
ž “O caminho para convencer o leitor não se resume à informação, mas
também a essa experiência”
ž “Já temos indícios de que o bom jornalismo vai sobreviver. Tem
gente disposta a pagar por esse tipo de conteúdo”
ž Cerca de 80% das notícias são commodities; os 20% restantes é que
diferenciam os jornais das demais fornecedores de notícias gratuitas
ž Os 80% não informam integralmente a população, não mediam o
debate público, não permitem o desenvolvimento da democracia
ž Somente uma grande redação pode fazer isso
ž É um mix de pessoas diferentes, de visões múltiplas
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32. O futuro da concorrência
O Globo A Mais
¤ Edição exclusiva para tablet lançada
em janeiro de 2012, disponível de 2ª
a 6ª, às 18h
¤ Traz conteúdo exclusivo e colunistas
como Miriam Leitão e Ancelmo Gois
¤ Resgata o conceito do veículo
“vespertino”, em nova plataforma
¤ “Metade dos leitores gostariam de
receber no fim da tarde um resumo
das notícias e a outra metade
preferia ler reportagens, colunas e
artigos antes de dormir, num
momento de leitura mais relaxado”,
diz a editora Adriana Barsotti
O Globo A Mais #1, 29/01/2012
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33. O futuro da concorrência
O Globo A Mais
¤ Em fevereiro de 2013, atingiu a
marca de 30 mil assinantes
¤ Tempo de leitura é bem maior que
nas outras plataformas:
¤ Visita no tablet dura, em
média, 1h30
¤ Jornal impresso: 30 minutos
¤ Site: 8 a 10 minutos
O Globo A Mais #1, 29/01/2012
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34. O futuro da concorrência
Estadão Noite
• Edição exclusiva para tablet
lançada em 23 de abril de 2012,
disponível para download de 2ª
a 6ª feira, a partir das 20h
• Traz 5 análises do noticiário do
dia, além de vídeos, destaques
da rádio, fotos e síntese da
edição impressa do dia seguinte
• “É uma ampliação no leque de
ofertas para o leitor, que não se
contenta só com o noticiário,
mas exige cada vez mais
também a interpretação e a
análise dos fatos”, diz Cida
Damasco, editora-chefe Estadão Noite #2, 24/04/2012
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