1. Dor Torácica : abordagem e
assistência de enfermagem
Enfº Residente Catiuscia Rebecca
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade
Residência
Abril / 2013
2. Objetivos
• Identificar o paciente com dor torácica;
• Diferenciar as mais diversas formas clássicas que a dor
torácica se apresenta;
• Elaborar os cuidados de enfermagem na conduta
imediata ao paciente portador de dor torácica.
4. Conceito
• Trata-se de qualquer dor no tórax que, quando relatada,
traz toda uma carga de dúvidas sobre a sua origem e seu
potencial risco de morte;
• Tempo é determinante no prognóstico;
• A dor torácica de origem cardiogênica é a que mais
detém a atenção.
5. Epidemiologia
• Serviços de emergência brasileiro : 4 milhões de atendimento
por ano sejam por dor torácica
• Serviços de atendimento norte-americanos: 5 a 8 milhões.
• Correspondem a 5 a 10% dos atendimentos na emergência
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e a Angina Instável (AI) :
10 A 20% dos casos de dor torácica.
• 10 % dos pacientes com dor torácica sejam liberados dos
serviços de emergência com IAM.
7. Fisiopatologia
• Estruturas que podem estar envolvidas:
Cardiovascular (miocárdio e aorta);
Gastrointestinal (esôfago, estômago, colédoco,
pâncreas);
Neuromusculoesquelética (músculos, ossos, sistema
nervoso periférico)
8. Fisiopatologia
Causas da dor torácica
Dor torácica de origem cardíaca Dor torácica de origem não cardíaca
Não – isquêmica Da parede do toráx
Isquêmica Pulmonar
Gastresofágica
Psiquiátrica
• 16 a 22% dos pacientes com dor tóracica tenham origem cardíaca;
• 36 a 49% com origem musculoesqueléticas;
• 2 a 19% de origem gastrintestinal.
10. Causas da dor torácica
• Dor torácica de origem não-cardíaca:
Origem Pulmonar: Embolia pulmonar; Pneumotórax;
Pneumonia.
Origem Esofágica e gastroduodenal: Refluxo
gastroesofágico; Úlcera e Gastrite.
Origem Osteomuscular e Psicogênica: Dor Osteomuscular;
Psicogênica.
11. Causas da dor torácica
• Dor torácica de origem cardíaca isquêmica:
Isquemia Miocárdica;
Infarto Agudo do Miocárdio;
Angina.
• Dor torácica de origem cardíaca não isquêmica:
Pericardite;
Dissecção aguda de aorta.
12. Quadro Clínico
• Anamnese + Exame físico;
Abordagem da dor torácica de origem isquêmica:
Quadro Clínico
Dor Avaliar: qualidade, intensidade, localização,
duração, irradiação, fatores desencadeantes.
Sugere isquemia: dor, desconforto
retroesternal que irradiam para mandíbula,
ombro, braço, pescoço. Dor em aperto,
pressão, queimação desencadeado por
estresse físico ou emocional.
Presença de sudorese Associada à dor, mesmo que de origem
gástrica.
Presença de dispnéia e náuseas (sudorese). Associada a dor pode sugerir isquemia
miocárdica.
Fator de risco Tabagismo, antecedente familiar de DAC,
obesidade, hipertensão, diabetes,
dispilidemia.
13. Classificação da dor torácica
(CASS – Coronary Artery Surgery Study)
Classificação Tipo de dor
Definitivamente anginosa Dor retroesternal ou precordial, precipitada
por esforço físico que irradia para o ombro,
mandíbula ou face interna do braço, com
duração de minutos, aliviada com repouso ou
nitrato em menos de 10 minutos.
Provavelmente anginosa Tem a maioria das características da dor
definitivamente anginosa, mas não tem
todas, precisando de exames para
confirmação de síndrome coronária aguda.
Provavelmente não-anginosa Tem poucas características da dor
definitivamente anginosa, precisando de
exames para exclusão de síndrome coronária
aguda.
Definitivamente não-anginosa Nenhuma característica da dor anginosa,
mesmo quando localizada na região
precordial ou retroesternal.
14. Isquemia Miocárdica
• Dor torácica causada por uma anormalidade na artéria coronária
que pode variar desde uma oclusão parcial até uma oclusão total.
• Oclusão total e súbita de uma artéria coronária por trombose
intrínseca, mas, às vezes, por embolização, causa comumente um
IAM.
• Oclusão total crônica, a angina do peito pode então ocorrer.
15. Infarto Agudo do Miocárdio
• Dor em caráter de constrição, aperto, pressão ou desconforto que
pode ir desde a região supra-umbilical até a mandíbula (com
frequência para ombro esquerdo, pescoço ou braço), geralmente
indicada com a mão esfregando o peito ou com o punho cerrado,
irradiando-se. Acompanha-se de dispnéia, náusea ou sensação de
morte iminente. Intensidade aumenta de 5 a 10 minutos, até atingir
seu clímax. Pode surgir com esforço físico ou estresse, mas,
geralmente surge sem aviso ou uma causa precipitante imediata
evidente.
16. Angina
• A dor lembra a do IAM, exceto por ser comumente
transitória, durar minutos e ser aliviada pela interrupção
da atividade precipitante ou por nitroglicerina.
17. Pericardite
• Pode causar dor aguda, episódica e recorrente ou
persistente, geralmente relacionada à respiração sendo
pior na inspiração, ao deitar ou deglutir. Pode surgir
febre, mialgia. Precede a dor, um relato de estado gripal.
18. Dissecção Aguda de Aorta
• Dor torácica de início súbito, de forte intensidade, como
uma “facada”, diferente da dor anginosa que tem início
crescente. Pode seguir de seu ponto de origem para
outros pontos com presença de sinais autonômicos
(palidez cutânea e sudorese intensa).
19. Exames Complementares
• Eletrocardiograma;
• Marcadores de lesão miocárdica;
• Teste Ergométrico;
• Cintilografia de Perfusão do Miocárdio;
• Ecocardiograma (analisar contratilidade cardíaca
alterada em casos isquêmicos);
• Uso de nitrato sublingual no papel diagnóstico
(melhora = doença cardíaca isquêmica).
20. Exames Complementares
• Eletrocardiograma:
Melhor teste diagnóstico inicial;
Realizar o ECG de 12 derivações em até 10 minutos da
sua chegada.
• Interpretações que podem ser observadas:
Supradesnivelamento de ST, BRE novo;
Infradesnivelamento de ST > ou = 1 mm;
Inversão de T > 2mm;
Normal ou não diagnóstica.
23. Avaliação do Paciente
CARACTERÍSTICAS QUESTÕES
QUALIDADE COMO VOCÊ DESCREVE A DOR?
LOCALIZAÇÃO APONTE O LOCAL ONDE SENTE A DOR
IRRADIAÇÃO MOSTRE PARA ONDE A DOR SE ESPALHA
TAMANHO DA ÁREA
DA DOR
MOSTRE TODA A ÁREA ONDE A DOR OCORRE
INTENSIDADE SE “10” FOR A PONTUAÇÃO MAIS INTENSA DA DOR,
QUANTOS PONTOS DARIA PARA A SUA DOR?
INÍCIO E SE É
CONTÍNUA
ESTÁ COM DOR AGORA? ESTÁ MELHOR OU PIOR? HÁ
QUANTO TEMPO ESTÁ COM DOR?
DURAÇÃO A DOR DURA SEGUNDOS, MINUTOS OU HORAS?
PRIMEIRO EPISÓDIO QUANDO OCORREU O PRIMEIRO EPISÓDIO DA DOR?
FREQUÊNCIA QUANTAS VEZES POR HORA OU POR DIA A DOR TEM
OCORRIDO?
24. Avaliação do Paciente
CARACTERÍSTICAS QUESTÕES
COMPARAR COM
ESPISÓDIO PRÉVIO DE
SCA
SE VOCÊ TEVE ANGINA OU IAM PRÉVIOS, A
DOR ATUAL É SEMELHANTE ÀQUELA DOR? A
DOR É MAIS OU MENOS INTENSA?
PLEURÍTICA A DOR PIORA COM A RESPIRAÇÃO PROFUNDA
OU TOSSE?
POSICIONAL A DOR PIORA OU MELHORA COM A MUDANÇA
DE POSIÇÃO? QUAL POSIÇÃO?
PALPAÇÃO A DOR É PRODUZIDA QUANDO EU PRESSIONO
O SEU TÓRAX?
EXERCÍCIO A DOR APARECE OU PIORA QUANDO CAMINHA
OU FAZ ALGUM ESFORÇO FÍSICO?
ESTRESSE EMOCIONAL A DOR É PROVOCADA POR ESTRESSE
EMOCIONAL?
FATORES ALIVIANTES O QUE VOCÊ FAZ PARA ALIVIAR A DOR?
SINTOMAS ASSOCIADOS HÁ OUTROS SINTOMAS CONCOMITANTES?
25. • Condutas Iniciais:
Monitorização eletrocardiográfica, oxigênio e veia;
História Clínica e exame físico direcionados;
ECG de 12 derivações (10 minutos);
Exames laboratoriais (marcadores de necrose
miocárdica);
MONABICH saúde a todos!
Diagnóstico e Intervenções de Enfermagem
26.
27. Diagnóstico e Intervenções de Enfermagem
• Perfusão Tissular Cardíaca Alterada
Avaliar a dor na triagem em busca de dor típica de processo
isquêmico;
Encaminhar o paciente à sala de emergência poupado esforço
físico;
Realizar ECG de 12 derivações;
Orientar o paciente quanto a repouso;
Caracterizar a dor;
Exame físico: ausculta cardíaca e palpação de pulsos periféricos;
Administrar terapia medicamentosa.
28. Diagnóstico e Intervenções de Enfermagem
• Risco para débito cardíaco diminuído
Sinais de diminuição do débito cardíaco: alterações do nível de
consciência, cianose, extremidades frias, hipotensão, pulsos
periféricos diminuídos, dispnéia, alterações da frequência cardíaca.
• Mobilidade física prejudicada
Orientar repouso absoluto ou relativo, dependendo da classificação
da dor.
29. Diagnóstico e Intervenções de Enfermagem
• Risco para débito cardíaco diminuído
Manter o paciente em ambiente calmo;
Manter o paciente em repouso para que não haja necessidade de um
aumento no consumo de O2;
Reavaliar a dor, sempre antes e após alguma intervenção.
30. Referências
• Lee Goldman, M.D.; Eugene Braunwald, M.D.; Cardiologia na
Clínica Geral - Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.,
2000.
• Pedrosa, L.C.; Alves de Oliveira, W.J.; Doenças do Coração:
Diagnósticos e Tratamento - São Paulo: Editora Revinter, 2011.
• Quilici, A.P.; Bento, A.M.; Ferreira, F.G.; Cardoso, L.F.; Bagnatori,
R.S.; Moreira, R.S.; Silva, S.C.; Enfermagem em Cardiologia - São
Paulo: Editora Atheneu, 2009.