REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Artigo bioterra v14_n1_03
1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
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Volume 14 - Número 1 - 1º Semestre 2014
ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE TABACO NO TERRITÓRIO CENTRO SERRA – RIO
GRANDE DO SUL (1991 – 2010)
Ezequiel Redin1; Daniel Junges Menezes2
RESUMO
O trabalho objetiva descrever e analisar a produção de tabaco no Território Centro Serra sob a
perspectiva das mudanças espaciais, no período de 1991 a 2010. A dimensão utilizada refere-se a
quantidade produzida (ton) de fumo em folha, nas últimas duas décadas, segundo dados da Fundação
de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE DADOS). O estudo possibilitou identificar que
no primeiro quinquênio o município de Sobradinho destacou-se na produção de tabaco na região,
sendo que a partir do segundo período, Arroio do Tigre torna-se o principal produtor de tabaco do
Território Centro Serra, em boa parte, devido às emancipações originárias de Sobradinho e o
crescimento da produção local. A região de Salto do Jacuí e Jacuizinho são os produtores de tabaco
menos expressivos. Por fim, verifica-se que o território tem significativa participação na produção de
tabaco, sendo uma das principais estratégias econômicas das unidades de produção, no entanto, isso
não elimina outras atividades agrícolas e não agrícolas, fornecendo ao Território Centro Serra um
leque de diversidade produtiva e de renda no rural.
Palavras-chave: fumicultura, dados da produção tabaco, Território Centro Serra.
ANALYSIS OF PRODUCTION OF TOBACCO IN THE TERRITORY CENTRO SERRA –
RIO GRANDE DO SUL (1991 - 2010)
ABSTRACT
The paper aims to describe and analyze the production of tobacco in the Territory Centro Serra from
the perspective of spatial changes in the period 1991-2010. The scale used refers to the amount
produced (ton) of tobacco leaf, the last two decades, according to the Foundation of Economics and
Statistics of Rio Grande do Sul (FEE DADOS). The study identified that the first five-year period the
municipality of Sobradinho excelled in tobacco production in the region, and from the second period,
Arroio Tigre becomes the main producer of tobacco Territory Centro Serra, largely due to
emancipation originating Sobradinho and growth of local production. The region of Salto Jacuí and
Jacuizinho tobacco farmers are less expressive. Finally, it appears that the territory has significant
involvement in tobacco production, one of the main strategies of economic production units, however,
it does not eliminate other agricultural and non-agricultural activities, providing the Territory Centro
Serra a range of diversity production and income in rural areas.
Keywords: tobacco farming, tobacco production data, Territory Centro Serra.
2. 35
INTRODUÇÃO
A histórica produção de tabaco na região
sul do Brasil tem guiado economicamente a
economia rural dos municípios, em especial,
àqueles com pequenas estruturas fundiárias e de
características ambientais restritas. O Brasil
possui 156.935 estabelecimentos rurais
produzindo fumo em folha, atingindo 567.974
hectares colhidos, gerando 1.109.036 toneladas
de tabaco. No Sul do país, principal produtor, são
134.257 estabelecimentos, 516.727 hectares
colhidos, alcançando um patamar de 1.049.724
toneladas da solanácea, segundo o Censo
Agropecuário de 2006 (IBGE, 2010). De acordo
com informações do Anuário Brasileiro do
Tabaco, fundamentado em dados da Associação
Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA),
o Brasil é o segundo maior produtor mundial de
fumo em folha com 745.360 toneladas na safra
de 2011/2012. O primeiro lugar é ocupado pela
China com 2.400.000 toneladas e, em terceiro
lugar, a Índia com 640.820 toneladas de tabaco.
No ranking da exportação de tabaco, o Brasil é
líder com 650.000 toneladas, seguido da Índia
com 271.060 e Estados Unidos 153.130
toneladas.
Em 2010, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2010), a produção de fumo em folha no Sul do
Brasil respondia por 98% do total nacional,
abrangendo aproximadamente 700 municípios.
A área colhida atingiu a escala de 449.629
hectares, produzindo 787.617 toneladas de fumo
em folha, com um valor da produção estimado
em R$ 4.508.061,00 no país. Segundo dados da
Associação dos Fumicultores do Brasil
(AFUBRA), na safra 2011/2012 nos três estados
do Sul (RS, SC e PR), são 449 municípios que
produzem tabaco tipo Burley (REDIN, 2013).
A safra 2011/2012, segundo informações
da Associação dos Fumicultores do Brasil
(AFUBRA), envolveu 656 municípios
produtores, 123.900 propriedades com tamanho
médio de 16,8 hectares, produzindo 727.510
toneladas de tabaco. No total, estão ligadas
diretamente com atividade de produção 165.170
famílias rurais e, aproximadamente, 660.680
pessoas ocupadas na cadeia produtiva, conforme
indica a Associação. O Estado do Rio Grande do
Sul é o maior produtor de fumo em folha do país,
sobretudo, incorporando a considerável
produção histórica com o incentivo das
agroindústrias do tabaco, que se instalaram,
principalmente, em Santa Cruz do Sul e regiões
circunvizinhas. Na safra 2010/2011, o estado do
Rio Grande do Sul atingiu 345.640 toneladas,
seguido por Santa Catarina com 241.960 e
Paraná com 139.910 toneladas de tabaco em
folha. Isso representa para o estado gaúcho, uma
produção superior de 103.680 toneladas de fumo
em folha em relação à Santa Catarina e 205.730
toneladas em relação ao Paraná.
O Território Centro Serra1 (Figura 1),
localizado na Região do Vale do Rio Pardo,
configura-se espacialmente como um dos
importantes polos de concentração de produção
de fumo em folha no Rio Grande do Sul.
Caracteriza-se, principalmente, por relevos
ondulados, apresentando algumas regiões
íngremes e acidentadas e ainda outras mais
planas, com colinas suaves, fornecendo a região
distintas conformações. Em grande parte,
apresentam-se locais desfavoráveis sob
condições adversas à agricultura, de
características ambientais restritas (topografia,
declividade elevada, erosão, baixa fertilidade,
pedregosidade, pouca profundidade e acidez do
solo, etc.), dificultando ou impossibilitando, em
certa medida, a mecanização da produção. Por
outro lado, áreas planas e férteis, alternando solos
rasos e profundos, várzeas ou levemente
onduladas traçando um espaço geográfico com
distintas potencialidades agrícolas. Em todos os
municípios envolvidos, a produção de tabaco está
presente em maior ou menor expressividade
guiando a renda agrícola de muitas propriedades
rurais (REDIN, 2013).
1 Nesse trabalho optou-se pela composição de municípios
que envolvem o Território Centro Serra, segundo definição
estabelecida, atualmente, pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA). Outras configurações
espaciais são realizadas, mas para efeitos dessa análise
opta-se pela classificação contemporânea do governo
federal.
3. 35
Figura 1 – Mapa de localização do Território Centro Serra - RS
Nessa configuração, o Território Centro
Serra conta com uma área total de 2.629 km2,
abrigando o contingente de 42.696 pessoas,
conforme dados contabilizados pelas
informações do IBGE (2012). De maneira geral,
estes municípios têm como fonte de renda
principal, a atividade agrícola. Segundo o
documento elaborado por uma equipe de
consultores, publicado no Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), o Território
Centro Serra constituiu-se formalmente no ano
de 2006, através da solicitação dos gestores
públicos (prefeitos) da região que compõem a
Associação dos Municípios do Centro Serra
(AMCSERRA). Em 2007, o MDA consolida o
território por formar um espaço que tem como
identidade produtiva a agricultura familiar e
também pela similitude nos índices de
desenvolvimento dos municípios integrantes. Em
2008 constituiu-se o Território de
Desenvolvimento Rural Sustentável – Centro
Serra. Como avanço nesse processo, em 2009,
formou-se o Codeter (Colegiado Territorial) com
48 membros titulares e respectivos suplentes
representando, de forma paritária, as diversas
instituições públicas e da sociedade civil, dos
doze municípios integrantes do território,
segundo informações do documento institucional
(REDIN, 2013).
Conforme dados do Censo Agropecuário
de 2006 coletados pelo IBGE, o Território Centro
Serra conta 5.031 estabelecimentos
agropecuários entre 0 a 10 hectares; 3.296 entre
10 a 20 hectares; 2.359 entre 20 a 50 hectares;
412 entre 50 a 100 hectares; 249 entre 100 a 500
hectares e apenas 37 com mais de 500 hectares.
Nesse sentido, o documento elaborado pelos
consultores técnicos do Território Centro Serra
aponta, consolidado em informações do IBGE,
que nesse local existe a predominância da
agricultura familiar, sendo que 92,48% do total
de estabelecimentos são explorados pela
categoria social. O mesmo percentual é
verificado em relação à posse dos
estabelecimentos. Os proprietários,
representantes da agricultura familiar, são 92,36
% do total, afirma a equipe de consultores via
documento institucional (REDIN, 2013).
O objetivo deste texto é analisar e
descrever a produção de tabaco no Território
36
4. 35
Centro Serra sob a perspectiva das mudanças
espaciais, no período de 1991 a 2010, segundo
dados da Fundação de Economia e Estatística do
Rio Grande do Sul (FEE DADOS), fazendo
análises comparativas entre os anos 1991 a 2010,
bem como, tecendo indicações sobre os
municípios que envolvem o território estudado.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa constitui-se a partir de dados
secundários, coletados da Fundação de
Economia e Estatística do Rio Grande do Sul
(FEE), entre os anos 1991 a 2010. O período de
análise (1991 a 2010) foi selecionado por
corresponder aos vinte anos mais recentes e com
disponibilidade de dados para construção de
tabelas, gráficos e mapas que permitiram as
análises e a representação da situação da
fumicultura no território.
A escolha do Território Centro Serra (na
classificação do Ministério do Desenvolvimento
Agrário é composto por Arroio do Tigre, Cerro
Branco, Estrela Velha, Ibarama, Jacuizinho,
Lagoa Bonita do Sul, Lagoão, Passa Sete, Salto
do Jacuí, Segredo, Sobradinho e Tunas) ocorreu
em função de ser um dos principais espaços de
produção de tabaco contrastando com a região de
Santa Cruz do Sul e locais circunvizinhos. Além
disso, Arroio do Tigre é considerado o maior
produtor sul-brasileiro de fumo tipo Burley do
país, fornecendo ao território destaque na cultura.
A partir da série histórica, foram
selecionados os municípios que compõem o
Território Centro Serra e organizados os dados de
produção total e média, que permitiram apontar
características da produção no período analisado.
Para uma análise dos dados obtidos e com o
intuito de elaborar uma leitura comparativa sobre
as modificações na produção, tanto em
quantidade ou quanto à distribuição da mesma
entre os municípios que compõem a área de
estudo, as informações foram sistematizadas em
forma de quatro quinquênios (1991 a 1995; 1996
a 2000; 2001 a 2005; 2006 a 2010). Nesta análise,
os dados utilizados referem-se à variável
quantidade produzida (ton) de tabaco em média,
por quinquênio, no Território Centro Serra.
Tendo em vista a produção média por quinquênio
e o universo geral dos dados da região, os
municípios foram agrupados em cinco classes:
≤1000 ton: pouco significativa; 1000 – 4000 ton:
significativa; 4000 – 8000 ton: muito
significativa; ≥8000: altamente significativa.
Estabelecidas as classes, foram elaborados
mapas que retratam a situação dos municípios
que compõem a área de estudo, nos diferentes
períodos, visando a ilustração e análise destas
informações.
As tabelas e gráficos foram organizados
com auxílio do software Microsoft Office Excel
2010. A espacialização dos dados e a construção
dos mapas foram elaborados no software ArcGis
10.
MUDANÇAS ESPACIAIS DA PRODUÇÃO
DE TABACO NO TERRITÓRIO CENTRO
SERRA (1991-2010)
A manutenção e o continua produção de
tabaco no Território Centro Serra, fez com que
Arroio do Tigre alcançasse atualmente a posição
de maior produtor sul-brasileiro de tabaco em
folha tipo Burley. As mudanças espaciais da
produção de fumo estão atreladas, em certa
medida, as emancipações até a metade da década
de 90. A evolução progressiva e a crescente
produtividade do fumo são derivadas do
incremento técnico e aperfeiçoamento dos
processos produtivos, principalmente, embutido
nos investimentos em pesquisas pelas empresas
fumageiras. Novas técnicas, vinculadas ao
sistema de integração, para a produção de mudas
e transplante, mas principalmente no processo de
desenvolvimento da cultura, incorporando novas
variedades de Burley e, além disso, investindo
em aperfeiçoamentos no processo de cura e
secagem das folhas, especialmente do tabaco tipo
Virginia. A inovação tecnológica, em certa
medida, não resultou na redução do trabalho
manual dos agricultores do fumo, sendo
circunstancial no processo de qualidade do
produto, diferenciando-os em relação a outros
países que empregam um aparato tecnológico,
em especial, na colheita.
As mudanças tecnológicas, como ressalta
Prieb (2005), além de exigir um maior
investimento por parte do agricultor, introduz
uma melhoria qualitativa da vida dos produtores
envolvidos diretamente no processo de produção.
Na mesma linha, Marin, Redin e Costa (2013)
identificaram que o uso de tecnologias na
produção do tabaco reduziu a penosidade do
trabalho das famílias agricultoras. Segundo
37
5. 36
Redin (2011) no estudo da influência dos fatores
internos e externos na escolha ou continuidade
das estratégias de reprodução produtivas de ciclo
curto (anual) da agricultura familiar fumageira
alerta que na agricultura, dispor de tecnologia
não significa ter maior eficácia no resultado final
da produção, pois os fatores ambientais (clima)
são determinantes para o bom desenvolvimento
da produção agrícola.
A produção total de tabaco (ton) no
Território Centro Serra nas duas últimas décadas
tem evidenciado uma constante oscilação,
conforme pode ser observado no Gráfico 1. As
safras de 1992 e 1993 destacam-se em
expressividade de produção alcançando um
patamar de 45.183 e 46.261 toneladas de fumo
em folha, respectivamente. Os dados deste
território corroboram com a evolução da
produção brasileira em período similar.
Conforme Buainain et al., (2009), de 1990 a
1993, o volume produzido de tabaco em folha
aumentou 47% e o Brasil assumiu a liderança nas
exportações mundiais.
Gráfico 1 – Produção total de tabaco no Território Centro Serra (1991-2010)
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
O volume expressivo, apontado no
Território Centro Serra, nos anos de 1992 e 1993
é considerado o maior pico de produção
registrado na década de 90 e até meados de 2000.
Nas safras posteriores houve um declínio na
produção abaixo das 30.000 toneladas em 1994,
1995 e 1996. Em 1997, alcança um patamar de
32.943 toneladas, tendo uma pequena redução
em 1998 para 30.927 toneladas de fumo em folha
comercializadas. Buainain et al., (2009)
explicam que entre 1995 a 1999 houve uma
queda na taxa de crescimento da produção em
detrimento do câmbio valorizado, reduzindo a
competitividade brasileira. Independente disso,
os autores afirmam que a produção nacional
expandiu em 38%, com um aumento da área
colhida de 16% durante o período.
Retomando a análise do Território Centro
Serra, após 1998, eliminando as variações, pode-se
afirmar que existe um crescimento geral nos
resultados das safras seguintes, com leve declínio
no ano de 2003 em que fechou em 37.580
toneladas, conforme gráfico 1. A safra de 2007 é
o maior pico de produção de fumo em folha no
período analisado, pois registrou 59.365
toneladas. Após, aconteceu novamente uma
redução na produção no território.
De forma geral, quando analisada a
produção total de fumo em folha por quinquênios
no Território Centro Serra revela uma
supremacia para o terceiro quinquênio (2001-
2005) com uma produção total no patamar de
221.555 toneladas de fumo em folha. O primeiro
quinquênio (1990-1995) atinge uma produção
total de 177.596 toneladas, enquanto no segundo
quinquênio existe uma leve redução para 165.638
toneladas, ou seja, uma diminuição de 11.958
toneladas. Do segundo quinquênio para o
terceiro, os dados apresentados apontam um
aumento de 55.917 toneladas de tabaco
38
6. 35
produzidas. Do terceiro para o quarto
quinquênio, os dados apontam para uma redução
de 10.298 toneladas, estabelecendo uma
produção total de 211.257 toneladas de tabaco
em folha para o período de 2006-2010, conforme
Gráfico 2.
Gráfico 2 – Produção total de tabaco por quinquênios no Território Centro Serra
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
A distribuição da quantidade produzida
de fumo em folha nos municípios que compõem
o Território Centro Serra no período de 1991-
2010 demonstra uma concentração na região
central, assim como evidencia as oscilações e
disparidades na produção municipal que
caracterizam o território no período analisado. Os
municípios de Estrela Velha, Salto do Jacuí e
Jacuizinho, regiões de áreas relativamente
planas, não tem como matriz produtiva principal
a cultura do tabaco, e computam pequena
produção nos quinquênios como é visualizado na
Figura 2.
39
7. 35
Figura 2 – Mapa da distribuição da produção de tabaco (ton) no Território Centro Serra (Quinquênio 1991-2010)
PRODUÇÃO DE TABACO (TON) NO
TERRITÓRIO CENTRO SERRA
(QUINQUÊNIO 1991-1995)
A quantidade produzida de tabaco está
diretamente ligada a fatores internos e externos
às unidades de produção. Os fatores internos de
produção envolvem uma série de conhecimentos
técnicos relacionados a cultura, as condições
naturais como a fertilidade da terra,
disponibilidade de mão de obra, tecnologia,
trabalho e a quantidade de recursos financeiros
disponíveis à atividade fumageira. Os fatores
externos que impactam mais ativamente na
produtividade e na produção final estão ligados
ao comportamento das variações climáticas do
ano agrícola. Conforme Silveira, Dornelles e
Ferrari (2012), além de outras características que
merecem destaque, a expansão do tabaco no sul
do Brasil (1985-2005) deve-se ao crescimento no
número de propriedades rurais produtoras de
tabaco, o aumento do número de estufas de cura
do fumo tipo Virgínia, o acréscimo da área
plantada e um relativo aumento da mata nativa no
período de 2000 a 2005. Buainain et al., (2009)
ressaltam que, no início da década de 90, ocorreu
um crescimento muito forte na produção
brasileira de tabaco. Os autores atribuem essa
elevação pela expansão do crédito e à
intensificação do trabalho de extensão rural dos
instrutores agrícolas, ligados as indústrias do
tabaco.
Os dados referentes à quantidade
produzida de tabaco nos municípios que
englobam o Território Centro Serra demonstram,
na média geral, que Sobradinho (9.090,8 ton) e
40
8. 35
Arroio do Tigre (8.903 ton) despontam-se como
principais produtores no primeiro quinquênio
(1991 a 1995). Com exceção de 1991, ano em
que Arroio do Tigre acumulou maior produção,
Sobradinho liderou em quantidade produzida de
fumo em folha nas quatro safras seguintes.
Considerando a produção média no quinquênio
entre os dois municípios, a comparação aponta
uma diferença média superior para Sobradinho
de 187,8 toneladas de tabaco em folha
comercializados (Quadro 1). De acordo com as
classes estabelecidas (Figura 3), ambos são
considerados altamente significativos (> 8000
toneladas) considerando a produção média geral
do tabaco no Território Centro Serra, RS. Nesse
momento histórico, o território de Sobradinho
ainda era constituído pelos distritos de Passa Sete
e Lagoa Bonita do Sul, emancipados em 1995 e
1996, respectivamente. Estrela Velha,
emancipado em 1995, fazia parte do território de
Arroio do Tigre; e Jacuizinho (1996) integrava o
município de Salto do Jacuí.
Figura 3 – Mapa da produção de tabaco (ton) no Território Centro Serra (Quinquênio 1991-1995)
Nesse período, os municípios de Ibarama
e Segredo posicionam-se na classe muito
significativa (4000 – 8000 ton) em relação ao
Território. Cerro Branco, Lagoão e Tunas na
classe de produção média de tabaco em toneladas
considerada significativa (1000 – 4000). Salto do
Jacuí com produção média de 121 toneladas, na
classe pouco significativa (<1000).
41
9. Quadro 1 – Quantidade produzida (ton) de tabaco nos municípios do Território Centro Serra – RS (Quinquênio 1991-
35
1995)
Quantidade Produzida (ton)
Municípios 1991 1992 1993 1994 1995 Média
Arroio do Tigre 7.560 13.600 10.080 6.075 7.200 8.903
Cerro Branco 2.125 2.633 3.941 3.240 3.240 3.035,8
Estrela Velha - - - - - -
Ibarama 5.600 7.920 6.300 3.420 3.040 5.256
Jacuizinho - - - - - -
Lagoa Bonita do Sul - - - - - -
Lagoão 605 1.980 1.800 1.440 1.080 1.381
Passa Sete - - - - - -
Salto do Jacuí 53 160 140 140 112 121
Segredo 4.800 7.920 9.600 5.440 5.270 6.606
Sobradinho 6.210 9.350 12.960 8.467 8.467 9.090,8
Tunas 798 1.620 1.440 900 870 1.125,6
Total 27.751 45.183 46.261 29.122 29.279 35.519
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
A produção total no quinquênio (1991-
1995) do Território Centro Serra demonstra duas
situações: a) um aumento na produção de fumo
em folha em dois anos consecutivos (1992 e
1993) e b) um decréscimo posterior (1994 e
1995). A safra de 1991 aponta um total de 27.751
toneladas, tendo um aumento repentino para
45.183 no ano de 1992, ou seja, um acréscimo de
17.342 toneladas. Em 1993 atinge seu pico de
46.261 toneladas de fumo em folha. A redução
das safras posteriores (1994 e 1995) para 29.122
e 29.279 toneladas respectivamente demonstra
uma retração na produção. Os fatores que
explicam esse aumento repentino podem estar
ligados a um bom ano agrícola, derivado das
condições ambientais favoráveis e da conjuntura
do mercado do tabaco em âmbito nacional e
internacional. Os mesmos condicionantes que
explicam o retrocesso na produção nos anos
posteriores.
PRODUÇÃO DE TABACO (TON) NO
TERRITÓRIO CENTRO SERRA
(QUINQUÊNIO 1996-2000)
Os dados do segundo quinquênio (1996-
2000) apontam uma supremacia na produção
total em toneladas de fumo em folha para o
município de Arroio do Tigre com média geral
dos cinco anos de 7.931,2 toneladas. Na escala de
produção, Sobradinho é o 2º maior produtor neste
quinquênio atingindo uma média de 5.992,6
toneladas. A diferença de 1.938,6 toneladas entre
os dois municípios revela que, apesar, deles
perderem território para a formação de outros
municípios, Arroio do Tigre mantém-se a frente
na produção em toneladas, embora não consta
presença de nenhum município com produção
média no período, superior a 8000 ton e,
portanto, considera-se altamente significativa.
Em seguida, encontra-se o município de Segredo
com uma produção crescente neste quinquênio,
sendo que entre 1996 a 2000, a quantidade
produzida de fumo em folha aumentou 2.430
toneladas (Quadro 2).
42
10. 34
Figura 4 – Mapa da produção de tabaco (ton) no Território Centro Serra (Quinquênio 1996-2000)
Conforme as classes estabelecidas
(Figura 4), Arroio do Tigre, Sobradinho, Segredo
e Passa Sete enquadram-se no eixo muito
significativo (4000 – 8000 ton), considerando a
produção média geral do tabaco no Território
Centro Serra, RS. Ibarama, Cerro Branco,
Lagoão e Estrela Velha encontram-se na classe
de produção média significativa (1000 – 4000
ton) em relação ao Território. Salto do Jacuí e
Tunas posicionam na classe pouco significativa
(<1000), como pode ser visualizado no mapa.
Nesse momento histórico, Jacuizinho e Lagoa
Bonita do Sul foram emancipados no ano de
1996, mas não constam dados históricos sobre a
produção neste período.
43
11. Quadro 2 – Quantidade produzida (ton) de tabaco nos municípios do Território Centro Serra – RS (Quinquênio 1996-
35
2000)
Quantidade Produzida (ton)
Municípios 1996 1997 1998 1999 2000 Média
Arroio do Tigre 6300 6806 7560 8910 10080 7.931,2
Cerro Branco 2848 2688 2100 2940 3080 2.731,2
Estrela Velha - 1560 1215 1620 1440 1.458,75
Ibarama 3230 3880 3200 4500 4600 3.882
Jacuizinho - - - - - -
Lagoa Bonita do Sul - - - - - -
Lagoão 1604 1440 1170 1658 1755 1.525,4
Passa Sete - 5063 4250 5063 4456 4.708
Salto do Jacuí 199 170 110 120 160 151,8
Segredo 3570 4500 5550 6000 6000 5.124
Sobradinho 5775 6176 4992 6720 6300 5.992,6
Tunas 935 660 780 892 1013 856
Total 24.461 32.943 30.927 38.423 38.884 33.127,6
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
PRODUÇÃO DE TABACO (TON) NO
TERRITÓRIO CENTRO SERRA
(QUINQUÊNIO 2001-2005)
O terceiro quinquênio consolida a
liderança do município de Arroio do Tigre na
quantidade produzida de fumo em folha, próximo
à faixa de dez mil toneladas de produção. Nesse
período, Sobradinho perde o posto de segundo
lugar para Segredo, este último com 6.906,6
toneladas em média no quinquênio 2001-2005.
Essa diminuição na produção de Sobradinho
explica-se pela emancipação de Lagoa Bonita do
Sul que começou a computar 3.570 toneladas em
2001, e chega ao patamar de 4.600 toneladas em
2005. Os dados da produção de Segredo crescem
paulatinamente no quinquênio com exceção de
2003, ano que reduz à 5.738 toneladas. No final
do período conta com um aumento de 625
toneladas (2001-2005).
Quadro 3 – Quantidade produzida (ton) de tabaco nos municípios do Território Centro Serra – RS (Quinquênio 2001-
2005)
Quantidade Produzida (ton)
Municípios 2001 2002 2003 2004 2005 Média
Arroio do Tigre 10500 11550 9000 12180 10725 10.791
Cerro Branco 3080 3348 2754 3960 3023 3.233
Estrela Velha 1233 1500 1540 1880 2024 1.635,4
Ibarama 4290 4600 4320 5000 5000 4.642
Jacuizinho 200 231 312 605 384 346,4
Lagoa Bonita do Sul 3570 3592 3306 4447 4600 3.903
Lagoão 1755 2000 2295 3600 3740 2.678
Passa Sete 5088 4050 3773 5748 4901 4.712
Salto do Jacuí 68 180 202 320 246 203,2
Segredo 6880 7300 5738 7110 7505 6.906,6
Sobradinho 3150 3360 3240 3800 3927 3.495,4
Tunas 1350 1440 1100 2520 2415 1.765
Total 41.164 43.151 37.580 51.170 48.490 44.311
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
44
12. 35
A produção total no quinquênio (2001-
2005) do Território Centro Serra consolida um
acréscimo na produção de fumo em folha em dois
anos consecutivos (2001 e 2002) com produção
de 41.164 e 43.151 toneladas, respectivamente.
No ano de 2003 sinaliza leve decréscimo para
37.580 toneladas. Em 2004, atinge seu pico de
51.170 toneladas de fumo em folha. No ano
seguinte, a safra comercializada registra 48.490
toneladas. A média dos cinco anos computada
nesse período é de 44.311 toneladas de fumo em
folha no Território Centro Serra. Analisando o
período de 2000 a 2006, Buainain et al., (2009)
colocam que o aumento de produção brasileira de
tabaco em folha foi de 55%.
Figura 5 – Mapa da produção de tabaco (ton) no Território Centro Serra (Quinquênio 2001-2005)
O mapa deste quinquênio (2001-2005)
aponta como destaque (verde escuro) para Arroio
do Tigre, que está consolidado no eixo altamente
significativo (> 8000 toneladas). Segredo
(6.906,6 ton), Passa Sete (4.712 ton), Ibarama
(4.642 ton) são os municípios do território que
enquadram-se na produção muito significativa
(4000 – 8000 ton), considerando a produção
média geral do tabaco no Território Centro Serra,
RS. Sobradinho (3.495,4 ton), Lagoa Bonita do
Sul (3.903 ton), Cerro Branco (3.233 ton),
Lagoão (2.678 ton), Estrela Velha (1.635,4 ton)
e Tunas (1.765 ton) encontram-se na classe de
produção média significativa (1000 – 4000 ton)
em relação ao Território. Salto do Jacuí (203,2
ton) e Jacuizinho (346,4 ton) na classe pouco
45
13. 35
significativa (<1000), como pode ser visualizado
no mapa.
PRODUÇÃO DE TABACO (TON) NO
TERRITÓRIO CENTRO SERRA
(QUINQUÊNIO 2006-2010)
O quarto quinquênio (2006-2010)
consolida o município de Arroio do Tigre como
principal produtor de tabaco nas últimas duas
décadas. Segundo dados da Associação dos
Fumicultores do Brasil (AFUBRA, 2013) Arroio
do Tigre é o maior produtor sul-brasileiro de
tabaco tipo Burley. No ranqueamento da Afubra
em ordem decrescente da produção de fumo tipo
Burley com base na área plantada tem-se: 1)
Arroio do Tigre; 2) Alpestre; 3) Caiçara; 4)
Jaguarí; 5) Palmitos; 6) Mata; 7) Descanso; 8)
São Francisco de Assis; 9) Vicente Dutra e 10)
Toropí.
Em 2006, Arroio do Tigre tem como área
plantada e colhida 6.500 hectares, sendo que em
2010 atingiu 7.250 hectares. A quantidade
produzida em 2006 é de 14.300 toneladas e em
2010 chega apenas a 12.687. Nesse último ano,
ocorreu a incidência de precipitação elevada,
durante o desenvolvimento da cultura, afetando
diretamente na produtividade e produção final
neste munícipio. No estudo dos agricultores
familiares de produção de tabaco em Arroio do
Tigre, Redin (2013) afirma que as propriedades
dos agricultores do município se caracterizam,
principalmente, pela predominância do sistema
de produção de fumo, tendo lavouras
complementares para comercialização e as
atividades de autoconsumo que viabilizam a
reprodução econômica das famílias agricultoras.
Portanto, a eminência de fatores
climáticos adversos que afetam a produção
agrícola do fumo e de outras culturas voltadas
para o mercado podem desestabilizar
financeiramente as unidades de produção desta
região. Segundo Redin (2012, p. 40), “a produção
agrícola de Arroio do Tigre é bastante distinta,
congregando propriedades bem diversificadas”,
o que revela uma menor dependência da cultura
do tabaco e minimiza um pouco os prejuízos
relativos a uma única atividade agrícola, em
propriedades mais diversificadas. A produção de
tabaco no Território Centro Serra continua sendo
uma estratégia socioeconômica para os
agricultores, entre outros argumentos, pelo que
afirma Paulilo (1990, p. 168), “pois o fumo é
compatível com qualquer tamanho de
propriedade, exigindo apenas 2 ha de terra”.
Quadro 4 – Quantidade produzida (ton) de tabaco nos municípios do Território Centro Serra – RS (Quinquênio 2006-
2010)
Quantidade Produzida (ton)
Municípios 2006 2007 2008 2009 2010 Média
Arroio do Tigre 14.300 15.275 13.650 13.338 12.687 13.850
Cerro Branco 3506 3900 4446 3510 3120 3.696,4
Estrela Velha 2277 2277 2148 2256 2145 2.220,6
Ibarama 5375 5170 5170 3995 3564 4.654,8
Jacuizinho 600 600 500 609 533 568,4
Lagoa Bonita do Sul 4830 4830 4400 4400 2880 4.268
Lagoão 4851 4851 5082 4536 4152 4.694,4
Passa Sete 6352 7260 6600 5760 4290 6.052,4
Salto do Jacuí 504 420 420 405 388 427,4
Segredo 7900 7900 7860 7600 6800 7.612
Sobradinho 4158 4536 3540 3600 3080 3.782,8
Tunas 2760 2346 2673 2338 2004 2.424,2
Total 57.413 59.365 56.489 52.347 45.643 54.251,4
Fonte: FEE DADOS, elaborado pelos autores
46
14. 34
A produção total no quinquênio (2006-
2010) do Território Centro Serra consolida um
acréscimo na produção de fumo em folha em
2006 com 57.413 toneladas e em 2007 com
59.365 toneladas. A partir de 2008, ocorre uma
redução na produção total (Quadro 4), onde
atinge 56.489 toneladas. Em 2009, um
decréscimo para 52.347 toneladas e em 2010 caiu
para 45.643 devido à incidência de precipitação
elevada. A média dos cinco anos computada
nesse período é de 54.251,4 toneladas de fumo
em folha no Território Centro Serra.
Figura 6 – Mapa da produção de tabaco (ton) no Território Centro Serra (Quinquênio 2006-2010)
O mapa do último quinquênio (2006-
2010) concretiza Arroio do Tigre (verde escuro)
no eixo altamente significativo (> 8000
toneladas), com uma produção média de 13.850
toneladas de fumo em folha. Segredo (7.612 ton),
Passa Sete (6.052,4 ton), Lagoão (4.694,4 ton),
Ibarama (4.654,8 ton) e Lagoa Bonita do Sul
(4.268 ton) são os municípios do território que
enquadram-se na produção muito significativa
(4000 – 8000 ton), considerando a produção
média geral do tabaco no Território Centro Serra,
RS.
Os municípios de Sobradinho (3.782,8
ton), Cerro Branco (3.696,4 ton), Estrela Velha
(2.220,6 ton) e Tunas (2.424,2ton) encontram-se
na classe de produção média significativa (1000
– 4000 ton) em relação ao Território. Salto do
Jacuí (427,4 ton) e Jacuizinho (568,4 ton) na
classe pouco significativa (<1000), como pode
ser visualizado no mapa. Nesse quinquênio Salto
47
15. 35
do Jacuí e Jacuizinho são os produtores de tabaco
menos expressivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados apresentados em forma de
quadros, gráficos e mapas sobre o contexto da
fumicultura no Território Centro Serra permitem
demonstrar um período histórico de duas décadas
de produção de tabaco no Território Centro
Serra, evidenciando uma significativa produção
na região, com destaque para o município de
Arroio do Tigre. A análise aponta que, nos
últimos vinte anos, houve uma variação da
produção de tabaco nos municípios do território,
principalmente, devido às emancipações, aos
fatores climáticos (ocorrência de geadas,
vendavais, escassez ou excesso de precipitação)
e as variações econômicas do mercado de oferta
e demanda do fumo em folha no país e fora dele.
Arroio do Tigre é o principal produtor de
tabaco do Território Centro Serra apresentando
um crescimento de 5.127 toneladas,
considerando o ano de 1991 em que produziu
7.560 toneladas e 2010 onde se fixou em 12.687
toneladas de fumo em folha. Sobradinho foi o
município que tem uma maior redução na
quantidade produzida, onde parte de 6.210
toneladas em 1991 e chega em 2010 ao patamar
de 3.080 toneladas, ou seja, uma redução de
3.130 toneladas de fumo em folha. Uma das
principais explicações para a baixa produção
deste município refere-se principalmente as
emancipações da metade da década de 90, em
especial, a criação do município de Lagoa Bonita
do Sul e Passa Sete, desmembrados de
Sobradinho. A perda de território rural e das
potenciais famílias agricultoras de tabaco deste
espaço foi um dos condicionantes que explicam
essa mudança na produção de fumo.
A região de Salto do Jacuí e suas
emancipações (Jacuizinho) são os produtores de
tabaco menos expressivos do Território Centro
Serra. Salto do Jacuí com áreas razoavelmente
planas tem economia baseada na agropecuária
com destaque especialmente para a soja, trigo,
milho e atividade pecuária. Destaca-se também
pela mineração, extração de pedras preciosas e
semipreciosas, e a geração de energia elétrica. O
relevo razoavelmente plano facilita, de certa
maneira, o uso de culturas orientadas para a larga
escala. Por isso, talvez, a atividade fumageira não
tenha tanta expressividade em Salto do Jacuí. De
modo similar, o município de Jacuizinho que
integra o bioma Mata Atlântica está em uma
região plana (de campo) tendo como base
econômica a atividade agropecuária.
As limitações para a execução do trabalho
estão associadas principalmente: a) os dados
apresentados não distinguem a produção de fumo
tipo Burley e fumo tipo Virgínia, o que fornecem
análises diferenciadas em cada município do
Território; b) a análise da produção média da
quantidade de tabaco produzida pode não ser a
melhor estratégia com vistas a diferenciações e
particularidades que a produção da solanácea
confere; c) os dados tabulados podem não
representar fielmente a conjuntura da cadeia
fumageira, ou seja, são estimativas próximas de
produção. Como sugestões para futuras
pesquisas, recomenda-se um estudo com este
mesmo enfoque em outros Territórios para
permitir identificar a dinâmica da fumicultura,
bem como para estabelecer um estudo
comparativo da produção de tabaco entre os
Territórios rurais.
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______________________________________
1-Ezequiel Redin – Tecnólogo em Agropecuária:
Sistemas de Produção (UERGS) CREA RS
160488; Bacharel em Administração (ULBRA);
Licenciatura plena para a Educação Profissional
(UFSM); Especialista em Gestão Pública
Municipal (UFSM); Especialista em Tecnologias
de Informação e Comunicação aplicadas à
Educação (UFSM); Mestre e Doutorando do
Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural
(PPGExR/UFSM); Editor da Revista Extensão
Rural; Membro da Academia Centro Serra de
Letras; Tesoureiro da Associação Riograndense
dos Tecnólogos (ARTECNOL). E-mail:
ezequielredin@gmail.com
2-Daniel Junges Menezes – Licenciado e
bacharelando em Geografia na Universidade
Federal de Santa Maria. Mestre e Doutorando do
Programa de Pós-Graduação em Geografia e
Geociências (PPGGEO/UFSM). E-mail:
danieljunges@hotmail.com
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