O documento descreve a mitologia grega sobre Jasão e Medeia. Conta que Jasão foi enviado pelo tio PÉlias para obter o Velo de Ouro da Cólquida. Lá, ele se apaixonou por Medeia, que o ajudou. Mais tarde, em Corinto, Jasão se casou com outra mulher, enfurecendo Medeia que matou os filhos que teve com Jasão e sua nova esposa.
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Mitologia Grega - Heróis
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Introdução Heróis da Mitologia Grega
Cosmogonia
1ª Fase do Universo
Ajax Aquilles Asclépio Belerofonte Eneias
1ª Geração Divina
2ª Geração Divina Édipo Heitor Heracles Jasão Orfeu
3ª Geração Divina
Perseu Teseu Ulisses
Heróis
Mitos
Banco de Imagens
Jasão - Ίάσων
Civilização Grega
Mitos de Jasão
► O Velocino de Ouro
Pais: Esão e Alcímede
Filhos: Filhos com Medeia: Medéio - Políxeno - Mérmero - Feres II
Filhos com Medeia: Êuneo - Nefrônio
Em grego Ίάσων, provém etimologicamente, consoante Carnoy, da raiz indo-européia eis-, is-,
que expressa a idéia de curar: com efeito, (íasis) é cura. Como discípulo de Quirão, acentua o
Etimologia: filólogo belga, sejam quais forem as avetnuras posteriores do herói, Jasão está, ao menos do
ponto de vista etimológico, ligado à medicina. O mesmo alías, se poderia dizer de seu pai Esão,
em grego (Aíson), quot;o que cura, reanimaquot;.
Infância - Filho de Esão e de Polímede ou Alcímede, muito menino ainda, sofreu as
amarguras do exílio. É que seu pai, legítimo herdeiro do reino de Iolco, fora destronado e Jasão
condenado à morte por seu meio-irmão usurpador Pélias, filho de Tiro e Posídon. Narra uma
► Infância
outra versão que Esão, já idoso, havia confiado o reino a Pélias, até que Jasão atingisse a
► O Drama de Medéia
maioridade. Educado pelo centauro Quirão, foi instruído, entre outras artes, na Iátrica.
► Decadência
Completada a iniciação, no aprazível monte Pélion, o herdeiro do trono de Iolco, já com
► Arvore Genealógica
vinte anos, deixou o mestre, desceu o monte e retornou à cidade natal. Sua indumentária
era estranha: coberto com uma pele de pantera, levava uma lança em cada mão e tinha
apenas o pé direito calçado com uma sandália. O rei, que no momento se preparava para oferecer um sacrifício, o viu e
embora não o tivesse reconhecido, ficou muito assustado, porque se lembrou de um oráculo segundo o qual quot;deveria
desconfiar do homem que tivesse apenas uma sandáliaquot;, isto é, de um (monosándalos), como diz Apolodoro.
Jasão permaneceu cinco dias com o pai e no sexto apresentou-se ao tio e reclamou o trono, que, de direito, lhe pertencia.
Pélias concordou, desde que Jasão lhe trouxesse da Cólquida o Velocino de Ouro, que estava em poder de Eetes. Cosoante
uma variante, foi o próprio herói que se obrigou a tão grande empresa.
Segundo outras versões, a farefa imposta a Jasão pelo tio obedeceria a outras razões: quando o herói se apresentou a Pélias
para reclamar o trono, o soberano, observando que o sobrinho usava tão-somente uma sandália, compreendeu que o perigo
anunciado pelo oráculo era iminente. Mandou que Jasão se aproximasse e perguntou-lhe que castigo inflingiria, se fosse rei, à
pessoa que o ameaçasse. O jovem respondeu que a mandaria conquistar o velocino de ouro; ao que o soberano, de imediato,
o despachou para realizar tamanho empreendimento, pois era ele próprio que punha em risco a vida do soberano.
Alguns mitógrafos posteriores, mas sobretudo poetas, julgam que a idéia da conquista do precioso velocino fora sugerida ao
herói pela deusa Hera que, profundamente irritada com Pélias, porque este não lhe prestava as honras devidas, queria
encontrar ummeio de trazer Medéia, a fim de que a mágica da Cólquida o matasse.
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Seja qual for o móvel da expedição,
o filho de Esão ordenou que um
arauto convocasse príncipes e
heróis para o magno cometimento.
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O Drama de Medéia -
Eetes, filho de Hélio e da oceânida Perseida, recebera dopai o reino de
Corinto, mas deixou o trono vacante para reinar na Cólquida, cuja capital
era Fásis, às margens do rio do mesmo nome. Eetes se casara com Eurilite
ou com a nereida Neera, com a oceânida Idíia ou ainda, segundo algumas
versões, com sua própria sobrinha, a terrível Hécate. Seja como for, filha de
Hécate ou sobrinha de Circe, Medéia conhecia profundamente os segredos
da bruxaria e dos sortilégios.
quot;À épocaquot; em que se passa o quot;drama de Medéiaquot;, Corinto é governada por
Creonte, filho de Liceto, que é preciso não confundir com o segundo
Creonte, o tebano, filho de Meneceu, e irmão da infortunada Jocasta.
Jasão e Medéia, expulsos de Iolco, viviam em paz em Corinto, quando o rei
Creonte concebeu a idéia de casar sua filha Glauce ou Creúsa com o herói
dos argonautas. Jasão, sem tergiversar, aceitou o enlace real e repudiou
Medéia, que foi banida de Corinto pelo próprio soberano. Implorando-lhe o
prazo de um só dia, sob o pretexto de se despedir dos filhos, a feiticeira da
Cólquida teve tempo suficiente para preparar a mortal represália.
Enlouquecida pelo ódio, pela dor e pela ingratidão do esposo, resolveu
vingar-se tragicamente, enviado à noiva de Jasão, por intermédio de seus
filhos Feres e Mérmero, um sinistro presente de núpcias. Tratava-se de um
manto o ude um véu e de uma coroa de ouro, impregnados de poções
mágicas e fatais. A própria Medéia, na tragédia homônima de Eurípedes,
deixa bem claro o poder terrível de semelhantes adornos:
Se ela aceitar estes atavios e com eles se engalanar, perecerá
horrivelmente e, com ela quem a tocar: tal o poder dos venenos com que
ungirei meus presentes. (med. 787-789)
Vaidosa, Glauce, sem hesitar, não apenas aceitou, mas igualmente se ataviou com o lindíssimo veu e a coroa de ouro,
prenúncio da coral real, que, em breve, luziria sobre sua fronte jovem e bela. A princesa, todavia, teve apenas tempo de se
ornamentar. De imediato, um fogo misterioso começou a devorar-lhe as carnes e os ossos. O rei, que correra em socorro da
filha, foi envolvido também por esse incêndio inextinguível, que os transformou rapidamente num monte de cinzas.
Não parou aí a vindita louca da filha de Eetes. Também os filhos morrerão pelas mãos da própria mãe, para que Jasão sofra
uma solidão mais aterradora do que aquela que lhe desejara:
Mas aqui mudo minha maneira de falar, e gemo sobre o que terei de fazer a seguir: matarei meus filhos queridíssimos e
ninguém pode salvá-los. E, quando tiver aniquilado toda a família de Jasão, sairiei desta terra, expulsa pelo assassinato de
meus filhos queridos, e pelo crime horrendo que tiver ousado cometer. (Med. 790-796).
Mortos Creonte e Creúsa e incendiado o palácio real, Medéia assassinou os próprios filhos no templo de Hera e, num carro
alado, presente de seu avô Hélio, o Sol, puxado por dois dragões ou duas serpentes monstruosas, fugiu para Atenas. Este
exílio na pólis de Palas Atena, prodigalizado por Egeu, acabou igualmente de maneira dolorosa para o rei de Atenas e para a
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própria princesa da Cólquida. É
que Medéia, em tudo que fazia,
sempre colocou a paixão como fio
condutor de suas ações. Ela
própria o afirma na tragédia
euripidiana: (thymòs dè kreísson
tôn emôn buleumáton) - a paixão
é mais forte em mim do que a
razão (Med 1.079).
Existe uma versão segundo a
qual a morte dos filhos pela
própria mãe teria sido uma
quot;criaçãoquot; de Eurípedes. Na
realidade, a tradição mais
seguida no mito é a de que Feres
e Mérmero teriam sido lapidados
pelos habitantes de Corinto pelo fato de terem levado a Glauce os presentes fatídicos de Medéia.
Uma variante, certamente tardia, atesta que Medéia, após matar, na Cólquida, seu tio Perses e repor Eetes no trono, não teria
morrido; mas transportada para os Campos Elísios ou para a Ilha dos Bem-Aventurados, se teria consorciado co o divino
Aquiles. É bem verdade que, após gravitar na Odisséia entre os (eídola) abúlicos do Hades, o grande herói da Ilíada fora
também promovido à Ilha dos Bem-Aventurados. Aí o encontramos casado ora com Ifigênia ora com Helena (e mais uma vez
o pacífico Menelau ficou solitarius) ou ainda com a filha de Hécuba, Políxena, imolada sobre o túmulo do herói, mas sua união
com Medéia é estranha. Seria um par sumamente Antitético.
A carta 12, Medea Iasoni, de quot;Medeia e Jasãoquot;, é uma missiva bem ao estilo
da tragédia euripidiana: a princesa da Cólquida, abandonada pelo marido, que
se enamorou de Creúsa ou do trono de Corinto, explode primeiro em saudades
e paixão... Depois contrapões seu amor total à ingratidão do marido e passa
dos gemidos às mais terríveis ameaças: enquanto houver ferro, fogo e ervas
venenosas sua ira e vingança não se extinguirão. Em suas palavras, os
vocábulos quot;fogo e chamasquot; mudam de acepção, quando soprados pelo amor
ou pelo ódio.
Apesar de tudo, apesar de todo ressentimento, o amor e as chamas não se
apagam, porque não se podem ocultar. Tudo fizera por ele: trau o pai,
abandonou mãe e irmã, matou o próprio irmão. E mais: entregou-se a ele.
O marido, que salvara, agora está sendo acariciado por outra mulher. É contra
Glauce primeiramente que se ergua a ira de Medéia, mas, enquanto existirem
chamas e ervas venenosas, ninguém escapará a seu ódio e vingança. E jura,
por fim, que irá até onde o ódio puler conduzi-la:
Irei até onde me arrastar o ódio, seja disto testemunha o deus que agora
revolve os tormentos no meu peito! (Her. 12,209-211)
Consoante alguns mitógrafos, Jasão pereceu tragicamente em Corinto.
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Decadência -
Jasão, desejoso de regressar a Iolco, se aliou a Peleu, inimigo figadal
de acasto, por culpa da esposa deste, Astimadia, e com auxílio dos
Dioscuros, destruiu a cidade, assumindo o poder, que, logo depois,
passou para seu filho Téssalo.
O frágil e indeciso Jasão, todavia, não foi esquecido. Ovídio, nas
Heróides, fez que duas apaixonadas suspirassem de saudades e de
ódio pelo conquistador do velocino de ouro.
A carta 6, Hypsipyle Iasoni, de quot;Hípsípila a Jasãoquot;, é o desabafo da
rainha das Lemníades, a quem o herói seduzira e deixara grávida de
gêmeos na passagem pela ilha de Lemnos em direção à Cólquida.
Hipsípila exprobra Medéia, quot;feia e estrangeira, estrangeira cruelquot;, que
lhe roubara o amante. Apesar de tudo, ainda acredita na força do
amor, já que quot;o amor crê em tudoquot;.
Embora tenha feito promessa solene de voltar a Lemnos, a rainha
sabe que quot;ele é volúvel e mais indeciso que as auras primaverisquot; e
que não cumprirá o compromisso assumido.
Em todo caso, serve-lhe de lenitivo o saber que quot;Medéia lhe ganhou o
namorado com ervas feiticeiras, quando o amor deve ser conquistado
com beleza e dignidadequot;.
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